VII
,
ConQreso Iberoamericano
.
.
~
Desarollo
y
Arnbiente
_.~----_.:._ ~ ,
-XI
_
,
~
XI ENCONTRO NACIONAL DA ECOECO 'Araraquara-SP - Brasil -
02.0.15
--VALORA~Ao
DESERVI~OS
ECOSSISTEMICOS DE AGUAS SUBTERRANEAS:NOTAS/PREll MINARES
Bruno Pere-grina Puga(UNICAMP) -bppuga@gmail.com Doutorandoem Desenvolvimento Ecori6mico
Osvaldo Aly Junior(USP) - oalyjunior@gmail.com
,Doutorando ~ Instituto de'Geociencles
Ricardo AokiHirata(USP) - rhirata@usp.br
Professor do Instituto deGeocienciesda USP Reginald o Bertol o(USP) - bertolo@usp.br Professor do Instituto de Geociencles da USP
Valoracaode services
ecossi~temicosde
aguas subter
raneas
ResumoAs aguas subterraneasdesernpenharn papel crucial narnanutencao de ecossistemas resilientes e na provisao de servlcosecossisternicosimprescindiveis para a sociedade.No en.tanto, devido a suas caracteristicas fisicas e geograficas, ela ainda nao possui urn papel de destaque na governance ambiental. lsto,tem resultado em serlas arneacas a suas funcoes essenciais. a '
objetivo deste trabalho
e
discutir os desdobramentos da literatura sobre servicesecosslsternlcosrelacionados .as aguas subterraneas. Buscou-se experiencias relacionadas a identlflcacao e valoracao des servic;os prestados pelas aguas subterraneas, mais especificamente estudos relacionados a valoracao de impactos.
Introducao
Apesar de sua elevada irnportancla, as aguas subterraneas sofrem com arneacasque podem afetar diretamente sua provisao e os beneficios que a sociedadeobtern delas.Diferentemente dos recursos hidricosna superflcie,devido ao seu carater de visibilidade, podem sofrer arneacas geralmente-associadas aos bens publicos. As principais arneacas estao relacionadas a
contaminac;5es por substancias perigosas e metais pesados. 1550 afetaria diretamente a
capacidade de provisaode importantes func;5es ecologicas que estas desempenham.
Acontarninacaode aguas subterraneas geralmente
e
resultado de vazamentos,derramamentos ou disposicao erronea de produtos e residuos. Arernedlacaoe
frequentemente justificada uma.vez que acontarnlnacaopode apresentar riscos inaceitaveis para a saude humana e adjacentes. as possfveis riscos com esta contaminacao podem incluir: a) riscos de danos aos recursos
subterraneos, bem como aos usuarios destes recursos; b) riscos de impacto na~ aguas de superflcie, como resultado da contribuicao das aguas subterraneas, e consequente impacto nos usuarios das aguas: c) risco de impacto aos receptores como resultado da.rnigracao de
contarninacaovia agua subterranea (Hardisty e Ozdemiroglu, 2002).
Mais recentemente, vimos surgir na Iiteratura uma maneira distinta de enxergas as inter-relacoesent reas ecossist emas eseus beneflcios, atraves das funcoes e servicesecossist e rnicos. Tal arcabouco, vem ganhado forca nas arenas politica e teorlca, influenciando positivamente
politicas de conservacao. a que era inicialmente urna forma de chamar a atencao para as ameac;as aosecosslsternas.ternse tornado uma forma mais holistica de analisar a complexidade ecossisternica.
Neste artigo buscamos identificar as funcoes e servic;os ecosslsternicosdos aquiferos de forma detalhada,com base prindpalmenteem estudos de hidrogeologia e ecologia.Esta identlflcacao e divisao pode ser dividida em cinco func;5es: habitat, regulacao, lnforrnacao, producao e estoque, demonstradas na Tabela1.
TabeJa1-Funciiesdas 6guassubterrimeas
HABITAT Manutencao do fluxo de basedos riosque e0 que tornaumrioperene
--Areas dedescargano mar propiciam0 surg imento de ecossis temas pr6pr ios
e0 desenvolvimentodetodauma fauna quesornente aihabita I
, Manutencao de ecoss istemashumidos:varzeas ,pantanos brej os
REGULA<;AO Protecao e Preservacao de Aqu iferos: naarea dedescarga (no mar e areas poluidas) forma-se uma cunhade protecao evitando a intrusao salina ou de
contaminantes .
Fornecimento de aguapara suporte de ecossis temas
Fom ecimentode agua (afloramento) paraconsumoanima l
INFOR M A<;AO Areas deafloramento eseus ecoss istemas correlatos formam umabeleza cenica (contemplacao)
Cavernas propiciamdesenvol vimentode ecossistemas proprios
PRODUCAO Possibilita aemerge ncia de vida queprod uzalimento para os seresvivos
ESTOQUE Armazenamento deagua
Valorac;aoEconomica
Consideramos que'a valoracao
e
um inst rument o util (mas nao exclusivo) para determinar um resultado mais efet ivo na provisao.e·protecau rie aguas subterran eas. Historicamente avaloracaoeconomlcatem desempenhado um papel pequeno no processo de decisao.NosEUA,
por exemplo, 0 Comprehensive Environmental Response, Compensation, and Liability Act
(~ERCLA ou Superfund) atribui um valor alt issirno para a agua subterranea ao exigir a
restau racaodas fontes de agua contaminadas. Por outro lado, muitos estados e municipio snao precificamou taxam a retirada_desta agua,resultando em deplecao e poluicao, ao nao sinalizar que seu valor no lange prazo
e
importante. Essa subvaloracao reflet e em uma alocacao derecursos problernatlca por doismotivos :1)0 recurso nao
e
gerido relacionando seu uso atual eseu usofut uro; 2) as autoridades responsavels nao provem os recursos e atencao necessaria
para sua rnanutencao.
A maior'parte dos estudos consultados focam em servic;:os relacionados a prod
,
ucao de agua,mas nao prest am muita atencao a uma visao mais ampla da producao dos services
ecossist ernicos. De uma forma ampla,os valores relacionados as aguas subterraneaspod em ser
decompostos em dois conjuntos distintos:
ValorEconornlco Total (VET)
=
valor extrativo+valor in situa
valorextrat ivoe
derivado da demanda comercial,industrial, agricola pela agua subt erranea.Ja os servic;:osin situ sao servic;:os que ocorrem e existem como resultado da presencada agua dentro do aquife re. Alguns exemplos: 1) funcao de buffer cont rafalhas peri6dicas das'font es
deagua superficia is;2) preveni rou minimizar rebaixamento da superf icieda ret ir ada de agua subt err anea: 3) protecaocontraa intrusao de agua do mar;4) proteger a qualidadeda agua ao manter a capacidade de'diluic;:ao e assimilacao dos contaminantes; 5) facilitar a diversidad e
ecol6gicae habitat; 6) prover descarga parasuportaratividades recepcionais.
Mesmo que nao sejapossivel separar quantitativamente os variescomponentes,
.
e
import ant e reconhecer e atribuir a VET. 0 usa de indicadares alternativase medidasquant it ativa s quenao'sej arn rnonetarlaspode auxiliar neste processa. A medida de um TEV pade s~r utilempoliticas
subterr aneos.Neste sent ido, podemos definir a agua subterranea, ou0 aquifero,c.omoum at ivo
natural. 0 valorde tal ativo reside prirnordlalmentena sua capacidade de criar fluxosde servic;:os
aolangedo tempo.
Prec;:os frequentemente sao usados como proxy para valores. Quando os bens e services sao
transacionados no mercadoos prec;:os sao uma boa aproxirnacao do seu valor.No entanto ,como
a maior parte dos servic;:osprestados por estes ativos nao
e
transacionado no mercado,temos'uma dificuldade em valera-los de forma mais proxima da realidade.Com base nas func;:6es e
servic;:os identificados na literatura, apresentaremos Lima proposta geral de valorac ao economica, adaptadas
a
form ula descrita por Seroa da Motta (1998):'Valor do AtivoAmbiental
=
valor-deuso direto+valor de uso indireto+valor de opc;:ao+valord
e
exlstenclaI • • .
Comisso, buscamosdesenvolver. um proced. imentometodol6gicode aplicacaopara estu. dosde
valo racao aplicaveis a casas de contarninacao,resultando nos componentes do Valorde Uso
Direto eIndiret o, demonstrados na Tabela 2.
/
Tabela~-Companentes desm em brados dovalor deUsaDiretoe'n.direto
Fornecimento de agua potavel (inclusive mineral), mediante
Valor de Uso Olreto extracao, para consumo humane - engarrafada ou encanada
BeneHcios gerados pelo Fornecimento de agua de nao potavel para irrigac;ao, lavagem de meio ambiente como carros, lavagem de jardins.
insumo de producao de Fluxo de base que pereniza rios e garante transporte fluvial, bem ou servic;o privado irrigacao, pesca,aquiculturae gerac;aode energia
e/ou como objetivofinal
pelos indivlduos. Turismoe lazer - aguas termais
Turismo e lazer para a conternplacao de cavernas
-Hltrage m/depu raca o (sistema aqulfero-solo], funcionapara tratar cont aminant es, presenc;ade microrga nismos solo/aquif eros
Valorde Uso Indireto Hltragern/depuraca o e atenuacao de pluma contam inante por
dissolucao,dificulta rerestringir0 moviment o
Beneficios derivados das
func;5es ecossisternicas Reservacaosubterranea de aguadechuvaau trat adavia ainfilt racao
e recarga artificial
Suporte para biodi versidade (nao devemos valorar para.nao dar
dupla cont agem)
Ciclagemde nutrientes
Filtrag em, Oepuracaovia a recarga arti fici alau paraa captacaode aguasit uadas ao longodos rios
Os valo resdeopcao serao considerados como os valores de uso diretoe indireto'nofutu ro.
Ja
o valor de existencia, consideramos que as metodologias locais de aplicacao de questlonarios
visando estimar a Disposlcao a Pagar (DAP) dos indivfduos
e
uma estimativa controversa, masReferencias bibliograficas
Seroa da Motta, R. Manual para Valoracao Econ6mica de Recursos Ambientais. 1.ed.Brasilia:
Ministerio do MeioAmbiente,1998.
MAlA, A.G., ROMEIRO,A.R., REYDON, B.P. Valoracao de recursos ambientais --:metodologiase
recomendacoes.Texto para Discussao, Instituto deEconomia/~NICAMP, n° 116, marco,2004.
HARDISTY, P. E.; OZDEMIROGLU, E.Costs and Benefits Associated with the Remediation of'