• Nenhum resultado encontrado

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE"

Copied!
34
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SUPERVISOR ESCOLAR: VILÃO DO PASSADO OU HERÓI DA

ATUALIDADE

Por: Williams Matias

Orientador

Profª. Maria Esther Araújo Oliveira

Rio de Janeiro 2010

(2)

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SUPERVISOR ESCOLAR: VILÃO DO PASSADO OU HERÓI DA

ATUALIDADE

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Administração e Supervisão escolar Por: Williams Matias

(3)

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, todo poderoso e criador de todas as coisas, a Simone Vasconcelos, dedicada, amiga e solidária companheira de trabalho no cotidiano escolar que durante todo o curso me abençoou com a sua providencial carona. As colegas de turma: Vera Caetano, Nilda Negreiros e

Tainara Costa, com as quais formamos uma excelente panelinha nos trabalhos acadêmicos. Adoro vocês!

(4)

DEDICATÓRIA

A minha esposa Mônica que sempre me incentivou e me apoiou em todas as etapas de nossa vida conjugal, as minhas lindas filhas Renata e Mariana, por me darem todo amor e carinho que um pai pode ter como motivação para seguir sempre em frente. Amo muito vocês!

(5)

RESUMO

O trabalho de pesquisa em questão, apresentado no curso de pós-graduação Lato Sensu em Administração e Supervisão Escolar da Universidade Candido Mendes, objetiva fazer registro das atribuições do Supervisor Educacional praticadas no passado ate os dias atuais, ressaltando a sua importância como profissional de Supervisão, suas denominações e ações ao longo dos anos, desde o caráter controlador e fiscalizador assumido com a disposição de servir à realidade político-econômico-social da época até o caráter de mediador e relevante para o desenvolvimento de um processo educativo eficaz, atualizado e coerente com as exigências, necessidades e anseios dos alunos frente ao novo período da história na qual está vivendo e que lhe exige transformar-se em um ser ativo, reflexivo, atualizado, conhecedor e eficiente para suprir a demanda de habilidades e competências obrigatórias para o mercado atual. Os dados bibliográficos foram buscados em diversos autores, a exemplo de Rangel, Libâneo, Medina, Saviani, Lima, entre outros.

(6)

METODOLOGIA

Para que este trabalho de pesquisa monográfica fosse elaborado, foi utilizada a pesquisa bibliográfica, a qual diversos autores renomados da área de educação tiveram suas obras citadas como fontes enriquecedoras de consultas, sendo fundamentais para construção e desenvolvimento do assunto abordado, implementado por suas visões, perspectivas e direcionamentos que norteiam o inicio das ações do Supervisor Escolar no passado, suas transformações e mudanças, ate a postura atual e moderna de uma forma clara e ampla.

(7)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - Histórico da Supervisão Educacional 10 CAPÍTULO II - Supervisor Escolar: Perfil da profissão 17 CAPÍTULO III - Contexto educacional de supervisão na atualidade

24

CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA 32 ÍNDICE 34

(8)

INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa bibliográfica cujo tema é: “Supervisor Escolar: Vilão do passado ou herói da atualidade”, se faz referente ao papel do Supervisor Escolar do ontem ao hoje, isto é, ressaltando a sua importância e transformações de conduta profissional ao longo dos tempos, através da análise da práxis supervisora, das teorias relacionadas à evolução da Supervisão Educacional e dos paradigmas norteadores da ação supervisora. O papel do Supervisor Educacional já passou por muitos caminhos, com ações questionadas e criticadas, mas com uma contribuição específica importante a dar no processo educativo. Ao longo dos tempos, muitas são as pesquisas que levam a refletir sobre este tema e a sua trajetória histórica.

Considerando a importância da função do Supervisor Educacional na Escola, onde desempenha o papel de agregador e mediador, somado a necessidade de se pensar em um trabalho dentro de uma perspectiva dialógica, além de que muitas são as teorias relacionadas à evolução da Supervisão Educacional e a existência dos paradigmas norteadores da ação supervisora na escola. Atualmente, é importante apurar, de forma teórica e real, qual a verdadeira importância desse serviço em relação ao aproveitamento Escolar / aprendizagem efetiva do aluno, através do agir supervisor diretamente voltado ao trabalho docente, uma vez que é o professor quem está mais intimamente ligado e imbuído do processo ensino-aprendizagem orientado aos educandos.

O presente trabalho objetiva: registrar o papel do supervisor relacionado à evolução da Supervisão Educacional; ressaltar a importância da função/atribuições do Supervisor Educacional, na Escola, e os principais paradigmas educacionais norteadores da ação supervisora no passado até os dias atuais.

(9)

A pesquisa realizada caracterizou-se como bibliográfica, uma vez que foram buscados dados em diversos autores. Assim, esta exposição monográfica apresenta-se estruturada em três capítulos, que inserem os principais enfoques do mesmo: Histórico da Supervisão Educacional (no primeiro capítulo); Supervisor Escolar: Perfil da profissão (no segundo capítulo) e contexto educacional de supervisão na atualidade (terceiro capítulo).

CAPÍTULO I

(10)

Embora o período histórico atual seja demarcado pela era da globalização e da supremacia da informática e da tecnologia, como a indicar um Terceiro Milênio próspero e valorativo da capacidade humana para produzir, a sociedade brasileira tem enfrentado muitas crises, pois cada vez mais os bens culturais e econômicos são distribuídos desigualmente, não havendo emprego para todos, o que se agrava pela situação conflitante entre a necessidade da produção do capital e as necessidades humanas manifestas, principalmente por aqueles que pouca ou nenhuma oportunidade tiveram ou têm de habilitarem-se para o mundo do trabalho exigente e competitivo que aí está. Todos estes conflitos vividos pelas famílias acabam se fazendo presentes na escola, na sala de aula e os professores sentem-se despreparados para lidar com esses aspectos e, até, para atender às exigências dos alunos, que estão mais ativos e ávidos por uma formação escolar mais significativa e prazerosa, ao mesmo tempo.

Numa visão neo-liberal, a cobrança da sociedade e do mercado de trabalho é que as pessoas desenvolvam “competências”, que sejam competitivas, que aprendam a aprender e que superem, com conhecimentos teórico e prático sólidos, os problemas que surgem no dia-a-dia, nos contextos na qual se inserem. As contribuições da Escola para a superação dos problemas da sociedade estão no significado das ações de seus profissionais: Direção, Supervisão Educacional, Orientação Educacional, professores e funcionários, em parceria com os alunos, pais e comunidade escolar, visando uma qualificada apropriação do conhecimento pelo aluno e a formação de competências, a fim de que se torne consciente das condições reais e objetivas do processo ensino-aprendizagem e este sirva a capacitar o aluno e cidadão para interferir na sociedade, no mundo do trabalho, nas interações sociais, qualificando sua vivência em comunidade. Neste contexto, além dos demais profissionais da educação, está o Supervisor Educacional como um dos principais agentes para que se concretize uma educação capaz de contribuir com o aluno, como elemento essencial para interferir na realidade da sociedade demarcada pelos tempos atuais. Assim, é importante proporcionar

(11)

conhecimentos específicos acerca da história, do sentido da função, do perfil, atribuições, níveis de atuação e os desafios que permeiam a ação do Supervisor Educacional na escola, para que se possa compreender sua preciosa contribuição na formação integral do aluno/cidadão.

A idéia de supervisão nasceu com o processo de industrialização, como conceito de adestramento de técnicas para indústria e comércio que se estendeu, tempos depois, ao campo dos esportes, à área militar, política, educacional, entre outras instâncias sociais, sempre com o objetivo da obtenção de resultados satisfatórios. Durante o século XVIII e início do século XIX, a supervisão ocupou o espaço da inspeção, cujo foco direcionava-se à repressão, checagem e monitoramento de ações. Em Cincinnatti (1841), concebeu-se a idéia da supervisão voltada para o ensino, e até 1875, a supervisão dedicava-se à verificação das atividades docentes (Lima, 2002).

Ainda segundo o autor, no início do séc. XX, a supervisão buscou padrões de comportamento definidos e critérios de rendimento escolar, com vistas a eficiência do ensino. Foram utilizados conhecimentos científicos, na busca de melhorias de ensino e na mensuração de resultados de aprendizagem. Em 1925, percebia-se a influencia das ciências do comportamento na supervisão. Ressalta-se a adoção de princípios democráticos nas instituições de ensino, tornado-se a figura do supervisor enquanto um líder democrático. Em 1930 a supervisão adquire caráter de liderança e valorização de grupos na tomada de decisões. Em 1960 a supervisão voltou-se para o currículo, com destaque para pesquisa na busca de soluções de melhoria de ensino.

A supervisão, no Brasil, surgiu com a Reforma Francisco Campos, não mais sendo considerada por seu caráter de fiscalização, mas adotando a nova face de supervisão, sob o Decreto-Lei 18.890 de 18/04/1931;

Quanto à Lei Orgânica de Ensino Secundário, Decreto-Lei de 4.244 de 09/04/1942, esta dizia, no seu artigo 75, parágrafo 1°, que a inspeção seria feita segundo a vertente administrativa, porém com o caráter de orientação pedagógica, aplicado a atividades de inspeção.

(12)

O trabalho de supervisão continuou, a partir da criação da Campanha de Aperfeiçoamento e difusão do Ensino Secundário (Cades), por meio do Decreto-Lei 34.638 de 14/11/1953, transformando-se numa moderna aliança entre Brasil e EUA, cuja finalidade era a melhoria da qualidade do ensino, utilizando-se para tanto o treinamento de recursos humanos, bem como fazendo-se a oferta aos inspetores de subsídios para a formação e a fundamentação de seu trabalho nas escolas, enfatizando-se sempre o caráter pedagógico de sua área (LIMA, p.71).

Para Rangel, 2001, a falta de profissionais qualificados em Supervisão Educacional fez com que, em 1958, após a 2ª. Guerra Mundial, um grupo de professores selecionados em ambiente escolar, por seu espírito de liderança, alguma noção da língua inglesa e competência profissional, fossem enviados ao Programa de Assistência Brasileira Americana ao Ensino Elementar – PABAEE – para especialização. Este grupo introduziria para os demais colegas suas novas técnicas e percepções. Verificando no contexto histórico, esta atitude norte americana já havia sido utilizada na Grécia Antiga onde treinava seus estudantes para obterem o controle de seus alunos. Na Idade Média, o governo enviava às escolas um professor controlador, a fim de desenvolver aspectos morais e religiosos da instituição com objetivo de manter sob vigia todo o processo educacional e sua forma de transmissão. Eles acreditavam que, com esta atitude, a supervisão escolar teria garantido sua execução de aprendizado.O governo norte-americano iniciou este programa de assistência técnica nos países pouco desenvolvidos, em especial aos da América Latina, através de vários acordos com os diferentes segmentos da sociedade, inserindo o Brasil no contexto internacional das ideologias liberais. Este programa tinha alguns objetivos básicos em sua implantação, como criar e adaptar material didático e equipamentos conforme a realidade escolar em que atua. Conclui-se que a origem da Supervisão Educacional no Brasil é o produto da assistência técnica norte-americana prestada aos países da América Latina, com o objetivo de mudar a mentalidade para se alcançar um nível de vida mais sadio e economicamente produtivo. Com isto, na década de 70 foram surgindo associações de Supervisão Educacional no Brasil, a

(13)

ASSERS (Associação dos Supervisores Escolares do Rio Grande do Sul) foi pioneira, junto com a ASSEP (Associação dos Supervisores do Estado do Pará), onde o supervisor passou a ser chamado por diversas denominações - Supervisores Escolares, Supervisores Pedagógicos, Supervisores de Ensino, Supervisores de Educação ou Supervisores Educacionais.

Neste caso, Nogueira 2000, justifica que os Supervisores Educacionais, através de suas associações, somando acertos e erros, vão caminhando na busca de serem e de se fazerem sujeitos do seu processo histórico.

De acordo com Lima, 2002, partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei 4.024 de 20/12/196, houve a renovação no campo da inspeção voltada para o Ensino Primário, onde se lê, no artigo 52, referências à formação de inspetores para este nível. O texto enfatiza o papel do curso normal na formação de professores, orientadores, supervisores e administradores escolares, bem como o desenvolvimento de técnicas relacionadas à educação de crianças. Ressalte-se que a promulgação da Lei 4.024/61 estabeleceu a responsabilidade dos governos municipal, estadual e federal a tarefa de assumir a execução dos serviços ligados à educação. Ao Governo Federal caberia definir as metas a serem alcançadas pelo país, assim como empreender ações de suprir deficiências regionais, dando suporte financeiro e assistência técnica, ocorre, pois, a partir de então, neste período de nossa história, um processo de descentralização administrativa corroborada pela LDB de então, onde os Estados passaram a ter a incumbência de organizar os serviços referentes ao Ensino Fundamental e Médio daquela época. Quanto à Reforma do Ensino Universitária no Brasil de 1968, esta ocorreria em meio a tensões políticas, sociais e econômicas dos anos que a antecederam, uma vez que os movimentos estudantis que culminavam com os debates universitários pressionaram o governo a buscar soluções para os problemas educacionais.

É importante salientar neste contexto, que a Supervisão Educacional vai acompanhando as mudanças no momento político e social do país, ora com maiores participações, ora de forma reprimida ou silenciosa. A

(14)

reforma do Curso Superior – Lei n. 5.540/68 – ao instituir, dentre outras habilitações, a de supervisor escolar na graduação, consolidou a presença da supervisão no contexto educacional brasileiro, ampliou seu campo de atuação para todo o ensino de 1.° e 2.° graus e, pelo Currículo proposto – obrigatório -, garantiu a continuidade da formação conservadora a ser dada a tal profissional, dentro da visão tecnicista da educação, sempre acompanhando o modelo econômico vigente (MEDINA, 2002).

A partir de 1975, a supervisão adquiriu relevantes contornos, por conta da fusão da Guanabara e do Estado do Rio de Janeiro. Houve, a partir de então, a busca deste Estado se tornar uma “comunidade educativa” de cunho permanente. O papel da escola neste período seria o de atingir a toda a comunidade, tornando-se uma entidade viva; os Centros Regionais de Educação, Cultura e Trabalho e Núcleos Comunitários se constituíram parte do projeto da cidade educativa. Ao supervisor, único profissional técnico a ter acesso aos níveis regionais e locais, neste momento, caberia levar as informações de seu núcleo à Secretaria de Educação e desta para o núcleo. A supervisão foi estruturada em três níveis: central, regional e local (Rio de Janeiro), sob esta face, a supervisão foi tomada como a busca da eficiência em educar, a certeza da produtividade do trabalho docente e a garantia de uma assistência técnica que assegurasse a sua função de reprodutora de sociedade capitalista. Desenvolveu-se, pois, a visão funcionalista da supervisão, com ênfase em três etapas: o de “como fazer”, sem se observar o fim, o de como se imaginou o controle da ação pedagógica docente como garantia da qualidade do ensino e a imposição da ideologia dominante, por meio de livros didáticos, métodos e técnicas de ensino. A despeito de tudo aquilo que foi dito, a supervisão tem como função encaminhar o trabalho pedagógico sob uma nova concepção, a de que a supervisão pode usar a técnica, sem incorrer no tecnicismo, a supervisão entra na década de 90, auxiliando na promoção e coordenação de trabalhos nos quais toda a comunidade esteja envolvida. A partir da implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e do desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico construído por toda a escola, que conta, também, com a

(15)

participação da comunidade, o supervisor poderá tecer um olhar avaliativo sobre os PCN, auxiliando melhor seus professores, e por fim, participando, cooperando, integrando e flexibilizando seu trabalho, a fim de tornar-se um interlocutor de todas as faces da escola (LIMA, 2002).

O conceito e a ação supervisora sofreram singular evolução ao longo dos anos, até chegar à atual consideração. Pode-se dizer que as fases distintas que orientaram o trabalho do Supervisor Educacional o fez conduzir suas inferências na Escola, no sistema educacional e junto ao professor sob a forma de distintas concepções: fiscalizadora, construtiva e criativa, conforme Nérici (1973). A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com inspeção Escolar, interessada mais no cumprimento das leis de ensino, condições do prédio, situação legal dos professores, cumprimento de datas e prazos de atos Escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação dos educandos, e outros. (NÉRICI, 1973, p. 30-31).

Esta modalidade de Supervisão (também considerada inspeção Escolar) seguia padrões rígidos, inflexíveis e padrão para todo o país, não havendo consideração para as peculiaridades e necessidades de cada região do Brasil e muito menos as diferenças individuais dos educandos. Sobre a segunda fase destacada por Nérici (1973, p. 31): A fase construtiva ou de supervisão orientada, a segunda na evolução do conceito de supervisão Escolar, é a que reconhece a necessidade de melhorar a atuação dos professores. Os inspetores Escolares, então, passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos professores. O Supervisor Escolar deste período era imbuído e responsabilizado por examinar as falhas na atuação dos professores e essas falhas serviram como motivo para a realização de trabalhos e estudos visando à remoção e à solução das mesmas. A concepção que orientou a terceira fase, a criativa – também reconhecida como a atual – é aquela em que a Supervisão Educacional se separa da inspeção para montar um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino-aprendizagem, envolvendo todas as pessoas implicadas no mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e democrático. Daí o surgimento da caracterização de Supervisão Educacional “Autocrática” ou “Democrática”,

(16)

conforme Nérici (1973), na qual: A supervisão Escolar autocrática é a que enfatiza a autoridade do supervisor, que é quem tudo prevê e providencia para o funcionamento da ação da Escola. A supervisão se enfeixa nas mãos do supervisor, de quem emanam todas as ordens, sugestões e direções para a melhoria do processo de ensino. A atuação democrática do supervisor, pelo contrário, modifica o panorama sombrio antes caracterizado, criando um ambiente de compreensão, liberdade, respeito e criatividade que muito facilita o trabalho da supervisão Escolar e do professor, conseqüentemente. Por isso justifica-se considerar que a Supervisão Educacional, hoje, urge ser criativa, democrática, inovadora, compartilhada e atualizada, a fim de romper com paradigmas e ações fiscalizadoras, autoritárias, alienantes e conservadoras.

(17)

CAPÍTULO II

SUPERVISOR ESCOLAR: PERFIL DA PROFISSÃO

A escola é o local de trabalho onde se ensina e se aprende, onde suas conquistas não dependem só de conteúdos, métodos e técnicas, mas também, da troca de experiências com funções especificas. O Supervisor Educacional tem uma contribuição importante a dar no processo de aprendizagem, sendo ele um agente transformador comprometido com sua formação, capaz de interferir construtivamente na área que atua. Entre muitas características que o Supervisor Escolar precisa apresentar ou desenvolver no exercício da profissão, vale cita-lo como alguém que vê, olha, contempla, consciente, acordado, atento. A visão, porém, se dá numa amplidão de horizontes que apanha toda a circunstância educativa.

Supervisionar implica, portanto, numa posição que possibilite a compreensão de uma abrangência que alcance a realidade educativa global. O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir determina o ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da natureza do agente ativo em uma profissão. Pode ser um coordenador pedagógico, que ajuda a elaborar e aplicar o projeto da escola, dar orientação em questões pedagógicas e, principalmente, atuar na formação contínua dos professores. Explica, ainda que seu papel é estudar e usar as teorias para fundamentar o fazer e o pensar dos docentes. Um bom coordenador é também um apreciador das diferentes manifestações culturais. A Supervisão, como denominação de categoria profissional, passou a ser adotada legalmente a partir da Lei 5692/71. Verificando a origem por sua etiologia. (GIRARDI, In: Síntese do Trabalho Desenvolvido no III Encontro Estadual de Supervisores de Educação, promovido pela ASSERS, de 25 a 27 de agosto de 1982, em Porto Alegre, p. 15).

Ferreira (1999), explica que seu inicio é dos vocábulos latinos - super, que quer dizer, sobre excesso ou grau superior e visão que significa a ação ou efeito de ver que poderá levar a conotação de superioridade. Assim,

(18)

pensando-se no profissional Supervisor Educacional, conforme o mesmo autor, algumas qualidade e aptidões indicam e determinam o seu exercer a ação supervisora, uma vez que destes atributos depende a consecução dos objetivos que permeiam a profissão em si de especialista em Educação:

a) Lucidez quanto à Educação: o Supervisor Educacional é aquele profissional que possui idéias claras quanto à Educação, e opta por uma filosófica para poder saber o que a escola que obter com seu processo educativo. Para agir corretamente é preciso saber os caminhos de ação.

b) Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que o Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na execução dos projetos educativos. Sem ser dono da verdade, o Supervisor Educacional não pode ser apenas opinador, mas, a partir de sua lucidez e conhecimento de suas funções, posiciona-se e motiva para que, estando certo, seja seguido pela solidez de seu posicionamento.

c) Consciência do papel das suas funções: No plano educacional de uma Escola há o lugar específico do Supervisor Educacional. É preciso que este profissional tenha bem claro qual o espaço a ser ocupado para os exercícios de suas funções, pois assim obterá o respeito de outros profissionais, inclusive do professor, obtendo, dessa forma, a harmonia de um trabalho coletivo.

d) Espírito crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua natureza à medida que o pensamento rege a sua vida. A capacidade de julgar, de emitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que traduz o que seja espírito crítico. O Supervisor Educacional, como profissional da Educação, deverá possui tal espírito para também saber transmiti-lo, provocando em sua equipe a capacidade de reflexão e de revisão constante. Ao contribuir para a formação de um professor reflexivo, crítico, pensante, este docente orientará seus alunos na mesma linha de formação, o que resultará na formação de um ser realmente instruído e capaz de, pelo conhecimento, interferir na realidade e nela conviver com sucesso.

e) Racionalidade: Dada a sua estratégica posição de mediador entre o corpo docente, educandos e Direção, o Supervisor Educacional precisa se constitui no profissional que tem por hábito usar sua razão para não complicar o que é

(19)

simples, não pulverizar o planejamento de tal forma que perca o sentido de globalidade e não dispersando o trabalho coletivo, que é a base para a consecução dos objetivos educacionais. É necessário, assim, que esse profissional seja um agente simplificador das tarefas educativas de tal forma que sua preocupação fundamental seja alcançar as finalidades e objetivos do processo educativo e não os técnicos em detrimento dos primeiros.

f) Diligência: Todo o trabalho do Supervisor Educacional exige a marca da dimensão de amor e afeto que deve permear toda a atividade educativa. Se Educação é obra de amor, de afetos, de compreensão, a diligência do Supervisor Educacional é a dimensão amorosa que imprime um trabalho jovial, alegre, estimulante e cooperativo, sem aplausos ou recriminações, apenas pautado no reconhecimento, na motivação ou na reavaliação e replanejamento de atividades quando necessário.

g) Liderança: O Supervisor Educacional, na medida em que é capaz de comandar, orientar e estimular toda uma equipe na busca dos objetivos educacionais estará automaticamente exercendo sua liderança, não de forma autoritária, como ser absoluto em suas idéias e preceitos, mas como um profissional seguro das orientações, sugestões e concepções defendidas. O espírito de liderança por competência supõe uma aceitação de todos aqueles com quem compartilha suas ações, uma vez que não se trata de atos impositivos, mas de diálogo e orientação.

De acordo com Zieger (apud ROSA e ABREU, 2001, p. 35), “a supervisão educacional como profissão tem como objeto de trabalho o processo educativo”. Resta reafirmar que o profissional Supervisor Educacional é aquele que: Zrespeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso do processo ensino-aprendizagem, Ztoma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente, as etapas do processo educativo; Zdesperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções para problemas novos e velhos voltados à aprendizagem; Zenvolve a vida da Escola e o processo educativo de um sentido profundamente humano, de tal forma que favoreça um ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de conhecimentos e formação de competências no aluno.

(20)

Assim, legalmente constituído conforme o projeto de Lei No 4412 de 2001, que regulamenta o exercício da profissão de Supervisor Educacional, em seu Art. 2°.

O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da comunidade Escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de garantir o ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que atendam às reais necessidades da clientela Escolar, atuando no âmbito dos sistemas educacionais federal, estadual e municipal, em seus diferentes níveis e modalidades de ensino e em instituições públicas ou privadas, ou seja, é aquele que sabe planejar e executar a obra educativa, levando em consideração não somente a instrução, mas a Educação e, para tanto, é portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em Supervisão Educacional ou Supervisão Escolar, ou ainda em nível de Pós-graduação (ROSA; ABREU, 2001).

Os cursos de Pedagogia formavam pedagogos, e estes eram os técnicos ou especialistas em educação. O significado de “Técnico da Educação” coincidia, então com o pedagogo generalista, até os anos 60. Neste contexto é aprovado pelo então Conselho Federal de Educação o Parecer n° 252 de 1969, que reformulou os cursos de Pedagogia. De 1943 á 1971, o Centro de Pesquisa e Orientação Educacional (CPOE) passou a exercer orientação técnico-pedagógica nas escolas primárias da capital e interior, nesta época os supervisores das escolas primárias eram habilitadas pelo curso de Supervisão de dois anos, Pós-normal de segundo ciclo, oferecido pelo Instituto de Educação General Flores da Cunha de Porto Alegre. Em 1970, a SEC/CPOE/SUDESUL promoveram um curso que se chamava “Treinamento e reciclagem para professores e supervisores”, que proporcionou treinamento, para cerca de cinqüenta professores do Ensino Médio de todas as delegacias da capital e do interior do estado e visava colocar em atividade supervisores para as escolas de 1° e 2° ciclo. Para supervisionar esse grupo, foram treinados cinco técnicos do CPOE, neste mesmo curso, passando a atuar no ensino de nível médio. Em 1971, a formação dos supervisores passou a ser

(21)

oferecida pelas Faculdades de Educação, com habilitação específica em Supervisão Escolar de 1° e 2° graus. Sem dúvida, as dispositivas legais e diretrizes emanadas dos organismos supervisores de educação influenciaram decisivamente nas características do desempenho da função de supervisor. Esta função foi definida como – “exercida por um pedagogo, devidamente habilitado em Supervisão Escolar, e com profundo conhecimento no campo Pedagógico, sendo este o gerenciador do processo ensino-aprendizagem, dando satisfação de sua rotina diária à direção geral da unidade escolar” (MARQUES, 2002).

De acordo com Rangel, 1992, nos tempos atuais o curso de Supervisão Educacional visa favorecer aos supervisores um conhecimento técnico-pedagógico que possibilite eficiência e eficácia nas ações do dia-a-dia do processo educacional, reavaliando crítica e reflexivamente a ação pedagógica como agente mediador da ação pedagógica. O reconhecimento da importância da formação específica como um dado real para o exercício da profissão de Supervisor Educacional de forma legal, concreta e embasada teoricamente em favor da qualidade do ensino norteia o trabalho desse educador.

Ainda segundo o autor, a questão da especificidade é importante e se destaca, hoje, na discussão acadêmica, no sentido de que se tornem menos diluídas e mais concreta as ações que definem cada serviço, configurando seu papel e seu compromisso mais direto, enfim, as características ou qualidades específicas da sua práxis. E não existe práxis sem reflexão teórica e concreticidade. O Supervisor Educacional faz parte do corpo de educadores e tem a especificidade do seu trabalho caracterizado pela organização, coordenação, mediação, participação, intervenções sócio-educacionais, culturais e políticas dentro do âmbito escolar, por isto a importância de um profissional preparado para assumir o seu papel de forma coerente com suas reais funções.

A supervisão passa de Escolar, como é freqüentemente designada, a pedagógica e caracteriza-se por um trabalho de assistência ao professor, em forma de planejamento, acompanhamento, coordenação,

(22)

controle, avaliação e atualização do desenvolvimento do processo ensino aprendizagem. Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui em “Escolar”, mas, atualmente, intitula-se “Pedagógica” ou “Educacional”, por dirigir-se ao ensino e à aprendizagem, cujo objeto principal de seu trabalho é a qualidade do ensino ministrado e a obtenção de conhecimentos e habilidades pelo aluno. No entanto, quando assumiu atitudes de fiscalização acentuadas ao trabalho do professor, bem como outros indicativos administrativos da função e da pessoa do educador, na Escola, a exemplo do controle de faltas, de horários de chegada e de saída, de avaliações procedimentais e de perfil profissional, bem como quando havia o controle excessivo voltado para atividades burocráticas do cumprimento administrativo para com os Sistemas de Educação (matrícula geral e efetiva; efetividade; Plano Global; justificativa de falta de professores e funcionários; controle extremado de carga horária, dias letivos, avaliações para constar em boletins, entre muitas outras atividades que eram realizadas pelo Supervisor Educacional e que não visavam o aproveitamento Escolar dos alunos, mas a consecução dos objetivos administrativos da escola – mesmo que estes envolvessem o controle pedagógico), aí se tinha uma Supervisão “Escolar”, em nível de escola / estabelecimento institucional de Ensino, e não uma Supervisão Educacional nos moldes que são exigidos, hoje, cumprindo o destino real para o qual essa profissão existe: favorecer a aprendizagem dos alunos através da orientação profissional e capacitada pelo professor (RANGEL, 2001).

Em consonância, pode-se dizer que a Educação passou a exigir um novo modelo de Supervisão, o Educacional, para confrontar o modelo tradicional e voltado à burocratização imposta pela Escola, e o agir do Supervisor efetivamente foi seguido a partir de uma proposta que possibilita a circulação dos anseios das classes populares, que insere os alunos e a comunidade escolar, e, ainda, que contempla o crescimento pessoal e profissional dos professores “com base na busca constante por aperfeiçoamento, por uma melhor formação que permita repensar o antigo e construir o novo”. Compete aos Supervisores fazerem uma análise da situação

(23)

educacional e da realidade dos alunos para determinar qual a forma de ação mais adequada à Supervisão voltada para a Educação que pretendem continuar seguindo de forma política ou inovadora. (MEDINA, 2002).

(24)

CAPÍTULO III

CONTEXTO EDUCACIONAL DE SUPERVISÃO NA

ATUALIDADE

Por ser um dos assuntos mais polêmicos da atualidade, a educação vem sendo amplamente discutida, no seu sentido de formação humana. Educar é uma tarefa que exige comprometimento, perseverança, autenticidade e continuidade. As mudanças não se propagam em um tempo imediato, por isso, as transformações são decorrentes de ações. No entanto, as ações isoladas não surgem efeito. É preciso que o trabalho seja realizado em conjunto, onde a comunidade participe em prol de uma educação de qualidade baseada na igualdade de direitos. Sendo assim, o supervisor escolar representa um profissional importante para o bom desempenho da educação escolar, o grupo escolar, o qual deve opinar, expor seu modo de pensar e procurar direcionar o trabalho pedagógico para que se efetive a qualidade na educação.

Na atual conjuntura, o supervisor tem se direcionado a uma ação mais científica e mais humanística no processo educativo, reconhecendo, apoiando, assistindo, sugerindo, participando e inovando os paradigmas, pois tem sua "especialidade" nucleada na conjugação dos elementos do currículo: pessoas e processos. Desse modo, caracteriza-se pelo que congrega, reúne, articula, enfim soma e não divide.

Compreender e caracterizar a função supervisora no contexto educacional brasileiro não ocorre de forma independente ou neutra. Essa função decorre do sistema social, econômico e político e está relacionada a todos dos determinantes que configuram a realidade brasileira ou por eles condicionada. O desenvolvimento da sociedade moderna representa motivos de muita reflexão, principalmente pelo fato de que a área educacional possui muitos problemas e que diretamente vinculam-se as demais atividades sociais visto que são tais profissionais que irão atuar junto ao mercado de trabalho. Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com que o

(25)

educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se na viabilidade de fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o interesse do educando para aprender e fazer do professor um mediador do saber. Trata-se de ignorar as velhas práticas educacionais e acreditar na possibilidade de construir uma sociedade onde o homem tenha consciência do seu papel e da sua importância perante o grupo.

Segundo Libâneo (1994), de várias formas pode o Supervisor Educacional tornar-se um agente de mudanças no contexto escolar, junto aos professores e toda a estrutura pedagógica da escola. Inicialmente, o próprio Supervisor Educacional como profissional co-responsável pela aprendizagem dos alunos a partir de uma sociedade pautada na transformação e no aprimoramento dos seres humanos, precisa constantemente reciclar-se, auto-avaliar-se, refletir sua ação supervisora e efetivar suas ações de forma realmente atualizada e visando o bem-estar de todos que com ele atua (professores e pessoal da escola) e depende (alunos, pais e comunidade Escolar). Um trabalho com responsabilidade, com planejamento adequado, acompanhando a sistemática organizacional da escola, onde a mesma devera estar imbuída em adequar-se aos novos tempos. Isso também implica em que a Supervisão Educacional reveja algumas concepções e práticas em relação ao processo ensino-aprendizagem em si, no que se refere a: conteúdos curriculares, metodologias, emprego de recursos e avaliação.

Ainda segundo o mesmo autor, ao mesmo tempo em que o trabalho pedagógico na Escola requer a sua adequação às condições sociais de origem, é preciso que os especialistas adecuem o processo educacional às características individuais e sócioculturais dos alunos ao seu nível de rendimento Escolar. A democratização do ensino supõe o princípio da igualdade, mas junto com o seu complemento indispensável, o princípio da diversidade. Para que a igualdade seja real e não apenas formal, o ensino básico deve atender a diversificação da clientela, tanto social quanto individual. É preciso que o Supervisor Educacional leve em consideração as diversidades e reavalie, juntamente com o corpo docente e discente, novas visões acerca do Ensino. Especificamente com o professor e a Direção, urgente é que reveja

(26)

o currículo, de forma que não se constitua mais em uma lista de conteúdos que são cumpridos à risca, embora a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional dê autonomia para, junto às competências estabelecidas para cada modalidade de Ensino e nas suas diferentes séries, possam ser determinados os conteúdos que melhor desenvolvam tais habilidades e consolidem a aquisição de conhecimentos. Para isso, também requer que o Supervisor torne o professor uma pessoa aberta às discussões, às transformações em seu agir docente, pois muitos estão atrelados, ainda, a uma pedagogia tradicional e cabe ao Supervisor Educacional, sendo também um profissional adepto do diálogo e do trabalho coletivo, incentivar e motivar os professores para mudarem, inovarem. Em relação às metodologias e recursos de Ensino, é preciso que seja beneficiado estudo em grupos profissional, na Escola, para que os fundamentos teóricos e diversificados existentes provoquem a reflexão acerca de formas inovadoras de serem ministrados os conteúdos e informados os novos conhecimentos, visando estimular o aluno a aprender. Um exemplo prático está no uso da técnica “expositivo-dialogada”. Até algum tempo, quando a Supervisão Educacional pautava-se no trabalho burocrático e os professores ao trabalho com quadro verde e giz, predominantemente, a aula expositivo-dialogada era uma metodologia aceitável nos moldes em que era desenvolvida. Hoje, o aluno não mais aceita que um professor fique falando ou apenas expondo idéias no quadro ou mesmo buscando-as em livros didáticos, pois ele tem toda uma tecnologia em casa ou de fácil acesso (em outros locais, quando não as têm em casa) e uma aula nesse molde acaba por gerar a “indisciplina”, que, na verdade, nada mais é do que uma maneira do aluno dizer: “Não agüento mais isso”. Ser se quer um aluno ativo, reflexivo, atuante e conhecedor, como é possível que ele assim o seja na passividade, na omissão do professor em orientar para essa formação? Eis aí mais uma forma do Supervisor Educacional agir como um agente de mudanças: capacitar o professor, pelo estudo e pela reciclagem ao nível de escola e motivando para que também busque fora, formação e atualização de sua prática pedagógica. Outro aspecto delicado que exige, de forma urgente, a interferência do

(27)

Supervisor Educacional com o fim de provocar mudanças diz respeito à avaliação da aprendizagem do aluno praticada nas escolas.

Libâneo (1994), se refere à avaliação escolar como um processo contínuo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos do trabalho educativo. A avaliação a ser adotada deve ser aquela que é realizada no início, durante e no final das unidades didáticas, visando sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos. O Supervisor Educacional, da mesma forma através de estudos e, bastante importante, através da aplicação de auto-avaliações no próprio professor e em si mesmo, juntos todos poderão vivenciar o que significa avaliar e se conscientizarem da importância que o abolir a avaliação somente através de provas, questionários reprodutores das idéias de outros, e outras tantas modalidades burocráticas de medir os conhecimentos ainda têm sido aplicados de forma predominante. Um Supervisor Educacional que realmente tenha consciência da importância de ser e agir como um agente de mudanças saberá buscar formas e aspectos que precisam de transformação, de inovação, porém não basta versar em planejamentos bem elaborados, se não se prestarem a ser praticadas tais mudanças visando à melhoria da educação ministrada. Resistências são reações comuns em pessoas que não estão acostumadas a mudanças. A maneira como os professores e o grupo na escola vai reagir frente a uma mudança pode variar de um extremo ao outro, dependendo de uma série de fatores como: interesses em jogo, segurança para mudar, temores, suspeitas, pouca firmeza em quem orienta as mudanças e outros. Por isso é importante que o Supervisor Educacional considere toda essa variedade de comportamentos com a qual as pessoas resistem às mudanças e proporcione condições e segurança para que todos se engajem nessa luta.

Autoridade e liderança, dependendo como são conduzidos, manifestam enfoques diversificados, podendo agir de forma destrutiva ou bastante construtiva no trabalho supervisor. Um Supervisor Educacional que usa de sua autoridade, nos tempos atuais estará provocando ainda mais a inércia dos professores ante as transformações necessárias e às ações

(28)

educativas significativas que se espera que sejam empreendidas pelos docentes em prol de um processo educativo mais eficaz. No entanto, se a autoridade do Supervisor Educacional seguir apenas a primeira parte desse conceito, ou seja, se for empregado a partir da autoridade legal, por delegação e baseada em suas competências como profissional apto a analisar, refletir e decidir sobre os caminhos a conduzir o processo ensino-aprendizagem, aí o Supervisor pode e deve empreender de autoridade para tomar decisões e orientar seu grupo de trabalho. Da mesma forma, se a liderança praticada pelo Supervisor Educacional for eficiente em relação à segurança praticada em suas orientações, à atenção aos problemas e à solidez de seus conhecimentos sobre sua função e importância de seu trabalho em relação à educação e ao trabalho dos professores, dessa forma a liderança estará servindo de forma construtiva. Em toda ação supervisora que este profissional empreender a liderança que lhe é inerente pela posição que ocupa frente à profissão que exerce deve sempre primar pelo estilo participativo de trabalho, pela ação coletiva junto a seu grupo, pois assim sua liderança será sempre bem-vinda, pois servirá de estímulo a ações mais sólidas, uma vez embasadas sua validade e orientações através de um profissional que se mostra seguro e conhecedor do que está fazendo ou orientando.

Um outro aspecto que merece ser revisto em relação à Supervisão Educacional refere-se aos preconceitos que passaram a permear o trabalho e o ser do Supervisor, na escola. Um dos preconceitos ainda existente é quanto à Supervisão Educacional realmente estar buscando ressignificar sua prática. Segundo Medina (2002), muitos professores vêem a figura do Supervisor Escolar, ainda como um profissional comprometido com práticas burocráticas, mais voltadas para a administração escolar, do que para o andamento do processo educativo. Embora sejam comprovadas as constantes preocupações dos Supervisores Educacionais com o trabalho do professor, no sentido de buscar efetivas melhorias para a aprendizagem do aluno, os poucos Supervisores Educacionais que ainda atuam como burocratas fazem com que a imagem deste profissional seja desacreditada quando busca ser eficaz, ativa e atualizada no contexto educacional. Um outro aspecto preconceituoso

(29)

manifestado sobre o Supervisor Educacional refere-se ao autoritarismo de sua posição profissional como membro da equipe reconhecida como “especializada em educação”, com coisa que o professor também não o seja, uma vez que se habilita para a prática pedagógica tanto quanto o Supervisor Educacional. No entanto, pelos enfoques que a Supervisão Educacional assumiu, ao longo dos tempos, ficou a idéia de autoridade e de subordinação, onde os professores, até pouco tempo, não viam com bons olhos esse especialista.

Ainda, a questão de “atendimento em gabinetes”, na qual o Supervisor Educacional restringia suas ações em salas fechadas, atendendo, normalmente de forma individual, que a ele procurasse, rompeu paradigmas e assumiu uma nova constituição de ação supervisora, pois hoje o Supervisor Educacional está onde o professor ou o aluno, ou ambos também estão. O Setor de Supervisão Educacional serve para identificar o serviço e salvaguardar os materiais próprios desse setor, pois o Supervisor está, constantemente e de forma ativa, em ambientes que possam ser favoráveis a um melhor atendimento ao professor, ou na própria sala de aula, não mais para conferir o trabalho do professor, mas para compartilhar do processo ensino-aprendizagem, para orientar o professor e estimular aos alunos às aprendizagens (RANGEL, 2001).

Saviani (1994), afirma que, para os dias atuais a supervisão educacional enfrenta um desafio que ultrapassa as esferas especificamente pedagógicas, se encontrando na contradição central da sociedade moderna que, de uma certa forma, desenvolve numa escala sem precedentes as forças produtivas humanas e, por outro, lança na miséria mais objeta contingentes cada vez mais numerosos de seres humanos. Simultaneamente, desenvolve as premissas que situam a humanidade no limiar da libertação de todas as suas necessidades, subtrai para maioria dos homens o acesso aos meios indispensáveis para a satisfação de suas mais elementares necessidades. O aumento dessa contradição vai tornando cada vez mais evidente que a sociedade capitalista esta pondo continuamente, para si mesma, problemas que não e capaz de resolver. A transformação das relações sociais viventes se faz necessárias para a solução desses problemas. E mediante a esse quadro

(30)

que, nos apresenta no limiar do terceiro milênio, nos vemos diante de duas situações distintas: superação do capitalismo ou destruição da humanidade e do planeta. Assim, a luta pela superação do capitalismo coincide com a luta em defesa da humanidade em seu conjunto. Para tanto, a consciência da situação, embora não suficiente, se faz uma condição previa, necessária e indispensável. Com um trabalho eficaz e educativo, iniciado com o desenvolvimento dessa consciência, certamente ocorrerá uma mobilização populacional em prol das necessidades de transformação. De uma maneira geral, no que se refere à supervisão educacional nos dias atuais, fica evidente que, no campo da educação, este é sem duvida o seu grande desafio.

(31)

A educação exerce papel importante na formação do homem, na configuração de sua personalidade, valores, habilidades, comportamento individual e social, político, econômico e cultural. O resultado deste estudo permitiu identificar aspectos importantes no papel, contribuição, perfil e atribuições do Supervisor Educacional ao longo dos tempos, aliado as transformações sofridas, assumido responsabilidades dentro de seu contexto histórico.

Ficou constatado que o Supervisor Educacional atual deve ser capaz de desenvolver e criar métodos de análise para detectar a realidade, e daí gerar estratégias para a ação, desenvolvendo e adotando esquemas conceituais autônomos e não dependentes, pois um modelo de supervisão não serve a todas as realidades. O Supervisor possui uma função globalizadora do conhecimento através da integração dos diferentes componentes curriculares. Sem esta ação integradora, o aluno recebe informações soltas, sem relação uma das outras. Para que o conhecimento ganhe sentido transformador para o aluno é necessário ter relação com a realidade por ele conhecida, e que os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento sejam referidos à totalidade de conhecimento. Assim, acredita-se que uma das funções específicas do Supervisor Escolar é a socialização do saber docente, na medida em que há ela cabe estimular a troca de experiências entre os professores, a discussão e a sistematização de práticas pedagógicas.

O Supervisor Educacional, ao longo dos tempos, já galgou muitas concepções e destinos, já venceu muitos paradigmas e preconceitos, porem o mais importante ainda é se atualizar e tornar-se realmente, um serviço de valorosa importância, sendo aceito de maneira satisfatória pelos professores, reconhecido pela escola e pela comunidade escolar.

BIBLIOGRAFIA

(32)

Supervisores de Educação. Porto Alegre: 1982.

BRASIL Lei nº 9394/96, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Diário Oficial da República Federativa do Brasil Brasília, DF, 1996, SEF/ MEC.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão Educacional para uma Escola de Qualidade. São Paulo: Cortez, 1999.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994

LIMA, E. C. . Um olhar histórico sobre a supervisão. In: Mary Rangel. (Org.). Supervisão Pedagógica Princípios e Práticas. 9ª ed. Campinas: Papirus, 2001, v. 1, p. 69-80.

MARQUES, Juracy C. et alii. Educadores de amanha, análise e reformulação do curso de Pedagogia. Porto Alegre: UFRGS/INEP, 1974.

MEDINA, Antonia da Silva. Supervisão Escolar da ação exercida à ação repensada. Age: 2002. 78 p.

NÉRICI, Inídeo G. Introdução à Supervisão Escolar. São Paulo: Atlas, 1973.

NOGUEIRA, Martha Guanes. Supervisão Educacional: A questão política. São Paulo: Loyola, 2000.

RANGEL, Mary. Supervisão Pedagógica Princípios e práticas. São Paulo: Papirus, 2001.

RANGEL, Mary. Um ensaio sobre supervisão, educação, sociedade. Tecnologia Educacional – v.21 (105-106) – mar/ jun.1992.

(33)

ROSA, Carla Lavínia Pacheco da; ABREU, Rudimar Serpa de. [ Org.]. A gestão de processos educativos. Anais do Seminário Interdisciplinar em Supervisão Escolar. Santa Cruz do Sul: UNISC, 2001.

SAVIANI, Demerval. O trabalho como princípio educativo frente às novas tecnologias. In: FERRETI, Celso et al. Novas tecnologias, trabalho e educação um debate multidisciplinar. Petrópolis Vozes, 1994.

(34)

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I

HISTORICO DA SUPERVISAO EDUCACIONAL 10

CAPÍTULO Il

SUPERVISAO ESCOLAR PERFIL DA PROFISSAO 17 CAPÍTULO Ill

CONTEXTO EDUCACIONAL DE SUPERVISAO

NA ATUALIDADE 24

CONCLUSÃO 31

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

Referências

Documentos relacionados

“A brigada ainda continua a trabalhar neste distrito, onde vai escalar todos os 3 postos administrativos, de forma a motivar a população local, bem como os membros e

De 1998 a 2002, o Projeto Anajás, englobando um projeto de salvamento e duas pesquisas acadêmicas 3 coordena- das pela primeira autora, tornou possí- vel o estudo de duas áreas

vigilância recomendados Se este produto contiver ingredientes com limites de exposição, pode ser requerido o monitoramento biológico ou da atmosfera do local de trabalho e do

O HP Sure Run de 3.ª geração está disponível em determinados PC HP Pro, Elite e Estações de Trabalho com Windows 10 com determinados processadores Intel® ou AMD. Miracast é

O ano de 2003 marca a primeira década do grupo, e para comemorar este marco monta Muito Barulho por Quase Nada, com direção conjunta de Fernando Yamamoto, um dos

Estou ciente e de acordo, firmo a presente dos ítens acima que recebi todas as explicações e li toda a proposta por inteiro e estou indo pela própria espontânea vontade, sem

Suporte para USB Power Delivery 2.0 para carregar até 60 W (necessário transformador USB-C PD adicional) Suporta resoluções 4K - até 3840 x 2160 a 30 Hz. Suporte para modo Samsung

Não são as roupas elegantes que determinam a qualidade de vida de uma pessoa, muito menos os bens materiais, o sorriso no rosto pode ser falso, a história pode ser uma mentira, o