• Nenhum resultado encontrado

ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ PÓS - GRADUAÇÃO EM OBSTETRÍCIA E NEONATOLOGIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ PÓS - GRADUAÇÃO EM OBSTETRÍCIA E NEONATOLOGIA"

Copied!
62
0
0

Texto

(1)

ANGÉLICA SOUZA CHAVES SALOMON MICHELE CRISTINA MENDES MARTINS

RAQUEL APARECIDA DIAS DE SÁ

INFLUÊNCIA DOS MITOS E DAS CRENÇAS NAS NUTRIZES QUANTO A AMAMENTAÇÃO EM UMA CIDADE DO VALE DO PARAÍBA

ITAJUBÁ-MG 2015

(2)

RAQUEL APARECIDA DIAS DE SÁ

INFLUÊNCIA DOS MITOS E DAS CRENÇAS NAS NUTRIZES QUANTO A AMAMENTAÇÃO EM UMA CIDADE DO VALE DO PARAÍBA

Pesquisa de conclusão de Curso de especialização de Obstetrícia e Neonatologia da Escola Wenceslau Braz como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Enfermagem em Neonatologia e Obstetrícia.

Orientadora: Prof.ª M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro Simões

Coorientadora: Prof.ª Mestranda Giseli Mendes Rennó

ITAJUBÁ-MG 2015

(3)

C255 Salomon, Angélica Souza Chaves.

S174i Influência dos mitos e das crenças das nutrizes quanto a amamentação ... / Michele Cristina Mendes Martins ; Raquel Aparecida Dias de Sá. – Itajubá, MG, 2015.

61 f.

Orientadora: Prof.ª M.ª Ivandira Anselmo Ribeiro Simões. Monografia (Especialização “Latu Sensu”deEnfermagem em Obstetrícia e Neonatologia)-Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, MG, 2015.

1. Nutrizes. 2. Crenças. 3. Amamentação. I. Martins, Michele Cristina Mendes. II. Sá, Raquel Aparecida Dias de. III. Título.

NLM: ZWS 125  Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB /2777

(4)
(5)

Introdução: O aleitamento materno é um elemento essencial e nutritivo para o desenvolvimento de um recém-nascido, pois ele irá desenvolver estruturas psicobiológicas, físicas e mentais. Dentro desde universo complexo que é o ato de amamentar, existem ainda em nossa sociedade mitos e crenças que levam a nutriz a abandonar a amamentação, seja por falta de esclarecimentos, ou, simplesmente por orientações incorretas em que não exista comprovação cientifica. Objetivos: Identificar se as nutrizes sabem ou não o que é a amamentação exclusiva. Conhecer os mitos e crenças que as nutrizes acreditam que influenciam na amamentação. Identificar as características pessoais clínicas e sócio-demográficas e não demográficas das nutrizes clínicas do Hospital São Francisco da cidade de Jacareí – SP. Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, quantitativa e de campo. Este estudo foi desenvolvido no Hospital São Francisco de Assis, na cidade de Jacareí/SP, onde a pesquisa foi realizada com 100 puérperas. Foi aprovado pelo CEP da EEWB com parecer nº 872.765 e seguiu a resolução 466/2012. Resultados: foram analisados pelo programa da Microsoft Excel, encontrou-se que: 48% das mulheres têm 21 a 30 anos, 42% são casadas, 31% possuem o ensino médio completo, 69% têm salário de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 reais, 88% não realizaram cirurgia plástica nas mamas, 58% têm cirurgia plástica de redução mamária, 77% não sabem o que significa amamentação exclusiva, 96% acreditam que seu peito irá cair, 53% não acreditam que seu leite é fraco, 53% acreditam que seu leite sustenta o bebê, 70% das mulheres não acreditam que amamentar dói, 60% das puérperas acreditam que amamentar cansa, 68% acreditam que o leite industrializado (NAN) é igual ou melhor do que o leite materno, 100% não acreditam que dar de mamar em público é algo constrangedor, 80% não acreditam que produz leite suficiente para amamentar seu filho, 72% acreditam que após menstruar podem amamentar seu filho, 70% das mulheres acreditam que amamentar não é estressante. As entrevistas ficaram divididas quanto à resposta, pois 50% acham que com a plástica não podem amamentar e 50% acham que podem; 58% não acreditam que quem trabalha fora deve amamentar, 85% acreditam que os bebês com mais de 6 meses ainda devem ser amamentados e 60% acredita que se der só o leite materno até os 6 meses de vida, o bebê perderá peso.

(6)

Introduction: Breastfeeding is an essential and nutritional element for the development of a newborn because it will develop psicobiologias , physical and mental structures . In since complex universe that is the act of breastfeeding , there are still myths in our society and beliefs that lead to nurse abandon breastfeeding are for lack information, or simply incorrect guidelines where there is no scientific proof . Objectives: To identify whether or not nursing mothers know what is exclusive breastfeeding. Know the myths and beliefs that nursing mothers believe that influence breastfeeding. Identify the clinical personal characteristics and socio- demographic and clinical nursing mothers not demographic of St. Francis Hospital in the city of Jacarei - SP . Method : This is an exploratory , descriptive , quantitative and field . This study was conducted at Hospital St. Francis of Assisi in the city of Jacarei / SP, where the research was conducted with 100 mothers . Was approved by CEP EEWB with report number 872 765 and followed the Resolution 466/2012 . Results: were analyzed by Microsoft Excel program, it was found that : 48 % of women will have 21 30 years, 42 % are married , 31 % have completed high school , 69% have salary of R $ 1,000.00 to R $ 2,000.00 reais, 88 % had no plastic surgery in the breast , 58 % have plastic surgery breast reduction , 77 % did not know what it means exclusive breastfeeding , 96 % believe their chest will drop , 53 % do not believe that their milk is weak , 53% believe their milk sustains the baby, 70 % of women believe that breastfeeding hurts , 60% of mothers believe that breastfeeding tires , 68% believe that the industrialized milk (NAN ) is equal to or better than breast milk 100 % do not believe that breastfeeding in public is something embarrassing, 80 % do not believe that produces enough milk to breastfeed her child , 72% believe that after menstruating can breastfeed your child , 70 % of women believe that breastfeeding is not stressful , the interviews were divided as to the answer, as 50 % think that with the plastic can not breastfeed and 50 % think it can , 58 % do not believe that those working outside should breastfeed , 85% believe that babies over 6 months should continue to breastfeed and 60 % believe that if you only give breast milk until 6 months of life , the baby will lose weight.

(7)

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 OBJETIVOS...13

2 MARCO CONCEITUAL...14

2.1 AMAMENTAÇÃO, MITOS E CRENÇAS ...14

2.2 MITOS E CRENÇAS...15

2.3 TIPOS DE CRENÇAS ...18

2.4 FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO ...19

2.5 O LEITE MATERNO ...20

2.6 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO ...20

2.7 ENFERMAGEM E SEU PAPEL NA AMAMENTAÇÃO ...21

2.8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO DE LACTAÇÃO ...22

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ...23

3.1 MÉTODO E COLETA ...23

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO ...24

3.3 PARTICIPANTES/ AMOSTRA E AMOSTRAGEM ...25

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ...26

3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO...26

4 COLETA DE DADOS ...27

4.1 PRÉ-TESTE...27

4.2 ÉTICA EM PESQUISA ...27

4.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS...28

4.4 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO ...29

5 DISCUSSÃO E RESULTADOS ... 30

6 CONCLUSÃO...50

(8)

APÊNDICE A – Termo de autorização de coleta de dados...58

APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...60

APÊNDICE C - Características clínicas e sócio-demográficas...62

ANEXO A – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos...64

(9)

1 INTRODUÇÃO

Entende-se por mito como a representação de personagens reais, exagerada pela imaginação popular, pela tradição. O mito ou as crenças quando afetivo funciona como estímulo forte que conduz tanto o pensamento quanto o comportamento do ser humano ao lidar com a realidade existencial. (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

Amamentar é estabelecer uma relação afetiva e única. O afeto que a mãe e o filho trocam é valioso, tanto para um quanto para outro. Mas esse gesto é acima de tudo, um ato de responsabilidade. A mulher precisa conhecer que seu leite é uma fonte inigualável de nutrientes e anticorpos, buscando um melhor preparo físico e psicológico para este ato de amor na sua vida. (BRASIL, 2009).

A decisão de amamentar da mulher está interligada a sua história de vida e ao significado que atribui a este ato. Dessa forma, essa opção pessoal pode ser influenciada pelo aspecto emocional, social, cultural e econômico da nutriz. Amamentar é uma questão de assumir riscos ou garantir benefícios para o binômio mãe-filho e é determinada pelas interações que ocorrem durante esta experiência vivida pela nutriz. O termo nutrizes refere-se aquela que amamenta que sustenta. (PRIMO; CAETANO, 2010)

No Brasil, a partir do século XIX, começou uma revolução na forma de visualizar o papel materno e sua importância. Diversas publicações traziam recomendações às mães para que amamentassem e cuidassem pessoalmente de seus filhos, surgindo assim a afirmação do instinto materno, do amor incondicional e espontâneo entre mãe e filho. Nessa época, com o objetivo de solucionar o problema da alta taxa de mortalidade infantil, a amamentação passou a ser imposta à nutriz como um dever – surgindo então o mito “mãe boa é a que amamenta”. Especialistas em higiene, no final do século XIX, deram início a formulações de alternativas para responder ao seguinte paradigma biológico: por que algumas mães não conseguem amamentar seus filhos, se a lactação é um ato natural e instintivo do ser humano? Surge um “modelo auxiliar” pautado na dimensão de cada mulher para explicar o não sucesso no aleitamento materno: a “síndrome do leite fraco”. (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

O aleitamento materno é um elemento essencial para um bom desenvolvimento físico, funcional e mental do recém nascido, considerando o

(10)

alimento mais completo e nutritivo. Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno deverá ser exclusivo até os seis meses de vida, e complementado até os dois anos ou mais (BRASIL, 2009).

Muitos estudos têm mostrado que a amamentação é um fenômeno complexo, não sendo considerado um ato meramente instintivo-biologicamente determinado, mas sendo uma prática fortemente influenciada pelo contexto histórico, social e cultural em que a mulher – mãe nutriz vive em seu cotidiano (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

Há uma série de mitos, tabus e crenças relacionadas com a amamentação, muitas vezes trazendo transtornos quando orientamos a importância da lactação aos recém – nascidos. (VAUCHER; DURMAN, 2005).

Como processo de compreensão da realidade, o mito não é lenda, pura fantasia, mas verdade. Quando pensamos em verdade, é comum nos referimos à coerência lógica, garantida pelo vigor da argumentação e pela apresentação de provas. A verdade do mito, porém, resulta de uma instituição compreensiva da realidade, cujas raízes se fundam na emoção e na efetividade. Nesse sentido, antes de interpretar o mundo de maneira argumentativa, o mito expressa o que desejamos ou tememos, como somos atraídos pelas coisas ou delas nos afastamos (ELIADE, 2000).

Justifica-se, por vezes que existem mitos acerca da amamentação que são passados através de gerações ou criados com a ignorância que o desconhecimento científico provoca. Muitas nutrizes não têm informações suficientes sobre o assunto, e muitas vezes, por essa razão, deixam de amamentar seus bebês da forma correta ou simplesmente não amamentam pelo tempo necessário. A restrição ou alteração da prática alimentar da futura nutriz em função desses mitos ou tabus pode provocar transtornos e carências nutricionais que irão interferir diretamente no crescimento e desenvolvimento do feto, bem como na lactação, que é a fase da produção e manutenção do leite materno (ANTUNES et.al., 2008).

Este estudo trará mais entendimento e esclarecimento da interferência das crenças e dos mitos na vida das mulheres do século XXI, visto que o tema sugerido não é muito estudado pela comunidade cientifica, sendo a literatura escassa em relação ao assunto.

Trará para a sociedade um novo olhar sobre o envolvimento de suas crenças e mitos no ato da amamentação. Diante de fatos reais encontrados de nutrizes que

(11)

após terem sido orientadas e incentivadas a amamentar, retornam aos hospitais com o bebê perdendo peso e relatam que ao deixar a instituição a qual teve o bebê, simplesmente deixaram de amamentar; então, pretende-se reverter este dado e dar mais qualidade no atendimento, diminuindo doenças, aumentando o número de crianças saudáveis e com melhor qualidade de vida.

Já os profissionais da saúde tendem a considerar a amamentação como ato natural, valorizando apenas seu aspecto biológico e social. Assim, faz-se necessário que eles identifiquem com a nutriz, suas necessidades, seus mitos e suas crenças, para compreender a lactação sobre os olhos e perspectivas da nutriz, e consequentemente, conhecer o que interfere na amamentação, e assim, podendo atuar de forma mais eficaz.

Diante de tudo exposto tivemos algumas inquietações: As nutrizes amamentam durante o tempo necessário sem sofrer influências? De que maneira a amamentação é influenciada pelos mitos e crenças?

O enfermeiro (a) exerce um papel extremamente importante na amamentação, pois é de responsabilidade do enfermeiro o bom atendimento das nutrizes, que vai desde o período gestacional até o puerpério. São vários os estudos científicos que demonstram a importância da amamentação na saúde e o desenvolvimento e crescimento da criança. A amamentação é uma habilidade aprendida e uma arte que é passada de mãe para filha, que se estende para a avó, auxiliando sua neta a amamentar. Nas comunidades, a inserção e exposição ao aleitamento materno devem começar bem cedo na vida de uma menina, ao observar a amamentação no meio familiar (CARVALHO; TAVARES, 2010).

O sucesso da amamentação está diretamente ligado ao apoio e às devidas orientações que parte do pressuposto que foram orientadas no início da primeira consulta do pré-natal, e se estende até o parto e o pós- parto (puerpério). Em se tratando da amamentação, algumas nutrizes trazem consigo uma série de mitos e crenças relacionados ao aleitamento materno, e consequentemente, traz transtorno no binômio mãe e filho, questões estas que geram dúvidas quanto ao leite ser fraco, flacidez das mamas, dentre outros. Na prática, enquanto educadores, nós enfermeiros nos deparamos com várias situações que podem acarretar prejuízos na vida da criança, e devemos desencorajar estas práticas, oferecendo meios e alternativas para que as nutrizes possam amamentar seus bebês. (CARVALHO; TAVARES, 2010).

(12)

A questão é que apesar das orientações dadas às puérperas, os mitos e as crenças encontradas influenciam no processo de amamentar. Ou será que não existem mitos que possam influenciar neste ato tão bonito e necessário. Enquanto enfermeiros, compete a nós o importante papel de preparar as gestantes em tomar a escolha correta e informar sobre os benefícios do aleitamento materno para ela quanto para seu bebê. A atuação da enfermeira requer dedicação, em orientar o pai e os familiares ou da nutriz, dentro de uma comunidade a qual está inserida. Compete a ela também orientar e treinar sua equipe de enfermagem no processo de amamentação. Dentro de um contexto hospitalar, é responsável pelo planejamento de normas e rotinas, avaliando cada caso, em particular a estrutura do hospital, para que possa desenvolver e promover o aleitamento materno. Apesar das orientações dadas as nutrizes, os mitos e as crenças encontradas influenciam no processo de amamentar. Ou será que não existem mitos que possa influenciar neste ato tão bonito e necessário de amamentação (VAUCHER; DURMAN, 2005).

1.1 OBJETIVOS

Elaboramos os objetivos deste estudo:

• Identificar as características pessoais clínicas e sócio-demográficas e não demográficas das nutrizes clínicas do Hospital São Francisco da cidade de Jacareí – SP;

• Identificar se as nutrizes sabem ou não o que é a amamentação exclusiva;

• Conhecer os mitos e crenças que as nutrizes acreditam que influenciam na amamentação.

(13)

2 MARCO CONCEITUAL

Faz-se necessário, uma revisão da literatura para melhor compreendimento sobre o tema discutido.

2.1 AMAMENTAÇÃO, MITOS E CRENÇAS

Marques, Cotta e Priore (2011), mencionou a época do descobrimento do Brasil, que para as mulheres europeias burguesas, a amamentação não era considerada uma prática digna para sua classe social. Já os portugueses, traziam consigo o hábito do desmame, enquanto o aleitamento materno entre os índios tupinambás era amplamente difundido, tendo um período mínimo de 18 meses.

Passado de geração em geração, a figura do leite fraco consolidou-se socialmente, tornando-se um valor cultural. Os mitos relacionados à amamentação fazem parte do nosso dia a dia há muitos séculos, construindo o conceito de que amamentar para a mulher por meio da herança sociocultural é adquirida através da vivência dessa mulher em sociedade (MARQUES; COTTA; PRIORE, 2011).

Rea (2004), diz que a amamentação fornece grandes benefícios para a saúde da mulher, confirmando – se o menor risco de câncer de mama, alguns tipos de câncer epitelial do ovário. Perda de peso mais rápida na vigência da amamentação exclusiva, baseada em evidências cientificas.

Segundo Bueno e Teruya (2004), durante a gestação a mulher encontra-se numa situação diferente da habitual, com suas dúvidas, insegurança e medo. Isso a torna mais sensível e suscetível frente às pressões familiares, profissionais de saúde e amigos quanto à sua capacidade de amamentar. Além disso, a mãe pode estar em conflitos consigo mesma sobre a decisão de amamentar. Nesse contexto, a nutriz pode facilmente perder sua confiança e auto-estima e estar muito propensa a oferecer mamadeira a seu bebê.

A equipe de saúde não deve ridicularizar as crenças da nutriz no curandeiro popular, nem tentar diminuir a confiança nele. Se fizer isto pode afastar a paciente de forma que não receba o cuidado prescrito. Os esforços devem ser dirigidos para acomodar uma parte das crenças enquanto defende o tratamento proposto pela ciência da saúde materna. (VAUCHER; DURMAN, 2005).

(14)

A Organização Mundial da Saúde recomenda que os bebês recebam exclusivamente o leite materno durante os primeiro seis meses de idade, somente após esse período a criança deve começar a receber a alimentação complementar segura e nutricionalmente adequada, juntamente com a amamentação, que é recomendada até os dois anos de idade ou mais, com o objetivo de suprir as necessidades nutricionais da criança (BRASIL, 2009).

Antunes et al. (2008) dizem que as crenças fazem parte de uma herança sociocultural, determinando diferentes significados do aleitamento para a mulher. A decisão de amamentar ou não o seu bebê depende da importância atribuída a esta prática que frequentemente é fundamentada nas informações transmitidas culturalmente através do relacionamento avó – mãe – filha.

Para Toma e Rea (2008), a amamentação traz grandes benefícios para a saúde da criança e para a saúde da mulher.

O profissional enfermeiro implica escutar compreender e oferecer ajuda às mães que podem amamentar o recém–nascido, fortalecendo–as para lidar com pressões, promovendo sua autoconfiança e autoestima e preparando-as para a tomada de decisões (QUEIRÓS; OLIVEIRA, 2009).

Para os autores, o puerpério é um período carregado de mitos, crenças e costumes, em que nós, profissionais da saúde, precisamos estar atentos, procurando respeitar as crenças e práticas culturais de cada família, na medida em que não prejudiquem a saúde da mãe e do filho (TOMELERI; MARCON, 2009).

Rego (2002), define como aleitamento materno exclusivo: a criança recebe somente leite humano de sua mãe ou ama-de-leite, ou leite humano ordenhado, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, suplementos minerais ou medicamentos.

2.2 MITOS E CRENÇAS

Na Grécia Antiga, os sentidos primordiais da palavra mythos eram os de palavra ou discurso. Na literatura grega, mythos surge com o sentido de história ou narrativa a transmitir através da palavra (ELIADE, 2000).

De acordo com o dicionário brasileiro Aurélio de 2014, mito conceitua-se em narrativa de significação simbólica, transmitida de geração em geração dentro de um determinado grupo e considerada verdadeira por ele. Outro significado que aparece:

(15)

pessoa, fato ou coisa real valorizados pela imaginação popular, pela tradição. (HOUAISS, 2014).

Os mitos agrupam-se e constituem-se em mitologias. Etimologicamente, a palavra mitologia é composta por dois elementos contraditórios: por um lado, mythos que nos remete para a ordem da poesia e da imaginação e, por outro lado, logos, palavra que significa razão, pensamento, lógica. A presença destes dois elementos opostos numa mesma palavra dá-se por conta da ambiguidade do próprio conceito. Ele exprime uma inquietação, dá-se conta de um desejo que não consegue senão traduzir-se de forma imaginária, mas, simultaneamente, dá-se conta de um esforço racional para compreensão do mundo (ELIADE, 2000).

Segundo Eliade (2000), segue os tipos de mitos mais conhecidos: mito teogónico, mito teológico, mito cosmogónico, mito antropogónico, mito antropológico, mito heroico, mito naturalista, mito moral, mito escatológico, mito soteriológico, mitos sobre o tempo e a eternidade, mitos de transformação e de transição e mito etiológico. Sendo o mito etiológico que mais se relaciona ao nosso tema, pois ele define-se como origem das pessoas, dos animais, dos lugares e das coisas; pesquisa as causas porque se constituíram as tradições, procurando encontrar episódios que justifique ao nome (tendo um nome cuja origem desconhecemos; inventa-se uma história que o explique,uma vez assimilada e aceita).

As mudanças e transformações que se dão nos momentos críticos da vida individual e social são objetos de particular interesse mitológico e ritual: nascimento, ingresso na vida adulta, casamento, morte - acontecimentos marcantes para a pessoa e sua comunidade — são interpretados como atualizações de processos cósmicos ou de realidades míticas (ELIADE, 2000).

Crenças são condições psicológicas que se definem pela sensação de veracidade relativa a uma determinada idéia a despeito de sua procedência ou possibilidade de verificação objetiva. Logo pode não ser fidedigna à realidade e representam o elemento subjetivo do conhecimento (CARVALHO; TAVARES, 2010).

Já os mitos são crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades (CARVALHO; TAVARES, 2010).

A crença é uma afirmação tomada como verdade, sendo a base para uma visão de mundo que pode não envolver, parcial ou totalmente, uma compreensão

(16)

conceitual. Uma crença não deve depender de comprovações experimentais (SETZER, 2010).

A crença não precisa ser formulada com clareza, pois não se dirige ao intelecto; ela é aceita como verdade, e tem um caráter de permanência, isto é, não é sujeita a revisões (SETZER, 2010).

Uma crença pode envolver conceitos (já que é impossível falar-se sem usar conceitos), mas deve basear-se fundamentalmente em sentimentos, isto é, deve ser essencialmente subjetiva: "sente-se" que uma crença é verdadeira (SETZER, 2010).

A crença possui uma metodologia de organização como um sistema arquitetônico, com propriedades estruturais descritíveis e mensuráveis, com consequências comportamentais capazes de serem observadas e analisadas, visto que são inferências. Os tipos de crença podem ser vistos como relativamente superiores em encadeamento lógico-funcional ou em comunicação funcional podendo acompanhar a seguinte proposição: Existenciais versus Não Existenciais; Compartilhadas versus Não Compartilhadas sobre a existência e a autoidentidade; Derivadas versus Não Derivadas e Relativas e Não Relativas a questões de gosto. (MANICA, 2014).

Estruturada essa condição da Crença, ela pode ser qualquer uma das propostas capaz de ser precedida pela frase “eu creio que...”, onde o conteúdo pode descrever o seu objeto como verdadeiros opostos, do tipo correto ou incorreto, devendo-se aliar à Natureza da Atitude, onde Allport reconhece três pontos de origem do conceito moderno de atitude: 1) na Psicologia Experimental; 2) na Psicanálise e 3) na Sociologia (MANICA, 2014).

2.3 TIPOS DE CRENÇAS E MITOS

As superstições – criadas pelo povo e passadas de geração em geração – são uma espécie de crendice popular que não possui explicação científica e, portanto, não são embasadas na experimentação. Entretanto, devido à repetição e força com que se acredita em determinada sabedoria popular, o processo de indução acaba por explicar e generalizar os fatos. Acredita-se tanto que, mesmo desconhecendo as causa e efeitos de determinados fenômenos científicos, atribuem-se explicações irracionais e, consequentemente, acumulam conhecimento

(17)

equivocado, caindo no senso comum e se consolidando entre a população. (JUNGES 2010).

São muitas crenças passadas de “geração em geração”, algumas até difíceis de acreditar nos dias de hoje. As crendices ou superstições populares estão por todos os lados, existem em todas as sociedades. No Brasil, há um cruzamento muito grande dos “saberes populares”, em razão da grande miscigenação cultural. Os saberes dos colonizadores portugueses se juntaram aos dos povos africanos e dos indígenas. Em todo o processo de colonização não havia a presença de médicos, portanto, era comum confiar em curandeiros, raizeiros, barbeiros, parteiras, ou seja, pessoas comuns que tinham conhecimento para resolver determinados problemas (JUNGES, 2010).

Há sempre aquelas crendices exageradas que podem, inclusive, prejudicar o paciente. Como por exemplo: (JUNGES, 2010)

“Cerveja faz o leite da mulher aumentar e ficar mais forte.” (JUNGES, 2010). “Mulher menstruada não pode lavar o cabelo.” (JUNGES, 2010).

“Mulher menstruada não pode visitar mulher que está amamentando porque senão o leite seca.” (JUNGES, 2010).

“Prótese de silicone ou mamoplastia redutora podem interferir na produção de leite.” (JUNGES, 2010).

“Estresse faz o leite secar.” (JUNGES, 2010).

“A alimentação da mãe interfere no leite.” (JUNGES, 2010). “A crença do leite fraco.” (MARQUES E COTTA, 2011).

“A crença “os seios caem” com a lactação.” (MARQUES; COTTA; PRIORE 2011).

Há crenças em alimentos que secam ou diminuem a produção do leite, crenças de que todos os alimentos ingeridos passam para o leite materno, podem trazer transtornos ou interferir na amamentação (SOULOS; FERREIRA, 2011). Segundo o Ministério da Saúde e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), (BRASIL, 2009), falsos mitos e crenças prejudicam a amamentação.

2.4 FISIOLOGIA DA AMAMENTAÇÃO

As mamas são glândulas mamárias que possuem tecido conjuntivo e adiposo que dão sustentação, estando localizadas superficialmente na parede do tórax, em

(18)

número par, na parte ventral dos músculos peitoral maior, serrátil anterior e oblíquo externo, e estendem-se até a terceira, sexta e a sétima costela do bordo lateral do externo na linha axilar anterior. Dentro das mamas existem os alvéolos mamários, que são pequenos sacos que se assemelham a um cacho de uva, responsáveis na produção de leite. Nos alvéolos chegam por meio do sangue as substâncias nutritivas que são transformadas em leite, à medida que o bebê faz a sucção. Os hormônios responsáveis na amamentação são: estrógenos, progesterona, e a prolactina. Este último faz com que estas células produzam leite. Em torno dos alvéolos há células musculares, as células mioepiteliais, que se contraem e expulsam o leite para fora dos alvéolos. A ocitocina provoca a contração dessas células musculares. Pequenos tubos, ou ductos, levam o leite dos alvéolos para o exterior. Sob a aréola, os ductos tornam-se mais largos e formam os seios galactóforos, onde o leite é coletado em preparação para a mamada. Os ductos tornam-se outra vez mais estreitos à medida que passam através do mamilo. Os alvéolos e os ductos estão rodeados por tecido de sustentação e por gordura. Quando um bebê faz a sucção da mama, alguns impulsos sensoriais vão do mamilo para o cérebro.(REGO, 2002).

Em resposta, a parte anterior da hipófise na base do cérebro segrega prolactina, que por sua vez, vai através do sangue para a mama, fazendo com que as células secretoras produzam leite. Quanto mais o bebê suga, mais leite é produzido. A prolactina é produzida à noite; portanto, amamentar durante o dia é especialmente importante para manter a produção de leite, pois este hormônio tem o poder de fazer com que a mãe relaxe à noite, e o reflexo da ocitocina não funciona bem e o bebê pode ter dificuldade em receber leite. Pode-se ter a impressão de que as mamas deixaram de produzir leite, mas elas continuam produzindo. Ele apenas não flui. A ocitocina provoca a contração do útero no pós-parto, o que ajuda a acelerar a involução uterina (REGO, 2002).

2.5 O LEITE MATERNO

O leite materno é um alimento vivo, completo e natural, indicado a todos os recém nascidos, com restrições em alguns casos, sendo uma substância de grande importância, tendo em sua composição diversos nutrientes, tais como: carboidratos, proteínas, gorduras, enzimas e componentes de hidratação, como água. Ele vai

(19)

suprir todas as necessidades do bebê, além de proporcionar uma proteção imunológica, protegendo contra infecções e alergias desde os primeiros dias de vida até a fase adulta, favorecendo um crescimento adequado (BRASIL, 2009).

Estudos mostram que além destes dados citados anteriormente, o aleitamento materno favorece um vínculo maior com a nutriz, que se inicia desde as primeiras horas de vida, desenvolvendo afeição e apego, tornando os índices de rejeição e abandono menores, e consequentemente, aumentando a duração do aleitamento. O envolvimento do pai e a família também ajuda nos laços familiares e no prolongamento da amamentação (BRASIL, 2009).

2.6 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO

O aleitamento materno é o melhor alimento nutricional e o mais completo para o bebê. O leite está sempre na temperatura ideal, não é contaminado e trata-se do leite próprio para a espécie e de fácil digestão parta o bebê, pois evita as ocorrências de diarreias, vômitos e cólicas, produzidos pela má absorção e digestão. Ele fortalece o sistema imunológico de doenças alérgicas e infecciosas. É recomendado pela Organização Mundial da Saúde - OMS até o sexto mês de vida exclusivamente, e somente após este período deve se iniciar a complementação. A amamentação traz vários benefícios não somente para o bebê, mas também para nutriz: após o parto, há uma perda de peso mais rápida e uma melhor recuperação pós-parto e na involução uterina. A amamentação contribui ainda, para o não surgimento das síndromes hemorrágicas e anêmicas, e para a redução dos riscos de câncer de mama e diabetes (BRASIL, 2009).

O vínculo mãe-filho deve ser iniciado precocemente na amamentação, que é um momento exclusivo entre eles, por isso, é sempre bom que ocorra de uma forma tranquila e prazerosa e este período vai desde o nascimento, e prossegue até o primeiro ano de vida. É um tempo que passa rapidamente e envolve a fase de crescimento e desenvolvimento, e nesta fase especial na vida que devem ocorrer os vínculos afetivos, onde os alicerces são formandos. É necessário que haja uma comunicação entre a família e o novo ser, com a finalidade de tornar-se um indivíduo saudável, perceptivo e inteligente. Por isso, é de extrema importância a interação mãe e filho, para fortalecer este elo emocional durante a gestação, com a finalidade de um bom desenvolvimento e um vínculo forte (REGO, 2002).

(20)

2.7 ENFERMAGEM E SEU PAPEL NA AMAMENTAÇÃO

Segundo o Ministério da Saúde Brasil (2009), “O enfermeiro é o profissional que mais estreitamente se relaciona com a mulher durante o ciclo gravídico e puerperal”. O papel do enfermeiro é de suma importância para incentivar o aleitamento materno. São estes profissionais que atuam direto na condução de programas da saúde durante a assistência pré-natal, no preparo da gestante para o aleitamento materno e no pós-parto, na condução das nutrizes no acolhimento de seus bebês e facilitar a amamentação, sanando suas dúvidas e dificuldades.

Assim, compete ao enfermeiro a assistência integral nos cuidados pertinentes a nutriz e o bebê, fornecendo informações precisas no momento do parto, no pós-parto, na fase do puerpério, no aleitamento materno e nos cuidados com o recém-nascido, sanando as dúvidas nas novas adaptações que a nutriz vivenciará, sejam elas emocionais, físicas ou psicológicas (BRASIL, 2009).

2.8 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PERÍODO DE LACTAÇÃO

Segundo Brasil (2009), a enfermeira é a profissional que está diretamente envolvida no período gravídico e puerperal da mulher. Esta fase compreende a gravidez, o parto, o pós-parto (puerpério) e o processo de lactação. Ela tem um papel de grande importância na assistência de enfermagem durante o pré-natal nos programas de educação à saúde e de humanização, visando a preparação das gestantes e de seus familiares para o parto e a amamentação, composto de várias etapas:

• Exame físico e anamnese, em que a enfermeira coleta informações e dados do paciente/cliente, sobre a sua situação econômica e familiar; • Diagnóstico de enfermagem, onde a enfermeira analisa os dados

coletados para fazer o diagnóstico, fazendo o planejamento dos cuidados, estímulo e motivação constante para o aleitamento materno, favorecendo a precocidade, intensidade e assiduidade,

• Avaliação periódica e sistemática dos resultados obtidos: aleitamento materno, atuação da equipe, morbidade/mortalidade, conhecimento adquirido durante a permanência, etc;

(21)

• Fortalecer os laços afetivos entre nutriz e bebê, através do relacionamento precoce.

(22)

3 TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

Neste capítulo foi abordado os aspectos necessários para o desenvolvimento da pesquisa.

Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, quantitativa e de campo. A pesquisa exploratória tem por finalidade proporcionar maior familiaridade com o problema, visando torná-la mais explícita. Trata-se do aprimoramento de idéias ou de descobertas. O planejamento de pesquisa exploratória deve ser bastante flexível proporcionando considerações variadas ao estudo (GIL, 2010).

A descritiva tem como objetivo observar, descrever, explorar, classificar e interpretar fatos. Explora-se características, frequências, relação e associação entre variáveis (DYNIEWICZ, 2014).

A quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno. Tem suas raízes no positivismo lógico, tende a enfatizar experiências humanas (VIERA, 2009).

A pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que, além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, realiza-se a coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa (VIERA, 2009).

3.1 MÉTODO E COLETA

Cada participante respondeu um questionário com perguntas fechadas, marcando um x na opção escolhida (Apêndice C) Características clínicas e sócio-demográficas.

O questionário foi elaborado a partir de um artigo científico de Marques, Cotta e Priore (2011), e passado para avaliação de 3 juízas enfermeiras: Gisely Salgado Rezende (Enfermeira Obstetra pela Faculdade São Camilo e Mestranda em Saúde da Mulher e Virologia Humana pela Unicamp); Rubia Aparecida Silva de Campos Cruz e Enfermeira Obstetra Ana Lucia V. Liberato.

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO

Este estudo foi desenvolvido no Hospital São Francisco de Assis, na cidade de Jacareí, São Paulo.

(23)

O local do estudo foi o Hospital São Francisco que é referência regional e micro regional em alguns serviços, que abrange as cidades de Jacareí, Igaratá, Santa Branca, Caçapava, Caraguatatuba, Ubatuba, São Sebastião e Ilha Bela.

A Associação Casa Fonte da Vida, mantenedora do Hospital São Francisco de Assis, é reconhecida de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal, bem como possui o Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos.

O hospital São Francisco tem em média anual de 1909 partos por ano, sendo 691 partos cesarianas e 1218 partos normais. A média mensal é de 159 partos, com 5 partos/dia. Os partos são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), particulares e convênios.

A Maternidade do Hospital São Francisco contém 44 leitos com 6 quartos com 4 leitos, 4 apartamentos e 6 quartos com 2 leitos; todos bem equipados para atender mãe e bebê. Dois postos de enfermagem no setor e funcionários qualificados com treinamentos e cursos para o incentivo ao aleitamento materno e cuidados com a puérpera e o recém nascido.

A maternidade tem como equipe de enfermagem: quatro supervisores enfermeiros, sendo uma em cada plantão de 12 horas, uma coordenadora de enfermagem e uma supervisora de enfermagem no pronto atendimento obstétrico. Tem oito técnicos x auxiliar de enfermagem em cada plantão e três técnicos no Pronto atendimento em cada plantão.

O centro de parto é o mais bem estruturado e organizado da região; contém 5 quartos individuais com banheiro, camas de parto humanizado PPP (Pré-parto, Parto e Pós-parto), foco cirúrgico mesa de maio e armário para pertences da paciente e para materiais a serem usados nos partos, berços aquecido, réguas de gases, tudo para melhor comodidade e conforto da gestante.

O Centro de Parto tem como equipe de enfermagem uma enfermeira obstétrica e dois técnicos de enfermagem em cada plantão.

O corpo clínico é composto por três médicos obstetras no período diurno e dois médicos obstetras no período noturno, para atender as puérperas na maternidade, as consultas no Pronto Atendimento Obstetra e o Centro de Parto. Também contém dois médicos neonatologistas de plantão para atender os recém- nascidos e a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.

(24)

“Hospital Amigo da Criança", título dado em 2002 pelo Unicef, Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde pelo incentivo ao aleitamento materno. Título renovado todos os anos mediante visita técnica.

Melhor Maternidade: 6º lugar entre 630 estabelecimentos de saúde e 12º lugar como melhor Hospital do estado de São Paulo, em 2010.

3.3 PARTICIPANTES/ AMOSTRA E AMOSTRAGEM

Neste estudo participaram as nutrizes inseridas no Sistema Único de Saúde (SUS), no período de internação de 48 horas no Hospital São Francisco de Assis – Jacareí - SP, conforme disponibilidade e vontade própria, após a explicação dos objetivos deste estudo e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B).

A amostragem foi proposital onde os pesquisadores poderão decidir ou escolher os sujeitos que serão entrevistados no estudo.

A amostra foi constituída por 100 nutrizes internadas no período de 1º de novembro a 1º de dezembro de 2014, incluindo partos normais e cesarianas, todas inseridas na instituição mencionada acima. As participantes foram selecionadas por quartos.

Para Polit, Beck e Hungler (2004), a população é um conjunto de casos que preenchem uma série de critérios especificados e compreende o grupo de entidades na qual o pesquisador está interessado. Em pesquisas quantitativas os pesquisadores especificam as características que delimitam a população através dos critérios de seleção para a inclusão em seu estudo. Existem dois tipos de população: alvo e a acessível. A população alvo é toda população na qual o pesquisador está interessado, já a população acessível compreende os casos da população alvo que estão disponíveis ao pesquisador.

A amostragem na abordagem quantitativa foi do tipo probabilística de seleção aleatória simples, que para Polit, Beck e Hungler (2004), a amostragem probabilística consiste na seleção aleatória de seus elementos dentro da população, entre todos os tipos de amostragem probabilística. A aleatória simples é o tipo mais elementar dessa amostragem. Dyniewicz (2014), afirma também que essa amostragem é feita por sorteio a partir de uma lista da população da qual será

(25)

escolhida a amostra desejada, sendo que cada sujeito tem a mesma chance de ser sorteada.

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Todas as nutrizes que quiseram participar da pesquisa, assinando o TCLE, incluindo as que tiveram o parto normal e parto cesariana, maiores de 18 anos, estarem internadas na instituição, que saibam ler e escrever e puérperas que já amamentaram.

3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Todas as nutrizes que não quiseram participar da pesquisa, não assinando o TCLE, incluindo as que não tiveram o parto normal e parto cesariana, menores de 18 anos, não estarem internadas na instituição, que não saibam ler e escrever e puérperas que nunca amamentaram.

(26)

4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada após a autorização da Diretora da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) e da apresentação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da mesma instituição, da cidade de Itajubá-MG. Em seguida foi feito um agendamento com os Enfermeiros deste estudo, por meio de um questionário de questões fechadas, contendo 16 perguntas, que se encontram no apêndice deste trabalho (APÊNDICE C).

O instrumento da coleta de dados foi composto por um questionário de múltipla escolha sobre o tema.

Trata-se de um questionário com perguntas fechadas com características sociodemográficas dos entrevistados. (APÊNDICE C).

Foram entregues os questionários juntamente com o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (Apêndice B) a cada participante — em mãos —, e no dia que as mesmas estavam internadas na maternidade.

4.1 PRÉ-TESTE

Foi realizado um pré-teste com 05 nutrizes que fizeram parte da amostra desde que estavam dentro dos critérios de elegibilidade e não foi necessária alterações.

4.2 ÉTICA EM PESQUISA

Todas receberam as informações necessárias, de acordo com a resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que diz respeito às pesquisas com seres humanos. Após expor os objetivos e a aceitação voluntária dos participantes, foi apresentado e devidamente assinado o Termo de Consentimento Livre Esclarecido que (Apêndice B) oficializaria a decisão das puérperas em participar do estudo, podendo desistir, se assim desejassem quando quiserem.

Foi respeitada a autonomia, o anonimato, a privacidade e a proteção da imagem dos entrevistados, garantindo que as informações serão usadas para caráter cientifico.

(27)

As entrevistas foram realizadas após agendamento prévio da data, local e horário de acordo com a disponibilidade das informantes.

A solicitação para a realização da coleta de dados foi feita ao diretor técnico do hospital São Francisco de Assis na cidade de Jacareí-SP, através do Termo de Solicitação para coleta de dados (Apêndice A), que está devidamente assinado.

Este projeto foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, na cidade de Itajubá, Minas Gerais e aprovado com o parecer consubstanciado nº 872.765.

A folha de rosto encontra-se devidamente preenchida e assinada no final do trabalho.

4.3 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS

O instrumento utilizado para a coleta de dados na abordagem quantitativa foi um questionário com questões fechadas sobre amamentação, mitos e crenças, embasado em referências utilizadas nesse estudo.

Dyniewicz (2014), afirma que o questionário é um documento com um conjunto de questões, cujas respostas podem ser preenchidas pelo entrevistado ou pelo pesquisador, a partir de respostas do entrevistado. Gil (2010), acrescenta que o questionário constitui o meio mais rápido de obter informações.

De acordo com Polit, Beck e Hungler (2004), as questões fechadas são aquelas em que a alternativa de resposta é especificada pelo pesquisador e possuem o objetivo de garantir a comparação de respostas e facilitar a análise.

Após a tabulação de todos os dados, os questionários foram arquivados por cinco anos e em seguida serão descartados.

Antes da coleta das informações foram verificados se os respondentes atendiam aos critérios de elegibilidade, já mencionados anteriormente.

As estratégias utilizadas para a coleta de dados foram:

• Agendamento, respeitando-se os dias e horários que lhes foram mais viáveis;

• Os questionários foram aplicados pelas pesquisadoras, realizados em um local apropriado, preservando sempre a privacidade de cada participante;

(28)

• Antes do início da coleta de dados, o respondente teve o objetivo do estudo e garantia do anonimato;

• Esclarecimento de dúvidas quando necessário;

• Assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) pelos participantes, após sua permissão (APÊNDICE B).

4.4 ESTRATÉGIAS DE ANÁLISE E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Os dados foram tabulados em um banco de dados com auxílio do programa Microsoft Office Excel 2007, sendo utilizada a porcentagem e apresentados sob forma de gráficos.

(29)

5 DISCUSSÃO E RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados da pesquisa, seguidos das referidas discussões referentes aos objetivos propostos. A pesquisa foi realizada com 100 nutrizes internadas no período de 1º de novembro a 1º de dezembro de 2014, incluindo as de partos normais e cesarianas, no Hospital São Francisco de Assis, na cidade de Jacareí, São Paulo.

Gráfico 1 - Faixa etária das nutrizes entrevistadas. Jacareí-SP, 2014

13%

48%

33%

6%

18 à 20 anos 21 à 30 anos 31 à 40 anos 41 à 50 anos

Fonte: das autoras

As nutrizes pesquisadas possuem a média de idades entre 21 e 30 anos de 48% (GRÁFICO1).

Segundo Margotti e Epifânio (2014), nutrizes com idade superior a 20 anos, possuem maior prevalência ao aleitamento materno exclusivo, pois tais nutrizes buscam o melhor para seus bebês, valorizando as informações acerca dos benefícios da amamentação. Entretanto, mulheres primíparas tendem a amamentar somente entre o quarto e sexto mês de vida do bebê, podendo proporcionar assim o desmame precoce.

(30)

Gráfico 2 - Estado Civil. Jacareí- SP, 2014

 

Fonte: das autoras 

 

Em relação ao estado civil, 42% das nutrizes são casadas e 8% são separadas (Gráfico 2). Logo, mulheres que vivem sem companheiro oferecem um risco maior de amamentar seus bebês por menor tempo, quando comparadas as que possuem um companheiro, considerados um fator de proteção. Companheiro, mesmo não sendo o pai do bebê, é importante para o incentivo e acolhimento do aleitamento materno exclusivo (FRAGOSO; FORTES, 2011).

Gráfico 3 - Grau de escolaridade. Jacareí-SP, 2014

(31)

Quanto ao grau de escolaridade, 31% das nutrizes possuem ensino médio completo (Gráfico 3). Quanto maior o grau de escolaridade da nutriz, menor é a taxa de fecundidade. A diferença que existe entre as taxas de fecundidade e os anos de estudos da mulher coloca em discussão a importância da educação, bem como indica a necessidade de incorporar essa perspectiva na saúde pública. (TENFEN, 2009).

Gráfico 4 - Renda Familiar. Jacareí-SP, 2014

20%

69%

8%

2% 1%

Até R$ 1000,00 De R$ 1000,00 à 2.000,00 De R$ 2.000,00 à 3.000,00 De R$ 3.000,00 à 4.000,00 Acima de R$ 4.000,00   

Fonte: das autoras

No gráfico acima, mostra que 69% das nutrizes possuem renda familiar de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 reais (GRÁFICO 4).

Um artigo publicado na Revista Anna Nery, mostra que dez das adolescentes grávidas dependiam dos proventos obtidos por outra pessoa da família e nove obtinham seus próprios recursos. A renda mensal individual das entrevistadas variou de R$ 550,00 a R$ 1.500,00. (HOGA; BORGE; REBERTE, 2010).

(32)

Gráfico 5 - Cirurgia plástica nas mamas. Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Na pesquisa, 88% das nutrizes não realizaram cirurgia plástica nas mamas (Gráfico 5). Em um jornal pediátrico foi publicado um artigo no qual comprova que 80% das mulheres não têm cirurgia alguma nas mamas e estão em aleitamento materno exclusivo (ANDRADE; COCA; ABRÃO, 2010).

Entretanto, atualmente muito se fala sobre cirurgia plástica nas mamas, mas pouco sobre a influência na lactação, essas nutrizes, após engravidarem apresentam dúvidas e questionamentos sobre a lactação não esclarecidas no ato das cirurgias (BELENTANI et al., 2011).

Gráfico 6 - Tipo de cirurgia plástica nas mamas. Jacareí- SP, 2014

 

(33)

Entre as nutrizes entrevistadas, 58% disseram que realizaram cirurgia de redução dos seios (GRÁFICO 6) .

No mesmo jornal, a pesquisa mostra que mulheres que foram entrevistadas no final do primeiro mês de vida do bebê, 29% delas têm cirurgia redutora. A probabilidade do aleitamento misto (leite materno e leite artificial) neste mesmo período foi de 68% (ANDRADE; COCA; ABRÃO, 2010).

Gráfico 7 - Conhecem o significado de amamentação exclusiva. Jacareí- SP, 2014

Fonte: das autoras

Na entrevista realizada com as nutrizes, 77% não sabem o que significa amamentação exclusiva (GRÁFICO 7).

A prática da amamentação exclusiva previne diarréias e infecções respiratórias agudas, protege contra a morte súbita do lactente, diabetes, doença de

Chron, entre outras, proporcionando vantagens também para a mulher, pois protege

a mãe contra o câncer de mama e de ovários, limita a fertilidade, propicia a involução uterina mais rapidamente, diminuindo o risco de sangramentos após o trabalho de parto, além de reduzir o gasto mensal com a compra de leite (BELENTANI et al., 2011).

(34)

Gráfico 8 - Acreditam que a mama irá cair. Jacareí- SP, 2014

 

 

Fonte: das autoras

Na pesquisa, 96% das entrevistadas não acreditam que o peito irá cair (GRÁFICO 8).

Autores comprovam que, o que faz as mamas caírem são: a falta de um sutiã adequado e reforçado, a idade, genética, tamanho das mamas, falta de exercício físico e engordar absurdamente durante a gestação, e não o ato de amamentar. (LINS; TERRENGUI, 2010).

Gráfico - Acreditam que seu leite é fraco. Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Quanto ao mito “leite fraco”, 53% das nutrizes não acreditam que seu leite é fraco (GRÁFICO 9).

(35)

O leite materno anterior, no início da mamada possui um aspecto ralo, mas contém água e elementos necessários para proteção, seguindo do leite posterior, contendo proteínas e no final, um leite rico em gordura. O choro do bebê é um dos motivos que fazem as puérperas pensarem que seu leite é fraco. É fundamental que o profissional de saúde se atente a isso, principalmente quando são primíparas, pois sofrem interferências culturais, dificultando a prática da amamentação exclusiva (LINS; TERRENGUI, 2010).

Gráfico 10 - Acreditam que o seu leite sustenta o RN, Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Das nutrizes entrevistadas, 53% acreditam que seu leite sustenta seu bebê (GRÁFICO 10).

O leite materno é composto de micronutrientes como cálcio, potássio, sódio, entre outros, fundamentais para o crescimento, desenvolvimento e manutenção dos tecidos corporais, e sua composição é variada e influenciada por vários fatores como: nutrição materna, período de lactação, genética e podem ocorrer também variações entre grupos étnicos (BALDAN; FARIAS; BÁCARO, 2013).

Assim, a demanda de nutrientes é suprida pelo leite materno até o desmame, sendo o colostro o nível mais elevado de micronutrientes. (BALDAN; FARIAS; BÁCARO, 2013).

(36)

Gráfico 11 - Acreditam que amamentar causa dor. Jacareí-SP, 2014  

 

Fonte: das autoras

Na pesquisa, 70% das nutrizes não acreditam que amamentar doi (GRÁFICO 11).

“A amamentação é um momento sublime e prazeroso, entretanto, as queixas de dor ao amamentar são normalmente consequência de lesão mamilar, gera desconforto, mas não proporciona o desmame precoce”. (BENEDETT et al., 2014). Gráfico 12 - Acreditam que amamentar cansa.Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Como corroboram, 60% das nutrizes entrevistadas como essa informação (Gráfico 12): as nutrizes avaliam sua qualidade de vida por meio do domínio físico, com questões que abrangem as facetas da dor e desconforto, sono e repouso, energia e fadiga e atividades da vida cotidiana e trabalho. As nutrizes sentem a

(37)

sobrecarga de trabalho e isso afeta vários papéis, tais como: dona de casa, trabalhadora, esposa, mãe, comprometendo seu lazer e liberdade, já que pode se separar do bebê por um longo período de tempo, tornando a amamentação um processo desgastante e cansativo, porém, importante para o bebê (ARAGAKI; SILVA, 2011).

Gráfico 13 - Acreditam que o leite industrializado é igual ou melhor que o leite materno.Jacareí-SP, 2014 

 

Fonte: das autoras

Ficou evidenciado na pesquisa que 68% das nutrizes acreditam que o leite industrializado (NAN) é igual ou melhor que o leite materno (GRÁFICO 13).

Entretanto, o leite materno é adequado para a digestão do bebê, pois possuem moléculas do tamanho ideal para serem digeridas pelo estômago do bebê, enquanto as fórmulas possuem moléculas maiores dificultando a digestão, podendo causar irritação intestinal, algum tipo de alergia, diarréia, regurgitação, desidratação e desnutrição (BALDAN; FARIAS; BÁCARO, 2013).

Se a nutriz, mesmo assim insistir nas fórmulas lácteas deve-se ter cuidados especiais com a diluição do leite, pois se não for como recomendado pelo fabricante pode acarretar, quase sempre, deficiência nutricional e retardo no crescimento. Deve-se ter cuidado também quanto a contaminações, seja pela água utilizada no preparo ou pela higienização inadequada da mamadeira (BALDAN; FARIAS; BÁCARO, 2013).

(38)

Gráfico 14 - Acreditam que amamentar em público é constrangedor. Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Quanto ao ato de amamentar 100% das nutrizes não acreditam que seja algo constrangedor (GRÁFICO 14).

Em nosso país, amamentar em público não é considerado um ato constrangedor, dependendo da cultura de cada grupo social. Em estudo realizado nos Estados Unidos, ficou claro que a cultura americana considera do ato de amamentar em público constrangedor. (LIMA; JAVORSKI; VASCONCELOS, 2011).

Gráfico 15 - Acreditam que produzem leite suficiente para amamentar o RN. Jacareí-SP, 2014 

   

Fonte: Instrumento de pesquisa

Das nutrizes entrevistadas 80% das entrevistadas acreditam que não produzem leite suficiente para amamentar seus bebês (GRÁFICO 15).

(39)

O aleitamento materno fortalece a imunidade, mantém o crescimento e desenvolvimento normais, melhora o processo digestivo e favorece o vínculo mãe-bebê. O aleitamento materno é uma das maneiras mais eficientes de proporcionar suporte nutricional, imunológico e psicológico, sendo uma pratica natural que favorece o binômio, consumido em quantidades suficientes pelos bebês. (CARVALHO; CARVALHO; MAGALHÃES, 2011).

Gráfico 16 - Acreditam que após menstruar podem amamentar. Jacareí-SP, 2014

   

Fonte: das autoras

Na pesquisa, 72% das nutrizes acreditam poder amamentar o bebê durante a menstruação (GRÁFICO 16).

Não há contra indicações sobre amamentar o bebê durante a menstruação. A produção de leite se mantém desde que ocorra a estimulação e esvaziamento das mamas, se a amamentação não for exclusiva, a menstruação deverá retornar em aproximadamente 3 a 4 meses após o parto, de forma irregular, assumindo uma coloração mais escura (MANICA, 2011).

(40)

Gráfico 17 - Acreditam que amamentar é estressante.Jacareí‐SP, 2014   

 

Fonte: das autoras

Na pesquisa, 70% das nutrizes entrevistadas acreditam que amamentar não é estressante. (GRÁFICO 17).

O processo de amamentação, embora simples, requer da puérpera um conjunto de condições interacionais no contexto social da mulher e seu filho, entretanto, se a mulher se encontra cansada ou ansiosa, a produção do hormônio ocitocina, responsável pela descida do leite é bloqueada, podendo sua vazão ficar prejudicada (SANTOS et al., 2014).

Gráfico18 - Acreditam que quando estão gripadas ou doentes podem amamentar.Jacareí-SP, 2014 

 

(41)

Sobre estar gripadas ou doentes, 77% das nutrizes entrevistadas acreditam que podem amamentar seu bebê e 23% delas acreditam que não. (GRÁFICO 18).

Somente em alguns casos de doenças infecciosas é contra indicada a amamentação, tais como: HIV, hepatite A, citomegalovírus, varicela, sarampo, mas algumas mães inexperientes encontram problemas durante a amamentação, sendo os mais frequentes: mamilos sensíveis, mamas ingurgitadas, mamilos retraídos, entre outros, porém para todos esses problemas existem soluções, não havendo necessidade da suspensão do aleitamento (BALDAN; FARIAS; BÁCARO, 2013). Gráfico 19 - Acreditam que quem possui cirurgia plástica pode amamentar. Jacareí- SP, 2014

 

 

Fonte: das autoras

As entrevistas ficaram divididas quanto à resposta, pois 50% das nutrizes acham que com a plástica não podem amamentar e 50% acham que podem. (GRÁFICO 19).

Hoje em dia, a mamoplastia não é apenas indicada por razões estéticas, mas também para recuperar a auto-estima, porém pode proporcionar consequência à integridade da estrutura mamária necessária para a produção de leite, ocasionando dificuldades, ou até mesmo, impossibilitar a amamentação (BELENTANI et al., 2011).

As autoras afirmam ainda que, tanto a cirurgia de aumento quanto a redutora refletem um período menor de amamentação, comparado às nutrizes que não realizaram nenhum tipo de cirurgia nas mamas, mas não impossibilita a amamentação (BELENTANI et al., 2011).

(42)

Gráfico 20 - Acreditam que quem trabalha fora deve amamentar. Jacareí- SP, 2014

 

Fonte: das autoras

Segundo a maioria das entrevistadas, 68% acreditam que quem trabalha fora não deve amamentar seus filhos. (Gráfico 20).

De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e a Constituição de 1988, garante a gestante o direito à licença maternidade remunerado. Isso pode proporcionar incertezas, pois como a mãe tenta conciliar sua vida no trabalho e no lar, muitas vezes ela se veem forçadas a largar o emprego para dar continuidade à amamentação. (SILVA; DAVIM, 2012).

Gráfico 21- Acreditam que os bebês com mais de 6 meses devem continuar a amamentação. Jacareí- SP, 2014

 

 

(43)

Como comprova a pesquisa, 85% das nutrizes acreditam que os bebês com mais de 6 meses devem continuar amamentando. (GRÁFICO 21).

O Ministério da Saúde preconiza a amamentação exclusiva até sexto mês e complementada até dois anos ou mais de vida, considerada um fator importante de proteção à saúde do bebê. Contudo, na prática, para ser adotada, é necessário esforços. O período longo da amamentação se deve ao fato das nutrizes que permaneceram determinadas a amamentar, mesmo diante de problemas e interferências, pois a importância do leite materno e o apoio da família se mostraram fundamentais para o sucesso do ato de amamentar (POLIDO et al., 2011).

Gráfico 22 - Acreditam que oferecer só o leite materno até 6 meses de vida faz o RN perder peso. Jacareí-SP, 2014

 

Fonte: das autoras

 

Entre as nutrizes entrevistadas, 60% acreditam que se der só o leite materno até os 6 meses de vida, o bebê perderá peso. (GRÁFICO 22).

A amamentação deve ser iniciada logo após o parto, de preferência na primeira hora. Amamentar é uma prática natural e eficaz, e se torna um intenso aprendizado para a mãe e o bebê. A composição do leite materno muda de acordo com as necessidades do bebê, conforme ele cresce. Mesmo quando o bebê já é capaz de receber outro tipo de alimento, o leite materno é a sua fonte primordial de nutrição durante os primeiros doze meses. Além disso, o sistema imunológico do bebê demora entre dois e seis anos para se completar (CARVALHO; CARVALHO; MAGALHÃES, 2011).

(44)

Inúmeros são os benefícios para o bebê, a mãe, a família e a sociedade, pois para a Organização Mundial de Saúde, a prática salva muitas crianças por ano. Entretanto, como profissionais, devemos estar atentos, fornecendo informações coerentes e sanando possíveis dúvidas que possam ocorrer. A indústria promove substitutos do leite materno, algumas práticas, crenças e mitos culturais podem interferir na amamentação e serviços; e os profissionais de saúde podem dificultar a eficiência e a eficácia do aleitamento materno (DEMITTO et al., 2010).

(45)

6 CONCLUSÃO

Os objetivos propostos nesta pesquisa foram alcançadas ao encontrarmos os seguintes resultados: 48% das mulheres têm entre 21 a 30 anos; 42% são casadas; 31% possuem o ensino médio completo; 69% têm salário de R$ 1.000,00 a R$ 2.000,00 reais; 88% não têm cirurgia plástica nas mamas; 58% têm cirurgia plástica de redução mamária; 77% não sabem o que significa amamentação exclusiva; 96% acreditam que seu peito irá cair; 53% não acreditam que seu leite é fraco; 53% acreditam que seu leite sustenta o bebê; 70% não acreditam que amamentar doi; 60% das puérperas acreditam que amamentar cansa; 68% acreditam que o leite industrializado (NAN) é igual ou melhor que o leite materno; 100% não acreditam que dar de mamar em público é algo constrangedor; 80% não acreditam que produz leite suficiente para amamentar seu filho; 72% acreditam que após menstruar pode amamentar seu filho; 70% das mulheres não acreditam que amamentar é estressante. As entrevistas ficaram dividas quanto à resposta, pois 50% acham que com a plástica não podem amamentar e 50% acham que pode; 58% não acreditam que quem trabalha fora deve amamentar; 85% acreditam que bebês com mais de 6 meses devem continuar a amamentar e 60% acreditam, que se der só o leite materno até os 6 meses de vida, o bebê perderá peso.

(46)

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As crenças e os mitos fazem parte da herança sociocultural do ser humano, determinando assim, diferentes significados do aleitamento materno para a mulher. A decisão de amamentar ou não o seu bebê, depende do significado que a nutriz atribui para essa prática.

A nutriz envolve muitos mitos e crenças, podendo estar diretamente relacionada ao contexto familiar e social. As informações e experiências são transmitidas por amigas, vizinhas, mães e maridos que influenciam de forma positiva ou negativa o ato de amamentar.

Nos processos educativos como na promoção à amamentação exclusiva, o diálogo pode contribuir para a construção de novos conhecimentos e atitudes positivas, desconstruindo mitos e crenças sobre a amamentação.

Ao entrar em contato com uma nutriz com dificuldades de amamentar, a enfermeira nem sempre contextualiza essa dificuldade com sua história de vida, contextualização social e econômica reforçada pelos valores culturais.

Consideramos, portanto, que o trabalho dos profissionais de saúde, principalmente os enfermeiros, exige uma formação técnica e teórica, sensíveis à realidade da comunidade em que estão desenvolvendo seu trabalho. O enfermeiro possui um papel de conscientizar, esclarecer e motivar, mas é essencial que a nutriz decida amamentar ou não.

O aleitamento materno possui vantagens, pois se trata do alimento ideal para o favorecimento do crescimento e desenvolvimento dos bebês, proporcionando proteção contra doenças durante a infância, auxiliando na diminuição da mortalidade infantil.

Conforme encontramos na pesquisa, 60% das puérperas acreditam que amamentar cansa; 68% acreditam que o leite industrializado (NAN) é igual ou melhor que o leite materno; 80% não acreditam que produz leite suficiente para amamentar seu filho; 60% acreditam que se der só o leite materno até os 6 meses de vida, o bebê perderá peso. Foi possível identificar neste trabalho as influências dos mitos e crenças gerados ao longo do tempo, no desmame precoce, prejudicando o processo de aleitamento materno. A educação em saúde para a amamentação é uma grande meta para termos melhores resultados na amamentação, pois muitas mulheres ainda sofrem influências pelos mitos e crenças

(47)

presentes na cultura, passados de geração em geração. As ações educativas devem favorecer o interesse, a construção de conhecimentos e a desconstrução de mitos e crenças. Neste particular, o profissional enfermeiro tem uma importante contribuição, visto acompanhar a mulher em todo ciclo gravídico-puerperal.

Estes mitos e crenças interferem no aleitamento materno e, consequentemente, geram o desmame precoce, ou seja, outros alimentos como chás, água, leite de vaca e leites artificiais são introduzidos à alimentação do lactente, podendo ocasionar prejuízos ao seu crescimento e desenvolvimento.

Portanto, a fim de evitar que estes mitos continuem a interferir no período de lactação, é importante criar melhores alternativas educativas envolvendo equipe multiprofissional (pediatra, nutricionista, fonoaudiólogo e enfermeiros) que estimulem o aleitamento materno exclusivo, informando as suas principais vantagens e as desvantagens geradas pelo desmame precoce, garantindo o esclarecimento das principais dúvidas tanto das nutrizes, quanto de sua família, para não haver insegurança e equívocos de ambas as partes que acabem ocasionando o desmame precoce.

O grupo de gestante é uma opção técnica para se transmitir informações sobre o aleitamento materno e desmistificar alguns conceitos errôneos adquiridos em conversas informais, que possam interferir na decisão de amamentar exclusivamente o bebê. Essa assistência deve ser iniciada durante o pré-natal, durante os quais devem ser abordados mitos e crenças sobre o aleitamento materno, bem como os cuidados com os bebês. A promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno incentiva a formação de uma cultura favorável à amamentação.

Sugere-se mais estudos e pesquisas na área do tema, pois há uma escassez do assunto. Com mais informações podemos ter profissionais cada vez mais aptos para atuar no campo de trabalho, melhorando assim, a qualidade de vida.

(48)

REFÊRENCIAS

ALMEIDA, I. S. et al. Amamentação para mães primíparas: perspectivas e intencionalidades do enfermeiro ao orientar. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 15, n. 1, p. 19-25, 2010. Disponível em: <http://www.revenf.bvs.br/pdf/ce/v15n1/ v15n1a03.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2014.

ANDRADE, REGINA APARECIDA DE; COCA, KELLY PEREIRA; ABRÃO, ANA CRISTINA F. V. Padrão de aleitamento materno no primeiro mês de vida em mulheres submetidas a cirurgia de redução de mamas e implantes. Jornal Pediátrico, Porto Alegre, v. 86, n. 3, p. 239-324, maio/jun, 2010. Disponível: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v86n3/a13v86n3.pdf>. Acesso em: 15 abr. 2014.

ANTUNES, L. dos S. et al. Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 103-109, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n1/14.pdf>. Acesso em: 10 jan 2014.

ARAGAKI, I. M. M.; SILVA, I. A. Percepções de nutrizes acerca de sua qualidade de vida. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 45, n. 1, p. 71-78, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n1/10.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2014.

BALDAN, M. A.; FARIAS, V. P.; BÁCARO, S. D. Comparativo entre aleitamento materno exclusivo e outros tipos de leite no desenvolvimento imunológico de crianças de 0 a 12 meses. Revista Funec Científica, Santa Fé do Sul, v. 1, n. 1, jul./dez. 2013. Disponível em: <http://www.funecsantafe.edu.br/pdf/journal/v1n1.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2014.

BRASIL. Ministério da Saúde- Amamenta Brasil - caderno tutor. Brasília, DF, 2009. p. 118.

BELENTANI, L. M. et al. Visão de mulheres que experienciaram o aleitamento materno após implante de prótese mamária. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 16, n. 2, p. 254-260, abr./jun. 2011. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/ index.php/cogitare/article/view/20429/14212>. Acesso em: 25 fev. 2014.

BENEDETT, A. et al. A dor e desconforto na prática do aleitamento materno. Cogitare Enfermagem, Curitiba, v. 19, n. 1, p. 136-140, jan./mar. 2014. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs/index.php/cogitare/article/view/35971/22179>. Acesso em: 24 fev. 2014.

BUENO, L. dos S.; TERUYA, K. M. Aconselhamento em amamentação e sua prática. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 80, n. 5, p. 126-130, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/jped/v80n5s0/v80n5s0a03.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2014.

CARVALHO, J. K. M. de; CARVALHO, C. G.; MAGALHÃES, S. R. A importância da assistência de enfermagem no aleitamento materno. Revista Ciência, Belo

Referências

Documentos relacionados

Entre os fatores preconizados para uma melhor qualidade do leite tem-se: sua composição assim como as contagens de células somáticas (CCS) e contagem bac- teriana total ou

Nesse sentido, o sistema judiciário, com seu formalismo e dogmatismo do direito positivo, no qual a justiça realizada por meio da vingança passou, no estado

Os resultados obt'idos foram analisados procurando aplicar as inclicaciores de conforto clesenvolviclos por Fanger (1970), posteriormente , aplicaram-se modelos

Todo esse arcabouço de atividades são parte das atividades adaptadas ou flexibilizadas e são fundamentais para contribuir no desenvolvimento do processo de aprendizagem do

17 também conhecida como rede logística, deve levar em consideração o incentivo fiscal, como forma de planejamento e decisão (JUNQUEIRA e MORABITO, 2006). Com base no

Como cristãos sabemos quem somos e, sabemos também quem é A Verdade, não porquê fizemos uma descoberta, ou nossa pesquisa foi melhor, ou fizemos processos mais elaborados, mas

O autor responsável pela submissão deverá enviar também para contato.sbea@gmail.com um ofício assinado por ele, em PDF, afirmando que os Livros ou Boletins Técnicos não

Quanto à durabilidade das restaurações de resinas compostas, é necessária uma avaliação clínica, justificada também pela grande demanda de materiais.