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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Estrutura e Composição da Macrofauna bêntica

Associada a Bancos de Anomalocardia

brasiliana Gmelin, 1791 (Veneridae – Bivalvia)

no litoral Sul Brasileiro

Luís Augusto Ramos Xavier

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

Estrutura e Composição da Macrofauna bêntica

Associada a Bancos de Anomalocardia

brasiliana Gmelin, 1791 (Veneridae – Bivalvia)

no litoral Sul Brasileiro

Luís Augusto Ramos Xavier

Dissertação apresentada à Universidade do Vale do Itajaí, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Orientador: Dr. Tito César Marques de Almeida.

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i A meus pais, Maria José Ramos Xavier e Osni Xavier

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ii “O que se leva da vida é a vida que se leva...” Túlio Lemos Andrade Filho aka Túlio Dek

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela sua magnífica criação evolutiva e pela oportunidade de estudar um pouco dessa obra.

Aos meus pais, Maria José e Osni, que mesmo em discórdia quase constante, sempre me oferecem o melhor que podem e sempre me educam para o bem. Por me instigarem diariamente a “saudável” teimosia e curiosidade por tudo. A eles, devo tudo o que sou.

A minha irmã Shenya, pela força com o inglês e minha tia Cacilda, que mesmo “longe”, sei que ambas sempre torcem por mim.

Aos meus queridos e incontáveis ex-alunos de ensino fundamental e médio, que tanto se esforçaram com suas peraltices para me convencer que eu podia e merecia mais do que eles tinham a me oferecer.

Aos meus amigos de sempre, Daniel e Alex (agora com sua esposa Maria Eduarda), que comigo trilham o caminho do bem, de vocês nunca esquecerei. E não menos importantes, aos amigos que apareceram ao longo da caminhada, a citar Vitor e companhia limitada, pelas boas risadas nas madrugadas de vídeo game.

Ao povo do CEFAC de Blumenau, Dona Regina, Dona Bete, Dona Neda, Nina, Eva, povo da Juventude e todos os outros que de um modo ou outro acreditaram e acreditam no meu sucesso.

Aos amigos da Internet, que sempre conectados aos fatos e acontecimentos me deram forças para que eu continuasse nas horas difíceis.

Aos amigos de Navegantes, pela diversão garantida nas horas de desanimo e em especial ao Acari (se eu chamar de senhor ele fica bravo), que além de tudo, nos últimos 2 anos me deu várias caronas providenciais no translado Casa/UNIVALI/Casa.

Ao Neto (Grava), que tanto já aprontamos juntos, sejam as coisas boas e ruins dessa vida, continuamos no caminho.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Tito César Marques de Almeida, que prontamente abriu as portas do laboratório, permitindo a realização deste trabalho, pela atenção e paciência, e pela maneira tão peculiar de suas elucidações.

A equipe de campo. Aos companheiros do laboratório de Ecologia de Comunidades Aquáticas, que são muitos mesmo. Ao Daniel, que tanto me ajudou no começo desse trabalho, quando eu nem sabia direito o que estava fazendo. Ao Matheus, pelas suas implicâncias

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iv diárias, compromisso garantido com o riso, fundamental na triagem das amostras de fauna e na identificação das famílias de Poliquetas e sempre cheio de boas idéias. Ao Bruno, pela sua paciência me ensinando a identificar espécie por espécie dos Poliquetas e pelos excelentes “papos de boteco”, com os assuntos mais diversos possíveis. A Juliana e Ana, pela identificação dos Crustáceos e Moluscos respectivamente. E todos os outros que passaram ou ainda estão no laboratório, acompanhando o desenrolar do trabalho.

Ao seu Gentil, que fazendo jus ao seu nome, me permitiu adentrar em seu espaço de trabalho e tornou divertidas os intermináveis 3 meses de peneiras e mais peneiras dentro do Laboratório de Sedimentologia, me ensinando e ajudando nas minhas análises granulométricas.

A FAPESC, pelo apoio financeiro para a realização desse mestrado.

A todos os outros que fazem parte de alguma forma na minha vida e/ou contribuíram para a realização desse trabalho.

A toda macrofauna bêntica, que tiveram sua vida ceifada para a realização deste estudo.

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v

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ... iii

SUMÁRIO ... v

LISTA DE FIGURAS ... v

LISTA DE TABELAS ... vii

RESUMO ... viii ABSTRACT ... ix INTRODUÇÃO ... 1 OBJETIVOS ... 5 Objetivo Geral ... 5 Objetivos Específicos ... 5 MATERIAIS E MÉTODOS ... 6 Área de Estudo ... 6 Amostragem ... 8 Procedimentos de laboratório ... 11

Análise dos Dados ... 11

RESULTADOS ... 13 Sedimentológicos ... 13 Biológicos ... 19 DISCUSSÃO ... 31 CONCLUSÕES ... 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 36 ANEXOS ... 47

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa base dos baixios amostrados. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004. ... 7 Figura 2 – Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Cubatão. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004. ... 8 Figura 3 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Massiambu. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004. ... 9 Figura 4 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Tapera. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004. ... 9 Figura 5 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Taperinha. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004. ... 10 Figura 6 – Percentuais das classes sedimentares (Cascalho em preto, Areia em Cinza e Finos (Silte + Argila em branco) dos pontos amostrais nos 4 baixios estudados. ... 13 Figura 7 – Distribuição espacial do percentual de areia ao longo do baixio do Cubatão. ... 14 Figura 8 - Distribuição espacial do percentual de finos (Silte + Argila) ao longo do baixio do Cubatão. ... 14 Figura 9 – Distribuição espacial do tamanho médio do grão segundo Folk & Ward (1957) no baixio do Cubatão. ... 17 Figura 10 - Percentuais de carbonato de cálcio (em cinza) e matéria orgânica (em preto) dos pontos amostrais nos 4 baixios estudados. ... 18 Figura 11 - Correlação linear dos percentuais de sedimentos finos com os percentuais de matéria orgânica de todos os pontos amostrados. ... 18 Figura 12 – Curvas de dominância baseadas nos dados de abundância das espécies capturadas em cada um dos baixios amostrados. ... 21 Figura 13 - Distribuição espacial da densidade de Goniadides cf carolinae (Ind./0,018m²) no baixio do Cubatão. ... 22 Figura 14 – Curvas de rarefação para os 4 baixios amostrados. ... 22 Figura 15 – Gráfico de escalonamento multidimensional (MDS), aplicado as densidades totais da macrofauna. Símbolos representam os locais, conforme a legenda. ... 23 Figura 16 - Distribuição espacial da densidade de Armandia hossfeldi (Ind./0,018m²) no baixio de Massiambu. ... 25 Figura 17 - Distribuição espacial da densidade de Laeonereis acuta (Ind./0,018m²) no 4

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7 Figura 18 - Distribuição espacial da densidade de Capitella capitata (Ind./0,018m²) no 4 baixios estudados. ... 26 Figura 19 - Distribuição espacial da densidade de Anomalocardia brasiliana (Ind./0,018m²) no 4 baixios estudados. ... 27 Figura 20 - Correlação linear entre a densidade de berbigão (A.brasiliana) (Ind./ 0,018m²) com a sua respectiva biomassa (g./ 0,018m²) de todos os pontos amostrados. ... 29 Figura 21 - Correlação linear entre a biomassa de berbigão (A.brasiliana) (Ind./ 0,018m²) com a densidade de Capitella capitata (Ind./ 0,018m²) de todos os pontos amostrados. ... 30

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viii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio do Massiambu. ... 15 Tabela 2 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio da Tapera. ... 16 Tabela 3 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio da Taperinha. ... 16 Tabela 4 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio do Cubatão. ... 17 Tabela 5 – Lista taxonômica com a abundância total (abun) de cada espécie coletada para cada baixio amostrado: Cubatão (Cub), Massiambu (Mass), Tapera (Tap) e Taperinha (Tapi), bem como a abundância absoluta de cada espécie coletada. ... 20 Tabela 6 – Resultados da análise de similaridade (ANOSIM one-way) aplicada a fauna, considerando os bancos como fator. *indica os valores significantes, apontando que existe diferenças entre os respectivos grupos. ... 24 Tabela 7 – Sumário dos resultados obtidos através do percentual de contribuição nas similaridades (SIMPER) das contribuições faunísticas em cada baixio amostrado. ... 24 Tabela 8 – Sumário dos pontos com a presença de A. brasiliana e suas respectivas densidades e biomassas. ... 28

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RESUMO

Este estudo investigou a estrutura e a composição da macrofauna bêntica associada a bancos de Anomalocardia brasiliana explotados comercialmente localizados no litoral de Santa Catarina, costa sul brasileira. Foram realizadas coletas em 4 baixios (Cubatão, Massiambu, Tapera e Taperinha), totalizando 80 estações. As amostras foram obtidas com o auxílio de um cilindro de PVC com 15 cm de diâmetro, enterradas a 15 cm no sedimento para análise de fauna. As amostras para fauna foram lavadas em peneiras com 0,5 mm de abertura de malha. O material retido nas peneiras foi fixado em solução de formol a 4% e, após a triagem, a fauna foi transferida para solução de álcool a 70%. Amostras adicionais foram coletadas em todas as estações para a caracterização granulométrica. Os quatro baixios apresentaram sedimentos arenosos com contribuição de cascalho e finos (silte e argila). Foram coletados 2209 indivíduos, distribuídos em 50 espécies, sendo Polychaeta, Crustacea e Bivalvia as classes dominantes. Numericamente Laeonereis acuta e Capitella capitata foram os Polychaeta mais abundantes. Massiambu apresentou à menor abundância numérica e Tapera apresentou a maior abundância numérica. Tapera apresentou menor riqueza de espécies entre os baixios. Cubatão apresentou a menor equitabilidade dentre os baixios, tendo uma única espécie dominando numericamente. Massiambu teve a maior equitabilidade, sem nenhuma espécie dominando numericamente. A curva de Tapera apresentou maior tendência à assíntota. As espécies Laeonereis acuta e Anomalocardia brasiliana foram encontradas em maiores concentrações junto as desembocadura dos rios que deságuam nos baixios. A riqueza de espécies foi menor nos pontos com altas concentrações de Matéria Orgânica. A espécie

Capitella capitata apresentou altas densidades junto aos altos valores de biomassa de A. brasiliana.

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x

ABSTRACT

This study investigated the structure and composition of benthic macrofauna associated with

Anomalocardia brasiliana beds exploited commercially located in the Santa Catarina coast,

southern coast of Brazil. Samplings conducted on four tidal flats, (Cubatão, Massiambu, Tapera and Taperinha) totalizing 80 stations. The macrofauna samples were taken with the assistance of a 15 centimeter diameter core cylinder buried 15 centimeters in the sediment. The fauna samples were washed in 0.5 mm mesh size sieves and fixed with 4% formalin. Sorting organisms were transferred to a 70% alcohol solution. Additional samples were collected in all stations for a sedimentological characterization. The four tidal flats had sandy sediments with a contribution of gravel and fines (silt and clay). A total of the 2209 specimen were collected, distributed in 50 species, being Polychaeta, Crustacea and Bivalvia the dominant classes. Numerically, Laeonereis acuta and Capitella capitata were the most abundant Polychaeta. Massiambu had the lowest numerical abundance and Tapera had the hightest numerical abundance. Tapera had the lower species richness between the tidal flats. Cubatao has the lowest equitability among the shoals, with one species dominating numerically. Massiambu has the most equitable, with no species dominating numerically. The curve Tapera showed greater tendency to asymptote. Species Laeonereis acuta and

Anomalocardia brasiliana were found in higher concentrations near the mouth of the rivers

that feed in the shallows. Species richness was lower in points with high concentrations of organic matter. The species C. capitata showed high densities along the high values of biomass of A. brasiliana.

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1

INTRODUÇÃO

Baixios são elevações do fundo marinho, lagunar ou estuarino, que estão em constante alteração morfológica devido aos processos hidrodinâmicos (Krug & Noernberg, 2007). Estes processos hidrodinâmicos geram efeitos sobre a geomorfologia que propiciam a formação de distintos ambientes sedimentares em várias escalas espaciais (Hewitt et al., 2004).

São ambientes que podem ser não-vegetados ou colonizados por algas ou macrófitas, tanto em regiões temperadas quanto tropicais (Lana et al., 1997). Podem estar submersos ou semi-submersos em função da variação da maré, sendo locais de baixas profundidades, formados por material inconsolidado, geralmente arenosos (Suguio, 1992).

Apesar dos fundos areno-lodosos serem considerados ambientes de baixa complexidade estrutural quando comparados com recifes de coral e pradarias marinhas, pode-se distinguir vários níveis de organização e complexidade nestes pode-sedimentos não consolidados (Thrush et al., 2001). Reconhecidos como ambientes altamente produtivos (Hasanudin et al., 2004), em geral comportam uma rica comunidade macrobêntica (Reise, 1985 apud Boehs et

al.,2003).

A distribuição, ocorrência e abundância do macrobentos depende muito das características ambientais predominantes, principalmente as características do substrato, disponibilidade de alimento e estabilidade do ambiente (Sanders, 1958; Gray, 1974). Em função de seus nichos ecológicos, podem ocupar diferentes estratos do sedimento, sendo que maioria se concentra na superfície, dependendo da interface água-sedimento para alimentação e respiração. Essas camadas superficiais são naturalmente móveis devido à ação de correntes e ondas, sendo a macrofauna normalmente adaptada a esses processos, tal como a erosão e a deposição (Miller et al., 2002).

Existe uma relação íntima entre as associações macrobênticas e o sedimento, com a dinâmica de um influenciando diretamente a estrutura do outro (Turner et al., 1995; Thrush et

al., 1996; Zajac et al., 2003; Defeo & McLachlan, 2005). Essa influência ocorre não só no

nível específico, mas também quanto à dominância em termos de grandes grupos taxonômicos (Gray, 2002). Ocorre também em função de grupos funcionais, principalmente quanto a locomoção e ao hábito alimentar (Gray, 1974; Turner et al., 1995, Thrush et al., 2001; Lana, 2002; Muniz et al., 2005).

As comunidades macrobênticas desempenham um papel importante na transferência de energia e nutrientes dentro e entre habitats bênticos (Taley et al., 2000). Em regiões

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2 estuarinas, onde se formam muitos baixios, constituem a mais importante ligação entre os produtores primários, como o fitoplâncton e a vegetação costeira, com os consumidores secundários e terciários, como peixes e crustáceos (Bemvenuti et al., 1978). São elos da cadeia alimentar marinha, provendo alimento para uma grande variedade de espécies, fazendo parte da dieta de muitos vertebrados e invertebrados (Amaral, 1979; Almeida et al., 2004; Absalão et al., 2006; Paiva, 2006; Rohr & Almeida, 2006; Rosa & Bemvenuti, 2006).

Participam de diversos processos ecológicos, como a aeração do sedimento, decomposição de matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e produção de biomassa (Pereira & Soares-Gomes, 2002; Thrush & Dayton, 2002). Têm o papel de converter a matéria orgânica em biomassa animal, que servirá de alimento para peixes demersais (Amaral & Migotto, 1980; Kawakami & Amaral, 1983; Soares et al., 1993; Amaral et al., 1994) e desempenham importante papel na ciclagem de nutrientes por meio do biorrevolvimento do sedimento, o que acelera os processos de remineralização de nutrientes (Esteves, 1998).

Os padrões de abundância das espécies encontradas refletem os efeitos de possíveis poluentes integrados no ambiente ao longo do tempo (Gray et al., 1988; Chang et al., 1992). Por habitarem um ambiente dinâmico na interface água-sedimento dos baixios, as associações macrobênticas são altamente susceptíveis a perturbações (Gamito, 1989; Morrisey et al., 1992; Hall, 1994; Armonies, 2000).

Podem ser encontrados mesmo em ambientes poluídos ou extremamente alterados, e são relevantes indicadores da diversidade e importância ecológica (Boyd, 2003; Carvalho et

al., 2001; Maia et al., 2001; Newell et al., 2004). Assim, a investigação da estrutura e

composição da comunidade macrobêntica vem sendo empregada como destacada técnica de monitoramento ambiental (Cardoso, 2006).

Os invertebrados dominantes nos fundos inconsolidados marinhos são comumente os moluscos, os crustáceos e os anelídeos poliquetas (Nybakken & Bertness, 2004). Destes, os poliquetas são frequentemente os mais abundantes, correspondendo a mais de 2/3 de toda a comunidade (Rouse & Pleijel, 2006).

Os baixios constituem um abrigo para muitas espécies de importância econômica direta para o homem, como é o caso de crustáceos e moluscos capturados para comercialização ou subsistência (Ramos, 2002). A explotação artesanal de algumas dessas espécies é de grande importância sócio-econômica para os países da América Latina, constituindo uma expressiva fonte de renda e subsistência para as comunidades tradicionais da zona pesqueira (Castilla & Defeo, 2001).

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3 papa-fumo ou vongole - é um molusco bivalve amplamente distribuído ao longo da costa brasileira, principalmente em baixios formados dentro de enseadas, baías e estuários (Rios, 1994). Habitam áreas protegidas da ação de ondas e correntes, tanto na faixa entremarés como no infralitoral raso, onde se enterra superficialmente no substrato lodoso ou areno-lodoso (Boehs & Magalhães, 2004; Rios, 2009). Tem importância sócio-econômica, sendo comercializada em diferentes escalas ao longo da costa brasileira e freqüentemente utilizada na alimentação de comunidades pesqueiras (Boehs et al., 2007).

Em latitudes transicionais entre o clima tropical e subtropical (litoral do Paraná e de Santa Catarina) verifica-se a coexistência de ambientes de marismas e manguezais (Boehs et

al., 2003), como é o caso dos baixios da Baía de Florianópolis. Nestas áreas, A. brasiliana

forma extensos bancos e é expressivamente explotado e comercializado (Boehs & Magalhães, 2004).

Para a captura da espécie, os pescadores utilizam uma ferramenta denominada gancho, que ao ser arrastado revira todo o sedimento e retém o berbigão, facilitando a sua coleta. O uso desta ferramenta modifica a estrutura do sedimento (Souza, 2007), o que pode afetar toda a comunidade bêntica ali associada (Thrush et al., 2001).

Embora em menor escala, os efeitos gerados pelo uso do gancho podem ser comparados com os efeitos gerados pela pesca de arrasto, tais como: alterações nas conformidades físicas naturais do ambiente, ressuspensão de sedimentos, mudanças na biogeoquímica, mudanças na comunidade bêntica (Lokkeborg, 2005, Thrush et al., 1998, Kenchington et al., 2001). As alterações físicas incluem a raspagem, a formação de fendas, sulcos e a remoção de feições naturais, como por estruturas carbonáticas e destruição de vegetação aquática (Jones, 1992; Lokkeborg, 2005).

Os efeitos da ressuspensão podem incluir redução da luz disponível para organismos fotossintéticos, soterramento da biota bêntica, sufocamento de áreas de procriação, e efeitos negativos na alimentação e taxas metabólicas em organismos (Jones, 1992). Estes efeitos mudam e, em muitos casos, comprometem a qualidade do ambiente podendo acarretar, ao longo do tempo, mudanças drásticas em todo o ecossistema (Thrush & Dayton, 2002, Pranovi

et al., 1998).

Embora muito tenha sido estudado acerca da distribuição de comunidades bênticas em planícies de maré, a maioria dos estudos se restringiu as áreas temperadas (Boehs et al., 2003). No Sul do Brasil, estudos referentes a comunidades macrobênticas em planícies de maré foram realizados por Lana (1986), Lana & Guiss (1992), Lana et al. (1997) e Boehs & Magalhães (2004). A associação de A. brasiliana com simbiontes foi estudada por Boehs et

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al., (2007). Souza (2007) estudou a dinâmica populacional deste bivalve e Pezzuto et al.(2010) avaliou a eficiência do gancho na captura comercial deste molusco.

Ainda assim, são escassas as informações sobre a biodiversidade e a ecologia das comunidades macrobênticas associadas aos bancos de berbigão, tais como a estrutura e a composição da comunidade.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Determinar e descrever a estrutura e a composição da macrofauna bêntica associada a bancos do molusco bivalve Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791), relacionada a variações bióticas e abióticas.

Objetivos Específicos

• Determinar a abundância e diversidade das associações da macrofauna nos baixios;

• Determinar composição das associações das espécies e sua distribuição espacial dentro dos baixios;

• Relacionar a estrutura e a composição das associações com as variáveis sedimentológicas; • Relacionar as associações faunísticas com a densidade de A. brasiliana;

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MATERIAIS E MÉTODOS

Área de Estudo

A área de estudo está localizada na porção sul da Baía de Florianópolis, entre as latitudes 27º 22’ e 27º 50’ S e entre as longitudes 48º 25’ e 48º 35’ W. Esta Baía separa a ilha do continente, é subdividida por um estreitamento na porção central da ilha em duas baías menores, a Baía Norte e a Baía Sul.

A Baía Sul possui uma área total de 125 km2 e um canal de ligação com o oceano de 830 m de largura(Silva, 2002). Os fluxos gerados pelas marés se encontram no meio da Baía Sul, próximo a foz do rio Cubatão do Sul, formando uma área de circulação quase inexistente, propiciando um acúmulo maior de sedimentos trazidos pelos rios nesta área (Hubber, 2004).

O clima da região é classificado como mesotérmico úmido com verão quente, conforme a classificação de Köppen, por causa da ação persistente da massa tropical atlântica sob os efeitos de convecção a ela imposta, pelas serras litorâneas e a borda dos planaltos. De junho a agosto há o período mais frio e de dezembro a março o período mais quente (Macedo, 2003).

A região está situada na zona intermediária subtropical, com temperaturas médias do mês mais frio entre as isotermas 18ºC a –3ºC e do mês mais quente superior a 22ºC, e úmido o ano todo. De um modo geral, a temperatura está estreitamente condicionada à maritimidade, à latitude e principalmente ao relevo (Macedo, 2003).

O regime de marés na região é de micromarés (menor que 2 m de amplitude), submetidas a um regime de maré semidiurno, levando cerca 12 horas e meia para completar o ciclo de enchente.

Para realizar este estudo foram escolhidos 4 baixios, sendo 2 situados junto ao continente (Cubatão e Massiambu) e 2 junto a ilha de Florianópolis (Tapera e Taperinha) (Figura 1). Os 4 baixios tem rios e riachos que deságuam junto a eles, sendo maior o aporte fluvial nos baixios continentais.

Os 2 baixios do lado continental da Baía Sul localizam-se no município de Palhoça. O município tem 75% do seu território em área de preservação permanente (Parque Estadual da Serra do Tabuleiro). Apesar disso, subsiste a problemática ambiental urbana, com ocupações urbano-rurais sem nenhum tipo de infra-estrutura. Ocorrem formações de mangues junto às desembocaduras dos rios (Manguezal do Aririú-Cubatão e Manguezal da baixada do

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7 Massiambu). A região foi incorporada ao Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, criado em 1975 pelo decreto no 1260 e, anos mais tarde, teve sua orla litorânea desanexada do Parque e liberada para construção civil. Este fato vem provocando sérias mudanças, principalmente através do aterro dos alagados, depósitos de lixo e invasão de dunas para o estabelecimento dos loteamentos, pondo em risco o desaparecimento total dos alagados e da fauna e flora da região (Silveira & Cannella, 1993).

Os 2 baixios da parte insular da Baía (Tapera e Taperinha) estão localizados no município de Florianópolis e integram a área do Distrito do Ribeirão da ilha. Assim como os baixios da área continental, ocorre a formação de Manguezais junto a desembocadura dos riachos que desaguam na região, e sofrem também com as questões inerentes a urbanização (Machado, 2002).

Figura 1 – Mapa base dos baixios amostrados. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004.

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Amostragem

As coletas foram realizadas em Abril de 2008, distribuídas da seguinte forma nos 4 baixios: 16 pontos em Cubatão (Figura 2), 31 na Passagem do Massiambu (Figura 3), 19 em Tapera (Figura 4) e 14 em Taperinha (Figura 5), totalizando 80 pontos amostrados. O posicionamento dos pontos foi efetuado com auxílio de um GPS Garmin Etrex. Os pontos foram sorteados dentro de um “grid” pré-estabelecido com distância de 90 metros entre os pontos de Cubatão, Tapera e Taperinha e de 120 metros no baixio do Massiambu. Em cada ponto amostral foram retiradas 2 amostras, sendo uma para análise granulométrica e uma para separação da macrofauna.

Figura 2 – Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Cubatão. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004.

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Figura 3 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Massiambu. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004.

Figura 4 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Tapera. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004.

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Figura 5 - Representação esquemática dos pontos amostrais no baixio do Taperinha. Fonte: Mapoteca Topográfica Digital de Santa Catarina. EPAGRI/IBGE, 2004.

Com um cilindro de PVC de 5 cm de diâmetro e 10 cm de profundidade, foram obtidas amostras de sedimento para análises granulométricas, concentrações de carbonato e de matéria orgânica. Essas amostras foram mantidas congeladas até o momento da análise para preservar as propriedades químicas. O sedimento para análise da fauna foi coletado com um cilindro de PVC de 15 cm de diâmetro (0, 018 m2), enterrados a uma profundidade de 15 cm aproximadamente, sendo 1 amostra para cada ponto. Ainda no campo, essas amostras foram acondicionadas em sacos individuais de tela com malha de 0,5 mm, devidamente etiquetadas, permitindo a lavagem da amostra e pré-selecionando a macrofauna, que ficou retida na tela. No laboratório, o material final foi fixado em formol 4%.

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Procedimentos de laboratório

As amostras destinadas a sedimentologia foram processadas por peneiramento para os grosseiros (intervalos de peneiras de ½ phi), sendo a matéria orgânica extraída por meio de forno mufla a 800 0C por 8 horas e o carbonato de cálcio através da obtenção da diferença em peso seco por queima com ácido clorídrico 10%, de acordo com os procedimentos adotados na metodologia descrita por Suguio (1973).

Em laboratório o material biológico retido nos sacos de tela de 0,5 mm destinado a análise da macrofauna foi triado com auxílio de microscópio estereoscópico e a fauna foi transferida para solução de álcool 70%. Posteriormente os espécimes foram identificados no menor nível taxonômico possível e contabilizados.

Os poliquetas foram classificados em famílias segundo Amaral & Nonato (1996), e em seguida foram classificados ao menor nível taxonômico possível por meio de chaves de gênero e espécie de diversos autores (Amaral et al., 2005; Bolívar, 1986; Bolívar, 1990; Day, 1967; Lana, 1984; Rouse & Pleijel, 2001, Salazar-Vallejo, 1990, Steiner, 2000). Os Moluscos (Bivalvia e Gastropoda) foram classificados com base em Rios (1994) e Rios (2009). Os Crustacea, a partir de Barnard & Karaman (1991), Bento & Buckup (1999), Bousfield (1973), Ruffo (1998), Thurston (1982) e Thomas & Barnard (1983). Os demais organismos foram classificados em grandes grupos.

Os espécimes identificados e quantificados foram devidamente etiquetados e armazenados em locais adequados. A partir da identificação e contagem dos animais, foi elaborada uma planilha de abundância dos táxons identificados.

As conchas de todos os indivíduos de A. brasiliana foram abertas e deixadas escorrer por no mínimo 10 minutos, para eliminar a água presa dentro das valvas do organismo. Foi efetuada a pesagem em balança de precisão de 0,001g., obtendo-se assim o peso úmido total de cada indivíduo.

Análise dos Dados

O tratamento dos dados e o cálculo dos parâmetros estatísticos das amostras sedimentológicas foram efetuados pelo sistema integrado para análises granulométricas (SIGA), desenvolvido pelo Laboratório de Oceanografia Geológica e Laboratório de Pesquisa da Computação da Universidade do Vale do Itajaí (Santiago et al., 2005).

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12 Para descrever a variação sedimentológica entre e dentro dos baixios foi considerando como variáveis os percentuais de cascalho, areia, sedimentos finos (silte e argila), carbonato de cálcio e matéria orgânica, além dos parâmetros estatísticos de Folk & Ward (1957) tamanho médio de grão e grau de selecionamento.

Para avaliar a macrofauna foram considerados apenas os indivíduos identificados em nível taxonômico de espécie que representaram 98% do total coletado. A estrutura da comunidade foi analisada a partir dos descritores numéricos de: densidade total (N – ind./0,018m²), riqueza de espécies (S – número de espécies/0,018m²). Para tal, a diversidade entre os baixios foi comparada por meio curvas de dominância e rarefação (Clarke & Warwick, 2001, Pielou, 1969).

A composição faunística foi analisada por meio do escalonamento não paramétrico multidimencional (MDS) aplicado sobre a matriz de similaridade calculada através do coeficiente de Bray-Curtis. A significância das associações foi testada através da análise das similaridades ANOSIM one-way considerando como fatores os baixios (Cubatão, Massiambu, Tapera e Taperinha). Para identificar quais os taxas que mais contribuíram para a similaridade das associações apontadas pela ANOSIM, foi aplicada a rotina SIMPER do aplicativo PRIMER 6 (Clarke & Warwick, 2001).

Para tornar visível a distribuição espacial das variáveis e as relações entre elas, foi aplicada uma análise geoestatística, a Krigagem, que utiliza o dado tabular e sua posição geográfica para calcular interpolações, preservando os valores intermediários, tendo como resultado final uma superfície contínua de dados mais suavizados, sendo possível ter-se uma idéia da segregação espacial das variáveis, bem como o alcance da segregação no espaço, em unidades métricas conhecidas. Esse método considera que as amostras mais próximas entre si são mais parecidas do que amostras mais afastadas e utilizando funções matemáticas cria novos pontos interpolados com base nas combinações lineares de dados (Jakob, 2002).

Análises de correlação linear foram aplicadas a fim de encontrar possíveis relações entre as variáveis sedimentológicas e faunísticas.

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RESULTADOS

Sedimentológicos

A definição das classes sedimentares (Figura 6) apontaram o domínio de areia ao longo dos 4 baixios estudados. A ocorrência de cascalho e sedimentos finos (silte e argila) também foi detectada, mas em baixas concentrações.

Figura 6 – Percentuais das classes sedimentares (Cascalho em preto, Areia em Cinza e Finos (Silte + Argila em branco) dos pontos amostrais nos 4 baixios estudados.

As maiores variações das frações granulométricas (cascalho, areia e finos) ocorreram no baixio do Cubatão, demonstrando uma alta heterogeneidade do baixio. A variação espacial do percentual de areia no baixio é apresentada na Figura 7, mostrando a baixa contribuição de areia nas proximidades dos pontos C#19, C#24 e C#29, os mesmos pontos que apresentaram as maiores frações de sedimentos finos, conforme mostra a Figura 8. Massiambu, Tapera e Taperinha apresentaram uma maior homogeneidade na distribuição espacial dessas frações.

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Figura 7 – Distribuição espacial do percentual de areia ao longo do baixio do Cubatão.

Figura 8 - Distribuição espacial do percentual de finos (Silte + Argila) ao longo do baixio do Cubatão.

Histogramas das Freqüências granulométricas em escala phi que permitiram definir os parâmetros estatísticos estão sumarizados no Anexo I.

Considerando o tamanho médio de grão e o grau de selecionamento do sedimento, houve uma dominância de areia fina variando entre moderadamente selecionada e bem

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15 selecionada em Massiambu (Tabela 1) e Tapera (Tabela 2) e uma variação entre areia fina e média pobremente selecionada em Taperinha (Tabela3). Cubatão apresentou dominância de areia grossa pobremente selecionada (Tabela 4), com uma grande variação espacial, desde areia muito grossa até silte, conforme apresentado na Figura 9.

Tabela 1 – Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio do Massiambu.

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Tabela 2 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio da Tapera.

Tabela 3 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio da Taperinha.

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Tabela 4 - Tamanho médio do Grão e Grau de selecionamento (em escala phi), com suas respectivas classificações (segundo Folk & Ward, 1957) para cada ponto amostral do baixio do Cubatão.

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18 Os percentuais de carbonato de cálcio chegaram a cerca de 20% em algumas amostras e matéria orgânica chegaram a cerca de 10% (Figura 10). Os maiores índices dessas 2 variáveis ocorreram em Cubatão (Figura 10). Existe uma forte correlação positiva (R=0,95) entre os percentuais de sedimentos finos e de matéria orgânica (Figura 11).

Figura 10 - Percentuais de carbonato de cálcio (em cinza) e matéria orgânica (em preto) dos pontos amostrais nos 4 baixios estudados.

Figura 11 - Correlação linear dos percentuais de sedimentos finos com os percentuais de matéria orgânica de todos os pontos amostrados.

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Biológicos

Foram coletados 2209 indivíduos dos quais 2147 foram identificados e/ou morfotipados em 50 espécies, sendo Polychaeta (30 spp.), Crustacea (11 spp.) e Mollusca (8 spp.) os grupos dominantes (Tabela 5). Numericamente, os Polychaeta Laeonereis acuta (Treadwell, 1923) e Capitella capitata (Fabricius, 1870), o Mollusca Anomalocardia

brasiliana (Gmelin, 1791) e o polychaeta Goniadides cf carolinae Day, 1973 foram, nessa

ordem, as espécies mais representativas, integrando 64% de toda a fauna coletada.

As curvas de dominância de espécies para os baixios (Figura 12) mostraram pelo alto grau de inclinação da curva de Cubatão a baixa equitabilidade do local, apontando que a distribuição da abundância das espécies coletadas é desigual dentro do baixio e a ocorrência da alta dominância de uma única espécie no baixio. A espécie que aparece dominando numericamente este baixio é o Polychaeta Goniadides cf carolinae. Esta espécie não foi coletada em nenhum dos outros 3 baixios deste estudo e teve uma altíssima densidade em um único ponto amostral de Cubatão, conforme pode ser visualizado na Figura 13.

O baixo grau de inclinação na curva de dominância de Massiambu indica a maior equitabilidade na área, sendo a distribuição da abundância das espécies relativamente homogênea dentro do baixio, sem a presença de uma espécie altamente dominante. As 2 espécies mais abundantes destes baixio são os polychaetas Laeonereis acuta e Armandia

hossfeldi. Fazendo a média entre o total de pontos amostrados e a abundância total de

indivíduos deste baixio, pode-se afirmar que Massiambu apresenta a menor abundância média em relação aos outros baixios.

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20

Tabela 5 – Lista taxonômica com a abundância total (abun) de cada espécie coletada para cada baixio amostrado: Cubatão (Cub), Massiambu (Mass), Tapera (Tap) e Taperinha (Tapi), bem como a abundância absoluta de cada espécie coletada.

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21 A altura da curva de Tapera indica a alta abundância neste local, porém a menor inclinação desta curva em relação à curva de Cubatão indica menor dominância de Tapera, que possui outras espécies contribuindo para essa abundância, do que Cubatão. Capitella

capitata (polychaeta), Anomalocardia brasiliana e Laeonereis acuta são as 3 espécies

dominantes em Tapera. Este baixio apresentou a maior abundância total de indivíduos e a maior abundância média.

Laeonereis acuta a espécie que aparece no alto da curva de dominância de Taperinha,

sendo a única espécie que se destaca em abundância dentro deste baixio. Dentre os 4 baixios, em Taperinha foi registrada a maior abundância desta espécie.

Figura 12 – Curvas de dominância baseadas nos dados de abundância das espécies capturadas em cada um dos baixios amostrados.

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Figura 13 - Distribuição espacial da densidade de Goniadides cf carolinae (Ind./0,018m²) no baixio do Cubatão.

A curva de rarefação (Figura 14) indicou através da menor inclinação da curva que Tapera apresentou a menor riqueza de espécies quando comparada as demais áreas. A curva de Tapera apresentou maior tendência à assíntota do que as outras 3 áreas, sugerindo que a maior parte das espécies foram coletadas neste baixio.

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23 O escalonamento não paramétrico multidimensional (MDS) considerando os baixios como fator agrupou a maior parte dos pontos de Massiambu na parte superior do diagrama, a maior parte dos pontos de Tapera na parte inferior e agrupou a maior parte dos pontos de Cubatão e Taperinha no centro do diagrama (Figura 15), mostrando alguma similaridade entre os 2 baixios, o que foi confirmado pela análise das similaridades (ANOSIM) (Tabela 6).

Figura 15 – Gráfico de escalonamento multidimensional (MDS), aplicado as densidades totais da macrofauna. Símbolos representam os locais, conforme a legenda.

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24

Tabela 6 – Resultados da análise de similaridade (ANOSIM one-way) aplicada a fauna, considerando os bancos como fator. *indica os valores significantes, apontando que existe diferenças entre os respectivos grupos.

A análise das contribuições para a similaridade (SIMPER) apontou, de um modo geral, uma baixa similaridade média dentro de todos os baixios, sendo, no entanto um pouco maior em Tapera (Tabela 7).

Tabela 7 – Sumário dos resultados obtidos através do percentual de contribuição nas similaridades (SIMPER) das contribuições faunísticas em cada baixio amostrado.

O Polychaeta Armandia hossfeldi Hartmann-Schroder, 1957 foi a espécie que mais contribuiu para a similaridade em Massiambu (Figura 16). Está espécie não foi coletada nos baixios de Cubatão e Taperinha, sendo presente em apenas 4 pontos no baixio da Tapera, com

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25 baixa abundância.

Figura 16 - Distribuição espacial da densidade de Armandia hossfeldi (Ind./0,018m²) no baixio de Massiambu.

A espécie Laeonereis acuta aparece contribuindo na similaridade das amostras de Massiambu, Tapera e Taperinha. Assim como ocorreu com A. brasiliana, as altas concentrações desta espécie ocorreram junto às desembocaduras dos rios que deságuam nos baixios (Figura 17).

Os baixios de Cubatão e Massiambu tiveram ainda Acmira sp. contribuindo para a similaridade em suas amostras e Capitella capitata apareceu nas listas de similaridade dos 4 baixios, sendo este percentual mais alto em Tapera (Figura 18).

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Figura 17 - Distribuição espacial da densidade de Laeonereis acuta (Ind./0,018m²) no 4 baixios estudados.

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27 O bivalve Anomalocardia brasiliana apareceu como a espécie que mais contribuiu para a similaridade em Cubatão, Tapera e Taperinha. As altas densidades da espécie se concentraram espacialmente nas proximidades das desembocaduras dos rios que deságuam em todos os baixios (Figura 19), sendo essa densidade um pouco maior no baixio da Tapera.

Figura 19 - Distribuição espacial da densidade de Anomalocardia brasiliana (Ind./0,018m²) no 4 baixios estudados.

Na Tabela 8 estão sumarizados os pontos com a presença de A. brasiliana com as suas respectivas densidades (indivíduos/ 0,018m²), bem como os valores de biomassa úmida da espécie para cada ponto. A forte correlação positiva entre a densidade e a biomassa da espécie (R=0,88) indicou que altas densidades encontradas da espécie não interferiram no seu crescimento, evidenciando que o ambiente não força a competição intra-específica da espécie (Figura 20).

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Figura 20 - Correlação linear entre a densidade de berbigão (A.brasiliana) (Ind./ 0,018m²) com a sua respectiva biomassa (g./ 0,018m²) de todos os pontos amostrados.

Considerando a densidade de A. brasiliana, não se estabeleceu nenhuma correlação significativa com as variáveis sedimentológicas que pudesse explicar a sua distribuição. A densidade do berbigão também apresentou uma fraca correlação positiva tanto com a riqueza das outras espécies e com a densidade delas (R< 0,30). O resultado não diferiu se for levada em consideração a biomassa de A. brasiliana como variável.

As maiores biomassas de A. brasiliana se apresentaram associadas às maiores densidades de C. capitata. A análise de correlação demonstrou que ocorre uma correlação moderada positiva entre as estas 2 variáveis (Figura 21), com o aumento de uma estando relacionado com aumento da outra.

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Figura 21 - Correlação linear entre a biomassa de berbigão (A.brasiliana) (Ind./ 0,018m²) com a densidade de

Capitella capitata (Ind./ 0,018m²) de todos os pontos amostrados.

A densidade de berbigão apresentou uma fraca correlação negativa com a densidade de

Armandia hossfeldi (R<0,30). Ainda assim, pontos com a alta densidade uma espécie

coincidem com a baixa densidade ou até ausência da outra.

Correlações entre a densidade e a biomassa do berbigão com outras espécies não apresentaram resultados significativos.

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31

DISCUSSÃO

Os baixios descritos neste estudo puderam ser divididos em 2 grupos de acordo com as suas características sedimentológicas. O primeiro, formando pelos baixios de Cubatão e Taperinha, apresentou maior heterogeneidade, com frações de cascalho e sedimentos finos contribuindo nas amostras e maiores percentuais de carbonato de cálcio e matéria orgânica, ocasionando um sedimento mal selecionado e com maior complexidade estrutural. O segundo grupo, formado pelos baixios de Massiambu e Tapera, foi mais homogêneo, com os maiores percentuais de areia nas amostras, formado por sedimento bem selecionado e um baixo grau de complexidade estrutural.

A dominância de areia grossa em Cubatão pode estar relacionada com o aporte de sedimento do rio Cubatão do Sul durante eventos de maior vazão (Silva, 2002). O sedimento pobremente selecionado indica haver uma grande contribuição de sedimentos mais finos depositados junto aos grosseiros (Boehs et al., 2003). O aparecimento desses sedimentos mais finos (areia fina e silte) está relacionado ao encontro das correntes de maré da baía norte e da baía sul nas proximidades da foz do rio Cubatão do Sul (Huber, 2004), gerando uma área de baixo hidrodinamismo, facilitando assim a deposição destes sedimentos mais finos.

As maiores concentrações de matéria orgânica foram registradas também no baixio do Cubatão, estando relacionados aos altos percentuais dos sedimentos mais finos no sedimento. Em termos de distribuição espacial, a região do baixio com os maiores índices para estas variáveis ocorreu em frente ao Mangue do Cubatão, sugerindo a contribuição deste ecossistema sobre estas variáveis (Lee, 1995).

O aparecimento de areia média pobremente selecionada em Taperinha indica também a contribuição de sedimento mais fino (Boehs et al. 2003). Neste caso pode estar relacionado ao baixo hidrodinamismo em função da feição protegida que o baixio apresenta (Silva, 2002).

Os baixios de Massiambu e Tapera apresentaram predominância de areia fina bem selecionada. Silva (2002) descreveu a tendência da diminuição do tamanho médio do grão (em escala phi) ao longo da Baía Sul, sendo constituído por areias médias e grossas no Sul e areia muito fina no setor norte da baia. Este resultado corrobora com o resultado encontrado em Tapera. Embora Massiambu esteja situado no extremo sul da baía, onde Silva (2002) menciona o predomínio de areia grossa, o predomínio de areia fina encontrado pode ser um indicativo de que o alto hidrodinamismo em função da desembocadura da Baía Sul não afeta diretamente o baixio, permitindo que o sedimento fino se deposite.

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32 A macrofauna bêntica dos baixios estudados foi constituída principalmente por poliquetas, bivalves e crustáceos. Tradicionalmente, esses 3 grupos são os mais abundantes em estuários tropicais (Gambi et al., 1998).

A. brasiliana geralmente estabelece populações numerosas em áreas protegidas rasas,

com sedimentos lamosos, onde se enterram superficialmente (Amaral, 2005; Rios, 2009). A espécie possui boa adaptação a condições de distúrbios ambientais, como baixos teores de Oxigênio dissolvido, que pode ser resultado da decomposição realizada por bactérias da matéria orgânica oriunda de esgotos domésticos (Netto & Lana, 1994; Boehs et al., 2007).

A presença e formação de bancos por essa espécie na Baía de Florianópolis é documentada por Boehs et al. (2003), Boehs & Magalhães (2004), Souza (2007) e Pezzuto et

al. (2010). A baixa densidade da espécie em Massiambu pode estar relacionada com o

hidrodinamismo local, pois em função da proximidade do baixio com a desembocadura da Baía Sul, a hidrodinâmica e a feição exposta do local, facilitam a ressuspensão e o transporte dos sedimentos finos, que pode sufocar a espécie (Boehs et al., 2007).

Armandia hossfeldi (família Opheliidae) foi a segunda espécie mais abundante no baixio

do Massiambu, e foi a espécie que mais contribuiu para a similaridade das associações no baixio. Os representantes da família opheliidae são considerados escavadores em sedimentos arenosos ou lamosos, comedores não-seletivos de depósito (Fauchald & Jumars, 1979).

Acmira sp. (família Paraonidae) apareceu como a segunda espécie que mais contribui

para a similaridade faunística dos baixios de Cubatão e Massiambu. É um dos poucos representantes desta família na região entremarés (Strelzov, 1979), vivendo nas camadas superficiais do sedimento (Rouse & Peijel, 2001), sendo classificado como consumidor não seletivo (Fauchald & Jumars, 1979).

Goniadides cf carolinae (família Goniadidae) foi a quarta espécie mais abundante

numericamente e a alta abundância em um único ponto pode estar associada a presença considerável de pequenos oligoquetas no mesmo ponto, sugerindo uma relação de predação, uma vez que a espécie possui estruturas morfológicas que possibilitam capturar outros invertebrados, e segundo Fauchald & Jumars, (1979) é carnívora.

A espécie Laeonereis acuta (família Nereididae) foi a espécie com maior densidade, aparecendo também contribuindo para a similaridade em Massiambu, Tapera e Taperinha. Esta é uma espécie detritívora, comedora de depósitos de subsuperfície (Amaral, 1979; Santos & Lana, 2001), comum em águas rasas (Fauchald & Jumars, 1979), ocorre predominantemente em substrato arenoso, nas regiões oligohalinas de estuários (Santos & Lana, 2001). Essa última informação explica as maiores abundâncias desta espécie junto das

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33 desembocaduras dos rios nos baixios.

Embora as análises não apontem nenhuma correlação de L. acuta com as variáveis ambientais e Omena & Amaral (1997) demostraram que a espécie apresenta uma fraca correlação com o tamanho médio do grão, a espécie foi encontrada em maiores abundâncias nos baixios com sedimentos mais finos. Pagliosa & Barbosa (2006) afirmam que a espécie aparece em locais geralmente impactados por áreas urbanas adjacentes, situação em que podem se enquadrar os 3 baixios com maior densidade da espécie.

Capitella capitata, a segunda espécie mais densa, apareceu contribuindo para a

similaridade em alta abundância apenas do grupo Tapera. Todos os Capitellidae são considerados consumidores não seletivos (Fauchald & Jumars, 1979; Hutchings, 2000). Esta espécie é comumente reportada como indicador do enriquecimento orgânico em estuários, lagoas e das regiões costeiras em todo o mundo (Pagliosa & Barbosa, 2006).

Devido ao hábito sedentário de C. capitata, as suas estratégias de colonização após perturbações ambientais são mais relacionadas com o recrutamento rápido em áreas onde há pouca competição com outras espécies (Tsutisumi, 1990; Netto & Lana, 1994; Méndez, 2006). Sendo assim, a predominância desta espécie, associada a uma pobreza ou redução na abundância das demais espécies pode ser considerada como indicador de condições com elevada concentração de matéria orgânica oriunda de rejeito urbano (Paiva, 2006).

Essas informações corroboram o resultado obtido, sendo Tapera o local com a menor riqueza total e com o maior domínio numérico de poucas espécies. Os 3 pontos com as maiores densidades de C. capitata (T#24, T#36 e T#37), além de serem espacialmente próximos, apresentaram quase que exclusivamente C. capitata. Esse quadro sugere que o local poderia estar sobre influência de poluição urbana, possivelmente esgoto oriundo dos pequenos córregos que deságuam próximo aos 3 pontos citados acima.

O fato de C. capitata apresentar uma moderada correlação com a biomassa de A.

brasiliana pode estar associada com as causas ambientais. Capitella capitata é uma espécie

reconhecidamente oportunista (Netto & Lana, 1994) e ambas as espécies são resistentes a condições adversas do ambiente, recolonizando rapidamente áreas com baixa competição com outras espécies (Pagliosa & Barbosa, 2006; Paiva, 2006; Boehs et al., 2007).

É reconhecido que a estrutura, composição e a distribuição de espécies bênticas, bem como as características ambientais estão sujeitas a mudanças temporais de pequena e grande escala (Pagliosa, 2006). O estudo aqui realizado foi limitado em relação a fatores temporais e representou somente a estrutura da fauna em um dado momento. No entanto a comunidade macrobêntica encontrada reflete os processos que já vêm ocorrendo ao longo de algum tempo

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34 (Underwood et al., 2000).

O fato das 3 espécies mais abundantes encontradas neste estudo terem alguma associação com desequilíbrios ambientais antropogênicos é preocupante, pois retratam o descaso que as atividades de uso e ocupação humana têm com os ambientes naturais. A continuidade dos estudos na região é de fundamental importância para avaliações mais concretas sobre a estrutura e a composição da macrofauna e sobre os efeitos da ocupação humana nessas áreas.

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CONCLUSÕES

• Os quatro baixios apresentaram sedimentos arenosos com contribuição de cascalho e finos (silte e argila);

• A matéria orgânica apresentou acentuada variação, com indicações de contribuição continental;

• Percentual de cascalho se correlacionou positivamente com o percentual de carbonato de cálcio assim como o percentual de sedimentos finos se correlacionou positivamente com o percentual de matéria orgânica;

• A macrofauna foi dominada tanto em riqueza de espécies quanto abundância por Polychaeta;

• As menores densidades macrobênticas foram registradas em Massiambu, por ser o baixio diferente na sua geomorfologia em relação aos demais;

• A menor riqueza de espécies foi registrada no baixio da Tapera;

• O percentual de matéria orgânica se correlacionou negativamente com o índice de riqueza de espécies;

• Capitella capitata apresentou uma correlação positiva com a biomassa de A.

brasiliana;

• Os aspectos ecológicos identificados para os 4 baixios permitiram classificá-los da seguinte forma: a) Cubatão o único dos 4 baixios que não apresentou influência antropogênica direta, com uma considerável parcela de mangue preservada na área adjacente; b) os baixios de Tapera e Taperinha (região insular da baía) sofreram a maior influência antropogênica, com forte ocupação humana nas áreas adjacentes aos baixios; e c) o baixio de Massiambu com leve influência de ocupação antropogênica porém sua geomorfologia distinta dos demais influenciou na estrutura e composição da macrofauna.

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