RENATO DE ASSUNÇÃO
IMPACTO DAS ALTERAÇÕES IMPOSTAS PELA
RESOLUÇÃO Nº 001/2006-CN NO PROCESSO
ORÇAMENTÁRIO
Projeto de pesquisa apresentado em cumprimento parcial às exigências do Curso de Especialização em Orçamento Público do Instituto Serzedelo Corrêa, para obtenção do diploma de especialista.
ISC-CEFOR-UNILEGIS
Curso de Especialização em Orçamento Público
Brasília, fevereiro 2008
TEMA
Avaliação dos resultados decorrentes da aplicação das alterações impostas pela Resolução nº 01/2006-CN no Processo Orçamentário.
DELIMITAÇÃO DO OBJETO
A mais de cinco décadas são envidados esforços no sentido da modernização orçamentária no Brasil. A reorganização econômico-financeira e administativa dos diversos níveis governamentais sempre estiveram entre as principais metas dos governos.
A Constituição Federal de 1988 tratou o tema orçamentário de uma forma muito particular, buscando uma forma de disciplinar não só as leis orçamentárias, como também o processo legislativo a que essas leis deveriam ser submetidas. Assim, regulamentou a tramitação dos projetos de lei: do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual.
No período de 1990 a 2006 foram criados diversos dispositivos legais com o objetivo de regular e orientar o Processo Orçamentário no âmbito do Congresso Nacional. Apesar de muitos avanços, ainda haviam diversas falhas que careciam de ordenamento para que houvesse maior transparência e celeridade na apreciação das propostas elaboradas pelo Poder Executivo.
Após anos de discussão no âmbito da Comissão Mista de Orçamentos, foi aprovada, em dezembro de 2006, a Resolção nº 01-CN, cujo objetivo original era o de disciplinar a atuação dos atores, membros da Comissão Mista de Orçamentos, que atuam no Processo Orçamentário, destacando-se os papéis dos relatores setoriais, do relator geral, dos membros dos comitês que integram a Comissão e dos membros indicados pelos partidos para integrarem a CMO.
O teste concreto das alterações propostas pela Resolução nº 01/2006-CN, se deu no exercício de 2007, quando o processo orçamentário para 2008 foi submetido à apreciação do Congresso Nacional sob nova regulamentação que reestruturou a composição da Comissão Mista de Orçamentos e ditou novos ritos de apreciação da peça orçamentária. Essas alterações, mudaram de forma radical alguns importantes componentes políticos do processo orçamentário.
O trabalho a ser desenvolvido, busca respostas aos seguintes questionamentos: Diante das alterações propostas por meio da Resolução 001/2006, houve uma radical inovação no
processo de apreciação da Lei Orçamentária Anual ? Quais os avanços puderam ser identificados ? Quais as dificuldades foram enfrentadas para compatibilizar e concluir a análise e aprovação do Orçamento Geral da União para 2008 ?
De acordo com as respostas a alcançadas, buscaremos apresentar propostas que possam preencher as lacunas, que porventura sejam encontradas no proceso orçamentário a ser analisado.
OBJETIVOS Objetivo Geral
Apresentar as conseqüências práticas dos efeitos causados pelas novas normas impostas ao Processo Orçamentário decorrentes da aprovação da Resolução nº 01/2006-CN, com abordagem dos avanços alcançados e das dificuldades enfrentadas durante a tramitação da proposta orçamentária no âmbito do Congresso Nacional para ajustes da nova regulamentação. A análise busca apresentar comparativos à tramitação de outros PLOA regulados por instrumentos legais anteriores.
Objetivos Específicos
Comparar os avanços, as dificuldades e os prejuízos resultantes das radicais mudanças impostas pela nova Resolução.
Apresentar propostas de ajustes para solução dos problemas e das falhas evidenciadas durante o processo de apreciação do Orçamento da União de 2008 pelo Congresso Nacional.
JUSTIFICATIVA
O processo de apreciação da Lei Orçamentária para o exercício de 2008, sofreu profundas alterações em relação aos anos anteriores. As significativas mudanças impostas pela nova regulamentação aplicada por meio da Resolução nº 01/2006-CN, trouxe ao processo legislativo do Orçamento Geral da União, um rito diferenciado, com nova formulação e composição da Comissão Mista de Orçamentos.
Os problemas que surgiram ao longo do processo e as soluções dadas a esses problemas não foram suficientes para garantir a total aficácia da nova Resolução, que não conseguiu cumprir totalmente o seu papel disciplinador da análise do Projeto de Lei Orçamentária.
Tratando-se da primeira experiência à luz da nova regulamentação, caberá a esse estudo, apontar os avanços alcançados e as falhas e omissões identificadas, apresentando sugestões para possível implementação nos processos seguintes.
REVISÃO DE LITERATURA
Por tratar de um tema muito recente, o assunto posssui uma bibliografia extremamente resumida. O material a ser pesquisado deverá se concentar, basicamente, nas entrevistas e na experiência dos atores envolvidos no processo.
Para termos uma abordagem crítica mais qualificada, buscaremos a experiência de anos anteriores e do processo mais recente, com técnicos e legisladores de diferentes correntes de pensamento e de posicionamento político diverso.
METODOLOGIA
Para elaboração do trabalho serão utilizados todos os documentos e relatórios elaborados pelo corpo técnico das Consultorias de Orçamentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, das assessorias das lideranças partidárias, e dos informativos da CMO. Além dos Pareceres e Relatórios apresentados pelos relatores setoriais e geral da proposta Orçamentária.
Serão utilizados como fonte de pesquisa, livros e publicações sobre orçamento público disponíveis nas bibliotecas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
As entrevistas deverão ser realizadas dentro do âmbito do Congresso Nacional, com a participação do corpo técnico das Consultorias de Orçamentos da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, das assessorias das lideranças partidárias, servidores da CMO, parlamentares membros da Comissão Mista de Orçamentos, incluindo relatores setoriais e coordenadores dos comitês que integram aquela Comissão.
BIBLIOGRAFIA
NÓBREGA, Marcos. Lei de Responsabilidade Fiscal e leis Orçamentárias. São Paulo: Juarez de Oliveira. 2002.
BARROS, Ricardo. De Olho no Dinheiro do Brasil. Brasília: Edição do Autor, 2007.
MILESKI, Hélio Saul. O Controle da Gestão Pública. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003.
TORRES, Ricardo Lobo. O Orçamento na Constituição. Rio de Janeiro: Renovar, 1995.
MACHADO JR.,J. Teixeira, e REIS, Heraldo da Costa, A Lei 4320 Comentada, Rio de Janeiro: IBAM, 1999.
GIACOMONI, James. Orçamento Público, São Paulo: Editora Atlas, 2007. http://www.camara.gov.br http://www.senado.gov.br http://www.planejamento.gov.br http://www.fazenda.gov.br https://www.portalsof.planejamento.gov.br/ http://www.stn.fazenda.gov.br/