2008 2009 2010 2011 201
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F O R T I S S I M O N º 0 8 201718 MAI
19 MAI
VOCÊ
E S T Á
AQUI
Presto
Veloce
Estreia em
palcos tradicionais
Com regência de Fabio Mechetti e tendo Pascal Rogé ao piano, a Filarmônica se apresentou pela primeira vez no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (foto) e no Theatro Municipal de São Paulo. No repertório, obras do mineiro Sergio Rodrigo, de Saint-Saëns e de Ravel.2008 20
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LINHA DO TEMPO — 4 de 12 Em cada programade concerto das séries Allegro, Vivace, Presto e Veloce você encontra um pedacinho da nossa história. No fim do ano, teremos relembrado nosso percurso até a décima temporada.
17 abr 16 a 19 jun 4 ago
8 a 14 set 25 ago
Uma sala para
a música
A construção da Sala Minas Gerais foi anunciada pelo Governo estadual em cerimônia para a imprensa e convidados. Naquela noite, a estreia do violinista israelense Vadim Gluzman com a Filarmônica soou como um brinde a essa notícia tão importante para a história da Orquestra.
Turnê Nacional
Sul e Sudeste
Com a brasilidade do
Concerto para piano nº 2 de
Hekel Tavares e a Segunda Sinfonia de Rachmaninov, a Filarmônica levou sua música a Porto Alegre, Florianópolis, Blumenau, Curitiba, Londrina e Paulínia. Uma vez mais, o pianista Arnaldo Cohen foi o companheiro nessa jornada conduzida por Fabio Mechetti.
Clássicos
ao ar livre
Desde o início da história da Filarmônica,os concertos em praças e parques de Belo Horizonte e região metropolitana são momentos de muita alegria combinada a um rico repertório. No Parque Lagoa do Nado, o maestro Marcos Arakaki fez sua estreia como regente assistente da Orquestra; dois anos depois, Arakaki se tornaria regente associado.
Ilustres
convidados
A Filarmônica foi responsável por trazer a Belo Horizonte artistas consagrados no cenário internacional da música clássica. Entre eles, o norte-americano Joshua Bell, que veio interpretar o Concerto de Tchaikovsky, sob direção de Fabio Mechetti.
OS MELHORES CONCERTOS DE 2011,
JORNAL O GLOBO, 27 DEZ
Turnê Estadual
Cidades históricas
Um roteiro para não se esquecer. Nas igrejas de Tiradentes, São João del-Rei, Ouro Preto (foto) e Mariana, a música barroca foi a passagem para uma verdadeira viagem no tempo. Os concertos tiveram solo de Elisa Freixo no cravo e no órgão, com regência de Marcos Arakaki. FO TO: ANDRÉ FO SSA TI 17 e 18 ago A Filarmônica de Minas Gerais apareceu no Rio de Janeiro em agosto para fazer
um programa impressionista no Theatro Municipal [e] produziu versão
brilhante da suíte sinfônica Daphnis et Chloé, de Ravel. FO TO: RAF AEL MO TT A FO
FO
TO: ALEXANDRE REZENDE
Essa dúvida nunca existiu para Brahms, que não somente explorou, na segunda metade do século XIX, todas as teorias estéticas do sistema tonal, como consolidou de forma brilhante as técnicas composicionais ao seu dispor. A meticulosidade de seus propósitos e o respeito pelo passado são revelados nesta sua
Primeira Sinfonia, que ele levou
mais de vinte anos para finalizar.
Por fim, recebemos uma vez mais a talentosíssima pianista Anna Vinnitskaya, que nos brinda com o
Primeiro Concerto de Béla Bartók, obra
em que se unem a rica herança da música folclórica húngara com a força inexorável de um ritmo inebriante. Seria a Razão inimiga mortal do Sentimento? Algo a se pensar… ou a se sentir… Seria a Harmonia inimiga mortal da Melodia?
Essa pergunta foi colocada pelo famoso filósofo Jean-Jacques Rousseau ao expoente máximo do Barroco francês, Jean-Philippe Rameau. Séculos depois, o compositor brasileiro Jorge Antunes revisita essa questão ao escrever sua Apoteose de Rousseau. Ao celebrarmos os 75 anos de Antunes, introduzimos essa interessante obra ao público mineiro, deixando que a resposta venha (ou não) da inusitada experiência de ouvi-la.
Caros
amigos e
amigas,
F A B I O M E C H E T T I
Desde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos. Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática. Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville, Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito. Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos Estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Realizou diversos concertos no México, Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as orquestras sinfônicas de Tóquio, Sapporo e Hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia, a Orquestra da Rádio e TV Espanhola em Madrid, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá. Vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na Escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de Helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia, dirigindo a Filarmônica de Tampere, e na Itália, dirigindo a Orquestra Sinfônica de Roma. Em 2016 estreou com a Filarmônica de Odense, na Dinamarca. No Brasil, foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a Estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro. Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas Hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, Evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot,
Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Fabio Mechetti recebeu títulos de mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.
Fabio Mechetti
D I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R
FO
TO: EUGÊNIO SÁ
FABIO MECHETTI, regente
ANNA VINNITSKAYA, piano
programa
18 e 19 / MAI
Presto e Veloce
J O R G E A N T U N E S
Apoteose de Rousseau
B É L A B A R T Ó K
Concerto para piano nº 1
• Allegro moderato • Andante • Allegro molto
*
*
J O H A N N E S B R A H M S
Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68
• Un poco sostenuto – Allegro • Andante sostenuto
• Un poco allegretto e grazioso
• Adagio – Più andante – Allegro non troppo, ma con brio
Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e
Itaú Personnalité
apresentamA N N A V I N N I T S K A Y A
F O T O: ANDRÉ F O SS A TI As gravações e apresentações de Anna Vinnitskaya inspiraram os mais variados elogios da crítica. Quem assiste às suas performances não tem como evitar o encantamento com a aura desta artista. Anna Vinnitskaya é uma grande pianista do nosso tempo que conta histórias com as notas, usando todo o potencial da sua expressividade. Nascida na Rússia, em Novorossiysk, Vinnitskaya vive em Hamburgo desde 2002. Atualmente é professora no Conservatório de Hamburgo, onde se formou sob orientação de Evgeni Koroliov. O repertório de Vinnitskaya vai de Johann Sebastian Bach a Sofia Gubaidulina. Suas escolhas enfatizam os grandes compositores russos para piano, como Rachmaninov, Prokofiev e Shostakovich, bem como as coloridas obras de Ravel, Debussy e Chopin para piano. Nos últimos anos, suas leituras de Brahms e Bartók chamaram atenção, em especial a apresentação dos três concertos de Bartók em uma tarde, com a Rundfunk-Sinfonieorchester Berlin sob direção de Marek Janowski. Público e crítica igualmente celebram a habilidade de Vinnistkaya de pintar grandes paisagens sonoras, à parte de sua interpretação incendiária. Seu esplendor técnico não é puramente virtuosístico, pois funde-se com seu som genuíno e sempre colorido.Como solista, Vinnitskaya apresentou-se com renomadas orquestras, de Berlim (Deutsches Symphonie-Orchester) a Londres (Royal Philharmonic Orchestra); de Munique (Münchner Philharmoniker) a Tóquio (NHK Orchestra); de Birmingham (City of Birmingham Symphony) a Tel Aviv (Israel Philharmonic). Vinnitskaya também se apresenta regularmente com as principais orquestras de rádios. Entre os regentes com quem colaborou estão estrelas das novas gerações como Andris Nelsons, Kirill Petrenko e Krzysztof Urbanski, bem como mestres de várias temporadas como Charles Dutoit, Vladimir Fedoseyev e Marek Janowski. Suas gravações foram reconhecidas com vários prêmios, dentre eles o Diapason d’Or, a Escolha do Editor da Gramophone e o Echo Klassik. Vinnitskaya venceu sua primeira competição internacional aos doze anos. Entre suas premiações de maior prestígio estão a Competição Busoni, Itália, em 2005, o primeiro lugar no Concurso Rainha Elisabeth, Bélgica, em 2007, e o prêmio Leonard Bernstein no Festival Schleswig-Holstein, Alemanha, em 2008.
Na temporada 2016/2017, Anna Vinnitskaya é solista em residência na WDR Sinfonieorchester. Ela apresentará e gravará os concertos de Bartók com o regente principal da orquestra, Jukka-Pekka Saraste.
FO
J O R G E A N T U N E S
Apoteose de Rousseau
Espirituoso, combativo, detentor dos títulos de cidadão honorário de Brasília e Chevalier des Arts et des Lettres pelo governo francês, e com uma formação acadêmica sólida – possui três bacharelados (Física, Violino, Composição e Regência) e pós-graduação em diversos países, como na Argentina, Holanda, França –, Jorge Antunes é, antes de tudo, um defensor da dignidade humana e vê na obra de arte uma possibilidade de lutar para que o mundo seja mais justo. Acredita no valor social e portanto ético e político da música. Além disso, é considerado precursor da música eletroacústica no Brasil e ocupa, desde 1994, a cadeira número 22 da Academia Brasileira de Música. O conceito de harmonia remonta à Antiguidade clássica e possuía, naquela época, significados que abrangiam tanto a simultaneidade dos sons quanto a sua organização sucessiva, além de se referir a especulações relacionadas à harmonia entre alma e corpo, bem como ao equilíbrio dos corpos celestes. Esse entendimento permanece no século das luzes e está presente na
obra de Jean-Philippe Rameau (1683-1764), que defendia a harmonia como legítima imitação da natureza e base para a construção musical, inclusive da melodia. Ao contrário de Rameau, Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) defendia que a melodia era, sim, a verdadeira representante da natureza: afinal, os pássaros cantam melodias e não fazem harmonias. Além disso, os sentimentos humanos “somente” podiam ser expressos por meio de uma “bela” melodia. Em seu poema sinfônico Apoteose
de Rousseau, Jorge Antunes encena,
justamente, uma disputa sonora entre melodia e harmonia. E toma o partido de Rousseau, logo pelo Iluminismo, mostrando de que lado está. Nessa direção, a magistral composição de Jorge Antunes inicia-se com uma melodia pungente que, desconstruída e reconstruída, funciona como um fio condutor para nossa memória auditiva. Assim, durante toda a obra podemos ouvir melodias diatônicas, cromatismos e contrapontos contrapostos e
sobrepostos a clusters (aglomerados de notas), além de uma riqueza de
timbres orquestrais. O poema oscila entre harmonias densas e sonoridades mais delicadas, conduzindo-nos a uma audição ora mais próxima a harmonias tonais, ora, atonais. Ao lado disso reconhecemos citações estilísticas barrocas, clássicas, românticas e uma melodia modal tradicional, combinados em uma composição atual, moderna e com grande força expressiva, finalizando com a melodia inicial. De qualquer modo, o vocábulo
apoteose – que também comporta o
significado de ápice ou grandiosidade –, em sua acepção original traz o sentido de divinização de um imperador romano, de um herói e posteriormente do mártir da igreja cristã. Nessa perspectiva, a associação desse vocábulo a Rousseau, ou a Rameau, teria um sentido, pelo menos implícito, de glorificação ou imortalização. Ainda assim, a música para alguns e a melodia para os melômanos parecem ainda guardar uma relação com o inefável, com o suprassensível. Apesar de Jorge Antunes mostrar-se sempre mais preocupado com as questões sociais atuais.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, piano, cordas. PARA ASSISTIR Orquestra Juvenil da Bahia (Neojiba) – Eduardo Torres, regente | Acesse: fil.mg/arousseau Maestro Jorge Antunes: Polêmica e Modernidade – Carlos Del Pino, direção | Acesse: fil.mg/jorgeantunes PARA LER Flô Menezes – Apoteose de Schoenberg – Ateliê Editorial – 2002 Henri Pousseur – Apoteose de Rameau – Unesp – 2009
Maria Alice Volpe – Jorge Antunes: 70 anos de música e política – Revista Brasileira de Música da Escola de Música da UFRJ – v. 25, n. 2, p. 381-394 – jul./dez. 2002
EDILSON VICENTE DE LIMA Doutor em Musicologia pela USP, Mestre em Artes pela Unesp, professor na Universidade Federal de Ouro Preto.
15 min
2014 Brasil, Rio de Janeiro, 1942
B É L A B A R T Ó K
Concerto para piano nº 1
Grande pianista, Béla Bartók atuou sob a direção de célebres regentes, convidado por orquestras europeias e americanas. Fez seu primeiro recital aos dez anos, quando ainda estudava com sua mãe, competente professora de piano. Depois, aperfeiçoou-se com Istvan Thoman, aluno de Liszt. Durante trinta anos, Bartók lecionou piano no Conservatório de Budapeste, consolidando a fama de excelente pedagogo. Dos três concertos que escreveu para o instrumento, estreou os dois primeiros, sendo o nº 1 sob a regência do célebre Wilhelm Furtwängler. Com o grande êxito do Segundo Concerto, despediu-se do público alemão. O Concerto nº 3, escrito no exílio norte-americano, foi sua obra derradeira.
No Concerto nº 1 triunfam os aspectos percussivos do pianismo de Bartók: sonoridades violentas, agregações de ásperos blocos substituindo os acordes tradicionais e um mecanicismo insistente. No todo, trata-se de uma resposta bastante pessoal – e ainda hoje muito
impactante – aos apelos neoclássicos e construtivistas de sua época.
No primeiro movimento, Allegro moderato, o uso do ostinato torna-se fonte de enorme energia propulsora. Em vários momentos o piano se inclui entre os demais instrumentos de percussão, formando com eles um todo bem distinto. No Andante central, em forma A-B-A, as cordas se calam. Trata-se de uma meditação sóbria e profunda. O piano, de início, dialoga com a percussão. Na seção B central, o solista repete um desenho obstinado que serve de fundo ao crescendo dos sopros, libertos em extraordinária politonalidade. Sem transição, grotescos glissandos dos trombones introduzem o terceiro movimento. O Allegro molto final apresenta seu primeiro tema sobre um ostinato das cordas. As outras ideias
se relacionam com o material temático do primeiro movimento. Os motivos são breves, descontínuos e episódicos. Repleta de élan rítmico, a atmosfera é viva e animada. Aos dezoito anos, Bartók começou a estudar metodicamente as manifestações musicais populares de seu país.
Estendeu suas pesquisas pelo Leste europeu, chegando ao Norte da África e à Turquia. Seu método de trabalho implicava uma ética – o respeito pelas diferentes etnias e a superioridade do humanismo sobre o nacionalismo. O compositor recolheu, classificou e analisou milhares de canções, em busca de procedimentos musicais comuns às diversas culturas camponesas. Assimilou a surpreendente riqueza rítmica do folclore (em seus compassos inusitados) e libertou-se da hegemonia do sistema tonal pelo uso sistemático de modos e escalas seculares. Paralelamente às pesquisas de etnomusicologia, Bartók elaborou uma síntese original de certos aspectos do cânone da música ocidental. Reconhecia-se tributário, sobretudo, da influência de três grandes compositores: Debussy, Beethoven e Bach. Ao recuperar e incorporar elementos primitivistas à melhor tradição erudita europeia, Bartók contribuiu decisivamente para a renovação da linguagem musical contemporânea, tornando-se, incontestavelmente, um dos compositores mais inovadores e influentes do século XX.
INSTRUMENTAÇÃO Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, cordas. PARA OUVIR Bartók – Piano Concertos – Berlin Radio Symphony Orchestra – Ferenc Fricsay, regente – Géza Anda, piano – Deutsche Grammophon, Alemanha – 1995 PARA ASSISTIR Orquestra de Paris – Pierre Boulez, regente – Maurizio Pollini, piano | Acesse:
fil.mg/bpiano1a (1º movimento) fil.mg/bpiano1b (2º movimento) fil.mg/bpiano1c (3º movimento) PARA LER Pierre Citron – Bartók – Éditions du Seuil – Coleção Solfèges – 1963
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990 25 min
1926 Estados Unidos, 1945
Hungria, atual Romênia, 1881
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o
programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
Após a morte de Beethoven, a Sinfonia romântica trilhou dois caminhos principais: em uma direção, Berlioz e Liszt adotaram os programas extramusicais dos poemas sinfônicos, fugindo do modelo clássico vienense; em outra vertente, Mendelssohn e Schumann adaptaram-na à expressão mais intimista do Romantismo. Brahms tinha já 43 anos quando apresentou ao público sua primeira sinfonia – fato surpreendente para um compositor que, desde criança, se dedicara exclusivamente à música e acumulara várias obras de peso. Quando, em 1862, Brahms fixou-se definitivamente em Viena, o público já o aclamava como o “herdeiro de Beethoven”. Importantes músicos contemporâneos, como o crítico Hanslick, zelosos com a tradição musical alemã, o elegeram como a figura emblemática do movimento de reação à “música do futuro”, preconizada pelos poemas sinfônicos de Liszt e pelo drama musical wagneriano. É provável que o receio de uma comparação direta com o legado beethoveniano determinasse a demora da estreia da primeira sinfonia de Brahms. A partitura passou por um longo
processo de elaboração que se arrastou por mais de vinte anos, de 1855 a 1876. Logo após a estreia da Primeira, o maestro von Bülow a denominou a
Décima, aludindo à continuidade que
ela representaria em relação às nove sinfonias de Beethoven. Entretanto, a Primeira é uma obra absolutamente pessoal, dosando com inteligência a variedade de recursos e os elementos de contraste, como o uso de tonalidades e compassos diferentes para cada andamento. Quanto à forma cíclica, ela nunca é ostensiva, extraindo os temas dos diversos movimentos de apenas uma célula básica.
A introdução e o primeiro movimento (Un poco sostenuto – Allegro) já contêm os elementos fundamentais para o desenvolvimento de toda a Sinfonia. Os dois andamentos extremos adotam a forma sonata e se apresentam complementares – as tensões e o clima de inquietação criados no primeiro movimento só se resolvem no brilhantismo do último (Adagio – Più andante –
Allegro non troppo, ma con brio).
Brahms reduz as proporções dos dois movimentos intermediários, conformando-os a uma envergadura menor que a das grandes construções beethovenianas e dando-lhes um caráter mais intimista. O meditativo segundo movimento (Andante sostenuto) traz a estrutura de lied (A-B-A). Na seção central aparece uma bucólica melodia, confiada sucessivamente ao oboé e ao clarinete. O terceiro movimento (Un poco allegretto e
grazioso) tem a forma de um scherzo
com trio, mas renuncia ao caráter humorístico e agitado, tão frequente em Beethoven. O encantador tema principal soa como uma melodia entoada por um despreocupado caminhante que passeia pelo campo. Brahms limitou-se à orquestra usada por Beethoven na Nona sinfonia e conseguiu cores e planos sonoros absolutamente originais que contribuem para realçar os aspectos inovadores de sua Sinfonia – as sutilezas rítmicas, mudanças de acentuação, ruptura da regularidade dos compassos e a genial habilidade em variar os temas com fragmentações e inversões.
INSTRUMENTAÇÃO 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas.
PARA OUVIR Brahms – The Symphonies – Chicago Symphony Orchestra – Georg Solti, regente – Decca, Alemanha – 1996
PARA ASSISTIR Orquestra Filarmônica de Viena – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/bsinf1domenor PARA LER José Bruyr – Brahms – Éditions du Seuil – Coleção Solfèges – 1965
François-René Tranchefort – Guia da Música Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
Extraído do texto de PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce músico e
O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado. Apresenta o
programa semanal Recitais Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.
J O H A N N E S B R A H M S
Sinfonia nº 1 em dó menor, op. 68
1855/1876
Última apresentação desta obra — 24 abr 2012 Marcos Arakaki, regente
Áustria, 1897 Alemanha, 1833
FO
TO: EUGÊNIO SÁ
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO Marcos Arakaki* principal ** principal associado *** principal assistente **** músico convidado
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla Rommel Fernandes –
Spalla associado
Ara Harutyunyan –
Spalla assistente
Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Bojana Pantovic Dante Bertolino Joanna Bello Hyu-Kyung Jung Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Leonidas Cáceres *** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS
João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Juan Díaz Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Nathan Medina VIOLONCELOS Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emilia Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz Moisés Pena CLARINETES
Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva TROMPAS
Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES
Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBA Eleilton Cruz * TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas* PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA Marcelo Penido **** TECLADOS Ayumi Shigeta * GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVA Débora Vieira ARQUIVISTA
Ana Lúcia Kobayashi
ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES André Barbosa Hélio Sardinha Jeferson Silva Klênio Carvalho Risbleiz Aguiar
Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site.
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Fernando Damata Pimentel
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Andrade
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS Angelo Oswaldo de Araújo Santos
SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS João Batista Miguel Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003
Instituto Cultural Filarmônica
FORTISSIMO maio — nº 8 / 2017 ISSN 2357-7258 EDITORA
Merrina Godinho Delgado EDIÇÃO DE TEXTO Berenice Menegale ILUSTRAÇÕES Mariana Simões FOTO DE CAPA Rafael Motta BARTÓK Representante: Universal Edition AG CONSELHO ADMINISTRATIVO PRESIDENTE EMÉRITO Jacques Schwartzman PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS Angela Gutierrez Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco Mauricio Freire Octávio Elísio Paulo Brant Sérgio Pena DIRETORIA EXECUTIVA DIRETOR PRESIDENTE Diomar Silveira DIRETOR ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Estêvão Fiuza DIRETORA DE COMUNICAÇÃO Jacqueline Guimarães Ferreira DIRETORA DE MARKETING E PROJETOS Zilka Caribé DIRETOR DE OPERAÇÕES Ivar Siewers EQUIPE TÉCNICA GERENTE DE COMUNICAÇÃO
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Concertos —
maio
DIA 6, 18h
FORA DE SÉRIE / BARROCO ALEMÃO H. I. Biber Buxtehude / Chávez Pachelbel Telemann Haendel / Beecham Bach / ElgarDIAS 11 E 12,
20h30
ALLEGRO / VIVACE L. Cardoso Khatchaturian Vaughan WilliamsDIA 14, 11h
PRAÇA / TRILHAS DE CINEMADIAS 18 E 19,
20h30
PRESTO / VELOCE J. Antunes Bartók BrahmsDIAS 25 E 26,
20h30
ALLEGRO / VIVACE Dvorák Hindemith Villani-Côrtes KodályTOSSE
A tosse perturba a
concentração. Tente
controlá-la com a ajuda
de um lenço ou pastilha.
FOTOS E GRAVAÇÕES EM ÁUDIO E VÍDEO
Não são permitidas durante os concertos.
CONVERSA
O silêncio é o espaço da música. Por isso, evite conversas ou comentários durante a execução das obras.
CRIANÇAS
Não é recomendável a presença de menores de 8 anos nos concertos noturnos. Caso traga crianças, escolha assentos próximos aos corredores para que você possa sair rapidamente se elas se sentirem desconfortáveis.
COMIDAS E BEBIDAS
Não são permitidas no interior da sala de concertos.
PONTUALIDADE
Seja pontual. Após o terceiro sinal as portas de acesso à sala de concertos serão fechadas.
APARELHOS CELULARES
Não se esqueça de desligar o seu celular ou qualquer outro aparelho eletrônico. O som e a luz atrapalham a orquestra e o público.
CUIDADOS COM A SALA
Abaixe o assento antes de ocupar a cadeira. Também evite balançar-se nela, pois, além de estragá-la, você incomoda quem está na sua fila.
APLAUSOS
Deixe os aplausos para o final das obras. Veja no programa o número de movimentos de cada uma e fique de olho na atitude e gestos do regente.
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