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O brincar e o desenvolviento psiquico da criança

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNJUI

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE PSICOLOGIA

FRANCIELA FÜHR

O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DA CRIANÇA

SANTA ROSA (RS) 2014

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FRANCIELA FÜHR

O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO PSIQUICO DA CRIANÇA

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de Psicólogo.

ORIENTADORA: SILVIA CRISTINA SEGATTI COLOMBO

SANTA ROSA(RS) 2014

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Dedico esta conquista aos meus pais, Edio Führ e Seres Teresinha Führ e Anita Bortoli Jahn que foram de significativa importância para a realização deste TCC, bem como ao longo do curso que estou concluindo; ao meu namorado Everton Luis Lechuck; a minha orientadora Silvia Cristina Segatti Colombo e aos demais que de alguma forma me apoiaram no decorrer do percurso acadêmico. Muito Obrigada, de coração!

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EPIGRÁFE

BRINCADEIRAS DE CRIANÇA

Brincadeiras de criança; como é bom assim brincar; Mas, só quem entrar na roda, vai poder aqui pular.

Pular corda, cabra-cega, salvar lata e tem pião; Mãe da rua e pular cela. Não é bom soltar balão.

Dê um salto e bata as palmas; meio giro e vai-se ao chão; Meio giro agachadinho. Dê um pulo e bata a mão.

Pega-pega, duro ou mole, morto-vivo e amarelinha; De boneca ou bicicleta. Vai montar uma casinha..

Mão esquerda, mão direita; minhas mãos eu vou cruzar. E uma pomba pequenina, vai surgir para voar.

Fecho os olhos e em silêncio. Uso a imaginação: ―— Sou um príncipe ou princesa. Lobo mal, eu não sou não.‖

O pé esquerdo, o pé direito; os meus pés eu vou cruzar. E num giro, um rodopio, quase tonto eu vou ficar.

Bata as palmas bem mais forte, giro e meio e vai-se ao chão. Num só pé agachadinho, vai subindo com atenção.

Venha andar no seu carrinho, meio giro em rolimã. Esconder-se dos amigos, do irmão ou da irmã.

Vou jogar minha peteca, quem pegar, cante a canção. Dessa roda eu vou saindo, segurando a sua mão.

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O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DA CRIANÇA

Franciela Führ Orientadora: Silvia C. S. Colombo

RESUMO

O brincar é constitutivo do sujeito, ajuda no desenvolvimento, sendo uma atividade que trabalha principalmente os aspectos, cognitivo, motor e psíquico. O brincar, enquanto ação e também objeto, vem passando por grandes transformações nos últimos anos, influenciado em parte pelas tecnologias. O presente trabalho de conclusão de curso tem como objetivo trabalhar a importância do brincar no desenvolvimento psíquico da criança. Pois o brincar trabalha desde o divertimento até as frustrações, que a criança passa durante seu desenvolvimento e convivências com outras pessoas. É trabalhado sobre a importância e a cultura do brincar, bem como das brincadeiras. Abordado a função que o brincar tem na vida psíquica da criança. Sua importância na constituição da subjetividade. Feita uma reflexão sobre as tecnologias e suas influências no brincar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...6

CAPÍTULO 1 - Importância do Brincar...8

CAPÍTULO 2 - Desenvolvimento Psíquico e o Brincar...12

2.1 – O brincar constitutivo do sujeito...12

2.2 – Porque as crianças brincam...15

CONSIDERAÇÕES FINAIS...29

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INTRODUÇÃO

Sendo o brincar constitutivo do sujeito, o mesmo ajuda no desenvolvimento, sendo uma atividade que trabalha principalmente os aspectos, cognitivo, motor e psíquico. No presente trabalho será abordado o brincar enquanto atividade lúdica e fundamental para a criança. Quando brinca, a criança consegue elaborar seus conteúdos internos e lidar com eles.

O brincar, em outras épocas, era de forma diferente. As crianças construíam seus brinquedos com o que havia em sua casa. Os materiais utilizados eram: sabugo de milho, madeira, tecido, entre outros que eles encontravam em sua casa. Esses brinquedos eram confeccionados pelas crianças ou mesmo pelos seus pais.

Nos tempos atuais, os brinquedos são confeccionados pelas indústrias, o que faz com que muitas crianças tenham os mesmos brinquedos. Se tais brinquedos estragarem elas podem voltar para a loja e comprar um novo, igual ao que já tinham. Assim sendo, a única marca que fica para cada criança será somente a marca da fábrica que fez o brinquedo.

O presente trabalho monográfico é organizado em dois capítulos. No primeiro, abordaremos sobre a importância do brincar, como eram as brincadeiras antigamente e como são nos tempos modernos. No segundo capítulo subdividimos ele em dois subtítulos, o primeiro sobre o brincar como constituinte do sujeito, onde se relata como o brincar contribui para o desenvolvimento da criança. A mãe, no início da vida do seu bebê, dá sentido ao brincar, para esse constituir-se enquanto sujeito. Depois, no segundo subtítulo, será abordado o porquê as crianças brincam, sendo que a brincadeira faz parte do cotidiano das crianças, onde elas, através do brincar, vivenciarão várias experiências, que poderão ser prazerosas ou conflitantes. Tais crianças terão que lidar com esses sentimentos para conseguir resolver seus problemas.

Dando seguimento, no segundo capítulo abordaremos sobre como a tecnologia está influenciando as crianças de hoje, quando algumas substituem o brincar com outras crianças em praças ou até mesmo na frente de casa, para ficar

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fechada, jogando no computador, tablet ou celular. A questão central do trabalho é saber o que fica e qual será a influência das tecnologias para as crianças.

A metodologia utilizada no presente trabalho foi de pesquisa bibliográfica, baseada em autores que abordam sobre a temática trabalhada. As discussões teóricas propostas pelos autores pesquisados contribuíram para explicar melhor a questão que propomos para essa pesquisa, ou seja, como o brincar é importante para o desenvolvimento da criança e as influências trazidas pelas tecnologias.

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CAPÍTULO I – IMPORTÂNCIA DO BRINCAR

O brincar, de forma geral, é algo feito pela criança ou adulto para se divertir. Porém, procurando no dicionário LAROUSSE o significado dessa palavra, encontramos muitas formas de definir o brincar, como há também a palavra brincadeira que deriva da palavra brincar.

―Brincar v.i (conj.12). 1. Divertir-se, folgar. 2. Zombar, escarnecer. 3. Proceder levianamente.

Brincadeira s.f. 1. Ato ou efeito de brincar, folgança. 2. Gracejo, zombaria. 3. Jogo ou divertimento popular, adulto ou infantil.‖(LAROUSSE. 2001. pag.130.)

Olhando para o brincar e sua história, encontramos famílias de gerações anteriores à nossa, que tinham mais filhos e para entretê-los, os pais ensinavam muitas brincadeiras e como fazer alguns brinquedos com materiais do uso cotidiano, por exemplo: carrinho com sabugo de milho e boneca de pano, entre outros. As crianças aprendiam brincando com algumas coisas que utilizariam quando fossem adultos, como as meninas costurando roupas para suas próprias bonecas. Anos atrás o brincar acontecia de forma mais generalizada, pois várias pessoas passavam seus conhecimentos sobre o brincar, ensinando uns aos outros. Conforme LEVIN, os brinquedos tinham um significado para essas crianças que o possuíam, pois elas ajudavam na sua produção.

―No final do século XIX e no início do XX, as crianças brincavam com brinquedos feitos de madeira, pedra, trapo, barro e papelão. Com esses materiais eram fabricados artesanalmente cavalos, bonecas (de porcelana, para a classe, endinheirada), marionetes, bolas, bolinhas de gude, aros, arcos, objetos de puxar, pequenas cozinhas, ect.‖ (LEVIN, 2007, pág. 19.)

O brinquedo podia ser único, porque seu avô o havia feito, ou sua mãe havia costurado. Então, esse brinquedo se tornava especial, pelo fato de que se estragasse não tinha como comprar outro igual, e sim teria que fazer outro, mas poderia esse não sair igual ao que tinha sido feito antes. Assim , quando alguém dava um brinquedo, esse era único, exclusivo, pois a pessoa o havia feito com suas próprias mãos, fazendo com que o brinquedo tivesse significado especial para quem o fez e quem o recebeu.

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Segundo JERUSALINSKY:

―É claro que um objeto que se dá, como esse pequeno brinquedo, pode não ser meramente um objeto. E pelo fato de qualquer objeto ser significante para quem recebe e significativo para quem o dá, um objeto pode não ser simplesmente o que é. Assim, uma bicicleta pode ser um ‗sonho‘, como uma flor pode ser um gesto, tanto quanto um ursinho de pelúcia pode ser um companheiro de jogos ou um computador pode ser uma promessa de sucesso. É claro que um objeto que se dá passa a ser ‗outra coisa‘ dependendo do que ele signifique para a pessoa que o recebe. O objeto recebido também depende, na sua significação, de quem o enviou.‖ (JERUSALINSKY, 1999, pg,15)

A citação acima nos remete ao que já mencionamos anteriormente. Os brinquedos, enquanto objetos, antes da era industrial, eram produzidos especialmente para o sujeito destinado, mas o brinquedo não poderia ser substituído. Já nos tempos modernos, a partir da produção em série dos brinquedos industrializados, as crianças quando estragam seus brinquedos podem ir numa loja e comprar outro igual. Mas, não quer dizer que o brinquedo não tem significado para quem recebeu, ele tem sim, porém a criança sabe que se estragar pode comprar outro igual, ou até mesmo jogar o que estragou fora e comprar outro mais moderno.

Há alguns anos atrás, muitos pais faziam espadas de madeira, carrinhos de rolimã, bonecas de madeira e/ou de pano. Hoje tais brinquedos foram substituídos pelos comprados, considerando que atualmente tem alguém que os produz e, assim sendo, não é preciso que os pais façam os brinquedos para seus filhos. A marca que fica para os filhos é o nome da marca do brinquedo.

No texto de JERUSALINKY, ―Apesar de você, amanhã há de ser outro dia‖, ele faz referência a essa relação que o pai tem no fazer o brinquedo para seu filho e como isso se perde quando o brinquedo é comprado, fazendo com que prevaleça a marca.

―Essa marca per se situa o simbólico no real, isto é, fora de uma cadeia significante, já que captura o brinquedo simplesmente na repetição, na sua reprodução idêntica. Mas além desta marca, o brinquedo tem outra: os brinquedos têm a marca da ciência, isto é, a marca de um saber que não é paterno. A marca de um saber que é capaz de estandardizar os brinquedos, os objetos, até o infinito, e outorgar-lhes uma eficácia maiúscula no preenchimento da satisfação.‖ (JERUSALYNKY, 1999. p. 21).

Jerusalinky também, nesse texto, relata a sua preocupação com os brinquedos daqui para frente. Quando ele visitou o Museu de Louvre, viu um

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brinquedo de 2300 a.C e ficou impressionado como o mesmo e como a brincadeira, vinha de tantos anos atrás. Esse brinquedo era um porquinho. Na ocasião ele recebeu um questionamento de um amigo que lhe pediu como ele sabia que era um brinquedo, se havia sido encontrado somente um. A resposta dele foi muito direta, pois naquele tempo não se faziam brinquedos em série, iguais, como se faz hoje. A partir disso, o referido autor começou a pensar se algum dia nossa civilização sumisse e viessem etnógrafos para ver como éramos, encontrariam muitos brinquedos iguais e assim ficariam confusos, não saberiam como cada um era. Essa questão interroga a singularidade. Com essa interrogação, surge a questão de onde estaria a diferença e o que singulariza o sujeito no ato de brincar?

Segundo o que NASIO(1995) relata em seu livro, Winnicott aborda que a singularidade seria atribuída para o conceito do Self, que é o eu de uma pessoa:

―Segundo Winnicott, o verdadeiro self é a pessoa que é eu e apenas eu, ou seja, a pessoa que se constrói, fundamentalmente, a partir do emprego de suas tendências inatas. No começo da vida, o self verdadeiro não é muito mais do que o somatório da vida sensório-motora. Manifesta-se através dos gestos espontâneos, das idéias pessoais.‖(NASIO, 1995, p.186.)

Então o self seria a construção do eu, que a criança faz quando está se desenvolvendo, onde ela vai se conhecendo e, também, através dos estímulos que seus pais lhe dão. O self é um conteúdo do aparelho psíquico, o Id, Ego e Superego, pois a construção do narcisismo é através do self, ele que representa o sujeito e, assim, nos constituímos. O nosso self é resultado do self dos nossos pais, que seria o nosso núcleo da personalidade.

Esse self utiliza objetos externos para nos desenvolver, como os pais, têm a função de idealizar a criança, mostrando como as coisas acontecem, pois quando a criança ainda é pequena, não sabe distinguir algumas coisas, por isso que a mãe dá significados para o que seu filho faz.

A definição do self começa desde cedo na vida do bebê, pois a criança aprende que os pais são objetos especiais, que ela irá interagir de maneiras diversas. O comportamento de seus pais pode ser previsível e contagiante ao seu próprio comportamento, onde a criança aprende a reagir ao que seus pais lhe dão.

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A mãe fazendo parte desse desenvolvimento, no momento que o filho vai crescendo deverá, de forma gradativa, retirar-se para que seu filho possa através do brincar relacionar essa falta que a mãe fará dali para frente. Por isso que no brincar a criança utiliza sua criatividade para resolver seus problemas. Quando a criança brinca utilizando sua criatividade, sua personalidade integral, descobre o seu self, pois é através dele que a criança se desenvolve. Segundo WINNICOTT(1975, pág.80) “no brincar, e somente no brincar, que o individuo criança ou adulto pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o individuo descobre o eu (self)”

A criança utiliza o brincar para se constituir e construir suas capacidades, visto que é através desse brincar que ela mostra a realidade que vive. No brincar, a criança demostra como é sua vida no cotidiano e como os adultos agem quanto aos seus problemas, mostrando para elas como resolvê-los. Todos esses problemas causam angústia que também é um fator importante para a criança, pois quando ela brinca e essa brincadeira lhe causa angústia, ela consegue iniciar uma relação emocional e, assim, conseguindo desenvolver contatos sociais.

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CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO E O BRINCAR

O brincar ajuda na constituição de uma criança. Através do brincar ela desenvolve muitas capacidades. CORIAT(1997), ressalta que o brincar é uma atividade central e constituinte na vida da criança. A autora também relata uma citação de Freud, onde ele destaca que o brincar transforma em ativo o que a criança sofreu passivamente, sendo o brincar um cenário no qual a criança apropria-se dos significantes que a marcaram.

2.1 – O brincar constitutivo do sujeito

Quando a criança nasce, ela encontra toda uma organização, uma cultura, que ela terá que internalizar, pois isso vai fazer parte, da sua constituição psíquica. Esta implica numa construção que ela dará sentindo à experiência da própria existência, das relações sociais que ela estabelecerá.

O corpo da criança vai ao encontro dessa cultura, onde esse Outro, já tem prescrito o que deseja para o bebê. Esse Outro, em que a primeira letra é maiúscula, quer nós remeter ao que Lacan coloca sobre essa pessoa que tem grande significado para a criança. Pois as palavras que esse traz para a criança são de grande importância, é através delas que a criança vai se ver a no outro. A criança é incluída nesse discurso que precede sua existência. Ela é inserida no contexto para se desenvolver.

A criança, quando ainda é bebê, não consegue falar e nem sobreviver sozinha, dependendo, assim, do que o Outro entender que ela quer, pois a única forma de comunicação é o choro, resmungo ou um sorriso. Um exemplo é quando a criança chora, a mãe vai interpretar esse choro como se a criança está com fome, fez xixi ou cocô, então dará uma significação para isso, satisfazendo o que a criança precisava. Assim, a criança aprende que se ela chorar a sua mãe terá uma reação e fará o que ela pede.

Todos esses cuidados que a mãe dá para seu filho são cuidados básicos que uma criança necessita como, por exemplo, amamentar, trocar fraldas, dar comida,

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entre outros, estabelecendo desse modo uma relação afetiva, o diálogo, o olhar, o tocar, o colo, tudo isso permite a sobrevivência física e psíquica da criança.

Quando a mãe cuida de seu bebê como, por exemplo, quando troca a fralda, ela pode brincar, conversar e explicar as partes do corpo da criança, assim ela vai se desenvolvendo com o que a mãe vai falando. Outro momento importante para o desenvolvimento da criança é quando a mãe está amamentando seu filho. Nesse momento, ela deve olhar para seu filho, mostrar o quanto ele é importante para ela, acariciando-o, conversando, vivendo esse momento, pois a criança quando está mamando brinca com o seio de sua mãe, porque entende que o seio faz parte dela. A criança necessita sentir o aconchego que a mãe dá quando está amamentando, pois ela lhe é importante. As duas têm desejos e anseios.

Lacan nos traz que quando a criança começa a se reconhecer com um esboço de eu, ela está passando pelo Estádio do Espelho, que é a problemática psíquica que retira a criança da condição de infans e inaugura a constituição de um esboço do eu e de um corpo. ROUDINESCO, relata o Estádio do Espelho que é:

―(...)para designar um momento psíquico e ontológico da evolução humana, situado entre os primeiros seis e dezoito meses de vida, durante o qual a criança antecipa o domínio sobre sua unidade corporal através de uma identificação com a imagem do semelhante e da percepção de sua própria imagem num espelho.‖ (ROUDINESCO,1998, p.194)

Assim sendo, o Estádio do Espelho é quando a criança se reconhece com o ser desejante, que tem suas próprias vontades, através do desejo de sua mãe. A criança vai construindo um mundo a partir do que a mãe sustenta, assim, a criança se espelha no discurso do Outro.

Um exemplo que o brincar ajuda no Estádio do Espelho, é quando a mãe coloca seu bebê na frente de um espelho e começa a dizer que aquele bebê que está refletido no espelho é o ―bebê da mamãe‖, daí a criança fica confusa, pois ela primeiro fala isso colocando a mão no bebê e depois aponta para o espelho, onde para a criança existe outro bebê, e esse também é o bebê da mamãe. Somente depois de um tempo é que a criança descobre que aquela imagem refletida no espelho é ela mesma.

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As principais construções psíquicas são o esboço do eu e a imagem corporal, que seriam os desejos sustentados do ―outro‖, da mãe, que formariam um ser que ela deseja, e através desse desejo a criança vai se formando e se tornando o ―eu‖ desejado pela mãe, mas a imagem corporal seria também esse desejo, pois quando a criança se vê no espelho ela enxerga o ―eu‖ desejante da mãe, o que a mãe idealizou para ela.

Para a criança conseguir se constituir será preciso que surja a falta da mãe, para assim aparecer o seu ―eu‖. Isso acontecerá através do ―For-da‖, que é um conceito trazido por Freud, onde a criança trabalha a perda e o retorno de sua mãe para si.

Esse jogo foi apresentado por Freud (1920), onde ele relata uma experiência em que a criança jogava o carretel e logo após o puxava novamente, ela fazia isso muitas vezes. Mas isso acontecia quando a sua mãe saía de casa. Freud percebeu que a criança quando jogava o carretel falava ―for‖ e quando trazia de volta dizia ―aaa‖, então Freud concluiu que quando a criança jogava o carretel ela dizia fora e quando o trazia de volta dizia veio, então formou a palavra ―For-da‖.

Esse jogo também é uma brincadeira em que a mãe vai trabalhando a falta. O jogo consiste em a mãe colocar um pano em frente ao seu rosto e dizer ―onde está o bebê da mamãe?‖, logo após baixar o pano e dizer ―achei!‖, assim fazendo com que a criança perceba que a mãe vai embora, mas volta.

Numa reportagem no Jornal Noroeste, do dia 14 de novembro de 2014, tendo como título ―O brincar no desenvolvimento infantil‖, Camila Nielsen e Carinne Juliê Schöffer relatam que o brincar ajuda no desenvolvimento da criança, sendo que através do brincar a criança vivencia muitas experiências.

Segundo NIELSEN e SCHÖFFER:

―É brincando que se tem as primeiras formas de aprendizagem e também do desenvolvimento da cognição, da motricidade, da socialização, da linguagem, da afetividade e de outros fatores que irão estimular e preparar a criança para a apreensão do mundo.

Em seus primeiros anos de vida a criança desenvolve condições sensório-motoras para a exploração do meio.‖ (NIELSEN e SCHÖFFER, 2014, pág.34)

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No momento que a criança brinca, ela está desenvolvendo várias áreas, mas também desenvolvendo seu lado psíquico, pois vai vivenciar muitas experiências e terá que lidar com cada uma delas. Nielsen e Schöffer(2014) relatam que o brincar também é a forma que as crianças utilizam para expressar seus sentimentos, pois é através do brincar que ela expressa suas emoções. O brincar é uma das formas de canalizar as angústias, afetos e conflitos que a criança terá que trabalhar. As crianças repetem algumas vezes essas angústias, afetos e conflitos, para conseguir elaborar a melhor forma de solucionar o problema. As referidas autoras, concluem que o brincar é uma ferramenta de comunicação e interação entre quem brinca e o meio em que vive, pois o brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança.

A criança, segundo JERUSALINSKY(2004), brinca de cair e não cair, que é uma brincadeira quando a criança anda na borda de um muro, coloca o brinquedo na ponta da mesa, entre outras brincadeiras, onde Jerusalinsky quer demonstrar a possibilidade da estruturação do espaço e das condições da separação.

Para JERUSALINSKY:

―[...]jogar brinquedos fora do berço, empurrar objetos lentamente até a beira da mesa, até sua precipitação, espiar pelas frestas, remexer nos buracos e nas pequenas aberturas, andar pelas beiradas e por todo lugar que ofereça o risco de uma queda (jogos pelas quais – a taquicardia dos pais o sabe muito bem – as crianças sentem uma verdadeira paixão), o brincar de cair (em uma piscina, da poltrona da sala, sobre colchões), saltar de uma altura ‗impossível‘, tocar o que não se pode, entrar onde não se entre. Enfim as crianças são ‗especialistas‘ em andar pela borda, em um indagação constante sobre a extensão e a aplicabilidade da ruptura que a palavra introduz na motricidade e no olhar.‖ (JERUSALINSKY, 2004, pág. 158)

O brincar de cair e não cair é também perder e não perder a mãe, onde a criança testa o limite de seus pais e como trabalharia esse limite que eles lhe impõem, pois a criança tem que aprender a lidar com o ―não‖ que seus pais vão lhe dizendo durante seu crescimento e desenvolvimento.

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2.2 – Porque as crianças brincam

Pensando no porquê as crianças brincam, utilizaremos como referência o autor WINNICOTT(1985), que no livro ―A criança e seu mundo‖ expõe as razões pelas quais uma criança brinca. Destaca que no brincar a criança terá experiências físicas e emocionais. E ressalta, também, que a criança terá experiências utilizando materiais e sua criatividade para conseguir sentir prazer quando estiver brincando.

O autor acima mencionado destaca que a criança, quando brinca, coloca para fora seu ódio e suas agressões, mas também relata que essas agressões não são coisas das quais podem livrar-se, pois elas fazem parte do sujeito. WINNICOTT(1985, pág.161) completa que “verdade em parte, porque o ressentimento recalcado e os resultados de experiências coléricas podem ser encarados pela criança como uma coisa má dentro dela.” Porque essas vivências que a criança passa em seu meio, influência na forma que ela brinca e como vê as coisas ao seu redor. Quando ela vivencia um ambiente bom, consegue tolerar esses sentimentos de agressividade, onde ela colocará na brincadeira de forma mais aceitável.

O próprio WINNICOTT (1985, pág. 162) destaca que “devemos aceitar a presença da agressividade na brincadeira da criança, e esta sente-se desonesta se o que está presente tiver de ser escondido ou negado.” Então a agressão em certo ponto pode ser agradável, mas ela, para a criança, pode causar alguns danos, pois a criança terá que reagir a algumas complicações que essa agressão causou.

Não podemos rejeitar esses sentimentos agressivos que a criança expressa na brincadeira, porque através dele conseguiremos enxergar a causa dessa raiva, que, por algumas vezes, pode ser de nós mesmos, onde a criança expressará como se sente em relação a nós e por causa disso não devemos ficar tristes e, sim, tentar achar a causa de comportamento agressivo, quando a criança brinca.

WINNICOTT destaca:

―Conquanto seja fácil perceber que as crianças brincam por prazer, é muito mais difícil para as pessoas verem que as crianças brincam para dominar angustias, controlar ideias ou impulsos que conduzem á angustia se não forem dominados.‖ (WINNICOTT, 1985, pág. 162)

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Essa angústia está presente muitas vezes nas brincadeiras das crianças. Ela expressa como está se sentindo em relação a alguma coisa que está acontecendo consigo, ao seu redor. A angústia, segundo WINNICOTT(1985), é um fator importante na brincadeira infantil. Ela é trazida pela criança de várias formas, quando a brincadeira fica compulsiva, repetitiva, exagerada, fazendo com que assim surja uma procura incessante por uma gratificação sensual.

Quando a criança brinca ela adquire algumas experiências, onde essas ajudam na vida da criança. WINNICOTT(1985, pág.163) destaca que “as experiências tanto externas como internas podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e na fantasia.” Podemos afirmar que as experiências vividas pelas crianças, através do brincar, ajudam para desenvolver sua criatividade, pois através disso ela estimula sua imaginação. Os adultos contribuem para essas vivências, trazendo as brincadeiras tradicionais, ensinando para as crianças o que eles brincavam quando eram crianças.

Quando a criança nasce ela começa a brincar sozinha ou com sua mãe, mas quando cresce começa a se relacionar com outras crianças, fazendo com que se ajuste ao que os outros também querem e é através do brincar que ela começa a manter relações de amizade e de inimizades, pois os que não pensam como ela serão seus inimigos.

O brincar ajudará a lidar com essas opiniões controversas, pois a brincadeira, segundo WINNICOTT(1985, pág. 163), “fornece uma organização para a iniciação de relações emocionais e assim propicia o desenvolvimento de contatos sociais.” Através disso a criança vai compreendendo como poderá lidar com as crianças que convive e como resolver quando alguma não concordar com ela.

Outro autor que também escreve sobre o brincar é Ricardo Rodulfo (1990), em seu livro ―O Brincar e o Significante – um estudo psicanalítico sobre a constituição precoce‖. Nesta obra ele traz algumas teses sobre o brincar, que descrevemos sintetisadamente a seguir:

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A primeira tese é o brincar aquém do jogo do carretel, onde ele traz já de início a diferença do brincar e do brinquedo. Ele trata o brinquedo como um produto de certa atividade, pois esse será utilizado para brincar. Rodulfo(1990, pág.91),.conceitua o brincar como “fio condutor que podemos tomar para não nos perdermos na complexa problemática da constituição subjetiva.” Assim sendo, ele relata que o brincar é um fio que passa por toda a constituição do sujeito, onde para poder se desenvolver o sujeito necessita do brincar. Também segundo o referido autor, o brincar ajuda nos primeiro anos de vida da criança a se conhecer e a se auto desenvolver.

Na segunda tese, o autor aponta o brincar como o espaço das distâncias abolidas. Onde ele relata que a criança, através do brincar, se autocura de suas experiências traumáticas. RODULFO(1990,pág. 113) referencia que “o brincar representa uma função tão essencial, no exercício da qual a criança vai se curando por si mesma, em relação a uma serie de pontos potencialmente traumáticos” Podendo, assim, afirmar que a criança utiliza o brincar para conseguir se ―curar‖ dos seus traumas.

Já na terceira tese, o brincar é o desaparecimento simbolizado. Traz alguns exemplos que a criança brinca através do ―For-da‖. Quando uma criança descobre a porta de casa ou de um armário, ela pode ficar um certo tempo abrindo e fechando-as, pois assim ela faz surgir e desaparecer o Outro, que tem significância para ela.

Outra brincadeira é dizer ―não‖ para tudo. O brincar de não ajuda na constituição subjetiva da criança, pois a criança observa que quando diz não o Outro tem uma reação, fazendo com que assim essa brincadeira para a criança seja algo divertido.

As teses de Rodulfo, trazem algumas visões diferentes de outros autores que trabalham também sobre o brincar, como Winnicott e Freud, onde eles se referem, de uma forma mais generalizada, o quanto o brincar ajuda na constituição de sujeito, que a criança vai construindo ao longo de sua vida. Rodulfo concorda em algumas coisas com Winnicott e Freud, pois ele utiliza tais autores para ressaltar seus pontos de vista e sobre o que o brincar ajuda na constituição do sujeito. Pois o próprio Rodulfo relata que o brincar está nas coisas que a criança vivencia nos seu dia a

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dia, ela não precisa de algum objeto específico para conseguir se desenvolver, tudo que ela passa no seu cotidiano ajuda no seu desenvolvimento.

Há algumas atividades que proporcionam o desenvolvimento motor, psíquico e cognitivo. Um exemplo disso é o chocalho, sendo esse um dos primeiros brinquedos da criança, onde ele estimula a atenção, motricidade fina e ampla. Quando a criança pega o chocalho ela morde, chupa, sacode e explora, estimulando assim seu desenvolvimento.

Outras brincadeiras, é de esconder objetos e também do adulto se esconder da criança para trabalhar a relação de presença e ausência. ABERASTURY destaca:

―Brincar de se esconder é a primeira atividade lúdica e com ela elabora a angústia de desprendimento, a desolação por um objeto que deve perder (...) desaparece atrás do lençol e torna a aparecer; desta maneira, o mundo momentaneamente se culta e ela volta a recuperá-lo quando seus olhos se libertam do objeto atrás do qual estava escondida. Brincar também com os olhos: fechá-los e abri-los é perder o mundo e possuí-lo.‖ (ABERASTURY, 1992, pag.26)

Nessa brincadeira trabalha-se o ―For-da‖ de Freud, onde ele diz que a criança trabalha a perda de sua mãe e o retorno dela para si. Inconscientemente trabalha a perda da mãe e o surgimento dela para que assim, quando for, um exemplo, para a escola conseguirá se desprender mais fácil da mãe, pois saberá que ela voltará mais tarde.

Também, em relação ao ―For-da‖, SOUZA e ENDO abordam que:

―[...] Mais além do princípio do prazer, analisa com bastante profundidade a experiência psíquica do trauma. Descreve em detalhes uma brincadeira de seu neto que vai lhe dar oportunidade de aprofundar sua brilhante concepção sobre a invenção da linguagem. Ele observa o neto brincando com um carretel logo depois que a mãe deixa a casa. A criança brinca com uma bobina amarrada a um cordão: joga longe a bobina e emite um som o-o-o-o-o-o que Freud identifica como fora (fort). Um pouco depois puxa o pequeno carretel pelo cordão e emite um alegre a-a-a-a-a-a interpretando por Freud como aqui (da). Nesse jogo de presença e ausência nasce a linguagem como forma de ‗invenção simbólica‘ que busca contornar a experiência radical da ausência da mãe.‖ (SOUZA e ENDO, 2009, pág. 69)

A citação exemplifica o que relatávamos anteriormente, apresentando como a criança brinca e aprende. Como ela pode perder a sua mãe e também trazê-la de

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volta e isso é um exemplo de como, às vezes, o brincar nem sempre é prazeroso, pois perder algo traz um sentimento de frustração para a criança, fazendo com que aprenda, desde pequena, que nem sempre ganhará tudo e que, às vezes, as coisas não acontecem como ela quer.

Nesse jogo do ―For-da‖, a criança separa-se do Outro Primordial, que é a sua mãe, possibilitando, assim, a criança trabalhar com a ausência dela, simbolizando a falta materna. Esse jogo ela continuará fazendo com os objetos que jogar longe e puxar de volta, representando a mãe que vai embora e depois volta.

Segundo JERUSALINSKY:

―O jogo do ‗for-da‘, descrito e interpretado por S. Freud em Além do principio do prazer, assinala um movimento constituinte do sujeito, no qual a pequena criança captura, na descontinuidade do significante(...), a imagem de si mesma vista ou não vista pelo Outro, o que implica colocar em série ausência-presença. Esse momento, que lhe permite ordenar em palavras o olhar desse Outro Primordial – constituído tipicamente por sua mãe -, captura, retrospectivamente, os pequenos e minuciosos ensaios que, desde bebe, percorre nos jogos de imitação.( JERUSALINSKY, 2004, pág, 157)

O brincar é centrado na emoção e no prazer, mesmo quando ele traz angústia e sofrimento. Quando isso acontece, a criança demostra emoções negativas. Então o jogo funcionará, para ela, como uma forma de colocar para fora o que lhe atrapalha, para que ela possa dar lugar para as emoções positivas.

No brincar existem etapas: primeiro a criança brinca sozinha, manipulando como ela quer o brinquedo. Depois ela começa a interagir com os adultos e, às vezes, até com outras crianças. Numa etapa seguinte, brinca com um amigo e começa a descobrir as alegrias e as frustrações de brincar em grupo, pois nem sempre a sua opinião será válida, assim ela vai crescendo emocionalmente.

Por isso ABERASTURY(1992, pág 13) coloca que Freud “ensinava que uma criança brinca não somente para repetir situações satisfatórias, mas também para elaborar as que lhe foram traumáticas e dolorosas.” Porque no momento que a criança brinca, ela traz o que lhe causou angústia ou trauma.

As frustrações também acontecem quando estão brincando em grupo e alguém não aceita a opinião da criança, isso lhe causa frustração. Mas ela precisa

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aprender a perder e ganhar. Um exemplo é o Ludo, um jogo de tabuleiro, onde a criança que conseguir dar toda a volta primeiro, com seus 4 peões, vence. O autor referido anteriormente comenta sobre esse jogo:

―O ludo permite á criança simbolizar uma prisão inicial, cuja saída para o mundo depende da sorte: o dado. Uma vez que saiu de sua guarita, percorre um caminho saltando obstáculos ou recebendo vantagens. Este caminho é o símbolo do que percorrerá na vida até chegar ao sucesso ou ao fracasso. Só poderá decidir se utilizará suas quatro fichas desde o principio, ou se economizará alguma para uma possível estratégia final. Desse modo o ludo simboliza para a criança o manejo de suas forças nesta luta de adaptação e conquista do mundo.‖ (ABERASTURY, 1992, pág.70)

Esse jogo é de sorte, mas também trabalha na criança a perda, porque ela pode estar ganhando, mas se seu colega consegue um número maior, passa a sua frente e ganha. Causando assim frustração, porque ela estava ganhado e agora perdeu. Isso acontece na vida cotidiana da criança, onde ela vai passar muitas situações em que perderá e terá que lidar com esses sentimentos.

Encontramos em brincadeiras como o bingo, jogos de cartas, essas frustrações também. Por exemplo o Pife, Mico Preto, entre outros, trabalham a angústia, pois num momento está ganhando e no outro perdeu. No bingo por um número que falta, pode perder, pois outra pessoa também poderia estar só por um número e esse ter sido sorteado. No jogo de cartas, como o Mico Preto, a pessoa pode estar com quase todos os pares dos animais, mas falta um par para completar e outro jogador consegue, ganhando o jogo.

Então as crianças passarão por algumas angústias na suas vivências em grupos, mas terão que ter um meio que sustente e explique que nem sempre conseguirá o que quer e, também, nem sempre ganhará. Por isso que o brincar ajuda nesse sentido, pois através da brincadeira saberá como lidar com essas angústias.

É no brincar que a criança elabora hipóteses para resolver seus problemas e tomar atitudes que, muitas vezes, passam do seu comportamento habitual, ela busca alternativas para transformar a realidade, onde através de seus sonhos e desejos a brincadeira a ajude, a criar e recriar situações que a angustiam, fazendo com que assim satisfaça as necessidades presentes em seu interior.

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É no brincar que a criança coloca toda sua imaginação, onde ela tem o espaço para ser e fazer o que quiser, sem um adulto para dizer que aquilo é impossível. Encontramos na reportagem de CORSO, no jornal Zero Hora, de 12 de outubro de 2014, um relato sobre o brincar de faz de conta, tanto para meninos, quanto para meninas.

―Brincar serve para fazer de conta que o futuro chegou ou que temos superpoderes. É um contraponto providencial para quando somos pura promessa e nos sentimos frágeis e desamparados. As fantasias com as quais se brinca são a projeção de um ideal que a criança pode vestir de mentirinha. Pode-se fazer de conta que se é grande, mas também pode-se dispor de raios fulminantes, palácios suntuosos, animais mágicos, voar e fazer viagens intergalácticas, lutar contra monstros, morres e acordar, tudo isso com a simples ajuda de objetos inertes e imaginação.‖(CORSO,2014, pág37)

Nessa reportagem, CORSO trouxe como algumas crianças vivenciam hoje, no brincar, a imaginação. Destaca que se a criança não estiver envolvida nesse contexto, não conseguirá imaginar e nem entrar na brincadeira, pois a imaginação, junto com as outras crianças, seria algo mágico e de suma importância para o seu desenvolvimento. Nessas brincadeiras a criança trabalha algumas angústias e vivências, que ajudarão na forma de como resolver alguns conflitos.

SOUZA e ENDO, retomam Freud:

―No jogo, a criança reinventa o mundo, cria suas próprias regras, brinca com a linguagem, muitas vezes construindo associações inusitadas e achando sentidos inesperados.

O brincar é, portanto, algo sério, e sabemos que a criança se dedica a essa atividade com muita energia.‖ (SOUZA e ENDO, 2009, pág. 65)

Podemos ver na citação acima que Freud quer mostrar como a criança dá significado para o brincar, e como isso deve fazer parte do seu cotidiano, pois é no brincar que ela está criando seu mundo, e é nesse mundo que ela associa o que aprende com as pessoas que a rodeiam. Nesse brincar ela, utiliza, às vezes, alguns objetos que poderíamos chamar de brinquedos, pois são objetos que a criança utiliza para brincar.

Esse brinquedo é um símbolo que a criança imagina ser algo para a sua brincadeira. Como exemplo, com um cabo de vassoura a criança pode imaginar um cavalo, onde esse cavalo irá cavalgar, pular, galopar, cair, levantar, relinchar e correr. Mas, se a imaginação, estiver presente nessa criança, ela irá até pensar que

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esse cavalo pode voar, morder, falar, morrer, lutar, entre outras coisas. Só que isso acontecerá se ela tiver vivências com outras crianças, que imaginarão junto com ela todas essas coisas e muitos lugares para onde eles poderão viajar, com seu cavalo de pau imaginário. LEVIN traz que:

―O brinquedo é símbolo de um vazio gerador de novas imagens e invocador de espaços ficcionais; logo, poderíamos defini-lo como um ‗objeto sem‘; com isso queremos exprimir que a criança constrói, por exemplo, um objeto-revolver que não mata, um carro que não poder ser dirigido, um avião que não voa ou uma comida que não é para ser comida. Portanto, a condição de ‗objeto sem‘ que caracteriza o brinquedo vale pelo que não é, pelo que falta, pelo que não pode realizar e, por sua vez, é essa impossibilidade que o causa como objeto de desejo.‖ (LEVIN, 2007, pág. 57)

Segundo o autor mencionado, o brinquedo é aquilo que pode não ser na realidade do objeto, mas na imaginação da criança ele se transforma em tudo que ela deseja. Por isso que a imaginação é importante para o desenvolvimento da criança, pois se ela olhar o cavalo numa tela de computador ou num jogo de vídeo game, ela não poderá fazer o que quiser com ele e, sim, só o que está programado nesse jogo. A imaginação, nesse exemplo, existe até certo ponto, pois aquilo que está sendo mostrado para a criança já está pronto. Assim, ela imagina conforme o programa vai mostrando para ela.

LEVIN(2007) nos mostra alguns exemplos de jogos e brincadeiras da atualidade. Um dos exemplos é quando brincávamos de casinha, onde tinha a mãe, o pai, o filho, a tia, o tio, o vô, a vó, entre outros da família e dos vizinhos. O mesmo autor nos mostra como hoje os jogos são adaptados aos que se jogavam antigamente.

Segundo LEVIN:

―Alguns anos atrás – ‗antigamente‘ – as crianças pequenas brincavam de papai e mamãe: elas se fantasiavam, maquiavam, conversavam, comiam, dormiam, ‗fingiam‘ ir trabalhar ou viajar, ‗como se‘ tivessem bebês para cuidar e ensinar, além de muitas aventuras mais, recriando de maneira imaginaria e cênica o que bem queriam.‖( LEVIN, 2007, pág. 76)

Então, hoje, algumas crianças trocaram as brincadeiras de casinha, como eram chamadas há alguns anos atrás, por um jogo The Sims, que é um jogo no computador, onde a criança tem a liberdade de poder escolher como quer que sua família seja. LEVIN explica como é o jogo:

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―[...] para começar é preciso criar uma família que recebe uma quantia de dinheiro para comprar uma casa, moveis, aparelhos, ect. O jogo permite escolher o aspecto físico e a personalidade de cada membro da família, além do sexo e identidade sexual, idade, quantidade de personagens e outras características.‖ (LEVIN, 2007, pág. 77)

Tudo isso a criança faz no início do jogo, depois quando começa a jogar, tem que ir trabalhar para conseguir mais dinheiro e pagar suas contas, como por exemplo, pagar o que comeu, serviços que utilizou. Se tiver criança, essa tem que ir à escola. O jogo é todo controlado pelo jogador, onde ele tem autonomia de fazer o que quiser com os seus personagens, mas eles pedem algumas coisas que o jogador tem que estar disposto o tempo todo a fazer, como quando sentem fome, o jogador tem um tempo limite para alimentar o seu personagem, senão perde o jogo todo.

Isso tudo, segundo LEVIN, mostra que:

―Esta comunidade familiar monopólica, mercantilista e virtual substitui cada vez mais a desvalorizada brincadeira cênica de papai e mamãe, que se torna ultrapassada perto de uma tecnologia digital que transforma as crianças em consumistas solitários, individualistas e onipotentes.‖ (LEVIN, 2007, pág. 78)

Hoje, quando uma criança recebe um brinquedo, ela, no início, apresenta muita alegria, brincando com ele por alguns dias, até não achar mais graça e querer outro. Isso nos mostra que alguns brinquedos atualmente são descartáveis, pois não duram muito, fazendo com que, assim, a criança deseje logo outro para saciar essa falta que sente, fazendo surgir um ciclo que nunca acaba.

Quando a criança brinca em grupo não tem como ela se sentir desestimulada, porque ela aprende a esperar sua vez e interagir de forma organizada, respeitando as regras. Com o grupo ela aprende que para poder ganhar todos têm que cooperar, que a vitória depende de todos e, também, aprende a ganhar e a perder.

O brincar faz a criança entender o mundo lá fora, ela testa suas habilidades (correr, pular), aprende as regras, alcançar os resultados positivos e negativos dos seus feitos (ganhar, perder, cair e levantar), vendo o que pode e não repetir na próxima vez (ter mais calma, não ser teimoso).

O brincar faz parte da vida da criança, ela consegue desenvolver-se física, emocional, cognitiva social e psicologicamente, pois através do brincar estimulam-se

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muitas áreas do desenvolvimento. Brincando ela interage com seus amigos e aprende a conviver em grupo.

Um bom exemplo é quando as crianças brincam de boneca, elas são mães e dão comida, mexem no fogão de brinquedo, lavam roupa, tudo nessa imaginação sem se machucar, mas quando voltam para a realidade, onde não podem mexer no fogão, não são mães ainda, elas apenas haviam retratado como elas vêem suas mães trabalhando.

Segundo ABERASTURY:

―A menina[...]prefere um brinquedo mais tranquilo: entretém-se com bonecas, prepara comida, serve o chá, finge relações sociais, entra na aprendizagem das características femininas com as quais procura identificar-se com a sua mãe. Costuma pedir-lhe roupa e fantasiar-se.‖(ABERASTURY, 1992, pág. 64)

A menina como já mencionamos anteriormente, neste estudo, traz no momento de sua brincadeira o que enxerga de sua mãe no cotidiano, onde ela na fantasia, imaginação, quer mostrar como a mãe é para ela. Por isso que na citação acima mostra como a criança brinca retratando sua mãe, pedindo-lhe até suas roupas para ficar mais parecida possível.

O brincar é uma função universal presente em todas as culturas, porque é necessária para o sujeito poder apropriar-se do universo simbólico onde pertence, sendo que seus significantes serão repassados pelo convívio com os outros.

Hoje o brincar está diferente, pois as crianças brincam sozinhas em seus tablets, celulares ou notebooks, onde jogam em rede com outras crianças. Essas brincadeiras estimulam seu raciocínio, mas a sua energia física fica contida.

Conforme LEVIN:

―O mundo e a cultura das crianças mudaram.[...]. São outros os brinquedos que lhes são oferecidos, com os quais elas ocupam o tempo. As crianças da atualidade têm outro jeito de brincar, imaginar, sofrer, pensar e construir sua realidade infantil.[...] Hoje, o fascínio e a sedução exercidos pela imagem estão em posição central.(LEVIN. 2007, pg.11.)

Atualmente as tecnologias chamam muita atenção, porque a criança pode ter o controle de tudo, onde ela acha que está comandando, mas na verdade quem comanda é a própria máquina.

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Nesse sentido, LEVIN acrescenta:

―Nós rejeitamos a imagem do brinquedo que entretém a criança, brinca com ela e a coloca em posição absolutamente fixa e passiva, na qual o menino é o reflexo do brinquedo e não o contrario. Nessa situação, o brinquedo é o protagonista e parece desfrutar da criança, num relacionamento em que o ‗poder‘ é exercido pelo objeto, paralisando assim o impulso da imaginação infantil.‖ (LEVIN, 2007, pág. 27)

A criança em relação ao brinquedo se torna o que está sendo controlado, porque ela fica de fora só olhando o brinquedo brincar e acha que porque tem um controle remoto está controlando ele, mas bem pelo contrário, é o próprio brinquedo que controla a criança.

Então, quando uma criança imagina que ela somente tem o controle de tudo, no momento que fará contato com outras crianças, poderá não aceitar a opinião dos outros ou a forma de como os outros pensam em fazer, pois no mundo dela, quem diz como tem que ser as coisas é ela, fazendo com que, assim, todo mundo tenha que segui-la. Podendo ser isso uma das causas das crianças chegarem a ter transtornos e sintomas parecidos com os dos adultos, pois segundo LEVIN, os transtornos seriam:

―[...]distúrbios na alimentação, na aprendizagem, na atividade escolar, no desenvolvimento psicomotor, na linguagem, estruturação subjetiva, além de sinais de depressão, agressão, insônia, tédio, dependências, estresse, abulia, superexcitação, fadiga, inibição, apatia e violência que motivam constantes consultas e preocupações, tanto no âmbito clinico quando no educativo.‖ .(LEVIN, 2007, pg.12-13.)

A criança que corre, canta, representa, explora os próprios limites e amplia o domínio corporal, no grupo de amigos, aprende a negociar, desenvolver noções de respeito e solidariedade, exercitar a comunicação e o raciocínio. O faz de conta traz a oportunidade de experimentar diferentes papeis e situações, como um treino para a vida adulta.

Uma criança que é estimulada desde bebê, vai ser uma criança muito desenvolvida, e principalmente muito esperta, porque os seus pais vão ensinar desde cedo o que ela precisa saber, mostrando de uma forma divertida e alegre. Estímulos e cuidados de quem está com essa criança ajudarão para ela conseguir se desenvolver, e tornar-se uma criança capaz de fazer muitas coisas, sabendo que

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terá o amparo de seus pais ou de quem está com ela. Então essa criança desenvolverá muitas competências.

Podemos mostrar isso na citação abaixo, onde, segundo SCHNEIDER e RAMIRES:

―Os primeiros anos de vida de uma criança constituem um período crucial para o seu desenvolvimento, em todas as esferas que compõem: afetiva, cognitiva, social, física. Desenvolvimento é definido como um processo de mudança no qual a criança passa a dominar níveis cada vez mais complexos de movimento, pensamento, sentimento e de interação com pessoas e objetos do ambiente. Desenvolvimento infantil envolve tanto um gradual desdobramento das características biologicamente determinadas quanto de traços que resultam das experiências e aprendizagens infantis. Os aspectos físicos, mental e emocional são fundamentais no desenvolvimento global da criança. A aprendizagem é também crucial para o desenvolvimento. É definida como o processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, hábitos e valores a partir da experiência, experimentação, observação, reflexão e/ou estudo e instrução.‖ (SCHNEIDER e RAMIRES

2007,pág. 36, apud MYERS 1995, apud EVANS, 200)

Assim sendo, o desenvolvimento da criança está agregado a muitas coisas que se entrelaçam com a presença da mãe, dos estímulos que partem das pessoas que estão junto dela, das relações que ela faz com as outras pessoas, e de como ela se comporta diante dos desafios diários que lhe são lançados.

Segundo OPAS,“o desenvolvimento infantil é um processo complexo e continuo por meio do qual a criança adquire capacidades crescentes para mover-se, coordenar-se, pensar, sentir e interagir com os outros e com o meio que o rodeia.”(SCHNEIDER e RAMIRES, pág.36-37, apud OPAS, 1999.). Podemos entender que todas essas relações que as crianças fazem com outras e do lugar onde vivem, ajudam no seu desenvolvimento. O mesmo autor coloca que o processo de desenvolvimento é multidimensional, onde inclui a dimensão psicomotora, que é a capacidade da criança se movimentar, de se coordenar nos seus movimentos. Tem a dimensão cognitiva, que seria o pensar e o raciocinar; a dimensão emocional, que é o sentir, ter autoconfiança e, por fim, a dimensão social, que seria as relações que as crianças fazem com os outros. Todas essas dimensões têm que estar relacionadas, isto é, andar juntas para que a criança se desenvolva bem.

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Segundo SCHNEIDER e RAMIRES:

―Enfim, pode-se afirmar que a qualidade dos cuidados recebidos na primeira infância é decisiva para o desenvolvimento saudável da criança. A capacidade de percepção, a memoria, o desenvolvimento da linguagem, da atividade simbólica e das estruturas de pensamento, todas essas são dimensões sensíveis á qualidade desses cuidados.‖ (SCHNEIDER e RAMIRES,2007, p.43)

Podemos destacar que todos os cuidados que a mãe dá para a criança fazem com que ela se desenvolva saudável, onde ela poderá ser capaz de lidar com várias situações do cotidiano, sabendo que o olhar que sua mãe lhe passa é a forma dela se sentir segura para experimentar novas aventuras.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho de conclusão de curso foi abordado como o brincar é importante para o desenvolvimento da criança, pois, anos atrás, os pais faziam os brinquedos para seus filhos ou, até mesmo, os próprios filhos confeccionavam seus brinquedos com o que tinham em casa.

Isso ajudava as crianças a darem valor ao que ganhavam, pois o brinquedo, muitas vezes, era único, visto que seus avós e pais faziam com o que possuíam em casa. Quando a criança estragava seu brinquedo ela poderia até arrumá-lo ou ter que fazer outro, mas esse, talvez, poderia não sair como o que tinha antes.

Então a marca que ficava para a criança era a de quem havia lhe dado o brinquedo, mas nos dias de hoje, quando uma criança ganha um brinquedo, geralmente não foi a pessoa que fez, e sim ela comprou esse brinquedo, fazendo com que a possível marca que fique para a criança seja a marca do fabricante e, não, de quem lhe deu. Então nos questionamos qual seria o sentido desse brinquedo? E onde fica a singularidade da criança?

Pensando nisso, qual seria o sentido de todas as crianças terem o mesmo brinquedo, e podendo ir comprar um igual na loja, depois que esse quebrasse? Essas questões foram abordadas durante o trabalho de conclusão, apresentando a forma de como ajudar as crianças no seu desenvolvimento, sem deixar para trás o que seus pais viveram.

O brincar vem desde que a criança é bebê, quando sua mãe vai estimulando seu desenvolvimento através de brincadeiras. A mãe trabalha na criança o que esta necessita saber, para quando crescer conseguir lidar com as situações do cotidiano. A mãe é uma das partes fundamentais para o desenvolvimento da criança, pois ela é o porto seguro, onde a criança se afirma para resolver seus conflitos. A criança passa por várias fases do desenvolvimento, e na maioria a mãe está junto, dando apoio e incentivo para que ela se desenvolva.

No brincar a criança se constitui, pois ela vivencia coisas boas e ruins, podendo ter que lidar com isso, através da brincadeira. A criança quando necessita resolver algum problema, ela brinca para conseguir ter ideias para resolvê-lo.

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Ao longo desse trabalho verificamos, também, a possibilidade das crianças vivenciarem sua imaginação, no brincar, sendo que isso é de grande importância para o desenvolvimento dela. Quando a criança imagina, ela retrata vivências e experiências do seu cotidiano. No momento que brinca não terá barreiras para a sua imaginação, pois tudo que ela quiser fazer no mundo de sua imaginação será possível.

A criança cria seu próprio mundo para conseguir associar algumas coisas que a rodeiam. Nesse mundo ela vive conforme o que imagina, trazendo para dentro desse mundo o que, algumas vezes, lhe traz angústia, pois no seu mundo ela pode reviver essas angústias, até conseguir resolvê-las. Depois disso a criança volta para a ―realidade‖ onde colocará em prática o que vivenciou no seu mundo imaginário. Este é quando a criança brinca com outras crianças, ou, até mesmo, com algum brinquedo que retrata o que está imaginando.

No momento que a criança brinca em grupo, ela trabalha os limites, pois numa brincadeira sozinha, somente a criança terá opinião, mas quando brinca em conjunto com outras crianças, terá que respeitar a opinião de todos, cooperando para que a brincadeira se torne divertida. É possível que nem sempre o brincar com outras crianças seja prazeroso, pois se a criança não conseguir compreender a opinião do outro, ela se frustrará e terá que trabalhar nela essa angústia, por nem sempre estar com a razão.

Assim sendo, o brincar faz parte da vida da criança, onde terá função importante para o desenvolvimento dela. Pois o brincar está em todas as fases de desenvolvimento, auxiliando e estimulando a criança a se desenvolver: física, emocionalmente, cognitivamente, socialmente e psiquicamente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Jorge Zahaer Editor. Rio de Janeiro, 1998.

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SCHNEIDER, Alessandra e RAMIRES, Vera Regina. Primeira Infância Melhor: uma inovação em políticas pública. Brasília: UNESCO, Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, 2007.

Site:https://www.amagis.com.br/home/index.php?option=com_content&task=view&id =7306&Itemid=131. Acesso: 01 de novembro de 2014, ás 11h e 07 min.

SOUZA, Edson Luiz André de, 1959 – Sigmund Freud: ciência, arte e política/ Edson Sousa e Paulo Endo. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2009.

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Referências

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