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GUSTAVO NUNES

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

GUSTAVO HENRIQUE NUNES

ESTUDO COMPARATIVO DE PROJETOS ENTRE O MÉTODO

TRADICIONAL E O MÉTODO BIM, UTILIZANDO O SISTEMA

CONSTRUTIVO MINHA CASA MINHA VIDA

Sinop/MT

2015/1

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT

GUSTAVO HENRIQUE NUNES

ESTUDO COMPARATIVO DE PROJETOS ENTRE O MÉTODO

TRADICIONAL E O MÉTODO BIM, UTILIZANDO O SISTEMA

CONSTRUTIVO MINHA CASA MINHA VIDA

Projeto de Pesquisa apresentado à Banca Examinadora do Curso de Engenharia Civil – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT, como pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Prof. Orientador: Dr. – Ing. Marlon Leão

Sinop/MT

2015/1

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Quadro resumo das áreas de aplicação do BIM e benefícios potenciais para os proprietários. ... 17

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Avanço do empreendimento em relação à chance de reduzir o custo de

falhas do edifício. ... 11

Figura 2 - Benefícios do BIM x Payback. ... 16

Figura 3 - Curva MacLeamy. ... 18

Figura 4 - O BIM e o ciclo de vida da edificação. ... 19

Figura 5 - Esquematização da metodologia do projeto de pesquisa. ... 26

Figura 6 - Esquematização hierárquica de execução do projeto. ... 28

Figura 7 - Modelo proposto para comparativo de projetos conforme metodologia. ... 31

Figura 8 - Modelo proposto para comparativo de prazo para alteração de projetos conforme metodologia. ... 32

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LISTA DE ABREVIATURAS

AEC – Arquitetura, Engenharia e Construção

BIM – Building Information Modeling (Modelagem da Informação da Construção)

CAD – Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador)

CADD – Computer-Aided Design and Drafting (Projeto ou Desenho Assistido por Computador)

CREA-MT – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso CTE – Centro de Tecnologia de Edificações

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização)

MCMV – Minha Casa Minha Vida

SAEPRO – Sistema Avançado para Estudos e Projetos Viários TI – Tecnologia da Informação

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DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

1. Título: Estudo comparativo de projetos entre o método tradicional e o método BIM, utilizando o sistema construtivo Minha Casa Minha Vida.

2. Tema: Tecnologia da Informação e Comunicação na Construção Civil 3. Delimitação do Tema: Building Information Modeling (BIM)

4. Proponente: Gustavo Henrique Nunes 5. Orientador: Dr. – Ing. Marlon Leão

6. Estabelecimento de Ensino: Universidade do Estado de Mato Grosso 7. Público Alvo: Acadêmicos, docentes, engenheiros civis e demais profissionais da indústria AEC.

8. Localização: Avenida dos Ingás, 3001, Sinop, 78550-000. 9. Duração: Julho de 2015 a Junho de 2016.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ... I LISTA DE FIGURAS ... II LISTA DE ABREVIATURAS ... III DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ... IV 1 INTRODUÇÃO ... 7 2 PROBLEMATIZAÇÃO ... 8 3 JUSTIFICATIVA... 9 4 OBJETIVOS ... 10 4.1 OBJETIVO GERAL ... 10 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 10 5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 11 5.1 PROJETO AEC ... 11 5.1.1 Processos de projeto ... 11 5.1.2 Etapas de projeto... 12 5.1.3 Compatibilização ... 12 5.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO... 13 5.3 SISTEMA CAD ... 13 5.4 SISTEMA BIM ... 14

5.4.1 Breve contexto histórico da tecnologia BIM ... 14

5.4.2 Benefícios do BIM... 15

5.4.3 A tecnologia BIM em prol do proprietário ... 16

5.4.4 BIM como ferramenta de projeto ... 18

5.4.4.1 Uso do BIM no processo de elaboração de projetos ... 19

5.4.4.2 Considerações na adoção para a prática de projeto ... 20

5.4.4.3 Informações relevantes para os construtores ... 21

5.4.4.4 Redução de erros de projeto usando detecção de interferências 22 5.4.4.5 Levantamento de quantitativos e estimativas de custo ... 23

5.4.5 Implementação do BIM ... 24

5.4.6 Normatização ... 24

6 METODOLOGIA ... 26

6.1 OBJETO DE ESTUDO ... 27

6.2 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS E PROCESSOS ... 27

6.2.1 Projeto arquitetônico ... 28

6.2.2 Projeto estrutural ... 28

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6.2.4 Projeto elétrico ... 29 6.2.5 Compatibilização de projetos ... 29 6.2.6 Cronograma ... 29 6.2.7 Orçamento ... 29 6.3 METODOLOGIA TRADICIONAL... 29 6.3.1 Projeto arquitetônico ... 30 6.3.2 Projeto estrutural ... 30

6.3.3 Projeto hidro sanitário ... 30

6.3.4 Projeto elétrico ... 30

6.3.5 Cronograma ... 30

6.3.6 Orçamento ... 30

6.4 METODOLOGIA BIM ... 30

6.5 PROPOSTA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 31

6.5.1 Prazo ... 31

6.5.1.1 Projeto original ... 31

6.5.1.2 Alteração de projeto ... 32

6.5.2 Comparação de custo entre método tradicional e método BIM ... 32

7 CRONOGRAMA ... 34

ANEXO A – PLANTA BAIXA DO PROJETO ADOTADO ... 35

ANEXO B – COBERTURA DO PROJETO ADOTADO ... 36

ANEXO C – PLANTA BAIXA COM ALTERAÇÕES NO PROJETO ADOTADO 37 ANEXO D – COBERTURA COM ALTERAÇÕES NO PROJETO ADOTADO .... 38

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1 INTRODUÇÃO

A partir da busca por prazos cada vez menores e a constante procura pela excelência e eficiência nas obras de construção civil, evidencia-se a necessidade de uma melhor representação do edifício em projeto e dos processos construtivos para sua execução. O presente trabalho aborda um comparativo entre a maneira de edificar pelo método tradicional e através de metodologia Building Information

Modeling (Modelagem da Informação da Construção) – BIM, utilizando o sistema

construtivo Minha Casa Minha Vida – MCMV no município de Sinop, Mato Grosso. A Caixa Econômica Federal (2015) define o programa MCMV como uma iniciativa do Governo Federal que proporciona condições atrativas para o financiamento de moradias nas áreas urbanas, tendo como público alvo principalmente famílias de baixa renda.

No mercado atual, a prática mais comum de representação da edificação em projeto se dá via desenho em duas dimensões – 2D, prevalecendo metodologia

Computer Aided Design (Desenho Assistido por Computador) – CAD. Entretanto, a

ferramenta de representação já é considerada defasada, ao passo que considera, basicamente, parâmetros geométricos do edifício a ser construído. Consistindo, portanto, apenas em linhas ortogonais, sem especificações de volume, custo ou condutividade térmica, analogamente. Quando se deseja fazer uma melhor representação do projeto em protótipos físicos, por exemplo, prática comum em alguns escritórios, se tem um resultado bastante oneroso.

A tecnologia dita Modelagem da Informação da Construção (Building

Information Modeling) – BIM tem grande propensão de desenvolvimento no mercado

de Arquitetura, Engenharia e Construção – AEC. A metodologia construtiva citada baseia em estabelecer um protótipo virtual com parâmetros exatos de uma edificação, tais como geometria precisa e informações detalhadas, necessárias para uma boa execução e fornecimento específico de insumos para a realização do edifício (EASTMAN et al., 2014).

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2 PROBLEMATIZAÇÃO

As empresas do setor AEC em Sinop fazem, basicamente, uso do sistema tradicional de elaboração de projetos. Este processo, por sua vez, ocorre de maneira demasiada primitiva, consistindo, sobretudo em método de representação Computer

Aided Design (Desenho Assistido por Computador) – CAD.

É consolidada a importância da tecnologia citada, no entanto, é sabido ainda que o método de projetar não se faz de maneira integrada e parametrizada, de forma a prever e sanar inconsistências entre projetos (incompatibilidade disciplinares, por exemplo). O que por fim, acarreta em perdas, tanto de prazo quanto material (retrabalho), no orçamento final.

A construção civil passa a contar com uma nova demanda de clientes, estando estes mais exigentes quanto a prazos, custos e eficiência do produto final. Segundo o Centro de Tecnologia de Edificações – CTE (2015), a fim de atender com eficiência ao aumento da escala de negócios e às novas demandas de clientes na construção, as empresas deverão remodelar e inovar no desenvolvimento de produtos e empreendimentos, de forma a gerir e aperfeiçoar seus resultados, desempenho e produtividade. Novos sistemas construtivos e aplicação da inteligência da tecnologia da informação nos processos são itens presentes na agenda do setor.

Existe determinado receio quando dos escritórios e construtoras de projeto e execução em adotar a ferramenta de modelagem BIM. O alto custo de software e a falta de qualificação dos profissionais envolvidos são fatores que influenciam negativamente no desenvolvimento e avanço na qualidade da mercadoria da indústria de AEC.

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3 JUSTIFICATIVA

De acordo com o CTE (2015), o crescimento das atividades econômicas aliado ao aumento de concorrência na indústria da construção civil são fatores que induzem empresas da área a estabelecer novas formas de empregar suas atividades, de maneira a manter a competitividade no mercado, além de suprir as necessidades do público cada vez mais exigente. A boa gestão da empresa acarreta em diferenciais que implicam na redução de prazos e custos, melhoria da qualidade do projeto, relacionamento com clientes e expansão empresarial, por exemplo.

Apesar da difícil adequação da equipe de trabalho, é fundamental somar os diversos fatores que fazem com que implementação da metodologia BIM ocorra. A inovação, por exemplo, é um tópico determinante que viabiliza esse “risco”. O método de trabalho torna-se então o diferencial da empresa. As vantagens obtidas a partir do novo método justificariam o investimento na aplicação da inteligência da tecnologia e qualificação da equipe.

A eficácia do projeto é requisito fundamental para vantagens competitivas. A partir da qualidade deste, se reduz dúvidas, erros e retrabalhos durante a execução. O projeto é a principal fonte para a equipe de execução, e por sua vez um dos principais objetos responsáveis pela qualidade final da edificação (DURANTE, 2013).

Segundo o portal eletrônico Olhar Direto (2012), Sinop é a quarta maior cidade de Mato Grosso, e é prevista estar entre as três maiores num curto período de 10 anos, uma vez que apresenta taxa de crescimento anual de 10%. O município é um local que não dispõe ainda de empresas especializadas em plataforma BIM, apesar de seu potencial de expansão relativamente elevado. Com a construção civil em alta e o consumidor cada vez mais exigente e interessado em um produto de melhor desempenho, se faz necessário uma melhoria no setor quanto à disponibilidade de novas e mais eficazes, técnicas de edificar.

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4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Comparar o desenvolvimento de projetos pelo método tradicional e BIM utilizando o sistema construtivo Minha Casa Minha Vida no município de Sinop – MT.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Verificar a diferença de prazos de projeto e obtenção de insumos, conforme a metodologia utilizada;

 Estimar os custos e desperdícios com retrabalho, devido a não compatibilização de projetos;

 Comparar os custos de projetos conforme sistema utilizado;

 Evidenciar os benefícios da adoção da tecnologia BIM em Sinop, com relação ao trabalho de projetos.

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5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

5.1 PROJETO AEC

As premissas de projeto de construção de edificação surgiram na pré-história, quando o homem começou a ter habilidades de representar as condições em que vivia. Com o passar do tempo houve aperfeiçoamento e melhoria nas representações. Para Melhado e Agopyan (1995) os principais fatores que influenciaram na evolução do processo de construção foram a utilização da tecnologia, a qualificação e especialização profissional.

5.1.1 Processos de projeto

O projeto parte de uma ideia primária que posteriormente é aperfeiçoado na forma de como será planejado e executado. Os processos de projetos incluem registros de planejamento, desenvolvimento e características particulares de uma edificação. Envolve tarefas a serem seguidas na execução de forma a apresentar resultados esperados pelo usuário.

Conforme Mikaldo Júnior (2006) é imprescindível a necessidade de evolução e atualização na realização e concepção de projetos AEC, de forma que haja aperfeiçoamento e melhoria no resultado final, inclusive valores, do edifício. O gráfico a seguir apresenta que conforme desenvolvimento das etapas, menor a possibilidade de interferência que possam influenciar na redução do custo, portanto as modificações devem acontecer na fase inicial.

Figura 1 - Avanço do empreendimento em relação à chance de reduzir o custo de falhas do edifício. Fonte: Melo (2014).

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5.1.2 Etapas de projeto

A concepção inicial do processo de projeto consiste na busca da solução para um problema proposto. A princípio é feita uma análise e reconhecimento a fim de definir as metas, critérios, impactos e benefícios esperados. Tudo isso a partir das necessidades do cliente e mediante códigos de edificações vigentes na localidade, limitações financeiras e tradições culturais, por exemplo (ANDRADE et al., 2011).

Segundo Juste (2013), passadas as fases de concepção, o projeto arquitetônico é o primeiro a ser elaborado, servindo de referência para o desenvolvimento das demais disciplinas necessárias, tais como estrutural, hidro sanitária e elétrica. A partir destas se faz um cronograma e estima-se o orçamento do empreendimento. A qualidade nas etapas de projeto em seu processo como um todo, influencia diretamente no produto final e de certa forma na competitividade das empresas AEC.

Fator fundamental nas etapas de projeto e que contribui para a qualidade é a compatibilização de projeto. Os dados devem ser analisados de forma que as soluções para conflitos apresentem consistência para a execução da edificação.

5.1.3 Compatibilização

Consequência da divisão de profissionais AEC em áreas distintas, os projetos passaram a apresentar incompatibilidades que anteriormente eram encontrados apenas na fase de execução da obra. Como resultado houve aumento dos custos no valor final do empreendimento, com retrabalhos e atrasos, decorrente da perda de tempo para encontrar a melhor solução (COSTA, 2013).

De acordo com Melhado (2005), o processo de projeto tradicional segmenta as disciplinas que compõe o produto final, acarretando em uma mercadoria com baixa qualidade. O fato ocorre devido ao fato que os profissionais atuam apenas dentro de suas especialidades, desconsiderando e não se preocupando em como o desenvolvimento do seu produto gera impacto nas demais disciplinas (MELO, 2014).

O principal objetivo da compatibilização de projetos é propiciar integridade e gerenciamento para obtenção da qualidade numa determinada obra. Portanto, de acordo com Melhado (2005) compatibilizar é uma maneira de incorporar todas as disciplinas que envolvem um projeto. O processo se dá após a conclusão de todas as partes envolvidas, sanando conflitos e interferências através de sobreposição manual ou por meio de tecnologias que aceleram a verificação, por exemplo.

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5.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Nascimento et al. (2003) definem como Tecnologia da Informação – TI, as tecnologias que possuem funções de capturar, arquivar, processar e disseminar informações eletronicamente. O termo não se aplica somente a informações eletrônicas, mas também a aspectos humanos, organizacionais e administrativos.

Na indústria AEC – bem como este próprio termo (AEC) – expressões como Eficiência Energética e Construção Enxuta vem ganhando cada vez mais destaque e correlacionam-se com a elevação e maior exigência na qualidade das edificações. A TI possibilita e é primordial para o aperfeiçoamento da qualidade e potencial de programas mais inteligentes e práticos que visam suprir as exigências e carências do mercado, além do desenvolvimento de hardwares mais potentes. Um dos principais exemplos a serem citados são os sistemas CAD, que há muitos anos transformou a mercadoria da construção civil (FLORIO, 2007).

5.3 SISTEMA CAD

De acordo com Schodek et al. (apud MELO, 2014) os computadores passaram a contribuir com a arquitetura e engenharia através de desenhos mais complexos e com maior precisão e rapidez na execução. Em 1980, surgiu o termo

Computer-Aided Design and Drafting – CADD. Que pode ser definido como projeto

assistido por computador, ou ainda, desenho assistido por computador. A partir da ampla aplicação, os sistemas CAD começaram a enfatizar o projeto, e os desenhos foram automatizados (RUSCHEL; BIZELLO, 2011).

Ayres e Scheer (2007) afirmam que o CAD que melhor se adaptou ao potencial de hardware da época foi o CAD geométrico, que possibilita a elaboração de desenhos no plano bidimensional (2D) virtual. Contudo, a representação no sistema geométrico causa desintegração do virtual com o real, ao passo que dificulta a análise de clientes leigos, por exemplo. O proprietário, muitas vezes não entende a disposição de linhas, não compreendendo o projeto bidimensional e o real. (MELO, 2014).

Segundo Ruschel e Bizello (apud MELO, 2014), o CAD 3D surge da necessidade de uma melhor representação (modelo tridimensional) do projeto. Com a utilização de programas específicos pode-se aplicar efeitos que valorizam e melhor representam o projeto. Existem ainda outras designações conforme evolução da

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tecnologia CAD, tais como CAD 4D e nD, que possibilitam outras funções particulares.

5.4 SISTEMA BIM

A modelagem BIM é associada à interoperabilidade e compartilhamento de informação. Permite representar, de maneira consistente e coordenada, todas as informações e etapas de um edifício: do estudo preliminar à demolição. (LEÃO, 2013).

5.4.1 Breve contexto histórico da tecnologia BIM

De acordo com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP, 2012) há duas hipóteses sobre a origem do termo BIM, sendo incerto o responsável pela sua criação.

Na primeira, Jerry Laiserin é nomeado como possível responsável pela representação digital do processo de construção que visa facilitar o intercambio e interoperabilidade da informação no formato computacional. Segundo o próprio Laiserin, a primeira aplicação da tecnologia BIM surgiu na estreia do ARCHICAD Graphisoft da Nemetschek em 1987, sob o conceito de Edifício Virtual.

A segunda teoria, mais contundente, aponta o professor Charles Eastman do Instituto de Tecnologia da Georgia como criador do conceito BIM. Segundo o programa Sistema Avançado para Estudos e Projetos Viários – SAEPRO da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS (2015), em 1974 Eastman junto a uma equipe de pesquisadores criou o conceito Building Description System (Sistema de Descrição da Construção) – BDS. O objetivo do sistema era mostrar que o detalhamento de um edifício em construção em um computador poderia, de acordo com Eastman et al. (1974), replicar ou melhorar os parâmetros de representação como um meio a elaboração de projeto, construção e operação, além de eliminar possíveis inconsistências.

Segundo o SAEPRO (2015), o Building Information Modeling surgiu a partir do termo Modelling Building Information. Expressão essa usada por van Nederveen e F. P. Tolman, que em 1992 publicaram um artigo abordando várias visões de modelagem da construção e a ideia de informações da construção como forma de enfatizar a estrutura de um modelo da construção. A partir de então houve abertura

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para utilização de conceitos baseados em um sistema computacional que viabilizava o gerenciamento de projetos de construção.

5.4.2 Benefícios do BIM

A Modelagem da Informação da Construção apresenta benefícios significativos, em relação à agilidade de prazo para entrega de edifícios de maior qualidade e melhor desempenho. A ferramenta BIM, uma vez operada em sincronia com as partes relacionadas do projeto (proprietário, arquiteto, engenheiro e construtor), reduz erros e omissões de projeto e modificações em obra, acarretando em um processo de entrega mais eficiente e confiável, que reduz o prazo e propicia um empreendimento menos oneroso (EASTMAN et al., 2014)

Eastman et al. (2014) em seu guia Manual de BIM, categorizam ainda os seguintes benefícios proporcionados ao cliente ao utilizar um modelo BIM:

 Aumentar o valor do edifício a partir do projeto e análise de consumo a partir de simulações, visando melhorar o desempenho da edificação;

 Acelerar o cronograma a partir de um modelo eficaz e detalhado da edificação, de forma a reduzir o tempo de execução da obra;

 Atingir estimativa de custos precisa a partir de quantitativo automático e confiável fornecido pelo modelo da construção;

 Aprimorar o controle e gerenciamento da edificação.

Os benefícios apontados aplicam-se a todos os perfis de proprietários e todos os tipos de edificações, independentemente da dimensão ou característica (pública, privada, ou institucional).

Santos e Barison (2011) salientam em texto para a revista Construção Mercado, pesquisa realizada pelo instituto McGraw-Hill Construction em 2010, que aponta o benefício-custo da aplicação BIM, conforme Figura 2. Durante (2013) enfatiza o estudo:

 80% dos usuários afirmam terem reduzido erros e omissões no acervo técnico (documentação);

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 71% afirmam que o modelo ajuda a reduzir o ciclo de fluxos específicos de certas atividades, especialmente as de desenho;

 62% disseram que o BIM ajuda a empresa a oferecer novos serviços para clientes;

 51% concordam que o conceito serve, também, como uma ferramenta de marketing para atração de novos clientes e aumento da competitividade da empresa;

 49% afirmaram que o BIM aumenta o lucro de seus negócios.

Figura 2 - Benefícios do BIM x Payback. Fonte: Blanco (2011).

5.4.3 A tecnologia BIM em prol do proprietário

A modelagem da informação da construção apresenta potencial significativo para revolucionar as perspectivas atuais do produto da indústria da construção civil, no que se refere tanto em aspectos de projeto, quanto em termos de execução e operação da edificação.

O mercado AEC já enfrenta uma renovação que demanda mudanças dos processos tal como uma mudança de paradigma: alterando a documentação baseada em tecnologia bidimensional para o protótipo paramétrico e fluxo de

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trabalho colaborativo. Os processos produzidos através de maneira tradicional desencadeiam situações suscetíveis à falha, inconsistência, insegurança e por muitas vezes, produções repetitivas. Tais situações fazem com que haja perda considerável do valor das informações do projeto (EASTMAN et al., 2014).

Tabela 1 - Quadro resumo das áreas de aplicação do BIM e benefícios potenciais para os proprietários.

Áreas de aplicação do BIM

específicas para proprietários Impulsionador do mercado

Benefícios para todos os proprietários Planejamento de espaços e

conformidade com o programa de necessidades

Gestão de custos/ complexidade do mercado

Garantir que os requisitos do projeto sejam alcançados Configuração de projetos/

planejamento de cenários

Gerenciamento de custos/ complexidade

Qualidade dos projetos/ comunicação Quantitativos e estimativas de

custo Gestão de custos

Estimativas mais confiáveis e precisas

Coordenação de projetos (detecção de interferências)

Gestão de custos e complexidade da infraestrutura

Redução de erros no canteiro e redução dos custos de

construção Pré-fabricação Tempo de lançamento

Redução do tempo de trabalho no canteiro e aumento da

qualidade dos projetos Análise preliminar de

viabilidade Gestão de custos

Aumento da confiabilidade dos custos

Fonte: Adaptado de Eastman et al. (2014).

A Figura 3 apresenta a Curva MacLeamy, que sintetiza os conceitos de esforço de concepção e tempo gasto – linhas 1 e 2 –, indicando o esforço tradicional – linha 3 – e como o BIM pode influenciar nos processos – linha 4 (MANZIONE, 2013).

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Figura 3 - Curva MacLeamy. Fonte: Manzione (2013).

A Modelagem da Informação da Construção propiciará novas possibilidades e tornará processos projetuais automáticos e ágeis. A afirmação implica, portanto, na qualificação e atualização profissional. Excluindo aos poucos do mercado profissionais que simplesmente atuam de maneira monótona e apresentam soluções comuns, já reconhecidas e consagradas (DURANTE, 2013).

5.4.4 BIM como ferramenta de projeto

A figura a seguir ilustra como o BIM pode ser integrado junto às diferentes etapas da edificação.

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Figura 4 - O BIM e o ciclo de vida da edificação. Fonte: Durante (2013).

5.4.4.1 Uso do BIM no processo de elaboração de projetos

As principais fundamentações tecnológicas do método em estudo consistem em ferramentas de projeto paramétrico e interoperabilidade de tarefas, propiciando melhorias de processo e qualidade da informação. Eastman et al. (2014) aponta o papel e processo de projeto sob quatro aspectos que se aplicam e distribuem em diferentes níveis e etapas do empreendimento:

Projeto conceitual – é a primeira concepção sobre da edificação a ser construída. Envolve conceitos básicos, tais como posicionamento e orientação geográfica, volumetria e aparência global, e como o empreendimento resolverá o programa básico da edificação. A ferramenta BIM tem grande potencial em proporcionar um impacto significativo na qualidade e consistência das tomadas de decisão (valor, desempenho e custos). Estas podem ser mais bem embasadas em relação ao programa do edifício, à limitação de custos e às considerações ambientais, complementa o autor do Manual de BIM, Eastman et al. (2014).

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Uso do BIM para projeto e análises dos sistemas prediais – esta fase envolve os principais aspectos funcionais do comportamento do edifício, como plenitude estrutural, abastecimento de água, serviços de esgoto sanitário, distribuição e consumo de energia, dentre outros. Este ponto de vista relaciona-se às tarefas dos diversos profissionais envolvidos, por meio da integração dos programas computacionais de análise utilizados na tarefa.  Uso do BIM no desenvolvimento de informação no nível da construção –

a tecnologia de modelagem inclui regras de colocação e composição que automatizam e facilitam a obtenção de documentação da construção. Atualmente o produto gerado pelo software compõe o conjunto de documentos da construção. Todavia, a tendência leva a crer que o próprio modelo da construção servirá como base legal para a documentação do empreendimento.

Integração de projeto e construção – esse ponto enfatiza o crescimento do uso do modelo BIM para aplicação direta na execução, possibilitando entrada de dados para a modelagem no nível específico de produção.

Leão (2013) cita exemplos de ferramentas computacionais que operam em sistema BIM, conforme área de aplicação:

Modelagem: Bentley Architecture (MicroStation), Graphisoft ArchiCAD;

Análise: EnergyPlus (termo energético), Bentley Structural (estruturas), NavisWorks (interferências);

Projeto, especificação e orçamentação: Tectonic, BIMWorld, Autodesk Revit.

5.4.4.2 Considerações na adoção para a prática de projeto

Conforme dito, a representação inicial do projeto possibilita inúmeros benefícios diretos potenciais: desenhos automaticamente consistentes, identificação e remoção de interferências projetuais, preparação da lista de materiais automática e precisa, melhor análise da construção, entre outros. A modelagem leva ainda a prazos mais curtos e melhor produtividade e qualidade final do projeto, afirma Eastman et al. (2014).

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A tecnologia BIM apresenta potencial em melhorar significativamente o empreendimento, desde o planejamento até a demolição (ver Figura 4). Todavia, tais benefícios apresentam custos adicionais de implementação, treinamento de pessoal e o desenvolvimento de novos procedimentos. Causando impressão de que tais gastos não justifiquem o investimento. Em seu guia de Modelagem da Informação da Construção, Eastman et al. (2014), afirma que a maioria das empresas que tomaram esses passos, constataram que os significativos custos iniciais associados ao resultado da transição proporcionam benefícios de produtividade nas etapas de documentação e produção. Tal fator induz autonomia para o projetista oferecer novos serviços que podem ser adicionados à remuneração.

A empresa que opta pela adoção da Modelagem da Informação da Construção não só pode como deve, realizar uma avaliação dos benefícios ocasionados a partir do novo método de trabalho. Uma forma de avaliar indiretamente os benefícios é baseada na redução de erros, oriundos de dificuldades de compatibilização e pedidos de alterações em um empreendimento (EASTMAN et

al., 2014).

O autor citado anteriormente apresenta ainda outra maneira de taxar os benefícios tecnológicos, fundamentado em termos de produtividade. Produtividade de mão de obra representa o custo total de horas trabalhadas e salários para realização da tarefa. Dessa forma, se o novo método pode reduzir o tempo necessário para conclusão de uma atividade, logicamente o retorno do investimento pode ser avaliado através da relação entre o valor da redução de horas trabalhadas e os investimentos necessários. Em paralelo ao payback apresentado na Figura 2, de acordo com Sacks e Barak (apud EASTMAN et al., 2014, p. 197), estudos em ganho de produtividade para desenhos para engenharia estrutural atingiram ganhos de 21 a 59%.

5.4.4.3 Informações relevantes para os construtores

Prática muito comum em diversas empresas, bem como as do setor AEC é utilizar sistemas computacionais em todos os processos-chave de trabalho, incluindo estimativas, planejamento, controle de custos, contabilidade, dados cadastrais,

marketing, etc. Contudo, se tratando do passo inicial de tarefas relativas ao projeto

(estimativas, programação, coordenação) a ferramenta utilizada é basicamente as plantas em papel e algumas especificações, ainda que se tenha usado previamente

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algum software para sua obtenção. Isso faz com que os construtores executem manualmente a extração de quantitativo, por exemplo, a fim de realizar estimativas e cronogramas necessários. Esse procedimento demanda tempo, são exaustivos, passíveis de erros e caro. Tais consequências, por muitas vezes, compõe a justificativa para não executar minuciosos estudos de obtenção de insumos em todas as etapas da obra (EASTMAN et al., 2014).

O autor do guia Manual de BIM aborda os seguintes tipos de informação, que julga compor um ótimo modelo da edificação:

 Informações detalhadas da edificação;  Componentes temporários;

 Especificações associadas a cada componente do edifício;

 Dados de análise relativos aos níveis de desempenho e exigência do projeto;  Relatório do estágio de projeto e execução.

Eastman et al. (2014) complementa que, oriundo dos procedimentos de entrega ou operação do edifício; conexões entre componentes BIM e os sistemas de controle do proprietário; realizados pelo construtor, ocorrem com maior facilidade no processo de entrega do empreendimento.

5.4.4.4 Redução de erros de projeto usando detecção de interferências

Na indústria AEC atual, as interferências interdisciplinares de projeto são grandes motivadores de erros, falha e delonga na execução do empreendimento. No guia de Modelagem da Informação da Construção, Manual de BIM, Eastman et al. (2014), aborda algumas formas tradicionais de análise das interferências utilizadas por muitas empresas do setor, e aponta possíveis problemas gerados a partir da metodologia comum.

De acordo com Eastman et al., (2014), grande parte da detecção de interferências é feita de maneira manual a partir de sobreposições de projetos sobre uma mesa de luz, de forma a “facilitar” a detecção de conflitos potenciais. De forma análoga, construtores fazem uso de ferramentas tradicionais de CAD para sobrepor camadas (layers) e identificar interferências. As análises manuais/visuais são lentas, caras e suscetíveis a erros e omissões.

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A partir do momento em que a análise de interferências é baseada em tecnologia BIM, se tem muitas vantagens em relação aos métodos de coordenação 2D convencional, bem como detecção estimada em sobreposição de desenhos numa mesa de luz. No método BIM, as ferramentas de detecção de interferências permitem que construtores analisem divergências de forma seletiva. Por exemplo, checagem de desacordo entre sistemas hidráulico e estrutural, visto que cada componente do modelo está associado a um tipo de sistema. Complementando, o modelo deve ter detalhes de tubulações, dutos, aço, conexões, dentre outros, com um bom nível de especificação. Isso implica no grau de precisão dos conflitos a serem detectados (EASTMAN et al., 2014).

5.4.4.5 Levantamento de quantitativos e estimativas de custo

A estimativa de custo está diretamente associada ao levantamento de quantitativos. Esta etapa é primordial para o empreendimento e não se deve esperar até o final do projeto para sua elaboração. O fato de ser feita antes proporciona ao empreendimento, caso haja alguma discrepância (acima) do valor do orçamento após o término do projeto, duas situações: o cancelamento da edificação ou redução de custos, comprometendo assim a qualidade do produto final. Ao passo que sejam elaboradas estimativas provisórias no decorrer do projeto, se pode antecipar e solucionar prováveis problemas. Esse processo permite, claramente, que as tomadas de decisão sejam mais bem fundamentadas, acarretando em uma construção de melhor qualidade, mesmo com limitações impostas pelo orçamento. A Modelagem da Informação da Construção tem potencial para reduzir o tempo necessário para obter uma edificação de melhor qualidade através da precisão de estimativas e colaboração durante projeto e construção (EASTMAN et al., 2014).

O autor do guia de Modelagem da Informação da Construção, afirma que conforme ocorre amadurecimento do projeto, a extração de quantitativos tende a acontecer de forma mais rápida e com melhor nível de detalhamento. Importante ressaltar que todas as ferramentas BIM dispõem de recurso para obtenção de quantitativos, áreas e volumes, e apresentam os dados em tabela.

Apesar da ferramenta em estudo agilizar de maneira significativa os valores do empreendimento, não substitui o papel do orçamentista. Este realiza tarefa primordial no processo de construção, e não só extrair medidas e quantitativos. O

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profissional deve considerar o uso da modelagem BIM como meio de facilitar, melhorar e aperfeiçoar seus valores quantitativos e financeiros.

De acordo com Eastman et al. (2014) um método de fazer uso da tecnologia BIM consiste na exportação de quantitativos de objetos da edificação para um

software de orçamentação (planilha eletrônica, por exemplo).

5.4.5 Implementação do BIM

Succar (2009) acredita que a implantação completa da modelagem da informação da construção não acontece de maneira imediata. Para ele existem diferentes fases de adoção da tecnologia estudada, que ocorrem de maneira gradual conforme inserção da metodologia e com a reformulação dos métodos de trabalho, até sua adesão por completo. Há uma necessidade de percepção dos processos que ocorrem durante a implementação. A adaptação final é decorrente da adoção de diferentes estágios, vinculados às disciplinas relacionadas, fases do ciclo de vida da construção, métodos e ferramentas utilizadas, ressalta Melo (2014).

De acordo com as diretrizes estabelecidas por Eastman et al. (2014) em seu guia de BIM, para a implementação do método é aconselhável realizar projetos pilotos, desenvolvendo modelos tipo. Devem-se estabelecer objetivos com grau crítico avaliativo a fim de aperfeiçoar o desenvolvimento do projeto. Recomenda para construção de um protótipo refazer do início um projeto já executado, com equipe menor e multidisciplinar com membros internos ou parceiros visando estimular a integração entre profissionais.

5.4.6 Normatização

Conforme menciona Melo (2014), a normatização da metodologia BIM ainda está em processo no Brasil e no exterior. De acordo com Leão (2013), foi instalada em 2010 a Comissão de Normatização – ABNT/CEE 134: Comissão de Estudo Especial – Modelagem da Informação da Construção (BIM). Scheer (2013) cita algumas normas brasileiras que estão em desenvolvimento:

NBR ISO 12006-2:2010 Construção de edificação – organização da informação da construção Parte 2: Estruturas para classificação de informação;

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NBR 15965-1:2011 Sistema de classificação da informação da construção Parte 1: Terminologia e estrutura;

NBR 15965-1:2012 Sistema de classificação da informação da construção Parte 2: Características dos objetos da construção;

GT Componentes BIM – diretrizes para desenvolvimento de bibliotecas de componentes.

(28)

6 METODOLOGIA

Para o estudo será considerada a realização de uma edificação com padrões Minha Casa Minha Vida no município de Sinop – MT (ver Anexo A), na qual serão considerados os projetos arquitetônico, estrutural, hidro sanitário e elétrico, além do cronograma e orçamento do edifício.

Os projetos serão elaborados em duas etapas: a primeira utilizando totalmente o método tradicional e a outra fazendo uso da Modelagem da Informação da Construção. A Figura 5 apresenta resumidamente os passos do estudo.

A fim de ampliar e melhor visualizar as possíveis vantagens do BIM no que diz respeito, principalmente, a alterações impostas, será feita uma readequação do projeto, acrescentando ao edifício um terceiro dormitório e banheiro – suíte (ver Anexo C). DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO DESENVOLVIMENTO PROJETOS E PROCESSOS MÉTODO TRADICIONAL DESENVOLVIMENTO PROJETOS E PROCESSOS MÉTODO BIM

TEMPO

IMPACTO DE UMA ALTERAÇÃO DE PROJETO RETRABALHO DA ALTERAÇÃO MÉTODO TRADICIONAL RETRABALHO DA ALTERAÇÃO MÉTODO BIM ANÁLISE DOS RESULTADOS

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6.1 OBJETO DE ESTUDO

A concepção da edificação partirá de um projeto padronizado, tomado como base. Em Sinop, grande parte das edificações planejadas a partir do sistema construtivo Minha Casa Minha Vida apresentam as seguintes características ambientais:  Sala  Cozinha  2 Dormitórios  Área de serviço  Banheiro social

O projeto da edificação seguirá esses padrões de ambientes. A edificação contará com aproximadamente 70 m² de área construída, cobertura com telha de concreto e piso cerâmico nas conformidades do programa MCMV.

Nos anexos A, B, C e D são apresentadas plantas baixa e de cobertura, a serem seguidas no estudo.

6.2 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS E PROCESSOS

Quanto à elaboração de projetos, cronograma e orçamento, será seguida a hierarquia disposta no organograma apresentado na Figura 6.

Para determinar o valor dos materiais necessário serão adotados valores estabelecidos no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) da Caixa Econômica Federal.

Com relação ao custo do projeto, o preço do profissional envolvido deverá estar nas conformidades de valores estabelecidos para elaboração de projetos de edificações, conforme o sindicato do profissional (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso – CREA-MT).

(30)

Figura 6 - Esquematização hierárquica de execução do projeto. 6.2.1 Projeto arquitetônico

Etapa inicial e primordial para um resultado satisfatório quanto à moradia a ser construída, o projeto deverá atender os requisitos estabelecidos no Código de Obras do Município de Sinop.

As horas de trabalho serão quantificadas por etapas: planta baixa, cortes, elevações, cobertura, perspectivas, etc.

6.2.2 Projeto estrutural

A edificação será projetada e calculada utilizando concreto armado moldado

in loco para o sistema estrutural, atendendo todas as especificações previstas na

NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto.

Nesta fase de projeto a quantificação de horas trabalhadas será analisada para fundação, locação de pilares, vigas baldrame e de respaldo, e análise das estruturas dimensionadas. DEFINIÇÃO OBJETO DE ESTUDO METODO TRADICIONAL PROJETO ESTRUTURAL PROJETO HIDRO-SANTIÁRIO PROJETO ELÉTRICO COMPATIBILIZAÇÃO CRONOGRAMA ORÇAMENTO PROJETO ARQUITETÔNICO MÉTODO BIM PROJETO ARQUITETÔNICO PROJETO ESTRUTURAL PROJETO HIDRO-SANTIÁRIO PROJETO ELÉTRICO CRONOGRAMA ORÇAMENTO

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6.2.3 Projeto hidro sanitário

As instalações deverão estar em conformidade com a NBR 5626:1998 – Instalação predial de água fria e NBR 8160:1999 – Sistemas prediais de esgoto sanitário.

A comparação será baseada no tempo gasto para locação de tubos e conexões, bem como representação de vistas necessárias (elevações em corte e isométrica, por exemplo).

6.2.4 Projeto elétrico

O projeto de sistemas elétricos prediais deve atender a NBR 5410:2004 – Instalações elétricas de baixa tensão.

A comparação abordará quantitativo de tempo de tarefas como traçado de eletrodutos, bem como representação e especificação de circuitos, por exemplo.

6.2.5 Compatibilização de projetos

O processo de compatibilização, necessário principalmente no método tradicional, será realizado a partir de sobreposição de desenhos bidimensionais, a fim de sanar possíveis inconsistências e interferências.

6.2.6 Cronograma

O cronograma de execução deverá apresentar estimativas de conclusão das etapas da obra, bem como locação de gabarito, execução estrutural, alvenaria, cobertura, reboco, pintura, etc.

6.2.7 Orçamento

Apresentará os custos e quantitativo de materiais necessários para a execução do edifício.

6.3 METODOLOGIA TRADICIONAL

A prática mais comum em escritórios AEC é fazer uso de programas computacionais baseados em tecnologia CAD 2D e 3D. Para elaboração dos projetos através deste método será feito uso dos programas mais utilizados por profissionais da construção civil, de maneira a realizar a avaliação tanto quanto mais fiel possível.

(32)

A seguir são apresentadas as ferramentas computacionais a serem utilizadas para o desenvolvimento dos respectivos projetos disciplinares.

6.3.1 Projeto arquitetônico

Para a confecção de plantas e cortes necessários, será feito uso do software AutoCAD.

6.3.2 Projeto estrutural

Para o dimensionamento da estrutura da edificação Será feito uso do

software Eberick.

6.3.3 Projeto hidro sanitário

Essa disciplina de projeto deverá ser elaborada com auxílio do programa Hydros V4.

6.3.4 Projeto elétrico

Será utilizado o programa Lumine a fim de obter maior agilidade e qualidade na representação do projeto elétrico.

6.3.5 Cronograma

Serão estimadas etapas e fases da obra. O relatório poderá ser acompanhado via planilha eletrônica (Microsoft Excel).

6.3.6 Orçamento

A partir de levantamento de quantitativo de materiais por processo manual, os valores totais serão estimados em planilhas eletrônicas a partir do software Excel.

6.4 METODOLOGIA BIM

A economia da Modelagem da Informação da Construção está pautada principalmente nos retrabalhos e compatibilização. Desta forma, na elaboração dos projetos será possível visualizar a agilidade como o mesmo pode ser desenvolvido. O software a ser utilizado possibilita a integração entre disciplinas, sendo, portanto, o projeto arquitetônico, hidro sanitário e elétrico realizados com a mesma ferramenta: o programa Revit. A fim de um melhor desempenho quanto ao cálculo

(33)

estrutural será utilizado o Eberick e posteriormente exportação do projeto para o Revit.

A lista de materiais, cronograma e custos é outro benefício a ser comprovado. A ferramenta de projeto disponibiliza os insumos de forma automática, portanto sua obtenção será simplificada.

6.5 PROPOSTA DE ANÁLISE DOS RESULTADOS

As considerações relativas a resultados encontrados deverão ser apresentadas a partir de dois parâmetros de avaliação: prazo e custo tradicional X BIM.

6.5.1 Prazo

6.5.1.1 Projeto original

Será avaliado o tempo gasto com a elaboração de todos os projetos conforme metodologia utilizada e expostos os resultados em forma de gráfico para uma melhor visualização e esclarecimento dos impactos de prazo conforme método utilizado (Figura 7).

Figura 7 - Modelo proposto para comparativo de projetos conforme metodologia. ACUMULADO ARQUITETÔNICO ESTRUTURAL HIDRO SANITÁRIO ELÉTRICO BIM TRADICIONAL PRAZO (HORAS) PROJETOS

(34)

6.5.1.2 Alteração de projeto

Pretende-se apresentar o impacto no tempo necessário para uma readequação do edifício, prática esta muito comum no decorrer da elaboração dos projetos de construção civil.

Neste contexto será avaliado o tempo gasto com a adequação da edificação, de forma que a mesma suporte mais um dormitório e banheiro (suíte). O resultado será exposto em gráfico de maneira análoga à situação anterior, conforme Figura 8.

Figura 8 - Modelo proposto para comparativo de prazo para alteração de projetos conforme metodologia.

6.5.2 Comparação de custo entre método tradicional e método BIM

Fator de grande impacto, o custo de elaboração de projetos é parâmetro que influencia diretamente no valor do empreendimento, e se baseiam na quantidade produzida e tempo trabalhado do profissional AEC.

A partir o prazo de execução de projetos, pretende-se realizar uma análise econômica no projeto final, levando-se em consideração o valor pago ao profissional responsável pela elaboração e a quantidade de horas trabalhadas para obtenção do produto final, de acordo com a metodologia de projeto empregada.

A seguir é proposto gráfico comparativo detalhado quanto aos projetos a serem elaborados (Figura 9).

ACUMULADO ARQUITETÔNICO ESTRUTURAL HIDRO SANITÁRIO ELÉTRICO BIM TRADICIONAL PROJETOS PRAZO (HORAS)

(35)

Figura 9 - Proposta de comparativo de custos de projeto conforme metodologia. ACUMULADO ARQUITETÔNICO ESTRUTURAL HIDRO SANITÁRIO ELÉTRICO BIM TRADICIONAL PROJETOS VALORES (R$)

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7 CRONOGRAMA

TAREFAS

2015/2016

JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI JUN

Treinamento com softwares Elaboração do projeto arq. TRADICIONAL Elaboração do projeto estrutural TRADICIONAL Elaboração do projeto HS TRADICIONAL Elaboração do projeto elétrico TRADICIONAL Compatibilização de projetos Readequação de projetos TRADICIONAL Cronograma e orçamento TRADICIONAL Elaboração do projeto arq. BIM Elaboração do projeto estrutural BIM Elaboração do projeto HS BIM Elaboração do projeto elétrico BIM Readequação de projetos BIM Cronograma e orçamento BIM Análise dos resultados Redação do artigo

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(38)
(39)

ANEXO C – PLANTA BAIXA COM ALTERAÇÕES NO PROJETO

ADOTADO

(40)

ANEXO D – COBERTURA COM ALTERAÇÕES NO PROJETO

ADOTADO

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8 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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