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KARLA DIANA DA SILVA SOMBRA REAÇÃO DE CULTIVARES DE MELOEIRO À MOSCA MINADORA

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KARLA DIANA DA SILVA SOMBRA

REAÇÃO DE CULTIVARES DE MELOEIRO À MOSCA MINADORA

MOSSORÓ-RN 2011

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KARLA DIANA DA SILVA SOMBRA

REAÇÃO DE CULTIVARES DE MELOEIRO À MOSCA MINADORA

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do grau de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

Orientador: Prof. D.Sc. ELTON LUCIO DE ARAUJO

MOSSORÓ-RN 2011

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

S693r Sombra, Karla Diana da Silva.

Reação de cultivares de meloeiro à mosca minadora. / Karla Diana da Silva Sombra. -- Mossoró, 2011.

55f.: il.

Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de concentração em Proteção de plantas) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação.

Orientador: Prof. Dr. Elton Lucio de Araujo

1.Cucumis melo. 2. Liriomyza sativae. 3.Suscetibilidade. I. Título.

CDD: 595.774

Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza CRB-15/452

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KARLA DIANA DA SILVA SOMBRA

REAÇÃO DE CULTIVARES DE MELOEIRO À MOSCA MINADORA

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do grau de Mestre em Agronomia: Fitotecnia.

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DEDICO

Ofereço esta dissertação as minhas queridas irmãs Diana Nara e Daiana Sombra, pelo carinho, companheirismo, amizade, descontrações e por primeiro me ensinar que temos que dividir, aprender, sorrir, concordar, discordar sem discutir, lutar, ajudar e amar aqueles com que convivemos enfim, o primeiro aprendizado de uma vida em conjunto!

OFEREÇO Um dia li um poema que dizia, entre outras coisas, aprendi

que as pessoas mais necessárias são os pais e que a coisa mais bela é o amor. Hoje, mais que nunca percebo e concordo com isso. Dedico esta dissertação aos meus pais: Ana Maria da Silva Sombra e Francisco Nailton Gomes Sombra, de vocês recebi o dom mais precioso do universo: a vida. Inspiraram-me a certeza de sua presença e a segurança de seus passos guiando os meus. O carinho de sua voz, a presença do seu sorriso, o conforto de suas lágrimas, o brilho do seu olhar me fez tão grande quanto o seu amor por mim. Se eu pudesse fazê-los eternos... eternos eu os faria. A vocês, mamãe e papai, não mais que com justiça, dedico esta vitória.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, que me deu sabedoria para enxergar as oportunidades, por ter posto em meu caminho pessoas que me ensinaram e que me auxiliaram e por ter sido meu maior refúgio nas horas de desespero e desilusão, quando me deu mais paciência e lucidez para sempre enxergar o lado bom das coisas.

Aos meus pais pela educação oferecida, pelo apoio, por tudo que fizeram até o momento, e sempre levarei em meu coração a responsabilidade de retribuir toda a alegria que me proporcionaram.

As minhas queridas irmãs Diana Nara e Daiana Sombra e meu cunhado Antônio Carlos pela grande amizade dedicada, pelos ensinamentos, pela motivação, pelas boas conversas, pelos conselhos em horas próprias, enfim, por me oferecer uma amizade tão especial.

A Universidade Federal Rural do Sem Árido (UFERSA), pela oportunidade de cursar a Pós-graduação.

À Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de mestrado.

Ao Dr. Elton Lucio, pela orientação, por ter me ensinado que pesquisa é dedicação, paixão pelo que faz e determinação.

Aos meus amigos de laboratório (Kamyla Tavares, André Victor, Luan Ítalo, Isadora Marcolina, Marcos Ribamar, Márcia Mayara, Danielle Campos, Izabel Bezerra, Juliana Ribeiro, Wigna Gabriela, Clara Elizabete, Marcos Saymon, Ewerton Medeiros, Ewerton Marinho, Dijalma Freitas, além de todos aqueles que no momento não me recordo, mas que me ajudaram nesse tempo que vivi no Laboratório) donos de meu maior aprendizado em equipe e em pesquisa, companheiros de horas difíceis e boas.

Aos amigos Carlos Eduardo e Carlos Henrique, pela grande amizade que construímos dentro e fora da universidade.

Em fim, a todos que de alguma forma contribuíram com o desenvolvimento desse trabalho e a minha formação, e que por imprudência de minha memória esqueci-me de agradecer.

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RESUMO

SOMBRA, Karla Diana da Silva. Reação de cultivares de meloeiro à mosca minadora. 2011. 57f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.

A mosca minadora Liriomyza sativae (Diptera: Agromyzidae) é uma das principais pragas da cultura do meloeiro (Cucumis melo L.), na região da Chapada do Apodi, nordeste brasileiro. Como alternativa ao uso intenso de agrotóxicos para seu controle, deve ser estimulado cada vez mais o estudo da resistência varietal desta cultura à mosca minadora, método de controle que preconiza a obtenção de material resistente a pragas e doenças. No entanto, como não existem variedades resistentes a esta praga, logo, o presente trabalho teve por objetivo avaliar, em condições de laboratório, a suscetibilidade de dez variedades comerciais de meloeiro em relação à mosca minadora. Avaliaram-se a preferência por oviposição, em testes com e sem chance de escolha, o efeito de antibiose das variedades, sobre a mosca minadora e a correlação entre o número de tricomas presentes nas plantas e a preferência por oviposição. Pode-se concluir que: para o teste com e sem chance de escolha a variedade „Imperial‟ foi a menos preferida para oviposição. Quanto à pilosidade, observou-se que as variedades menos ovipositadas possuíam a maior quantidade de tricomas. Não ocorreu diferença no tempo de desenvolvimento de ovo a adulto entre as variedades avaliadas. Existe uma correlação negativa e significativa, onde indica que as duas variáveis estudadas são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o número de tricomas menor o numero de larvas/cm2.

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ABSTRACT

SOMBRA, Karla Diana da Silva. Reaction of melon cultivars to leafminer. 2011. 57f. Thesis (MS in Agronomy: Plant Science) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.

The leafminer Liriomyza sativae (Diptera: Agromyzidae) is a major pest in melon (Cucumis melo L.) in the region of Chapada do Apodi, northeastern Brazil. As an alternative to the heavy use of pesticides for its control, the study of varietal resistance for this culture to the leafminer – control method that preconizes the procurement of materials resistant to pests and diseases – should be promoted more and more. However, there are no resistant melon varieties to this pest, so this study aimed at evaluating, under laboratory conditions, the susceptibility of ten commercial melon varieties to the leafminer. We evaluated the preference for oviposition in tests with and without choice, the effect of antibiosis of varieties on the leafminer and the correlation between the number of trichomes on varieties and the preference for oviposition. We can conclude that for the tests with and without choice the variety 'Imperial' was less preferred for oviposition. The varieties less oviposited presented the largest number of trichomes. There was no difference in the development time from egg to adult in the varieties tested. There is a negative and significant correlation that shows that the two variables studied are inversely proportional, what means that the more the number of trichomes, the lower the number of larvae/cm2.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 Médias do Nº larvas/cm2 da mosca minadora em plantas de diferentes variedades de meloeiro. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 29

FIGURA 2 Médias do Nº larvas/cm2 da mosca minadora em plantas de diferentes variedades de meloeiro, em teste sem chance de escolha. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 31

FIGURA 3 Correlação entre o número de larvas/cm2 em teste com chance de escolha e o número de tricomas presentes nas variedades avaliadas. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 33

FIGURA 4 Médias da quantidade de larvas, pupas e adultos da mosca minadora, em teste sem chance de escolha. Mossoró/RN, UFERSA, 2010. ...

35

FIGURA 5 Porcentagem da viabilidade larval da mosca minadora nas variedades avaliadas. Mossoró/RN, UFERSA, 2010. ...

36

FIGURA 6 Porcentagem da viabilidade pupal da mosca minadora nas variedades avaliadas. Mossoró/RN, UFERSA, 2010. ... 37

FIGURA 7 Desenvolvimento (dias) larval e pupal da mosca minadora nas variedades avaliadas. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Variedades comerciais de meloeiro que foram avaliadas. Mossoró/RN, UFERSA, 2010...

25 Tabela 2 Densidade média (±EP) de tricomas da superfície das

folhas das dez variedades de meloeiro. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 32 Tabela 3 Médias (±EP) do desenvolvimento de ovo a adulto de

Liriomyza sativae, em 10 variedades de meloeiro, avaliados em teste com chance de escolha, em laboratório. Mossoró/RN, UFERSA, 2010... 38

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SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 16 2.1 CULTURA DO MELOEIRO... 16 2.1.1 Aspectos Botânicos... 16 2.1.2 Aspectos Econômicos... 18 2.2. MOSCA MINADORA... 19

2.2.1 Danos de importância econômica... 21

2.2.2. Aspectos biológicos da mosca minadora... 22

2.2.3 Hospedeiros... 23

2.2.4 Resistência de plantas a insetos... 24

3. MATERIAL E MÈTODOS... 26

3.1. LOCAL DE REALIZAÇÃO... 26

3.2. CRIAÇÃO DE MANUTENÇÃO DE MOSCA MINADORA 26 3.3. OBTENÇÃO DOS HOSPEDEIROS... 27

3.3.1 Produção de mudas... 28

3.4. AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA POROVIPOSIÇÃO.... 28

3.4.1 Teste com chance de escolha... 28

3.4.2 Teste sem chance de escolha... 29

3.5 INFLUÊNCIA DOS TRICOMAS NA OVIPOSIÇÃO DA MOSCA MINADORA... 30

3.6 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE ANTIBIOSE... 31

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 32

4.1 PREFERÊNCIA PARA OVIPOSIÇÃO EM TESTE COM CHANCE DE ESCOLHA... 32

4.2 PREFERÊNCIA PARA OVIPOSIÇÃO EM TESTE SEM CHANCE DE ESCOLHA... 33 4.3 INFLUENCIA DA DENSIDADE DE TRICOMAS SOBRE A OVIPOSIÇÃO DA MOSCA MINADORA... 35 4.4 EFEITOS DE ANTIBIOSE... 37

4.5 DESENVOLVIMENTO DE OVO A ADULTO DE L.sativae 41 5 CONCLUSÃO... 44

REFERÊNCIA 45

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1. INTRODUÇÃO

O meloeiro (Cucumis melo L.) é uma das cucurbitáceas mais cultivadas no mundo, tendo apresentado em 2008 uma produção de aproximadamente 28 milhões de toneladas, a área total plantada com esta cultura gira em torno de 1,3 milhões de hectares (FAO, 2011). Segundo dados do IBGE (2010), o Nordeste brasileiro é responsável por cerca de 93% da produção nacional, com uma área cultivada de 13.062 ha, sendo os maiores produtores os estados do Rio Grande do Norte e Ceará.

Silva et al. (2002) afirmaram que um dos fatores que contribui para o lugar de destaque destes dois estados na produção nacional desta olerícola, além da alta tecnologia empregada, são as condições climáticas da região, principalmente pela alta luminosidade e os baixos índices de pluviosidade.

A expansão das áreas produtivas de melão nos últimos anos foi acompanhada de desequilíbrios ambientais, trazendo à tona problemas fitossanitários, os quais passaram a se constituir em fatores limitantes do meio produtivo. Dentre estes problemas, os insetos-praga têm se tornado agente preocupantes, visto que a sua ação tem reduzido a produção de maneira considerável (ALENCAR et al., 2002).

Na região oeste do Rio Grande do Norte, as principais pragas da cultura do meloeiro são a mosca branca, Bemisia tabaci Biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae), as brocas-das-cucurbitáceas, Diaphania nitidalis e D. hyalinata (Lepidoptera: Pyralidae) e principalmente a mosca minadora, Liriomyza sativae (Diptera: Agromyzidae) (BLEICHER; MELO, 1998; FERNANDES, 1998; BRAGA SOBRINHO et al., 2003).

Os problemas ocasionados pela mosca minadora aumentaram significativamente nos últimos anos nos municípios de Assu, Baraúna e Mossoró. Apesar da alta tecnologia adotada pelos produtores de melão no semi-árido, nos últimos anos, sérios problemas têm sido enfrentados com o ataque desta praga (ARAUJO et al., 2007a).

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O ataque da mosca minadora ocasiona uma diminuição da capacidade fotossintética das plantas do meloeiro, devido à destruição da área foliar, podendo até provocar a morte das mesmas no caso de ataques mais severos (SALES JÚNIOR et al., 2004).

Segundo Araujo (2004), os produtores da região vêm utilizando métodos tradicionais de controle, dentre eles o principal é o controle químico, no entanto, esse tipo de controle vem apresentando um resultado abaixo do esperado. De acordo com Parrella (1987), vários fatores ligados à bioecologia deste inseto, como o ciclo de vida curto, alta mobilidade dos adultos, alta capacidade reprodutiva além dos estágios de ovo e larva ficarem protegidos dentro do tecido foliar contribui para o insucesso do controle químico desta praga.

Por serem escassas as informações relacionadas à praga nas áreas de produção, os métodos de controle até então utilizados foram pouco ineficientes, sendo que o principal deles é o controle químico. Cerca de 15% do custo total de produção é destinado ao controle da praga, chegando-se ao valor de R$ 500/ha gastos somente com inseticidas (PUPIN, 2006), assim, os custos médios de produção da cultura proporcionam menor margem de lucro aos produtores (AGRIANUAL, 2010). Este método é empregado quase que exclusivamente, sendo, em vários casos, desprovido de integração com outras práticas de manejo para tentar se conviver com a praga.

A diminuição da população de inimigos naturais, bem como os riscos ao meio ambiente e trabalhadores são problemas ocasionados pelo uso inadequado dos defensivos agrícolas. Assim, o estudo de métodos alternativos de controle passa a ser uma meta bastante promissora para programas de manejo integrado.

Dentre esses métodos, destaca-se a resistência varietal (FLINT; PARKS, 1990; CHU et al., 2001), método de controle que preconiza a obtenção de material resistente a pragas e doenças (LARA, 1991). Como alternativa ao uso intenso de agrotóxicos para seu controle, deve ser estimulado cada vez mais o estudo da resistência varietal desta cultura à L. sativae.

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Estudos sobre os aspectos biológicos da praga são importantes para se estabelecer estratégias de controle para a cultura do meloeiro, no pólo agrícola do semi-árido nordestino, onde estes ainda são bastante incipientes.

Logo, a utilização de cultivares resistente a insetos é uma das principais estratégias consideradas em manejo integrado de pragas (MIP). O uso de cultivares resistente colabora para a redução no uso de agrotóxicos, altera o tamanho e a atividade da população dos insetos bem como altera ou inibe os efeitos de seus mecanismos de oviposição e alimentação (HEINZ; ZALOM, 1995).

No entanto, como não existem cultivares resistentes a L. sativae, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a suscetibilidade de diferentes cultivares comerciais de meloeiro ao ataque da mosca minadora.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CULTURA DO MELOEIRO

2.1.1 Aspectos Botânicos

O meloeiro pertencente ao gênero Cucumis, subtribo Cucumerinae, tribo Melothrieae, subfamília Cucurbitoidae, família Cucurbitaceae, espécie Cucumis melo, é uma espécie cujo centro de origem não está claramente estabelecido, sendo localizado por alguns autores na África, enquanto para outros no Oeste da Ásia, dispersando-se a partir da Índia para todas as regiões do mundo (ROBINSON; DECKER-WALTER, 1997; BRANDÃO FILHO; VASCONCELOS, 1998).

Foi trazido ao Brasil pelos escravos, sendo conhecido desde o século XVI. A segunda introdução foi feita pelos imigrantes europeus, iniciando-se de fato a expansão da cultura, sobretudo no Estado do Rio Grande do Sul, considerado primeiro centro de cultivo no país, depois em São Paulo, Pará e região Nordeste, principalmente nos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco (ALVARENGA; RESENDE, 2002; GRANGEIRO et al., 2002).

O meloeiro é uma dicotiledônea, perene na natureza, sendo explorada como planta anual. O sistema radicular é superficial e praticamente sem raízes adventícias; o caule é herbáceo, de crescimento rasteiro ou prostrado; as folhas são pecioladas, grandes, divididas em três a cinco lobos e com pilosidade de textura aveludada; as flores são amarelas constituídas por cinco pétalas e estão presentes como imperfeitas, perfeitas ou hermafroditas em pontos diferentes da planta. Os frutos são geralmente amarelos, amarelados ou verdes; e as sementes ovaladas e comprimidas (FONTES; PUIATTI, 2005).

É uma planta muito exigente quanto ao solo, preferindo os de textura média: franco-arenoso ou areno-argiloso, profundos, de fácil drenagem, com níveis

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adequados de nutrientes e com pH na faixa de 6,0 a 7,5 (GRANGEIRO et al., 2002).

O cultivo é feito em clima quente e seco, com temperatura ideal variando de acordo com o estádio fenológico da cultura. É propagado por sementes e a colheita ocorre entre 60 a 75 dias após o plantio, dependendo da cultivar utilizada (COSTA et al., 2001).

As cultivares botânicas foram agrupadas e os principais melões produzidos comercialmente pertencem hoje a dois grupos: Cucumis melo var. inodorus Naud. e C. melo var. cantaloupensis Naud., correspondendo respectivamente, aos melões inodoros e aos melões aromáticos.

Os frutos pertencentes ao grupo C. melo var. inodorus são denominados melões de inverno, que apresentam casca lisa ou levemente enrugada, coloração amarela, branca ou verde escura. A polpa é geralmente espessa (20 a 30 mm), de coloração que varia de branco a verde-claro, com elevado teor de açúcares. Possuem longo período de conservação pós-colheita, são mais resistentes ao transporte à longa distância e ao armazenamento em temperatura ambiente e, geralmente, têm frutos maiores e mais tardios que os aromáticos (FERNANDES, 1996; FREITAS, 2003). Na região Nordeste, os mais cultivados são os híbridos comerciais de casca amarela.

Frutos pertencentes ao grupo C. melo var. cantaloupensis são muito aromáticos, sendo mais doces que os inodorus. Apresentam superfície reticulada, verrugosa ou escamosa, podendo apresentar gomos, e possui polpa de coloração alaranjada, salmão ou às vezes, verde (FERNANDES, 1996). Necessitam de maiores cuidados no manejo cultural e na pós-colheita, principalmente em relação à cadeia de frio (FREITAS, 2003). Os tipos mais comuns são: Charentais (de casca lisa, de casca verde-escura e de casca reticulada), Gália, Cantaloupe (ALVES, 2000) e Orange flesh (FERNANDES, 1996).

Cerca de 70% do melão produzido e comercializado no Brasil é do tipo Amarelo do qual fazem parte diversas cultivares e híbridos, destacando-se como o principal tipo que se destina ao mercado externo. Tal preferência deve-se ao potencial produtivo e a maior resistência do melão amarelo ao transporte por

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longas distâncias e no armazenamento em temperatura ambiente (COSTA et al., 2001; BUAINAIN; BATALHA, 2007).

2.1.2 Aspectos Econômicos

A produção mundial de melão em 2009 foi de cerca de 28 milhões de toneladas, sendo os maiores produtores a China, Turquia e Espanha, que responderam por mais de 60% da produção, com o Brasil na 12º posição (FAO, 2011).

Em 2005, o melão foi à segunda fruta fresca mais exportada pelo Brasil, em valor de exportação, superado apenas pela uva (BUAINAIN; BATALHA, 2007). A produção de melão no Brasil é de cerca de 510 mil toneladas de frutos por ano, em área de 21.450 ha (FAO, 2011). Todas as regiões brasileiras produzem melão, sendo cerca de 93,6% no Nordeste, 4,8% no Sul, 1,2% no Sudeste e os 0,4% restantes no Norte e Centro-Oeste (AGRIANUAL, 2010).

Em 2006, as exportações brasileiras de frutas frescas geraram divisas superiores à US$ 480 milhões para um volume aproximado de 830 mil toneladas. As principais frutas focalizadas foram: uva, melão, manga, banana, limão, lima e maçã (GLOBAL 21, 2010).

Os maiores pólos produtores são o Baixo Jaguaribe, no estado do Ceará, com área plantada de 6.803 ha e produção de 170.424 t e os agropólos Mossoró/Assu, no estado do Rio Grande do Norte, com área plantada de 3.591ha e produção de 100.584 t, o que faz do cultivo do meloeiro um dos principais segmentos da cadeia do agronegócio nesses Estados (IBGE, 2010).

Contribuem para esta alta produção o fato de a região possuir condições climáticas ótimas, como alta luminosidade, baixos índices pluviométricos em quase todo o ano, baixa umidade relativa do ar, além de o pólo agrícola citado estar situado na Área Livre de Anastrepha grandis (Diptera: Tephritidae), a mosca-das-cucurbitáceas, proporcionando aceitação do produto pelos países importadores.

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Essas regiões são semi-áridas; entretanto, apesar dessa condição, são muitos os problemas de ordem fitossanitária que acometem essa cultura. Dentre os fatores que limitam a produtividade do meloeiro, podem-se destacar os danos ocasionados pelas pragas (FERNANDES, 1998).

2.2. MOSCA MINADORA

Atualmente a mosca minadora é considerada a principal praga do meloeiro nas regiões de Assu e Mossoró (RN) e no Vale do Jaguaribe (CE), tendo sido apontada por alguns produtores dessas regiões, como responsável por perdas de até 20% (ARAUJO, 2004).

Essa alta infestação é geralmente atribuída ao uso inadequado de inseticidas, que resulta na remoção de inimigos naturais da praga. Os produtores de melão vêm utilizando métodos tradicionais de controle que, no entanto, não tem apresentado os resultados esperados (ARAUJO, 2004).

A baixa eficiência de controle, provavelmente se deve a vários fatores ligados à biologia do inseto como: ciclo de vida curto, alta mobilidade dos adultos, alta capacidade reprodutiva além dos estágios de ovo e larvas ficarem protegidos dentro do tecido foliar (PARRELLA, 1987).

Na região de Mossoró (RN), Araujo et al. (2007b) detectou a espécie da mosca minadora L. trifolii causando danos à cultura do meloeiro. O adulto da mosca minadora é de tamanho diminuto medindo cerca de 2 mm. As fêmeas realizam postura endofítica, ou seja, ovipositam diretamente no tecido vegetal (parênquima foliar). As larvas ao eclodirem iniciam a escavação de galerias no interior do limbo foliar. Com o desenvolvimento da larva e a continuidade da alimentação, a galeria se prolonga e toma o formato de uma serpentina ou mina. Com isso, ocorre uma redução na capacidade fotossintética da planta. As folhas severamente atacadas podem secar e/ou rasgar devido à ação do vento. A presença de orifícios destinados à postura predispõe as plantas à infestação por

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microrganismos fitopatogênicos ocasionando perdas ainda maiores (MINKENBERG; LENTEREN, 1986).

De acordo com Fernandes (1998), um número significativo de adultos pode ser capturado mediante o uso de bandejas plásticas amarelas, contendo água e algumas gotas de detergente. As armadilhas devem ser dispostas dentro e na periferia do cultivo. O controle cultural é muito importante na redução da infestação de mosca minadora na cultura do meloeiro.

Segundo Sales Júnior et al. (2004) as medidas de controle adotadas devem seguir aos padrões do manejo integrado de pragas, sendo estes: Realizar o plantio de mudas sadias; Proteger a planta com o tecido não tecido - TNT; Fazer o plantio na direção contrária do vento; Utilizar lona plástica amarela, impregnada com óleo, nas laterais de plantio; Passar lona plástica amarela, impregnada com óleo vegetal, nas áreas infestadas, com auxílio da barra de pulverização ou sendo conduzida por trabalhadores; Realizar a aplicação de inseticidas apenas quando a praga atingir o nível de dano e destruir os restos culturais. Segundo Embrapa (2002) ocorre um significativo controle natural da mosca minadora no campo, pela ação de inimigos naturais, principalmente vespas parasitóides. A ausência desses inimigos naturais pode resultar em altas densidades populacionais da praga.

2.2.1 Danos de Importância Econômica

Os danos diretos aos hospedeiros causados pelas moscas minadora podem ser de dois tipos: perfurações nas folhas, em decorrência das puncturas de alimentação e oviposição e formação de minas no mesófilo foliar (MUSGRAVE; POE; BENNETT, 1975).

O primeiro dano citado pode resultar em deformações nas folhas, principalmente no ápice e ao longo das margens (PARRELLA et al., 1985). No entanto, o principal prejuízo é a destruição do tecido foliar decorrente de alimentação das larvas (SILVEIRA, 2005).

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Diferentes culturas são afetadas pelos danos indiretos causados pelas moscas minadora, das seguintes formas: diminuindo a capacidade fotossintética da planta (JOHNSON et al., 1983); funcionando como vetora de doenças (ZITTER; TSAI, 1977); destruindo mudas (ELMORE e RANNEY, 1954); reduzindo o valor estético das plantas ornamentais (PARRELLA; ALLEN; MORISHITA, 1981); provocando estresse hídrico; queda de folhas; atrofiamento das plantas (MUSGRAVE; POE; BENNETT, 1975) e reduzindo o teor de açúcar dos frutos (ARAUJO et al., 2007a).

O impacto econômico dessa praga pode atingir valores elevados, como relatado na Oceania, em Vanatu, na década de 80, L. sativae foi responsável pela perda de 70% da produção na cultura de tomate (WANTERHOUSE; NORRIS, 1987).

Na indústria de crisântemo na Califórnia entre os anos de 1981 – 1985 as perdas acarretadas pela espécie L. trifolii atingiram 93 milhões de dólares (PARRELLA, 1987). No Peru as perdas econômicas acarretadas pela espécie L. huidobrensis, em batata, atingiram 35% em 1984 (CHAVEZ; RAMAN, 1987).

Na década de 30, foi relatado que a espécie L. huidobrensis acarretou uma perda de 100% de produção em plantações de batata e perdas de até 70% em outras culturas em áreas da Indonésia (SHERPAD; SAMSUDIN; BRAUN, 1998). Na cultura do meloeiro no estado do Rio Grande do Norte, na safra de 2004 – 2005, acarretaram perdas de 10 – 15% da área, em função do baixo teor de sólidos solúveis totais dos frutos a serem exportados (ARAUJO et al., 2007a).

2.2.2. Aspectos biológicos da mosca minadora

A alimentação e oviposição dos adultos parece ocorrerem primariamente durante o período da manhã, e a freqüência de atividades está positivamente correlacionada com a temperatura. Pouca atividade de adulto é observada depois de

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18:00 horas. Puncturas em folhas podem ocorrer com igual freqüência nas faces abaxial e adaxial das folhas, mas isto depende das espécies (PARRELLA, 1987).

Ambos os sexos da mosca minadora emergem durante as primeiras horas da manhã. A hora do dia com maior número de emergências varia conforme a espécie. Esse evento pode durar de 5 minutos a mais de uma hora, e pode ocorrer mortalidade durante este processo.

Estudos de razão sexual de adultos emergindo de pupas indicam uma proporção de 1:1 ou ligeiramente favorável as fêmeas. Criações intensivas de L. trifolii em laboratório após cinco anos apresentam uma razão sexual de aproximadamente 1:1 de emergência de adultos (PARRELLA, 1987).

Ainda segundo Parrella (1987), adultos recém-emergidos exibem uma resposta fototáctil positiva e sobem até o pecíolo da planta, onde ficam imóveis por um período de aproximadamente 20 minutos enquanto expandem suas asas e o corpo. O corpo fica completamente esclerotizado e colorido dentro de um intervalo de vinte minutos à uma hora.

O conhecimento de características biológicas básicas da mosca minadora é de importância fundamental para o desenvolvimento de modelos fenológicos, novos métodos de intervenção e estratégias de controle biológico (LANZONI et al., 2002).

A descrição quantitativa do impacto da temperatura sobre o desenvolvimento de dípteros minadores de folha seria um componente de modelos matemáticos que podem ser usados na previsão de dinâmicas populacionais dessa praga. Tais modelos seriam de grande valor em programas de manejo (SHUSTER; PATEL, 1985).

Estudo realizado utilizando plantas de meloeiro como hospedeiro, observou que a duração do período embrionário de L. trifolii foi de 1,5 dias, o período larval teve a duração de 3,5 dias, o período pupal teve a duração média de 7,5 dias e a longevidade foi de 10 e 12,5 dias, para machos e fêmeas respectivamente (MENEZES NETTO et al., 2007).

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2.2.3 Hospedeiros

Em função das plantas hospedeiras serem muito importante na determinação da biologia da mosca minadora, programas de manejo integrado para esta praga, especialmente aqueles que utilizam modelos populacionais, devem ser baseados em informações biológicas específicas para o vegetal cultivado envolvido (LEIBEE, 1984).

Fêmeas de Liriomyza demonstram preferência por determinadas plantas hospedeiras; no entanto, seus comportamentos de alimentação e oviposição permanecem igual independente do hospedeiro (BETHKE; PARRELLA, 1985).

Vários são os fatores que afetam a preferência de hospedeiros para espécies de Liriomyza incluindo: densidade de distribuição de tricomas nas folhas; estado nutricional da planta e compostos fenólicos; presença ou ausência de outros organismos fitófagos e de inimigos naturais (FAGOONEE; TOORY, 1983; IPE; SADARUDDIN, 1984; KNODEL-MONTZ; LYONS; POE, 1985; FAETH, 1985).

L. trifolii tem ampla faixa de hospedeiro. Stegmaier (1966) registrou 55 hospedeiros na Flórida, incluindo cenoura, feijão, aipo, beterraba, pepino, berinjela, alface, cebola, melão, ervilha, pimenta, batata, abóbora e tomate.

Espécies ornamentais, que são muito infestadas e as quais são conhecidas por facilitar a dispersão dessa praga, incluem o crisântemo, calêndula e gérbera, existindo muitas outras espécies, especialmente entre as compositaes (STEGMAIER, 1966).

Shuster et al. (1991) contatou que Solanum americanum, Bidens alba e Erechtites hieracifolia são hospedeiros importantes de L. trifolii na Flórida.

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2.2.4 Resistência de plantas a insetos

Para controle de insetos, um dos métodos que merecem destaque é o emprego de variedades resistentes. O uso de cultivares resistente colabora para a redução no uso de agrotóxicos, altera o tamanho e a atividade da população dos insetos bem como altera ou inibe os efeitos de seus mecanismos de alimentação (HEINZ; ZALOM, 1995).

Alimentando-se de plantas resistentes, os insetos tornam-se, em geral, menos ativos e menos vigorosos e, por conseguinte, mais suscetíveis às variações ambientais, aos inimigos naturais e aos inseticidas. Segundo Painter (1951), a resistência de plantas a insetos pode ser devida a não-preferência, antibiose e tolerância, podendo, esses três tipos, ocorrer de forma isolada ou conjunta. Não-preferência é a resistência decorrente do efeito adverso da planta sobre o comportamento do inseto, influindo nos processos de alimentação, oviposição e abrigo. Antibiose é definida como efeito adverso sobre a biologia do inseto, interferindo negativamente em parâmetros como o número de instares, peso, crescimento, reprodução, sobrevivência, entre outros, de forma isolada ou conjunta. Tolerância é a capacidade da planta de manter a produtividade mesmo com o ataque da planta de manter a produtividade mesmo com o ataque de determinada praga.

Os glicoalcalóides da batata são conhecidos há muito tempo por suas propriedades antimicrobianas e inseticidas. Estes compostos aparecem no gênero Solanum em quantidade e qualidade diversificadas, podendo afetar aspectos biológicos e comportamentais de várias espécies de insetos (TINGEY, 1982; KOGAN, 1976).

Os glicoalcalóides têm sido reportados como fatores de resistência em espécies selvagens de Solanum ao besouro Leptinotarsa decemlineata e a cigarrinha verde Empoasca fabae (SINDEN et al., 1980; TINGEY et al., 1978).

Tricomas foliares exercem um papel fundamental na defesa de plantas, principalmente em relação a insetos fitófagos. Em várias espécies há uma

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correlação negativa entre a densidade de tricomas e as respostas de alimentação, oviposição de insetos adultos e nutrição das larvas (THEOBALD et al., 1979).

Os tricomas são fortemente correlacionados com densidades de insetos e danos por alimentação para diferentes pragas (HEINZ; ZALOM, 1995), fato que poderia estar associado a uma resposta evolutiva da pressão de seleção exercida por predadores e parasitóides (BUTTER; VIR 1989), já que estes são mais eficientes em folhas glabras ou com menor número de tricomas (LI et al. 1987).

Kenned et al. (1978) identificaram que os acessos PI 282448 e PI 313970 como altamente resistentes a mosca minadora, onde observaram que a reação de resistência a esta praga é controlada por genes com dominância parcial ou genes recessivos, dependendo do cruzamento.

Testando a resistência em linhas de pepino ao minador de folhas, França (1983) constatou que a linha PI 200815, originária de Burma, foi a mais resistente entre as linhas testadas e os tipos de resistência envolvidos são não-preferência e antibiose.

Bordat et al. (1996) relataram que a variedade de meloeiro Nantais Oblong foi mais resistente aos agromyzídeos do que as variedades Vedantrais e B66-5, observando a ocorrência de mortalidade larval total, indicando antibiose como fonte de resistência.

Dantas (2009) avaliou os híbridos simples 101, 121, 300, HC-315, HC-338, HC-352, Acclaim e Hy Mark do tipo Cantaloupe, andromonóicos e com polpa salmão, observando que não houve efeito de híbridos e que todos foram suscetíveis à mosca minadora.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. LOCAL DE REALIZAÇÃO

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Entomologia Aplicada, localizado no Setor de Fitossanidade, Departamento de Ciências Vegetais, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no município de Mossoró, Rio Grande do Norte.

3.2. CRIAÇÃO DE MANUTENÇÃO DE MOSCA MINADORA

Para manter a criação da mosca minadora, inicialmente, em casa de vegetação protegida por tela anti-afídeo, sementes de feijão de porco eram plantadas em bandejas de poliestireno. Cerca de 12 dias após a emergência, as mudas eram transplantadas para vasos de polietileno, contendo como substrato areia e matéria orgânica na proporção de 1:1. Quando as mudas estavam com as duas folhas cotiledonares formadas eram transferidas para o laboratório e postas em gaiolas (0,50 x 0,50 x 0,50 m) com armações de madeira e revestidas com tela anti-afídeo, para serem infestadas por adultos da mosca minadora, que eram alimentados com uma solução de mel a 10%,

As plantas eram expostas à infestação por um período de 24 horas, e após este período eram levadas de volta à casa de vegetação onde permaneciam até o desenvolvimento das fases imaturas do inseto. Quatro dias após a infestação, as folhas eram cortadas e acondicionadas em bandejas plásticas de cor branca, com a região do pecíolo colocada em tubos de acrílico de 40 ml, contendo água (para manter as folhas túrgidas). As folhas ficavam na bandeja até as larvas saírem da folha para empupar dentro da bandeja.

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Cinco dias após o corte das folhas, os pupários eram coletados como o auxílio de um pincel e colocados em placas de Petri, cobertas com filme plástico, onde permaneciam até a emergência dos adultos, os quais eram liberados nas gaiolas para a manutenção da criação da mosca minadora.

3.3. OBTENÇÃO DOS HOSPEDEIROS

A seleção das cultivares estudada foi realizada com base em um levantamento de informações a respeito das cultivares mais plantadas entre os produtores de melão da região. As sementes adquiridas foram fornecidas pelos produtores.

Tabela 1. Cultivares comerciais de meloeiro avaliadas

Variedades Tipo Grupo Empresa

Goldex Amarelo Inodorus Agristar/Topseed

AF 4945 Amarelo Inodorus Sakata

Hybrix Amarelo Inodorus Nunhens

Amaregal Amarelo Inodorus Rijk Zwaan

Sancho Pele de Sapo Inodorus Syngenta/Rogers

Medelin F1 Pele de Sapo Inodorus Nunhens

Orange Flesh Honeydew Inodorus Syngenta/Rogers

Orange County Honeydew Inodorus Syngenta/Rogers

Florentino Cantaloupe Cantaloupensis Seminis

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3.3.1 Produção de mudas

As sementes foram plantadas em bandejas de poliestireno contendo como substrato fibra de coco (Amifibra) Golden Mix.® A semeadura de cada cultivar foi realizada conforme o ciclo de desenvolvimento da área foliar de cada hospedeiro, de modo que, durante a infestação nas gaiolas de criação de manutenção da mosca minadora, as mudas apresentavam no mínimo duas folhas verdadeiras. As mudas foram irrigadas duas vezes ao dia, por meio de um regador manual.

Após o desenvolvimento das plântulas, estas foram transplantadas para vasos de polietileno de 10 cm de diâmetro x 10 cm de altura, utilizando como substrato areia e matéria orgânica, na proporção de 1:1. Após o transplantio, as mudas permaneceram na casa de vegetação até atingirem o desenvolvimento foliar ideal para realização dos ensaios.

3.4. AVALIAÇÃO DA PREFERÊNCIA POR OVIPOSIÇÃO

3.4.1 Teste com chance de escolha

Após atingirem o desenvolvimento foliar ideal (duas folhas formadas), as mudas de meloeiro foram transferidas para o laboratório, onde foram identificadas e expostas a infestação nas gaiolas de criação da mosca minadora, por um período de uma hora. As mudas foram distribuídas em sete gaiolas, que continham uma população praticamente uniforme de adultos da mosca minadora. Em cada gaiola foram avaliadas as dez cultivares, sendo uma planta de cada cultivar por gaiola.

Após a infestação as mudas foram retiradas das gaiolas e transferidas para a casa de vegetação, onde permaneceram durante quatro dias, recebendo água duas

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vezes ao dia. Esse intervalo de tempo é suficiente para eclosão das larvas da mosca minadora e o início de seu desenvolvimento.

A preferência por oviposição foi avaliada através da contagem do número de larvas/cm2 de folha. A contagem do número de larvas nas folhas foi realizada por meio de observações direta a olho nu. A densidade do número de larvas/cm2 foi obtida através do número de larvas dividida pela área foliar da planta. Destacando que só foi medida a densidade de larvas/cm2 nas folhas infestadas. A área foliar foi medida através do desenho das folhas em um em papel milimetrado e em seguida era feito o cálculo da área foliar.

O delineamento experimental utilizado foi o Delineamento em Blocos Casualizado (DBC), com dez tratamentos (cultivares), sete repetições (sendo cada planta uma repetição). Foi realizado a ANOVA e a diferença entre as médias foi estabelecida pelo Teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade.

3.4.2 Teste sem chance de escolha

A forma de semeadura das cultivares para realização do teste sem chance de escolha foi a mesma relatada no item 3.4.1. Quando as mudas atingiram a idade ideal para o teste (duas folhas formadas), foram colocadas cinco mudas de uma mesma cultivar em uma única gaiola, por um período de infestação de uma hora. Neste teste foram utilizadas seis gaiolas, contendo uma população praticamente uniforme de adultos de mosca minadora. Esse procedimento foi utilizado para as demais cultivares. Após a infestação as mudas foram transferidas para casa de vegetação onde permaneceram por quatro dias.

As características e a forma de avaliar a preferência por oviposição no teste sem chance de escolha foram os mesmos adotados no item 3.4.1. O delineamento experimental utilizado foi o DBC, composto de dez tratamentos (cultivar), seis repetições. Realizou-se a análise de variância não-paramétrica pelo teste de

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comparações múltiplas conforme Friedman para comparar os tratamentos. O valor de Qui-quadrado foi calculado de forma tradicional, conforme Pimentel (1985).

3.5 INFLUÊNCIA DOS TRICOMAS NA OVIPOSIÇÃO DA MOSCA MINADORA

Para verificar a influência dos tricomas na oviposição da mosca minadora, foram utilizadas plantas de meloeiro das dez cultivar avaliadas. Inicialmente, as plantas produzidas em casa de vegetação foram transportadas ao laboratório, foram separadas por cultivar e de cada uma foram utilizadas três folhas desenvolvidas, totalizando nove áreas de 0,25cm² para cada cultivar.

A avaliação da densidade dos tricomas na face superior das folhas foi avaliada pela contagem dos tricomas presentes nesta área da folha, por meio de um “quadrado” 0,25cm². A avaliação foi feita com auxílio de microscópio estereoscópico, com aumento de 40X.

Utilizou-se uma planta de cada cultivar avaliada, dessa planta foram destacadas três folhas e de cada folha foi retirada três amostras de 0,25cm2. As amostras foram retiradas das margens laterais e central. As informações obtidas sobre o número de tricomas em cada variedade foi comparado com a preferência por oviposição da mosca minadora, nos testes com chance de escolha. Efetuou-se o teste Sperman, para se verificar a possível correlação existente entre os números de larvas/cm2 de cada cultivar e os valores médios do número de tricomas.

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3.6 AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE ANTIBIOSE

Em condições de laboratório, foi conduzido um experimento com a finalidade de verificar a possível ocorrência de antibiose entre as cultivares de meloeiro avaliadas.

O procedimento utilizado para infestação foi semelhante ao experimento sem chance de escolha. Após o desenvolvimento das plantas, as mesmas foram trazidas ao laboratório e infestadas por uma hora. Para cada cultivar avaliada, foram utilizadas seis gaiolas com cinco plantas cada. Após a infestação às plantas foram levadas de volta para casa de vegetação onde permaneceram até a eclosão e início de desenvolvimento das larvas.

No quarto dia as plantas foram levadas ao laboratório para obtenção do próximo estágio de vida desse inseto, o estágio de pupa. Para obtenção das pupas as plantas foram inclinadas sobre pratos de plásticos brancos, com o auxílio de alguns palitos de madeira, onde permaneceram até todas as larvas da mosca minadora saírem das folhas para os pratos plásticos, onde empuparam.

As coletas das pupas foram realizadas diariamente ao final do dia, com o auxílio de um pincel. As pupas foram individualizadas em tubos de ensaio de fundo chato (8 cm de altura x 2,5 cm de diâmetro), fechados com filme plástico transparente, onde permaneceram até a emergência dos adultos que foram sexados e liberados nas gaiolas de criação do laboratório.

As características avaliadas nessa etapa foram: número de larvas,

número de pupas, número de adultos, viabilidade larval e viabilidade pupal.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizado (DBC),

utilizando 10 tratamentos (cultivares) com seis blocos (gaiolas)

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4. RESULTADO E DISCUSSÃO

4.1 PREFERÊNCIA POR OVIPOSIÇÃO EM TESTE COM CHANCE DE ESCOLHA

As cultivares que obtiveram o maior índice de infestação foram Goldex e Hybrix apresentado 1,12 e 1,15 larvas/cm2 de área foliar, respectivamente. Nas demais cultivares observou-se uma oscilação em relação à quantidade de larvas/cm2, onde AF 4945 (0,96), Amaregal (0,93), Orange Flesh (0,90), „Orange County (0,86), Medelin F1 (0,86), Florentino (0,86), Imperial (0,72) e Sancho (0,72), obtendo uma menor infestação, não diferindo estatisticamente entre si, mais diferente das inicialmente citadas. Por meio das análises, observa-se na Figura 1 que o número de larvas/cm2 diferiu estatisticamente entre as cultivares de meloeiro avaliadas.

Figura 1. Médias do Nº larvas/cm2 da mosca minadora em plantas de diferentes cultivares de meloeiro. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem

0 0,3 0,6 0,9 1,2 a b b b a b b b b b

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significativamente entre si pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Avaliando nove cultivares do tipo Cantaloupe, andromonóicos e com polpa salmão, Dantas (2009) observou que não houve diferença no número médio de minas nos híbridos avaliados e que todos foram suscetíveis à mosca minadora, dados estes que corroboram com o resultado obtido no presente trabalho.

Os resultados deste experimento corroboram com as afirmações de Guimarães et al. (2009), nas quais avaliando a resistência de híbridos de melão amarelo a oviposição da mosca minadora, observaram que os híbridos foram suscetíveis, e as cultivares diferiram estatisticamente quanto ao número de minas.

Resultados obtidos por Hanna et al. (1987), relataram que a preferência por oviposição em feijão-vargem, variou dentre as cultivares avaliadas, confirmando os resultados obtidos no presente estudo.

Minkenburgh et al. (1993) afirmaram que a diferença na distribuição da praga no hospedeiro pode ser devido ao tamanho da folha, diferindo do resultado obtido no presente trabalho, já que não houve diferença estatística entre as áreas foliares das variedades aqui estudadas.

4.2 PREFERÊNCIA POR OVIPOSIÇÃO SEM CHANCE DE ESCOLHA

Nesta avaliação, as cultivares Imperial, Florentino e Amaregal foram as menos preferidas para oviposição da mosca minadora, apresentando 0,68, 0,80, 0,82 larvas/cm2 , respectivamente. As cultivares Orange County (1,92), Goldex (1,83) e Hybrix (1,80), foram as mais preferidas para oviposição. Já as variedades AF 4945 (1,25), Orange Flesh (1,12), Sancho (0,95) e Medelin F1 (0,98),

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apresentaram uma infestação intermediária entre estes dois grupos, sendo estatisticamente iguais as demais cultivares (Figura 2).

Esses resultados demonstram que as cultivares Cantaloupensis avaliadas obtiveram uma menor oviposição. Essa menor oviposição permaneceu mesmo quando o inseto teve chance de escolha, ressaltando que a cultivar Amaregal (amarelo) que pertence ao grupo Inodorus, obteve também uma baixa infestação.

No grupo Inodorus, as cultivares mais infestadas obtidas nesse ensaio foram as mesmas encontradas no testes com chance de escolha, demonstrando assim a maior preferência da mosca minadora por essas cultivares.

Figura 2. Médias do Nº larvas/cm2 da mosca minadora em plantas de diferentes cultivares de meloeiro, em teste sem chance de escolha. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de comparações múltiplas conforme Friedman. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Os dados obtidos no presente nesse trabalho corroboram com o trabalho realizado por Eigenbrode et al. (1993) que avaliando a resistência a oviposição em acessos de Lycopersion à Liriomyza spp., relataram que não houve diferença significativa entre as linhas de teste, ressaltando que as linhas que possuíam genes para aumento da densidade foliar de tricomas, foram geralmente menos danificadas pela minadora do que as demais linhas.

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 a ab b b a a ab b ab ab

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Estes resultados não estão de acordo com os obtidos por Ameixa et al. (2007), que avaliando a preferencia por oviposição de adultos de L. huidobrensis (Blanchard) e L. trifolii (Burgess) em plantas de feijão, observaram que não houve diferença significativa em relação a preferencia por oviposição nas variedades de feijoeiro avaliadas.

Dogimont et al. (1995), fazendo a caracterização da resistência no melão a mosca minadora, identificaram possíveis fontes de germoplasma de C. melo resistente a oviposição, em 110 acessos de diferentes origens geográficas.

4.3 INFLUÊNCIA DA DENSIDADE DE TRICOMAS SOBRE A OVIPOSIÇÃO DA MOSCA MINADORA

As cultivares que apresentaram folhas com maior pilosidade em sua face superior foram Imperial, Florentino e Medelin F1 com 540, 478 e 376 tricomas/0,25 cm2, respectivamente. As cultivares menos pilosas (tricomas/0,25 cm2) foram AF 4945 (250), Hybrix (267) e Goldex (268) (Tabela 4).

Tabela 2. Densidade média (±EP) de tricomas da superfície das folhas das dez variedades de meloeiro. Variedades Nº de Tricomas/0,25 cm² Goldex 268 ± 2,04 AF 4945 250 ± 0,81 Hybrix 267 ± 0,69 Amaregal 308 ± 1,88 Sancho 314 ± 0,63 Medelin F1 376 ± 1,44 Orange Fresh 343 ± 0,92 Orange County 334 ± 0,98

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Florentino 478 ± 1,72

Imperial 540 ± 1,22

Segundo Guimarães et al. (2009), fatores da planta como a distribuição e densidade de tricomas foliares e/ou, tricomas glandulares, presença de compostos fenólicos, rigidez e espessura da cutícula foliar influenciam diretamente no desenvolvimento das espécies de mosca minadora, podendo ser utilizados em programas de melhoramento de melão contra esta praga.

No teste de preferência sem chance de escolha foi possível observar a relação existente entre o número de tricomas presentes nas plantas e a oviposição da mosca minadora. Essa correlação é negativa e significativa (s = -0,65*) indicando que as duas variáveis estudadas são inversamente proporcionais, ou seja, quanto maior o número de tricomas menor o numero de larvas/cm2.

Figura 3. Correlação entre o número de larvas/cm2 em teste com chance de escolha e o número de tricomas presentes nas cultivares avaliada. Mossoró/RN, UFERSA, 2011. 0 100 200 300 400 500 600 0 0,5 1 1,5 N º d e T ri co m as N º L arv as /c m 2

Correlação

Nº de tricomas/0,25cm2 Nº LARVAS/CM2

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Esse resultado discorda com os obtidos por Mcauslane (1996), que afirmou que, em testes sem chance de escolha, o efeito da densidade de tricomas na preferência para oviposição é menos evidente e impossibilitou a detecção da preferência entre os genótipos.

Avaliando a preferência para oviposição de Tuta absoluta, sobre folhas com e sem tricomas glandulares de plantas do gênero Lycopersicon, Girladón et al. (2001), observaram que as fêmeas ovipositam indistintamente sobre as folhas de ambas espécies, independentemente da presença, ou não, dos tricomas glandulares.

No entanto, Heinz e Zalom (1995) afimaram que o tipo, o comprimento e o arranjo espacial dos tricomas foliares parecem ter influência na densidade populacional e na preferência por oviposição dos insetos em diferentes culturas.

Em estudo de variações da quantidade de tricomas, relacionados à minadora, Quiring et al. (1992) relataram que a não preferência das fêmeas adultas às cultivares de feijão, esteve correlacionada positivamente com a densidade de tricomas presente nos genótipos.

Esses resultados corroboram com os dados obtidos nesse trabalho. Estes mesmos autores mencionam que esses resultados apóiam a hipótese de que os tricomas são sistemas de defesa das plantas contra herbivoria em geral, por insetos e que a seleção artificial para essa característica pode diminuir a suscetibilidade da planta a diversas ordens de insetos pragas.

4.4 EFEITOS DE ANTIBIOSE

Alterações no ciclo de vida em função do genótipo em que o inseto está se criando, como alongamento do ciclo e redução de emergência de adultos, são considerados indicativos da presença de antibiose (LARA, 1991). Assim, considerando-se os resultados de desenvolvimento de larva, pupa e de emergência de adultos nas dez cultivares avaliadas, pode-se afirmar que todos os insetos

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presentes nessas cultivares sofreram algum tipo de antibiose, pois tiveram interferência em alguma fase do seu ciclo (Figura, 4).

Dentre as cultivares pertencentes ao grupo Inodorus, a antibiose ocorreu nas cultivares dos melões amarelos, dentre elas destaca-se a cultivar Goldex (1,12 larvas/cm2) como a mais infestada, mas que, no entanto, teve uma grande redução nas quantidades de pupas (54) e adultos (43,5). Resultado semelhante ocorreu na cultivar Orange Flesh e O. County foram bastante ovipositadas, mas obteveram uma grande interferência na viabilidade larval.

Figura 4. Médias da quantidade de larvas, pupas e adultos da mosca minadora, em teste sem chance de escolha. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Avaliando a resistência de dois acessos de melão a L. sativae, Kennedy et al. (1978), observaram que a resistência do híbrido PI 282.448 pareceu ser recessiva, enquanto a do híbrido PI 313970 foi incompletamente dominante, mas o número de genes envolvidos não foi relatado. Essa resistência foi confirmada em um trabalho realizado por Dogimont et al. (1999), onde avaliando acessos de meloeiro, encontrou uma variedade do tipo Charentais, chamada Nantais oblongo, que mostrou ser uma fonte de resistência por antibiose a mosca minadora, pois causa completa mortalidade larval.

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 Nº LARVAS Nº PUPAS Nº ADULTOS

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Pitrat et al. (1993) identificaram possíveis fontes de germoplasma de C. melo resistente a L. trifolii, em 110 acessos de meloeiro de diferentes origens geográficas. Alguns acessos reduziu a sobrevivência larval ou retardou o desenvolvimento larval; alguns outros exibiram redução do número de minas, enfim sofreram algum tipo de antibiose, resultado este que confirmam os dados obtido nesse experimento.

Em relação à viabilidade larval, as cultivares que obtiveram menor sobrevivência foi a Orange County (41,9%) e a Goldex (54%) não diferindo estatisticamente entre sim, mais diferindo de todas as demais. Ressaltando que a cultivar Goldex é estatisticamente igual a AF 4945, Hybrix, Amaregal, Sancho, Orange Flesh, Florentino e Imperial.

Figura 5. Porcentagem da viabilidade larval da mosca minadora nas cultivares avaliada. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de probabilidade. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Nesta avaliação as cultivares AF 4945 (73,6%), Hybrix (73,4%), Florentino (71,4%), Imperial (70,6%), Amaregal (66,6%), Orange Flesh (66,4%) e Sancho (66,1%) apresentaram uma elevada viabilidade larval, no entanto elas não

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 bc ab ab a ab c ab ab ab ab

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apresentaram diferenças estatísticas entre si. Medelin F1 foi a cultivar que apresentou maior viabilidade larval com 80,8%.

Em relação à viabilidade da fase de pupa da mosca minadora, as cultivares avaliadas não apresentaram diferenças estatísticas, no entanto, pode-se observar no gráfico abaixo, o gradiente de porcentagem formado pelas cultivares (Figura 6).

Figura 6. Porcentagem da viabilidade pupal da mosca minadora nas cultivares avaliada. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de probabilidade. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Deve-se ressaltar que diferentemente da larva, a pupa se encontra mais exposta, principalmente com a metodologia utilizada nesta pesquisa e, conseqüentemente mais vulnerável.

Estudando o tempo de desenvolvimento de L. huidobrensis em condições de laboratório em áster, crisântemo e ervilhas, Parella e Bethke (1984), verificaram o menor tempo de desenvolvimento larval, que ocorreu em ervilhas, mesmo não existindo diferenças significativas durante a fase de ovo ou pupa nos três hospedeiros, confirmando os dados aos aqui obtidos.

Resultados semelhantes foram encontrados por Lima (2007) com L. sativae ao constatar uma viabilidade pupal superior a 75%, tendo o feijão caupi como hospedeiro. 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 a a a a a a a a a a

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4.5 DESENVOLVIMENTO DE OVO A ADULTO DE L. sativae

Para todos os estágios do período de ovo - adulto de L. sativae, houve diferença significativa entre as cultivares. O período necessário para a mosca minadora completar o desenvolvimento de ovo a adulto variou de 17,3 ± 0,04 dias em Amaregal a 19,2 ± 0,10 dias em Orange County (Tabela 3). Nas demais cultivares estenderam-se por em 17,8 dias em Goldex e Sancho, 18,0 dias em Imperial, 18,3 dias em Florentino e 18,6 dias em AF 4945.

Tabela 3. Médias (±EP) do desenvolvimento de ovo a adulto de L. sativae, em 10 cultivares de meloeiro, avaliados em teste com chance de escolha, em laboratório. Mossoró, RN, UFERSA, 2011.

Estudo realizado por Menezes Neto, et al. (2007), utilizando plantas de meloeiro como hospedeiro, observaram que a duração do período embrionário de L. trifolii foi de 1,5 dias, o período larval teve a duração de 3,5 dias, o período

VARIEDADES DESENVOLVIMENTO (dias)

GOLDEX 17,8 ± 0,4 b AF 4945 18,6 ± 0,09 c HYBRIX 17,4 ± 0,05 a AMAREGAL 17,3 ± 0,04 a SANCHO 17,8 ± 0,10 b MEDELIN F1 18,7 ± 0,08 c O. FLESH 18,7 ± 0,08 c O. COUNTY 19,2 ± 0,10 c FLORENTINO 18,3 ± 0,14 b IMPERIAL 18,0 ± 0,10 b

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pupal teve a duração média de 7,5 dias e a longevidade foi de 10 e 12,5 dias, para machos e fêmeas respectivamente, diferindo com os resultados presentes nesse trabalho.

Os valores observado no presente trabalho diferem dos encontrados por Zuniga et al. (1991), onde observaram que não houve diferença significativa no tempo de desenvolvimento das larvas e pupas entre as diferentes espécies vegetais que estavam sendo avaliadas. No entanto este mesmo autor relatou que dentre as cultivares testadas observou-se que o desenvolvimento da fase de ovo foi menor nas plantas daninhas.

No gradiente abaixo (Figura 07) verificou diferenças significativas entre as cultivares, no entanto, essas cultivares interfere de forma diferenciada no ciclo desse inseto, principalmente no desenvolvimento larval das cultivares „Amaregal‟ e Orange County.

Deve–se ressaltar que a cultivar Orange County pertencente ao grupo Cantaloupensis, proporcionou maior duração do ciclo de desenvolvimento da mosca minadora (19,2 dias), isso ocorreu devido essa cultivar obter o maior período de desenvolvimento larval, mas não diferiu das demais durante o desenvolvimento pupal.

Para a duração da fase larval, os valores encontrados são um pouco menores se comparados aos relatados em outros estudos, nos quais os hospedeiros estudados foram: feijão, aipo e tomate (LANZONI et al., 2002; LEIBEE, 1984; SCHUSTER; PATEL, 1985, ZOEBISCH et al., 1992). Ainda, se compararmos os resultados da presente pesquisa com os encontrados por Haghani et al. (2007) estudando o desenvolvimento de L. sativae em pepino, também observaremos que a duração da fase de larva foi um pouco menor.

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Figura 7. Desenvolvimento (dias) larval e pupal da mosca minadora nas cultivares avaliada. Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem significativamente entre si pelo teste de probabilidade. Mossoró/RN, UFERSA, 2011.

Levando em consideração que os insetos utilizados nesta pesquisa foram coletados em campos de produção de meloeiro, que estão sendo criados neste hospedeiro a várias gerações logo, esta população está adaptada às condições do clima Semi-árido. Conseqüentemente, pode-se esperar que o tempo de desenvolvimento dessa praga nestas condições seja menor do que em outras regiões como também em outros hospedeiros.

Hammad et al. (2000), relataram que o tempo de duração do desenvolvimento larval da mosca minadora foi significativamente menor em feijoeiro, do que em comparação com pepino e ervilha, no entanto, não obtiveram diferenças na duração da fase de pupa, esses resultados foram confirmados com os aqui encontrados.

Em geral, há vários fatores bióticos e abióticos que atuam em conjunto para estabelecer as populações do minador em uma planta hospedeira. A importância de cada fator pode variar de acordo com local, a época ou determinado padrão espacial em cada hospedeiro (HANNA et al., 1987).

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 DESEN. LARVAL DESEN. PUPAL

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5 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos com L. sativae (Diptera: Agromyzidae), em diferentes variedades de meloeiro (C. melo L.) pode-se concluir que:

a) Para o teste com e sem chance de escolha as cultivares Goldex e Hybrix foram as mais preferida para oviposição e as menos preferidas foram Amaregal, Florentino e Sancho.

b) Quanto à pilosidade, observou-se que as cultivares menos ovipositadas possuíam a maior quantidade de tricomas.

c) Não há diferença no tempo de desenvolvimento de ovo a adulto entre as cultivares avaliadas

d) Considerando-se a preferência para oviposição e o desenvolvimento da minadora no meloeiro, Amaregal, Sancho, Florentino e Imperial são as variedade menos susceptíveis a L. sativae.

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