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3. Método e Materiais

3.2 Estudo de caso

O método estudo de caso teve início há mais de dois mil anos na área da saúde, mais específico na medicina quando um grego chamado Hipócrates (460 – 377 a.C) constatou 14 casos clínicos, com isso pode-se deduzir que o estudo de caso é um dos métodos mais antigos de investigação científica (MARTINS, 2008).

A origem do estudo de caso também está marcado na área da psicologia onde era realizada uma análise detalhada de um caso individual, com isso também se supõe que adquirir conhecimento sobre determinado fenômeno que seja objeto de investigação é possível a partir da exploração intensa de um único caso (Ventura, 2007), onde pode-se inferir que o estudo de caso é complicado e paradoxal, entretanto o autor Yin (2005) afirma que quanto mais fácil for a estratégia utilizada na pesquisa, mais difícil será realizá-la, isso porque o pesquisador pode se deparar com um cenário incomum, no qual pode existir muito mais variáveis de interesse do que dados fornecidos de maneira imparcial e objetiva.

Atualmente, o estudo de caso continua a ser utilizado na área das ciências sociais como: sociologia, psicologia, antropologia, história, economia e ciência política, além das áreas mais voltadas à prática como administração, planejamento urbano, política pública, educação e trabalho social, contudo pode-se concluir que o estudo de caso é frequentemente usado para as pesquisas de teses e dissertações em todas as áreas (YIN, 2005).

No momento em que o objetivo de uma pesquisa é a geração, enriquecimento ou extensão de uma teoria, o estudo de caso é aconselhado porque o método possibilita a criação de novos conhecimentos, onde também passa a ser possível compreender os processos e as interações sociais situados em uma determinada

organização, dentro deste contexto, o estudo de caso é uma análise aprofundada de um ou mais casos que amplia o conhecimento do fenômeno, geralmente contemporâneo, do objeto estudado (BOLIS, 2015; MIGUEL, 2007).

De acordo com Yin (2005) para que o estudo de caso seja bem executado é necessário um pesquisador bem-treinado e experiente para conduzir o estudo com alta qualidade por causa das questões teóricas e dos dados coletados, onde durante a fase de coleta de dados o pesquisador poderá tirar vantagem de inesperadas oportunidades, além de proteger o estudo de possíveis procedimentos tendenciosos.

O pesquisador bem-treinado como já referido, tem que ser obrigatoriamente capaz de realizar boas perguntas, interpretar as respostas, ser bom ouvinte, não se enganar com seus próprios preconceitos e ideologias, ser flexível a ponto de as situações encontradas passarem a ser vistas como oportunidades e não como ameaças, deve ser imparcial a noções preconcebidas e ser atento a provas contraditórias (YIN, 2005).

Como o objetivo de um estudo de caso é aprofundar o conhecimento de um problema não definido suficientemente, podendo-se sugerir hipóteses, questões ou até mesmo desenvolver uma teoria (MIGUEL, 2007). Contudo, é necessário que estudo de caso tenha fontes e evidências que podem ser: cartas, memorandos, agendas, avisos, documentos administrativos, relatórios de aperfeiçoamentos, propostas, recortes de jornal e outros artigos que já foram publicados na mídia (YIN, 2005).

Toda investigação científica precisa ser definida através de um objeto de estudo e somente a partir daí construir o processo e o caminho da investigação, delimitando o universo ao qual será estudado, tudo deve ser direcionado de maneira que possam ser respondidas as questões do tipo “como?” ou “por que?” (YIN, 2005), isso quando o pesquisador possui pouco controle sobre as situações nas quais os fenômenos complexos e contemporâneos são adentrados no contexto da vida real (MARTINS, 2008).

O problema de pesquisa considerado amplo e complexo pode ser trabalhado com alternativas usando variáveis selecionadas a partir de hipóteses de causalidade, formas de controle e observação de decorrências das variáveis no objeto de estudo, mas para isso é necessário todo um processo pré definido de pesquisa (BOLIS, 2015). Yin (2005) propõe cinco fases principais no desenvolvimento de um estudo de caso, que são: planejamento, preparação da coleta de dados, coleta de evidências, análise das evidências e relato, porém para outros autores o estudo de caso não aceita um roteiro rígido para a sua delimitação (VENTURA, 2007).

Na Figura15 é possível observar como o estudo de caso foi implementado, e as etapas que se constitui necessárias para uma boa avaliação dos objetivos citados na pesquisa.

Figura 15 – Método do Estudo de caso aplicado nessa pesquisa Fonte: Adaptação Cauchick Miguel (2012)

O delineamento do estudo de caso como metodologia de investigação também pode ser definido em quatro fases, que são: delimitação da unidade-caso, coleta de dados, interpretação dos dados e elaboração do relatório (GIL, 2010), contudo para

• Mapeamento da literatura;

• Definicação do problema de pequisa e objetivos; Definicação da estrutura conceitual-

teórica

• Estudo de caso único;

• Objeto de estudo: Indústria de tinta;

• Coleta de dados por entrevista e análise por software Vensim; Planejamento do caso

• Testar procedimentos de aplicação;

• Controle e verificação da qualidade dos dados; • Adaptações necessárias;

• Pré elaboração do modelo dinâmico; Teste Piloto

• Coletas de dados com o responsável pelo processo de produção;

• Variáveis e indicadores tirados da literatura e confirmados na indústria;

• Registro dos dados; Coleta de Dados

• Produção da narrativa; • Identificação da causalidade;

• Dissertação e simulação dos dados obtidos; • Interpretação dos dados no conceito dinâmico; Análise de Dados

• Simulação;

• Conclusão dos resultados obtidos Relatório

se ter um método de pesquisa bem elaborado é necessário uma definição do plano de investigação composto por cinco elementos: as questões de estudo, (se houver) suas proposições, sua unidade de análise (pode ser mais que uma), a lógica que une os dados às preposições e a interpretação das constatações (YIN, 2005).

3.3 Procedimento Metodológico

A utilização da dinâmica de sistemas influencia numa construção de um conhecimento teórico-prático em diferentes áreas. Porém, nesta pesquisa foi utilizado como ferramenta de avaliar a maturidade sustentável de uma indústria de tinta no interior de São Paulo. Na Figura 16 pode observar as quatros etapas necessárias para de fato exista a implementação de uma ferramenta que possa buscar a visão sustentável das indústrias de tintas.

Figura 16 – Ações para uma possível implementação da ferramenta dinâmica de sistemas

Fonte: Adaptação de Sterman (2000)

A etapa de estruturação e caracterização consiste em definir pontualmente o problema de pesquisa destacando as tendências e manifestos da sociedade,

Ca ra ct e ri za çã o e Es tr u tu ra çã o • Pesquisa na Literatura; • Definicação da ferramenta; In trod u ção a Mo d el ag em • Comportamento do Sistema; • Adaptação e estrutura do sistema; R esol ão e ada pt ão do m odelo • Simulação; • Análise;

juntamente com a pesquisa da literatura, que tem o intuito de compor a fundamentação teórica, proporcionando uma melhor análise das ferramentas e dados utilizados, assim como análise de modelos e identificação dos indicadores e variáveis. Referente a definição do sistema, dentro da caracterização é necessário analisar a relevância desse tema na literatura, além do mapeamento de processos e identificação de agentes envolvidos (STERMAN, 2000).

Dentro da introdução a modelagem, é necessário destacar os dois principais agentes que indicara o andamento de toda a modelagem, sendo eles: o comportamento do sistema e adaptação/estrutura do sistema. Os subconjuntos de influenciam o comportamento são a coletas de dados, e suas respectivas medições, definição de causalidade (hipótese) e também a escolha das variáveis e indicadores que irão influenciar na modelagem. Já referente a estrutura e adaptação, algumas vertentes são interessantes em citar como: modelagem dos enlaces causais e diagrama de fluxo, definição das funções matemáticas que influenciam diretamente e indiretamente o modelo, parametrização da modelagem no software e definição de atitudes estratégicas advinda da modelagem (STERMAN, 2000).

Na resolução e adaptação do modelo é necessário trabalhar com os mais diversos cenários, logo a utilização da simulação computacional possui uma importância bem relevante e necessária se tratando de um estudo de caso.

A análise dinâmica é também importante citar, juntamente com a validação e verificação na prática do modelo criado, sendo assim, após a validação será possível além da aplicação, analisar algumas propostas de decisões, no caso dessa pesquisa agrega ao avanço de uma ferramenta de medição do conceito de sustentabilidade em uma indústria altamente poluente como a indústria de tintas (BATEMAN et. al., 2013).

Foram realizadas cinco simulações com intuito de gerar cinco cenários diferentes, um cenário péssimo, um cenário ruim, um cenário mediano, um cenário bom e por fim, um cenário excelente. Para a criação de cada cenário são colocados valores diversos para as variáveis e indicadores, que são importantes para um melhor conceito de sustentabilidade apresentada no sistema.

Os indicadores escolhidos com intuito de mensurar o quão madura sustentavelmente a indústria está referente ao processo de produção de tinta, estão embasadas na literatura, conforme mostra o Quadro 13.

Esses indicadores escolhidos são utilizados em outros trabalhos, como de Rocha (2013), Gouvinhas (2016) e GRI (2018), e analisados na empresa objeto de estudo, onde de fato foi confirmado a importância de cada indicador no processo por completo, ou seja, os indicadores do Quadro 12 interferem em outros processos de forma direta e indireta, influenciando de fato na sustentabilidade do processo da produção de forma geral.

Os valores dos indicadores e variáveis podem ser alterados entre uma escala de 0 a 1, sendo 0 totalmente imaturo e sem implementação de nenhum conceito de sustentabilidade e 1 completamente maduro e integrado, com todas as ações implementadas.

No primeiro cenário, os valores serão alterados para 0, ou seja, um cenário péssimo para a maturidade da sustentabilidade, sendo totalmente imaturo. Para o segundo cenário será denotado 0.25, sendo um valor ruim entre as ações de maturidade voltado a sustentabilidade, considerado imaturo.

No terceiro cenário, os valores serão parametrizados em 0.5, gerando valores medianos, e considerados regular para a sustentabilidade, e com maturidade inicial. Para o quarto cenário, as parametrizações terão valores em 0.75, ou seja, um cenário bom para ações e conceito de maturidade sustentável, considerado maduro. E por fim, o último cenário, considerado excelente, gerando uma maturidade sustentável integrada, em valores parametrizados em 1, sendo maduro e integrado, como mostra o Quadro 12.

Existe uma última etapa, que seria a implementação, porém neste trabalho limitou-se em apenas realizar as três primeiras etapas, caracterização, modelagem e resolução do modelo e possíveis adaptações. Após as três etapas serem realizadas com a qualidade necessária, o intuito é que a estruturação do modelo dinâmico possa contribuir no quesito implementação tanto para a academia quanto para o ramo

industrial.

Quadro 12 – Escala de variações das ações nas simulações.

TBL Nome do Indicador Cenário 1 (péssimo) Cenário 2 (ruim) Cenário 3 (regular) Cenário 4 (Bom) Cenário 5 (Excelente) 1 Ambiental Avaliação ambiental dos fornecedores 0 0,25 0,50 0,75 1 2 Ambiental Eficiência de Produção 0 0,25 0,50 0,75 1 3 Ambiental Eficiência do envasamento 0 0,25 0,50 0,75 1 4 Econômico Práticas de compras 0 0,25 0,50 0,75 1 5 Econômico Interesses econômicos dos consumidores 0 0,25 0,50 0,75 1 6 Econômico Investimento em tecnologias de efluentes 0 0,25 0,50 0,75 1 7 Social Treinamento de colaboradores 0 0,25 0,50 0,75 1

8 Social Marketing Verde

e Rotulagem 0 0,25 0,50 0,75 1 9 Social Eficiência da segurança no transporte por parte dos colaboradores 0 0,25 0,50 0,75 1 Fonte: autor.

Os parâmetros representados apresentados no Quadro 12, representam a porcentagem em decimais da eficiência e utilização dos indicadores de sustentabilidade envolvidos no processo específico de fabricação da tinta. Sendo que, quanto maior a taxa de utilização maior será a representatividade do indicador.

Nos indicadores ambientais escolhidos, tem-se a avaliação ambiental dos fornecedores, onde são os responsáveis de avaliar a matéria-prima recebida, e

pontuar se estão dentro da legislação ambiental. Se esse indicador não estiver sendo utilizado corretamente, ou seja, com baixa porcentagem de utilização, isso implicará em aceitar, ou passar matéria-prima que possa prejudicar algum quesito da sustentabilidade. Esse indicador é um indicador do GRI (2018). Já os outros dois indicadores ambientais, estão relacionados diretamente com a geração de resíduos e efluentes, ou seja, quanto maior a eficiência de produção e de envasamento, menor será a geração de resíduos e efluentes industriais. Isso mostra que se a eficiência de ambas chegar próximo a 100%, o desperdício na produção e os problemas no envasamento não ocorrerá.

Os indicadores econômicos possuem uma grande importância dentro do processo, principalmente quando se fala em investimento em tecnologias para efluentes, sendo um dos indicadores, e também do GRI (2018), pois isso implica em um melhor tratamento, e por consequência um despejo mais responsável para a vida aquática, e segurança para os colaboradores, referente a inalação. A tendência é uma melhor porcentagem de utilização desse indicador, pois implicará no melhor tratamento, economia perante a utilização de água, e uma mudança cultural. Outro indicador importante dentro da vertente econômica é o interesse econômico dos consumidores, sendo esse fundamental para o sucesso do produto em questão. Esse interesse mostra que quanto maior porcentagem de pedido, maior será esse interesse, possibilitando uma boa reputação do produto no mercado, e podendo levar de modo direto e indireto informações importantes para esses colaboradores sobre o quesito sustentabilidade.

O indicador econômico práticas de compras, é indicador do GRI que tem uma interpretação diferente dos demais. Considerando que o estoque de segurança da empresa direciona a ser o mínimo possível, já que existe um custo para se estocar, e que a compra da matéria-prima acontece mensalmente, esse indicador em zero percentual de utilização indicará que a empresa não comprará o necessário para a fabricação da tinta em específico analisada, não chegando a sua capacidade de produção. Logo, é fundamental esse indicador ter o valor mais alto possível, pois implicará em um setor preparado para comprar o necessário, de fornecedores de responsabilidade sustentável significativa.

Já os indicadores sociais escolhidos para o modelo, são indicadores que implicam diretamente no sistema, e que podem, quando bem utilizados percentualmente interferir no processo como um todo. Ou seja, quanto mais a utilização dos indicadores sociais, como treinamento de colaboradores, marketing verde e rotulagem e eficiência da segurança no transporte por parte dos colaboradores, melhor será o quesito social da sustentabilidade, trazendo benefícios significantes para a empresa objeto de estudos.

Essas escalas foram separadas da forma apresentada no Quadro 12, pois pretende mostrar como o comportamento do processo de produção muda conforme vai aumentando a porcentagem de utilização dos indicadores, e como eles influenciam de forma eficaz e direta o processo produtivo. Sendo que todos os indicadores, sem exceção devem procurar ter a melhor eficácia dentro do sistema produtivo.

4. Desenvolvimento e Resultados

4.1 Desenvolvimento

4.1.1 Caracterização

Decorrente ao procedimento metodológico, nessa etapa é definido o produto do objeto de estudo, a indústria de tinta, sendo pontualmente analisado as tintas voltadas a construção civil, e com ampla relevância justificada por Fazenda (2009), Finger et al. (2006), Guió (2013), Nascimento (2004), OLIVEIRA (2003) e Guia Técnico Ambiental Tintas e Vernizes – Série P+L (2011).

Existem diversos tipos de tintas, para as mais diversificadas aplicações, como: ambientes de construção, carros, metais diversos, entre outros. As tintas voltadas à construção civil possuem um alto volume de fabricação, principalmente pelo aumento populacional, existindo diversas organizações no Brasil e no mundo dedicadas a esse tipo de produção.

Foi escolhida uma indústria para a coleta de dados referente a parte de fabricação e criação do fluxo direto de sua produção. Como Yin (2005) sugere, para a escolha da organização foram levadas a conveniência em consideração, principalmente se tratando da proximidade geográfica.

A indústria escolhida como objeto de estudo é uma organização de médio porte, tendo duas filiais, sendo um centro de distribuição no sul do país e a sede localizada no interior do estado de São Paulo. A indústria possui mais de 300 funcionários, e seus principais clientes são lojistas (atacado e varejo), distribuidores independentes, e pontos de vendas específico da empresa no estado de São Paulo, mais precisamente na região central do estado, e também para o sul do pais, distribuindo aos três estados existentes.

Em relação a coleta de dados, normalmente segue formalmente um plano, porém ao decorrer da pesquisa algumas informações relevantes ao estudo de caso no momento da coleta podem fazer parte do escopo (YIN, 2005).

Para compreender o fluxo e o processo de produção de tintas, são coletados os dados necessários na indústria objeto de estudo. Com isso, possibilitou-se mapear o processo por completo de produção de tintas voltadas a construção civil. Todos os processos são estritamente importantes para a produção de tintas, porém alguns processos ganharam destaque e relevância, como: programação da produção, compra de matéria-prima, completagem, filtragem, projeto de sustentabilidade, interesses econômicos, tratamentos de resíduos e efluentes.

Na Figura 17 está destacado o fluxo do processo com as macros etapas.

Figura 17 – Fluxo da cadeia de tintas imobiliárias Fonte: Empresa objeto de estudo

Através do conhecimento dos principais macros etapas do fluxo apresentado na Figura 17, são mapeados os agentes que estão envolvidos diretamente na cadeia do processo de tintas.

• Fornecedores de matéria-prima; • Fábrica de latas;

• Fornecedores de latas para envasamento das tintas; • Consultoria ambiental;

• Suporte técnico externo; • Consumidores de resíduos;

• Redes de atacadistas e varejistas em tintas; • Centro de distribuição local e externa;

• Lojas menores de venda; • Consumidores finais.

Após compreender as macros etapas e os agentes influenciadores que participam da cadeia do processo de tinta, é possível ter a elaboração de um fluxo com mais detalhes em relação as possibilidades da destinação do fluxo, como pode- se observar na Figura 18.

Através deste nível de detalhamento, que tem como objetivo auxiliar na elaboração de um modelo mais amplo do fluxo, indicando as possíveis variáveis que fazem parte de toda sua cadeia, ou seja, que com as principais possibilidades de destinação no fluxo. E, assim possibilitando uma ajuda direta a definição do escopo desse trabalho, ou ocasionará a construção do diagrama de enlaces causais e de fluxo, juntamente com as fases da modelagem.

O fluxo se inicia com o fornecimento de matéria-prima da tinta, destacando que nessa pesquisa está sendo destacado de forma geral a tinta para construção civil, e como sabe-se, e também mostrado na revisão teórica, existem diversos tipos de tintas dentro desse grupo, porém todas com seus processos de produção semelhantes.

O fornecimento das matérias-primas advém das principais mercadorias que compõem a fabricação da tinta, elaborando o conceito de práticas de compras destacados no relatório de sustentabilidade como indicador.

Após as práticas de compras, ocorre o direcionamento para o estoque de matéria-prima, onde são depositadas e dimensionadas todas as matérias-primas que serão utilizadas nas etapas subsequentes. Nessa etapa, é de extrema importância as matérias-primas estarem reservadas em seus respectivos lugares, e num material apropriado de separação, indicando a periculosidade de seus materiais, como já citados, uma grande porcentagem das matérias-primas das tintas e vernizes possuem elementos tóxicos, sendo avaliado ambientalmente nessa fase.

Figura 18 – Fluxo detalhado do processo de tintas imobiliárias Fonte: Empresa objeto de estudo

Nesse processo é comum ter embalagens danificadas, e perda de ingredientes advindas dessas embalagens com problemas, sendo elas direcionadas a coletas e gestão de resíduos e efluentes. Com isso, a limpeza é necessária pela alta concentração de impurezas que pode ocorrer. As perdas encontradas dessa fase inicial, vem de problemas em relação às práticas de compras, onde são gerados insumos que tendem por um fim indesejado, mostrando alguma ineficiência da produção e planejamento. É possível que se utilize algum material reaproveitável advindo da dispersão, através de uma perda, onde uma porcentagem será destinada a coleta de resíduos, e outra direcionado e armazenado no estoque de matéria-prima e utilizado quando necessário.

A próxima fase é o fracionamento de matéria-prima, onde ocorre toda a separação e pesagem de todos os ingredientes necessários para a fabricação das tintas destinadas a construção civil. Esse fracionamento é uma etapa bem fundamental e de grande importância, pois através dessa etapa e averiguação da qualidade da matéria-prima que seguirá para a utilização dessa parte fracionada.

A pesagem e fracionamento incorreto poderá acarretar numa manipulação incorreta da receita das tintas, possibilitando a perda da produção pontual, que por consequência, gerará mais resíduos e efluentes. Sendo, que é pode acontecer, não sendo comum, o desperdício da matéria-prima fracionada, acarretando diretamente na gestão de resíduos e efluentes, e possivelmente na saúde do trabalhador, se tiver

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