Apelo à
responsabilidade
médica na abertura
do Congresso
A
sessão de abertura deste 52.º Congresso, que de-correu ontem pelas 19h30, contou com a interven-ção do presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmo-logia (SPO), do presidente do Colégio de OftalmoOftalmo-logia e do bastonário da Ordem dos Médicos (OM), bem como do Prof. António Castanheira-Dinis e do Dr. Adelino Dias Arêde, presidente honorário do Congresso. Se a António Travassos e a Adelino Arêde coube desejar as «boas- -vindas», os outros intervenientes lançaram olhares mais críticos sobre vários aspectos da Medicina e da Oftalmo-logia, em particular.O bastonário da OM, Dr. Pedro Nunes, realçou a «res-ponsabilidade» dos médicos em informar os doentes, en-volvendo-os nas tomadas de decisão, ou seja, o consenti-mento informado. «Acabou o tempo em que nos isentavam de quaisquer responsabilidades», afirmou, considerando
que o «entendimento» entre médico e doente faz parte das «boas práticas clínicas». Esta mensagem também foi reforçada pelo presidente do Colégio da Especialidade da OM, Dr. Esteves Esperancinha, que não deixou de referir a «boa colaboração» entre o Colégio e a SPO.
Pedro Nunes destacou ainda a «excelente intervenção» dos representantes da SPO e do Colégio de Oftalmologia da OM aquando do caso de cegueira que atingiu, este ano, seis doentes no Hospital de Santa Maria, na se-quência de tratamentos oftalmológicos.
O passado não foi esquecido na sessão de abertura, onde o Prof. Castanheira-Dinis lançou um olhar retros-pectivo sobre os marcos e as figuras da Oftalmologia portuguesa. Com emoção, este interveniente lembrou o recente falecimento do Prof. Paulo Sousa Ramalho, «que trouxe para Portugal a angiografia fluoresceínica». u
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Hotel Tivoli Marina Vilamoura | 5 a 7 de Dezembro, 2009
Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso
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52.º Congresso Português de Oftalmologia
Os intervenientes: Drs. Mário Alfaiate, Eduardo Conde, Angelina Meireles e José Pita Negrão. Falta na foto o Dr. Luís Cabral
Ficha técnica
Propriedade: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
Campo Pequeno, 2-13.º • 1000 - 078 Lisboa Tel.: 217 820 443 • Fax: 217 820 445 spo@mail.telepac.pt
www.spoftalmologia.pt
Edição: Esfera das Ideias, Produção de Conteúdos
Av. Almirante Reis, n.º 114, 4.º E • 1150 - 023 Lisboa • Tel.: 219 172 815 geral@esferadasideias.pt • www.esferadasideias.pt
Coordenação: Madalena Barbosa • Redacção: Ana João Fernandes e Rute Barbedo • Fotografia: Celestino Santos • Design: Diana Chaves
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«À conversa»
sobre cirurgias
do descolamento de retina
A apresentação de várias
terapêuticas cirúrgicas do
descolamento de retina primário
e a discussão de casos clínicos
sobre o tema compõem a
sessão «À conversa com os
especialistas» de hoje, com
início às 9h00, na sala Gemini.
Ana João Fernandes
a
pneumopexia, a cirurgia extra-ocular e a victrectomia via pars plana são as três principais abordagens cirúrgi-cas do descolamento de retina primário. Na sessão «À conversa com os especialistas» de hoje, estas técnicas vão ser abordadas, res-pectivamente, pelos Drs. Luís Cabral, direc-tor do Serviço de Oftalmologia do Hospital da Luz; José Pita Negrão, director do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar LisboaCentral; e Angelina Meireles, responsável pelo Departamento de Retina Cirúrgica do Hospital Geral de Santo António.
A sessão vai ainda contar com a interven-ção do Dr. Mário Alfaiate, responsável pelo Departamento de Descolamento de Retina dos Hospitais da Universidade de Coimbra, sobre a profilaxia dessa patologia. Após a apresentação «destes quatro pilares funda-mentais» na abordagem do descolamento de retina, seguir-se-á «um momento de prá-tica sobre o tema «Controvérsias na abor-dagem do descolamento de retina», onde serão discutidos casos clínicos concretos», explica o coordenador da sessão, Dr. Eduar-do Conde.
O objectivo principal é «criar um diálogo activo entre o painel de convidados e a assis-tência, para debater as várias possibilidades de abordagem cirúrgica do descolamento de retina primário», visando sempre «a
esco-lha do tratamento mais adequado». Eduar-do Conde considera que o maior desafio na patologia do descolamento de retina – que, «por ano, tem uma incidência de 12 novos casos por cada 100 mil habitantes» – é «con-seguir um sucesso anatómico e funcional que se aproxime o mais possível dos 100%». Para tal, será necessário «sensibilizar mais a população e os médicos em geral para os sintomas predisponentes do descolamento de retina (como fotopsias e miodesópsias)». Por outro lado, urge estabelecer «um acesso mais facilitado ao oftalmologista, de modo a permitir o diagnóstico e o encaminhamen-to para um centro especializado». Eduardo Conde também realça a necessidade de existir «uma resposta mais rápida das estru-turas hospitalares, para que o doente possa beneficiar de um tratamento precoce, me-lhorando o prognóstico e o resultado final do descolamento de retina».
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Novo anuário e proposta de novos estatutos
O
anuário da Sociedade Portu-guesa de Oftalmologia não era actualizado há nove anos. Hoje, às 17h00, na sala Gemini, a Dr.ª Manuela Carmona, secretária-geral da SPO, que se dedicou a este projecto nos últimos 10 me-ses, apresenta o novo anuário. De seguida, às 17h30, a jurista Paula Teixeira da Cruz expõe os pormenores da proposta de alte-ração dos estatutos da SPO.O novo anuário inclui todos os oftalmo-logistas que são sócios da SPO (mesmo os mais recentes), com os seus contactos actu-alizados (e-mails e telefones) e respectivas fotografias. Manuela Carmona explica que o objectivo deste documento é «facilitar a comunicação e o conhecimento entre os of-talmologistas», permitindo «associar caras a nomes» e fomentando o «espírito de grupo». Quem não enviou a tempo as suas fotografias
para o anuário, tem a possibilidade de ser fo-tografado no secretariado, onde a SPO dispo-nibiliza uma câmara para o efeito.
Explicando as razões de se ter elaborado uma proposta de alteração dos estatutos, que foi redigida pela jurista Paula Teixeira da Cruz, o Dr. António Travassos, presidente da SPO, diz que o objectivo é «contribuir para que a SPO seja uma sociedade científica mais aberta e próxima dos seus sócios, para que todos se revejam nela».
Na sessão de hoje, além de apresentar a nova proposta, Paula Teixeira da Cruz estará disponível para esclarecer todas as dúvidas. Satisfeito com a presença da jurista no Con-gresso, António Travassos partilha as razões da escolha desta profissional: «Tinha de ser alguém ligado ao direito administrativo e ela é uma pessoa extremamente competente nessa área, sendo reconhecida nacionalmente.»
O presidente da SPO sublinha que esta pro-posta não é definitiva e está aberta às suges-tões de correcção dos sócios, que poderão enviar as suas ideias e críticas para a Socie-dade nos próximos seis meses. «Não quere-mos impor os estatutos, mas apresentar uma proposta que possa ser discutida e aprovada pelo maior número possível de sócios.»
Desde a criação da SPO, há 70 anos, esta é a segunda vez que os estatutos da SPO são revistos. «Pensamos que, em alguns aspec-tos, os estatutos não estavam de acordo com a constituição. Por isso, pedimos a colabora-ção de uma jurista para os melhorar», justifi-ca o presidente da SPO.
E quando estará pronta a versão final? «Se houver um bom acolhimento por parte dos sócios, os estatutos finais poderão ser apro-vados no próximo Congresso», responde An-tónio Travassos. MB
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«a
abertura de um congresso na-cional é um momento major de qualquer sociedade», sublinhou o presidente da SPO, a quem coube iniciar a sessão de abertura deste 52.º Congresso, que decorreu ontem, pelas 19h30, na sala Gemini. Na sua intervenção, o Dr. António Travassos manifestou o desejo de que a Assembleia-Geral (hoje, às 18h00) seja «um momento importan-te de análise do trabalho desenvolvido pelos actuais corpos gerentes da SPO», esperando que suscite também o «debate de opiniões».Seguiu-se a intervenção do Prof. António Castanheira-Dinis, presidente da Comissão do Programa Nacional para a Saúde da Visão, que começou por fazer uma homenagem ao Prof. Paulo Sousa Ramalho, falecido na ma-nhã da passada sexta-feira. Depois deste mo-mento de alguma emoção, Castanheira-Dinis falou sobre os vários marcos da Oftalmologia
presente e futuro da Oftalmologia
portuguesa e das «figuras» que os protago-nizaram. Um olhar retrospectivo a pensar essencialmente nos mais jovens, «para que encarem o futuro, sem esquecer o passado». O presidente do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos (OM), Dr. Florindo Esteves Esperancinha, também interveio na sessão, salientando que «a ligação entre o Colégio e a SPO será fortalecida», devido ao objectivo con-junto de integrarem um projecto de ensino e aprendizagem em e-learning. Falando também da necessidade de definir «boas práticas», o responsável deu o mote à intervenção seguin-te, do bastonário da Ordem dos Médicos. O Dr. Pedro Nunes realçou a necessidade cada vez mais premente de os médicos se «habituarem a envolver o doente nas tomadas de decisão». O presidente da OM não deixou também de falar sobre «a catástrofe que aconteceu a um grupo de doentes no Hospital de Santa Maria»,
realçando «a excelente intervenção pública» dos representantes do Colégio de Oftalmolo-gia e da SPO, com «transparência e responsa-bilidade». «Se não tivesse havido esta atitude de clareza, a Medicina estaria mais espartilha-da no exercício espartilha-da sua autonomia», referiu. A encerrar a sessão de abertura, ouviram-se as palavras do Dr. Adelino Dias Arêde, presidente honorário deste 52.º Congresso.
na sessãO de abertura: Drs. Esteves Esperancinha, Pedro Nunes
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os últimos anos, tem havi-do numerosos progressos no tratamento do edema macular», afirma o coordenador do Gru-po Português de Retina e Vítreo (GPRV),Dr. Rufino Silva. «Os anti-angiogénicos, os
anti-inflamatórios e os dispositivos de liber-tação lenta permitiram, juntamente com a fotocoagulação laser e a cirurgia, modificar radicalmente o seu prognóstico.»
De acordo com Rufino Silva, o edema
ma-Curso dedicado ao Edema Macular amanhã
Organizado pelo Grupo
Português de Retina
e Vítreo, o Curso
intermédio/avançado
sobre o Edema Macular
vai ter lugar entre às
9h00 de amanhã.
cular «deve ser uma prioridade de todos os oftalmologistas», pelo que o GPRV organiza um curso intermédio/avan-çado sobre o diagnóstico e terapêutica dessa pa-tologia, a decorrer ama- nhã, entre as 9h00 e as 11h00, na sala Vega. «Abordaremos as dife-rentes manifestações clí- nicas do edema macular, os resultados de ensaios clínicos mais recentes e o tratamento consoante a etiologia», afirma Rufino Silva, que contará com um painel
de sete outros especialistas. O edema macular na re-tinopatia diabética está a cargo do Dr. José Henriques. De acordo com o coordena-dor do GPRV, «o tratamento
standard continua a ser a
fo-tocoagulação laser, embora os resultados clíni-cos dos anti-angiogéniclíni-cos intravítreos possam vir a modificar a prática clínica». O mesmo se verifica em relação às oclusões venosas (tema a cargo do Dr. João Nascimento).
Outros temas abordados serão o trata-mento da neovascularização coroideia (pelo Dr. Rufino Silva), o tratamento médico e cirúrgico do edema macular na inflamação (pelo Prof. Marc de Smet), bem como os dis-positivos intra-oculares (a cargo do Dr. João Figueira) e os aspectos cirúrgicos do edema macular, quer na sua origem quer na resolu-ção (pelos Profs. Carlos Neves e Monteiro- -Grillo e o Dr. Victor Ágoas). AJF
O edema macular pode atingir:
14%
dos diabéticos ao fim de dez anos da doença
10%
dos doentes submetidos a facoemulsificação
100%
dos doentes com a forma exsudativa da DMRI
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52.º Congresso Português de Oftalmologia
Grupo de Estudos
da Retina organiza
Curso sobre OCT
Dar a conhecer os princípios
básicos da tomografia de
coerência óptica e auxiliar
a interpretação dos seus
resultados nas principais
patologias vitreorretinianas
são os objectivos do Curso
que começa às 9h00,
na sala Vega.
Óptica (OCT, na sigla em inglês), que o GER organiza neste Congresso.
«Apesar de elucidar sobre os princípios básicos da técnica e da interpretação das imagens da OCT, o Curso pretende ajudar no diagnóstico diferencial das patologias retinia-nas, alertando para os achados característicos das diferentes entidades e para a valorização das informações qualitativas e quantitativas fornecidas pelo exame», afirma a coordena-dora da sessão. «Serão dadas as bases para interpretação da OCT, nomeadamente como distinguir um edema de uma esquisis retinia-na e como identificar atrofia, fibrose ou ede-ma nas diferentes caede-madas da retina, etc.»
De acordo com Ângela Carneiro, o Curso pretende ainda «mostrar a utilidade da OCT no seguimento dos doentes, quer na evolução da patologia, quer na monitorização dos efei-tos terapêuticos». Afinal, como método de imagem não-invasivo da patologia retiniana, a
OCT «tem assumido importância crescente no diagnóstico e no seguimento dos doentes».
Além disso, «é fundamental em todos os casos de edema macular, independentemen-te da sua causa (neovascularização coroideia, retinopatia diabética, pós-inflamatório, etc.), para permitir caracterizar o tipo de edema, monitorizar a sua evolução e resposta aos tratamentos efectuados». Por outro lado, «é fundamental no pré-operatório e na decisão cirúrgica das patologias da interface vitreor-retiniana», explica Ângela Carneiro.
A responsável considera que a difusão do uso da OCT, associada ao desenvolvimento e lançamento no mercado de novos aparelhos para a sua realização, justifica a pertinência e actualidade deste Curso. Além da intervenção da Dr.ª Ângela Carneiro, a sessão conta com palestras dos Drs. Miguel Marques, Maria João Veludo, Elisete Brandão, Rita Flores, Angelina Meireles, e do Prof. Marc de Smet. AJF
«t
rata-se de um Curso básico/ /intermédio, mas destina-se a todos os oftalmologistas», es-clarece a Dr.ª Ângela Carneiro, do Serviço de Oftalmologia do Hospital de São João, referin-do-se ao Curso de Tomografia de CoerênciaV i s ã o S P O
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52.º Congresso Português de Oftalmologia
Avanços da vitrectomia micro-incisional
Prof. Marcos Ávila /// fundador do Centro Brasileiro da Visão
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as últimas quatro décadas, regista-ram-se grandes avanços na cirurgia oftalmológica, em especial na cirur-gia vitreorretiniana. Inicialmente, Robert Ma-chemer desenvolveu a cirurgia via pars plana, com sistema fechado, controlo da pressão intra-ocular e corte do vítreo mecanizado. Conor O’Malley inovou a técnica, dividindo o side-port único em três esclerotomias, com instrumentos de 20 gauge. Foi o ponto de partida para o desenvolvimento de tecnolo-gias de alta precisão na vitrectomia.Os investigadores e a indústria têm dado uma significativa contribuição para o desen-volvimento de melhores controlos do fluxo e da pressão intra-ocular, além de maiores velocidades de corte (passou-se de 300 cor-tes por minuto, em 1970, para 5 000 corcor-tes, em 2009). A evolução e a inovação de novos equipamentos, como o Accurus e o
Constella-tion, permitiram a realização da vitrectomia micro-incisional (VMIS).
Hoje, a VMIS passou a ser o padrão: é efi-ciente, segura, promove uma boa recuperação pós-operatória, tem uma curva de aprendi-zagem fácil e grande disponibilidade mundial de instrumentos. São muitas as vantagens das micro-incisões: causam menor trauma e ede-ma aos tecidos, são de rápida cicatrização e exigem menor uso de medicações pós-opera-tórias, como os esteróides. Isto é muito impor-tante, pois 30% dos doentes apresentam reac-ções adversas ao uso tópico destes fármacos. O uso da vitrectomia micro-incisional altera a rotina da prática diária. Antes, a nossa equi-pa, utilizando quatro salas cirúrgicas, realizava dez cirurgias por dia. Com a adopção da VMIS, em 85% dos casos, demora-se cerca de cinco horas para os mesmos casos, utilizando-se duas salas cirúrgicas. Esta mudança representa
economia de tempo, rentabilização da equipa médica e menores custos da própria cirurgia.
Tem-se dado preferência aos instrumentos de 23 gauge. Este sistema mostrou-se tão efi-ciente como o uso de 20 gauge, principalmen-te em relação ao principalmen-tempo vítreo. Com a ponta de abertura mais distal, os instrumentos de 23 gauge facilitam o acesso às membranas epirretinianas e reduzem as rupturas iatro-génicas nas cirurgias maculares. Com o 25 gauge tradicional, os cortes são mais lentos e é difícil a separação da hialóide posterior nos casos de buraco macular, se bem que, no mês passado, foi introduzido o 25G+ (plus) e a ex-periência tem-se mostrado positiva.
Actualmente, dispomos de todos os instru-mentos necessários para as manobras cirúrgi-cas da vitrectomia micro-incisional e acredito que, num futuro próximo, a grande maioria dos cirurgiões passará a realizá-la.
Nota: O Prof. Marcos Ávila é o prelector da conferência «Vitrectomia por abertura 23G», que decorre às 14h45 de hoje, na sala Gemini.
Abordagem das membranas epirretinianas
À
s 15h30, na sala Gemini, Marta Fi-gueroa, directora médica da Corpo-ração Oftalmológica Vissum, em Ma-drid, e professora na Universidade de Alcalá, reflecte sobre o diagnóstico e tratamento das membranas epirretinianas.Para a especialista, a tomografia de co-erência óptica (OCT, na sigla inglesa) «tem permitido avaliar as alterações anatómicas, bem como a sua repercussão sobre a agudez visual». Com a OCT, é igualmente possível
A Prof.ª Marta Figueroa fala das melhorias na
abordagem de uma das patologias mais frequentes
do segmento posterior: as membranas epirretinianas.
«realizar um diagnóstico diferencial entre os pseudoburacos maculares e os buracos ma-culares lamelares», sendo que, em ambos os quadros, as membranas epirretinianas macu-lares são «um achado constante».
Marta Figueroa afirma que «tanto as indica-ções cirúrgicas como os resultados anatómicos e funcionais são muito diferentes em ambas as entidades [pseudoburacos maculares e bura-cos maculares lamelares]».
A OCT também permite conhecer as
al-terações motivadas pela cirurgia, que, «em muitos casos, explicam a variabilidade dos resultados funcionais», nota Marta Figueroa. E acrescenta: «A ausência de progressos visu-ais após a cirurgia pode dever-se à persistên-cia de um edema macular ou a alterações na camada de fibras nervosas do olho».
Outro dos avanços é a cirurgia de micro- -incisão, «aconselhável nas membranas epir-retinianas, já que a vitrectomia periférica ex-tensiva é desnecessária e todas as manobras cirúrgicas limitam-se ao pólo posterior do olho», afirma. Este método «encurtou a du-ração da intervenção e melhorou o pós-ope-ratório». Marta Figueroa destaca, ainda, «os prós e os contras dos procedimentos combi-nados de facovitrectomia». RB
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PUB
«a
pesar de ser provável que a fotocoagulação se mantenha como a base do tratamento da retinopatia diabética (RD), os resultados serão cada vez melhores com farmacoterapia adjuvante e/ou com a vitrectomia.» A opi-nião é do Dr. Zdenek Gregor, oftalmologista do Moorfields Eye Hospital, em Londres.Em relação à retinopatia diabética prolife-rativa, o especialista refere que «a fotocoa-gulação a laser reduz o risco de perda visual severa em mais de 50%», aumentando ainda a percentagem de sucesso da vitrectomia. No entanto, «este sucesso depende, em grande parte, da prevenção das complicações cirúrgi-cas, como as rasgaduras da retina e as hemor-ragias». Segundo este oftalmologista, «a chave para a prevenção das complicações está em
da retinopatia diabética
A fotocoagulação a laser, a vitrectomia e a
farmacoterapia adjuvante na retinopatia diabética são
aspectos abordados na conferência do Dr. Zdenek
Gregor, que decorre hoje, pelas 12h15, na sala Gemini.
Ana João Fernandes
encontrar o plano cirúrgico adequado no início da dissecção das membranas pré-retinianas».
No que respeita ao edema macular diabéti-co, Zdenek Gregor afirma que «a victrectomia tem demonstrado eficácia», podendo reduzir, a espessura macular numa fase inicial. No en-tanto, «os resultados visuais a longo prazo não são superiores aos da fotocoagulação a laser». Do mesmo modo, um estudo prospectivo e randomizado realizado pelo Moorfields Eye Hospital «não mostrou nenhum benefício da aplicação intravítrea de triancinolona em rela-ção ao laser aplicado ao longo de um ano». Zde-nek Gregor explica que «as razões que justificam estes resultados são inúmeras, como o facto de o estudo ter incluído doentes com diabetes em fase muito avançada e a possibilidade de a trian-cinolona ter induzido tracção vitreofoveolar.
O oftalmologista inglês nota que «o uso de injecções intra-oculares anti-VEGF está a au-mentar exponencialmente». O estudo READ mostrou «resultados positivos do ranibilu-mab no edema macular diabético», refere. No entanto, na perspectiva de Zdeneck Gre-gor, é «provável que o elevado custo deste medicamento limite a sua aceitação».
Uma «alternativa mais acessível» pode ser o bavacizumab (Avastin), sobre o qual o Moorfields Eye Hospital concluiu recentemen-te um estudo. Gregor avança a principal conclu-são: «Ao contrário da triancinolona intravítrea, as injecções de Avastin resultam em melhor acuidade visual do que o laser usado ao longo de um ano, embora a diferença de espessura macular entre os dois grupos de estudo não te-nha alcançado significância estatística.»
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