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Gerontologia e Estética: Uma abordagem aos aspectos sociais do envelhecimento

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Gerontologia e Estética: Uma abordagem aos aspectos sociais do envelhecimento

Bárbara Sarahiene de Souza ¹ – Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, Campus Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Fernanda Agostinho Fernandes ² – Acadêmica do Curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – INIVALI, Campus Balneário Camboriú, Santa Catarina.

Vandressa Bueno de Paula ³ – Professora do Curso Superior em Tecnologia em Cosmetologia e Estética, Tecnóloga em Cosmetologia e Estética e especialista em Estéica Facial e Corporal.

Contatos

¹ babiss_bc@hotmail.com

² fernanda_afernandes@hotmail.com ³ vbuenop@hotmail.com

RESUMO:

O processo de envelhecimento vai chegar para todos, sendo assim alcançar à terceira idade de maneira saudável e com boa aparência é o que a maioria das pessoas buscam, porém é mais perceptível o envelhecimento entre as mulheres. Nota – se que nos dias atuais a busca pela beleza e a boa aparência estão em evidencia, desta maneira consequentemente a procura por tratamentos estéticos que tem como intuito proporcionar uma aparência mais jovial, intensificam – se. A gerontologia está ligada diretamente com isso, pois é a área do conhecimento que estuda o processo do envelhecimento, como e porque se envelhece. Por ser uma área interdisciplinar a fisiologia, o psicológico, o social e o cultural estão interligadas, sendo abordadas e

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estudadas. A atuação da Tecnóloga em Estética no campo gerontológico, visa a compreensão dos conceitos de gerontologia, relacionados a sua prática profissional, diante das alterações do envelhecimento humano, tanto no âmbito fisiológico relacionado as características estéticas, quanto no psicológico, melhorando a auto confiança, refletindo no social.

Palavras-chave: 1: envelhecimento 2: social 3: estética

INTRODUÇÃO

Devido à qualidade de vida oferecida nos dias atuais, viver mais tempo e bem não é uma exclusividade e sim uma realidade da sociedade.

O número de indivíduos idosos vem aumentando devido à elevação da expectativa de vida e também à diminuição dos índices de fecundidade. De um lado aumenta a expectativa de vida e, de outro, nas sociedades em geral acontece um fenômeno social em que o idoso nem sempre é valorizado nos grupos e na família. (IBGE)

Como coloca Morin (2000), nota-se uma cultura de massa que desagrega os valores gerontocráticos, acentua a desvalorização da velhice, dá forma à promoção dos valores juvenis e assimila uma parte das experiências adolescentes. Cabe ressaltar que em nível social, mídia, mercado de trabalho e sistemas de produção vende - se a imagem de que é o jovem quem produz, trabalha e consome, ressaltando ainda que os denominados ideais de beleza também se remetem a eles. Inclusive, muitos indivíduos sentem que a manutenção de uma aparência jovem pode estar associada à vitalidade e produtividade.

A vaidade é um dos fatores que interfere de forma positiva para o aumento do ciclo de vida, e este é um aspecto diretamente ligado ao mercado de beleza e estética. Mostrando assim os conceitos de beleza que a mídia de certa forma impõe na sociedade, que para ser bonito tem que ser novo e as características do envelhecimento que irão aparecer para todos com o tempo, devem ser camufladas (Morin 2000).

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O envelhecimento é um processo que promove alterações e desgastes em vários sistemas funcionais, que acontecem de forma progressiva e irreversível.

A gerontologia se encaixa perfeitamente com o que cada indivíduo busca, qualidade de vida, bem estar, beleza e além de tudo com saúde. É isso que a gerontologia prioriza, fazendo um estudo do envelhecimento, dando ênfase para o que o idoso necessita. (Sayeg e Pereira 1994)

O Tecnólogo em Estética é um profissional habilitado a atuar com inúmeras possibilidades de obter um corpo jovem, belo e perfeito. A experiência de envelhecer se faz em meio a uma grande quantidade de técnicas de manutenção corporal. Pessoas sentem-se seduzidas pelas inúmeras ofertas de produtos, serviços e pacotes de tratamentos que retardam ou ocultam o envelhecimento, o que contribui para reforçar o estigma da velhice e enfatizar o mito da juventude eterna.

Tem-se por objetivo demonstrar como a sociedade encara a chegada do envelhecimento e quais as atitudes obtidas perante os idosos.

Metodologia

Este trabalho foi realizado através de uma pesquisa exploratória com análise qualitativa, através de dados bibliográficos, assim sendo realizado um estudo de revisão bibliográfica. Sendo utilizados, livros, artigos científicos relacionado à gerontologia, dados do IBGE para certificação de dados ao decorrer do trabalho.

Segundo GIL (1994) é um método apropriado para abordagem de temas pouco descrita pela literatura, dispondo de uma melhor compreensão sobre o assunto.

O conteúdo deste trabalho destina-se aos profissionais da estética, demonstrando a importância da sua atuação com a aparência e características externas do envelhecimento.

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A contemporaneidade e o envelhecimento:

Vivemos a “era do envelhecimento”, período que vai de 1975 a 2025 (Costa, 1998). Em 2000, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, o planeta tinha 600 milhões de idosos com 60 anos de idade ou mais. Em 2025, estima-se que serão 1,2 bilhões de idosos, sendo que dois terços estarão vivendo em países em desenvolvimento. Na contemporaneidade, o envelhecimento humano passou a ser considerado um importante fenômeno social, sobre tudo ao aumento da expectativa de vida da população e à redução da taxa de natalidade. Essa questão é fundamental face às repercussões nas diferentes esferas da estrutura social, econômica, política e cultural das sociedades do século XXI, tornando o envelhecer um campo privilegiado de investigação, que vem chamando a atenção de pesquisadores nas mais diversas áreas. (Costa, 1998)

A prática clínica psicoterápica permite verificar a dificuldade, para a maioria das pessoas aceitarem o curso natural do envelhecimento. Para muitos pacientes, os sinais de amadurecimento são vivenciados com muita aflição, tornando as pessoas bastante vulneráveis (ao medo de envelhecer). Constata-se também um intenso movimento no Constata-sentido de adiar ou tentar evitar esConstata-se processo por meio de iniciativas que objetivam a manutenção de uma aparência jovial (MOREIRA, NOGUEIRA, 2007).

As mulheres são os maiores alvos deste novo paradigma que promove a sustentação de uma aparência física jovem, cada vez mais prolongada, e isto é ocasionado pelos meios de comunicação. Jorge (1999, p. 17) aponta: “[...] Para a mulher a situação parece mais dolorosa, na medida em que a beleza física é o principal atributo de valor para ela no mundo contemporâneo [...]”. Acredita-se que Acredita-seja por conta dessa exigência que a demanda de mulheres que buscam técnicas de embelezamento tenha aumentado nos últimos anos (Nociti et al., 2003; Barbosa et al., 2005). É comum que algumas pessoas confundam muitas dessas abordagens compreensivas sobre o processo de envelhecimento com a definição de rejuvenescimento.

Segundo Stuart-Hamilton (2002), rejuvenescer é mascarar a velhice e o processo natural de envelhecimento. O rejuvenescimento é um tratamento para atenuar as alterações de envelhecimento. Para isto podem ser usados métodos

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cirúrgicos, clínicos, cosmetológicos e terapias alternativas naturais para diminuir o envelhecido e tentar obter aparência com características mais parecidas com a dos jovens. A partir de alguns estudos científicos, mostra-se que podem existir benefícios psicológicos com o uso desses métodos, havendo melhora na autoconfiança, vida profissional e afetiva, alívio na autopercepção daqueles desconfortos visuais do aspecto externo (Concio & Rolando, 1977).

Envelhecimento, rejuvenescimento e retardo do envelhecimento

“Tudo é efêmero e descartável” (Jorge11, 1999, p. 14). “É o homem e a mulher que não querem envelhecer, que querem ficar sempre jovem para sempre se amarem e sempre desfrutarem do presente” (Morin, 2000, p. 152). Esses conceitos exemplificam o surgimento de um novo culto. Culto àquilo que pode ser renovado e se conserva relativamente jovem, o que também está associado ao processo de desvalorização da velhice, visto que, além dos aspectos positivos que a velhice possa ter no sentido de se valorizar como símbolo de autoridade e conhecimento, ela também tem sido vista sob um prisma negativo de doença, inutilidade e conservadorismo (Santos & Belo, 2000, p. 41).

Para a mulher, o processo de envelhecimento nas últimas décadas da vida pode ser sentido com maior afinco, na medida em que seus atributos físicos são fatores relevantes nas competições afetivas e profissionais. Esse envelhecimento pode trazer sentimentos de baixa auto-estima e alguns desequilíbrios psicológicos, acarretando uma busca pelo rejuvenescimento. Os métodos de rejuvenescimento são usados para minimizar o impacto do envelhecimento físico em qualquer fase da vida adulta. Atualmente existem inúmeros tratamentos para melhorar os sinais da idade, como a tecnologia da LIP (luz intensa pulsada) que é usada para correção de uma variedade de condições benignas da pele, e a aplicação de Botox que é um medicamento que relaxa a musculatura do local onde é aplicado, fazendo com que as marcas de expressão fiquem menos acentuadas. (Santos & Belo, 2000, p. 43).

A procura por alternativas que proporcionam uma aparência mais jovial é muito alta. Dados fornecidos por uma especialista em medicina e responsável

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pela Clínica Ligia Kogos de Dermatologia, na cidade de São Paulo, confirmam que, em média, são executados por semana 35 a 45 aplicações de Botox em regiões como testa, olhos e pescoço; 30 a 40 preenchimentos no sulco nasolabial, lábios e bochechas com polidimetil ou restylane e, 10 a 15 aplicações de laser no rosto, mãos, colo, pescoço para a eliminação de manchas e nas pernas para a eliminação de vasos.

A sociedade muitas vezes defende uma crença de que o que é velho também é feio. A juventude tem-se tornado uma espécie de mercadoria, que como qualquer outra pode ser comprada e vendida, e conseqüentemente vem sofrendo uma alteração no seu significado (Schabbel, 2002). Ser jovem tornou-se sinônimo de tornou-ser belo, produtivo e eficaz, e talvez por isso a vontade de aparentar-se como tal está sendo assimilada por pessoas de todas as idades.

Parece óbvio, mas muitas pessoas não conseguem ver desta maneira devido à imagem errada que têm do idoso e do envelhecimento. A falta de crédito em relação ao idoso faz parte de nossa cultura, onde tudo que é bom fica para o jovem e o de ruim para o velho, como o desrespeito, doenças, invalidez e muitas outras mentiras. Quando algum idoso consegue sair do "padrão" estipulado pela sociedade voltando a estudar, praticando esportes radicais, ou até se casando na terceira idade, as pessoas levam o caso com uma mistura de repulsa e fascinação. E está aí a grande diferença entre envelhecer e ser velho. (Fogaça 2006)

As estatísticas apontam que o número de idosos tende a aumentar no país e é deles a responsabilidade de exercer pressão e reivindicar melhores condições para sua auto-expressão e contínuo desenvolvimento. A cidadania começa dentro de casa e poucas pessoas se dão conta disso. É dentro de casa que se decide que tipo de idoso ou velho cada um quer ser. O preconceito por grande parte da população ainda é gritante, prevalecendo à visão tradicional do idoso como alguém inútil, isolado, em declínio biológico e mental, marcado por um tempo linear com problemas de saúde e na maioria das vezes dependente física e economicamente de alguém.

Muitas vezes o próprio idoso critica a sociedade pela maneira que o trata e o desvaloriza, mas este nada faz para mudar esse o quadro. Somente se consegue mudar a imagem com relação à velhice e ao

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envelhecimento, quando se pensa de forma diferente. Quando se acredita que envelhecimento é um processo e não um castigo. Quando se tem um novo olhar com relação ao tempo e a história que ele ajuda a escrever. (Fogaça 2006)

O Idoso carrega atualmente, como parte essencial à sua condição, estereótipos e classificações pouco reveladoras da sua real condição; a sociedade tende a encará-lo como uma estrutura rígida de personalidade, frente a qual nos paralisamos, e codificá-lo como “RABUGENTO, CRIANÇA, ULTRAPASSADO, CHATO, CAQUÉTICO, etc.”. (Fogaça 2006)

Segundo FOGAÇA, (2006) se o número de idosos tende a aumentar, e se os idosos podem continuar seus desenvolvimentos, como protagonistas da história, deveriam ou deverão exercer maior pressão e maior reivindicação sobre a qualidade de sua auto-expressão e do seu desenvolvimento. Mas para isso, participação do idoso nas mudanças de ação é condição no mínimo, muito importante.

A medicina atualmente dedica-se não apenas a tratar as pessoas que se encontram enfermas, mas também a cuidar da aparência daquelas que estão com boa saúde. Existem inúmeras técnicas que podem proporcionar ao indivíduo a possibilidade de sentir-se mais belo ou mais jovem. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são realizadas 385 mil cirurgias plásticas no país anualmente, sendo a metade de caráter estético. O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo: a cada três minutos uma pessoa se submete a uma cirurgia plástica (COREN, 2003).

A mídia propaga mensagens segundo as quais, para ser feliz, é necessário ser belo, jovem e ter um corpo perfeito, difundindo a idéia de juventude eterna. Alguns indivíduos, receptores dessa ideologia, parecem querer controlar o ciclo de vida inerente a todos os seres vivos, e a busca pelo rejuvenescimento é nos dias atuais uma preocupação comum em muitas mulheres de diferentes gerações do Brasil. Em geral, as mulheres são consumidoras das técnicas e produtos amplamente divulgados pelos setores midiáticos. A comunicação social, nas relações entre indivíduos, aparece como

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condição de possibilidade e de determinação das representações e dos pensamentos sociais, como coloca Jodelet (2001).

A mídia postula que o bem-estar emocional depende dos aspectos físicos, da beleza do corpo, e que a velhice e o passar do tempo, que anteriormente eram correspondentes a sabedoria e experiência, devem ser adiados a qualquer custo. A velhice é socialmente construída. A divisão de

idoso varia de sociedade para sociedade.

Luiz Celso Piratininga disse num debate realizado na Faculdade Costa Braga, que quem não respeita o idoso não é a publicidade, é a sociedade que não respeita ninguém, só o capital. Só o idoso, os grupos de estudos, os especialistas que poderão mudar essa imagem. Todos devem lutar contra a disseminação da imagem inadequada do idoso na sociedade. O idoso é consumidor e como tal deve ser respeitado, independente de terem esses consumidores uma renda média, individual menor do que outras faixas ou segmentos de mercado. Muitas vezes é a própria família que não vê o idoso, não é a mídia. De um modo geral não se tem conhecimento sobre dados estatísticos de envelhecimento pelo pessoal da mídia, talvez o não reconhecimento com o idoso venha daí. Ainda se tem a idéia que produto para idoso não dá dinheiro. Tanto a educação quanto os meios de comunicação exercem papéis fundamentais e influentes na formação do indivíduo. A publicidade pode ser a arma mais poderosa que os idosos deveriam utilizar a favor próprio (FOGAÇA, 2006).

O envelhecimento é um processo contínuo que compromete as funções e a aparência da pele que provoca alterações e desgastes em vários sistemas funcionais, que ocorrem de forma progressiva e irreversível. O momento em que estas transformações ocorrem, quando passam a ser percebidas e como evoluem, diferencia-se de um indivíduo para o outro. Entretanto, em idades mais avançadas as limitações visuais, auditivas, motoras e intelectuais, bem como o surgimento de doenças crônico-degenerativas intensificam-se, ocasionando a dependência nas atividades cotidianas. O resultante desses fatores é a diminuição da condição de saúde do idoso que acaba procurando com mais freqüência os serviços de saúde (FIEDLER, PERES, 2008).

Existem várias teorias que tentam explicar o processo do envelhecimento, como as do pesquisador Leonard Hayflick (Ph.D.), que afirma

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que o envelhecimento é um processo programado que começa no nível celular. Esse desgaste natural deve-se em parte, à capacidade finita de reprodução das células humanas, que conduz o processo de senescência celular. (GOMES, SANTOS, 2005).

Há ainda a teoria dos radicais livres, desenvolvida em 1956 pelo médico Denham Harman (Ph.D.), que são fragmentos moleculares instáveis que estão favorecidos a receber outras moléculas para se estabilizarem, segundo o qual estes fragmentos moleculares agravariam o processo natural do envelhecimento, danificando células sadias do nosso corpo. (GOMES, SANTOS, 2005).

Assim existindo dois tipos de envelhecimento, o intrínseco que é o envelhecimento cronológico considerado o natural, inevitável, decorrente ao desgaste natural do organismo, causado pela idade, inicia-se a partir dos 30 anos agravando-se aos 40 e 45 anos. O extrínseco que é chamado de envelhecimento induzido ou o fotoenvelhecimento que acaba o acelerando o processo de envelhecimento cronológico, o efeito acumulativo da radiação ultravioleta (UV) sobre a pele faz esse envelhecimento se acelerar, surge a partir dos 25 anos. A exposição contínua à radiação UV produz radicais livres. (GOMES, SANTOS, 2005).

Os efeitos acentuados do envelhecimento da pele só são perceptíveis, quando as pessoas chegam ao final da década de 40 anos. A maior parte das mudanças relacionadas à idade ocorre na derme. Nesta as fibras colágenas começam a reduzir seu número, endurecem, rompem-se e se desorganizam, transformando em um emaranhado disforme. As fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade, espessam-se em agrupamento e enfraquecem um efeito que é muito acelerado na pele dos fumantes por se uma fonte externa de radicais livres. Os fibroblastos diminuem seu número. Consequentemente a pele forma sulcos e fissuras, conhecidas como rugas (TORTORA, 2006).

Com o avanço da idade, os macrófagos tornam-se fagócitos menos eficientes, diminuindo a resposta imunológica da pele. Além disso, a redução das glândulas sebáceas resulta em uma pele desidratada e espessa, mais suscetível ao surgimento de rugas. A produção de suor diminui, o que provavelmente contribui para incidência aumentada de casos de insolação dos idosos. Existe uma redução do número de melanócitos funcionais, resultando

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em pêlos grisalhos e uma pigmentação cutânea atípica. Um aumento no tamanho de alguns melanócitos elevando sua produção, produz as manchas senis. A pele envelhecida se torna mais fina do que a pele jovem, visto que a migração de células da camada basal para as superfícies epidérmica se torna consideravelmente mais lenta. Com a chegada da velhice a pele cicatriza mal e torna-se mais susceptível a condições patológicas, tais como o câncer de pele, prurido e escaras por pressão (TORTORA, 2006).

Envelhecimento é um processo. E como tal, desde que se nasce ele acontece. Mas para muitos, as pessoas “acordam” velhas ao fazer 60 anos. Você não fica velha de um dia para outro. Só que não se dá conta desse processo e se preocupa apenas quando o RG diz que hoje você faz 60 anos: Agora é um idoso para a sociedade, mesmo que se morra cedo, o envelhecimento aconteceu. Não tão longo, mas o suficiente do tempo vivido. Pois para muitos autores, o envelhecimento começa desde o nascimento. Para outros, desde a gestação, portanto, não se acorda velho, nem se envelhece da noite para o dia. (Fogaça 2006).

O envelhecimento não é um acontecimento biológico, fisiológico sobre o qual podemos simplesmente agregar os aspectos sociais, culturais e psicológicos. Todos estes artefatos estão intrinsecamente relacionados e em recíproca inter-relação. As modificações que afetam o funcionamento físico ou psíquico do organismo humano, conforme os contextos sociais e culturais podem ser ou não valorizadas e conferir ou não posição de destaque ao seu portador. (Fogaça 2006).

Em todas as sociedades, os seres humanos, enquanto característica universal da espécie nascem, ficam adultos, envelhecem e morrem, mas o que é variável é o modo como as sociedades e culturas trabalham com esses momentos da vida. São diversos os modos como se constrói e se percebe essas etapas e, como decorrência, vamos ter inúmeras formas de percepção não só da velhice como também de outros momentos da existência do ser humano. (Fogaça 2006).

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O mais importante é não negar e sim, viver a terceira idade com força, emoção, grandeza e vitalidade. “Envelhecer é um presente e ficar velho é uma opção” (Fogaça, 2006).

Considerações Finais

O estigma de envelhecer contribui para um mercado que se propõe a “evitar” o “inevitável”, vendendo a juventude tão desejada na contemporaneidade, como se fosse possível evitar o envelhecimento.

Nunca a busca da beleza foi tão prestigiada como atualmente. A beleza física chama muita a atenção de todos, isso é importante, mas não pode se tornar prioridade na vida. A busca pelo belo tem que ser algo natural é importante que a pessoa aceite suas qualidades como também seus defeitos, se aceite como é.

Aquele que consegue aceitar o próprio corpo é mais seguro de si e tem uma auto-estima elevada, não importa o que o espelho mostra, importa como viver em harmonia com sua aparência. Essa busca constante pela beleza, pode ser acarretada devido à importância que a sociedade dá a isto, um novo emprego, um novo relacionamento, novas amizades, tudo começa com uma primeira impressão, que na maioria das vezes é exterior. Porém, não adianta estar lindo por fora e por dentro ter uma baixa auto-estima, uma carência ou até um trauma. Aprender a ouvir o corpo, as necessidades básicas dele fazem parte de uma vida saudável, e não existe beleza sem saúde.

Cuidar de si, fazer tratamentos estéticos para manter o equilíbrio do corpo, perder algumas medidas é ótimo, mas não se deve deixar que isso seja o objetivo principal da vida.

O tecnólogo em cosmetologia e estética esta diretamente ligada com esses aspectos, pois irão à busca desses profissionais para melhorar a sua aparência ou até mesmo para suprir uma necessidade psicológica de ter que estar sempre com uma aparência jovial para a sociedade. Propor para estes profissionais que tenham interesse por esta área, compreender o que realmente o cliente está procurando se há necessidade de um tratamento estético para esta pessoa ou se deve encaminhá-la a um profissional

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especializado de outra área, isso é o que faz a diferença no mercado, profissionais que saibam entender o cliente e o que busca.

Referência:

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