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A Igreja na Indonésia: frente aos desafios para uma nova Indonésia

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Academic year: 2021

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A Igreja na Indonésia: frente aos desafios para uma nova Indonésia

Dehoniana 2001/1, 91-107 Per la citazione: DEH2001-35-PT

A Igreja na Indonésia:

frente aos desafios para uma nova Indonésia

John Mangkey, msc

PLURALISMO NA SOCIEDADE INDONÉSIA

1 A Indonésia é uma sociedade pluralística: multiétnica, multicultural e multi-religiosa. Existem, neste arquipélago de mais de 13.000 ilhas, uma diversidade de grupos étnicos, de culturas, de costumes, línguas e religiões. Há cinco religiões: Islamismo (87%), Protestantismo (7%), Catolicismo (3%), Budismo (2%), Hinduismo (1%). A população da Indonésia é de cerca de 210 milhões de pessoas.

2 Essa pluralidade, às vezes, é motivo de orgulho, quando pode ser mantida uma unidade na diversidade. Há muitas línguas locais e dialetos mas há uma língua comum para todo o país, chamada Bahasa Indonesia (a língua indonésia). Essa diversidade enriqueceu a inclusão e a abertura de várias regiões. Pancasila (cinco pilares), os cinco princípios orientadores para todo o país (fé em um só Deus, unidade, humanismo, democracia e justiça social para todos), tem unido o povo para formar uma nação.

3 Mas ao mesmo tempo, essa diversidade tende a criar problemas e conflitos. Em meio a essa pluralidade, tem emergido uma sociedade fragmentada, caracterizada por fricções nas relações étnicas e inter-religiosas1 SARA (suku agama, ras, antar golongan = etnicidade, religião,

raça, relações intergrupais) são as expressões mais sensíveis e conservam o potencial para conflitos sociais. A etnia é usada, por vezes para incitar a um conflito e a religião é usada como meio de criar divisão entre os adeptos das diferentes religiões. Primordialismo étnico e religioso, ponto fraco da sociedade indonésia, é facilmente manipulado para aguçar preconceitos

1 Ver William Chang, OFM Cap. “Menuju Indonesia Baru (Sebuah Tinjauan Kemasyarakatan)” , in Spektrum no. 1, XXVIII, 2000, p. 26.

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primordiais. Isto vem a ser agravado pelo fanatismo (étnico, político e religioso), que por vezes, constitui uma fonte de problemas que nos últimos anos tendem a se intensificar. Uma série de violências de 1996 até o presente tem sido estreitamente ligada a posições políticas, étnicas e religiosas.

UMA CRISE MULTI-DIMENSIONAL

4 Infelizmente, na era da construção da nação na Nova Ordem de Suharto, a democracia e o respeito pelos direitos humanos fundamentais foram abandonados. Esforçou-se para conseguir um alto padrão de crescimento econômico, mas apenas para legitimar-se politicamente. De fato, sua política econômica não foi além de uma base econômica frágil e o resultado foi um crescimento apenas aparente. A crise asiática de 1997 destruiu não só a economia Indonésia, mas tornou expostas as disfarçadas fraturas sociais, políticas, e jurídicas da nação.

5 Uma análise profunda mostrou que essa situação crítica tinha raízes no sistema e na estrutura da sociedade e em práticas que punham de lado a dignidade humana e os direitos básicos.

6 Primeiro, já desde o início, o sistema econômico da Nova Ordem não ficou do lado do interesse do povo; o desenvolvimento econômico foi direcionado para beneficiar alguns altos funcionários do governo, grupos de altos negócios (conglomerados), em detrimento do povo simples. Baixo nível moral nos altos funcionários do governo, políticas em benefício de certos grupos tiveram também a maior responsabilidade na eclosão dessa crise, observável na manipulação de pessoas, em atitudes abusivas das estruturas e do sistema.

7 Segundo, nesse sistema cada partido procurava usufruir de benefício para os seus grupos ou famílias. As consequências foram corrupção, maquinações e nepotismo, que cresceram sem controle, de modo que as práticas injustas e fraudulentas tornaram-se uma norma de vida

8 Terceiro, o exercício da autoridade do Estado que priorizava a estabilidade do Estado e a segurança do povo, com o apoio de uma forte dominação militar resultou no sacrifício de muitas vidas humanas, especialmente nas áreas de operação militar como Aceh, Papua/Java Ocidental, Timor Leste. Também eram usados sequestros de ativistas pró- democracia, feitos por membros das Forças Especiais Militares para calar aqueles que poderiam pôr em perigo o status quo.

9 Quarto, a razão pela qual a maioria do povo envolvido em várias formas de violência (incidentes relatados à SARA) eram pessoas pobres, parecia que era por terem sido essas pessoas as principais vítimas da

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marginalização e da exclusão causadas pelos programas de desenvolvimento.

10 Quinto, o fato de que a educação nas escolas, mantidas como instrumento de controle político, com orientação para obediência (cega) à vontade do governo, não conseguiram fomentar a formação dos valores humanos e da consciência do direito.

11 O sistema legal era corrupto; não favorecia a verdade e a justiça, mas os interesses do governo, dos conglomerados, por exemplo, para o monopólio; o dinheiro também comprava a “justiça”.

12 Essa má situação indica que a sociedade estava infectada pelo “mal moderno”, os males do tempo que tinham destruído as estruturas do sistema social-político-econômico e a consciência humana. A vida humana não tinha valor, alguns eram considerados meros instrumentos para proveito de outros e mesmo os críticos ou os adversários do sistema eram tidos como ameaça ou problema a ser “resolvido”.

13 Essa desfavorável situação culminou e explodiu como uma crise nacional desencadeada pela invasão do quartel-general do partido Democrático Indonésio de Magawati Sukarnoputri, a 27 de julho de 1996, que provocou uma série de violências em várias partes da Indonésia: Situbondo, Pasuruan, Tuban, Jember, Banyuwangi (Java Oriental), Tasikmalaya (Java Ocidental), Solo (Java Central), Pontianak e Sambas (Kalimantan Ocidental), Madan (Sumatra Norte), Makassar, Luwu ( Sulawesi Sul), Jakarta (Ketapang, revolta de maio de 1998 e o fuzilamento de Trisaki, de estudantes universitários e a tragédia de Samanggi), Kupang (Timor Oeste), Mataram (Lombok) e Poso (Sulawesi Central). Nesta série de tumultos, os chineses ficaram como o alvo e os bodes expiatórios. Além disto, centenas de igrejas foram queimadas e destruídas. A crise econômica e monetária de 1997 agravou a vida do povo Indonésio e desencadeou uma crise multi-dimensional. Tudo isto levou à destituição de Suharto do poder. Foi significante o papel dos estudantes universitários.

14 Essa crise estava, de fato, atrelada a uma crise fundamental, isto é, à crise moral da nação. Infelizmente ela eclodiu sob as várias formas de violência e a sociedade assumiu uma postura de sensibilidade e de reação aos dados relatados à SARA. Essa crise nacional ficou mais complicada pela questão do Timor Leste, em particular, antes e depois do referendum de agosto de 1999. E nos últimos meses, o terror, sob a forma de bombas, tem sido usado como meio de intimidar o povo e o novo governo.

15 Os 32 anos de governo autocrático de Suharto criou uma estigmatização que levou à marginalização2 Isto era indicado claramente

em:

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a) Estigmatização pessoal: estigmas eram dados a pessoas e grupos, um nome prejudicial, certa marca, por exemplo, os que estavam envolvidos com o Partido Comunista. Punha-se um sinal na identidade deles. Posteriormente eram marginalizados ou feitos vítimas.

b) Estigmatização territorial: pessoas de certos territórios recebiam uma marca ruim. Eram os que tinham consciência do seu próprio respeito, dos seus direitos e do empobrecimento do seu ambiente. Eram rotulados de GPK (Gerakan Pengacau Keamanan = Movimento dos Perturbadores da Segurança). GPK Aceh, GPK Irian Java, etc. Eram também marginalizados, indesejados e podiam vir a ser eliminados.

c) Estigmatização na identificação da pessoa: isto se referia à identidade de alguém. Um chinês era chamado de non- pribum não nativo) e assim ele ou ela pertencia a um certo grupo. Isto era o início da marginalização dele/dela. O povo chinês era excluído da atividade política e de posições sociais e assim, concentravam-se nos negócios. Por isto eram considerados ricos, tinham dinheiro e eram extorquidos pelos que estavam no poder.

16 O Regime da Nova Ordem de Suharto (chamado agora de “Velha Indonésia”) notabilizou-se pelo que segue:

1) centralização como forma de colonização das regiões pelo governo central,

2) militarismo,

3) desenvolvimentismo,

4) destruição do meio ambiente,

5) conflito entre os diversos elementos da sociedade,

6) empobrecimento intelectual através da educação (cf. problema da juventude, como drogas, e educação desqualificada,

7) discriminação e aborrecimentos impostos às mulheres, 8) violação da lei que levou o país ao caos.

17 Contra esse cenário, os indonésios estão desejando movimentar-se em direção de uma “Nova Indonésia”, caracterizada pelo que segue:

1) autonomia regional, 2) sociedade civilizada, 3) criação de relações sociais, 4) ambiente ecológico sustentável

5) elementos variados, como oportunidade para a unidade na diversidade,

6) educação para a formação de valores humanos,

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7) emancipação para todos,

8) leis com autoridade e bem observadas o que promove a justiça.3

18 Em outras palavras, a Nova Indonésia, desejada pelo povo indonésio, é uma Indonésia humana, civilizada e justa, que respeita a liberdade, os direitos humanos e se esforça para que haja justiça para todos. São esses os principais desafios enfrentados pela Indonésia, hoje.

19 A mudança de governo para o novo presidente Wahid propiciou uma nova era de abertura e de democracia. Cresce uma nova consciência dos direitos fundamentais das pessoas como também um forte senso de liberdade: liberdade de expressão sem medo, liberdade de imprensa, etc. Constata-se uma espécie de euforia da liberdade que pode ser vista como uma reação à supressão, às limitações e ao rigoroso controle feito pelo regime de Suharto. O parlamento já não é relutante em convocar o presidente para manter um debate sobre suas políticas, e críticas aos membros do governo feitas individualmente ou pela imprensa já não são tabu.

O FATOR ISLÂMICO

20 Ao se falar da Indonésia, não se pode deixar de mencionar o Islamismo, visto ser essa a maior religião do país e Indonésia tem a mais numerosa população muçulmana do mundo. Uma revitalização e um cuidado novo em ser maioria tem crescido nos últimos anos e além disto uma exigência do controle de áreas políticas, econômicas e religiosas. 21 Contam-se duas principais organizações que determinam a existência e a influência do Islamismo na sociedade: o Nahdlatul Ulama/ NU (tradicional — antes, liderado por Abdulrrahman Wahid) e o Muhammadiyah (modernista — antes liderado por Amin Rais). NU significa literalmente “renascimento dos mestres Islâmicos”. Foi constituído em 1926 por um grupo de ulama de Java Oriental. O NU adota as tradições javanesas na fé e nas práticas religiosas. Sua constituição original a impele a variadas atividades religiosas, sociais e econômicas, em particular o proselitismo e a salvaguarda da educação religiosa tradicional.4 A

autoridade do ulama e a força da organização se radicam no pesantren (internatos religiosos).5 Afirma que tem 35 milhões de seguidores. NU é

3 Ver I. Ismartono SJ, idem

4 Ver Suzaina Kadir, “Constested Visions of State and Society in Indonesian Isslam: Tha Nahdlatul Ulama in Perspective” , in Indonesia in Transition: Social Aspects of Reformasi

and Crisis, ed. Chris Manning & Peter van Diermen, Thr Institute of Southeast Asian

Studies 9 Iseas), Singapore, 2000, p. 322.

5 O NU controla 5742 pesantren incorporando 4114 jardins de infância, 780 escolas superiores para jovens, 299 escolas superiores para idosos, 19 universidades e 26 outros

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tolerante, e aberto a outras religiões e não resvala para o fundamentalismo ou fanatismo. O Muhammadiyah visa a adaptar o Islamismo à vida moderna da Indonésia e foi fundado em 1912 em Yogyakarta para contrabalançar o crescimento das missões católicas e protestantes. No momento, está muito envolvido com escolas, hospitais, orfanatos, internatos, tendo o Islamismo como sua base ideológica e moral. Seus membros estão em torno de 25 milhões de pessoas. Para conseguir seus intentos, lançam mão de muitos métodos usados pelos missionários cristãos. 22 Na esfera política, a população muçulmana, principalmente dessas duas organizações, proliferou em muitos partidos políticos que surgiram depois do afastamento de Suharto do poder, em maio de 1998 e da transferência do poder para J.B. Habibie, que inaugurou uma nova fase na história da Indonésia. Entre os partidos políticos de oposição nas eleições de 1999, cerca de 20 eram islâmicos. Pelo menos dois são os elementos que identificam um partido como ‘islâmico’. Primeiro, em sua documentação, muitos desses partidos adotaram oficialmente o Islamismo como sua base ideológica. Segundo, em alguns casos, os partidos políticos mantiveram Pancasila mas, ao mesmo tempo, usam símbolos islâmicos como a estrela e o crescente (ka’ bah) ou outros símbolos associados ao Islamismo. Além disto, um número considerável de mulçumanos ou partidos políticos de orientação mulçumana podiam ser considerados ‘Islâmicos’.6 O resultado

das eleições indicou que partidos com filiação religiosa não eram populares entre as massas. A maioria da população Islamismo preferiu partidos com orientação mais nacionalista, como o Partido Democrático Indonésio em favor da Luta, e o Partido Golongan Karya.

23 Os partidos Islâmicos que adotam o Islamismo como sua base ideológica podem ser incluídos no que se chama ‘Islamismo Politik’ (Islamismo Político). Esforçam-se por influenciar toda orientação e decisão política, com as aspirações Islâmicas, no governo e no parlamento e por reviver Piagam Jakarta = Carta patente de Jacarta). Fazem todos os esforços para que sejam incluídos certos elementos do syariah na lei do casamento, na lei do patrimônio, na lei das esmolas, da educação etc e que essas leis sejam adotadas como leis nacionais. Usam o Islamismo como moeda troca política e ideológica para atrair seus eleitores e seguidores. São representados principalmente por partidos islâmicos tais como PPP (Partai Persatuan Pembangunan), PBB (Partai Bulan Bintang), PDR (Partai Daulat Rakyat), no parlamento, e grupos de linha dura como KISDI (Komite

institutos cadêmcos.

6 Azumardi Azra, “The Islamismic Factor in Post-Soeharto Indonesia”, in Indonesia in

Transition: Social Aspects of Reformasi and Crisis, ed. Chris Manning & Peter van

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Indonesia untuk Solidaritas Dunia Islamismo), FPI (Front Pambela Islamismo).7

24 De outro lado há o ‘Islamismo Kultural’. Tudo isto foi o resultado da repressão de Suharto sobre a política Islâmica. Os Mulçumanos, gostassem ou não, tinham que se servir do Islamismo Cultural para propagar os interesses do Islamismo e dos Muçulmanos. O objetivo era criar uma cultura, ambiente e atmosfera Islâmica ou permear a sociedade com valores Islâmicos. Tiveram a intenção de criar a chamada ‘masyarakat madani’ (sociedade civil), semelhante à sociedade de Madinah, do tempo de Maomé. Foi Nurcholish Madjid, um destacado mestre Mulçumano, que deu um grande impulso para o surgimento do ‘Islamismo Cultural’ através do slogan: ‘Islamismo sim, Partido Islâmico não’ O resultado final do ‘Islamismo Cultural’ tem sido o renascimento da religião e da cultura Islâmica na Indonésia. Estão entre os indicadores: o crescimento do número de mesquitas, madrasah (escolas Islâmicas) e hajj peregrinações a Meca. Outros são a fundação do ICMI (Associação Indonésia de intelectuais Muçulmanos), O Banco Muammalat Indonésia (Banco Islâmico), seguros Islâmicos (takaful) e semelhantes, desde o início de 1990. ICMI, por exemplo, tem tido um importante desempenho político desde sua fundação em 1990, trazendo o Islamismo para o centro do poder nos últimos anos da era Suharto.8

25 A aspiração de certos grupos Muçulmanos, particularmente os mais rigorosos, para fazerem da Indonésia um país oficialmente islâmico, não é secreta. Quando os fundadores da Indonésia estavam preparando o nascimento da nova nação (1945), foi levantado um debate acalorado sobre se a nação se fundamentaria numa certa ideologia religiosa ou seria uma nação secular. Mas a principal vontade dos fundadores era a unidade das diversas ilhas, culturas, grupos étnicos e religiões e assim a base religiosa foi rejeitada. Entretanto, vez por outra, certos grupos Muçulmanos tentaram, muitas vezes, reativar o ‘Piagam Jakarta’ (Carta de Jakarta), que inclui as seguintes palavras: “com a obrigação de observar a lei syariah para os seus seguidores”. A intenção deles era acrescentar essas palavras ao primeiro princípio do Pancasila: “Crer em um só Deus” (“Crer em um só Deus, com a obrigação de observar a lei syriah, para o seus adeptos”). 26 Durante os 32 anos do regime de Suharto, não era permitido discutir ou falar sobre a Carta de Jacarta. Era um tabu. Porém, nesta era de reforma e de abertura, surgiram novos esforços para se reviver a Carta de Jacarta. Partido e grupos tais como PPP, PBB, KISDI, FPI, têm tornado pública sua

7 PPP = Partido Unido para o Desenvolvimento; PBB= Partido da Lua e da Estrela; PDR = Partido da soberania Popular; KISDI = Comité Indonesiano pela Solidariedade e pelo Mundo Islâmico; FPI = Frente dos defensores do Islamismo.

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intenção de levantar a discussão sobre a inserção da Carta de Jacarta no Pancasila. No decorrer do encontro anual do MPR (Assembleia Consultiva do Povo), 7-18 de agosto de 2000, houve um movimento desses grupos para ser incluída na agenda a discussão sobre o Piagam Jakarta. O primeiro Congresso de Mujahidim, a 7 de agosto de 2000, foi encerrado com a resolução chamada “Yogyakarta” (a Carta de Yogyakarta) que obriga a observância do syriah Islâmico para todos os Muçulmanos e rejeita qualquer ideologia contrária ao Islamismo. Com isto acendeu-se uma forte discussão e embora a recente Assembleia Consultiva do Povo tenha rejeitado a inserção da Carta de Jakarta no Pancasila, entretanto mais uma vez, abriu-se um debate público sobre o assunto.

27 Deve-se observar que a posição desses conservadores não representa a maioria dos Muçulmanos. Esses grupos desejam dar a impressão de sua posição conservadora e de que estão lutando pelos interesses do Islamismo. Tornaram a vida difícil não só para os não-Muçulmanos mas também dos Muçulmanos de boa vontade, alimentando uma imagem negativa do Islamismo na Indonésia.

CONFLITOS GENERALIZADOS, EM PARTICULAR NAS

MOLUSCAS

28 O conflito das Molucas não está separado dos conflitos de outras regiões. A invasão do escritório central do Partido Democrático Indonésio, em Jacarta, aos 27 de julho de 1996, que matou várias pessoas, desencadeou subsequente desassossego social e violência em diferentes regiões como foi mencionado acima (p.2).

29 Ambon, capital da Província Molucana que já foi considerada pacífica e tolerante, sustentou todo o potencial de um grande conflito. Os migrantes, principalmente de Sulawest do Sul e de Java, dos quais a maioria era Muçulmana, progrediram economicamente. Enquanto os nativos Amboneses, na maioria protestantes, foram deixados para trás. Esse fato originou um ciúme econômico. Em pouco tempo, altos cargos do governo foram transferidos dos protestantes para os funcionários Muçulmanos. Essa foi também a razão da competição entre Cristãos e Muçulmanos.

30 Outro fator que ajudou a criar e a provocar facilmente conflitos nas Molucas foi a herança do sistema colonial de assentamento dos habitantes. Em algumas áreas, os assentamentos ou vilas dos Cristãos eram separados das vilas dos Muçulmanos. Deste modo, cada grupo formou seu ‘ghetto’ sem muita integração na vida diária. Assim, quando o conflito começou, as vilas Muçulmanas cujos habitantes eram de outros grupos étnicos atacavam os cristãos e vice-versa.

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31 Ambon já foi conhecida como uma região Cristã com 60% de Cristãos e 40% de Muçulamnos. Mas isto tem mudado desde o lançamento do programa de migração (removendo pessoas de algumas regiões, como a superpovoada Java- Mulçumana, na sua maioria, para outras regiões menos povoadas). Nos últimos anos a relação da população foi invertida: da população de Ambon de 300.000 pessoas, 55% eram Mulçumanas e 45% eram Cristãs das quais 5% eram católicas, da população total do arquipélago Molucano de 2 milhões de pessoas.

32 Numa constelação como a deste do arquipélago de 1000 ilhas, um conflito levado ao conhecimento da SARA podia ser facilmente provocado. Num espaço de tempo relativamente curto, as principais partes das Molucas foram afetadas por inquietações sociais. Além de Ambon, o norte do arquipélago (Halmahera e seus arredores) onde os Cristãos eram minoria, foi atingido por distúrbios e os cristãos eram arrancados da região e levados para outras regiões que não conheciam. A região central das Molucas Buru e Seram também foi atingida, como também o sudeste das Molucas, como as ilhas de Kei, Dobo, nas ilhas Aru e Tanimbar que contavam com um significativo contingente cristão.

33 Esse quadro podia ser observado em outras regiões afetadas por conflitos como Poso, Sulawesi Central (maio e junho últimos), ou Luwu, Sulawesi do Sul, mais recentemente (agosto passado), vítimas novamente de conflitos étnicos e religiosos.

OS ATORES POR DETRÁS DESSES CONFLITOS

34 Havia uma firme crença de que todo aquele cenário era orquestrado e representado a partir de Jakarta, capital d Indonésia, por certos grupos para realizarem seus projetos pessoais e políticos. Eram chamados ‘autores intelectuais’ e ‘provocadores’. Não tinham nenhum receio de usar os dados relatados a SARA como instrumento dos seus objetivos pessoais e políticos. O conflito nas Molucas e em outras regiões, normalmente começava como um conflito da comunidade que manipulava a etnia e a religião para determinados fins mais do que como se se tratasse de um conflito inter-religioso. A Religião estava politizada.

35 a) Desde a queda de Suharto em maio de 1998, cresceu o número de rebeliões e da violência generalizada. Os seguidores e amigos íntimos de Suharto, financeiramente poderosos, não gostavam de vê-lo responsabilizado pelo colapso do país e julgado pelo Tribunal o que significava que podiam ter o mesmo destino. Queriam manter o status quo de onde tiravam proveito político e econômico. Insistiam em ver o país desestabilizado e o governo atual desacreditado. Faziam tudo para retardar

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as reformas e aparentemente para evitar recriminações contra os que estiveram envolvidos em abusos dos direitos políticos e humanos nas últimas três décadas. Ainda figuram no governo, no parlamento, nos negócios e nos círculos militares. Alguns que foram ministros nos gabinetes anteriores, generais do exército e pessoas de negócio foram mencionados publicamente como envolvidos nesses conflitos9.

36 b) Os militares também estavam divididos entre os reformistas (militares vermelhos e brancos) que desejam ajustar-se às exigências das reformas e os que querem manter a situação atual e não estão satisfeitos com a redução de suas funções político-sociais. Durante o regime de Suharto os militares exerciam, com força, uma “dupla função”: militar e política. Igualmente, entre os militares há os que dão apoio aos grupos Muçulmanos conservadores (“militares verdes”). No momento, nos meios militares, fala-se de militares progressistas e conservadores.

37 Era difícil compreender como os militares eram incapazes de evitar milhares de Laskar Jihad (tropas da Guerra Santa), saídas de Java para as ilhas Molucas, apesar de o presidente ter dado ordem para que fosse impedida a saída dessas tropas. Havia fortes acusações sobre parcialidade de alguns militares no próprio campo e sobre a ajuda deles para facilitar partida das tropas Jihad e sobre suprimento de armas e munição que eles mesmos levavam ou que eram enviadas para as Molucas. Eles mesmos tornaram-se parte do problema. O ministro da defesa chegou a dizer: “há alguns ou mesmo muitos membros do exército, segundo informações colhidas dos campos de guerra, que se tornaram a maior causa dos choques.10 Igualmente, a presença de soldados desertores complicava a

situação.

38 c) Há também grupos de fundamentalistas e Muçulmanos conservadores/ radicais. Querem que a Indonésia, que conta com a maior população muçulmana do mundo, embora não seja um país oficialmente muçulmano, venha a ser uma República Islâmica. Usam essa situação de conflito para reforçar suas aspirações de fazer da Indonésia, um país oficialmente Muçulmano. Não gostam do presidente Wahid, que é um homem de diálogo e não dá apoio à causa deles.

39 Reportagens sem muito critério, dos meios de comunicação Muçulmanos ajudaram a criar um espírito de Jihad (Guerra Santa) para

9 Cf. George J. Aditjondro, “Playing Political Football with Moluccan Lives”, in Sydney

Morning Herald, 14 july 2000.

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defenderem seus irmãos Muçulmanos que, segundo essas informações, estavam sendo exterminados pelos Cristãos. Treinadas em Java, milhares de tropas Jihad chegaram, em maio passado, em Ambon e Halmahera, equipadas com armas convencionais e automáticas com a intenção de extirpar os Cristãos das Molucas. A chegada delas piorou a situação que já foi de calma e a permanência delas tornou mais difícil o desejo de pôr fim ao conflito.

40 “A partir das informações recebidas, fica claro que o caso Ambon foi planejado fora de Moluku, com a intenção de executar um ‘expurgo étnico’ baseado no ódio a uma CERTA RELIGIÃO”.11 Semmy Waileruni, um

advogado disse: “Do mesmo modo, provocadores disfarçados colaboraram para se criar a inquietação...havia uma coordenada campanha de ataques contra os Cristãos para tirá-los daquelas que foram, um dia, as idílicas Ilhas Spice... começou a surgir como uma amostra, Cristãos sendo expulsos por Muçulmanos... Já não há Cristãos em Ternate. Esse processo de Islamização já está acontecendo. Isto representa uma tentativa de criar um inimigo da religião Cristã”.12

41 “Analistas, tentando compreender a violência Molucana que responde por mais de 3000 vidas nestes últimos 18 meses, acreditam que isto representa uma confluência de interesses. Aquelas fileiras de reformados incompetentes e servindo aos oficiais militares, tentando agitar o caldeirão político longe de Jacarta em favor de extremistas Muçulmanos, bem pagos, tentando aproveitar com a mudança no quadro demográfico de uma região que já teve uma flagrante maioria Cristã, em uma esmagadora nação Islâmica”.13

42 Em um recente apelo de 22 de junho de 2000, o Centro da Crise da diocese de Amboina publicou o seguinte: “O que está acontecendo agora nas Molucas talvez possa ser chamado de “revolta”, ou “violência” ou “conflitos sangrentos” ou mesmo de “guerra”: isto é um assassinato a sangue frio organizado contra o povo inocente, aprovado pelos Muçulmanos mesmo por meio dos locutores de suas mesquitas que apelam para o aniquilamento de todos os ‘Cristãos infiéis’. A violência não pode mais ser vista como um conflito, mas como um esforço levado adiante para afastar as Molucas de qualquer coisa que seja cristã”. Na verdade, os Cristãos já tinham sido tirados de algumas áreas ao norte das Molucas, como Ternate, Tidore, Morotai, Obi, Bacan, Sula, Buru. Ambon e outras partes das Molucas tinham-se tornado campos de assassinatos.

11 An open letter of J.E. Sahetapy, membro do parlamento Jakarta, 21 julho de 2000. 12 Citado em Richard Mann, A Nation Reborn, Gateway Books, 2000, pg. 193-194 13 Far East Economic Review, Hongkong. Ed. 6 julho 2000.

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43 Embora a situação pareça ter melhorado, ainda é muito frágil. A declaração do estado de emergência, a 27 de junho de 2000, seguida do isolamento parcial do território para prevenir o contrabando de armas e munições, não ajudou muito. Somente a exigência da expulsão de um bom número de combatentes do Jihad, o confisco de milhares de armas, de bombas de fabricação caseira e outros artefatos perigosos, além disto, a crescente pressão da comunidade internacional e dos governos pareceram tornar a situação mais fácil.

44 Ao mesmo tempo, tem crescido o desejo de acabar com o conflito. “O desejo de pôr fim ao conflito é cada vez mais ouvido de ambos os lados, dos Cristãos e dos Muçulmanos. Muitos desses últimos também desejam que os guerreiros do Jihad deixem o lugar o mais cedo possível. O comandante em chefe da polícia quase diariamente, tem encontro com uma das comunidades, Muçulmana ou Cristã, até em Masohi (a ilha de Seram). Ele declarou através de uma TV local que virtualmente, ninguém deseja que o conflito continue. Pelo contrário, o povo deseja restabelecer relações mútuas normais baseadas na tradicional pela gandong (fraternidade) Molucana. Um repórter Siwalima conta que não poucas vezes escuta Muçulmanos dizerem: os Cristãos sofrem devido ao que lhes é feito pelos jihads: na realidade, nós também, muçulmanos locais, enfrentamos muitos sofrimentos por causa deles”.14

45 Esse prolongado conflito nas Molucas e ocasionalmente em outras regiões, causou grande perda de vidas humanas e prejuízos materiais e forçou milhares de pessoas a deixarem suas casas e a se tornarem refugiados. Abandonaram as áreas atingidas e se refugiaram em abrigos mais seguros, por ex. em Sulawesi do Norte, outros voltaram para seus lugares de origem como o Sudeste das Molucas, sul de Sulawesi ou Java. Por outro lado, esse fluxo sem precedentes de refugiados criou alguns problemas graves como alimentos, desemprego, novos assentamentos, moradia, educação, saúde, trabalho, danosos efeitos psicológicos, etc.

RESPOSTA DA IGREJA DA INDONÉSIA

46 A situação concreta da sociedade também determina a resposta da Igreja. A alegria, a esperança, os sofrimentos e inquietude do povo são também os da Igreja. Em resposta à situação de crise, a Igreja levantou-se como uma voz crítica e moral como está expresso na Carta Quaresmal de 1997 (pouco antes das eleições) na qual os Bispos manifestam suas preocupações com as situações de crise que invadiram todos os níveis da

14 Recente reportagem do Crisis Centre da Diocese de Amboina, no. 37, 14 de Agosto de 2000.

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vida do povo e estão enraizadas de modo particular, na decadência moral15,

a Carta da Páscoa (“Ressuscitados e firmes na esperança”) que foi publicada como resposta à permanente crise moral com referência especial a fatos correntes como as eleições gerais de 1999, a autonomia regional e regiões especiais.16 No Apelo Moral e Político, 12 de agosto de 1999

(pouco antes da celebração do dia da Independência, 17 de agosto), os bispos expressaram suas preocupações e sua posição sobre a situação geral da sociedade e sobre os incidentes de Aceh, de Ambon e de Timor Leste17.

A assembléia anual da Cofer6encia Episcopal, em novembro de 1999, publicou um alerta pastoral “Vamos Mudar”18 Expõe a longa crise

detonada, na sua origem, pela crise econômica e monetária e a grande necessidade da mudança de atitude (metanoia), arrependimento e reconciliação fundamentada na esperança em Deus. Os bispos pedem à Igreja que ponha em prática o Evangelho, priorizando os que são vítimas e sofrem por causa da crise e se envolva num movimento que saiba superar os limites da religião e das etnias.

47 Acima de tudo, nas suas cartas, eles falam em defesa da dignidade humana, sem levar em conta a filiação religiosa ou étnica. Essa situação de desconforto, de outro lado, aprofundou, entre os fiéis, um senso profundo de solidariedade para com os que são vítimas da crise e dos conflitos. Foi criado um centro da crise filiado à Conferência Episcopal.

48 É significante observar-se também a mudança na posição e na visão da Igreja: de uma Igreja sacramental e institucionalizada, ad intra (olhando para dentro) para um Igreja ad extra (olhando para fora). A ênfase de uma Igreja mais ad intra está nos serviços sacramentais, em instituições bem organizadas e no bom funcionamento dos órgãos internos, como escolas qualificadas, hospitais, meios de comunicação, etc. Até perto de 1990, a Igreja via-se a si mesma como minoria e não interferia na esfera sócio-política ou era muito prudente ao falar de temas sócio-políticos. São palavras do último Cardeal Indonésio: Nós nos vemos como um ‘silêncio eficaz.19 A influência da Igreja era sentida fortemente através da presença

de seus serviços nas escolas, nos hospitais, e nos meios de comunicação e de um número considerável de leigos nos departamentos do governo. Nessa época surgiu uma acusação de cristianização da Indonésia, por parte de grupos Muçulmanos.

49 Uma Igreja ad extra é uma igreja profética, uma voz da moral na sociedade e está envolvida com a causa da justiça e da paz e aberta ao

15 Supplement “Cahier de documents”, n. 243 n EDA. 16 EDA 288, enclosed document.

17 EDA 293, enclosed document. 18 EDA 298, enclosed document. 19 EDA 108, 144, 165, 168.

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diálogo e à participação junto com os vários componentes da sociedade. Solidariedade com o sofrimento especialmente das vítimas dos conflitos e da violência tem sido demonstrada generosamente pelos fiéis, partilhando o que podem oferecer, defendendo os direitos de alguém, procurando a verdade e a justiça. Neste tempo de comunicação, diálogo e cooperação com outras religiões e com outros componentes da sociedade como NGOs se apresentam como o maior desafio para a Igreja. Equipe de Voluntários pela Humanidade, iniciada por um padre Jesuíta Sandyawan, em cooperação com Católicos e não Católicos, é um exemplo do esforço comum não só para ajudar as pessoas marginalizadas e as vítimas da violência mas também para defender os direitos do povo e procurar a verdade e a justiça. Os desafios mais difíceis vêm dos Muçulmanos conservadores que não são abertos ao diálogo.

50 Outro aspecto de uma Igreja que está sendo ad extra é a mudança de uma Igreja que recebe para uma Igreja que envia missionários, fortalecida pelo zelo e pelo impulso missionário. Assim, isto é um desafio para todas as Igrejas locais de serem missionárias, mesmo neste vasto arquipélago da Indonésia. Do ponto de vista de pessoal, há um bom número de religiosos Indonésios enviados para fora do país como missionários e como também em um considerável número de congregações, religiosos Indonésios fazem parte da Administração Geral. Um grande desafio para a Igreja ainda é conseguir sua autonomia financeira, principalmente em algumas Igrejas locais onde a contribuição do povo não consegue satisfazer às necessidades pastorais, especialmente em vista das consequências da crise econômica. 51 Frente à presente crise, espera-se que a Igreja desempenhe o papel de geradora de esperança para os que estão depressivos diante da situação de conflito, o papel de reconciliação numa luta sem violência pela democracia, de defesa da humanidade, e consiga mudar potenciais conflitos em enriquecedora e verdadeira fraternidade. Particularmente, o papel da Igreja local, intermediando conflitos, promovendo a justiça e a paz, defendendo a humanidade como em Ambon, foi muito significativo. Desde o início o bispo, local de Ambon, Mgr. P.C. Mandagi MSC, atuou como mediador aceite entre dois grupos conflitantes. Esse trabalho ficou mais difícil desde que os Jihad chegaram a diferentes partes das Molucas. Instituições católicas tornaram-se alvos de ataques e muitos católicos foram vítimas de golpes. A complexidade da solução de conflito obrigou-o a recorrer à comunidade internacional e aos governos para ajudá-lo a encontrar uma solução. Em julho, o Bispo, acompanhado por líderes religiosos, viajou para a Europa e depois para os Estados Unidos com essa finalidade.

52 Olhando em frente, para uma nova Indonésia, os Bispos Indonésios anteveem uma grande necessidade de erguer a Igreja Indonésia como uma comunidade de base, uma communio, com ênfase sobre o ‘ad extra’,

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significando com isto que ela deva ser parte da sociedade como um todo e em parceria, diálogo e comunicação com todos os componentes da sociedade. Um diálogo honesto e uma atitude de abertura para com outras religiões, em particular o Islamismo, como a principal religião, é exigência, visto que a vida cotidiana dos católicos é no meio deles. Também a correta abordagem pastoral que inclui análise no campo da cultura, da sócio-política, da economia e da religião é necessária.

53 Com a intenção de apresentar a Igreja como uma commnunio, os Bispos concordaram em realizar uma Grande Concentração como encerramento das celebrações do Jubileu dos 2000 anos, no início de novembro de 2000. Ela reunirá representantes dos leigos, dos religiosos, do clero de todas as dioceses da Indonésia, em comunhão com os Bispos. O tema do encontro é “Preparando as Comunidades de Base, rumo a uma Nova Indonésia”. Capacitando Cristãos de todos os níveis de vida pode ser uma importante contribuição para o surgimento de uma nova Indonésia, pacífica e próspera, construída sobre uma verdadeira fraternidade e caracterizada pela mútua compreensão e aceitação, mútua apreciação e respeito, justiça, paz e honestidade.

54 Para se capacitar as comunidades de base, a qualificação dos recursos humanos assume grande importância. Não somente a formação de religiosos e de padres mas também, de modo decisivo, a formação de pessoas leigas, principalmente os jovens, é indispensável. Para ser sal e luz do mundo Indonésio, para ser profética, estar presente e exercer influência na sociedade, a Igreja da Indonésia necessita de leigos qualificados, agentes de pastoral e de catequistas. Eles estão na linha de frente da sociedade. Há muitos leigos capazes de seguir cursos de nível mais elevado ou estão disponíveis para seguir cursos de formação, porém, muitas vezes, o principal obstáculo é a limitação econômica. Acredito que o futuro da Igreja está nas mãos dos leigos. Desde o início da Igreja Católica na Indonésia, os leigos já eram agentes determinantes da evangelização e do crescimento da Igreja. Entretanto face aos crescentes desafios, mencionados acima, e os desta era da globalização que vem afetando também a sociedade Indonésia, precisamos de construir uma Igreja profética com ampla e significante participação de leigos qualificados.

55 A Igreja da Indonésia não economiza desafios, mas acredito que eles são necessários para o seu crescimento e maturidade. A Igreja continuará presente na sociedade como testemunha fidedigna, como sacramento do amor, da justiça, da paz, quaisquer que possam ser as dificuldades.

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