Baseado em:
* Teixeira, L. MacDowell, M. e Bugarin, M. (2002). Incentivos em Consórcios Intermunicipais de Saúde:
Uma Abordagem de Teoria dos Contratos. Estudos Econômicos 32(3): 340-365.
(Prêmio Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Economia da Saúde, 2002)
Teixeira, L. Bugarin, M. e MacDowell, M. (2004) Political economy of intermunicipal health consortia
formation: Effects of income and preference heterogeneity among municipalities. Brazilian Review of
Econometrics 24(2)
(Prêmio de Economia da Saúde, IPEA e Ministério da Saúde, 2005)
Teixeira, L., Dourado, M. e Bugarin, M. (2006). Intermunicipal health care consortia in Brazil: Strategic
behavior, incentives and sustainability. International Journal of Health Planning and Management 21: 275-296.
(Leading article)
Teixeira, L. (2006). Consórcios Intermunicipais de Saúde: Instrumento para Aumentar a Eficiência do
Gasto Público. Em: Marcos Mendes (editor), Gasto Público Eficiente-91 propostas para o
desenvolvimento do Brasil. Topbooks.
Idéia Básica:
• Rendimentos crescentes + altos custos de procedimentos de alta complexidade => CIS tornam o gasto público em saúde mais eficiente
• Mas problemas de incentivos: free riding (carona) (TMB 2006) • Que mecanismos de incentivos as instâncias superiores de governo podem usar para induzir a formação e a sustentabilidade dos CIS?
Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Idéia Básica:
Nesse artigo: três mecanismos • Transferências diretas de recursos
• Contratos de compromisso • Modelo híbrido Modelo Básico: b p s s sl i a i q i i i i +
δ
+γ
+ ≤ a a j a i a a s s N S N S s j j i i = = = ≡(
s N)
fa a, • n municípios • Restrição orçamentária: • Contribuição dos municípios: • Retorno tecnológico: Estritamente crescentes em s e N • Impossibilidade de punição: Lei(
s N)
fq q, q q j q i q q N s s S N S s i j j i = = = ≡Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Modelo Básico: • Utilidade do político:
(
)
i ( i) i i i i is
p
s
p
U
α −α=
1,
[
α
i=
f
i]
=
ρ
Pr
Pr
[
α
i=
d
i]
=
1
−
ρ
i i i i i=
f
,
d
,
f
>
d
α
Agentes decidem se formam ou não o consórcio δiOs estados da natureza são revelados (αi = fi, di, i = 1,...,n) e os agentes decidem se permanecem ou não no consórcio, e como usar seus orçamentos: t = 1 t = 2 i i l p si,γ , Formação espontânea: • Não sustentabilidade • Não formação
Mecanismo 1: Transferências diretas • Problema do governo (para cada αi):
( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ie τ ρ ρτ τ α τ τ , + + 1−(
e)
UE( )
ne UEi ,τie ≥ i( )
(
i i i ie)
i(
i ie)
i e p U e s U , , α ,τ α ,τ ≥ , ,α ,τEconomia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Mecanismo 1: Transferências diretas • Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
f
i) ( )
id
iMin
i i ieτ
ρ
ρτ
τ
α τ τ ,+
+
1
−
(
e)
UE( )
ne UEi ,τie ≥ i( )
(
i i i ie)
i(
i ie)
i e p U e s U , ,α
,τ
α
,τ
≥ , ,α
,τ
RI CIMecanismo 1: Transferências diretas Utilidades:
Utilidade esperada de um município que não aceita formar consórcio
) 1 ( , i i i i i m p m i s s p Max α −α i i m p b s i + ≤
( )
i(1 )(1 i) i i i αα α α α = − − ΘEconomia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
6. Economia da Saúde – Aplicação aos CIS
(
)
(
)
( ) i i i i i ne b U ,α =ααi 1−α 1−αi( )
i(
i) (
) (
i i)
i ne U ne f U ne d UE = ρ , + 1−ρ ,( )
[
( ) (
i) ( )
i]
i i ne f d b UE = ρΘ + 1−ρ ΘMecanismo 1: Transferências diretas • Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ieτ α τ ρτ ρ τ τ , + + 1− (e ) UE( )ne UEi ,τie ≥ i ( ) ( i i i ie) i( i ie) i e p U e s U , ,α ,τ α ,τ ≥ , ,α ,τ RI CIMecanismo 1: Transferências diretas Utilidades:
Utilidade indireta de um município que aceita formar consórcio e honra seus compromissos
(
) (
)
(
)
i ( i) i i i i i m p m a a j q q j i s s f s N f s N p Max α −α∑
∑
+ + 1 , , ,( )
i ie i i i q a m s s p b s i + + + ≤ +τ α +τ ( ) ( i i i ie) i i[
i[
a(
a j)
a]
[
q(
q j)
q]
i( )i ie]
i e p b f s N s f s N s U α τ α τ =ααi −α αi + − + − +τ α +τ∑
∑
− , , ) 1 ( , , , , (1 )Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Mecanismo 1: Transferências diretas Utilidades:
Utilidade esperada de um município que aceita formar consórcio e honra seus compromissos ( ie) [ ( ) (i ) ( )i ]
[
i[
a(
a j)
a]
[
q(
q j)
q]
ie]
i e f d b f s N s f s N s UE ,τ = ρΘ +1−ρ Θ + ,∑ − + ,∑ − +τ ( ) i(1 )(1 i) i i i αα α α α − − = Θ ( ) ( i i i ie) i i[
i[
a(
a j)
a]
[
q(
q j)
q]
i( )i ie]
i e p b f s N s f s N s U α τ α τ ααi α αi − +τ α +τ ∑ + − + − = (1 ) − ,∑
, , , , , (1 ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) [ρΘ fi τi fi + −ρΘdiτi di ] + 1Mecanismo 1: Transferências diretas Comparação:
(
ie)
[
( ) (
i) ( )
i]
[
i[
a(
a j)
a]
[
q(
q j)
q]
ie]
i e f d b f s N s f s N s
UE ,τ = ρΘ + 1−ρ Θ + ,
∑
− + ,∑
− +τEconomia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
6. Economia da Saúde – Aplicação aos CIS
( ) ( ) (
) ( ) ( )
[
ρΘ fi τi fi + −ρ Θ di τi di]
+ 1( )
[
( ) (
i) ( )
i]
i i ne f d b UE = ρΘ + 1−ρ ΘPortanto, se não houver saída, é ótimo formar consórcio (mas hipótese de solução interior!)
Mecanismo 1: Transferências diretas • Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ieτ α τ ρτ ρ τ τ , + + 1− (e ) UE( )ne UEi ,τie ≥ i ( ) ( i i i ie) i( i ie) i e p U e s U , ,α ,τ α ,τ ≥ , ,α ,τ RI CIMecanismo 1: Transferências diretas Utilidades:
Utilidade indireta de um município que aceita formar CIS, mas torna-se inadimplente
(
)
( i) i i j j i i i m j j i q q q j j a a m p s N N p S S f N N S f s Max α α − ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ − + ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ +∑
∑
∑
∑
∑
∑
1 , , , ie i a m s p b s i + + ≤ +τ(
)
[
]
(
)
[
i a a j a q i j ie]
i i ie i i e s b f s N s f r N U α τ ααi α αi τ + + − + − = (1 ) − ,∑
,∑
) , , , ( (1 ) ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ ∑ − = − = = ≠ j q q j q j j q j i j q i N S s N S N S N S r i i j jEconomia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Mecanismo 1: Transferências diretas Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ie τ ρ ρτ τ α τ τ , + + 1− (e ) UE( )ne UEi ,τie ≥ i ( ) ( i i i ie) i( i ie) i e p U e s U , ,α ,τ α ,τ ≥ , ,α ,τ ( ie) [ ( )i ( )i ][
i[
a( a j) a]
[
q(
q j)
q]
ie]
[ ( ) ( )i i i ( ) ( )i i i ] i e d f b f s N s f s N s d d f f UE ,τ = Θ +Θ + ,∑ − + ,∑ − +τ + Θ τ +Θ τ ( ) [ ( )i ( )i ] i i ne d f b UE = Θ +ΘMecanismo 1: Transferências diretas Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ie τ ρ ρτ τ α τ τ , + + 1− (e ) UE( )ne UEi ,τie ≥ i ( ie) [ ( )i ( )i ][
i[
a(a j) a]
[
q(
q j)
q]
ie]
[ ( ) ( )i i i ( ) ( )i i i ] i e d f b f s N s f s N s d d f f UE ,τ = Θ +Θ + ,∑ − + ,∑ − +τ + Θ τ +Θ τ ( ) [ ( )i ( )i ] i i ne d f b UE = Θ +ΘPortanto, a condição de RI sempre será satisfeita, inclusive com τie=0, desde que o consórcio seja sustentável
Logo, se o problema do incentivo à inadimplência for resolvido, então não Economia da Informação e dos Incentivos
Aplicada à Economia do Setor Público Aula 6
Mecanismo 1: Transferências diretas Problema do governo: ( ) ie i
( ) (
fi) ( )
i di Min i i ie τ ρ ρτ τ α τ τ , + + 1− (e ) UE( )ne UEi ,τie ≥ i ( ) ( i i i ie) i( i ie) i e p U e s U , ,α ,τ α ,τ ≥ , ,α ,τ(
)
[
]
(
)
[
i a a j a q i j ie]
i i ie i i e s b f s N s f r N U i i τ α α τ α, )= α (1− ) −α + ,∑
− + ,∑
+ , , ( (1 ) ( ) ( i i i ie) i i[
i[
a(
a j)
a]
[
q(
q j)
q]
i( )i ie]
i e p b f s N s f s N s U α τ α τ =ααi −α αi + − + − +τ α +τ∑
∑
− , , ) 1 ( , , , , (1 )Mecanismo 1: Transferências diretas • Solução:
(
)
(
)
[
]
{
−∑
−∑
}
= q q q j q i j i max0,s f s , N f r, N τ 0 = ie τ • Exemplo: Neste caso: (s,N)=l.s.N =? f(
q j)
q(
i j)
qi q s N f r N lS f ,∑
− ,∑
={
q q}
q { i} i =max0,s −lS =s max 0,1−l⋅N τEconomia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Assim,
• Se não haverá necessidade de
transferência: ganho tecnológico muito elevado • Caso contrário: ( )−1 > Ni l i q q i =s −lS τ Conclusão:
• Municípios maiores não precisarão de transferências: Os municípios grandes têm mais a ganhar com os CIS
• Como transferência per capita, espera-se custo menor com esse mecanismo
Problema:
Mesmo assim, transferências custosas!
Mecanismo 2: Compromisso
• Pela solução do problema vê-se que, se resolvido o
problema do carona (abandonar no segundo período) não há necessidade de transferências para formação
• Assim, solução “natural”: Governo estadual/federal: regulador (retenção)
Problema:
• Nesse caso o município sabe que se entrar, não mais sairá • Se probabilidade de estado desfavorável elevada, preferirá nem entrar
Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Mecanismo 3: Incentivo+Compromisso
• Solução: Tornar o ganho no segundo período mais atraente:
Efeito:
• Nesse caso mesmo que a probabilidade de estado
desfavorável seja elevada, o ganho tecnológico compensa o “risco”
Financiando investimentos que tornem a parceria mais eficiente: aumentem o ganho tecnológico fq
(
)
(
)
[
]
{
−∑
−∑
}
= q q q j q i j i max0,s f s , N f r, N τ Conclusão:• Estado paternalista: caro
• Se transferências, para áreas que aumentem retorno tecnológico da associação
• Importante papel do estado como regulador do federalismo
QUESTÃO:
• Que tipos de consórcios se formarão? • Papel da heterogeneidade?
Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Baseado em:
* Teixeira, L. MacDowell, M. e Bugarin, M. (2002). Incentivos em Consórcios Intermunicipais de Saúde:
Uma Abordagem de Teoria dos Contratos. Estudos Econômicos 32(3): 340-365.
(Prêmio Teses e Dissertações da Associação Brasileira de Economia da Saúde, 2002)
Teixeira, L. Bugarin, M. e MacDowell, M. (2004) Political economy of intermunicipal health consortia
formation: Effects of income and preference heterogeneity among municipalities. Brazilian Review of
Econometrics 24(2)
(Prêmio de Economia da Saúde, IPEA e Ministério da Saúde, 2005)
Teixeira, L., Dourado, M. e Bugarin, M. (2006). Intermunicipal health care consortia in Brazil: Strategic
behavior, incentives and sustainability. International Journal of Health Planning and Management 21: 275-296.
(Leading article)
Teixeira, L. (2006). Consórcios Intermunicipais de Saúde: Instrumento para Aumentar a Eficiência do
Gasto Público. Em: Marcos Mendes (editor), Gasto Público Eficiente-91 propostas para o
desenvolvimento do Brasil. Topbooks.
Tipos de heterogeneidade: • Renda
• Pode de barganha do prefeito
• Preferências dos eleitores quanto à provisão de bem público
RESULTADOS: Papel da renda Dois tipos de consórcios:
Modelo de economia política (positiva):
Competição eleitoral e voto: microfundamentos políticos
• Homogêneos (Sul do país)
• Se renda diferenciada: O mais pobre tem que dar mais valor ao bem
Economia da Informação e dos Incentivos Aplicada à Economia do Setor Público
Aula 6
Conclusão: QUESTÃO:
• Nova Lei dos Consórcios: 6 de abril de 2006
• Contrato de rateio: “garante” a contribuição na vigência do contrato: avanço
• Mas a vigência do contrato é o exercício financeiro: curto prazo
Teixeira, L. (2006). Consórcios Intermunicipais de Saúde: Instrumento para Aumentar
a Eficiência do Gasto Público. Em: Marcos Mendes (editor), Gasto Público