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Avaliação da pós-ocupação de um conjunto habitacional de interesse social em Santa Rosa - RS

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

ELÓI BEDENDO JÚNIOR

AVALIAÇÃO DA PÓS-OCUPAÇÃO DE UM CONJUNTO

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL EM SANTA ROSA – RS.

Santa Rosa

2014

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E L Ó I B E D E N D O J Ú N I O R

AVALIAÇÃO DA PÓS-OCUPAÇÃO DE UM CONJUNTO

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL EM SANTA ROSA – RS.

Monografia apresentada ao curso de Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientadora: Marcelle Engler Bridi

Santa Rosa 2014

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ELÓI BEDENDO JÚNIOR

AVALIAÇÃO DA PÓS-OCUPAÇÃO DE UM CONJUNTO

HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL EM SANTA ROSA – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

Santa Rosa, 12 de dezembro de 2014.

Prof. Marcelle Engler Bridi Mestra em Engenharia Civil – UFRGS

Prof. Éder Claro Pedrozzo Coordenador do DCEENG - UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Marcelle Engler Bridi (UNIJUÍ) Mestra em Engenharia Civil – UFRGS

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Este trabalho de pesquisa é dedicado aos meus pais, Elói e Ivone.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Elói e Ivone, que possibilitaram minha entrada na vida acadêmica e que, com muito esforço, dedicação e trabalho me proporcionaram a realização deste sonho. Por fazerem do meu, o sonho deles, toda minha gratidão e carinho.

À família e amigos, em especial aos meus irmãos e minha namorada, que sempre me apoiaram e encorajaram na busca dos meus objetivos.

Aos colegas de graduação, que fizeram parte de todas as etapas da minha formação.

A todos os professores do curso de Engenharia Civil, que com seus preciosos ensinamentos contribuíram para que este momento se realizasse.

Um agradecimento especial à orientadora, Marcelle Engler Bridi, pelos valiosos e imprescindíveis esclarecimentos e que, com suas orientações, possibilitou o êxito da minha pesquisa.

À Universidade e Funcionários da Instituição, pelo apoio e por cederem o espaço necessário para a realização desta pesquisa.

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RESUMO

BEDENDO, E. J. Avaliação da Pós-Ocupação de um Conjunto Habitacional de Interesse Social em Santa Rosa - RS. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, DCEEng, UNIJUÍ, Santa Rosa, 2014.

Empreendimentos Habitacionais de interesse social (EHIS) geralmente são constituídos de materiais e espaços de baixa qualidade, ocasionando problemas aos seus usuários. Este trabalho tem como objetivo principal avaliar o nível de satisfação dos usuários de EHIS em Santa Rosa, através da Avaliação da Pós-Ocupação (APO). A metodologia desta pesquisa se fundamenta na APO, por meio de observações técnicas, entrevistas, questionários e registros fotográficos, para investigar os principais itens geradores de insatisfação. Através da APO, é possível recomendar melhorias nos ambientes construídos, aumentar a satisfação dos usuários desses espaços e retroalimentar o processo de produção dessas edificações. Os resultados obtidos nos questionários são apresentados através de gráficos, nos quais se observam os principais pontos geradores de insatisfação dos usuários das habitações e, também, é possível, através dos resultados, apontar possíveis medidas para um melhoramento da satisfação desses usuários.

Palavras-chave: Avaliação da Satisfação dos Usuários; Habitação de Interesse

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ABSTRACT

BEDENDO, E. J. Avaliação da Pós-Ocupação de um Conjunto Habitacional de Interesse Social em Santa Rosa - RS. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso – Departamento de Ciências Exatas e Engenharias, DCEEng, UNIJUÍ, Santa Rosa, 2014.

Housing projects of social interest ( EHIS ) usually consist of materials and spaces of poor quality, causing problems for its users. This work aims to evaluate the satisfaction level of users EHIS in Santa Rosa, through the Post- Occupancy Evaluation (POE). The methodology of this research will build on the APO through technical observations, interviews, questionnaires and photographic records to investigate the main drivers of dissatisfaction items. By APO is possible to recommend improvements in the built environment in order to increase the satisfaction of users of these spaces and feed back into the production process of these buildings. The results of the questionnaires will be presented through charts, where it will follow the main points of generators dissatisfaction of the users of the dwelling and also will be possible through the results, pointing out possible measures for improving the satisfaction of these users.

Keywords: Evaluation of user satisfaction; Social Housing; Evaluation of

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Principais Programas Habitacionais ... 19

Figura 2: Localização de Santa Rosa no Rio Grande do Sul ... 27

Figura 3: População Urbana e Rural ... 28

Figura 4: Representação esquemática do delineamento da pesquisa ... 35

Figura 5 - Fórmula utilizada para o cálculo da amostra ... 37

Figura 6 – Implantação do Loteamento Nossa Senhora Aparecida ... 40

Figura 7 - Planta Baixa ... 41

Figura 8 - Fachada das UHs ... 42

Figura 9 - Área Institucional do Loteamento ... 43

Figura 10 - Infraestrutura ... 44

Figura 11 - Sexo dos Responsáveis pelas Casas ... 44

Figura 12 - Grau de Escolaridade dos Responsáveis pelas Residências ... 45

Figura 13 - Vinculo Empregatício dos Responsáveis pelas Casas ... 46

Figura 14 - Quantidade de Moradores por Residência ... 47

Figura 15 - Existência de Veículos nas Famílias ... 47

Figura 16 - Existência de Algum tipo de Animal nas Residências ... 48

Figura 17 - Quantidade de Espécies de Animais por Residências ... 49

Figura 18 - Local da Antiga Moradia ... 49

Figura 19 – Material de Construção das Antigas Moradias ... 50

Figura 20 - Melhores Características do Loteamento ... 51

Figura 21 - Citações do Loteamento (L) ... 52

Figura 22 - Piores Características do Loteamento ... 53

Figura 23 - Citações da Infraestrutura e dos Serviços Urbanos no Loteamento (SU) ... 54

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Figura 25 - Preferencia entre a atual e antiga moradia ... 58 Figura 26 - Melhorias Realizadas nas UHs ... 59 Figura 27 - Melhorias Pretendidas nas UHs ... 60 Figura 28 - Citações de Melhorias do grupo 1 (Acessórios de proteção e vedação) 60 Figura 29 - Citações de Melhorias do grupo 2(Revestimentos)... 61 Figura 30 - Citações de Melhorias do grupo 3(Ampliações) ... 61 Figura 31 - Exemplo de Ampliação (garagem) realizada na UH ... 62 Figura 32 - Exemplo de acessório de proteção vertical (grade) e ampliação (garagem) ... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Taxa de Urbanização (%) ... 28

Tabela 2: Distribuição do Déficit Urbano segundo Rendimentos ... 29

Tabela 3: Ações de politicas habitacionais no município de Santa Rosa ... 29

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LISTA DE SIGLAS

APO – Avaliação da Pós-Ocupação BNH – Banco Nacional de Habitação CAIXA – Caixa Econômica Federal COHAB – Companhias Habitacionais

EHIS – Empreendimento Habitacional de Interesse Social FCP – Fundação da Casa Popular

FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FJP – Fundação Joao Pinheiro

IAPs – Instituto de Aposentadoria e Pensões

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

MCMV – Minha Casa Minha Vida PIB – Produto Interno Bruto

PLHIS – Plano Local de Habitação de Interesse Social PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida

PNH – Plano Nacional da Habitação

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento RS – Rio Grande do Sul

SFH – Sistema Financeiro de Habitação

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14 1.1. MOTIVAÇÃO ... 14 1.2. CONTEXTO ... 15 1.3. PROBLEMA ... 15 1.3.1. Questões de Pesquisa ... 15 1.3.2. Objetivos da Pesquisa ... 16 1.4. DELIMITAÇÃO ... 16

2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL ... 17

2.1. ORIGEM DA HABITAÇÃO SOCIAL ... 17

2.2. PROGRAMAS HABITACIONAIS ... 18

2.2.1. A Fundação da Casa Popular - FCP ... 19

2.2.2. Plano Nacional de Habitação – PNH ... 21

2.2.3. Minha Casa Minha Vida – MCMV ... 24

2.3. PROBLEMÁTICA EM SANTA ROSA ... 26

2.3.1. Localização e Características da Cidade ... 26

3. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO ... 30 3.1. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 30 3.2. CONCEITO DE SATISFAÇÃO ... 32 4. MÉTODO DE PESQUISA ... 34 4.1. ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 34 4.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 34 4.3. CÁLCULO DA AMOSTRA ... 36

4.4. APLICAÇÃO DA VERSÃO PRELIMINAR DO QUESTIONÁRIO. ... 37

(13)

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 39

5.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO ... 39

5.2. PERFIL DOS RESPONDENTES ... 44

5.3. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO ... 50

5.3.1. Melhores e Piores Características do Loteamento ... 50

5.4. ANÁLISE DESCRITIVA DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO ... 55

5.5. AVALIAÇÃO DA RETENÇÃO ... 58

5.5.1. Melhorias realizadas ou pretendidas nas UHs ... 58

6. CONCLUSÕES ... 63

6.1. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS: ... 64

REFERÊNCIAS ... 65

ANEXO A - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MORADORES ... 69

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1. INTRODUÇÃO

Um assentamento urbano, segundo Roméro e Ornstein (2002), precisa oferecer à população condições ambientais de qualidade, com as quais elas possam cultivar e mesmo melhorar sua cultura urbana, ou seja, seus hábitos de viver em comunidade, exercendo seus direitos e respeitando os do próximo.

Ainda, conforme Roméro e Ornstein (2002), os padrões que deveriam impor qualidades, tanto à UH como ao assentamento em si, por vezes não são atingidos porque a seleção de material de baixo custo tem levado a uma rápida deterioração das obras e à ausência de manutenção da qualidade.

Jobim (1997) salienta que, apesar de haver um aumento da importância atribuída à avaliação da satisfação na indústria da construção, percebe-se que esta não tem sido uma meta para os projetistas, gerentes de obras, subempreiteiros e fornecedores de materiais.

Nesse sentido, pretende-se avaliar a satisfação do usuário em relação ao produto adquirido e, também, demonstrar que esse tipo de empreendimento deve estar em permanente avaliação, tanto do ponto de vista construtivo quanto do ponto de vista dos usuários (FERRAZ, 2010).

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) é aplicada como forma de verificação projetual, definindo diretrizes para novos projetos semelhantes e implicando na correção dos problemas encontrados no ambiente construído melhorando-o e proporcionando mais conforto ao usuário.

1.1. MOTIVAÇÃO

A principal motivação para o desenvolvimento deste trabalho foi a possibilidade de desenvolver as ideias expostas pela tese de Doutorado desenvolvida por Miron (2008) e pela dissertação de Mestrado desenvolvida por Jacques (2008), encontrando os problemas nas habitações de interesse social na cidade de Santa Rosa, Rio Grande do Sul.

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registros de trabalhos iguais, ou semelhantes, que buscassem entender a visão do usuário.

A partir da avaliação em um EHIS, pode-se estabelecer uma ideia geral em relação a empreendimentos semelhantes àqueles avaliados nesta cidade.

1.2. CONTEXTO

A habitação popular é um dos grandes desafios da engenharia, pois à área da habitação são destinados um conjunto de materiais e espaços, que geralmente representam baixo custo e, normalmente, são associados ao fraco desempenho e rejeição no mercado imobiliário (JACQUES, 2008).

Para Lembi e Valques (2005), a confrontação entre as características que o edifício pretendia apresentar e o real aspecto ou uso que o ambiente adquiriu após sua edificação, depende dos resultados obtidos na APO. Dentro de uma visão mais ampla, o usuário tem a oportunidade de expor a satisfação ou insatisfação frente ao ambiente que utiliza (LEMBI; VALQUES, 2005). Isso pode auxiliar na correção de aspectos negativos da edificação e até na concepção coerente de projetos similares futuros (LEMBI; VALQUES, 2005).

1.3. PROBLEMA

Segundo Roméro e Ornstein (2002), há de se avaliar a situação dos EHIS na realidade atual, seu impacto, em termos de EHIS, irradiando nas vizinhanças e na cidade. A satisfação de seus usuários e as eventuais demandas latentes.

A APO se torna uma ferramenta muito relevante no caso de programas de interesse social, tais como os conjuntos habitacionais. No Brasil, nas últimas décadas, têm-se adotado soluções urbanísticas, arquitetônicas e construtivas repetitivas em larga escala, para atender uma população muito heterogênea, cujo repertório cultural, hábitos, atitudes e crenças são bastante distintos já no próprio conjunto, e mais ainda em relação aos projetistas (ROMÉRO; ORSTEIN, 2002). 1.3.1. Questões de Pesquisa

(16)

Qual o nível de satisfação dos usuários de um conjunto habitacional de interesse social em Santa Rosa – RS?

A partir dessa questão principal, surgem outras, secundárias, como:

 Quais são os principais itens de insatisfação nos EHIS na visão dos usuários?  Quais as características que poderiam ser alteradas nos projetos de habitações de interesse social, visando uma maior satisfação em projetos futuros?

1.3.2. Objetivos da Pesquisa

O objetivo geral deste trabalho é avaliar o nível de satisfação dos usuários de EHIS em Santa Rosa.

A partir de um objetivo específico, são propostos novos objetivos, secundários, como:

 Identificar os principais itens causadores da insatisfação na visão dos usuários das habitações de interesse social em Santa Rosa;

 Propor alternativas para a melhoria da satisfação do usuário de habitação de interesse social em Santa Rosa.

1.4. DELIMITAÇÃO

Este trabalho será realizado em um conjunto habitacional horizontal situado na cidade de Santa Rosa, com pouco mais de um ano de ocupação.

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2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

Conforme Bonduki (2002), na década de 1940, em consequência da crise habitacional e da incapacidade do Estado em financiar ou promover a produção de moradia em larga escala, consolidou-se uma série de construções de casas à margem do mercado formal e do Estado, denominadas de auto empreendimentos da moradia popular. Bonduki (2002) retrata ainda, que esse processo acabou predominando nas grandes cidades brasileiras, tornando-se a forma mais comum de moradia dos setores populares.

2.1. ORIGEM DA HABITAÇÃO SOCIAL

De acordo com o que diz Brito (2009), no Brasil, as primeiras preocupações com habitações de interesse social surgiram ainda no século XIX, quando a expansão das cidades começou a representar uma ameaça para as condições de saúde da população.

Para Reis (1992), a habitação social surge no país como consequência da demanda de um grande número de habitações, em decorrência do fim do trabalho escravo e das migrações acentuadas do meio rural para as cidades e, fundamentalmente, em função da industrialização acelerada e do próprio crescimento da população brasileira.

Na década de 1930, quando foi difundida a ideia da casa própria, o Estado passou a intervir na produção de moradias e, segundo Valladares (2005), não era mais sustentável incendiar as zonas urbanas ocupadas irregularmente ou simplesmente expulsar os pobres, uma vez que já não era mais aceitável a intervenção em espaços urbanos problemáticos, sem considerar sua população.

Para Valladares (2005) e Bonduki (2004), o Estado deu inicio às ações no setor habitacional na década de 40, período em que a maioria da população residia em casas alugadas. Uma estratégia governamental para a redução do custo da moradia foi o congelamento dos alugueis, transferindo ao Estado e aos próprios trabalhadores a responsabilidade de produzir suas moradias, tendo como

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consequência o surgimento de favelas, loteamentos periféricos e outros assentamentos informais (BONDUKI, 2004).

Para Bonduki (2002) o arranjo na periferia permitiu manter em níveis baixos a despesa com moradia, não comprometendo a renda familiar.

O poder público tomou iniciativas para enfrentar os problemas habitacionais da população de baixa renda, criando programas habitacionais limitados, fadados ao fracasso, devido à desorganização e ao desinteresse do governo em uma politica social (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

2.2. PROGRAMAS HABITACIONAIS

Conforme Jacques (2008), a partir dos anos 30, os Órgãos Governamentais desenvolveram políticas de atendimento habitacional às classes produtivas, especialmente aos trabalhadores das indústrias e dos transportes, em detrimento da população carente e sem renda, que viria a alargar a ocupação de morros nas grandes cidades. Frente às necessidades de maiores investimentos habitacionais, o governo iniciou, a passos lentos, a tentativa de solucionar o problema com a criação de programas habitacionais, como a Fundação da Casa Popular (FCP), criado em 1946 (JACQUES, 2008).

Para Bonduki (2002), o clima político, econômico e social que predominou durante a ditadura de Vargas propiciou avanços na questão da moradia, fazendo evidenciar a habitação social com uma força jamais vista anteriormente.

Filho (2006) afirma que a intervenção do estado na questão habitacional começou a apresentar uma maior expressão, tanto no aumento das experiências pontuais quanto nos importantes passos rumo à formulação de uma política de intervenção no setor habitacional.

Os principais programas habitacionais do País, obedecendo à cronologia, são representados na Figura 1.

(19)

Figura 1: Principais Programas Habitacionais

2.2.1. A Fundação da Casa Popular - FCP

Conforme Andrade e Azevedo (1982), o Decreto de Lei nº 9.2189 de 1º de maio de 1946, instituiu a FCP, sendo este o primeiro órgão de âmbito nacional, voltado exclusivamente para a provisão de residências às populações de pequeno poder aquisitivo. A escolha do dia primeiro de maio para a promulgação do Decreto que criou a FCP é reveladora do alcance político que se pretendeu dar com tal iniciativa (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

A FCP tinha como objetivo principal saciar as necessidades habitacionais da população que não tinha acesso aos Institutos de Aposentadoria e Previdência (IAPs) Subordinada ao Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, tinha por finalidade proporcionar aos brasileiros ou estrangeiros com mais de dez anos de residência no país ou com filhos brasileiros, a aquisição ou construção de moradia própria, em zona urbana ou rural (FERREIRA, 2009).

O programa visava também realizar obras de abastecimento de água, energia e esgoto, além de financiar empresas e indústrias no campo da habitação popular para realizar estudos que visassem o barateamento da construção e o fortalecimento do mercado da construção civil, e não apenas para suprir as carências de infraestrutura e saneamento, consideradas na época os maiores entraves para o desenvolvimento da economia das cidades. (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Inicialmente pensada para enfrentar os problemas habitacionais das camadas de baixa renda da população, a FCP, poucos meses após sua criação, passou a ter possibilidades de atuar também nas áreas complementares, o que a converteu em um verdadeiro órgão de política urbana (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

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A FCP, segundo Andrade e Azevedo (1982), foi parte integrante de uma politica de maior cunho que objetivava, ao mesmo tempo, brecar o avanço do Partido Comunista1 no País e ganhar a simpatia das camadas populares proporcionando-lhes moradia própria.

Graças à criação das Carteiras Prediais dos IAPs, o Estado agiu com eficácia na implementação da política da casa própria (BONDUKI, 2004). Dessa forma, os Institutos e Caixas podiam aplicar legalmente parte de sua receita na produção de casas para os seus associados no território nacional (BONDUKI, 2004).

As unidades habitacionais geralmente eram semelhantes nos conjuntos e apresentavam cerca de 70 m² nas casas térreas e 60 m² nos sobrados, contendo sala, três quartos, banheiro, cozinha e área de serviço, variando de região para região, dependendo das diversas condições locais (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Ferreira (2009) coloca que os recursos da FCP dependiam do orçamento da união, o que fazia com que fossem bastante limitados. Originalmente, o decreto que criou a FCP previa que os estados repassassem 1% sobre as transações imobiliárias, porém interesses regionais impediram que esse repasse se concretizasse, outro fato foi a proibição, por parte dos IAPs, que a FCP utilizasse seus recursos (FERREIRA, 2009).

Com a crise do populismo, a politica habitacional entrou em lenta agonia, sendo extinta com a derrubada do governo Goulart pelo golpe de 1964 (ANDRADE; AZEVEDO, 1982). Segundo Aragão (1999), a escassez de recursos financeiros teria sido determinante para o insucesso da FCP.

Com a extinção da FCP, as suas atribuições foram transferidas para o Banco Nacional de Habitação (BNH), passando a ser considerado pelo novo governo como um símbolo da ineficiência governamental (BONDUKI, 2002).

De acordo a Aragão (1999) toda a produção da FCP, entre 1946 e 1964, foi de 17 mil unidades, em 143 conjuntos distribuídos por 19 Estados e o Distrito

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O candidato lançado pelo Partido Comunista à presidência da Republica, alcançou 600.000 votos, o que preocupou as elites dirigentes e culminou na declaração de ilegalidade do Partido Comunista e cassação dos seus parlamentares, no ano de 1947 (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

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Federal, concentrando-se 77% das unidades construídas em quatro Estados (Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal). A Região Norte não recebeu qualquer investimento (ARAGÃO, 1999).

2.2.2. Plano Nacional de Habitação – PNH

Conforme Andrade e Azevedo (1982), a Lei nº 4.380 de 21 de agosto de 1964, instituiu o Plano Nacional de Habitação (PNH) e criou o Banco Nacional da Habitação e o Serviço Federal de Habitação (SFH), passo inicial para uma nova politica habitacional.

O Plano Nacional de Habitação surgiu num momento em que era crucial para o governo, dar provas da capacidade de atacar problemas sociais (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Para Bolaffi (1980), o SFH foi criado para sustentar as políticas habitacionais que seriam implementadas pelo BNH, o qual viria a se tornar, durante alguns anos, o maior banco brasileiro, uma das principais potências financeiras do país e talvez a maior instituição mundial voltada especificamente para o problema de habitação.

A postura tomada pelo BNH, conforme Andrade e Azevedo (1982) foi a de adentrar no domínio do planejamento urbano, mas não contava com um órgão de competência nacional para vislumbrar as necessidades de infraestrutura sanitária, abastecimento d’água e até transporte, de acordo com as reinvindicações dos moradores dos conjuntos habitacionais.

Para Andrade e Azevedo (1982), o BNH representou, sob três aspectos, uma inovação na politica habitacional. Primeiro, tratou-se de um banco, ao contrário das soluções anteriores (ANDRADE; AZEVEDO, 1982). Segundo, apontou-se que os financiamentos concedidos provinham de um mecanismo de compensação inflacionária e da correção monetária, que ajusta automaticamente os débitos e prestações por índices correspondentes às taxas de inflação (ANDRADE; AZEVEDO, 1982). Terceiro, constituiu um sistema em que se buscou articular o setor público (financiador) com o setor privado (executor) (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

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Andrade e Azevedo (1982) colocam que a experiência dos primeiros anos mostrou que não bastava apenas construir casas, era preciso dotá-las de infraestrutura básica. Nesse aspecto, os conjuntos habitacionais eram alvos de criticas, pela falta desses requisitos (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Com o BNH, criou-se toda uma expectativa acerca dos novos rumos da história da habitação no Brasil, para tanto, estabelecem-se perspectivas, com a criação de novas fontes de recursos permanentes, vinculadas aos salários para a produção de moradias e a entronização da correção monetária nos financiamentos habitacionais (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Conforme Andrade e Azevedo (1982), o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)2 passou a ser a fonte principal de financiamento da politica. Para Aragão (1999), a criação do FGTS constituiu um fato de muita importância, pois sem ele, muito provavelmente, o SFH não teria ido muito além do que foi obtido pela FCP.

A arrecadação do FGTS era gerida pelo BNH e destinava-se à construção de casas de interesse social (conjuntos populares e cooperativos) (CONCEIÇÃO, 2009). Os principais responsáveis por essas unidades habitacionais eram as Companhias de Habitação (COHAB), que obtinham financiamentos junto ao BNH mediante a apresentação de projetos compatíveis com a política do programa, voltados para a construção de moradias para as camadas mais pobres da população, tornando-se assim, os promotores do BNH, um mercado popular (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

As cooperativas eram definidas, conforme Aragão (1999), como organizações mutualistas, do tipo fechado, sem fins lucrativos, com número prefixado de associados e constituídas apenas de trabalhadores sindicalizados, as quais tinham como objetivo exclusivo, a realização de um plano habitacional para o atendimento

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Na época da sua instituição, o FGTS foi alvo de grande controvérsia (ARAGÃO, 1999). O FGTS obrigou as empresas a depositarem, mensalmente, em conta nominal de seus empregados, quantia equivalente a 8% do total das remunerações devidas no mês anterior (ARAGÃO, 1999). Com o tempo o FGTS deixou de ser uma opção como prescrevia a Lei, para transformar-se em regra geral das relações de trabalho no País e passou a ser visto como uma conquista dos trabalhadores (ARAGÃO, 1999).

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de seus associados através de um sistema de poupança e amortização que compreendia recursos próprios da instituição e os oriundos de financiamentos.

De acordo com Cardoso (2012), as cooperativas não tinham qualquer poder de decisão ou ingerência operacional, constituindo-se apenas como uma opção de acesso à casa própria. A participação das cooperativas no processo estava relacionada à contratação da força de trabalho, gerida e administrada pelo Estado (CARDOSO, 2012).

Nos projetos COHAB, as prefeituras quase sempre assumiam os encargos da urbanização do terreno e as cooperativas se sustentavam por meio da cobrança de taxas por serviços técnicos e de fiscalização (ANDRADE; AZEVEDO, 1982).

Segundo Cardoso (2013), o efeito combinado da política recessiva adotada pelo governo militar e a da inflação elevada do início da década de 80, causou um aprofundamento da inadimplência dos financiamentos concedidos pelo sistema e também a redução na capacidade de arrecadação do FGTS, o que ocasionou o fim do BNH.

Nos primeiros anos de gestão, o BNH preocupou-se com as camadas mais necessitadas da população e priorizou os programas voltados para a remoção de favelados para apartamentos ou para casas-embrião de conjuntos habitacionais, contudo, não conseguiu o intento de prover moradias para uma população de renda baixa.

Para Lorenzetti (2001), o motivo do fracasso está ligado ao fato de que o BNH nunca tenha se desligado da visão da casa como mercadoria a ser vendida para uma clientela desprovida de recursos e que, paralelamente, também foi atingida pela mesma crise financeira que prejudicou o desenvolvimento dos programas ligados ao SFH.

Após a extinção do BNH, conforme Cardoso (2013), as COHAB, anteriormente consideradas como agentes locais executores dos programas e projetos habitacionais, entraram em crise, herdando carteiras de financiamentos caracterizadas por alto grau de inadimplência. Muitas dessas Companhias ficaram em situação de insolvência financeira e foram extintas.

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De acordo com Cardoso (2013), o FGTS foi administrado pelo BNH até a sua extinção, passando, a partir de então, a ter a sua gestão operacional efetuada pela Caixa Econômica Federal (CAIXA).

Segundo Andrade e Azevedo (1982), em 17 anos de BNH foram financiadas pouco mais de um milhão de casas populares.

2.2.3. Minha Casa Minha Vida – MCMV

As primeiras mudanças feitas por Lula em 2002, então presidente, foram no FGTS (CARDOSO, 2013). Essas mudanças no FGTS permitiram o seu saque em intervalos de quatro anos, caso o recurso fosse utilizado na aquisição de imóvel residencial ou na amortização de financiamento habitacional, contraído anteriormente (CARDOSO, 2013).

No entanto, a principal medida adotada nesse momento foi a Resolução 460 do Conselho Gestor do FGTS, de 14 de dezembro de 2004, que entrou em vigência a partir de maio de 2005 (CARDOSO, 2013). Essa resolução permitiu criar um sistema de descontos que reduziu o custo de financiamentos com recursos do fundo, beneficiando os setores de menor renda e sem comprometer a saúde financeira do FGTS (CARDOSO, 2013).

Cardoso (2013) aponta essas mudanças como um momento inovador na política habitacional, em que se manifesta um claro compromisso do governo federal em subsidiar a produção de moradias para as camadas de mais baixa renda, atendendo uma demanda que se manifestava já claramente a partir das críticas à atuação do BNH.

No final de 2008, para Cardoso (2012), com a crise financeira mundial, o governo começa a gestar um novo pacote habitacional. Em março de 2009, com o objetivo de criar condições de ampliação do mercado habitacional para atendimento das famílias com renda de até 10 salários mínimos, o governo anuncia o Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) (CARDOSO, 2013).

Cardoso (2013) coloca que o programa foi aprovado pela Medida Provisória nº 459, publicada em 25 de março de 2009, posteriormente convertida na Lei no 11.977, de sete de julho 2009 e pelo Decreto nº 6962, de 17 de setembro de 2009.

(25)

Conforme Cardoso (2013), o programa tinha como meta a construção de um milhão de moradias, em curto prazo, tendo para isso alocado R$ 34 bilhões. Desse total, R$ 25,5 bilhões originavam-se do Orçamento Geral da União e R$ 7,5 bilhões do FGTS. A Fundação João Pinheiro (2013) aponta que, para viabilizar esses resultados, o governo garantiu subsídio às famílias de baixa renda, mediante as melhores taxas de juros em financiamentos habitacionais, além da criação de um Fundo Garantidor, que cobre as prestações em até 36 meses para as famílias que perderem o emprego ou passarem por uma perda na renda.

Segundo Brasil (2007), o objetivo principal do programa era criar um ambiente econômico confiável que estimulasse o desenvolvimento do mercado formal de habitação, com subsídios governamentais para as famílias de baixa renda e de classe média.

Para famílias com renda de até três salários mínimos, a meta era a construção de 400 mil unidades em municípios com população de até 50 mil habitantes (CARDOSO, 2013). Para as famílias com renda de 3 a 6 salários mínimos, conforme Cardoso (2013), a meta era construir 400 mil unidades. Já para as famílias com renda de 6 a 10 salários mínimos, o objetivo era construir 200 mil unidades, com financiamento do FGTS (CARDOSO, 2013).

Para Brasil (2007), o programa habitacional do governo federal concentrou esforços no atendimento às famílias com renda de até três salários mínimos, pois era nessa faixa de renda que se concentrava o déficit habitacional3.

“O conceito de déficit habitacional utilizado está ligado diretamente às deficiências do estoque de moradias. Engloba aquelas sem condições de serem habitadas devido à precariedade das construções ou em virtude de desgaste da estrutura física. Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, devido à coabitação familiar forçada, aos moradores de baixa renda sem condições de suportar o pagamento de aluguel e aos que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade de pessoas. Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia em imóveis e locais com fins não residenciais". (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2007, p. 14).

3

O censo demográfico 2010 aponta um déficit habitacional de 6,490 milhões de unidades (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2010, p. 28).

(26)

A efetivação dessa prioridade foi dificultada pela ausência de programas mais universais de oferta, que fizeram com que os programas focalizados nas camadas inferiores de renda fossem disputados por camadas de renda superior (CARDOSO, 2013).

Cardoso (2013) aponta ainda que o programa MCMV utilizou como base institucional e organizacional a experiência da CAIXA. Esta distribuiu os recursos para as empresas, a partir de projetos que tinham sido aprovados pelas Prefeituras e também enquadrados pela CAIXA, dentro das faixas de demanda a serem atendidas.

2.3. PROBLEMÁTICA EM SANTA ROSA

Não diferente de todo o contexto da habitação, Santa Rosa também enfrenta e enfrentou problemas com o déficit habitacional.

2.3.1. Localização e Características da Cidade

Pela Lei provincial nº 835, de 22 de março de 1873, foi criado o município de Santo Ângelo que se dividia então em quatro distritos; em 1876 o primeiro distrito era desdobrado em dois, um com o nome de Santo Ângelo e o outro com o nome de Santa Rosa (IBGE, 2014).

O segundo distrito, Santa Rosa, não tinha características de importância demográfica ou econômica até 1915, ano em que foi criada uma Colônia com mesmo nome (IBGE, 2014).

O povoado, edificado a título provisório na bacia compreendida pelos arroios Pessegueiro e Pessegueirinho, cresceu rapidamente (IBGE, 2014). A agricultura ocupou vastas regiões até então virgens, e a assombrosa fertilidade do solo permitiu inusitadas colheitas (IBGE, 2014).

Na década de 30, surge o movimento emancipacionista. As colônias de Santa Rosa, Boa Vista e Guarani pedem para se constituírem municípios (IBGE, 2014). A população abrangida dentro desses territórios era de 35.000 mil habitantes (IBGE, 2014).

(27)

Assim, pelo Decreto estadual nº 4823, de 1º de julho de 1931, foi criado o município de Santa Rosa, com sede no palácio 14 de Julho (IBGE, 2014). O novo município prosperou rapidamente (IBGE, 2014). A Figura 2 representa a localização do Município no Estado do Rio Grande do Sul.

Figura 2: Localização de Santa Rosa no Rio Grande do Sul

Fonte: PMSR, 2012.

O censo de 2010 aponta uma população estimada para o ano de 2013 de 71.665 habitantes, sendo que, no levantamento feito nesse ano, a população era de 68.587 habitantes, representando um aumento de aproximadamente 5%, (IBGE, 2014). Do total da população do município no ano de 2010, 33.483 eram homens e 35.104 mulheres (IBGE, 2014).

A área total do município é de 489.798 Km², sendo que a densidade demográfica do município era igual a 140,03 hab./Km² (dados referentes ao censo de 2010), (IBGE, 2014). A Tabela 1 apresenta um comparativo entre as taxas de urbanização referentes aos levantamentos realizados no município.

(28)

Tabela 1: Taxa de Urbanização (%) MUNICÍPIO 1991 2000 2010 Santa Rosa 83 86,1 88 ANO Fonte: IBGE, 2014.

De acordo com o censo demográfico de 2010 (IBGE, 2014), dos 68.587 habitantes do município, 8.221 era da população residente na área rural. A Figura 3 representa a porcentagem da população urbana em relação à rural.

Figura 3: População Urbana e Rural

Fonte: PMSR, 2012.

O censo de 2000, segundo o IBGE (2014), aponta também como domicílios recenseados o montante de 24.809. Desse montante, 23.371 são domicílios particulares ocupados. Destaca-se também o número de domicílios coletivos, este é igual a 25 domicílios, sendo que em apenas 21 deles havia moradores (IBGE, 2014). Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o município de Santa Rosa apresenta um PIB de 48,3% (IBGE, 2014). Um comparativo entre o PIB de 2000 (15.534) e o de 2008 (19.376) aponta uma variação aproximada de 25% (IBGE, 2014).

(29)

O IDH de Santa Rosa no ano de 1991 era de 0,747 e em 2008, era de 0,831, colocando a cidade no grupo com alto desenvolvimento humano4 (IBGE, 2014).

Em relação aos outros municípios do Brasil, Santa Rosa apresenta uma situação boa: ocupa a 122ª posição, sendo que 121 municípios (2,2%) estão em situação melhor e 5385 municípios (97,8%) estão em situação pior ou igual (IBGE, 2014).

Em relação aos outros municípios do Estado, Santa Rosa apresenta uma ótima situação, ocupando a 41ª posição, sendo que 40 municípios (8,6%) estão em situação melhor (IBGE, 2014).

O déficit habitacional de Santa Rosa segundo a Fundação João Pinheiro (2007) representava um montante de 959, sendo 726 na área urbana e 233 na área rural. O Déficit habitacional relacionado à média salarial é apresentado na Tabela 2.

Tabela 2: Distribuição do Déficit Urbano segundo Rendimentos MUNICÍPIO

ATÉ 3 DE 3 A 5 DE 5 A 10 MAIS DE 10 TOTAL

Santa Rosa 504 115 90 17 726

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SÃLARIOS MINIMOS)

Fonte: FJP/2007

A tentativa de redução do déficit habitacional em Santa Rosa é representada na Tabela 3, na qual são apontados os programas habitacionais e as quantidades de habitações produzidas na cidade.

Tabela 3: Ações de politicas habitacionais no município de Santa Rosa

Programa Quantidade

Cheque Casa 57 HIS

EMENDA PARLAMENTAR 14 HIS PAC 1 - MCMV 279 HIS

MCMV 128 Aptos.

Fonte: PMSR, 2012.

4

Segundo a classificação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o município com IDH maior que 0,8 está entre os municípios considerados de alto desenvolvimento humano.

(30)

3. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO

A APO tem sido utilizada com diversas finalidades na indústria da construção civil, mas está sempre associada à investigação do comportamento, ao uso de um determinado produto ou sistema, seja o produto um edifício em todas as suas características de projeto, especificações, execução e uso, ou ainda um determinado componente ou sistema construtivo específico no ponto de vista do usuário (CONCEIÇÃO, 2009).

3.1. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

Para Roméro e Ornstein (2002) a APO diz respeito a uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores socioeconômicos, de infraestrutura e superestrutura urbanas dos sistemas construtivos, conforto ambiental, conservação de energia, fatores estéticos, funcionais e comportamentais, levando em consideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas e também dos usuários.

Ainda, segundo Roméro e Ornstein (2002), a APO se distingue das avaliações de desempenho clássicas formuladas nos laboratórios dos institutos de pesquisa, pois considera fundamental também aferir o atendimento das necessidades ou o nível de satisfação dos usuários. Nesse sentido, a APO tem grande validade lógica, pois faz análises, diagnósticos e recomendações a partir dos objetos de uso, in loco, na escala e tempo reais (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2002).

Conforme o que diz Roméro e Ornstein (2002), a aplicação de métodos e técnicas de APO deve levar sempre em consideração tanto o ponto de vista dos técnicos (vistorias, medições e análises realizadas), bem como a aferição dos níveis de satisfação dos usuários.

Conforme Preiser (1988), a APO difere de outros métodos por resgatar, como subsídios de análise, a memória da produção do edifício, priorizando aspectos de uso, operação e manutenção, considerando essencial o ponto de vista dos usuários. Preiser (1988) afirma ainda que a APO é o processo de avaliação de edificações,

(31)

através de uma conduta sistemática e rigorosa, após ter sido ocupada por um determinado período de tempo.

Nesse contexto, Roméro e Ornstein (1992) salientam que a APO é adotada para diagnosticar e recomendar, segundo uma visão sistêmica e realimentadora, modificações e reformas no ambiente objeto da avaliação e para aprofundar o conhecimento sobre este ambiente, tendo-se em vista futuros projetos similares.

Para Roméro e Ornstein (2002), os resultados da APO, no caso de positivos, devem ser cadastrados e recomendados para futuros projetos semelhantes; no caso de fatores negativos, são definidas recomendações que minimizem ou até mesmo possibilitem a correção dos problemas detectados no próprio ambiente construído e submetido à avaliação (por meio do estabelecimento de programas de manutenção física e da conscientização dos usuários da necessidade de alterações comportamentais, tendo em vista a conservação do patrimônio público), ou se utilizem os resultados dessas avaliações sistemáticas e interdisciplinares, embasadas em pesquisas aplicadas a estudos de caso, para realimentar o ciclo do processo de produção e uso de ambientes de futuros projetos com a formulação de diretrizes, contribuições para normas existentes e outros (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2002).

Desde a década de 60, conforme Roméro e Ornstein (2002), passa-se a verificar a relevância da aplicação da APO como mecanismo realimentador do controle de qualidade ou do desenvolvimento de projetos complexos e, ou populações especiais (aeroportos, shopping centers, ginásios de esportes, hospitais, asilos, estabelecimentos penais, parques) e, ou implementados em larga escala e repetitivamente (conjuntos habitacionais, escolas, postos de saúde).

O problema da aplicação da APO na construção civil, segundo Koskela (2000), é que, na maior parte das vezes, os conflitos identificados nas edificações existentes e em ocupação são irreversíveis, servindo apenas como experiência a ser considerada em novos projetos de edificações. Essas dificuldades estão condicionadas às particularidades do produto edificação, o qual pode ser considerado um produto único, com longa vida útil e de grande porte (KOSKELA, 2000).

(32)

3.2. CONCEITO DE SATISFAÇÃO

Segundo Kotler e Levy (1969), a satisfação depende do valor5, sendo que as relações de troca entre as partes (cliente - fornecedor) devem ser mutuamente satisfatórias, a fim de possibilitar um relacionamento mais prolongado e duradouro.

Segundo Ravald e Grönroos (1996), as empresas tentam aumentar a satisfação dos usuários agregando mais valor ao produto, aumentando a qualidade e incluindo serviços de assistência na oferta, para assim estreitar as relações com o usuário e conquistar sua lealdade.

Para Kotler (1994), a satisfação do usuário consiste no nível de sentimento de uma pessoa, resultante do desempenho de um produto em relação às suas expectativas. Sendo assim, função da diferença entre o desempenho do produto ou serviço em relação às expectativas.

Segundo Mirom (2008 apud OLIVER, 1997), a satisfação é um julgamento de que um produto forneceu (ou está fornecendo) um nível agradável de abastecimento (suficiência) relacionado ao consumo, incluindo níveis sub e supra atendimento (abaixo e acima do esperado). Ambas as definições parecem implicar que a satisfação é o resultado de um processo psicológico.

Algumas definições de satisfação estão relacionadas a avaliações cognitivas, mas resultados de estudos realizados por Mano e Oliver (1993) indicam que a satisfação é uma complexa resposta humana que inclui ambos os componentes cognitivos e afetivos. Conforme Mirom (2008), Giese e Cote (2000), ao examinarem diversas definições encontraram três componentes consensuais: a satisfação do usuário é uma resposta (emocional e cognitiva); a resposta pertence a um foco particular (expectativas, produto, experiência de consumo, etc.) e a resposta ocorre em um tempo particular (após o consumo, após a escolha, baseada em experiência acumulativa, etc.).

No caso da habitação, o contato do usuário é de episódio contínuo e a experiência considerada complexa, sendo a satisfação avaliada a partir do resumo

5

Valor percebido pelos usuários é a razão entre benefícios percebidos em um produto e os sacrifícios decorrentes da aquisição e uso do produto (Kuhn, 2010).

(33)

de uma experiência mais ampla (MIROM, 2008). Eventos individuais, como vazamentos, são geralmente insignificantes ou relativamente passageiros se comparados à percepção de satisfação acumulativa de um morador (OLIVER, 1997).

(34)

4. MÉTODO DE PESQUISA

O presente capítulo descreve a lógica de desenvolvimento da pesquisa, apresentando as principais escolhas e decisões tomadas em relação ao método.

4.1. ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A ferramenta escolhida para analisar o grau de satisfação dos usuários das habitações de interesse social foi a elaboração de uma pesquisa de levantamento, do tipo survey. O intuito foi de gerar conhecimentos para a aplicação prática de soluções de problemas específicos, interrogando diretamente os moradores.

A pesquisa tipo survey foi conduzida através de questionário (com perguntas do tipo quem, o que, onde, quantos), entrevistas e observações controladas, abordando, junto aos usuários, temas como conforto, adequação de layout, ergonomia, acessibilidade, entre outros.

Os dados foram tabulados em forma de gráficos e as necessidades, ou as áreas mais críticas, foram detectadas a partir da análise desses dados.

Com os resultados da APO, tentou-se identificar a necessidade ou não de explorar melhorias no processo de desenvolvimento de EHIS.

4.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA

O trabalho foi divido em três etapas principais, as quais estão representadas na Figura 4.

(35)

Figura 4: Representação esquemática do delineamento da pesquisa

A primeira etapa da pesquisa (exploratória) teve como objetivos entender o contexto da habitação social no Brasil e a avaliação da satisfação do usuário, através de revisão bibliográfica sobre os assuntos.

A etapa dois (desenvolvimento) consistiu na elaboração da ferramenta de coleta, ajuste e aplicação da APO junto aos usuários das habitações de interesse social, a fim de indicar o nível de satisfação sob o ponto de vista dos usuários.

Para indicar o nível de satisfação dos usuários, itens como compartimentação e funcionalidade do imóvel, localização do imóvel no lote e plano geral, falhas construtivas, desempenho dos materiais utilizados, aspectos de conforto térmico, acústico, de iluminação e de ventilação, entre outros, foram avaliados.

O questionário foi formulado com o intuito de medir de forma indireta, através das informações comparáveis e quantificáveis, as reações comportamentais e emocionais que revelem atitudes e níveis de satisfação dos usuários em relação a diversos aspectos técnicos, funcionais ou comportamentais do ambiente construído.

Para o desenvolvimento do protocolo de pesquisa, foi realizada uma reunião entre os pesquisadores para definir o padrão de atitude em possíveis questões

(36)

polêmicas. Esse procedimento foi reforçado com várias outras reuniões de avaliação durante o processo.

Como auxilio para a elaboração do protocolo de pesquisa, utilizou-se o apêndice 6 de Miron (2008), que serviu como modelo de separação de assuntos, em partes de itens comuns.

O questionário foi dividido em nove partes, contendo perguntas abertas (qualitativas) e de múltipla escolha (quantitativas). A primeira parte corresponde à caracterização do perfil dos moradores nas unidades, seguida de uma avalição qualitativa do loteamento, outra referente à UH, outras referentes ao bairro, ao loteamento, aos serviços no loteamento e às características das UHs. Ainda contém uma parte de perguntas abertas referentes à retenção dos moradores e outras referentes à adequação das moradias.

A última etapa (reflexão) constituiu na discussão e análise dos resultados obtidos na etapa anterior e a confrontação desses resultados com a bibliografia.

4.3. CÁLCULO DA AMOSTRA

A população-alvo dessa etapa da pesquisa consistiu nas 83 famílias que residem nas UHs. Para o cálculo do tamanho da amostra, considerou-se cada unidade como sendo uma população, para que posteriormente à realização da coleta, fosse possível analisar cada unidade separadamente.

Para efetuar o cálculo do tamanho de amostra, outras informações foram necessárias, como, por exemplo, o erro amostral e o tipo de medidas a serem utilizadas para mensurar as características de interesse. Nesse caso, a mensuração dos atributos foi realizada por proporções, já que as variáveis são categóricas quanto a sua natureza. O erro máximo absoluto de estimação (erro amostral) indica que se deseja estimar as proporções (p) com uma diferença não maior que, por exemplo, 10%.

O cálculo da amostra para cada loteamento foi baseado na fórmula apresentada na Figura 5 (COCHRAN, 1965):

(37)

Figura 5 - Fórmula utilizada para o cálculo da amostra

Fonte: Cochran, 1965

Assim,

n é o tamanho da amostra;

Z é uma constante que corresponde ao valor crítico da distribuição Normal (número de desvios a contar da média);

N é o tamanho da população; ε é erro máximo de estimação; p a proporção.

Considerando que não existe estimativa prévia da proporção de nenhuma das variáveis de interesse, utilizou-se p = 0,5, que fornece o maior tamanho de amostra possível, garantindo no máximo o erro amostral pré-determinado.

O tamanho da amostra necessário, de acordo ao erro amostral escolhido (8%), foi de 67 unidades a serem pesquisadas.

4.4. APLICAÇÃO DA VERSÃO PRELIMINAR DO QUESTIONÁRIO.

A aplicação da versão preliminar do protocolo ocorreu através da aplicação de um piloto em duas unidades, durante o mês de outubro, resultando na primeira revisão do protocolo.

O modelo de questionário, elaborado para ser aplicado com os moradores, sofreu alterações. A principal mudança realizada foi em relação às fontes causadoras de insatisfação, perguntando aos respondentes quais os motivos causadores e o porquê de sua ocorrência.

Outra mudança considerável refere-se à pergunta “onde e como era sua antiga moradia”. A pergunta “onde” foi retirada por não se aplicar à realidade do

(38)

eram originais da área em questão, mas sim de diversas outras áreas de risco da cidade.

4.5. APLICAÇÃO DO PROTOCOLO NAS UHs

O instrumento para medir o nível de satisfação dos usuários do conjunto habitacional foi o questionário (Anexo A) aplicado por uma equipe de dois alunos graduandos (pesquisadores) e de 10 alunos voluntários, cada qual responsável por um setor da malha urbana. Foram distribuídos aleatoriamente nas unidades habitacionais.

Para auxiliar na interpretação dos usuários, utilizou-se uma legenda contendo as possíveis respostas às perguntas (Anexo B).

A aplicação do questionário, no mês de outubro, foi feita em horário comercial e considerou os dias de clima favorável, a disponibilidade de horário dos moradores e pesquisadores, necessitando ainda a aplicação fora do horário comercial. O tempo médio por questionário aplicado ficou em torno de 35 minutos. A aplicação total do questionário necessitou de quatro dias de serviço.

Essa etapa ocorreu com grande colaboração dos moradores, que demonstraram satisfação pelo interesse de uma Instituição Educacional e seus integrantes, em realizar este estudo.

As respostas obtidas foram lidas e tabuladas em quadros e separadas por assuntos.

(39)

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS

O presente capítulo descreve os resultados da etapa de coleta de dados do estudo. As análises são apresentadas de forma a facilitar o entendimento sobre o perfil e as percepções da população, não seguindo a ordem cronológica de realização ao longo do estudo.

5.1. CARACTERIZAÇÃO DO LOTEAMENTO

O Conjunto Habitacional em questão está localizado na Rua Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Cruzeiro. A área do empreendimento é de 32.590,96 m² e é composto por 83 lotes, com testadas mínimas de 10,00 metros e profundidades mínimas de 20,00 metros, perfazendo uma área mínima de 200 m² por lote, variando apenas em casos de adequação ao desenho das quadras. A Figura 6 ilustra a implantação do Loteamento.

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Figura 6 – Implantação do Loteamento Nossa Senhora Aparecida

Fonte: Arquivos da Prefeitura, 2014.

O loteamento é todo composto por residenciais de um pavimento com área de 36,35 m² construídos. Cada unidade apresenta sala de estar e jantar, circulação, dois quartos, sanitário, cozinha e área de serviço. A Figura 7, apresenta a planta baixa das UHs.

(41)

Figura 7 - Planta Baixa

Fonte: Arquivos da Prefeitura, 2014.

Todos os lotes foram entregues sem cercamento do pátio. As residências foram executadas da seguinte maneira: fundação em concreto ciclópico blocos cerâmicos, cobertura com a estrutura do telhado em madeira e telhas cerâmicas, alvenaria de bloco cerâmico com espessuras de 14 cm tanto internas quanto

(42)

Evidencia-se o rebatimento das plantas no processo de locação nos lotes, visto que, por ser apenas um modelo, estabeleceu-se o critério de adequação à orientação solar e a outros condicionantes locais, como posição do lote em relação à quadra, topografia do terreno e outros específicos. Desse modo, a fachada de uma casa pode ter a janela de um lado ou de outro, dependendo do rebatimento de planta adotado. A Figura 8, mostra as fachadas das UHs.

Figura 8 - Fachada das UHs

O loteamento ainda é composto por áreas institucionais e áreas de preservação permanente, como prevê a legislação. Conforme a Figura 9, a área institucional possui uma quadra de esportes poliesportiva.

(43)

Figura 9 - Área Institucional do Loteamento

O sistema viário do loteamento é constituído por cinco ruas, sendo uma de ligação com o sistema viário existente (Rua Nossa Senhora Aparecida), outra no sentido Leste-Oeste (Rua Vida Nova) considerada via de escoamento e outras três de ligação (Ruas Olavo Paz da Silva, Florisbelo Borges e Pedro Madril). Todas as ruas possuem o gabarito de 13,00 m, sendo 9,00 m de pista de rolamento e passeios com 2,00 m em cada lado.

O loteamento foi executado com todas as vias calçadas com pedra basálticas de formato irregular, meios-fios e passeios de concreto, conforme a Figura 10.

(44)

Figura 10 - Infraestrutura

.

5.2. PERFIL DOS RESPONDENTES

Da amostra pesquisada de 67 UHs, constatou-se que a maioria (64%) das famílias é chefiada por mulheres, conforme mostra a Figura 11.

Figura 11 - Sexo dos Responsáveis pelas Casas

36% 64% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% Masculino Feminino

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Constatou-se também que grande parte dos chefes das famílias possui um grau de escolaridade baixo, o que pode ser observado na Figura 12, que mostra que 70% dos responsáveis pelas casas não completaram o Ensino Fundamental.

Figura 12 - Grau de Escolaridade dos Responsáveis pelas Residências

Outro número importante é o que representa a quantidade dos que concluíram o Ensino Médio, apenas 6% do total.

Como semianalfabetos, foram considerados aqueles que responderam não terem cursado algum tipo de ensino, mas que apresentaram boa leitura e interpretação da planilha com as legendas e índices de satisfação (Anexo B).

A Figura 13 mostra que grande maioria dos chefes das famílias não possui vinculo empregatício. Levando em consideração as respostas, conclui-se que a maioria das famílias sem vinculo empregatício possui, como única renda, os auxílios recebidos pelo Governo e, em outros casos, renda recebida através de serviços eventuais. 0% 3% 9% 70% 6% 12% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% A - Analfabeto AS - Semi Analfabeto EFC - Ensino Fundamental Completo EFI - Ensino Fundamental Incompleto EMC - Ensino Médio Completo EMI - Ensino Médio Incompleto

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Figura 13 - Vinculo Empregatício dos Responsáveis pelas Casas

A quantidade de moradores por residência é apresentada na Figura 14. A partir dela é possível visualizar que em 4% das casas há uma superpopulação, considerando que as unidades possuem apenas dois dormitórios, serviriam de espaço adequado para 3 a 4 moradores.

Também se observa na Figura 14 que, em menos da metade das residências, o número de moradores é o ideal para o que a residência comporta. Esses números mostram a necessidade de se realizar estudos preliminares antes de beneficiar as famílias, compatibilizando os moradores com as UHs, evitando a improvisação de cômodos necessários para atender a família destinada.

72% 28% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

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Figura 14 - Quantidade de Moradores por Residência

Apesar de um grande número de moradores no loteamento, predominou a não existência de veículos. A Figura 15 apresenta que em 60% das famílias não há veículos. A partir disso, entende-se o porquê das unidades habitacionais possuírem poucos espaços para estacionamento de veículos.

Figura 15 - Existência de Veículos nas Famílias

No entanto, é possível observar que em 40% das residências há algum tipo de veículo, entendendo assim o porquê do grande número de ampliações para garagens nas UHs.

48% 48% 4% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 1 A 3 4 A 6 7 A 9 60% 23% 4% 13% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

(48)

A Figura 16 representa a quantidade de UHs que possuem animais. Observou-se que, na maioria domicílios, predominou a existência de algum tipo de animal.

Figura 16 - Existência de Algum tipo de Animal nas Residências

Pode se relacionar a grande quantidade de animais com o tamanho do lote das UHs, pois o mesmo é considerado de bom tamanho para a necessidade dos moradores, que podem ocupar o espaço restante, então, com animais de estimação.

Dentro dessa maioria absoluta de residências com algum tipo de animal, observa-se, em alguns casos, o alto número de exemplares de cada espécie em algumas residências. A Figura 17, mostra a preferência por cachorros, pois em 18% das UHs não existem cachorros, mas em 74% das UHS existem de 1 a 3 cachorros, em 4% das UHs existem de 4 a 6 cachorros, em 3 % das UHs existem de 7 a 9 cachorros e em 1 % das UHS existem mais do que 9 cachorros.

Observa-se também a existência de animais não apropriados para o espaço urbano, como por exemplo, cavalos.

12% 88% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

(49)

Figura 17 - Quantidade de Espécies de Animais por Residências

A Figura 18 representa o local onde as famílias residiam antes de serem contempladas com as UHs. Pode-se constatar que 57 % dos moradores do loteamento residiam em Áreas de Preservação Permanente e 15% em Áreas de Risco de Alagamentos.

Figura 18 - Local da Antiga Moradia

Com isso, observa-se a preocupação do Setor Público em retirar as famílias de áreas que apresentavam algum risco a elas.

18% 74% 4% 3% 1% 94% 6% 0% 0% 0% 83% 16% 1% 0% 0% 97% 3% 0% 0% 0% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 0 1 a 3 4 a 6 7 a 9 Mais Cavalo Pássaro Gato Cachorro 57% 15% 9% 19% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Área de Preservação Permanente

(50)

A Figura 19 apresenta o material das antigas moradias dos usuários das UHs. Pode-se observar que 72% das famílias moravam em casas de alvenaria.

Figura 19 – Material de Construção das Antigas Moradias

Conclui-se também que para 28 % das famílias beneficiadas, a situação da moradia melhorou, levando em consideração o tipo de material utilizado para a construção das UHs.

5.3. AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO

O presente item descreve os resultados da avaliação da percepção de satisfação dos moradores do Loteamento.

5.3.1. Melhores e Piores Características do Loteamento

As citações das melhores (Figura 20) e piores (Figura 22) características foram agrupadas em categorias similares às utilizadas na estruturação do questionário e nas análises quantitativas: (UH) Unidade Habitacional; (L) Loteamento; (SU) Infraestrutura e Serviços Urbanos Relacionados ao Loteamento;

A Figura 20 apresenta a quantidade das melhores características citadas, divididas por categoria. As melhores características do loteamento citadas totalizaram 95 citações. 15% 72% 13% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

(51)

Figura 20 - Melhores Características do Loteamento

As citações das melhores características foram, em sua maioria, para a categoria Loteamento (72 citações).

O desdobramento do subproduto Loteamento inclui diversos atributos, tais como:

 Localização: diz respeito às citações relacionadas à acessibilidade para os moradores do loteamento, às demais atividades e espaços da cidade (centro da cidade, postos de saúde, comércio, transporte);

 Vizinhança: diz respeito à boa convivência entre os vizinhos do loteamento;  Equipamentos urbanos: inclui praças, quadra esportiva, estacionamentos,

creches, sedes de associação de moradores, áreas de comércio e todos os demais equipamentos que possam estar implantados na área do loteamento;  Segurança: diz respeito à tranquilidade dos moradores em transitar pelo

loteamento sem problemas de violência urbana (assaltos, assassinatos, tiroteios, pegas entre motos e carros);

 Conforto: diz respeito ao bem estar dos moradores em função de um layout de loteamento adequado (dimensões das ruas e passeios) e em relação a desastres naturais (alagamentos).

72 20 3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 L SU UH

(52)

Dentre os atributos do loteamento, a segurança foi o ponto mais citado positivamente e negativamente (Figura 21). Foram feitas trinta menções positivas à segurança. Em relação às dez menções negativas, estas foram distribuídas nos seguintes problemas: falta de segurança e entorno perigoso; violência, assaltos e tiroteios; tráfico de drogas; falta de policiamento e “pegas” entre motocicletas.

Figura 21 - Citações do Loteamento (L)

A Figura 22 apresenta a quantidade das piores características citadas, divididas por categoria. As piores características do loteamento citadas totalizaram 64 citações. 9 16 3 30 14 3 2 5 10 5 0 5 10 15 20 25 30 35

Localização Vizinhança Equipamentos urbanos

Segurança Conforto Positivas Negativas

(53)

Figura 22 - Piores Características do Loteamento

As citações de piores características foram em sua maioria para a categoria Serviços Urbanos Relacionados ao Loteamento (31 citações).

O subproduto infraestrutura e serviços urbanos relacionados ao loteamento incluem os atributos:

 Drenagem pluvial;  Fornecimento de água;  Tratamento de esgoto;

 Qualidade do calçamento das ruas do loteamento;  Coleta de lixo e limpeza;

 Fornecimento de energia e iluminação do loteamento;  Existência de animais soltos.

Dentre as citações positivas o atributo coleta de lixo e limpeza tem o maior número citações (cinco), o qual é constituído por três menções à limpeza do loteamento, duas à coleta de lixo. Dentre as citações negativas o atributo animais soltos tem o maior número de citações (onze), é o que representa a Figura 23.

25 31 8 0 5 10 15 20 25 30 35 L SU UH

(54)

Figura 23 - Citações da Infraestrutura e dos Serviços Urbanos no Loteamento (SU)

O subproduto Unidade Habitacional (UH) foi desdobrado nos atributos (Figura 24):

 Qualidade da casa;  Espaço da casa;

Figura 24 - Citações da Unidade Habitacional (UH)

A qualidade da casa e o espaço das casas empataram em citações negativas, já qualidade das casas foi também o item mais citado positivamente.

4 4 4 3 5 4 3 4 3 6 11 0 2 4 6 8 10 12 Drenagem Pluvial Fornecimento de agua e/ou luz Tratamento de esgoto

Calçamento Coleta de lixo Animais soltos Positivas Negativas 3 0 4 4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5

Qualidade das casas Espaço das Casas Positivas Negativas

(55)

No atributo qualidade da casa houve três menções positivas, estas relacionadas ao fato de as casas serem boas por não terem problemas e por não serem de madeira. Entre as citações negativas (quatro), foram registradas menções a rachaduras, ao banheiro (caimento em direção à porta e vazamentos nos encanamentos) e sobre goteiras.

5.4. ANÁLISE DESCRITIVA DO NÍVEL DE SATISFAÇÃO

A análise descritiva foi subdividida para cada subproduto (UH, B, L, S, C) do produto. Para uma avaliação geral, foi somado a cada subproduto (bloco de análise) o percentual referente às categorias de satisfação renomeadas como insatisfeito, neutro e satisfeito, gerando uma análise global por subproduto. A Tabela 4 apresenta a proporção do grau de satisfação dos respondentes

Além disso, para facilitar o entendimento da tabela os atributos acima de 50% foram destacados em negrito e fundo colorido.

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