• Nenhum resultado encontrado

ACESSO DE NEGROS E INDÍGENAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR E OS DESAFIOS PARA A PERMANÊNCIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ACESSO DE NEGROS E INDÍGENAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR E OS DESAFIOS PARA A PERMANÊNCIA"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

ACESSO DE NEGROS E INDÍGENAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR E OS

DESAFIOS PARA A PERMANÊNCIA

Eugenia Portela de Siqueira Marques - UFGD eumar13@terra.com.br Eixo 5: Acesso e permanência na expansão da educação superior

Resumo: O estudo apresenta os resultados da pesquisa realizada no estágio de pós-doutorado que investigou o acesso e permanência de acadêmicos negros e indígenas em duas instituições federais de educação superior do Brasil. A Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, localizada na cidade de Dourados, no estado de Mato Grosso do Sul, Região Centro-Oeste e a Universidade Federal do Paraná, localizada na cidade de Curitiba, no estado do Paraná, Região Sul. Como procedimento metodológico, recorremos à revisão bibliográfica e documental, aplicação de questionário e entrevistas semiestruturadas. Fundamentou-se nos estudos sobre as políticas públicas de educação superior, tendo como referência a discussão sobre as desigualdades raciais, as políticas afirmativas e de inclusão, os programas de acesso e permanência na universidade. Os resultados apontaram que o acompanhamento e a avaliação dos programas de assistência estudantil articulados com ações específicas de permanência representam estratégias que poderão contribuir para o êxito desses acadêmicos, sem excluir a necessidade de outros mecanismos que possam fortalecer a afirmação indentitária e a afiliação à cultura universitária.

Palavras-chave: Acesso e permanência. Educação Superior. Negros e indígenas.

Introdução

Esse texto objetiva contribuir com os estudos sobre o acesso e a permanência de pretos, pardos e indígenas na educação superior e as implicações para a permanência e êxito acadêmico.Nos anos de 2000 observa-se que a discussão sobre a urgência da adoção de ações afirmativas ressoram na sociedade brasileira e nas universidades, impulsionadas por uma série de reivindicações, especialmente pelo Movimento Negro que posteriormente tensionaram a agenda oficial do Governo Federal para a criação de órgãos, secretarias e programas visando à promoção da igualdade racial.

O estudo insere-se na pesquisa nacional vinculada ao Projeto “Políticas de Expansão Educação Superior no Brasil - OBEDUC/CNPq”, desenvolvido pela Rede Universitas/Br que visa analisar a política nacional voltada para acesso e permanência na educação superior brasileira. Em abril de 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, a constitucionalidade das cotas raciais e a adoção de políticas de reserva de vagas para garantir o acesso de pretos, pardos e indígenas às instituições de ensino superior públicas em todo o país. As pesquisas sobre a implementação de ações afirmativas no Brasil é vasta e aponta que

(2)

essas ações são mecanismos para a minimização das desigualdades em busca de um país democrático e com oportunidades para todos.

A democratização do acesso para as camadas populares desafiam o governo e as instituições a implementarem políticas de permanência que possibilitem o êxito acadêmico, contudo, apesar da implementação de Programas de Assistência Estudantil por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), é imprescindível considerar que além garantia de reserva de vagas pelo sistema de cotas, as IES precisam de ações específicas, levando em consideração a condição diferenciada desses sujeitos, a existência dos pertencimentos construídos por eles, fundamentais para garantir sua permanência na universidade.

Para fins de estruturação do trabalho, iniciamos na primeira parte uma discussão teórica referente às políticas afirmativas na educação superior e a adoção das cotas raciais. Em seguida analisamos alguns aspectos sobre as políticas de Assistência Estudantil adotadas nas IES pesquisadas e, na terceira parte, apontamos os aspectos que dificultam ou facilitam a permanência dos acadêmicos negros e indígenas no espaço acadêmico.

As políticas afirmativas e a democratização do acesso à educação superior no Brasil

Ao longo da última década identifica-se que diversas universidades públicas implementaram algum tipo de critério específico para garantir o acesso de pretos, pardos e indígenas na educação superior, antes da promulgação da Lei 12.711/12 de 29 de agosto de 2012 que prevê a reserva de vagas para os autodeclarados pretos, pardos e indígenas, em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na pesquisa “O mapa das ações afirmativas na Educação Superior” realizada pelo Laboratório de Políticas Públicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ observa-se que até 2010 aproximadamente 224 IES públicas, cerca de 32% adotaram algum tipo de ação afirmativa, com diferentes critérios para reserva, entre os quais destacaram-se: a) sistema de cotas para negros e indígenas; b) sistema de bonificação por pontos; c) reserva de um número específico de vagas, para mulheres negras; d) reserva de vagas para pessoas com deficiência; e) cotas somente para estudantes de escola pública; f) sistema de cotas para alunos pobres, independentemente de eles serem oriundos da rede

(3)

pública ou privada de ensino; g) reserva de vagas para filhos de policiais e bombeiros que tiveram os pais mortos, em função do serviço1.

É importante ressaltar que o sistema de cotas adotado pelas IES públicas em decorrência de Lei diferencia-se dos demais critérios vigentes nas outras instituições de acordo com suas especificidades e interesses. Cotas é o sistema onde há reserva de um percentual de vagas na universidade para um determinado grupo; bônus é uma política que oferece a um grupo específico pontos a mais no vestibular, mas sem reservar um percentual de vagas. As cotas são utilizadas em universidades e Instituições de ensino públicas que optaram por fazer um corte racial em favor dos estudantes negros e indígenas.

A expansão dos programas da ação afirmativa no Brasil, de alguma forma buscou promover a democratização da educação superior, por meio da inserção de alunos negros e indígenas, antes representados de maneira tímida no corpo discente das instituições de ensino. A iniciativa da implementação do sistema de cotas em alguns casos ocorreu via Chefe do Poder Executivo, com anuência dos conselhos universitários, outras iniciativas partiram das próprias IES que na fruição da autonomia universitária, criaram regras próprias para a promoção da inclusão (CÉSAR, 2007, p. 34).

Na perspectiva de identificar as diferentes modalidades de ações afirmativas raciais em vigor nas universidades públicas brasileiras até 2012 (FEREZ JÚNIOR et al., 2013) também realizaram pesquisas que contribuem para as pesquisas da área e, a partir de um levantamento das leis e resoluções que regulamentam tais políticas, cruzadas com microdados produzidos pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, apresentaram um panorama da ação afirmativa no país. Sobre os beneficiários do sistema de cotas.

Os autores afirmam que os alunos egressos de escola pública despontam como os maiores alvos dessas políticas, em segundo lugar vêm os pretos e pardos, em terceiro, os indígenas, em quarto e quinto os portadores de deficiência e participantes de programas de formação em licenciatura indígena e, por fim, outros grupos compostos por nativos do estado ou do interior do estado em que a universidade se localiza, professores da rede pública, pessoas de baixa renda, pessoas originárias de comunidades remanescentes de quilombos, filhos de agentes públicos mortos ou incapacitados em serviço e mulheres.

Em 2103, primeiro ano de implementação da Lei das cotas, as universidades federais ofertaram um total de 221.651 vagas. Em 2014 a oferta de vagas foi em torno de 243.83, o

1 Disponível em: <http://www.lpp-uerj.net/olped/AcoesAfirmativas/documentos.pdf>. Acesso em: 5 de Abr. de 2016.

(4)

que representou mais de 10% de aumento. No regime de cotas raciais, em 2013 foram ofertadas o total de 70.849 vagas e no ano de 2014, aproximadamente 98.121, um aumento de quase 40%. (COSTA, 2015).

Observa-se que a implementação da Lei das cotas acena para uma ampliação significativa das vagas para os cotistas. Outros dados que retratam esse período embrionário de implementação das cotas foram apresentados no Seminário de Fundação do Fórum de Ação Afirmativa das Universidades Federais da Região Sul do Brasil.

Segundo a análise de Costa (2015) é possível verificar que:

a) de 2013 para 2014, nas Universidades Federais, as vagas totais cresceram 9,8% e as vagas para cotistas cresceram 38%; b) 56% das Universidades já atingiram a meta da Lei das Cotas prevista para 2016; c) na média, 40% dos estudantes das Universidades Federais são oriundos da escola pública; d) a relação candidato/vaga é um pouco mais alta entre os cotistas do que na ampla concorrência; e) as notas de corte na ampla concorrência tendem a ser mais altas que as dos cotistas; f) Os dados mostram que cerca de 7% dos cotistas teriam condições de serem aprovados na ampla concorrência; f) como a lei das cotas estabelece percentuais mínimos e não máximos, uma alteração no funcionamento do Sisu seria legalmente e socialmente desejável e estaria em sintonia com a política de inclusão do Ministério, pois beneficiaria em muito os estudantes oriundos da escola pública.

Essas análises iniciais são relevantes para o processo de acompanhamento da implementação da política, contudo os estudos quali-quantitativos sobre o recorte racial, pós Lei das cotas ainda é incipiente. Com a realização de seminários nacionais e regionais propostos por organismos não governamentais, pelos Núcleos de estudos afro-brasileiros e pelos conselhos das próprias IES, gradativamente será possível elaborar um panorama de como a política está se configurando, bem como a avaliar se os objetivos propostos estão sendo atendidos e de que forma são enfrentados os obstáculos.

A presença de pretos e pardos nas universidades federais em 2003 pretos representavam 5,9% dos alunos e pardos 28,3%, em 2010 esses números aumentaram para 8,72% e 32,08%, respectivamente (FERES JÚNIOR et al. 2013).

(5)

Os desafios após a implementação da Lei das cotas na UFGD

No período de 2006 a 2013, segundo dados do MEC houve crescimento de 75,82% na quantidade de cursos em instituições federais. Ainda, com a contribuição da UAB (Universidade Aberta do Brasil), com oferta de cursos na modalidade à distância, o número total de matrículas no setor público em 2013 foi de 7.305.977. (BRASIL, 2014).

A UFGD, nesse contexto, também passou por crescimento. Em 2005 eram 12 cursos de graduação, em 2006, no âmbito do Programa Expandir, foram criados mais seis cursos de graduação. O foco de expansão na UFGD está inclusive explícito em seu Estatuto, quando informa como uma de seus objetivos: “[...] ampliar e aprofundar a formação do ser humano para o exercício profissional, para a reflexão crítica, redução de desigualdades sociais e para a solidariedade entre os povos” (UFGD, 2009, p. 5).

Em 2009 foram criados nove novos cursos de graduação, com recursos do Programa REUNI. Em 2010 foi firmado Convênio com a UAB para oferta de cursos de graduação na modalidade de educação à distância, inicialmente com três cursos, sendo desenvolvidos em cinco polos distintos. Em 2014 foram criados mais sete novos cursos de graduação, ainda implantaram-se novas turmas para o curso de medicina e de licenciatura em matemática. Observa-se que ao longo do período, 2010 a 2014, foram ofertados novos cursos junto à Universidade Aberta do Brasil - UAB e o curso de letras/libras no contexto do Programa Viver sem Limites, a partir de 2014. De forma geral, pode-se observar que a UFGD aderiu às iniciativas do Ministério da Educação voltadas para a expansão da educação superior, reverenciando efeitos das políticas nacionais no contexto institucional, iniciativas que por sua vez contribuem com o aumento do ingresso à educação superior. A UFGD adere aos programas nacionais voltados para a ampliação do ingresso à educação superior, inclusive materializando-se como uma ação dessa política, na medida em que foi criada no âmbito do Programa “Universidade: Expandir até ficar do tamanho do Brasil”.

A tabela 1, a seguir mostra que a UFGD tanto nos cursos de graduação quanto na Ead aumentou significativamente o número de matrículas.

Cursos

Ano 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Cursos presenciais 3115 3378 3333 4828 4936 5508 6011 6313 8844

Cursos na Ead - - - 284 538 800 735

Tabela 1 - Total de matrículas nos cursos presenciais e na EAD.

(6)

Os resultados numéricos apontam que a UFGD teve um crescimento superior aos dados nacionais uma vez que no período de 2006 a 2015 chegou a uma expansão de doze para trinta e cinco cursos presenciais, o que perfaz um percentual de 191,66%. Esse dado traduz um aumento significativamente maior do que o conjunto das instituições federais, que no período de 2006 a 2013 teve aumento de 75,83%. Embora a implementação da Lei das Cotas esteja em curso há quatro anos, as pesquisas ainda são recentes para avaliar o impacto de sua efetividade, bem como se a adoção do critério da autodeclaração não tem sido objeto de fraude. As instituição ainda não possui uma base de dados sólida que possa ser utilizada para a produção de análises confiáveis, seja pela incapacidade técnica ou por desinteresse consciente ou não de acompanhar a implementação da lei. É urgente que sejam criados mecanismos com padrão de confiabilidade a fim de garantir o êxito da política e, principalmente garantir o direito dos seus beneficiários. Apresentamos na tabela 2, a seguir o total de matrículas nos cursos presenciais por raça/cor UFGD de 2013 a 2015.

Ano Total de matrículas Cotas gerais Pretos/pardos Indígenas

2013 6011 373 202 02

2014 6313 815 423 10

2015 8844 719 355 2

Tabela 2 - Total de matrículas nos cursos presenciais de graduação por raça/cor.

Fonte: Prograd/UFGD

De acordo com os indicadores contidos na tabela 2 observa-se que no período de 2013 a 2015 as matrículas atingiu o total de 21.168. Ingressaram pelo sistema de cotas o total de 1907 pretos/pardos, ou seja, aproximadamente 10% do total de matrículas do respectivo período. No que tange aos indígenas, 14 acadêmicos ingressaram no mesmo período, o que representa um total inferior 1%. Considerando que no primeiro ano de implantação da Lei, o percentual previsto era de 25% e nos próximos anos 50%, observa-se que os pretos /pardos e indígenas não estão ingressando nas vagas reservadas.

O quadro é desalentador, se levarmos em consideração que no Estado de Mato Grosso do Sul, a população que se autodeclara negra (soma dos pretos e pardos) representa 48,49% da população. Os brancos representam 47,29% e a população indígena é representada por 2,99%. Em Dourados, a segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul, 3,48% da população é indígena. Observa-se que o percentual da população indígena de Mato Grosso do Sul (2,99%) está cima dos dados do Brasil (0,43%), ou seja, quase três vezes mais. Verifica-se que a somatória daqueles que se identificam como pardos, negros e indígenas compõe 51,48% da

(7)

população do Estado do Mato Grosso do Sul. Questiona-se: Este percentual está proporcionalmente representado no campus? Os dados da tabela 3, a seguir apontam uma resposta negativa.

Brasil e Unidade da Federação Cor ou raça

Brasil Mato Grosso do Sul

Total 6.177.319 90.435 Branca 3.906.166 54.964 Preta 330.130 4.127 Amarela 92.116 1.485 Parda 1.857.577 29.123 Indígena 11.295 736 Sem declaração 35 -

Tabela 3 - Pessoas que frequentavam nível superior de graduação por cor ou raça em 2010.

Fonte: IBGE (2010).

Cabe ressaltar que embora a Lei das Cotas represente um passo importante para a democratização do acesso à educação superior, a homogeneidade da diversidade presente nas políticas públicas é um equívoco. Nesse sentido, o acesso da população indígena no campus requer a compreensão de que essa homogeneidade representa um risco à permanência, considerando as diferentes realidades, demandas e histórias das 265 etnias indígenas que não são idênticas. A análise do acesso por cotas apresenta várias fragilidades, em função da apresentação dos dados fornecidos pelo sistema de informação da UFGD. Observa-se que é urgente um acompanhamento e avaliação do acesso por cotas, a fim de que seja possível identificar a eficácia da política.

Para ratificar o total de matrículas de indígenas solicitamos informações para a coordenadora do Rede Saberes da Universidade e do Setor de Acompanhamento dos Indígenas na instituição. Segundo a coordenadora, em 2015 estavam matriculados 38 acadêmicos indígenas nos cursos de graduação. Pertencem a etnia Guarani, Kaiowa, Terena e residem nas aldeias Jaguapiru, Amambai, Lagoa rica Douradina, Campo Grande, Brejão Nioaque, Lagoinha Aquidauana, Caarapó. Estão matriculados nos cursos de Engenharia de alimentos (2), Geografia (7), Letras (6), Letras Libras (1), Matemática (3), Nutrição (6), Química (2), Ciências Sociais (7), Engenharia Agrícola (1), Pedagogia (1).

Na licenciatura Teko Arandu da Faculdade Intercultural Indígena estão matriculados o total de 210 indígenas da etnia Guarani Kaiowá. Esses acadêmicos ingressaram nos anos de 2011, 2012 e 2013.

No ano de 2014 não teve vestibular, no início de 2015 teve o processo seletivo, mas os acadêmicos não iniciaram os estudos por conta da greve. Observa-se que os indígenas na

(8)

UFGD não tiveram acesso aos cursos de Direito e Medicina. É necessário que a instituição avalie e implemente outros mecanismos de acesso que amplie as possibilidades de acesso de indígenas a esses cursos. As informações revelam que vários indígenas que estão na UFGD atualmente ingressaram pelas vagas universais.

Ainda é recente a implementação da Lei das cotas para avaliar os impactos nas universidades. A expectativa é que o número de pretos, pardos e indígenas aumente significativamente no campus e altere a realidade do “espelho distorcido”, ou seja, apesar dos avanços nos últimos anos, o campus brasileiro continua sendo um espelho que distorce a sociedade. Números analisados e contas feitas, a conclusão a que se chega é uma só: os cursos de graduação hipertrofiam, no campus, as desigualdades existentes (RISTOFF, 2013, p. 11).

A assistência estudantil e a permanência

Nesse contexto, a discussão sobre acesso e permanência na educação superior não se limita mais à simples ampliação da oferta de vagas para cursos de graduação, que embora não seja negada sua interferência positiva, não é mais suficiente. A literatura da área passa a rediscutir o conceito de acesso à educação superior, que não poderia ficar circunscrito aos padrões de ingresso ao sistema, mas que passa a envolver os conceitos de permanência e de qualidade da formação nesses espaços, vistos, anteriormente com sentidos distintos (SILVA; VELOSO, 2013).

As ações voltadas para a permanência estudantil se efetiva, quando o Ministério da Educação institui programas como o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e o Programa Nacional de Assistência Estudantil para as Instituições de Educação Superior Públicas Estaduais (PNAEST).

O PNAES foi implementado pelo governo federal em 2008 para atender as universidades federais e se insere em um conjunto de medidas destinadas à diminuição da evasão e abandono estudantil. Segundo Bittar; Faria e Hage (2012), o conjunto de políticas implementadas pelo MEC contribui para atendimento de estudantes de baixa renda e fortalecem a expansão e democratização da educação superior, de forma que as últimas ações do governo:

[...] sinalizam para a efetiva ampliação do acesso à educação superior, quando aumentam o número de vagas oferecidas, criam condições para redução da evasão, melhoram o aproveitamento da estrutura física e dos recursos humanos das instituições, oferecem bolsas de estudos de caráter étnico-racial e para jovens com deficiência, destinam recursos para custear

(9)

as mensalidades em IES privadas, expandem a oferta da educação superior pública, entre outros (BITTAR; FARIA; HAGE, 2012, p. 175).

Basicamente a UFGD e a UFPR adotam as orientações da política nacional no que tange à assistência estudantil, por meio do Programa Bolsa Permanência, Programa Restaurante Universitário, Programa Auxílio Alimentação, Programa Moradia Estudantil, Programa de Integração Estudantil, Programa Apoio Pedagógico, Esportes, Recreação e Lazer, Programa Auxílio à Saúde, - Programa Acompanhamento Psicossocial: O Programa Acompanhamento, Programa Incentivo à Participação em Eventos Acadêmicos, Programa de Apoio aos Acadêmicos Mães e Pais, Programa Acessibilidade de Estudantes Portadores de Necessidades Especiais, O Programa de Apoio à Mobilidade Acadêmica Internacional.

A inserção desses acadêmicos nos programas existentes na IES pode contribuir para a permanência, contudo não há controle por parte das Pró-reitorias de Assuntos Estudantis até o momento de realização do levantamento da pesquisa de acadêmicos beneficiários dos programas, por raça/cor. Identifica-se um pouco de resistência e discurso de não “rotular” os cotistas, a fim de evitar que eles se tornem vítimas de maiores preconceitos e discriminação, principalmente nos cursos mais concorridos. Ou seja, a discriminação positiva para o aceso torna-se negativa para a permanência. Essa resistência e argumento não são cabíveis, considerando que na própria página da instituição desde a inscrição no Sisu ou no vestibular e na chamada de matrícula os ingressantes por cotas são identificados. Como afirma Fernandes (2007, p. 27):

Se não existe um esforço sistemático e consciente para ignorar ou deturpar a verdadeira situação racial imperante, há pelo menos uma disposição para ‘esquecer o passado’ e para ‘deixar que as coisas se resolvam por si mesmas’. Isso equivale do ponto de vista e em termos da condição social do ‘negro’ e do ‘mulato’, a uma condenação à desigualdade racial com tudo que ela representa num mundo histórico construído pelo branco e para branco.

Observa-se que novas medidas devem ser implementadas, especialmente considerando a implantação da Lei nº 12.711/2012, destinando programas voltados para as mudanças no perfil, que ocorre neste momento, com a entrada de novos estudantes negros e indígenas, para promoção de entrosamento de tais estudantes no meio acadêmico. Atividades que promovam também a conscientização dos acadêmicos que já se encontram na academia bem como dos docentes e técnicos administrativos são essenciais para a discussão sobre o tema e a conscientização de sua relevância.

(10)

Nos formulários de solicitação para inserção nos programas de assistência estudantil, identificamos que apenas o questionário da avaliação socioeconômica possui uma questão sobre pertencimento étnico-racial. Segundo o levantamento realizado nos formulários da avaliação socioeconômica verificamos que em 2014 foram efetuadas 439 avaliações socioeconômicas. Desse total, o maior percentual dos estudantes avaliados foi dos autodeclarados pardos e pretos.

Podemos dizer que há um desafio para as IES públicas, especialmente as de maior prestígio, para considerar efetivamente como parte de suas tarefas e responsabilidade a necessidade de lidar com a emergência desse novo perfil de estudante universitário, que chega com diferentes necessidades e requer atenção especial por parte das instituições. É importante destacar que muitos desses estudantes pertencem à primeira geração das suas famílias a ingressar no ensino superior. Vários estudantes que conseguiram ingressar em uma universidade pública nos anos recentes viveram dificuldades em termos econômicos e também em termos do acesso a diferentes oportunidades de inclusão em atividades oferecidas pelas universidades (HERINGER, 2013, p. 86).

Outra iniciativa do governo federal para incentivar os estudantes beneficiados pelas ações afirmativas nas universidades públicas é o Programa Institucional de Iniciação Científica - PIBIC nas Ações Afirmativas - PIBIC - AF. O programa oferece bolsa no período de 12 meses no valor de R$ 400,00. O PIBIC nas Ações Afirmativas é um programa que tem como missão complementar as ações afirmativas já existentes nas universidades. Seu objetivo é oferecer aos alunos, beneficiários dessas políticas, a possibilidade de participação em atividades acadêmicas de iniciação científica. Este Programa está inserido no PIBIC e é resultado de uma parceria entre Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Ministério da Ciência e Tecnologia (CNPq/MCTI) e a Subsecretaria de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (SUBPAA/SEPPIR). O programa visa também:

[...] ampliar a oportunidade de formação técnico-científica de estudantes, cuja inserção no ambiente acadêmico se deu por uma ação afirmativa para ingresso no Ensino Superior; contribuir para a formação científica de recursos humanos entre os beneficiários de políticas de ações afirmativas de qualquer atividade profissional; ampliar o acesso e a integração dos estudantes beneficiários de políticas de ações afirmativas à cultura científica, e fortalecer a política de ação afirmativa existente nas instituições (CNPq, 2015).

A UFGD implantou, a cada edição do programa o total de 10 bolsas, em vigência, desde 2010. Entende-se que esse programa é um mecanismo que pode contribuir para a

(11)

permanência de pretos, pardos e indígenas, haja vista a sua finalidade precípua. Contudo, não é possível aferir, em que medida esses acadêmicos estão sendo beneficiados, haja vista que não há um controle institucional.

A “Rede de Saberes” é uma política afirmativa que contribui para a permanência dos indígenas no Brasil e no Mato Grosso do Sul. De 2005 a 2008 foi considerado o 1º projeto de financiamento da Fundação Ford. A partir de 2013, inicia-se nova fase, com novo projeto, apontando para novas metas: impulsionar as experiências que vêm dando certo nas várias IES e avançar em direção a novos desafios. (AGUILERA URQUIZA; NASCIMENTO, 2013, p. 55-56).

A permanência na visão dos acadêmicos negros e indígenas

Na UFGD participaram da pesquisa 46 (quarenta e seis), desse total 3 (três) acadêmicos se autodeclararam indígenas. Na UFPR participaram da pesquisa 89 (oitenta e nove) acadêmicos que se autodeclararam pretos e pardos e 22 se autodeclararam indígenas A seguir apresentaremos os fatores que na concepção dos acadêmicos facilitam a permanência na universidade. Destacaremos elementos de permanência material e de permanência simbólica, considerando permanência material todas as atividades relacionadas aos programas de assistência estudantil que se materializam por meia bolsa que tem por finalidade contribuir financeiramente com os acadêmicos. A permanência simbólica são todas as situações que não dependem de apoio financeiro ou situações que podem gerar conflitos e resultar em inadaptação e exclusão, bem como os aspectos que não podem ser mensuráveis, mas contribuem para a afiliação ou o fracasso do acadêmico. O quadro 1, a seguir mostra os fatores que na visão dos acadêmicos contribuem para a permanência na UFGD.

Quadro 1 - Fatores que facilitam a permanência dos acadêmicos na UFGD.

Permanência material Permanência simbólica

Localização da universidade Auxílio familiar

Horário do curso Apoio da família

Morar na mesma cidade Apoio de amigos

Biblioteca para estudos Perseverança

Transporte público Motivação

Auxílio financeiro Vencer na vida

Ações afirmativas Apoio institucional

Bolsas de estudos Apoio de professores

Bolsa PIBIC A instituição é bem vista (credibilidade

(12)

Permanência material Permanência simbólica

Internet Estudar para salvar nosso meio ambiente

Bons professores Dar orgulho aos pais

Informações teóricas úteis para área de trabalho Luta contra o racismo e discriminação As atividades acadêmicas Convivência com colegas indígenas

Cotas raciais e sociais Apoio de colegas indígenas

Participação em entidades estudantil do curso - Empresa Junior, Centro Acadêmico e a

Associação Atlética

Apoio da PROAE

Casa do Estudante Universitário Incentivo da gestão

Estágios Aulas dinâmicas

Fonte: Elaborado pela autora com os dados do questionário

As ações para a permanência apontadas pelos entrevistados mostram que não são apenas ações que demandam necessariamente de financiamento, pois existem outras possibilidades de acolhimento para esses jovens que podem ser realizadas pela PROAE, por meio de seminários, debates e eventos que viabilizem os mesmos a apontarem suas demandas. Para os acadêmicos da UFPR os fatores que facilitam a permanência são semelhantes aos elencados da UFGD, conforme mostra o quadro 2, a seguir.

Quadro 2 - Fatores que facilitam a permanência dos acadêmicos na UFPR.

Permanência material Permanência simbólica

Instituição Federal Apoio da família

Família Incentivo da gestão

Estágio Possibilidade de um futuro emprego na área

Movimento estudantil Interesse pelo Curso

Acesso à moradia de baixo custo Garra, vontade, perseverança pessoal O fato de a universidade ser muito boa. Apoio familiar e de colegas da faculdade. As bolsas da Fundação Araucária/

Prae.

Convivência com os amigos

Biblioteca Incentivo dos pais

Os serviços oferecidos pela universidade como o Intercampi e o RU

Apoio financeiro da Universidade através do projeto Licenciar

As bolsas da PRAE (permanência e refeição), casa de estudante e este ano bolsa de extensão do CNPq.

O legado que preciso deixar para a minha filha e esposa.

Bolsa PIBID Sonho de poder acessar conhecimento em nível superior. Professores competentes Mercado de trabalho

Participação em entidades estudantil do curso

Determinação, autoconhecimento, inspiração para minha filha a cursar um ensino superior.

(13)

Destacamos um trecho do depoimento de uma acadêmica que demonstra a importância da política de assistência e o significado para os cotistas, daí a necessidade de acompanhar nos programas os pretos e pardos ingressantes por cotas, pois indubitavelmente, para esses, o benefício tem outros significados e relevância.

Do ponto de vista econômico, a bolsa PROBEM, oferecida pela PRAE foi primordial para minha permanência na Universidade. Porém o auxílio psicológico para me manter em um espaço que historicamente foi negado a pessoas negras e/ou pobre e o apoio da família foram de extrema importância. (Acadêmica do curso de Ciências Sociais, casada, 32 anos - UFPR).

Verifica-se no depoimento da acadêmica que além do desafio da permanência material, referente aos aspectos financeiros, os ingressantes pretos, pardos e indígenas enfrentam a permanência simbólica, com as dificuldades de adaptação, num espaço que historicamente atendeu a população majoritariamente branca. A universidade ainda reflete e constrói o eurocentrismo presente na sociedade. Conforme assinalou Coulon (2008), o estudante ao ingressar na universidade precisa adquirir o status de igual, compreender e decodificar os códigos inerentes da cultura universitária, daí pode resultar o seu êxito ou o fracasso acadêmico. A democratização do acesso à educação superior no Brasil, é um processo que avança gradativamente e deve continuar nos próximos anos enfrentando o desafio da permanência e da evasão. O fortalecimento e a avaliação dos programas de permanência e de assistência estudantil são fundamentais nesse processo. “As instituições de ensino devem pleitear, como tarefa pública e coletiva, a efetiva inserção institucional do aluno, principalmente aquele que pertence a grupos que originalmente não estavam representados no ensino superior” (HERINGER, 2013, p. 93).

Entre os fatores que dificultam a permanência dos acadêmicos das duas instituições, é a presença do preconceito racial que interfere significativamente para o seu fracasso e exclusão. Apesar da gradual entrada da população negra no mercado de trabalho e na educação, o caminho para a superação do racismo ainda é longo. Os acadêmicos afirmaram ser vítimas de discriminação e buscam algumas estratégias de enfrentamento, mas as próprias instituições possuem a obrigação de criar mecanismos para identificar e coibir tais atitudes. O mais grave, a nosso ver, é negar que o fenômeno esteja ocorrendo. Observamos as seguintes estratégias adotadas pelos acadêmicos que enfrentam a discriminação racial. A pesquisa aponta que a ocorrência é maior na UFPR.

(14)

No primeiro ano de faculdade tentei combater falas racistas de algumas alunas e me posicionei contra elas, mas acabei ficando mal vista, desconstrução das ideias racista através de conversa. (Acadêmica de Enfermagem - UFPR).

Procuro desenvolver trabalhos/projetos junto com o PIBID, que nos proporcionar discutir dentro da universidade assuntos sobre relações étnico-raciais e levar o debate para escola. E também sempre que preciso converso com colegas sobre o assunto, no entanto no meu curso não percebo diretamente discursos contrários às políticas de ações afirmativas. (Acadêmica de Pedagogia - UFGD).

No começo da graduação eu enfrentava o racismo e brigava com as pessoas, mas isso me desgastava muito psicologicamente. Então, percebi que o racismo é um problema global. E que muitas das vezes o racista é preconceituoso inconscientemente. Por isso, nos últimos anos da graduação comecei a usar a técnica do silêncio (mas isso também me afeta psicologicamente). Ou seja, brigar me afeta e ficar em silêncio também. (Acadêmica de Psicologia UFPR. Grifos nossos).

Nenhuma, fico sem saber o que fazer quando sofro preconceito. (Acadêmica de Letras. UFGD. Grifos nossos).

Na verdade minha atual estratégia é o silencio. Ultimamente eu tenho me calado diante de situações de racismo ou discriminação. Quando me surge uma coragem, eu geralmente questiono de modo inteligente, fazendo o opressor se sentir envergonhado, mas isso dificilmente

acontece.(Acadêmico de Direito - UFGD).

Participo do Grupo de estudos raciais do Direito - UFPR. (Acadêmico de Direito da UFPR).

Minha entrada no NEAB foi uma tentativa perante uma necessidade de desenvolver uma consciência maior da sociedade que estou imersa.. (Acadêmica de Pedagogia -UFPR).

A realidade atual vivenciada por muitas instituições e desafiando a permanência de negros e indígenas que além das dificuldades de permanência comuns aos acadêmicos em situação de vulnerabilidade econômica, necessitam enfrentar na universidade as situações preconceito e discriminação racial.

(15)

Considerações finais

Apresentamos alguns aspectos sobre o acesso e a permanência de negros e indígenas na educação superior, no contexto de duas instituições federais de ensino. A Lei 12.711/2012, sancionada em 28/08/2012, desafia a gestão universitária a implementar ações que contribuam com a redução das desigualdades com a inclusão de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas nas instituições públicas de ensino.

Observamos que embora o percentual de negros e indígenas no campus não represente o percentual dessa população na sociedade, é inegável que as ações afirmativas têm contribuído para alterar o perfil do estudante das universidades públicas brasileiras paulatinamente. O mérito da legislação além de promover maiores oportunidades para grupos historicamente excluídos tem o mérito de contribuir para que a universidade pública possa expressar a pluralidade étnica e cultural presentes na sociedade brasileira.

Além dos investimentos na expansão e democratização da educação superior, por meio da diversificação na localização das IES, a implementação de políticas afirmativas, a adoção de diferentes critérios para garantir o ingresso de estudantes egressos de escolas públicas, negros e indígenas, o Estado brasileiro passou, a partir de 2008, a investir nos programas de Assistência Estudantil, visando garantir a permanência. Contudo é importante que as IES ao viabilizarem o acesso desenvolvam mecanismos que garantam a permanência e o êxito acadêmico.

Em ambas as universidades as formas de ingresso baseadas nos quais os critérios étnico-raciais tem peso, definidos pela Lei 12.711, mas as gestões não acompanham o espírito das políticas de promoção de igualdade racial no que se refere à permanência dos estudantes. Faltam dados de acompanhamento em relação aos estudantes cotistas e suas possíveis formas de integração nas duas IFES. As políticas são poucas ou nada atentas à diversidade étnico-racial e poucas promovem de forma positiva a estudantes indígenas ou negros/as.

Referências

AGUILERA URQUIZA, A. H.; NASCIMENTO, Adir C. Rede de Saberes - Políticas de ação afirmativa no ensino superior para indígenas no Mato Grosso do Sul. Rio de Janeiro: FLACSO/GEA; UERJ/LPP, 2013.

(16)

BITTAR, M.; FARIA, S. C.; HAGE, S. M. Democratização da educação superior no Brasil: discutindo o conceito. In: MANCEBO, D.; BITTAR M.; CHAVES, V. L. J. (Orgs.).

Educação superior: expansão e reformas educativas. Maringá: EDUEM, 2012. p. 152-178.

BRASIL. Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Acesso em de 15 mar. 2015. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 30 ago. 2012. Disponível em: <http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=1&data=30/ 08/2012>. Acesso em: 15 mar. 2016.

______. Decreto 7.234 de 19 de julho de 2010. Dispõe sobre o Programa Nacional de Assistência Estudantil - PNAES. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato 2007-2010/2010/Decreto/D7234.htm>. Acesso em: 15 mar. 2016.

___________. Estatuto da Universidade Federal da Grande Dourados. UFGD, 2009 Disponível em file:///C:/Users/Acer/Downloads/estatuto%20UFGD.pdf. Acesso em 8 de Abr. de 2016.

___________. Censo da Educação Superior. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2014.

CÉSAR, R. C. L. Política de inclusão no ensino superior brasileiro: um acerto de contas e de legitimidade. In: BRANDÃO, André Augusto (Org.). Cotas raciais no Brasil: a primeira avaliação. Rio de Janeiro: DP&A, 2007. p. 13-34.

CNPq. Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. PIBIC-AF -

Programa Institucional de Iniciação. Disponível em:

<http://cnpq.br/pibic-nas-acoes-afirmativas#void>. Acesso em: 16 mar. 2015.

COULON, A. A condição de estudante. A entrada na vida universitária. Tradução de Gaiorgina Gonçalves dos Santos. Sonia Maria Rocha Sampaio. Salvador, BA: EDUFBA, 2008, p.278.

COSTA, F. S. Avaliação do impacto da Lei de cotas (12.711/2012) no acesso a ensino

Superior. Mesa redonda. In: Seminário de Fundação do Fórum de Ação Afirmativa das

Universidades Federais da Região Sul do Brasil, Florianópolis, SC. Disponível em: <http://www.democraciasocialista.org.br/democraciasocialista/publicacoes/download_o rig_file?pageflip_id=1647763>. Acesso em: 16 mar. 2015.

FERES JÚNIOR, J. et al. O impacto da Lei 12.711 sobre as Universidades Federais

(2013). Levantamento das Políticas de Ação Afirmativa. Grupo de Estudos Multidisciplinares

da Ação Afirmativa do GEMAA ‐ Instituto de Estudos Sociais e Políticos- IESP da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro- UERJ. Set. 2013.

(17)

HERINGER, R. O próximo passo: As políticas de permanência na universidade pública. In: PAIVA, A. R. Ação Afirmativa em questão: Brasil, Estados Unidos, África do Sul e França.1 ed. Rio de Janeiro.; Pallas, 2013.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico, O Brasil indígena. 2010. Disponível em: <http://indigenas.ibge. gov.br/estudos-especiais-3/o-brasil-indigena/download> Acesso em 14 Jan. 2016.

RISTOFF, D. Perfil socioeconômico do estudante de graduação uma análise de dois ciclos completos do ENANDE (2004-2009). Cadernos do GEA, n. 4, jul./dez., 2013. Disponível em: <http://www.flacso.org.br/gea/documentos/Cadernos_GEAA_N4.pdf>. Acesso em: 21 mar. 2016.

SILVA, M. G. M.; VELOSO, T. C. M. Acesso nas políticas de educação superior: dimensões e indicadores em questão. Avaliação, Campinas, v. 18, n.3, p. 727-747, nov. 2013.

(18)

Referências

Documentos relacionados

- O estudo dos constituintes fixos da própolis resultou no isolamento e caracterização de duas substâncias do extrato hexânico (o fenilpropanoide artepilina C e o

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Quanto às suas qualidades especiais enquanto mercadoria, o solo possui um preço nas sociedades capitalistas, que não é absolutamente fixo ou igual para terrenos, de

Os resultados são apresentados de acordo com as categorias que compõem cada um dos questionários utilizados para o estudo. Constatou-se que dos oito estudantes, seis

Em relação às bromélias, a freqüência de sua utilização foi maior no fragmento semidecidual do que na Rebio-Una e áreas adjacentes, tanto para consumo de seus

xii.. sugerindo que a interação entre estes ou outros fatores podem estar influenciando as diferenças observadas entre os fragmentos. O levantamento da disponibilidade dos

chrysomelas, especialmente na porção mais a oeste da distribuição onde foi evidenciada uma maior fragmentação das florestas (Pinto &amp; Rylands, 1997; Raboy et al., 2010). A