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Academic year: 2021

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TÍTULO: DANO DA INDÚSTRIA NACIONAL EM INVESTIGAÇÕES DE DUMPING: ANÁLISE DOS INDICADORES APLICADOS PELO GOVERNO BRASILEIRO ENTRE 1995 E 2013

TÍTULO:

CATEGORIA: EM ANDAMENTO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ÁREA:

SUBÁREA: CIÊNCIAS SOCIAIS SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO FECAP INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): DANILO CARMONA FERREIRA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): ELAINI CRISTINA GONZAGA DA SILVA ORIENTADOR(ES):

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FUNDAÇÃO ESCOLA DE COMÉRCIO ÁLVARES PENTEADO CENTRO UNIVERSITÁRIO FECAP

DANO DA INDÚSTRIA NACIONAL EM INVESTIGAÇÕES DE DUMPING: Análise dos indicadores aplicados pelo governo brasileiro entre 1995 e 2013

Projeto de iniciação científica submetido para avaliação.

Discente assistente: Danilo Carmona

Responsável: Profª. Drª. Elaini Cristina Gonzaga da Silva

Área: Relações Internacionais.

Linha de pesquisa: Negócios Internacionais.

São Paulo 2014

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2 DANO DA INDÚSTRIA NACIONAL EM INVESTIGAÇÕES DE DUMPING:

Análise dos indicadores aplicados pelo governo brasileiro entre 1995 e 2013

Responsável: Profª. Drª. Elaini Cristina Gonzaga da Silva Discente assistente: Danilo Carmona

1 RESUMO

O presente projeto tem por objetivo a realização de uma pesquisa exploratória que identifique e compare os indicadores de dano da indústria nacional que o governo brasileiro tem aceitado como fundamento para as decisões que impõem direitos antidumping sobre importações investigadas. A prática consiste na venda de produto, para mercado estrangeiro, a preço abaixo do valor considerado normal, do que decorre dano para a indústria doméstica do país importador. Muito embora as investigações sejam objeto de regulamentação internacional, os indicadores para constatação do referido dano são amplos, deixando grande margem de apreciação para a autoridade investigadora determinar sua existência. Até o momento, para além da falta de clareza dos critérios legais, não existe nenhuma pesquisa acadêmica do tema, que possa auxiliar as empresas brasileiras a planejar seus negócios. Por tal razão, o presente projeto propõe-se a identificar os órgãos brasileiros com competência para aplicar medidas antidumping, levantar todas as suas decisões e comparar os indicadores aplicados pelo governo em termos de sua consistência interna, em relação aos segmentos protegidos, às origens e empresas investigadas e sua coerência ao longo do tempo.

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A prática do dumping1 no comércio internacional não é uma inovação contemporânea. Há registros históricos do séc. XVII de acusações contra vendas de produtos por holandeses a preços excessivamente reduzidos, com o intuito de eliminar concorrentes franceses (HEES, 2012, P. 27). No entanto, a regulamentação internacional da reação dos Estados a tal prática veio a ocorrer apenas na segunda metade do século XX, no âmbito do sistema multilateral de comércio, com a adoção do Código Antidumping, ao final da Rodada Tóquio de negociações comerciais multilaterais (MENDONÇA DE BARROS, 2004, p. 21). Ao final da Rodada Uruguai (1986-1994), as investigações antidumping e a aplicação de medidas pelos membros do sistema passaram a ser objeto de um acordo compreendido no empreendimento único e, portanto, obrigatório para todos os membros da organização.

O escopo da regulamentação internacional não passou por alteração substantiva do Código para o Acordo Antidumping da Organização Mundial do Comércio (OMC), mas a postura do governo brasileiro, ao longo do período (1979-2013), é marcada por inflexão quanto à utilização dessas medidas em sua política comercial, de refratário ao instrumento, o país passou a seu usuário assíduo. De fato, a regulamentação nacional dos procedimentos para investigação de dumping nas importações brasileiras foi editada apenas no final de década de 1980, quando o

governo submeteu ao Congresso os documentos resultantes da Rodada Tóquio2.

Conforme Araújo Jr. e Naidin (1989, p. 32), tal demora deveu-se, em grande parte, à falta de necessidade do mecanismo para a proteção do mercado nacional, diante da política comercial de então. A acessão ao Código teria ocorrido apenas em razão da preocupação com os efeitos de possíveis investigações sobre as exportações brasileiras para mercados estrangeiros. Hoje, no entanto, o Brasil é o quinto membro com maior número de medidas aplicadas desde o início do funcionamento da OMC, sendo 297 no total (OMC, 2013), e o que mais iniciou investigações de dumping entre todos os membros da organização tanto em 2012 quanto em 2013 (VALOR ECONÔMICO, 2013). O gráfico abaixo evidencia a mudança na postura brasileira.

1 Num sentido amplo, considerado como num sentido amplo, definido a venda de produto a valor

abaixo do normal para estrangeiro,

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Gráfico 1: Número de medidas antidumping definitivas com aplicação de direitos adotadas pelo Brasil (1995-2013)

Fonte: elaboração própria a partir de MDIC (2013).

Embora o aumento no número de medidas aplicadas tenha início em momento que coincide com a crise financeira internacional (2009), nota-se que também houve uma nova vontade política envolvida, pois o Plano Brasil Maior é o primeiro plano industrial e comercial do país a compreender metas relacionadas ao

aumento das investigações de dumping e da aplicação de medidas3 – o que pode ser

visto como um aumento do protecionismo do país (OMC, 2014).

Apenas a vontade política de proteção do mercado nacional, ainda que com a existência de importações a preço de dumping, não justifica a aplicação de medidas antidumping de acordo com a regulamentação internacional. Isso porque o dumping, enquanto uma prática desleal do comércio (VAN DEN BOSSCHE, 2005, p. 513), somente justifica a aplicação de uma medida pelo governo do país importador, para nivelamento das condições de concorrência, nos casos em que há dano da indústria nacional decorrente da prática.

Tal dano deve ser aferido a partir de indicadores arrolados no texto de todos os documentos legais que embasam o poder do Estado de investigar e

3 Entre as metas, encontra-se o aceleramento das investigações, que foi possibilitado pela mudança do

roteiro de pedido de investigação, pela Portaria SECEX nº 42/2011, e a substituição de Decreto nº 1.602/1995, pelo Decreto nº 8.058/2013. 0 5 10 15 20 25 30 35 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13

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sobretaxar as importações de prática desleal. Citam-se como dispositivos relevantes os seguintes:

Acordo Antidumping, Art. 3º, §4º. O exame do impacto das importações a preços de dumping sobre a indústria nacional correspondente deverá incluir avaliação de todos os fatores e índices econômicos relevantes que tenham relação com a situação da referida indústria, inclusive queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção, da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação, da capacidade instalada, fatores que afetem os preços internos, a amplitude da margem de dumping, efeitos negativos reais ou potenciais sobre o fluxo de caixa, estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade para aumentar capital ou obter investimentos. A enumeração acima não é exaustiva, nem poderão tais fatores isoladamente ou em conjunto ser tomados necessariamente como indicação decisiva.

Decreto nº 1.602/1995 – Art. 14, §8º. O exame do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica incluirá avaliação de todos os fatores e índices econômicos pertinentes, que tenham relação com a situação da referida indústria, inclusive queda real ou potencial das vendas, dos lucros, da produção da participação no mercado, da produtividade, do retorno dos investimentos ou da ocupação da capacidade instalada, além de fatores que afetem os preços domésticos, a amplitude da margem de dumping e os efeitos negativos reais ou potenciais sobre fluxo de caixa, estoques, emprego, salários, crescimento, capacidade de captar recursos ou investimentos.

Decreto nº 8.058/2013 – Art. 30, § 3º O exame do impacto das importações objeto de dumping sobre a indústria doméstica incluirá avaliação de todos os fatores e índices econômicos pertinentes, relacionados com a situação da referida indústria, inclusive:

I - queda real ou potencial: a) das vendas;

b) dos lucros; c) da produção;

d) da participação no mercado; e) da produtividade;

f) do retorno sobre os investimentos; e

g) do grau de utilização da capacidade instalada.

II - fatores que afetem os preços domésticos, incluindo a amplitude da margem de dumping.

III - os efeitos negativos reais ou potenciais sobre: a) fluxo de caixa;

b) estoques; c) emprego; d) salários;

e) crescimento da indústria doméstica; e

f) capacidade de captar recursos ou investimentos.

No entanto, não se requer que a indústria nacional afetada pela concorrência com as importações a preço de dumping sofra o dano em todos os

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indicadores para que a proteção lhe seja concedida pelo governo4.

Consequentemente, como a legislação não prevê critérios objetivos a serem alcançados para a aplicação de uma medida, não existe previsibilidade, para as empresas envolvidas, quanto aos critérios que serão aplicados pelo governo em sua decisão5.

3 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA

Neste contexto, o presente projeto propõe uma pesquisa exploratória dos indicadores de dano da indústria nacional que o governo brasileiro tem aceitado como fundamento para imposição de gravames sobre as importações brasileiras. De forma específica, devem ser identificados os órgãos brasileiros com competência para determinar a aplicação das medidas antidumping, compiladas todas as suas decisões e selecionados os indicadores aceitos pelo governo como fundamentos para suas decisões. Depois de selecionados e organizados, os dados serão analisados em termos de sua consistência interna, em relação aos segmentos protegidos, às origens e empresas investigadas e sua coerência ao longo do tempo.

A importância desse projeto, portanto, demonstra-se ao trazer maior clareza para as condições que afetam os negócios internacionais que empresas situadas no Brasil ou que exportam para o país que têm seus produtos investigados. Especialmente num contexto de falta de objetividade dos indicadores aplicáveis para aferição dos requisitos legais e penalização dos fluxos comerciais internacionais.

Nota-se que, ademais da falta de critérios legais e da falta de transparência na regulamentação, não há registro de pesquisa a respeito do tema desta magnitude no país, de modo que o presente projeto se mostra inovador em área de importância para a política comercial do país e as relações das empresas brasileiras que dependem do comércio internacional para desempenhar seus objetivos, sejam em atividades industriais seja em atividades comerciais.

4 Vide Acordo Antidumping, Art. 3º, § 7; Decreto nº 1.602/1995, Art. 14, §5º; e Decreto nº

8.058/2013, Art. 30, §4º.

5 Nota-se, neste sentido, que a equipe DECOM publicou recentemente amplo manual (HEES; Vale,

2012) sobre defesa comercial e, de forma interessante, não incluiu nenhum capítulo a respeito da avaliação do dano da indústria doméstica.

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4 PLANO DE TRABALHO E CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

A apresentação de execução do projeto seguirá a seguinte programação nos próximos 08 meses:

Etapa Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

Levantamento

Bibliográfico X X X X

Coleta de Dados X X X

Tabulação dos Dados X X X X

Análise dos

Resultados X X X X

Discussão/Conclusão X X X

Relatório Final X X

5 METODOLOGIA

A presente pesquisa, de natureza qualitativa, compreenderá a identificação dos órgãos do Estado brasileiro competentes para a aplicação de medidas antidumping, por meio da análise legislativa das normas pertinentes, o levantamento das decisões adotadas, preliminar e definitivamente, para aplicação de medidas, e a análise estatística das decisões. A legislação relevante e as decisões adotadas encontram-se disponíveis digitalmente, porém, nem todas as decisões abrem publicamente os indicadores que as fundamentaram. Nestes casos, os pesquisadores farão uso da Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011), para solicitar ao governo brasileiro a abertura dos dados, ainda que em número índice.

6 BIBLIOGRAFIA

ARAÚJO JR., José T.; NAIDIN, Leane C.. Salvaguardas, “dumping” e subsidies: a perspectiva brasileira. Revista de Economia Política, v. 9, n. 2, abr.-jun./1989, p. 26-40.

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8 CÂMERA DE COMÉRCIO EXTERIOR (CAMEX). Resoluções 2001-2013. Disponíveis em: <http://www.camex.gov.br/legislacao>. Acesso em: 29.mar.2014.

HEES, Felipe. O dumping ao longo da história e seus efeitos para o comércio. In: HEES, Felipe; VALLE, Marília C. P. (org.). Dumping, Subsídios e Salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. São Paulo: IBRAC, Singular, 2012, p. 25-54.

______; VALLE, Marília C. P. (org.). Dumping, Subsídios e Salvaguardas: revisitando aspectos técnicos dos instrumentos de defesa comercial. São Paulo: IBRAC, Singular, 2012.

MENDONÇA DE BARROS, Maria Carolina. Antidumping e Protecionismo. São Paulo: Aduaneiras, 2004.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO DO

BRASIL (MDIC). Portarias 1995-2001. Disponíveis em:

< imprensa i ial m br >. Acesso em: 29.mar.2014.

______. SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SECEX).

DEPARTAMENTO DE DEFESA COMERCIAL (DECOM). Relatório DECOM

2013. Brasília: MDIC, 2013. Disponível em:

<http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1389971877.pdf>. Acesso em:

29.mar.2014.

OMC. Statistics on anti-dumping. 2013. Disponível em:

<http://www.wto.org/english/tratop_e/adp_e/adp_e.htm>. Acesso em: 29.mar.2014.

______ Azevêd ’s health-check on global trade: Growth recovering but restrictions

on the rise. Genebra: 17/fev./2014. Disponível em:

<http://www.wto.org/english/news_e/spra_e/spra8_e.htm>.

VALOR ECONÔMICO. Brasil deve fechar o ano como líder em abertura de

investigações antidumping. Brasil, 09.out.2013. Disponível em:

<http://www.valor.com.br/brasil/3298262/brasil-deve-fechar-o-ano-como-lider-em-abertura-de-investigacoes-antidumping>. Acesso em: 29.mar.2014.

VAN DEN BOSSCHE, Peter. The Law and Policy of the World Trade Organization: text, cases, and materials. Cambridge: CUP, 2005.

Referências

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