ALTERAÇÕES GLOBAIS
OS DESAFIOS E OS RISCOS PRESENTES E
FUTUROS
FILIPE DUARTE SANTOS
SIM – Laboratório de Sistemas, Instrumentação e Modelação em Ciências e Tecnologias do Ambiente e do Espaço
FCUL – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
www.sim.ul.pt
Agência Portuguesa do Ambiente
Lisboa, 2 de Janeiro de 2013
A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A
Alterações globais em sentido lato são as mudanças
que se dão à escala planetária na Terra e que
resultam da evolução do sistema terrestre e das
interações e processos físicos, químicos e biológicos
nos seus subsistemas, incluindo a litosfera, a
hidrosfera, a criosfera, a atmosfera e a biosfera.
Nos últimos milénios, e especialmente durante os
séculos XX e XXI, as sociedades humanas, através
de algumas das suas atividades, têm provocado
alterações significativas no ambiente terrestre
que assumem um carácter global, devido à sua
natureza, intensidade e amplitude de distribuição
geográfica
.De acordo com a sua origem, as alterações globais podem ser
naturais ou antropogénicas. As últimas dão-se geralmente em
intervalos de tempo mais curtos e, por vezes, designam- se simplesmente alterações globais.
Para poder abordar de forma integrada a problemática das alterações globais, é necessário considerar a dimensão humana dessas alterações, ou seja, as transformações que se dão nas sociedades humanas ao longo do tempo, especialmente à escala global.
Estas transformações, cada vez mais importantes devido à
globalização crescente, constituem grande parte da origem da
componente antropogénica das alterações globais. Neste contexto, é especialmente importante analisar a evolução cultural, em sentido lato, que conduziu à globalização, entendida como um processo de expansão e intensificação das interacções e ligações sociais, económicas, políticas, científicas, tecnológicas, culturais e religiosas à escala mundial.
Os conceitos de população global, saúde global,
economia
global,
segurança
alimentar
global,
escassez de recursos naturais renováveis e não
renováveis à escala global, fontes primárias globais de
energia, consumo global de energia, mobilidade global,
sistemas de comunicação e informação à escala
global, em especial a Internet e as redes sociais,
traduzem uma realidade cada vez mais importante
para toda a população humana
.Importa distinguir as
alterações globais sistémicas
, que
se manifestam diretamente à escala do sistema
terrestre, das
alterações globais cumulativas
, que,
embora se manifestem apenas à escala local ou
regional, adquirem uma expressão global porque
surgem de forma significativa por todo o planeta ou
porque a sua intensidade é de tal modo elevada, que
geram uma problemática de âmbito global, incluindo
situações que põem em risco um recurso natural à
escala mundial
Alterações globais sistémicas: mudança climática, redução da concentração do ozono estratosférico e alteração do albedo terrestre.
Alterações globais cumulativas: Os principais exemplos são a
progressiva escassez de água resultante da sobre-exploração dos recursos hídricos – rios, lagos e aquíferos –, a degradação e destruição de uma grande diversidade de ecossistemas, tais como as florestas tropicais húmidas e os recifes de corais, a desflorestação, a perda de biodiversidade, a degradação e perda de solos com aptidão agrícola, a desertificação, a perturbação dos ciclos do azoto e do fósforo, a poluição do ar, dos oceanos, da água e dos solos, o aumento da concentração atmosférica de aerossóis antropogénicos e, de modo geral, a crescente escassez de alguns recursos naturais renováveis e não renováveis.
A Grande Aceleração
Desde o final da 2ª Guerra Mundial até à crise
financeira e económica ocidental de 2008-2009
registou-se um crescimento muito pronunciado
da população humana, da actividade económica,
da produção e do consumo, do uso de recursos
renováveis e não-renováveis, do transporte, dos
fluxos de comunicação e informação, do
conhecimento científico e das aplicações
tecnológicas. Alguns autores designam este
período de crescimento por “A Grande
• A população humana aumentou 10 vezes nos
últimos 3 séculos e por um factor de 4 no
século XX, atingindo actualmente cerca de
7000 milhões. É muito provável que atinja
cerca de 9000 milhões em 2050.
• A área urbana global cresceu por um factor de
10 no século XX. Actualmente cerca de
metade da população mundial habita em
cidades.
• No século XX a produção industrial cresceu
por um factor de 40 e a utilização de energia
por um factor de 16;
• Aproximadamente 50% da superfície terrestre
está modificada pela acção humana;
• No século XX o consumo de água aumentou
por um factor de 9. Actualmente é de 800 m
3por ano e per capita: 65% para a agricultura;
25% para a indústria e cerca de 10% para
• Aumento da poluição do ar, da água e dos
solos;
• Perda de biodiversidade: o ritmo actual de
extinções é cerca de 100 a 10 000 vezes
superior (valor mais provável 1000) ao
pré-humano, que era de, aproximadamente,
uma espécie por 10
6espécies por ano (E.O.
Wilson);
As actividades humanas exercem
actualmente uma interferência
significativa sobre os sistemas
terrestres à escala global, como por
exemplo, o sistema climático.
Iniciou-se uma nova época que P. Crutzen e
E.F. Stoermer designam por
A GRANDE ACELERAÇÃO 1945 - 2008
População PIB Mundial Investimento Estrangeiro Directo
Barragens nos Rios Uso mundial de Água Consumo de Fertilizantes
ANO ANO ANO
ANO ANO ANO
Núme ro de b arr ag en s (mil ha re s) 10 12 US d ólar es d e 19 90 10 12 US d ólar es d e 19 98 Pe ss oa s ( bil iõ es ) Km 3 p or an o To nelad as de n utrien tes (mil hõ es)
A GRANDE ACELERAÇÃO 1945 - 2008
População urbana Consumo de papel
Veículos Automóveis Comunicações telefónicas Turismo internacional Pe ss oa s (b iliõ es ) To ne lad as (mil hõ es ) N úme ro de ve ícul os (mil hõ es ) Núme ro de telefon es (mil hõ es ) Núm d e ch eg ad as d e pe ss oa s (mil hõ es ) ANO ANO
Source: Joel E. Cohen, 1995
World Poverty Statistics
Total Percentage of World Population that lives on less than $2.50 a day 50%
Total number of people that live on less than $2.50 a day 3,8 Billion Total Percentage of People that live on less than $10 a day 80%
Total percent of World Populations that live where income differentials are
widening 80%
Total Percentage of World Income the richest 20% account for 75% Total Number of children that die each day due to Poverty 22,000 Total Number of People in Developing Countries with Inadequate Access
to Water 1.1 billion
Total Number of School Days lost to Water Related Illness 443 million school days
Poverty to Wealthy Ratio Statistics
Year Ratio of People at Poverty to Wealthy Level
1820 3 to 1 1913 11 to 1 1950 35 to 1 1973 44 to 1
Source: Congressional Budget Office, 2007
Densidade demográfica em 1995 com uma resolução espacial de 2.5 arc-min latitude/longitude (CIESIN)
Quadrado da Insustentabilidade
Desigualdades e Iniquidades de
Desenvolvimento
Pobreza extrema e severa
Alterações
Climáticas
Insustentabilidade
dos sistemas de
Energia
Insegurança
Alimentar,
escassez de água
e de outros
recursos naturais,
perda de
biodiversidade
1 – Os 4 factores de insustentabilidade
estão fortemente interligados e
interdependentes
2 – Não é possível atingir o desenvolvimento
sustentável sem procurar resolver os 4
desafios de forma integrada
Nature, 461(2009) 472, 24 September
Renováveis modernas: Hidroelectricidade – 3,34% Outras – 1,92%
Total – 5,26%
Procura mundial de energia primária no cenário de
referência da AIE
•Non-OECD countries account for 93% of the increase in global demand •between 2007 & 2030, driven largely by China & India
0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 1980 1990 2000 2010 2020 2030 Mto
e China and India
Rest of non-OECD OECD
Numero de pessoas sem acesso a electricidade
em 2008 e 2030 no cenário de referência da AIE
$35 billion per year more investment than in the Reference Scenario would be needed to 2030 – equivalent to just 5% of global power-sector investment – to ensure universal access
World population without access to electricity
2008: 1.5 billion people 2030: 1.3 billion people Fonte: AIE, 2011
Extreme Energy – Energia Extrema
Unconvencional oil – Petróleo Não Convencional
Oil sands – Areias betuminosas (Canadá)
Tight oil – Xistos petrolíferos (Dakota do Norte, EUA)
Offshore deepwater – Offshore muito profundo (Brasil
e EUA - Golfo do México)
Unconventional gas – Gás Não Convencional
Gás de xisto: Emissões de gases com efeito de estufa comparáveis ao do carvão quando se contabilizam as emissões de metano durante o processo de exploração
By 2025, nearly 2 billion people will be living in countries or regions with absolute water shortage, where water resources per person fall below the recommended level of 500 cubic metres per year. This is the amount of water a person needs for a healthy and hygienic living.
Water scarcity already affects every continent and four of every ten people in the world. The situation is getting worse due to population growth, urbanization and the increase in domestic and industrial water use.
Millennium Development Goal number 7, target 10 aims "to halve, by 2015, the proportion of people without sustainable access to safe drinking water and basic sanitation". The world is still on track to reach the drinking water target, but increasing water scarcity may seriously undermine progress towards achieving this goal
Semi-árido
Subhúmido seco Subhúmido húmido Húmido
• Desertificação é a degradação dos solos
nas terras áridas, semi-áridas e
sub-húmidas secas;
• A desertificação atinge actualmente cerca
de 10 a 20% da área total das regiões
áridas, semi-áridas e sub-húmidas secas e
constitui um dos mais graves problemas
ambientais de âmbito global devido à
relação estreita entre a degradação dos
solos e a produção alimentar.
Biodiversidade
• A biodiversidade de uma região é a totalidade dos
seus genes, espécies e ecossistemas;
• Os ecossistemas naturais providenciam à
humanidade um vasto e diversificado conjunto de
serviços essenciais à vida: ciclo do carbono,
equilíbrio do oxigénio atmosférico; geração,
manutenção e fertilidade dos solos; novos
medicamentos; valores educativos, culturais,
estéticos e éticos, etc.
SOURCE: Myers et al., 2000 Fischlin et al., 2007
• É possível que se esteja na 6ª extinção maciça de
espécies, esta com origem nas actividades
humanas;
• Foram identificadas e descritas cientificamente
cerca de 1,75 milhões de espécies, mas é
provável que o número total seja muito maior, da
ordem de 14 milhões;
• A actual taxa de extinção de espécies é superior
por um factor de 100 a 10 000, à taxa natural de
extinção livre da interferência antropogénica, cujo
valor é da ordem de 1 espécie por milhão e por
ano.
Desflorestação
• Desde o surgimento da agricultura, há
cerca de 10 000 anos, a área florestal
global reduziu-se da ordem de 20% a 25%.
• As florestas tropicais húmidas, apesar de
cobrirem apenas cerca de 6% da superfície
terrestre, constituem o habitat de mais de
50% e possivelmente 90% das espécies da
fauna e flora do nosso planeta.
• As florestas das zonas temperadas da América
do Norte e da Eurásia estabilizaram ou estão a
crescer enquanto que as florestas tropicais
continuam em declínio acentuado;
• De acordo com várias estimativas, a
manutenção do actual ritmo de desflorestação
da floresta tropical húmida irá conduzir à sua
extinção nos próximos 100 anos;
• Cerca de 15% a 25% das actuais emissões
globais de CO2 para a atmosfera resultam da
desflorestação.
Deforestation in Amazonia, seen from satellite. The roads in the forest follow a typical "fishbone" pattern
Extent of deforestation in Borneo 1950-2005, and projection towards 2020. The tropical lowland and
highland forests of Borneo, including vast expanses of rainforest, have decreased rapidly after the end of the second world war. Forests are burned, logged and clear, and commonly replaced with agricultural land, built-up areas or palm oil plantations. These areas represent habitat for species, such as Orangutan and elephants
Resource Revolution, McKinsey, 2011
Download full dataset: Excel
Porque razão os preços dos alimentos sobem?
- Devido às mudanças climáticas que conduzem a uma maior frequência de secas, inundações e tempestades que diminuem a produção agrícola
- Devido ao cultivo de biocombustíveis em terrenos com boa aptidão para a produção de alimentos
- Devido ao crescimento da população global que é mais rápido do que o crescimento da produção agrícola
- Devido às economias emergentes, especialmente a China e a Índia, onde se estão a consumir cada vez mais produtos
alimentares de qualidade
- Devido ao preço crescente do petróleo que torna mais cara a produção agrícola e o transporte e exportação dos produtos alimentares
- Devido ao aumento global do consumo de carne que exige maior produção de cereais para alimentação do gado
- Devido a décadas de abandono e desinvestimento na agricultura e na investigação e desenvolvimento do sector agrícola,
Keeling‘s Mauna Loa Curve
New Analysis of Land Surface Temperatures (BEST): A skeptics‘ confirmation of global warming
Decadal Land-Surface Average Temperature
Figure 1. A comparison of August temperatures, the peak of the great European heat
wave of 2003 (left) with July temperatures from the Great Russian Heat Wave of 2010 (right) reveals that this year's heat wave is more intense and covers a wider area of
Rahmstorf, 2007 Em 2100 -IPCC, 2007 0.18 – 0.59 m -Rahmstorf, 2007 0.5 - 1.4 m -Vermeer, 2009 0.81 – 1.79 m -Jevrejeva, 2010 0.59 – 1.8 m
3.7
3.8
Environmental constraints to rain-fed agriculture, reference climate 1961-90
SIAM Project :
Climate Change in Portugal: Scenarios, Impacts and Adaptation Measures
Mais Informação ...
http://www.siam.fc.ul.pt/
SIAM II - 2006 SIAM I - 2002
O crescimento exponencial da oferta e do consumo
material não é indefinidamente sustentável.
Poderá satisfazer as nossas expectativas imediatas,
mas conduz necessariamente a uma situação de
ruptura e crise num futuro mais ou menos próximo.
Há limites para o crescimento económico exponencial,
ou seja a uma taxa anual de crescimento
aproximadamente constante
The Limits to Growth – Club of Rome
D.H. Meadows, D.L. Meadows, J. randers and
W.W.Beherens III, 1972
Limits to growth: The 30 – Year Update
D.H. Meadows, J. Randers and D.L. Meadows, 2004
- Humans on Earth
Filipe Duarte Santos
- Alterações Globais
Os desafios e os riscos Presentes e futuros
Filipe Duarte Santos
Fundação Francisco
Desertificação
• Cerca de 41,3% da superfície terrestre emersa
são terras sub-húmidas secas, semi-áridas, áridas
e hiper-áridas (desertos), designados por “terras
secas” ou “drylands”.
• Nas “Terras secas” habitam 2250 milhões de
pessoas, ou seja, cerca de 34,7% da população
mundial;
• Nas “Terras secas” a produção agrícola e florestal
e outros serviços dos ecossistemas estão
Biodiversidade
• A biodiversidade de uma região é a totalidade dos
seus genes, espécies e ecossistemas;
• Os ecossistemas naturais providenciam à
humanidade um vasto e diversificado conjunto de
serviços essenciais à vida: ciclo do carbono,
equilíbrio do oxigénio atmosférico; geração,
manutenção e fertilidade dos solos; novos
medicamentos; valores educativos, culturais,
estéticos e éticos, etc.
• É possível que se esteja na 6ª extinção maciça de
espécies, esta com origem nas actividades
humanas;
• Foram identificadas e descritas cientificamente
cerca de 1,75 milhões de espécies, mas é
provável que o número total seja muito maior, da
ordem de 14 milhões;
• A actual taxa de extinção de espécies é superior
por um factor de 100 a 10 000, à taxa natural de
extinção livre da interferência antropogénica, cujo
valor é da ordem de 1 espécie por milhão e por
ano.
Desflorestação
• Desde o surgimento da agricultura, há
cerca de 10 000 anos, a área florestal
global reduziu-se da ordem de 20% a 25%.
• As florestas tropicais húmidas, apesar de
cobrirem apenas cerca de 6% da superfície
terrestre, constituem o habitat de mais de
50% e possivelmente 90% das espécies da
fauna e flora do nosso planeta.
• As florestas das zonas temperadas da América
do Norte e da Eurásia estabilizaram ou estão a
crescer enquanto que as florestas tropicais
continuam em declínio acentuado;
• De acordo com várias estimativas, a
manutenção do actual ritmo de desflorestação
da floresta tropical húmida irá conduzir à sua
extinção nos próximos 100 anos;
• Cerca de 15% a 25% das actuais emissões
globais de CO2 para a atmosfera resultam da
desflorestação.
Deforestation in Amazonia, seen from satellite. The roads in the forest follow a typical "fishbone" pattern
Extent of deforestation in Borneo 1950-2005, and projection towards 2020. The tropical lowland and
highland forests of Borneo, including vast expanses of rainforest, have decreased rapidly after the end of the second world war. Forests are burned, logged and clear, and commonly replaced with agricultural land, built-up areas or palm oil plantations. These areas represent habitat for species, such as Orangutan and elephants
Download full dataset: Excel
Porque razão os preços dos alimentos sobem?
- Devido às mudanças climáticas que conduzem a uma maior frequência de secas, inundações e tempestades que diminuem a produção agrícola
- Devido ao cultivo de biocombustíveis em terrenos com boa aptidão para a produção de alimentos
- Devido ao crescimento da população global que é mais rápido do que o crescimento da produção agrícola
- Devido às economias emergentes, especialmente a China e a Índia, onde se estão a consumir cada vez mais produtos
alimentares de qualidade
- Devido ao preço crescente do petróleo que torna mais cara a produção agrícola e o transporte e exportação dos produtos alimentares
- Devido ao aumento global do consumo de carne que exige maior produção de cereais para alimentação do gado
- Devido a décadas de abandono e desinvestimento na agricultura e na investigação e desenvolvimento do sector agrícola,
Reconstituição da evolução da temperatura média global da baixa atmosfera, representada por meio da anomalia
relativamente à média do período de 1961 a 1990, e da concentração atmosférica do CO2 nos últimos 400 000 anos (Petit, 1999). Figura adaptada de EEA, 2004. Repare-se na correlação que se observa entre os dois registos. O aumento da concentração do CO2 a partir da revolução
industrial e até ao presente está indicado por um vector
aproximadamente vertical devido à escala de tempo utilizada na figura
Emisiones no relacionadas con la energía Emisiones relacionadas con la energía
Emissões de GEE por sector 2007
Desechos y aguas residuales 3% Agrucultura 14% Uso de suelo 17% Energía eléctrica 26% Industria 19% Transporte 13% Edificios 8%
Variação da Temperatura Média Global à Superfície
Média 2001-2007 em relação 1951-80 (+0,54º C)
Redução do Gelo Oceânico no Ártico
Ca m bio s en la ca ntidad de hielo (G t) Ano 1980 2008Variabilidade e Alterações Climáticas Impactos Mitigação Adaptação Respostas Efeitos indirectos
Rahmstorf, Cazenave, Church, Hansen, Keeling, Parker and Somerville (Science, 2008)
Rahmstorf, 2007 Em 2100 -IPCC, 2007 0.18 – 0.59 m -Rahmstorf, 2007 0.5 - 1.4 m -Vermeer, 2009 0.81 – 1.79 m -Jevrejeva, 2010 0.59 – 1.8 m Fonte:
3.7
3.8
Environmental constraints to rain-fed agriculture, reference climate 1961-90
Climate Change in Portugal: Scenarios, Impacts and
Adaptation Measures (SIAM Project)
• SIAM I study was the first integrated study on the impacts of climate change in Portugal (and in any Southern European country)
– Integration Team – Scenario Teams • Climate • Socio-economic – Impact Teams • Health Study – National focus – Team • Elsa Casimiro • Jose Calheiros • Suraje Dessai http://www.siam.fc.ul.pt/SIAM_Book Agriculture Human Health Forest & Biodiversity Energy Fisheries Coastal Zones Water Resources IMPACT TEAMS
SIAM Project :
Climate Change in Portugal: Scenarios, Impacts and Adaptation Measures
Mais Informação ...
http://www.siam.fc.ul.pt/
SIAM II - 2006
http://www.siam.fc.ul.pt/SIAM_Book SIAM I - 2002
Trajectórias das emissões de CO
2
e
(2005 = 380 ppmv) 4 C 3 C 2 C Miles de mil lo nes de toneladas de C O 2
O crescimento exponencial da oferta e do consumo
material não é indefinidamente sustentável.
Poderá satisfazer as nossas expectativas imediatas,
mas conduz necessariamente a uma situação de
ruptura e crise num futuro mais ou menos próximo.
Há limites para o crescimento económico exponencial,
ou seja a uma taxa anual de crescimento
aproximadamente constante
The Limits to Growth – Club of Rome
D.H. Meadows, D.L. Meadows, J. randers and
W.W.Beherens III, 1972
Limits to growth: The 30 – Year Update
D.H. Meadows, J. Randers and D.L. Meadows, 2004
Resource Consumption growth rate, annual
Static index Exponential index 5 times reserves exponential index Chromium 2.6% 420 95 154 Gold 4.1% 11 9 29 Iron 1.8% 240 93 173 Petroleum 3.9% 31 20 50 YEARS
The static reserve numbers assume that the usage is constant, and the exponential reserve assumes that the growth rate is constant.
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2010 6 4 2 0 -2 2,0 2,7 4,0 3,5 4,0 3,9 1,3 -2,2 4,3 2,7
Produto mundial bruto real
Os países mais industrializados têm frequentemente como objectivo assegurar um crescimento anual da economia de pelo menos 3%.
As economias emergentes ambicionam manter crescimentos anuais superiores, como é o caso da China que nos últimos 30 anos teve um crescimento médio anual de cerca de 10%.
Imaginemos porém que se elege como objectivo um crescimento anual da economia mundial de 3%. Se fosse possível manter este crescimento exponencial indefinidamente a produção económica duplicaria todos os 24 anos. No ano de 2084 a produção económica global seria 8 vezes maior do que em 2012. Será isto credível?
Com o actual sistema económico taxas de crescimento da economia global inferiores a 3% tendem a provocar o colapso devido à
dificuldade de crédito e superiores a 6% a provocar uma inflação crescente e descontrolada.
By the beginning of the 21st century the world's environment was in critical decline. Oceans are turning acidic from atmospheric CO2 threatening marine life, melting glaciers are flooding cities where soon little water will flow at all, species are disappearing from the Earth at a faster rate than during the dinosaur extinction 65 million years ago. The design of the global economy demands that by 2019 the economy will be twice the size it was in 2000. At its present rate of growth, by 2059 the global economy will be ten times its 2000 size. But Earth cannot sustainably support a global economy the size it was in 2000. Even if the economy slid along at a minimal 3% growth it would still be 10 times its 2000 size by the year 2080. So in order to survive, the global economy is compelled to keep growing like a cancer, at an unsustainable rate that will kill its host. This self-destructive design is a direct result of the flaw in the global money system (see accompanying article Tabela de períodos de crescimento
da economia por factores de 2, 3, 4, 5,…
para taxas anuais de crescimento de
Há limites ao crescimento económico que decorrem das
leis fundamentais da física. A preservação da vida na
Terra e o crescimento e desenvolvimento da população
humana são processos organizativos em que, por meio
da utilização da energia solar e da exploração dos
recursos naturais, a entropia decresce à custa do seu
aumento no sistema envolvente, ou seja, no ambiente
na Terra.
Nicholas Georgescu – Roegen
The entropy law and the economic process, 1971
Reconheceu a ligação entre a economia, a entropia e a
Biologia e estabeleceu as bases da Economia Ecológica
The ecological economic approach (left) recognises
that the economy is a smaller system supported by the environment in which it exists. The neoclassical environmental economic system (right) identifies the environment only as a part of the ecological
A actual situação de fraco crescimento, estagnação ou crise económica na maioria dos países desenvolvidos
poderá ser uma primeira manifestação da insustentabilidade do actual sistema económico.
Recursos naturais mais escassos e com uma procura crescente, especialmente por parte dos países com economias emergentes, tornam-se mais caros e
desaceleram a economia.
A subida dos preços das commodities, especialmente da energia, e a dificuldade de acesso ao crédito estão a
desacelerar o crescimento económico nas economias mais avançadas. O crescimento económico está a tornar-se cada vez mais difícil e problemático na Europa e nos EUA.
Gerou-se no mundo actual uma profunda dicotomia. De um lado, temos o conjunto dos países desenvolvidos com economias avançadas cuja
população global é cerca de 1400 milhões e que se manterá
aproximadamente constante até 2050, logo com uma idade média crescente.
Por outro lado, temos os países com economias emergentes, entre os quais se destacam o Brasil, a China, a Índia e a Rússia e todos os restantes
países em desenvolvimento, incluindo a maior parte dos países que são actualmente os principais produtores de petróleo e gás natural
convencionais.
O conjunto destes países tem actualmente uma população próxima de 5600 milhões, prevendo-se que cresça para mais de 7800 milhões em
2050. Estamos perante um grupo com uma forte dinâmica de crescimento demográfico e económico e com uma capacidade de criar emprego cada vez mais especializado, com vencimentos muito inferiores aos praticados nos países com economias mais avançadas.
Os próximos anos vão ser profundamente marcados pela multipolaridade da nova ordem mundial.
Uma parte importante do poder financeiro e económico está a transferir-se dos paítransferir-ses mais industrializados para o outro grupo de paítransferir-ses.
É muito provável que a maioria dos países do primeiro grupo atravesse um período relativamente longo de estagnação ou declínio económico e desemprego elevado.
Esta situação deve-se essencialmente às disparidades de crescimento demográfico já referidas, ao relativo decrescimento da produtividade do investimento, aos elevados défices e dívidas públicas, e ao aumento dos
- Humans on Earth
Filipe Duarte Santos
Springer, 2011
- Alterações Globais
Os desafios e os riscos Presentes e futuros
Filipe Duarte Santos
Fundação Francisco