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Avaliação dinâmica da maturidade sustentável no processo de produção de tinta para a construção civil

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

AVALIAÇÃO DINÂMICA DA MATURIDADE SUSTENTÁVEL NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE TINTA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

Renan Paula Ramos Moreno

LIMEIRA 2020

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

Avaliação dinâmica da maturidade sustentável no processo de produção de tintas para construção civil

Renan Paula Ramos Moreno

Dissertação apresentada à Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Engenharia de Produção e de Manufatura na área de concentração de Pesquisa Operacional e Gestão de Processos.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Sérgio de Arruda Ignácio Co-orientador: Prof. Dr. Antônio Carlos Pacagnella Junior

LIMEIRA 2020 ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO

FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO RENAN PAULA RAMOS MORENO E ORIENTADA PELO PROF. DR. PAULO SÉRGIO DE ARRUDA IGNÁCIO E PROF. DR. ANTÔNIO CARLOS PACAGNELLA JUNIOR.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS

AVALIAÇÃO DINÂMICA DA MATURIDADE SUSTENTÁVEL NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE TINTA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL

Renan Paula Ramos Moreno

Dissertação de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituída por:

- - - Prof. Dr. Paulo Sérgio de Arruda Ignácio (Presidente e Orientador)

FCA/ UNICAMP

- - - Prof. Dr. Rosley Anholon

FEM/ UNICAMP

- - - Profa. Dra. Muriel de Oliveira Gavira

FCA/ UNICAMP

A ata da defesa com as respectivas assinaturas da Banca Examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno: SIGA/ Sistema de Fluxo de Dissertações/ Teses e na Secretaria do

Programa da Unidade.

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AGRADECIMENTOS

A Deus primeiramente, pelo alívio, força e por me proporcionar esta oportunidade incrível de fazer um mestrado em uma instituição renomada no ramo de engenharia. A minha mãe Zilda Maria Paula Ramos, meu pai Nelson Antonio Moreno e minha irmã Aline Paula Ramos Moreno, por todo apoio, amor e investimento feito. Sem eles jamais conseguiria ter sucesso acadêmico.

Ao Prof. Dr. Paulo Sérgio de Arruda Ignácio,

Orientador, que me apoiou e criticou como deveria, sendo o principal incentivador, ajudando diretamente com sugestões, conselhos, e por ter sido significativo em minha formação profissional, como professor e amigo.

Ao Prof. Dr. Rosley Anholon,

Pelo tempo disponibilizado e toda atenção prestada tanto na qualificação como na defesa, contribuindo com sugestões e conhecimento.

À Profª. Dra. Muriel de Oliveira Gavira,

Pelo tempo disponibilizado, e toda dedicação, contribuindo com sugestões e conhecimentos.

À empresa objeto de estudo, que se disponibilizou a contribuir com essa pesquisa. Aos funcionários da biblioteca e diretoria acadêmica,

Indispensáveis por todo esse percurso. A todos os professores e colegas de classe,

Em especial Isabella Rodrigues, Anne Pereira, Well e Carolina Merch. Aos quais a experiência e companheirismo sempre disponibilizaram,

Ao casal exemplo, Laiandra Ribas e Fernando Ribas, que ajudaram diretamente e indiretamente para que eu pudesse concluir este momento de minha vida.

Pessoas em especial, muito importante para mim, Eunice Campos e toda sua família. E um grande amigo, que me ajudou e continua me ajudando, Márcio Tavares.

E a todos meus amigos, em especial aos que participaram diretamente desta etapa, como: Samuel Santos, Paulo Guimarães, Taísa Katz, Jéssica Farinelli, Luiz Forte, Gabriel e Andreia Florêncio, Marcos de Oliveira, Fernando Consoni, Rudi Pety, Heron Sanajotti, Bob Sambinelli, Fabio Souza, Rogger Mendes, Marcio Barbosa, Leonardo Giovanetti, Kimberly Tan, Jéssica Tan, Nathália Fernandez, Amanda Guedes, Felipe Totti, Raquel Cristina, Natália Castro, Gabriel Stafussi, Júlia Borghi, Sâmia M., Letícia Godoy, Hellen Freire, Laryssa Andrade, Christian Genebra, Thayza Costa, Isadora Antoniolli, Pedro Guariente e a todos de meu time Camaleões, Colégio Athena de Bauru e do Colégio Tesla. Pois, me ajudaram de diversas maneiras, principalmente no quesito emocional.

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“O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos”

.

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RESUMO

A sustentabilidade é amplamente abordada na academia e na indústria, sendo o conceito denotado como a conservação de um sistema ou processo, onde existe uma estrutura de sustentação de alta capacidade, ou seja, a satisfação das necessidades, preservando os conceitos sociais, econômicos e ambientais, não comprometendo o futuro. Porém, nem sempre este conceito é aplicado, já que a sustentabilidade é estruturada nas vertentes ambiental, econômica e social, e as indústrias normalmente possuem um pensamento mais voltado a parte econômica, fazendo somente o necessário que a legislação exige. O objetivo dessa pesquisa foi avaliar a dinâmica da maturidade sustentável de um processo de fabricação de tintas, mais especificamente da tinta à base de solvente orgânico. Para atingir estes objetivos, foi feito uma pesquisa aprofundada na literatura, com intuito de mapear os principais indicadores utilizados nas industrias de forma geral. Após as coletas dos indicadores de sustentabilidade que poderiam interferir de fato no processo de produção, foram feitas algumas visitas a empresa objeto de estudo, onde se confirmou a utilização desses indicadores. Com nove indicadores escolhidos, três de cada vertente da sustentabilidade, foi utilizado como referência os modelos de maturidade da literatura, com intuito de averiguar a porcentagem de utilização desses indicadores em cinco simulações diferentes, conhecidos como cenários, e uma última simulação, que foi o da empresa objeto de estudos, através dos dados coletados na empresa. A ferramenta utilizada para fazer essas simulações, e mensurar a maturidade sustentável do processo de produção, foi a dinâmica de sistemas, onde tem um forte poder de credibilidade por ser uma ferramenta de modelagem e amplamente qualificada. Com a simulação dinâmica, foi possível verificar quais cenários apresentaram melhores resultados dentro do processo, inclusive a da empresa objeto de estudo. Essa ferramenta possibilitou avaliar como a maturidade sustentável do processo de produção de uma tinta específica se comporta perante aos indicadores selecionados da literatura, onde a empresa objeto de estudos teve como resultado uma maturidade inicial, perante a simulação.

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ABSTRACT

Sustainability is widely addressed in academia and industry, with the concept denoted as the conservation of a system or process, where there is a high capacity support structure, that is, the satisfaction of needs, preserving social, economic and environmental concepts, not compromising the future. However, this concept is not always applied, since sustainability is structured in the environmental, economic and social aspects, and the industries usually have a more focused on the economic part, doing only what is required by law. The objective of this research was to evaluate the dynamics of the sustainable maturity of a paint manufacturing process, more specifically of paint based on organic solvent. In order to achieve these objectives, a thorough search of the literature was carried out, in order to map the main indicators used in the industries in general. After collecting the sustainability indicators that could interfere in the production process, some visits were made to the company under study, where the use of these indicators was confirmed. With nine indicators chosen, three from each aspect of sustainability, the maturity models in the literature were used as a reference, to ascertain the percentage of use of these indicators in five different simulations, known as scenarios, and one last simulation, which was the of the company object of studies, through the data collected in the company. The tool used to make these simulations, and measure the sustainable maturity of the production process, was the systems dynamics, where it has a strong power of credibility for being a modeling tool and widely qualified. With the dynamic simulation, it was possible to verify which scenarios presented the best results within the process, including that of the company under study. This tool made it possible to evaluate how the sustainable maturity of the production process of a specific paint behaves in relation to the selected indicators in the literature, where the company object of studies had an initial maturity, as a result of the simulation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Conceito de sustentabilidade referente ao Triple Bottom Line ... 23

Figura 2 - Modelo Hierárquico de Lowell ... 35

Figura 3 - Nível de Maturidade em Sustentabilidade ... 36

Figura 4 - Principais sistemas de indicadores utilizados em indústrias ... 40

Figura 5 - Fluxograma Geral do Processo de Tinta para Construção Civil ... 55

Figura 6 - Fluxograma do processo de produção de tintas à base de solventes... 56

Figura 7 - Fluxograma do processo de produção de tintas à base de água ... 58

Figura 8 - Tempo de aumento em bilhões da população mundial: 1800-2050 ... 66

Figura 9 - Análise de ciclo de vida de modo geral e suas fases ... 70

Figura 10 - Passos de aplicação da metodologia da Dinâmica Industrial ... 74

Figura 11 - Diagrama de enlaces causais (Notação) ... 75

Figura 12 - Identificador de Enlances (Notação) ... 76

Figura 13 - Interações da viabilidade da sustentabilidade no mundo real ... 78

Figura 14 - Escolha do Método de Pesquisa ... 79

Figura 15 – Método do Estudo de caso aplicado nessa pesquisa ... 84

Figura 16 – Ações para uma possível implementação da ferramenta dinâmica de sistemas ... 85

Figura 17 – Fluxo da cadeia de tintas imobiliárias ... 92

Figura 18 – Fluxo detalhado do processo de tintas imobiliárias ... 94

Figura 19 - Variáveis que influenciam a variação da compra de matéria-prima para a produção de tintas. ... 105

Figura 20 - Variáveis influenciadas pela compra de matéria-prima para o processo de produção de tintas voltadas a construção civil. ... 105

Figura 21 - Variáveis que influenciam a etapa de pré-mistura ... 108

Figura 22 - Variáveis influenciadas pela etapa de pré-mistura ... 109

Figura 23 - Variáveis influenciadoras da dispersão ... 110

Figura 24. - Variáveis influenciadoras do processo de filtragem ... 112

Figura 25 - Variáveis influenciadas pelo processo de filtragem ... 113

Figura 26 - Variáveis influenciadoras do processo de completagem ... 114

Figura 27 - Variáveis influenciadoras do processo de completagem ... 116

Figura 28- Variáveis influenciadas pelo processo de envasamento ... 117

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Figura 30 - Variáveis influenciadas pelo estoque de tinta acabada ... 119

Figura 31. - Variáveis influenciadoras da distribuição ... 121

Figura 32 - Variável influenciada pela distribuição ... 121

Figura 33 - Variáveis influenciadoras da captação de resíduo ... 122

Figura 34 - Variáveis influenciadas pela captação de resíduos... 123

Figura 35. - Variáveis influenciadoras do descarte concentrado I ... 124

Figura 36 - Variável influenciada pelo descarte concentrado I ... 124

Figura 37 - Variáveis influenciadoras do descarte concentrado II ... 125

Figura 38 - Variável influenciada pelo descarte concentrado II ... 125

Figura 39 - Variáveis influenciadoras dos resíduos concentrados ... 126

Figura 40 - Variável influenciada pelos resíduos concentrados ... 126

Figura 41. - Variáveis influenciadoras da coleta ... 127

Figura 42 - Variável influenciada pela coleta ... 127

Figura 43 - Variável influenciada pelos resíduos coletados ... 128

Figura 44 - Variáveis influenciadoras do descarte disperso ... 129

Figura 45 - Variável influenciada pelo descarte disperso ... 129

Figura 46. - Variáveis influenciadoras de efluentes ... 130

Figura 47 - Variável influenciada pelos efluentes ... 130

Figura 48 - Variáveis influenciadoras da disposição final I ... 131

Figura 49 - Variáveis influenciadoras da disposição final II ... 131

Figura 50 - Variáveis influenciadoras da disposição final II ... 132

Figura 51 – Estrutura do diagrama de enlaces causais de fluxo ... 133

Figura 52 – Diagrama de fluxo completo da produção de tinta a base de solvente orgânico ... 143

Figura 53 – Parametrização do VENSIM PLE destinado a simulação dos resultados ... 148

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Objetivos de desenvolvimento sustentável no Brasil elaborado pela

ONU em 2015... 27

Quadro 2 - Significado de cada grau de maturidade descrito por Crosby (1986) em relação a gerência de qualidade. ... 29

Quadro 3 - Exemplo de aplicação do modelo de maturidade de Crosby. ... 30

Quadro 4 - Modelos de maturidade voltados a sustentabilidade ... 33

Quadro 5a - Indicadores econômicos de sustentabilidade do GRI. ... 43

Quadro 5b – Indicadores ambientas de sustentabilidade do GRI. ... 44

Quadro 5c – Indicadores ambientas de sustentabilidade do GRI... 45

Quadro 5d – Indicadores sociais de sustentabilidade do GRI. ... 46

Quadro 5e – Indicadores sociais de sustentabilidade do GRI. ... 47

Quadro 5f – Indicadores sociais de sustentabilidade do GRI. ... 48

Quadro 6 - Ano de implementação de indústrias de tintas e vernizes em países europeus. ... 51

Quadro 7 - Classificação das tintas, considerando os diferentes aspectos ... 52

Quadro 8 - Classificação das tintas referente a sua aplicação ... 53

Quadro 9 - Classificação das tintas, referente aos substratos. ... 54

Quadro 10 - Tipos de pigmentos em tintas para construção civil. ... 62

Quadro 11 - Aditivos e respetivas funções (Adaptado de Guia Técnico Ambiental Tintas e Vernizes, 2011) ... 64

Quadro 12 – Escala de variações das ações nas simulações... 88

Quadro 13a – Variáveis, parâmetros e indicadores do modelo... 98

Quadro 13b – Variáveis, parâmetros e indicadores do modelo... 99

Quadro 13c – Variáveis, parâmetros e indicadores do modelo...100

Quadro 13d – Variáveis, parâmetros e indicadores do modelo... 101

Quadro 14 – Escala de variações das ações nas simulações... 150

Quadro 15 – Resultado sobre a avaliação da maturidade apresentada pela a empresa objeto de estudo... 166

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Histórico de compras de matéria-prima para o processo de produção de

tintas voltas à construção civil. ... 103

Gráfico 2 – Histórico de fornecimento voltados ao processo de produção de tintas imobiliárias. ... 104

Gráfico 3 – Histórico da quantidade de matéria-prima no estoque. ... 106

Gráfico 4 – Histórico da quantidade de matéria-prima fracionada em quilograma na pré-mistura. ... 107

Gráfico 5 – Histórico da quantidade de material filtrado em litros ... 111

Gráfico 6 – Histórico da quantidade de tinta embalada ... 115

Gráfico 7 – Histórico da quantidade de tinta finalizada no estoque ... 118

Gráfico 8 – Histórico da quantidade de tinta direcionada a etapa de distribuição ... 120

Gráfico 9 – Histórico da quantidade de tinta direcionada a etapa de distribuição ... 123

Gráfico 10 – Análise dos cenários na variável estoque de matéria-prima ... 152

Gráfico 11– Análise de cenários com o indicador econômico custo de estocagem. ... 153

Gráfico 12 – Cenários simulados que representam a variável perda reaproveitável de produção ... 155

Gráfico 13 – Cenários das simulações da etapa de envasamento ... 156

Gráfico 14 – Quantidade de perda reaproveitável da etapa envasamento ... 158

Gráfico 15 – Quantidade de resíduos reciclados advindo da captação de resíduos ... 160

Gráfico 16 – Quantidade de geração de efluentes da produção de tintas ... 161

Gráfico 17 – Quantidade de Resíduos destinados ao tratamento ... 163

Gráfico 18 – Porcentagem de prevenção a acidentes, conhecido como saúde dos colaboradores. ... 164

Gráfico 19 – Quantidade em litros de consumo da tinta à base de solvente orgânico. ... 165

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LISTA DE SIGLAS E NOMENCLATURAS

COVs: Compostos Orgânicos Voláteis

GRI: Global Reporting Initiative (Indicadores de Sustentabilidade) ISO: International Organization for Standardization

ONGs: Organizações Não Governamentais ONU: Organizações das Nações Unidas

PNRS: Política Nacional dos Resíduos Sólidos

PNUMA: Programa das Nações Unidas para o meio ambiente TBL: Triple Bottom Line (Tripé da Sustentabilidade)

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Sumário

1. Introdução ... 15 1.1 Problema de Pesquisa... 16 1.2 Objetivos ... 17 1.3 Justificativa ... 18 1.4 Delimitação da Pesquisa ... 20 1.5 Estrutura da dissertação ... 20 2. Referencial Teórico ... 22 2.1 Sustentabilidade ... 22 2.2 Modelos de Maturidade ... 28 2.2.1 Maturidade na Sustentabilidade ... 32 2.2.2 Indicadores de Sustentabilidade ... 38

2.3 Tintas para Construção Civil ... 49

2.3.2 Classificação das Tintas ... 52

2.3.3 Processo de Fabricação da Tinta ... 54

2.3.4 Matéria-Prima Utilizada para a Fabricação de Tintas ... 58

2.3.4.1 Resinas ... 59

2.3.4.2 Solventes ... 60

2.3.4.3 Pigmentos ... 62

2.3.4.4 Aditivos ... 63

2.3.5 Toxicidade das Tintas na Fase de Fabricação ... 64

2.3.6 Sustentabilidade em Tintas para Construção Civil ... 66

2.4 Modelagem e Simulação Dinâmica ... 73

3. Método e Materiais ... 79

3.1 Escolha do Método e Caracterização da Pesquisa ... 79

3.2 Estudo de caso ... 82 3.3 Procedimento Metodológico ... 85 4. Desenvolvimento e Resultados ... 91 4.1 Desenvolvimento ... 91 4.1.1 Caracterização ... 91 4.1.2 Construção do Modelo ... 102 4.1.2.1 Comportamento do Sistema... 102 4.1.2.2 Estrutura do sistema ... 133 4.1.3 Resolução do Modelo. ... 144 4.2 Resultados ... 148 4.3 Discussão ... 167 5. Conclusão ... 175

5.1 Recomendações para pesquisas futuras ... 179

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1. Introdução

Por meio do alto índice de consumo de bens e serviços, tem ocorrido uma grande utilização de recursos naturais, e por consequência tem aumentado a quantidade de resíduos gerados. A partir do conhecimento que os recursos naturais são escassos, começou-se a questionar o modelo econômico de produção e consumo, concluindo que a preocupação com o meio ambiente é necessária e deve ser colocada em pauta de discussões de movimentos ambientais, e por consequência no ano de 1992, o desenvolvimento sustentável juntamente de seus conceitos, foram integrados nos aspectos ambientais, nas atividades econômicas, sociais e políticas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ELKINGTON, 1994; RAJEEV et. al., 2017).

A globalização e as pressões nas indústrias foram fundamentais para que a sustentabilidade entrasse em pauta nas discussões das organizações nacionais e internacionais, fazendo elevar a necessidade da responsabilidade social (SCHWARTZ; TILLING, 2009). Logo, uma organização que possui o “título” de organização sustentável necessita investir de forma direta para o desenvolvimento sustentável, possuindo benefícios relevantes nos setores ambientais, econômicos e sociais, sendo esses os três pilares da sustentabilidade (HART; MILSTEIN, 2004; SILVA et al., 2016).

Nas últimas décadas, as indústrias tiveram outras atitudes em relação a sustentabilidade, passando a observar as contribuições que pudesse acarretar, ou seja, colocando como um objetivo estratégico dentro das organizações, influenciando positivamente quando bem implementada a parte financeira, social e ambiental (SLOAN; KLINGENBER; RIDER, 2013).

De modo geral, um modelo de maturidade deve ser observado como uma referência para a compreensão do desenvolvimento de uma empresa ao decorrer do tempo, ou seja, é um modelo capaz de dimensionar o atual estado da organização e seu progresso sobre determinada vertente, no caso desta pesquisa, sustentabilidade (MAIER et. al., 2012).

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analisado, permite ter uma avaliação de modo detalhado capaz de mostrar suas características, seu desenvolvimento e também seus desempenhos, ou seja, os pontos fracos e fortes das atividades organizacionais, podendo ser utilizado também como uma ferramenta para obter-se vantagens competitivas (ANTUNES, 2001; HYNDS et al., 2014).

Para identificar a maturidade de uma empresa referente a algum conceito como sustentabilidade, processos, projetos, etc. É necessário relacionar a atribuição de um nível de maturidade, estes níveis podem ser compreendidos e calculados por diversos tipos de ferramentas, no caso deste trabalho, o system dynamics, através dos indicadores de sustentabilidade mais utilizados na literatura, com o intuído de estabelecer uma dinâmica sustentável, sendo esta a capacidade de se adaptar em um meio industrial para obter o melhor conceito de sustentabilidade na organização (HYNDS et al., 2014; KUAI et. al., 2015).

1.1 Problema de Pesquisa

A sustentabilidade tem sido alvo de diversas discussões nos diferentes ramos industriais. No campo da engenharia de produção e de manufatura, este termo tem sido amplamente difundido como uma oportunidade para melhoria na qualidade de vida, que relacione conservação e proteção do meio ambiente, o desenvolvimento social e econômico (BUSHMANN, 2018; BOLIS, 2015; BARCELOS, 2012; HENRI & JOURNEAULT, 2008).

Infelizmente, muitas empresas só estão fazendo o necessário que a legislação ambiental exige, poluindo de maneira direta e indireta o meio ambiente, que consequentemente impede o desenvolvimento social, mas melhorando a parte econômica destas organizações, porém erradamente já que o objetivo da sustentabilidade é obter o desenvolvimento econômico conservando o meio ambiente (BUSHMANN, 2018).

A sustentabilidade está focada exatamente em manter o equilíbrio em seus três pilares, ambiental, econômico e social, onde pode-se utilizar os recursos naturais de maneira responsável, cuidando para que não falte para as futuras gerações. A

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maturidade sustentável no meio industrial percorre diversos desafios por conta da irresponsabilidade de algumas organizações, pois infelizmente estas estão focando somente na parte econômica, esquecendo o valor social e ambiental que a sustentabilidade discute (BOLIS, 2015).

A falta de informação também é vilã no meio industrial, sendo que uma boa parte das empresas não possuem o conhecimento da importância de um pensamento sustentável e como isso poderia ajudar diretamente o meio ambiente e propriamente a sua produção, além de se beneficiar com campanhas de publicitárias em prol da saúde ambiental, econômica e social (BUSHMANN, 2018; CLAVER et al., 2007).

As tintas e vernizes, sendo um produto químico, possui uma alta concentração de componentes que possam prejudicar a saúde da pessoa que tem contato direto ou indireto. Porém, existem diversos tipos de tintas no mercado, cada uma com concentrações diferentes desses materiais nocivos. Os processos para a sua produção são dependentes de diversos indicadores, tanto de ambientais, sociais e principalmente econômicos (BRUSHMANN, 2018).

O Ministério do Meio Ambiente disponibilizou em 2000, a Agenda Ambiental na Administração Pública – A3P, com o intuito de informar de forma sensível os responsáveis de instituições públicas referente as questões ambientais, de tal forma em estimular a aplicação dos critérios e princípios da gestão sustentável em suas atividades cotidianas (BRASIL, 2009).

Logo, essa pesquisa busca responder:

É possível avaliar a dinâmica da maturidade sustentável em um processo específico de produção de tintas voltado para a construção civil?

1.2 Objetivos

O objetivo geral desta pesquisa é avaliar a dinâmica da maturidade sustentável no processo de produção de tintas para construção civil.

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Os objetivos de específicos são:

1. Identificar importantes direcionadores e motivadores da implementação de programas voltados a minimização dos impactos ambientais, econômicos e sociais da indústria de tinta.

2. Definir os parâmetros e critérios suficientes para uma avaliação de maturidade da sustentabilidade.

3. Identificar quais são os indicadores econômicos, sociais e ambientais mais utilizados.

4. Elaborar um modelo de simulação dinâmico sobre as relações dos indicadores que permitem mensurar a maturidade sustentável de determinado segmento objeto de estudo.

1.3 Justificativa

As indústrias, independentes do seu segmento, se comprometem em realizar diversos tipos de atividades com uma rotatividade significativa de pessoas e máquinas, e por consequência um consumo elevado de materiais e produção. Sendo assim, estas instituições podem gerar impactos ambientais, econômicos e sociais equivalentes ou até maior que uma cidade de pequena ou média dimensão (ALSHUWAIKHAT; ABUBAKAR, 2008; SILVA et al., 2016).

Ao implantar práticas e políticas voltadas a responsabilidade sustentável em qualquer organização, transversalmente, implica na ampliação de processos de amadurecimento e mudanças institucional, e principalmente cultural (SILVA et al., 2016). Já Delakowitz e Hoffman (2000) relatam que instrumentos de gestão ambiental, como em indústrias químicas, podem de forma precisa apoiar nos processos de auto avaliação, com intuito de buscar a melhor solução para os impactos ambientais, sociais e econômicos.

As Indústrias de tintas são consideradas indústria química na legislação brasileira, e com um alto potencial de insustentável, isso se dá pela matéria-prima que são utilizadas, com um teor tóxico relevante (NASCIMENTO, 2013). Portanto, possuir o conhecimento de como as principais indústrias químicas, voltado às tintas estão

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referentes as questões e o nível da maturidade sustentável, são importantes, pois tem-se como possível resultado um incentivo para a implementação de modelos de sustentabilidade já existente na literatura, ou a adaptação de um, que possa contribuir de forma direta para uma melhor gestão dos recursos ambientais, econômicos e sociais, podendo assim diminuir visivelmente os impactos causados por essas instituições.

Existem diversos tipos de indústria de tintas em solo brasileiro, e estas indústrias geram muitos resíduos tóxicos por causa de suas matérias-primas, efluentes químicos e dióxido de carbono para a atmosfera. E se não bem gerenciado e tratado, podem prejudicar de modo direto e indireto o meio ambiente (GALEMBECK et. al., 2007; FAZENDA, 2009; BRUSHMANN, 2018).

Existem diversas contribuições que este trabalho pode trazer à academia, uma delas é o incentivo de aprofundar as investigações sobre a sustentabilidade em produtos químicos, principalmente em tintas, já que é um produto altamente consumido no mundo inteiro. Outro ponto importante é mostrar a validade e importância da ferramenta de dinâmica de sistema, onde a sua utilização é válida em diversas áreas, e na sustentabilidade é muito eficaz, através da dinâmica de adaptação de cenários, e possibilidades de informar os pontos onde devem ser melhorados, utilizando a simulação em relação ao tempo.

Para a indústria existe algumas contribuições bem relevantes, mas a principal contribuição será a melhora de seu processo de produção, onde o conceito sustentável auxiliará precisamente em três vertentes: no meio ambiente, na economia e na parte social. Fora a contribuição do “marketing verde” que auxiliará diretamente no baixo consumo de produtos de alto teor tóxico.

Logo, averiguar o nível de comprometimento sustentável e maturidade que estas indústrias estão apresentando, auxiliará diretamente a comunicação para o desenvolvimento nas partes que se encontram abaixo do esperado, e também possibilitará ferramentas capazes de solucionar problemas apresentados por essas empresas, consequentemente auxiliando a sustentabilidade (WILLIAMS et al., 2017).

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1.4 Delimitação da Pesquisa

Esta pesquisa utilizará como objeto de estudo os parâmetros de uma indústria do setor químico, mais especificamente a indústria fabricante de tintas e vernizes instaladas no interior do Estado de São Paulo.

Foi escolhido como objeto de estudo a indústria de tinta pelo fato que o seu mercado ser é altamente requisitado, e com produtos que quando não manuseados corretamente, pode trazer consequências negativas ambientais, econômicas e sociais. E como os seus processos produtivos possuem grandes gerações de efluentes e resíduos, podendo ser analisados e dimensionados detalhadamente, já que possuem uma carga significante de toxicidade por causa das matérias-primas utilizadas.

Este trabalho se limitará apenas ao processo de produção da tinta esmalte a base de solvente, ou seja, da utilização da matéria-prima, do seu processo de produção até o armazenamento dessa tinta em específico. O pós fabricação não será analisado diretamente. Logo, o conceito de maturidade da sustentabilidade será avaliado apenas nas etapas do processo produtivo, onde são utilizados indicadores propícios para essa avaliação.

1.5 Estrutura da dissertação

Essa pesquisa está dividida em cinco capítulos, sendo eles: introdução, referencial teórico, método e materiais, resultados e considerações finais e conclusão, conforma a Figura 1.

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Capítulo 1

Introdução

Problema de pesquisa Objetivos Justificativa Delimitação da Pesquisa Estrutura da Dissertação Capítulo 2 Referencial Teórico Sustentabilidade Modelos de Maturidade Tintas para a construção civil Modelagem e simulação dinâmica Capítulo 3 Métodos e Materiais Escolha do método e caracterização da pesquisa

Estudo de caso Procedimentos e Métodos

Capítulo 4

Desenvolvimento e Resultados

Desenvolvimento Resultados Discussão

Capítulo 5 Considerações Finais Conclusão Recomendações para pesquisas futuras

Figura 1 – Estrutura da pesquisa Fonte: autor.

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2. Referencial Teórico

Nesse capítulo será visto de forma detalhada, toda a revisão teórica, com intuito de adquirir base e fundamentação para a seleção de indicadores de sustentabilidade para a mensuração da maturidade.

2.1 Sustentabilidade

A sustentabilidade é utilizada para definir as ações e atividades humanas que pretendem suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem interferir negativamente as gerações futuras. Logo, a sustentabilidade está intimamente relacionada com o desenvolvimento social, material e econômico, sem prejudicar o meio ambiente, utilizando os recursos naturais de forma adequada, para que não venha ocorrer a falta dos mesmos no futuro. Seguindo estes parâmetros, a sociedade poderá garantir assim um desenvolvimento sustentável (JOHN; OLIVEIRA, 2006).

O desenvolvimento da sustentabilidade advém de diversas e longas crises no século XX, em um período onde a contradição era um processo da formação e desenvolvimento da sociedade de forma global. A degradação ambiental foi um dos fatores de maior importância para que a discussão sobre o conceito de sustentabilidade ganhasse espaço no ramo industrial, já que ocorreu diversos desastres ambientais no século XX, como o derramamento de petróleo do navio Amoco Cadiz em 1978 na França, e a conhecida catástrofe nuclear de Chernobil em 1986 na Ucrânia (BUTZER; ENDFIELD, 2012; RAJEEV et. al., 2017).

O viés ambiental foi o que incentivou de maneira direta a preocupação com o conceito de sustentabilidade, onde ainda tem uma importância significante no tema. E é tão relevante a vertente ambiental, pois no século XXI também ocorreu desastres ambientais, como por exemplo o derramamento de petróleo no Golfo do México no ano de 2010, que influenciou negativamente em várias vidas aquáticas, prejudicando o ecossistema local. O conceito de sustentabilidade ainda está em evolução, e a tendência é integralizar em três pontos fundamentais para a sustentabilidade, o ambiental, econômico e social (AHI; SEARCY, 2013; FISHER; CHEN, 2011).

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As organizações têm adotado uma abordagem conhecida como Triple Bottom Line (TBL), que não possui uma tradução exata, no entanto foi criado nos anos 90 pelo consultor e pesquisador John Elkington, mas alguns especialistas utilizam o conceito de “tripé dos subsistemas ambiental, econômico e social”, “tripé da sustentabilidade” ou também “tripolaridade”. Sendo o objetivo principal desta abordagem criar valor, minimizando qualquer prejuízo ambiental ou social que possam ocorrer dentro das indústrias (STINDT, 2017). Na Figura 1 pode-se analisar detalhadamente como o TBL é interpretado e aplicado.

Figura 1 - Conceito de sustentabilidade referente ao Triple Bottom Line Fonte: Adaptação de Nichioka (2008), página 72.

É necessário o equilíbrio e integração dos três essenciais conceitos do TBL, pois uma indústria para ser considerada sustentável deve-se ser lucrativa economicamente e correta, ou pelo menos viável ambientalmente e na parte social de ser vivível, ou seja, responsável socialmente. E todas essas estratégias devem ser desenvolvidas e gerenciadas pela Alta Administração das empresas. As práticas de

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sustentabilidade jamais podem ser criadas e desenvolvidas somente como ações pontuais (STINDT, 2017).

No Relatório de Brundtland (1987) afirma que existe esta tal necessidade, possibilitando uma economia desenvolvida com uma sociedade estável e com os conhecimentos necessários sobre os problemas que possam ocorrer, adaptando para uma possível melhora e protegendo os recursos naturais, utilizando-os responsavelmente e ao não associar a degradação do meio ambiente com o crescimento econômico.

Ainda no relatório, refere-se que é necessário existir o comprometimento político nacional e mundial integrado, de tal forma em assegurar dos ecossistemas ao decorrer do tempo e dos recursos naturais, garantindo o desenvolvimento social e a manutenção dos processos econômicos e qualidade de vida (FEIL; SCHREIBER, 2017).

Um importante argumento que John e Oliveira (2006) estabelecem referente aos países em desenvolvimento, é que a sustentabilidade se transforme em um grande desafio global. Porém Bolis (2015) em sua pesquisa mostra que já se transformou, pois num país que esteja em desenvolvimento, a sustentabilidade é utilizada para melhorar as facetas econômicas e sociais, deixando para segundo plano a importância dada à faceta ambiental, o que difere dos países já desenvolvidos, ou mesmo já num nível de desenvolvimento elevado, pois nestes os aspectos econômicos e sociais na sua maioria, já estão solucionados ou perto disso, sendo necessário cuidar convenientemente da faceta ambiental.

Pereira (2013) aborda a sustentabilidade, relatando que existem algumas diferenças de necessidades entre os países em desenvolvimento e os países já desenvolvidos, as quais são de extrema importância para determinar de forma precisa o desenvolvimento sustentável por parte de cada país.

Pereira (2013) diz ainda que os países já desenvolvidos ou com um nível de desenvolvimento considerável, detêm uma boa infraestrutura social e população estável, mas devido à forma de vivência escolhida normalmente por estes países, o

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consumo dos recursos naturais através das tecnologias atuantes, é de certo modo elevado e prejudicial ao desenvolvimento da sustentabilidade.

Já os países que estão em desenvolvimento, mostram uma elevada densidade populacional e é comum a falta de algumas tecnologias para a utilização eficiente dos recursos naturais, como também é comum a falta a educação ambiental, existindo ainda carência de habitação, problemas sociais interligados com a desigualdade e trabalho formal (PEREIRA, 2013).

Referente ao meio ambiente, é primordial a preocupação sobre o impacto dos seres humanos na ótica ecológica, sendo a expressão denotada como setor econômico por capital natural. É importante a realização de políticas voltadas na diminuição de combustíveis fósseis, resultando na redução de emissão de poluentes na atmosfera, tal como, programas direcionados na conservação de energia, substituindo os recursos os renováveis e não renováveis, elevando-se a eficácia de cada um destes recursos utilizados, pois não deve-se correr o risco de ver até onde o planeta possa aguentar a um modelo que só utiliza recursos que possivelmente um dia acabará, sendo essa utilização totalmente irresponsável e visando somente o valor econômico (BELLEN, 2002; VELEVA; ELLENBECKER, 2011).

Segundo Siche et al. (2007), a sustentabilidade ambiental situa-se nos recursos do ecossistema, resultando numa degradação ao meio ambiente, e também podendo acarretar algo extremamente prejudicial. Pitta (2008) reforça que as empresas necessitam entender a riqueza natural, ou seja, o capital natural, para que sejam possíveis uma auto-avaliação e o reconhecimento de quão importante é a preservação de recursos naturais, principalmente dos não renováveis.

A responsabilidade referente a sustentabilidade em países desenvolvidos, tornou-se clara a constatação que o crescimento populacional, junto com a falta de tecnologia para a melhor exploração de recursos naturais, faz estes países desfrutarem de modo elevado os recursos que por direito não lhes pertences, entretanto, para que não interfiram sua a rotina de vida, utilizam de modo irresponsável, destruindo estes recursos e reconhecendo tal ação. (PEREIRA, 2013).

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Independente do sistema que a sociedade esteja inserida, existe uma necessidade de sobrevivência em relacionar o capital. O maior problema enfrentado referente a utilização e desgaste dos recursos naturais, é a constante utilização irresponsável do ramo industrial, sendo que em certo instante o meio ambiente era uma infinita fonte de recursos, porém se tornou em um depósito “ilimitado” de resíduos em proporções assustadoras. Isso acontece por causa da economia e seu sistema, que tende a direcionar o crescimento da demanda industrial, ultrapassando os limites ambientais (BELLEN, 2005).

Segundo Bellen (2005), a sustentabilidade econômica pretende direcionar de forma responsável as distribuições eficientes dos recursos naturais, respeitando toda escala ambiental e social. São considerados como princípios econômicos da sustentabilidade: Ecoeficiência, contabilidade ambiental e investimentos éticos. Estes princípios possibilitam um equilíbrio na sustentabilidade, proporcionando uma melhor utilização dos recursos naturais, e práticas/ações que anteriormente não eram vistas como prioritárias (GLAVIC; LUKMAN 2007).

É muito importante e necessário a preocupação com o bem-estar do ser humano, e que sua qualidade de vida seja aumentada, e o raciocínio ecológico converge com este mecanismo, em que é fundamental a preservação do capital social (BELLEN, 2005). O capital social visa contribuir de forma direta na melhor relação dos indivíduos dentro da sociedade, ou seja, quanto maior a confiança, respeito e igualdade dentro de uma sociedade maior será seu capital social (VELEVA; ELLENBECKER, 2011).

A sustentabilidade social abrange um conjunto de práticas que pretende melhorar de forma direta e justa a qualidade de vida da população de forma geral. Estas práticas são direcionadas a combater as desigualdades sociais, garantir os direitos mínimos que todo ser humano deveria ter acesso, principalmente saúde e educação (FEIL; SCHREIBER, 2017). O vínculo entre a distribuição de renda e a parte social da sustentabilidade é inegável segundo Siche (2007).

A Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2015 organizou e lançou 17 metas voltadas ao desenvolvimento sustentável, que tem como objetivo

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mostrar a importância de se desenvolver ambientalmente, economicamente e socialmente uma nação. No Quadro 1, pode-se observar 17 objetivos do desenvolvimento sustentável produzidos pela ONU, e que pretende atingir a Agenda 2030.

Quadro 1 – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil elaborado pela ONU em 2015.

Número Nome do objetivo

1 Erradicação da pobreza

2 Fome zero e agricultura sustentável

3 Saúde e bem-estar

4 Educação de qualidade

5 Igualdade de gênero

6 Água potável e saneamento

7 Energia limpa e acessível

8 Trabalho descente e crescimento econômico

9 Indústria, inovação e infraestrutura

10 Redução das desigualdades

11 Cidades e comunidades sustentáveis

12 Consumo e produção sustentável

13 Ação contra a mudança global do clima

14 Vida na água

15 Vida terrestre

16 Paz, justiças e instituições eficazes 17 Parcerias e meios de implementação

Fonte: Adaptado de ONU (2015)

Essas ações pretenderam fazer um apelo afim de acabar com a desigualdade social e garantir que de fato o meio ambiente possa ser preservado e protegido, e que as pessoas tenham condições financeiras de forma mais justa.

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2.2 Modelos de Maturidade

Normalmente ao se falar de maturidade, muitas culturas direcionam os pensamentos a pessoas com idade avançada. Porém, ao direcionarmos no ramo industrial esta palavra possui um significado mais abrangente que se caracteriza a adaptação e desenvolvimento das indústrias em realizar seus objetivos de forma mais responsável (BOUER & CARVALHO, 2005).

O modelo de maturidade tem como objetivo melhorar o desempenho organizacional, direcionando as organizações a observarem os pontos ineficazes, induzindo a adotar algumas medidas para atingir o mais próximo da excelência dentro da empresa (MAIER et. al., 2012).

Na literatura não existe uma definição detalhada para a maturidade, sendo que existem modelos de maturidade atualmente com ferramenta de avaliação diferentes entre si e de áreas diversas, mas ainda em desenvolvimento e ampliação, e com a informação pouco propagada no ramo industrial. Por isso que existem diversas organizações estagnadas, onde o necessário que a legislação ambiental, de segurança e qualidade exige se torna o suficiente (ORMAZABAL; SARRIEGI, 2012).

O primeiro modelo de maturidade validado que consta na literatura foi em 1979, criado por Crosby e conhecido como Aferidor de Maturidade da Gerência da Qualidade. Este modelo possui cinco níveis de maturidade, sendo elas: incerteza, despertar, esclarecimento, sabedoria e certeza. No Quadro 2 é possível observar o significado de cada nível de maturidade denotado por Crosby (1986).

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Quadro 2 - Significado de cada grau de maturidade descrito por Crosby (1986) em relação a gerência de qualidade.

Níveis de Maturidade Significado

Incerteza Compreensão nula referente ao tema.

Despertar Existência de algum conhecimento sobre o assunto, porém com alguns obstáculos.

Esclarecimento

Intenção de implementação, com conhecimento médio sobre o tema, porém com um baixo nível de reconhecimento.

Sabedoria

Reconhecimento significante, e com intuito de mais investimento, porém com algumas coisas a serem melhoradas.

Certeza Reconhecimento total da importância da implementação e continuidade.

Fonte: Adaptado de Crosby (1986)

São avaliados no total seis itens nomeados de “categorias de medida”: custo da qualidade no percentual de vendas; resolução de problemas; atitude da gerência e compreensão; propagação da qualidade da empresa; sumário das possibilidades da companhia no setor de qualidade; e medidas para a melhoria da qualidade. É de fácil compreensão o método de Crosby, pois basta observar e assinalar a respectiva linha na coluna onde está mais representado em conjunto com a realidade da organização. No Quadro 3 é possível observar de modo sucinto o método pioneiro da maturidade voltado na avaliação da qualidade de Crosby (1986).

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Quadro 3 - Exemplo de aplicação do modelo de maturidade de Crosby

Categoria de Medida Incerteza Despertar Esclarecimento Sabedoria Certeza Custo da qualidade no percentual de vendas

Resolução de problemas

Atitude da gerência e compreensão

Propagação da qualidade da empresa

Sumário das possibilidades da companhia no setor de

qualidade

Medidas para a melhoria da

qualidade

Fonte: Adaptado de Crosby (1986)

Após preencher as seis categorias, é fornecido uma pontuação para cada nível adotado pelo participante: 1 ponto para incerteza, 2 para despertar, 3 para esclarecimento, 4 para sabedoria e 5 para certeza, sendo o total possível e na melhor hipótese 30 pontos. Era necessário que pessoas distintas da mesma empresa participassem deste método de avaliar a maturidade, de tal forma que pudesse ter diferentes perspectiva sobre a organização ou processo em si, para encontrar possíveis contradições (CROSBY, 1086).

Para avaliar, ao decorrer do tempo as capacidades específicas e o desenvolvimento dentro de uma empresa são utilizados os modelos de maturidade, que também permite dimensionar e analisar qualquer tipo de coisa, sendo ela sistêmica ou não, caracterizando os pontos fracos e fortes, juntamente com os seus desempenhos em atividade plena (ANTUNES, 2001; HYNDS et al., 2014).

O escopo de um modelo de maturidade é disponibilizar uma vasta visão no local de aplicação entre seus diferentes elementos, de forma geral, possibilitando explicar como a implementação e o desenvolvimento poderá dimensionar de forma

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clara sua maturidade, independente da área de aplicação, como gestão de operações, gestão de processos, gestão de projetos, sustentabilidade, entre outros (MAIER et. al., 2012).

Para Wendler (2012), mesmo existindo um crescente estudo com ênfase na maturidade em diferentes áreas do conhecimento, é notório uma concentração na área de tecnologia de informação como desenvolvimento e engenharia de software. Wendler (2012) ainda acrescenta que o número de trabalhos científicos publicados entre 2003 e 2009 cresceu significativamente, mais precisamente de 15 para 34 publicações. Reis et al (2017) reforça o que foi acrescentado em sua pesquisa citando um aumento no número de publicação entre 2004 e 2014, mais precisamente entre os intervalos de 2007 a 2009, e 2011 a 2014. Segundo Bertolini et. al (2019), entre os anos de 2015 a 2019, o número de pesquisas envolvendo a maturidade em tem aumentado consideravelmente, em diversas áreas de conhecimentos.

Estes autores citam que a concentração dos estudos sobre os modelos de maturidade descritos, em sua maioria são voltadas às pesquisas de ciências de exatas, em especial para as engenharias, gestão, contabilidade e ciência da computação/sistema de informação.

O que melhor define e acrescenta valor para um modelo de maturidade, independente de qual área de conhecimento seja, é suas análises causais e processos que de modo direto influenciam as empresas a adquirem níveis de maturidades melhores e significantes, sendo um modelo de maturidade capaz de avaliar o desempenho da organização em certo processo individual ou por completo, ou até mesmo servir como uma ferramenta de melhoria, já que indicará pontualmente onde está situado o problema (MAIER et. al., 2012; ORMAZABAL et. al., 2016).

É importante salientar que qualquer modelo de maturidade tem como variável em comum o tempo, pois se tratando de uma abordagem genérica, com o intuito de averiguar o desempenho de uma empresa, o estado desejado e final só é considerado “maduro” através de uma vasta pesquisa envolvendo a legislação do objeto de estudo, situação atual da maturidade e seu desenvolvimento ao longo do tempo (ANTUNES, 2001; MAIER et. al., 2012).

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A palavra maturidade é bem relativa em alguns casos, principalmente ao se falar de processos, e também com diversas interpretações dentro da literatura. Primeiramente é importante entender que para algo ser considerado “maduro”, deve-se estar dentro da legislação vigente, e deve-ser comprovado que de fato é uma situação responsável e seguro dentro das perspectivas globais, por exemplo, se a maturidade em questão for um processo dentro da sustentabilidade, este processo deve abranger positivamente as três vertentes principais da sustentabilidade: a ambiental, econômica e social. Ou seja, um processo que seja ambientalmente responsável, que traga valor econômico significante para a empresa e conduza positivamente o conceito social (BAUMGARTNER, 2010; BOUER & CARVALHO, 2005; SLOAN et. al., 2013).

2.2.1 Maturidade na Sustentabilidade

O modelo de maturidade de sustentabilidade possibilita a informação de qual estágio de evolução a aplicação e desenvolvimento das práticas sustentável que as indústrias e empresas de forma geral se encontram, podendo ser utilizado para análise por grupos ou indivíduos em sua evolução, e introduzir a sustentabilidade nos processos (HYNDS et al., 2014).

Os frameworks em sua grande maioria nos modelos de sustentabilidade disponibilizados na bibliografia incluem alguns níveis de maturidade, sendo que cada nível possibilita um grau maior de credibilidade e competência do anterior. Portanto, quando uma empresa atinge um nível, seu novo objetivo é evoluir para o próximo, sendo que cada modelo de maturidade que pretende dimensionar a sustentabilidade de uma organização, possui diferentes metodologias e notações para avaliar esta sustentabilidade (ROCHA et. al., 2013).

No Quadro 4, pode-se observar alguns modelos de maturidade aplicados em nivelar a sustentabilidade industrial, com diferentes ferramentas e formas de aplicação.

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Quadro 4 - Modelos de maturidade voltados a sustentabilidade

Modelo de maturidade Foco do modelo

Kirkwood, Alinaghian e Srai (2008) Tomada de decisão: mapear a sustentabilidade atual e adequar práticas para melhorá-las.

Baumgarther e Edner (2010) Apresentar perfis de aspectos específicos para a implementação da sustentabilidade.

Viaro (2011) Avaliação de maturidade em tecnologia da informação verde

Curry e Donnellan (2012) Nivelar a sustentabilidade existente utilizando a tecnologia de informação.

Ngai, Chau, Poon e To (2013) Gestão de energia: eficiência energética. Sloan, Klingenberg e Rider (2013) Sustentabilidade coorporativa

Rocha et al (2013) Avaliação da maturidade da sustentabilidade pelo modelo hierárquico de Lowell

Hynds et al (2014) Inovação e desenvolvimento de produtos sustentáveis Edgeman e Eskildsen (2014) Avaliação de excelência empresarial sustentável.

Moutchnik (2015) Avaliação da gestão ambiental corporativa Ormazabal (2013) e Ormazabal et

al (2016).

Modelo de avaliação das práticas de sustentabilidade e gestão ambiental

Gouvinhas et al (2016) Framework para auto-avaliação da sustentabilidade organizacional

Xavier (2017) Avaliação das práticas de Eco Inovação nas organizações

Fonte: Adaptado de Hepper et al. (2017) e Xavier (2017).

Na Quadro 4, pode-se notar que existem diversos tipos de modelos abordando a maturidade como algo específico dentre as organizações, ou seja, as diferenças existentes entre esses modelos é notório e também mostra que um modelo de maturidade é muito flexível, podendo analisar algo específico como o modelo de Ngai et. al. (2013), que direciona o seu modelo de maturidade na gestão de energia, direcionando para uma eficiência energética.

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E o modelo de Kirkwood (2008) que pretende avaliar e nivelar a sustentabilidade já existente e a partir disso propor melhorias específicas nas partes que demonstraram ineficiência. São distintos em nos pontos específicos da pesquisa, mas em geral comum em relação a sustentabilidade.

Logo, os modelos de maturidade podem ser direcionados para diversas áreas do conhecimento, voltado à sustentabilidade ou não, sendo uma ferramenta poderosa e capaz de dizer os níveis de desenvolvimento de uma empresa de forma geral ou de algum setor específico. Porém para desenvolver um modelo de maturidade é preciso uma revisão da literatura cautelosa, e analisar qual será a melhor ferramenta capaz de dizer o que é maduro ou não (HEPPER et al., 2017; KIRKWOOD et al., 2008).

Especificamente, quando existe um modelo de maturidade voltado a sustentabilidade, este modelo pretende nivelar o quão maduro sustentavelmente a empresa está referente aos seus processos, projetos ou até mesmo setores da organização. O processo de maturidade no ramo da sustentabilidade pode ser compreendido como uma medida de análise e impulsionar uma possível mudança cultural dentro da organização, já que este processo de mudança depende das pessoas que estão contidas no dia a dia da empresa (GOUVINHAS et al., 2016).

Dos modelos citados no Quadro 4, serão destacados de forma mais detalhada as pesquisas de Rocha et al (2013) e Gouvinhas et al (2016), pois mostram uma certa afinidade com o tema deste trabalho, e também alguns indicadores de sustentabilidade citados nestes trabalhos serão utilizados nessa pesquisa.

A pesquisa de Rocha et al (2013) trata de uma avaliação do nível de maturidade da sustentabilidade através do modelo hierárquico de Lowell, sendo esta ferramenta criada e desenvolvida pelo centro Lowell, da Universidade de Massashusetts nos Estados Unidos da América. O modelo hierárquico de Lowell possui cinco níveis com intuito de categorizar os indicadores. Na Figura 2 é possível observar quais são estes níveis hierárquicos do modelo utilizado na pesquisa de Rocha et al (2013).

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Figura 2 - Modelo Hierárquico de Lowell Fonte: Adaptado de Rocha et al (2013).

Para Rocha et al (2013), este modelo é capaz de avaliar se a organização é de fato sustentável, onde cada nível informa de modo detalhado qual o grau de maturidade a empresa se encontra.

O nível 1 está direcionado aos indicadores que buscam fazer somente o necessário que a legislação exige. No nível 2 os indicadores estão mais direcionados à redução de custos, utilizando materiais com intuito de obter a melhor performance da produção e seu processo.

O nível 3 direciona para indicadores que pretendem avaliar as atividades operacionais da indústria que possam influenciar o meio ambiente, como por exemplo a emissão de CO2 em algum processo maquinário ou não da organização.

No nível 4 os indicadores destinam-se para a análise da cadeia de suprimentos de forma geral e o ciclo de vida dos produtos, ou seja, indicadores que

Nível 2: Indicadores de performance e utilização de materiais Nível 1: Indicadores de conformidade e cumprimento Nível 3:

Indicadores dos efeitos gerados pela empresa

Nível 4:

Indicadores do ciclo de vida e cadeia de suprimentos

Nível 5:

Indicadores de sistemas sustentáveis

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medem a reciclagem e a utilização de recursos renováveis.

E por último o nível 5 e o mais importante e ideal de todos, pois neste nível os indicadores mostram de forma clara a importância que a empresa transparece a sustentabilidade em sua produção, dando importância a todas as vertentes da sustentabilidade.

Ainda na pesquisa de Rocha et al (2013), os indicadores utilizados em sua pesquisa foram adquiridos através de um questionário enviado na organização onde foi feito o estudo de caso, e complementado pelos indicadores de sustentabilidade do GRI (Relatório de Sustentabilidade) e ISO 14000 e 9000.

A pesquisa de Gouvinha et al. (2016) também é voltada a maturidade em sustentabilidade, onde seu trabalho se identifica como um estudo exploratório com a finalidade de propor uma auto-avaliação de maturidade sustentável dentro das empresas, priorizando a ideia do Ecodesign. Foi proposto por Gouvinhas et al. (2016) um tipo de classificação teórica voltado aos níveis de maturidade em relação as questões ambientais, sociais e econômicas nos procedimentos e processos gerenciais. Na Figura 3 é possível observar de forma detalhada a classificação descrita na pesquisa de Gouvinhas et al. (2013).

Figura 3 - Nível de Maturidade em Sustentabilidade Fonte: Adaptado de Gouvinhas et al. (2016). Tipo 1 Empresas Totalmente Imaturas Tipo 2 Empresas Imaturas Tipo 3 Empresas de Maturidade Inicial Tipo 4 Empresas Maduras Tipo 5 Empresas de Maturidade e Ensino Tipo 6 Empresas Integradas

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As classificações apresentadas por Gouvinhas et al. (2016) na Figura 3, mostram seis tipos de classificações extremamente importantes para dimensionar o atual nível de maturidade apresentado pelas organizações.

O tipo 1 direciona-se para empresas completamente imaturas, pois suas ações estão totalmente fora das questões envolvendo a sustentabilidade, ou seja, as práticas e ferramentas do ecodesign, produção mais limpa, ou outra ferramenta não fazem parte dos processos de produção da empresa, pois essas organizações ainda buscam de alguma forma lidar com as exigências socioambientais.

No tipo 2 temos uma empresa imatura segundo Gouvinhas et al. (2016), e segundo sua classificação estas empresas mesmo ainda consideradas imaturas, já possui algum tipo de projeto com o pensamento ecológico, mas prematuro e sem efeito.

O tipo 3 é classificado pelos autores como organizações com maturidade inicial, ou seja, empresas que têm projetos com concepções sustentáveis e que possui uma certa credibilidade e efetividade prática.

No tipo 4 temos empresas que são consideradas maduras, sendo que possuem de forma explícita projetos com orientações sociais e ecológicas e a preocupação ambiental estão em todos os níveis de seus processos de produção.

Já no tipo 5 as empresas são classificadas com um nível de maturidade e ensino significante, e isso quer dizer que é uma organização que leva em consideração questões ambientais em todas as decisões de negócios, e tendem a “educar” seus fornecedores e clientes a levar em consideração no momento da compra e venda vertentes socioambientais.

E por fim temos o tipo 6, que são empresas integradas, e este tipo de organização priorizam questões socioambientais em todo seu negócio, sendo a principal condição para efetivação de suas decisões, onde uma rede integrada é criada como “empresas sustentáveis”, envolvendo diversas organizações para este feito, estimulando outras organizações a priorizarem questões da sustentabilidade.

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Após a realização de uma pesquisa detalha sobre o tema sustentabilidade, foi possível observar que na grande maioria dos trabalhos aqui citados, existe um número concentrado de indicadores utilizáveis nas pesquisas, sendo que os sistemas de onde são retirados estes indicadores varia se tratando do tipo de pesquisa.

2.2.2 Indicadores de Sustentabilidade

Através do avanço da tecnologia no século XX e o alto consumo constatado de energia e matéria-prima, tem o surgimento do Produto Interno Bruto (PIB), com intuito de medir o avanço e evolução da economia. Entretanto, na década de 60 houve necessidade de avaliar os aspectos sócias, surgindo daí os indicadores sociais, relacionando educação, trabalho, saúde, entre outros. Com estes indicadores, foi necessária uma revisão de conceitos, e entender que apenas os indicadores econômicos dentro de uma sociedade não eram suficientes, colocando a qualidade de vida através dos indicadores sociais como importantes a serem considerados (NAPPI; ROZENFELD, 2015; SANTOS, 2009).

Posteriormente, numa Conferência organizada pela ONU em Estocolmo, surgiu a questão ambiental dentro da sociedade global e do ramo industrial, levantando a necessidade de indicadores com vertentes ambientais. Nesse contexto surgiu uma discussão teórica e científica que veio a ser nomeada de sustentabilidade, obtendo uma criação de um paradigma novo com foco no desenvolvimento. Com toda essas discussões e mudanças, foram criados novos indicadores dentro das vertentes ambiental, econômico e social, com intuito de medir a sustentabilidade tanto no quesito nacional como no setor industrial (SANTOS, 2009; ROCA, 2012).

O termo indicador vem do latim indicare, que tem como significado: descobrir, anunciar, apontar e estimar (HAMMOND et al., 1995). Os indicadores necessitam ser compreendidos como possíveis variáveis, ou seja, uma representação operacional (característica, qualidade, propriedade) de um sistema, sendo o objetivo quantificar informações relatando sua significância. Segundo Rametsteiner et al., (2011) “indicadores de sustentabilidade são simultaneamente o significado de compilar a estrutura de conhecimento, a expressão social e as normas e propriedades politicas”, relatando ainda “resultando de um contínuo processo de melhoria, particularmente

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considerando integrar o conhecimento emergente”.

O principal objetivo dos indicadores é fornecer informações plausíveis sobre o sistema econômico, físico e social, ou seja, promover uma responsabilidade na produção, com intuito de deixa-la mais sustentável possível. E este objetivo não se limita em apenas designar relações de causa e efeito ou tendências, e sim elevar a compreensão e consciência do que está sendo analisado, fazer a medição do desenvolvimento em consequência das metas impostas, e informar qualquer tipo de decisão a ser tomada, independente de ser indústria ou nação de forma geral, pois toda mudança a ser feita deve-se ter resultados benéficos paras as vertentes da sustentabilidade (VELEVA et al., 2001; DELAI; TAKAHASHI, 2011).

É necessário incluir tanto indicadores quantitativos quanto os qualitativos quando se mencionado medir a sustentabilidade a produção de uma indústria. A criação dos indicadores detém de algumas particularidades como o tempo que acontece a medição, os limitantes utilizados, ou seja, as instalações, quais seriam os produtos, fornecedores, o que de fato serão medidos, e claramente introduzir as unidades de medida para estes indicadores (DELAI; TAKAHASHI, 2011; NAPPI; ROZENFELD, 2015).

Políticas governamentais precisas, consumidores comprometidos e uma alta gerência dando suporte são extremamente viáveis e necessárias quando fala na utilização de indicadores de sustentabilidade, pois os indicadores não são propagados sozinhos, logo sem este auxílio não possuem o poder de fazer qualquer tipo de alteração ou transição para um processo produtivo sustentável. Os responsáveis pelos processos produtivos dentro da empresa e as ferramentas conhecidas dentro da literatura são extremamente importantes e podem auxiliar diretamente para a mudança de paradigma que a organização necessita para ser mais sustentável (WILLIAMS et al., 2017; VELEVA E ELLENBECKER, 2011).

É importante o nivelamento da sustentabilidade dentro de uma organização, principalmente quando se fala de processos de fabricação e tomada de decisão de forma geral, pois a medição dos níveis da maturidade em relação a sustentabilidade pode ser elaborada dos indicadores de sustentabilidade ou até mesmo de um índice.

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Uma empresa que apresente um nível de sustentabilidade adequado, possui de forma ampla a utilização de indicadores de sustentabilidade, com um certo grau de efetividade, e uma das coisas mais importantes, a utilização da sustentabilidade tanto na forma operacional como na gestão estratégica (DELAI; TAKAHASHI, 2011).

Através das iniciativas internacionais, ocorreu algumas mudanças de posturas nas organizações referente a sustentabilidade apresentadas em seus processos produtivos, e muitas dessas iniciativas de instituições que tem como objetivo induzir o setor produtivo a serem mais sustentáveis, sendo estas instituições como o Global Reporting Initiative (GRI), International Organization for Standardization (ISO) 14001, Pacto Global da ONU, Pegada Ecológica, entre outros (LEITE, 2014). Em 2015, a ONU lançou 17 metas voltadas a sustentabilidade, juntamente com os seus três pilares, com intuito de agregar de forma expressiva e significante para o desenvolvimento sustentável. Na pesquisa de Bellen (2005) representada na Figura 4, realizou-se um levantamento dos principais sistemas de indicadores de sustentabilidade utilizado no setor industrial, ou seja, onde as indústrias buscam indicadores que possam de modo direto melhorarem os seus processos no quesito sustentável.

Figura 4 - Principais sistemas de indicadores utilizados em indústrias Fonte: Adaptado de Bellen (2005).

Ecological footprint method (Pegada Ecológica) Dash os sustainability (Painel da sustentabilidade) Barometer of sustainability (Barômetro da sustentabilidade) Global report iniciative (Relatório de sustentabilidade global)

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Os quatro sistemas de indicadores apresentados por Bellen (2005) pretendem agregar as informações que resultem para uma análise quantitativas, normalmente disponibilizadas nas organizações. Todos os sistemas de indicadores citadas na Figura 4, possuem significantes ferramentas para chegar-se numa sustentabilidade industrial de grande utilidade, sendo que Leite (2014) reforça a pesquisa de Bellen (2005), se tratando dos indicadores ainda mais utilizáveis dentro das organizações, porém alguns destes sistemas direcionam mais para a parte ambiental do que a social e econômica, sendo o caso da Pegada Ecológica. Já os outros citados tendem focar mais no geral da sustentabilidade do que em uma única vertente.

Referente ao um dos métodos mais utilizados pelas indústrias quando se fala na busca de indicadores de sustentabilidade que englobam o TBL, o GRI é um dos mais completos e usados com diversos objetivos, desde melhoramento da sustentabilidade em processos produtivos através dos indicadores em seu relatório, mas também como forma de propagação de ações sustentáveis utilizadas pela organização, com intuito de propagar o respeito e a preocupação sustentável existente. (BELLEN, 2005; GRI, 2018; LEITE, 2014; ROCA, 2012; ONU, 2015).

O GRI possui padrões que foram criados com intuito de serem utilizados como uma modelo para as indústrias apresentarem os impactos existentes nas organizações, e como estas instituições estão contribuindo para a sustentabilidade de forma geral. Existem dois tipos de padrões no GRI, conhecidos como gerais e os específicos. Referente aos específicos, existem indicadores com as vertentes ambientais, econômicas e sociais, juntamente com as métricas de propagação referente a cada tema como apresentam os Quadros 5a, 5b, 5c, 5d, 5e e 5f (GRI, 2018).

Estes indicadores do GRI pretendem de forma clara auxiliar na elaboração do relatório de sustentabilidade, sendo uma prática muito comum e importante no continente europeu, pois é como um método de avaliação da sustentabilidade momentânea da indústria. Porém, os indicadores apresentados no GRI podem e servem como dados para outras avaliações da sustentabilidade, ou seja, utilizando outros modelos e ferramentas para isso, já que os indicadores tratados no GRI englobam de uma maneira interessante a maioria dos indicadores existente no ramo

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industrial, sendo diversos deles utilizados por indústrias e centro de pesquisa que tem como viés a sustentabilidade como objetivo (BARCELOS, 2012; GRI, 2018; LEITE, 2014).

Referências

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