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PROCESSO LABORAL E JULGAMENTO DA MATÉRIA DE FACTO 1 2

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PROCESSO LABORAL E JULGAMENTO DA MATÉRIA DE FACTO1 2 Albino Mendes Baptista

Mestre em Direito

Assistente da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Lisboa

Em 1.º lugar, agradeço ao Supremo Tribunal de Justiça, na pessoa do seu Presidente, felicitando-o pela realização deste evento, cumprimento os meus colegas de mesa, bem como todos os presentes, e manifesto a minha honra em estar no meio de pessoas que no seu dia à dia trabalham para que a Justiça, os direitos dos cidadãos e o Estado de Direito sejam observados.

Felicito ainda os organizadores desta iniciativa pela escolha do tema, uma vez que o julgamento da matéria de facto tem sido considerado, em geral, filho de um Deus menor, circunstância susceptível de afectar seriamente a solução justa e correcta dos litígios.

Farei uma abordagem tópica de alguns aspectos que me parecem mais relevantes, deixando para a fase de debate a eventual concretização de alguns ideias que aqui se enunciarão.

I

O 1.º ponto relaciona-se com o ensino universitário do Direito Processual.

Julgo que o ensino universitário do Direito Processual, é, em geral, muito teórico.

1 Corresponde à Intervenção feita no “Colóquio Anual sobre Direito do Trabalho”, organizado

pelo Supremo Tribunal de Justiça, que teve lugar no seu Salão Nobre no dia 19 de Setembro de 2007.

2 A análise que aqui se fará é a que se julgou adequada (a escolha é-me inteiramente

atribuível) a uma intervenção oral, com naturais limitações de tempo. Certamente que muitos aspectos relevantes ficaram de fora (por exemplo, o estudo mais directo de algumas disposições legais). Espera-se um dia destes voltar a esta matéria com um outro tipo de abordagem.

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Numa época em que se fala, a vários propósitos, de aberturas a outras profissões e actividades, é caso para dizer que a Universidade também tem de se abrir.

O ensino universitário do Direito Processual deve ser alargado a magistrados, a advogados, a sociólogos, a psicólogos, etc.

A meu ver, a Universidade exagera na formação teórica, e não tem a ligação à vida que se impõe. Os alunos estudam posições doutrinárias até à exaustão, e descura-se a importância do Direito como disciplina prática e como ciência da vida.

Acresce que o problema da prova é tratado de forma pouca adequada. Justificar-se-ia inteiramente, por exemplo, uma cadeira de Direito Probatório.

Diria, é uma opinião naturalmente contestável, que os alunos saem das Faculdades de Direito sem terem uma noção adequada da relevância da prova e sem a apreensão correcta de que muitas vezes a solução do litígio assenta mais nos factos provados e não provados do que no “cientismo jurídico”.

Há, deste modo, uma deficiência de base na formação académica que, a meu ver, deve ser suprida.

Isto leva-nos depois para outros dois tipos de formação: a ministrada no CEJ e a dada pela Ordem dos Advogados, matéria que nos obrigaria a um outro tipo de reflexão. Uma coisa nos parece certa, a formação

ministrada por um e outra não deve ser, não pode ser, um segundo nível de formação teórica.

Não tenho dúvidas de que estas notas têm conexão com a temática deste colóquio.

II

O segundo tópico que gostaria de vos apresentar prende-se com os modelos de intervenção processual do juiz.

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Trata-se de um problema da mais alta relevância, relativamente ao qual a Revista “Julgar” tem dado contributos valiosíssimos, que aqui só podemos aflorar.

Grosso modo, apresentam-se dois modelos: um modelo, chamado “liberal”, dominado pelas partes, e um modelo, dito “autoritário”, em que o juiz detém amplos poderes instrutórios3. Trata-se de um debate que está, e vai certamente continuar a estar, na ordem do dia.

No “modelo liberal”, o processo é justo quando se funda no livre jogo das partes, dispondo estas de toda a iniciativa instrutória, renunciando-se, na terminologia de MONTERO AROCA, “humildemente” à verdade por impossibilidade de a alcançar. A justiça é neste modelo uma “justiça processual”4.

O outro modelo, que existe na maior parte dos países democráticos, e que não pode, por isso, ser qualificado de “autoritário”, dá relevância à verdade (possível) dos factos, à justiça da decisão e afirma a existência de um interesse público no processo.

Subscrevemos inteiramente as seguintes palavras de MICHELE TARUFFO:

“a qualidade e os defeitos dos vários sistemas processuais poderão ser avaliados em função da sua capacidade de conduzir à decisão justa ou seja à decisão fundada no apuramento verdadeiro dos factos”5.

E ao contrário do que parece sugerir, por exemplo, MARIANA FRANÇA GOUVEIA6, julgo que se pode e deve falar de verdade no processo,

3 MICHELE TARUFFO demonstrou já a incorrecção daquelas designações no excelente texto,

cuja leitura se recomenda vivamente, “Poteri probatori delle parti e del giudice in Europa”,

Rivista Trimestrale di Diritto e Procedura Civile, 2006, n.º 2, pp. 451 e ss..

4 LUÍS CORREIA DE MENDONÇA defende igualmente o retorno ao “modelo privatístico”,

dando às partes o essencial do protagonismo processual (“Vírus autoritário e processo civil”,

Julgar, n.º 1, 2007, pp. 67 e ss.). Não obstante não aderir a este modelo, julgo que o debate em

torno do processo civil passa hoje necessariamente por este autor.

5 MICHELE TARUFFO, “Poteri probatori delle parti e del giudice in Europa”, cit., p. 476.

6 “ (...) Assim, falar de verdade no processo civil é qualquer coisa de ingénuo (ou exactamente

o oposto). Não há verdade, apenas aproximações à realidade, reconstruções mais ou menos fidedignas do que aconteceu.” (MARIANA FRANÇA GOUVEIA, “ Os poderes do juiz civil na

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ainda que seja uma verdade possível, certamente filtrada e condicionada. Seria ela sim uma prova de autoritarismo propugnar pela “verdade absoluta”.

Uma verdade ainda mais relativa se tivermos em conta que a própria convicção do julgador tem de se bastar com um juízo de suficiente probabilidade ou verosimilhança, inerente ao recurso às presunções judiciais7, que, no entanto, “não dispensa a máxima investigação para atingir, nesse juízo, o máximo de convicção.”8

Finalmente, importa não ignorar que a nossa Constituição alude a “processo equitativo”9, o mesmo sucedendo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem10, com a Convenção Europeia dos Direitos do Homem11, e com a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia12 13. E não pode haver processo equitativo com um juiz “convidado de pedra”.

III

Não se pode naturalmente fingir que o processo vive do contributo desinteressado de todos, ancorados ou não num quimérico princípio da cooperação.14

É justamente por se saber que as partes filtram os factos de acordo com os respectivos interesses que o juiz deve ter um papel activo na aquisição da prova, assegurando a igualdade de armas e o princípio do

acção declarativa. Em defesa de um processo civil ao serviço do cidadão”, Julgar, n.º 1, 2007, p. 62).

7 Arts.º 349.º a 351.º do Código Civil.

8 J. LEBRE DE FREITAS, Introdução ao Processo Civil. Conceitos e Princípios Gerais à Luz do Código Revisto, 2.ª ed., Coimbra, 2006, p. 175.

9 Art.º 20.º, n.º 4. 10 art.º 10.º 11 Art.º 6.º 12 Art.º 47.º.

13 Sobre a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, vd., entre outros, ALBINO

MENDES BAPTISTA, Estudos sobre o Código do Trabalho, 2.ª ed., Coimbra, 2006, pp. 347 e ss.

14 Sobre o princípio da cooperação, vd. a importante análise de MARIANA FRANÇA GOUVEIA,

“ Os poderes do juiz civil na acção declarativa. Em defesa de um processo civil ao serviço do cidadão”, cit., pp. 52 e ss.

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contraditório, e procurando fazer uma justiça certamente relativa, em nome da existência de um interesse público na sua administração.

Nada disto colide com o princípio da imparcialidade do juiz, desde que actuem plenamente as garantias do contraditório e que a motivação de facto da decisão seja criteriosa e completa, racionalmente estruturada, de forma a permitir o seu controlo15.

Aludindo directamente ao nosso modelo processual, pode dizer-se que o mesmo assenta em princípios democráticos, aliás reforçados com a Reforma de 95/96. Mesmo com a amplitude de poderes probatórios que o caracterizam, e que encontramos expressos, por exemplo, nas seguintes disposições do CPC:

- art.º 265, n.º 3 – poderes oficiosos de conhecimento de factos instrumentais

- art.º 266.º, n.º 2 - faculdade de ouvir as pessoas - art.º 456.º, n.º 2, alínea c) - litigância de má fé - art.º 535.º - requisição oficiosa de documentos - art.º 552.º - faculdade de chamar a depor - art.º 579.º - requisição oficiosa de uma perícia - art.º 612.º - decisão sobre a inspecção judicial

- art.º 645.º - dever de ordenar o depoimento de pessoa não arrolada como testemunha que tenha conhecimento de factos importantes.

Estes poderes inquisitórios do juiz acrescentam responsabilidades ao seu trabalho, obrigando-o a decidir melhor. Nesse processo decisório a nossa lei aponta para a colaboração com as partes, para o trabalho conjunto16.

15 Como nos diz MICHELE TARUFFO, “os remédios contra o pré-juízo do juiz são outros, e

consistem na plena actuação do contraditório das partes (...) e na necessidade de elaborar uma motivação analítica e completa, racionalmente estruturada assentando em justificações controláveis, da decisão de facto.” (“Poteri probatori delle parti e del giudice in Europa”, cit., p. 482).

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Há aqui, todavia, um problema de cultura que importa ultrapassar. O princípio da cooperação, assente na proximidade entre juiz e partes, nem sempre está presente17. Mesmo a audiência preliminar, momento privilegiado desse diálogo18, é ainda uma “solução em fase experimental” (que aliás tem sido pouco utilizada no foro laboral, mesmo em

processos complexos...), ainda que ao que tudo indica, e com alguma

estranheza, pareça reunir maior simpatia junto dos magistrados do que dos advogados.

É bom que se perceba que quanto mais se acentuar o modelo colaborante menos espaço fica para o exercício autoritário do poder judicial.

Esta discussão em torno dos modelos de intervenção do juiz interessa obviamente ao julgamento da matéria de facto.

Por outro lado, os poderes inquisitórios do juiz previstos no CPC são, em geral, para ser exercidos e, particularmente, potenciados pelo juiz do trabalho, dada a especial natureza do processo laboral, o que nem sempre parece suceder.

IV

Um outro aspecto que importa aflorar relaciona-se com o papel do Direito do Trabalho e com as suas implicações no domínio processual.

É que o modo como nos posicionarmos face ao papel do Direito do Trabalho irá condicionar posturas processuais.

17 Nas palavras de MARIANA FRANÇA GOUVEIA, a inteligibilidade das decisões dos

magistrados, que deve ser a sua “preocupação essencial”, “Implica colaboração, trabalho conjunto. E é interessante perceber-se que tal ambiente (de proximidade e igualdade) só existirá se o juiz estiver completamente à vontade frente às partes”. (“ Os poderes do juiz civil na acção declarativa. Em defesa de um processo civil ao serviço do cidadão”, cit., p. 55).

18 “Um exemplo típico de colaboração é a audiência preliminar, acto processual em que as

partes se sentam a uma mesma mesa, sem becas ou togas, discutindo o conteúdo de determinadas peças processuais. A audiência preliminar foi verdadeiramente revolucionária”. (MARIANA FRANÇA GOUVEIA, “ Os poderes do juiz civil na acção declarativa. Em defesa de um processo civil ao serviço do cidadão”, cit., p. 56).

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Julgo que é um dado adquirido que a relação de trabalho é uma relação de poder, e que, por isso, ter-se-á de procurar proteger devidamente a parte mais fraca nessa relação.

Assente este pressuposto há que construir em conformidade o direito processual do trabalho.

Não se pode, desde logo, encarar o processo laboral como um mero litígio privado, dado o carácter acentuadamente público (só assim se compreende, por exemplo, o patrocínio dos trabalhadores exercido pelo Ministério Público19) e o sentido profundamente social das suas normas. A justiça material assume neste contexto uma relevância acrescida. Mesmo os críticos dos poderes inquisitórios do juiz são nesta sede bem mais prudentes.

Nas palavras de RAUL VENTURA

“ O processo do trabalho não deve ser um processo punitivo da

maior capacidade económica das entidades patronais, mas deve ser, por um lado, um processo impeditivo do abuso dessa diferença económica e, por outro lado, um processo correctivo da fraqueza económica e social da parte trabalhadora.”20

E o mesmo autor acrescenta, numa formulação que atinge inteiramente o alvo:

“Não bastam, contudo, as regras; os juízes devem reconhecer que

os poderes que lhes são conferidos tanto pela lei processual comum como pela lei processual do trabalho se destinam a conseguir essa igualdade real e como tal devem ser exercidos. O juiz deve ser imparcial, mas quando a lei lhe dá possibilidade de tratar desigualmente entidades desiguais deve usar esses poderes para restabelecer a igualdade.”21

19 Art.º 7.º do CPT.

20 RAUL VENTURA, “Princípios Gerais de Direito Processual do Trabalho”, Curso de Direito Processual do Trabalho, Suplemento da Revista da Faculdade de Direito da Universidade de

Lisboa, 1964, p. 38.

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Pode dizer-se que o nosso CPT assume este importante papel social. Não vou, por razões de tempo, justificar inteiramente esta afirmação. Mas não posso deixar, por exemplo, de lembrar que no foro laboral, ao contrário do que sucede no processo civil, a petição inicial é apresentada ao juiz para que possa, desde logo, convidar o autor a completá-la ou a esclarecê-la22. O juiz tem, desse modo, a possibilidade, que importa potenciar, de conduzir mais de perto a instância, através de um exame criterioso das peças processuais, o que naturalmente pode comportar inúmeras virtualidades no momento do julgamento da matéria de facto. Depois, nos termos do n.º 1 do art.º 72.º do CPT, se no decurso da produção da prova surgirem factos que, embora não articulados, o tribunal considere relevantes para a boa decisão da causa, deve ampliar a base instrutória ou, não a havendo, tomá-los em consideração na decisão da matéria de facto, desde que sobre eles tenha incidido

discussão. Verifica-se assim no processo laboral uma ampliação do

princípio do inquisitório e uma procura qualificada da verdade material

e da decisão justa. Como se disse num acórdão do Supremo Tribunal

de Justiça, de 17 de Janeiro de 200123, este preceito legal é motivado pela indispensabilidade de uma decisão justa, subvalorizando os aspectos formais face ao carácter público e de conteúdo social subjacente às normas processuais do trabalho.

Acresce que o juiz não pode ignorar que os trabalhadores vão muitas vezes para o processo em condições probatórias especialmente difíceis. O que naturalmente em matéria de prova tem de ter implicações. Lembre-se, por exemplo, que as testemunhas potenciais do trabalhador estão numa posição de subordinação (jurídica e/ou económica) à empresa.

22 Art.º 54.º do Código de Processo do Trabalho. 23 AD, 478, 1384.

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Não se defende que os casos de dúvida sejam resolvidos a favor dos trabalhadores. Como não se defende que o juiz encontre presunções onde o legislador as não criou.

O que para nós é fundamental é que a JUSTIÇA seja um parâmetro de aplicação do Direito (do Trabalho).

Julgo que nenhum juiz pode ficar satisfeito quando faz justiça formal. A procura da solução justa por via interpretativa e/ou judicial é da

essência da actividade jurisdicional.

E, como se sabe, a correcta solução jurídica do litígio está dependente do eficaz e empenhado apuramento da matéria de facto.

A minha preocupação é a de que o juiz laboral tenha presente que a desigualdade de forças exige de si maior esforço na procura da solução justa e da “verdade probatória”. Por outras palavras, o juiz laboral deve diligenciar com particular empenho pelo apuramento da matéria de facto, não podendo limitar-se a uma atitude meramente passiva, devendo antes desempenhar um papel activo ao longo de todo o processo24.

Julgo que continua a ser lapidar a seguinte passagem dum acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 2 de Fevereiro de 200025, relatado pelo desembargador FERREIRA MARQUES:

“Tanto no processo laboral como no processo penal, vigora o

princípio do inquisitório ou do apuramento da verdade material, atribuindo-se aos juízes dos tribunais do trabalho o dever de diligenciar pelo efectivo apuramento da matéria de facto como pressuposto fundamental da realização do direito, através da “justa composição do litígio”. Os juízes dos tribunais de trabalho não podem limitar-se a uma atitude meramente passiva, de esperar que as partes os convençam da realidade histórica projectada no processo, devendo desempenhar sempre um papel activo desde o

24 Sobre os poderes do juiz em processo do trabalho remete-se para ALBINO MENDES

BAPTISTA, Código de Processo do Trabalho Anotado, 2.ª ed. – reimpressão, Lisboa, 2002, pp. 77 e ss. e Estudos sobre o Código do Trabalho, 2.ª ed., Coimbra, 2006, pp. 333 e ss.

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início da acção e desde que o processo ou o modo como decorre a produção de prova, permitam concluir objectivamente pela existência de elementos probatórios que possibilitem uma melhor averiguação da verdade material. Por regra, o julgamento, no processo laboral, só deve terminar quando o juiz esteja esclarecido da verdade dos factos, ou tenha esgotado todas as diligências ao seu alcance na procura dessa verdade, sendo os poderes-deveres, nesta parte, idênticos aos do juiz penal.”

Independentemente dos poderes da Relação em matéria de facto, o maior esforço nesta matéria deve ser feito pelos juízes de 1.ª instância, porque são eles que têm o primeiro contacto, e, em certos termos, único, com a prova.

V

Um caminho que poderá ser equacionado é o do aumento do número de presunções legais sempre que razões ponderosas de interesse público o justifiquem.

Como se sabe, o legislador esboçou a criação de uma “presunção de laboralidade”26, mas fê-lo, a meu ver, de modo inoperante27. Depois a inversão atenuada do ónus da prova da discriminação (o trabalhador sempre terá de alegar e fundamentar a discriminação), nomeadamente em razão do sexo, da orientação sexual, da idade, da origem étnica, das convicções política ou ideológicas e da filiação sindical (art.º 23.º, n.º 3, do Código do Trabalho), merece inteiro aplauso. O mesmo se diga, a título ainda de exemplo, das normas que procuram, em matéria de prova, proteger os representantes dos trabalhadores.

Aplaude-se também o n.º 5 do art.º 258.º do CT, segundo o qual é exigível o pagamento de trabalho suplementar cuja prestação tenha sido realizada de modo a não ser previsível a oposição do empregador.

26 Art.º 12.º do Código do Trabalho.

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Mas, eventualmente, poder-se-á ir mais longe. Por exemplo, em matéria de “transferência individual”, face à resistência da jurisprudência em aceitar que o ónus da prova da inexistência de prejuízo cabe ao empregador, dever-se-ia criar uma presunção, naturalmente ilídivel, de prejuízo sério, atendendo a que o empregador está a provocar, no seu interesse, uma alteração de um elemento essencial do contrato, a saber, o local de trabalho.

VI

Nos termos do art.º 653.º, n.º 2, do CPC, a decisão sobre a matéria de facto declarará:

1.º quais os factos que o tribunal julga provados e quais os que julga não provados

2.º analisando criticamente as provas

3.º e especificando os fundamentos que foram decisivos para a convicção do julgador.

Convém lembrar que a exigência de análise critica das provas, bem como a fundamentação das respostas negativas, constituem inovação da Reforma de 1995/1996. O que significa que até então era frequente afirmar-se em decisões judiciais que “as respostas positivas assentam no juízo formulado a partir do conjunto dos depoimentos das testemunhas inquiridas” 28.

No que concerne à decisão sobre a matéria de facto, a primeira preocupação que o juiz deve ter é a de evitar que a sua apreciação seja feita mais de acordo com uma solução jurídica pré-configurada do que com a prova realmente produzida29 30. E isto porque se julga que essa

28 J. LEBRE DE FREITAS, A. MONTALVÃO MACHADO e RUI PINTO, Código de Processo Civil, Anotado, vol. 2.º, Coimbra, 2001, p. 627.

29 Lembre-se que uma das principais criticas ao CPC de 1939 era a de que nele não se

separava a matéria de facto da matéria de direito. Daí que no CPC de 1961 se tenha procedido a essa separação.

30 “Posto que a convicção haja de ser livre, importa que não seja arbitrária, prepotente, como aprouver. Que não seja uma operação de pura subjectividade feita de impressões ou

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“tentação” pode existir. Destacar a matéria de facto da matéria de direito é uma tarefa, no plano prático, difícil, mas que não pode deixar de ser enfrentada.

Depois, o apuramento da matéria de facto exige intenso labor, elevada perspicácia, grande capacidade de indagação e muita paciência. Como escreve MARIA ADELAIDE DOMINGOS:

“Decidir a matéria de facto é tarefa hercúlea. Exige apurada

capacidade técnico-jurídica, perfeito domínio das regras processuais, dos ónus da prova, perseverança, espírito cirúrgico e, muitas vezes, apresenta-se como uma tarefa esgotante e enervante.”31

Acresce que o julgador nunca pode perder de vista que a decisão justa pressupõe a correcta avaliação e motivação da prova produzida.

Assim, a fundamentação tem de assentar no estudo atento de todas as circunstâncias que envolvem o litígio32.

A exigência de motivação não se destine a obter a exteriorização das razões psicológicas da convicção do juiz33, havendo sendo um espaço não desprezível para a “livre apreciação da prova” e para a “prudente convicção do julgador” (art.º 655.º, n.º 1, do CPC)34. Mas, o juiz não pode deixar de demonstrar que todos os argumentos aduzidos pelas partes foram ponderados e que nenhum elemento de prova foi desprezado ou desconsiderado e que a fundamentação obedeceu a enunciados lógicos e articulados. Só procedendo deste modo convencerá as partes da

na conveniência duma qualquer solução do direito.” (JOAQUIM SOUSA LIMA, Interrogações à

Justiça, Coimbra, 2003, p. 186).

31 MARIA ADELAIDE DOMINGOS, “Julgar na área Laboral”, Revista do CEJ, n.º 1, 2004, p.

263.

32 Igualmente neste sentido, F. AMÂNCIO FERREIRA, Manual dos Recursos em Processo Civil, 7.ª ed., Coimbra, 2006, p. 19, que acrescenta: “Noutra perspectiva, a motivação favorece

o auto-controlo do juiz, obrigando-o a analisar, à luz da razão, as impressões obtidas no decurso da produção da prova”.

33 Assim, também, M. TEIXEIRA DE SOUSA, Estudos sobre o Novo Processo Civil, 2.ª ed.,

Lisboa, 1997, p. 348.

34 Como se disse num acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de 27 de Março de 2001 (CJ,

2001, II, 86), a utilização da gravação dos depoimentos em audiência não modela de forma diversa o princípio da prova livre ínsito no art.º 655.º do CPC, nem dispensa as operações de carácter racional ou psicológico que geram a convicção do julgador nem substituem esta convicção por uma fita gravada.

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correcção da sua decisão. Na sugestiva terminologia de M. TEIXEIRA DE SOUSA, através da fundamentação, “o juiz deve passar de convencido a convincente.”35

VII

Uma palavra particular sobre a gravação da prova.

Desde 1932 até 1995, vivemos, conforme escreve

A. PESSOA VAZ,

em regime de uma instância única de facto e de três instâncias de direito36. O recurso encontrava-se até há pouco tempo quase circunscrito ao julgamento da matéria de direito. Esta situação alterou-se radicalmente com o registo ou documentação da prova, introduzido pelo Decreto-Lei n.º 39/95, de 15 de Fevereiro, o que possibilitou um recurso alargado sobre a matéria de facto.

ANTUNES VARELA, ainda que num quadro normativo diverso, sustentava que as “possibilidades de revisão eficiente do julgamento da matéria de facto no tribunal de recurso são, por força das circunstâncias, necessariamente precárias.”37. Não creio que assim deva ser. A meu ver, é fundamental que um Estado de Direito Democrático assegure efectivamente um segundo grau de jurisdição (ou “garantia de impugnação”) em matéria de facto.

Como se sabe, a decisão do tribunal de 1.ª instância sobre matéria de facto pode (agora) ser alterada pela Relação, entre outros casos, se, tendo ocorrido gravação dos depoimentos prestados, tiver sido impugnada, nos termos do art.º 690.º-A, a decisão com base neles proferida38. Nesta situação, a Relação reaprecia as provas em que assentou a parte impugnada da decisão, tendo em atenção o conteúdo das alegações de recorrente e recorrido, sem prejuízo de oficiosamente atender a quaisquer outros elementos probatórios que hajam servido de

35 M. TEIXEIRA DE SOUSA, Estudos sobre o Novo Processo Civil, 2.ª ed., cit., p. 348. 36 A. PESSOA VAZ, Direito Processual Civil, 2.ª ed., Coimbra, 2002, p. 231.

37 ANTUNES VARELA, J. MIGUEL BEZERRA e SAMPAIO E NORA, Manual de Processo Civil,

2.ª ed., Coimbra, 1985, p. 654, n. 3.

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fundamento à decisão sobre os pontos de matéria de facto impugnados3940.

Esta redacção que provém, no essencial, do já mencionado Decreto-Lei n.º 39/95, de 15 de Fevereiro, implica “um claro alargamento e aprofundamento do dever de fundamentação das decisões judiciais”41. Nestes termos, quando haja gravação da audiência, a análise critica das provas não pode ser descurada ou negligenciada. Da decisão deverá constar, por exemplo, a avaliação dos depoimentos recolhidos, o modo como a testemunha depôs, as suas reacções, as suas hesitações e, de um modo geral, todo o comportamento que rodeou o depoimento42.

O juiz terá de dizer, por exemplo, que certo testemunho é mais credível do que outro, porque, contrariamente, não foi titubeante, indeciso, hesitante, parcial, inidóneo ou/e inseguro. Como certas impressões não são apreensíveis, mesmo havendo gravação da audiência, a obrigação de motivação assume aqui uma relevância acrescida.

O julgador terá de ter presente na motivação a necessidade de enquadrar correctamente os factos para que da audição da gravação se possa avaliar devidamente a prova, o mesmo é dizer para que a motivação de facto possa ser efectivamente reapreciada pela Relação. A “necessidade de fundamentação séria – escrevem

J. LEBRE DE

FREITAS, A. MONTALVÃO MACHADO e RUI PINTO –

leva,

indirectamente, o tribunal a melhor confrontar os vários elementos de prova, não se limitando à sua intuição ou às impressões mais fortes recebidas na audiência decorrida e considerando, um a um, todos os

39 Art.º 712.º, n.º 2, do CPC. Vd. o art.º 690.º-A, n.º 5, bem como o art.º 712.º, n.º 5, ambos do

CPC.

40 “A expressão “ponto da matéria de facto” procura acentuar o carácter atomístico, sectorial e

delimitado que o recurso ou impugnação da decisão sobre a matéria de facto em regra deve revestir” (C. LOPES DO REGO, Comentários ao Código de Processo Civil, 2.ª ed., Vol. I, Coimbra, 2004, p. 608).

41 C. LOPES DO REGO, Comentários ao Código de Processo Civil, 2.ª ed., Vol. I, cit., pp.

544-545.

42 Assim, J. LEBRE DE FREITAS, A. MONTALVÃO MACHADO e RUI PINTO, Código de Processo Civil, Anotado, vol. 2.º, cit., p. 628.

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factores probatórios submetidos à sua livre apreciação, incluindo, nos casos indicados na lei, os relativos à conduta processual da parte.” 43

VIII

Não se pode ignorar que muitas vezes se cometem nas sentenças excessos de erudição jurídica, em prejuízo do correcto enquadramento da matéria de facto. O julgador é tentado nalguns casos a ser mais um “doutrinador” do que a orientar a sua função para a busca de uma solução equilibrada e sensata.

Julgo que a nossa cultura jurídica, em geral, está ainda muito influenciada por um certo “espírito academicista”44. Nesta matéria vale o que dissemos no início da nossa intervenção.

Os excessos de erudição jurídica são explicados por ÁLVARO REIS FIGUEIRA também por um defeito do sistema de avaliação:

“as sentenças são um dos principais elementos de apreciação do

mérito, donde os juízes (sobretudo os mais jovens, que têm mais a provar) porem nelas tudo o que sabem.”45

Também JOAQUIM SOUSA LIMA alude a “desempenho pedagógico” das inspecções judiciais nos seguintes termos:

“(...) Uma tal motivação implica, sem dúvida, um maior esforço.

Mas logo comporta ganho da legitimação (...).

Subsiste, todavia, como penso, a necessidade dum continuado esforço de aperfeiçoamento. (...) não o satisfazem extenuantes reposições de depoimentos – in vero inúteis – se não se dá a conhecer o que neles foi significante ou particularmente tocante na formação da convicção do julgado!

Eis um campo adequado ao desempenho pedagógico das inspecções judiciais.”46

43 J. LEBRE DE FREITAS, A. MONTALVÃO MACHADO e RUI PINTO, Código de Processo Civil, Anotado, vol. 2.º, cit., p. 628.

44 Assim, também, ÁLVARO REIS FIGUEIRA, Interrogações à Justiça, cit., p. 163. 45 ÁLVARO REIS FIGUEIRA, Interrogações à Justiça, cit., p. 163.

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Sobre a matéria escreve, por sua vez, HENRIQUE SERRA BAPTISTA: “Mas, na realidade, convenhamos – e cremos que sem malícia,

mas devido à grande pressão com que, em regra, trabalham os juízes de primeira instância, a quem esta decisão em primeira linha compete – há que dizer que, em número significativo de casos, a fundamentação da decisão de facto é ligeira, sem cumprir bem a sua função de explicitação da convicção alcançada.

Crendo-se que se deveria dar mais atenção a esta matéria na formação dos juízes, inculcando-lhes a ideia do relevo da matéria de facto no processo”47.

Os problemas essenciais nesta matéria estão enquadrados. Há um problema de formação dos magistrados que importa corrigir, ao nível da formação de base48 e da “fiscalização pedagógica”.

Efectivamente, as questões de facto não têm merecido o tratamento científico adequado nem o estudo sistematizado de que carecem. “Além disso, a análise processual dos factos requer uma preparação não estritamente jurídica, nomeadamente nas áreas de psicologia judiciária, da sociologia e quiçá no domínio da própria teoria da linguística e da comunicação.” 4950

Não se pense, todavia, que este é um problema português. Por referência ao ordenamento jurídico espanhol, escreve MARINA GASCÓN ABELLÁN:

46 JOAQUIM SOUSA LIMA, Interrogações à Justiça, cit., p. 186.

47 HENRIQUE SERRA BAPTISTA, Interrogações à Justiça, cit., p. 175.

48 Mas também ao nível da formação complementar. Daí que esta iniciativa do STJ mereça

elevado destaque.

49 MANUEL SOARES GOMES, Interrogações à Justiça, cit., p. 222.

50 Relativamente à necessidade, na formação dos magistrados, de abertura a outras “fontes de

conhecimento”, a outras “formações científicas” e a uma maior aproximação à vida prática, escreve BOAVENTURA SOUSA SANTOS, “A crise (interna ou externa) dos tribunais?”,

Colóquio “A Justiça em Portugal”, Lisboa, 1999, p. 194:

“Em muitos países hoje é obrigatório, na formação dos magistrados, seguir cursos fora

das Faculdades de Direito, seja na Faculdade de Letras, na Faculdade de Economia ou nas Faculdades de Sociologia, precisamente para conhecer melhor a realidade dos seus países e a partir daí desenvolverem uma nova cultura judiciária.”

(17)

“só com muita dificuldade a relevância da motivação vai

penetrando na mentalidade dos juristas, dos juízes e legisladores”51.

Mas, há outro aspecto que não pode ser ignorado e que se prende com a actuação dos advogados. Também a este nível se poderia falar de um

deficit de formação de base, que terá de ser corrigido. Muitas vezes, os

articulados são confusos, extensos, prolixos e repetitivos, o que torna a selecção dos factos (mais) difícil e o apuramento da verdade material (mais) complexo.

IX

Terminemos com a relevância constitucional da obrigação de motivação.

Quando se fala em fundamentação somos colocados no âmago do exercício democrático da função de julgar.

E nesta matéria temos de ser muito exigentes. O juiz é, por imperativo constitucional, um juiz democrático, que exerce o seu poder “em nome do povo”52, e tem de justificar, por isso, todo o seu “iter decisório”.

Como se sabe, a obrigação de fundamentação das decisões dos tribunais só foi expressamente acolhida na Constituição em 198253. Hoje, o art.º 205.º, n.º 1, da CRP, determina que “as decisões dos tribunais que não sejam de mero expediente são fundamentadas na forma prevista na lei.”

O dever de fundamentação é, na formulação de J. J. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA,

“uma garantia integrante do próprio conceito de Estado de direito

democrático (cfr. art.º 2.º), ao menos quanto às decisões judiciais

51 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

Madrid-Barcelona, 1999, p. 228.

52 Art.º 202.º, n.º 1, da CRP, que diz, de forma lapidar, o seguinte:

“Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em nome do povo.”

(18)

que tenham por objecto a solução da causa em juízo, como instrumento de ponderação e legitimação da própria decisão judicial e de garantia do direito ao recurso. Nestes casos, particularmente, impõe-se a fundamentação ou motivação fáctica dos actos decisórios através da exposição precisa e completa dos motivos de facto, bem como das razões de direito que justificam a decisão.”5455

“O princípio da motivação das decisões judiciais constitui uma das garantias fundamentais do cidadão no Estado de Direito e no Estado Social de Direito contra o arbítrio do poder judiciário.”56

Por isso quando se fala de motivação falamos em exercício democrático da função judicial. O juiz terá assim de contribuir para a democratização do processo e de se esforçar para compreender mais e melhor a legitimidade popular da sua função. E o povo reclama justiça material.

Por isso, a justiça nunca poderá deixar de ser um parâmetro de aplicação do Direito.

MARINA GASCÓN ABELLÁN escreveu uma notável monografia sobre “Os Factos em Direito”, onde sustenta, e bem, que nas sociedades modernas a base para o uso do poder por parte do juiz reside na aceitabilidade das suas decisões e não na posição formal de poder que pode ter57, destacando a motivação como instrumento destinado a evitar

54 J. J. GOMES CANOTILHO e VITAL MOREIRA, Constituição da República Portuguesa, Anotada, 3.ª ed., Coimbra, 1993, pp. 788-789.

55 Como se disse no acórdão n.º 55/85 do Tribunal Constitucional (BMJ, 360, 195), a

fundamentação das decisões jurisdicionais cumpre duas funções:

a) Uma, de ordem endoprocessual, que visa essencialmente impor ao juiz um momento de verificação e controlo critico da lógica da decisão, permitindo às partes o recurso da decisão com perfeito conhecimento da situação e ainda colocar o tribunal de recurso em posição de exprimir, em termos mais seguros, um juízo concordante ou divergente com o decidido;

b) Outra, de ordem extraprocessual, já não dirigida essencialmente à partes e ao juiz “ad quem”, que procura, acima de tudo, tornar possível o controlo externo e geral sobre a fundamentação factual, lógica e jurídica da decisão – e que visa garantir, em última análise, a “transparência” do processo e da decisão.

56 A. PESSOA VAZ, Direito Processual Civil, 2.ª ed., cit., p. 225.

57 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

(19)

a arbitrariedade do poder58. A autora sustenta ainda que as preocupações dos juristas têm-se centrado nos problemas de interpretação das normas59, e que a cultura da motivação ainda encontra uma especial resistência no âmbito da prova60.

À guisa de conclusão fazemos nossas as palavras de MARINA GASCÓN ABELLÁN:

“o juízo de facto é tão problemático ou mais que o juízo de direito; nele a discricionariedade do juiz é maior que na interpretação das normas; é o momento de exercício do poder judicial em que o juiz é mais soberano e onde, por consequência, pode ser mais arbitrário”61.

Muito obrigado pela atenção que me dispensaram.

58 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

cit., p. 192.

59 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

cit., p. 195.

60 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

cit., p. 194.

61 MARINA GASCÓN ABELLÁN, Los Hechos en el Derecho. Bases argumentales de la prueba,

Referências

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