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PQI 3303 Fenômenos de Transporte III 2019 DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA DA EPUSP

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PQI – 3303 – Fenômenos de Transporte III – 2019

D

EPARTAMENTO DE

E

NGENHARIA

Q

UÍMICA DA

EPUSP

Absorção Gasosa

Absorção gasosa é uma operação de separação que envolve a transferência de um ou mais componentes de uma fase gasosa para um solvente líquido. Exemplos clássicos são: absorção de cloro em água e absorção de amônia em água. O processo de transferência de massa no sentido inverso – da fase líquida para a gasosa - é denominado “stripping” ou “desorption” (desabsorção).

1. Balanço de Massa – Absorção monocomponente

O esquema da figura 1 é de uma coluna de absorção, recheada ou do tipo “spray”, com as fases gasosa e líquido em escoamento contracorrente.

Figura 1 – Esquema da coluna de absorção – contracorrente.

As vazões de gás e líquido são usualmente expressas pelos respectivos fluxos GM = G/A e LM = L/A, sendo A a área da secção transversal da coluna.

O balanço de massa de A para o elemento de altura diferencial dh, envolvendo as duas fases, é expresso por:

(

G

M

y

A

)

d

(

L

M

x

A

)

d

=

(1)

y

A2

x

A2

G

M2

L

M2

y

A

x

A

G

M

L

M

y

A1

x

A1

G

M1

L

M1

d h

G – vazão molar do gás, kmol/s L – vazão molar de líquido, kmol/s GM – fluxo molar de gás, kmol/(m2 s) LM – fluxo molar de líquido, kmol/(m2s) xA – fração molar do soluto A na

fase líquida

yA – fração molar do soluto A na fase gasosa

(2)

O fluxos molares GM e LM

podem ser expressos pelos respectivos fluxos molares de inertes GM’ e LM’, conforme as expressões:

A M M A M M

x

1

'

L

L

;

y

1

'

G

G

=

=

(2) Substituindo-se (2) em (1), tem-se:





=





A M A A M A

x

1

'

L

x

d

y

1

'

G

y

d

(3)

(

)

(

)

2 A A M 2 A A M

x

1

x

d

'

L

y

1

y

d

'

G

=

(4)

Integrando-se a equação (4) ao longo da coluna, do topo até uma altura genérica, resulta:

=

A2 2 A A A M 2 A 2 A A A M

x

1

x

x

1

x

'

L

y

1

y

y

1

y

'

G

(5)

A curva yA = f(xA), expressa pela equação (5), é conhecida como a linha

de operação da coluna. Relaciona a concentração de A no seio do gás,

yA, com a composição de A no seio do líquido, xA, ao longo da altura da coluna.

Na figura 2 são apresentadas as curvas de operação e de equilíbrio para uma operação de absorção e uma operação de “stripping”.

No caso de sistemas diluídos, tem-se :

G

M

'

G

M

,

L

M

'

L

M

,

1

y

A

1

,

1

x

A

1

Simplificando-se (5), resulta a relação linear:

(

A A2

)

M

(

A A2

)

M

y

y

L

x

x

G

=

(6)

(

A A2

)

A2 M M A

x

x

y

G

L

y

=

+

(7)

Figura 2 : a) Absorção b)”Stripping” operação operação equilíbrio ão equilíbrio ão

y

A

x

A

x

A

y

A

(3)

No projeto de absorvedores, a vazão de gás G, as composições do gás yA1 yA2 e a composição do líquido alimentado xA2 são geralmente conhecidas. A especificação da vazão de líquido é uma parâmetro a ser definido no projeto, e o seu valor é limitado pela relação (L/G)min, conforme ilustrado na figura 3 pela reta AD. No caso da operação de “stripping” a limitação é expressa por um valor de (L/G)max , de forma análoga.

Figura 3 - Relação (L/G) para absorção.

2. Fluxo de Transporte de Massa – Absorção monocomponente

Retomando-se o balanço de massa A, no elemento dh, para a fase gasosa até a interface, tem-se:

( )

GyA NAdAi

d

- = (8)

Onde NA é o fluxo molar de A na interface gás-líquido e dAi a área interfacial elementar, que pode ser expressa em função da área específica interfacial, a, do recheio por:

aAdh

adV

dA

i

=

=

(9)

No caso da transferência exclusivamente do soluto A, da fase gasosa para a líquida, o balanço na fase gasosa é simplificado para:

(

G

M

y

A

)

G

M

y

A

y

A

G

M

G

M

d

=

d

+

d

=

d

(10) tem-se, portanto: A A M M

y

-1

dy

G

dG =

(11)

Substituindo-se (11), (9) e GM = G/A em (8), resulta:

(

A

)

A A M

y

-1

N

dy

G

-dh

a

=

(12) Inclinação= L/G equilíbrio ão

y

1

x

1(máx) B C D A

y

2

x

2

x

1

x

1(máx) A

x

2

y

1

y

2 D Inclinação= L/G equilíbrio ão

(4)

O fluxo molar interfacial, NA, pode ser expresso em termos do coeficiente global Ky, referente à fase gasosa, e em termos dos coeficientes individuais ky e kx:

(

*

)

A A y A K y y N = − (13)

(

A Ai

)

x

(

Ai A

)

y A k y y k x x N = − = − (14)

A figura 4 mostra a relação entre a curva de operação e a de equilíbrio. x e y são as concentrações nas fases gás líquido em uma dada altura da coluna; xi e yi são as composições interfaciais na mesma altura. A linha pontilhada é expressa pela equação abaixo:

y x i i

k

k

x

x

y

y

=

(15)

Figura 4 - Relação entre as curvas de operação e de equilíbrio e composições interfaciais. Substituindo-se (13) em (12), resulta:

(

)

(

A

)

* A A y A M

y

-1

y

y

a

K

dy

G

dh

=

(16)

Multiplicando-se e dividindo-se por y*B,LN, e integrando-se do fundo, y1 , ao topo, y2 , da coluna, tem-se:

(

)

(

)

=

2

1 A * A A * LN B, y A * LN B, M h 0

K

a

y

y

y

1

-

y

dy

y

G

dh

y y (17)

A concentração yA* é relacionada à concentração yA pelo balanço de massa envolvendo as fases gás e líquida – linha de operação – e o equilíbrio na interface. operação equilíbrio

y

1

y

2

y

i

x

2

y

2*

y

1*

x

1

y

x x

i

(5)

A equação (17) é usualmente expressa da seguinte forma: OG OG

H

N

h =

(18) onde: * LN B, y M OG

y

a

K

G

H

=

(19)

é a altura de unidade de transferência (AUT) global média, cuja variação ao longo da coluna é pouco intensa,

e:

(

)

(

)

=

1 2 y y A * A A A * LN B, OG

y

-1

y

y

dy

y

N

(20)

2.1 Cálculo do N

OG

Aproximando-se a média logarítmica y*

B,LN pela aritmética, tem-se:

(

)

(

) (

)

2

y

1

y

1

y

1

y

* A A * A * LN B,

+

=

LN (21)

Substituindo-se na expressão do NOG, resulta uma equação de fácil integração:

(

) (

)

(

)

(

)

+

=

1 2 y y A * A A A * A A OG

y

-1

y

y

2

dy

y

1

y

1

N

(

)

+





=

1 2 y y 1 2 * A A A OG

y

1

y

1

ln

2

1

y

y

dy

N

(22)

No caso de sistemas diluídos, simplificações adicionais podem ser feitas e a equação (22) reduz-se a:

(

)

=

1 2 y y * A A A OG

y

y

dy

N

(23)

A relação de equilíbrio pode ser aproximada por uma expressão linear do tipo:

b

mx

y

*A

=

A

+

(24)

E, finalmente, o balanço de massa de A – linha de operação – é expresso pela equação (7):

(

A A2

)

A2 M M A

x

x

y

G

L

y

=

+

(7)

Substituindo-se as relações lineares (7) e (24) na equação (23), resulta a expressão:

(

) (

)

(

) (

)

2

* A A 1 * A A 2 * A A 1 * A A A2 A1 OG

y

y

y

y

ln

y

y

y

y

y

y

N

=

(25)

(6)

Muitas soluções diluídas seguem a lei de Henry, expressa por: A

* A mx

y = (26)

A partir da linha de operação (equação (7)) e de equilíbrio (equação (26)), tem-se para a expressão do NOG:

1

1

1

1

1

y

y

ln

N

A2 A2 A2 A1 OG

+

 −

=

mx

mx

(27)

onde λ é o fator de absorção, definido por:

M M

mG

L

=

(28)

No caso da operação de “stripping”, tem-se, analogamente:

(

)

+





=

λ

m

y

x

m

y

x

λ

1

ln

λ

1

1

N

A1 A1 A1 A2 OL (29)

As expressões para cálculo do NOG e do NOL

,

apresentadas neste item,

referem-se a sistemas cujos efeitos térmicos são desprezíveis (sistemas isotérmicos).

2.2 Cálculo do H

OG

Da definição do coeficiente global, Ky, a partir dos coeficientes convectivos individuais, para sistemas que satisfazem a lei de Henry, tem-se:

a

k

m

a

k

1

a

K

1

x y y

+

=

(30)

Multiplicando-se a equação (30) por GM e dividindo-se y*B,LN, resulta

:

LN B, LN B, M M * LN B, x M LN B, LN B, * LN B, y M * LN B, y M

x

x

L

L

y

a

k

m

G

y

y

y

a

k

G

y

a

K

G

+

=

(31)

A equação (31) passa a ser expressa em termos das alturas de unidades de transferência de massa - AUT:

* LN B, LN B, L M M * LN B, LN B, G OG

y

x

H

L

m

G

y

y

H

H





+

=

(32) onde: LN B, y M G

y

1

a

k

G

H

=

(33)

(7)

LN B, x M L

x

1

a

k

L

H =

(34)

No caso de sistemas diluídos as equações (32), (33) e (34) tomam a seguinte forma: L M M G OG

H

L

m

G

H

H





+

=

(35) onde:

a

k

G

H

y M G

=

(36)

a

k

L

H

x M L

=

(37)

Os dados de transferência de massa para colunas recheadas são freqüentemente apresentados na forma de correlações para as AUT’s. Na literatura dispõe-se de várias correlações em função do tipo de recheio. Na tabela 5.24 do Perry (2007) são apresentadas algumas correlações clássicas para o cálculo das alturas de unidade de transferência da fase gás, HG, e da fase líquida, HL , para sistemas de absorção, “stripping” e destilação.

(8)
(9)
(10)
(11)

3. Cálculo da Altura da Coluna

O cálculo da altura da coluna pode ser expresso de diferentes formas, a saber: OG OG

H

N

h =

(18) OL OL

H

N

h =

(38) G G

H

N

h =

(39) L L

H

N

h =

(40)

Para soluções diluídas, os números de unidades de transferência – NUT – são expressos por:

(

)

=

1 2 y y * A A A OG

y

y

dy

N

(23)

(

)

=

1 2 y y * A A A OL

x

x

dx

N

(41)

(

)

=

1 2 y y A Ai A G

y

y

dy

N

(42)

(

)

=

1 2 y y A Ai A L

x

x

dx

N

(43)

No caso da operação de desabsorção (“stripping”) empregam-se, usualmente, as equações (38) e (40).

4. Hidrodinâmica – Coluna Recheada

A figura 5 mostra a variação da perda de carga do gás em função da sua vazão, para o escoamento em contracorrente com o líquido, que desce sob ação da gravidade.

Para baixas vazões de líquido, o volume de vazios no leito através do qual escoa o gás é pouco inferior ao do leito seco. A perda de carga do gás é aproximadamente proporcional ao quadrado da vazão de gás (região A-B).

Para maiores vazões de líquido, a retenção deste (“holdup”) é maior, e, conseqüentemente, maior a perda de carga do gás (região A’-B’). A zona de carga (“loading zone”), indicada na figura, corresponde a uma excessiva retenção de líquido, e no limite – região C’C, tem-se o fenômeno do afogamento (“flooding”). Nesta situação ocorre arraste do líquido e/ou borbulhamento de gás no líquido, conhecida como condição de inversão de fase.

Do ponto de vistas hidrodinâmico, as condições de “loading” e “flooding” representam limites da capacidade da coluna recheada.

A determinação da perda de carga em colunas recheadas é feita a partir de dados empíricos, para os diferentes tipos e tamanhos de recheios. Estes dados são apresentados na literatura na forma de gráficos gerados a partir de correlações generalizadas de perda de carga. O

(12)

gráfico apresentado por Strigle – Figura 6 - (Packed Tower Design and Applications – 1994) é o recomendado disponível na literatura.

Na abscissa tem-se o fator adimensional FLG, expresso por:

L G LG

ρ

ρ

G

L

F

=

(44)

onde: G e L são os fluxos mássicos (vazão mássica/área da secção da coluna) de gás e líquido, kg/(m2 s); ρ

G e ρL respectivamente as densidades do gás e líquido, kg/m3.

Na ordenada tem-se o parâmetro 0,5 0,05 P sF ν

C , onde CS é o fator de capacidade expresso por:

0,5 G L G t s

ρ

ρ

ρ

U

C





=

(45) Sendo: Ut = velocidade superficial do gás, ft/s FP = fator do recheio, ft-1

ν = viscosidade cinemática do líquido , cS [= cP/(g/cm3)]

O fator do recheio, FP, é determinado experimentalmente em função do tipo e tamanho do recheio. As tabelas 14-13 e 14-14 do Perry apresentam dados específicos de recheios randômicos e estruturados. A curva de condição de afogamento (“flooding”) não está epecificada na Figura 6. Considera-se que a partir de uma perda de carga de 1,5 in H2O/ft de recheio, inicia-se um incipiente afogamento da coluna.

Sugere-se no projeto de colunas recheadas, do ponto de vista hidrodinâmico, uma vazão de gás correspondente a 50% da vazão de afogamento.

(13)
(14)
(15)
(16)

(17)

Figura 7 – Recheios randômicos.

Figura 8 – Recheios estruturados.

5. Absorção com reação química

Muitos processos de absorção de gases envolvem sistemas com reação química na fase líquida. O efeito da reação química pode produzir um aumento significativo na velocidade de absorção. O mecanismo que define a taxa de transferência de massa é bastante complexo e depende da relação entre a velocidade do processo difusivo na fase líquida e as velocidades das reações de consumo do soluto que ocorrem simultaneamente na fase.

(18)

A figura 9 (figura 14.12 do Perry, 2007) apresenta diferentes situações para o processo difusivo reativo na fase líquida para uma reação do tipo A + B, sendo A o soluto absorvido e B o solvente que reage. A relação entre as velocidades de difusão e de reação no líquido definem os diferentes casos.

O efeito do incremento na velocidade de transferência de massa, devido à reação química, é descrito através do parâmetro denominado fator de aumento (), sendo o fluxo de transferência de massa, NA, expresso conforme por (Sherwood e Pigford, 1975).

(46)

(19)

A figura 10 (figura 14.13 do Perry, 2007) mostra o fator de aumento  para uma reação irreversível na fase líquida. Este fator indica a relação entre a velocidade de transferência de massa com reação química em relação à velocidade de transferência de massa por absorção física.

Figura 10 – Fator de aumento para reação irreversível

Bibliografia

• Perry’s Chemical Engineer’s Handbook,8th ed., D.W. Green; R. H. Perry, 2007 – Mc Graw Hill

• Bennett & Myers - Fenômenos de Transporte, 2ª ed. 1978 – Mc Graw Hill

• Sherwood, T.K; Pigford, R. L.; Wilke, C. R. Mass Transfer, 1975, – Mc Graw Hill

• Treybal , R.E. - Mass Transfer Operations, 3rd ed., 1981 – Mc Graw Hill

Referências

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