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Apelo à responsabilidade médica na abertura do Congresso

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Academic year: 2021

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Apelo à

responsabilidade

médica na abertura

do Congresso

A

sessão de abertura deste 52.º Congresso, que de-correu ontem pelas 19h30, contou com a interven-ção do presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmo-logia (SPO), do presidente do Colégio de OftalmoOftalmo-logia e do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), bem como do Prof. António Castanheira-Dinis e do Dr. Adelino Dias Arêde, presidente honorário do Congresso. Se a António Travassos e a Adelino Arêde coube desejar as «boas- -vindas», os outros intervenientes lançaram olhares mais críticos sobre vários aspectos da Medicina e da Oftalmo-logia, em particular.

O bastonário da OM, Dr. Pedro Nunes, realçou a «res-ponsabilidade» dos médicos em informar os doentes, en-volvendo-os nas tomadas de decisão, ou seja, o consenti-mento informado. «Acabou o tempo em que nos isentavam de quaisquer responsabilidades», afirmou, considerando

que o «entendimento» entre médico e doente faz parte das «boas práticas clínicas». Esta mensagem também foi reforçada pelo presidente do Colégio da Especialidade da OM, Dr. Esteves Esperancinha, que não deixou de referir a «boa colaboração» entre o Colégio e a SPO.

Pedro Nunes destacou ainda a «excelente intervenção» dos representantes da SPO e do Colégio de Oftalmologia da OM aquando do caso de cegueira que atingiu, este ano, seis doentes no Hospital de Santa Maria, na se-quência de tratamentos oftalmológicos.

O passado não foi esquecido na sessão de abertura, onde o Prof. Castanheira-Dinis lançou um olhar retros-pectivo sobre os marcos e as figuras da Oftalmologia portuguesa. Com emoção, este interveniente lembrou o recente falecimento do Prof. Paulo Sousa Ramalho, «que trouxe para Portugal a angiografia fluoresceínica». u

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Hotel Tivoli Marina Vilamoura | 5 a 7 de Dezembro, 2009

Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso

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52.º Congresso Português de Oftalmologia

Os intervenientes: Drs. Mário Alfaiate, Eduardo Conde, Angelina Meireles e José Pita Negrão. Falta na foto o Dr. Luís Cabral

Ficha técnica

Propriedade: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

Campo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 Lisboa Tel.: 217 820 443 • Fax: 217 820 445 spo@mail.telepac.pt

www.spoftalmologia.pt

Edição: Esfera das Ideias, Produção de Conteúdos

Av. Almirante Reis, n.º 114, 4.º E • 1150 - 023 Lisboa • Tel.: 219 172 815 geral@esferadasideias.pt • www.esferadasideias.pt

Coordenação: Madalena Barbosa • Redacção: Ana João Fernandes e Rute Barbedo • Fotografia: Celestino Santos • Design: Diana Chaves

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«À conversa»

sobre cirurgias

do descolamento de retina

A apresentação de várias

terapêuticas cirúrgicas do

descolamento de retina primário

e a discussão de casos clínicos

sobre o tema compõem a

sessão «À conversa com os

especialistas» de hoje, com

início às 9h00, na sala Gemini.

Ana João Fernandes

a

pneumopexia, a cirurgia extra-ocular e a victrectomia via pars plana são as três principais abordagens cirúrgi-cas do descolamento de retina primário. Na sessão «À conversa com os especialistas» de hoje, estas técnicas vão ser abordadas, res-pectivamente, pelos Drs. Luís Cabral, direc-tor do Serviço de Oftalmologia do Hospital da Luz; José Pita Negrão, director do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar Lisboa

Central; e Angelina Meireles, responsável pelo Departamento de Retina Cirúrgica do Hospital Geral de Santo António.

A sessão vai ainda contar com a interven-ção do Dr. Mário Alfaiate, responsável pelo Departamento de Descolamento de Retina dos Hospitais da Universidade de Coimbra, sobre a profilaxia dessa patologia. Após a apresentação «destes quatro pilares funda-mentais» na abordagem do descolamento de retina, seguir-se-á «um momento de prá-tica sobre o tema «Controvérsias na abor-dagem do descolamento de retina», onde serão discutidos casos clínicos concretos», explica o coordenador da sessão, Dr. Eduar-do Conde.

O objectivo principal é «criar um diálogo activo entre o painel de convidados e a assis-tência, para debater as várias possibilidades de abordagem cirúrgica do descolamento de retina primário», visando sempre «a

esco-lha do tratamento mais adequado». Eduar-do Conde considera que o maior desafio na patologia do descolamento de retina – que, «por ano, tem uma incidência de 12 novos casos por cada 100 mil habitantes» – é «con-seguir um sucesso anatómico e funcional que se aproxime o mais possível dos 100%». Para tal, será necessário «sensibilizar mais a população e os médicos em geral para os sintomas predisponentes do descolamento de retina (como fotopsias e miodesópsias)». Por outro lado, urge estabelecer «um acesso mais facilitado ao oftalmologista, de modo a permitir o diagnóstico e o encaminhamen-to para um centro especializado». Eduardo Conde também realça a necessidade de existir «uma resposta mais rápida das estru-turas hospitalares, para que o doente possa beneficiar de um tratamento precoce, me-lhorando o prognóstico e o resultado final do descolamento de retina».

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Novo anuário e proposta de novos estatutos

O

anuário da Sociedade Portu-guesa de Oftalmologia não era actualizado há nove anos. Hoje, às 17h00, na sala Gemini, a Dr.ª Manuela Carmona, secretária-geral da SPO, que se dedicou a este projecto nos últimos 10 me-ses, apresenta o novo anuário. De seguida, às 17h30, a jurista Paula Teixeira da Cruz expõe os pormenores da proposta de alte-ração dos estatutos da SPO.

O novo anuário inclui todos os oftalmo-logistas que são sócios da SPO (mesmo os mais recentes), com os seus contactos actu-alizados (e-mails e telefones) e respectivas fotografias. Manuela Carmona explica que o objectivo deste documento é «facilitar a comunicação e o conhecimento entre os of-talmologistas», permitindo «associar caras a nomes» e fomentando o «espírito de grupo». Quem não enviou a tempo as suas fotografias

para o anuário, tem a possibilidade de ser fo-tografado no secretariado, onde a SPO dispo-nibiliza uma câmara para o efeito.

Explicando as razões de se ter elaborado uma proposta de alteração dos estatutos, que foi redigida pela jurista Paula Teixeira da Cruz, o Dr. António Travassos, presidente da SPO, diz que o objectivo é «contribuir para que a SPO seja uma sociedade científica mais aberta e próxima dos seus sócios, para que todos se revejam nela».

Na sessão de hoje, além de apresentar a nova proposta, Paula Teixeira da Cruz estará disponível para esclarecer todas as dúvidas. Satisfeito com a presença da jurista no Con-gresso, António Travassos partilha as razões da escolha desta profissional: «Tinha de ser alguém ligado ao direito administrativo e ela é uma pessoa extremamente competente nessa área, sendo reconhecida nacionalmente.»

O presidente da SPO sublinha que esta pro-posta não é definitiva e está aberta às suges-tões de correcção dos sócios, que poderão enviar as suas ideias e críticas para a Socie-dade nos próximos seis meses. «Não quere-mos impor os estatutos, mas apresentar uma proposta que possa ser discutida e aprovada pelo maior número possível de sócios.»

Desde a criação da SPO, há 70 anos, esta é a segunda vez que os estatutos da SPO são revistos. «Pensamos que, em alguns aspec-tos, os estatutos não estavam de acordo com a constituição. Por isso, pedimos a colabora-ção de uma jurista para os melhorar», justifi-ca o presidente da SPO.

E quando estará pronta a versão final? «Se houver um bom acolhimento por parte dos sócios, os estatutos finais poderão ser apro-vados no próximo Congresso», responde An-tónio Travassos. MB

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«a

abertura de um congresso na-cional é um momento major de qualquer sociedade», sublinhou o presidente da SPO, a quem coube iniciar a sessão de abertura deste 52.º Congresso, que decorreu ontem, pelas 19h30, na sala Gemini. Na sua intervenção, o Dr. António Travassos manifestou o desejo de que a Assembleia-Geral (hoje, às 18h00) seja «um momento importan-te de análise do trabalho desenvolvido pelos actuais corpos gerentes da SPO», esperando que suscite também o «debate de opiniões».

Seguiu-se a intervenção do Prof. António Castanheira-Dinis, presidente da Comissão do Programa Nacional para a Saúde da Visão, que começou por fazer uma homenagem ao Prof. Paulo Sousa Ramalho, falecido na ma-nhã da passada sexta-feira. Depois deste mo-mento de alguma emoção, Castanheira-Dinis falou sobre os vários marcos da Oftalmologia

presente e futuro da Oftalmologia

portuguesa e das «figuras» que os protago-nizaram. Um olhar retrospectivo a pensar essencialmente nos mais jovens, «para que encarem o futuro, sem esquecer o passado». O presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos (OM), Dr. Florindo Esteves Esperancinha, também interveio na sessão, salientando que «a ligação entre o Colégio e a SPO será fortalecida», devido ao objectivo con-junto de integrarem um projecto de ensino e aprendizagem em e-learning. Falando também da necessidade de definir «boas práticas», o responsável deu o mote à intervenção seguin-te, do bastonário da Ordem dos Médicos. O Dr. Pedro Nunes realçou a necessidade cada vez mais premente de os médicos se «habituarem a envolver o doente nas tomadas de decisão». O presidente da OM não deixou também de falar sobre «a catástrofe que aconteceu a um grupo de doentes no Hospital de Santa Maria»,

realçando «a excelente intervenção pública» dos representantes do Colégio de Oftalmolo-gia e da SPO, com «transparência e responsa-bilidade». «Se não tivesse havido esta atitude de clareza, a Medicina estaria mais espartilha-da no exercício espartilha-da sua autonomia», referiu. A encerrar a sessão de abertura, ouviram-se as palavras do Dr. Adelino Dias Arêde, presidente honorário deste 52.º Congresso.

na sessãO de abertura: Drs. Esteves Esperancinha, Pedro Nunes

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os últimos anos, tem havi-do numerosos progressos no tratamento do edema macular», afirma o coordenador do Gru-po Português de Retina e Vítreo (GPRV),

Dr. Rufino Silva. «Os anti-angiogénicos, os

anti-inflamatórios e os dispositivos de liber-tação lenta permitiram, juntamente com a fotocoagulação laser e a cirurgia, modificar radicalmente o seu prognóstico.»

De acordo com Rufino Silva, o edema

ma-Curso dedicado ao Edema Macular amanhã

Organizado pelo Grupo

Português de Retina

e Vítreo, o Curso

intermédio/avançado

sobre o Edema Macular

vai ter lugar entre às

9h00 de amanhã.

cular «deve ser uma prioridade de todos os oftalmologistas», pelo que o GPRV organiza um curso intermédio/avan-çado sobre o diagnóstico e terapêutica dessa pa-tologia, a decorrer ama- nhã, entre as 9h00 e as 11h00, na sala Vega. «Abordaremos as dife-rentes manifestações clí- nicas do edema macular, os resultados de ensaios clínicos mais recentes e o tratamento consoante a etiologia», afirma Rufino Silva, que contará com um painel

de sete outros especialistas. O edema macular na re-tinopatia diabética está a cargo do Dr. José Henriques. De acordo com o coordena-dor do GPRV, «o tratamento

standard continua a ser a

fo-tocoagulação laser, embora os resultados clíni-cos dos anti-angiogéniclíni-cos intravítreos possam vir a modificar a prática clínica». O mesmo se verifica em relação às oclusões venosas (tema a cargo do Dr. João Nascimento).

Outros temas abordados serão o trata-mento da neovascularização coroideia (pelo Dr. Rufino Silva), o tratamento médico e cirúrgico do edema macular na inflamação (pelo Prof. Marc de Smet), bem como os dis-positivos intra-oculares (a cargo do Dr. João Figueira) e os aspectos cirúrgicos do edema macular, quer na sua origem quer na resolu-ção (pelos Profs. Carlos Neves e Monteiro- -Grillo e o Dr. Victor Ágoas). AJF

O edema macular pode atingir:

14%

dos diabéticos ao fim de dez anos da doença

10%

dos doentes submetidos a facoemulsificação

100%

dos doentes com a forma exsudativa da DMRI

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52.º Congresso Português de Oftalmologia

Grupo de Estudos

da Retina organiza

Curso sobre OCT

Dar a conhecer os princípios

básicos da tomografia de

coerência óptica e auxiliar

a interpretação dos seus

resultados nas principais

patologias vitreorretinianas

são os objectivos do Curso

que começa às 9h00,

na sala Vega.

Óptica (OCT, na sigla em inglês), que o GER organiza neste Congresso.

«Apesar de elucidar sobre os princípios básicos da técnica e da interpretação das imagens da OCT, o Curso pretende ajudar no diagnóstico diferencial das patologias retinia-nas, alertando para os achados característicos das diferentes entidades e para a valorização das informações qualitativas e quantitativas fornecidas pelo exame», afirma a coordena-dora da sessão. «Serão dadas as bases para interpretação da OCT, nomeadamente como distinguir um edema de uma esquisis retinia-na e como identificar atrofia, fibrose ou ede-ma nas diferentes caede-madas da retina, etc.»

De acordo com Ângela Carneiro, o Curso pretende ainda «mostrar a utilidade da OCT no seguimento dos doentes, quer na evolução da patologia, quer na monitorização dos efei-tos terapêuticos». Afinal, como método de imagem não-invasivo da patologia retiniana, a

OCT «tem assumido importância crescente no diagnóstico e no seguimento dos doentes».

Além disso, «é fundamental em todos os casos de edema macular, independentemen-te da sua causa (neovascularização coroideia, retinopatia diabética, pós-inflamatório, etc.), para permitir caracterizar o tipo de edema, monitorizar a sua evolução e resposta aos tratamentos efectuados». Por outro lado, «é fundamental no pré-operatório e na decisão cirúrgica das patologias da interface vitreor-retiniana», explica Ângela Carneiro.

A responsável considera que a difusão do uso da OCT, associada ao desenvolvimento e lançamento no mercado de novos aparelhos para a sua realização, justifica a pertinência e actualidade deste Curso. Além da intervenção da Dr.ª Ângela Carneiro, a sessão conta com palestras dos Drs. Miguel Marques, Maria João Veludo, Elisete Brandão, Rita Flores, Angelina Meireles, e do Prof. Marc de Smet. AJF

«t

rata-se de um Curso básico/ /intermédio, mas destina-se a todos os oftalmologistas», es-clarece a Dr.ª Ângela Carneiro, do Serviço de Oftalmologia do Hospital de São João, referin-do-se ao Curso de Tomografia de Coerência

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52.º Congresso Português de Oftalmologia

Avanços da vitrectomia micro-incisional

Prof. Marcos Ávila /// fundador do Centro Brasileiro da Visão

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as últimas quatro décadas, regista-ram-se grandes avanços na cirurgia oftalmológica, em especial na cirur-gia vitreorretiniana. Inicialmente, Robert Ma-chemer desenvolveu a cirurgia via pars plana, com sistema fechado, controlo da pressão intra-ocular e corte do vítreo mecanizado. Conor O’Malley inovou a técnica, dividindo o side-port único em três esclerotomias, com instrumentos de 20 gauge. Foi o ponto de partida para o desenvolvimento de tecnolo-gias de alta precisão na vitrectomia.

Os investigadores e a indústria têm dado uma significativa contribuição para o desen-volvimento de melhores controlos do fluxo e da pressão intra-ocular, além de maiores velocidades de corte (passou-se de 300 cor-tes por minuto, em 1970, para 5 000 corcor-tes, em 2009). A evolução e a inovação de novos equipamentos, como o Accurus e o

Constella-tion, permitiram a realização da vitrectomia micro-incisional (VMIS).

Hoje, a VMIS passou a ser o padrão: é efi-ciente, segura, promove uma boa recuperação pós-operatória, tem uma curva de aprendi-zagem fácil e grande disponibilidade mundial de instrumentos. São muitas as vantagens das micro-incisões: causam menor trauma e ede-ma aos tecidos, são de rápida cicatrização e exigem menor uso de medicações pós-opera-tórias, como os esteróides. Isto é muito impor-tante, pois 30% dos doentes apresentam reac-ções adversas ao uso tópico destes fármacos. O uso da vitrectomia micro-incisional altera a rotina da prática diária. Antes, a nossa equi-pa, utilizando quatro salas cirúrgicas, realizava dez cirurgias por dia. Com a adopção da VMIS, em 85% dos casos, demora-se cerca de cinco horas para os mesmos casos, utilizando-se duas salas cirúrgicas. Esta mudança representa

economia de tempo, rentabilização da equipa médica e menores custos da própria cirurgia.

Tem-se dado preferência aos instrumentos de 23 gauge. Este sistema mostrou-se tão efi-ciente como o uso de 20 gauge, principalmen-te em relação ao principalmen-tempo vítreo. Com a ponta de abertura mais distal, os instrumentos de 23 gauge facilitam o acesso às membranas epirretinianas e reduzem as rupturas iatro-génicas nas cirurgias maculares. Com o 25 gauge tradicional, os cortes são mais lentos e é difícil a separação da hialóide posterior nos casos de buraco macular, se bem que, no mês passado, foi introduzido o 25G+ (plus) e a ex-periência tem-se mostrado positiva.

Actualmente, dispomos de todos os instru-mentos necessários para as manobras cirúrgi-cas da vitrectomia micro-incisional e acredito que, num futuro próximo, a grande maioria dos cirurgiões passará a realizá-la.

Nota: O Prof. Marcos Ávila é o prelector da conferência «Vitrectomia por abertura 23G», que decorre às 14h45 de hoje, na sala Gemini.

Abordagem das membranas epirretinianas

À

s 15h30, na sala Gemini, Marta Fi-gueroa, directora médica da Corpo-ração Oftalmológica Vissum, em Ma-drid, e professora na Universidade de Alcalá, reflecte sobre o diagnóstico e tratamento das membranas epirretinianas.

Para a especialista, a tomografia de co-erência óptica (OCT, na sigla inglesa) «tem permitido avaliar as alterações anatómicas, bem como a sua repercussão sobre a agudez visual». Com a OCT, é igualmente possível

A Prof.ª Marta Figueroa fala das melhorias na

abordagem de uma das patologias mais frequentes

do segmento posterior: as membranas epirretinianas.

«realizar um diagnóstico diferencial entre os pseudoburacos maculares e os buracos ma-culares lamelares», sendo que, em ambos os quadros, as membranas epirretinianas macu-lares são «um achado constante».

Marta Figueroa afirma que «tanto as indica-ções cirúrgicas como os resultados anatómicos e funcionais são muito diferentes em ambas as entidades [pseudoburacos maculares e bura-cos maculares lamelares]».

A OCT também permite conhecer as

al-terações motivadas pela cirurgia, que, «em muitos casos, explicam a variabilidade dos resultados funcionais», nota Marta Figueroa. E acrescenta: «A ausência de progressos visu-ais após a cirurgia pode dever-se à persistên-cia de um edema macular ou a alterações na camada de fibras nervosas do olho».

Outro dos avanços é a cirurgia de micro- -incisão, «aconselhável nas membranas epir-retinianas, já que a vitrectomia periférica ex-tensiva é desnecessária e todas as manobras cirúrgicas limitam-se ao pólo posterior do olho», afirma. Este método «encurtou a du-ração da intervenção e melhorou o pós-ope-ratório». Marta Figueroa destaca, ainda, «os prós e os contras dos procedimentos combi-nados de facovitrectomia». RB

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pesar de ser provável que a fotocoagulação se mantenha como a base do tratamento da retinopatia diabética (RD), os resultados serão cada vez melhores com farmacoterapia adjuvante e/ou com a vitrectomia.» A opi-nião é do Dr. Zdenek Gregor, oftalmologista do Moorfields Eye Hospital, em Londres.

Em relação à retinopatia diabética prolife-rativa, o especialista refere que «a fotocoa-gulação a laser reduz o risco de perda visual severa em mais de 50%», aumentando ainda a percentagem de sucesso da vitrectomia. No entanto, «este sucesso depende, em grande parte, da prevenção das complicações cirúrgi-cas, como as rasgaduras da retina e as hemor-ragias». Segundo este oftalmologista, «a chave para a prevenção das complicações está em

da retinopatia diabética

A fotocoagulação a laser, a vitrectomia e a

farmacoterapia adjuvante na retinopatia diabética são

aspectos abordados na conferência do Dr. Zdenek

Gregor, que decorre hoje, pelas 12h15, na sala Gemini.

Ana João Fernandes

encontrar o plano cirúrgico adequado no início da dissecção das membranas pré-retinianas».

No que respeita ao edema macular diabéti-co, Zdenek Gregor afirma que «a victrectomia tem demonstrado eficácia», podendo reduzir, a espessura macular numa fase inicial. No en-tanto, «os resultados visuais a longo prazo não são superiores aos da fotocoagulação a laser». Do mesmo modo, um estudo prospectivo e randomizado realizado pelo Moorfields Eye Hospital «não mostrou nenhum benefício da aplicação intravítrea de triancinolona em rela-ção ao laser aplicado ao longo de um ano». Zde-nek Gregor explica que «as razões que justificam estes resultados são inúmeras, como o facto de o estudo ter incluído doentes com diabetes em fase muito avançada e a possibilidade de a trian-cinolona ter induzido tracção vitreofoveolar.

O oftalmologista inglês nota que «o uso de injecções intra-oculares anti-VEGF está a au-mentar exponencialmente». O estudo READ mostrou «resultados positivos do ranibilu-mab no edema macular diabético», refere. No entanto, na perspectiva de Zdeneck Gre-gor, é «provável que o elevado custo deste medicamento limite a sua aceitação».

Uma «alternativa mais acessível» pode ser o bavacizumab (Avastin), sobre o qual o Moorfields Eye Hospital concluiu recentemen-te um estudo. Gregor avança a principal conclu-são: «Ao contrário da triancinolona intravítrea, as injecções de Avastin resultam em melhor acuidade visual do que o laser usado ao longo de um ano, embora a diferença de espessura macular entre os dois grupos de estudo não te-nha alcançado significância estatística.»

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