Docente: Carlos Roberto da Silva Júnior Quinto semestre flex / Sexto semestre
Química – 2016.2
ANÁLISE
INSTRUMENTAL
Noções básicas
A Química Analítica trata de métodos para a determinação da composição química das amostras.
Identidade das espécies atômicas ou moleculares ou dos grupos funcionais
presentes em uma amostra
Informações numéricas relativas a um ou mais componentes de uma amostra
Análise Química = Química Analítica
⊂
⊂
⊂
⊂
Métodos Qualitativos e Quantitativos
“A análise química é umconjunto de técnicas e manipulações destinadas a proporcionar o conhecimento da composição qualitativa e quantitativa de uma amostra, mediante
métodos de rotina. A química analítica é um ramo da química, a ciência que persegue o objetivo de
resolver os problemas de composição com operações de rotina”.
Estágios de uma análise quantitativa
Etapas Exemplos de procedimentos
1. Amostragem Depende do tamanho e da natureza física da amostra
2. Preparação de uma amostra analítica
Redução do tamanho das partículas, mistura para homogeneização, secagem, determinação do peso ou do volume da amostra
3. Dissolução da amostra Aquecimento, ignição, fusão, uso de solvente, diluição
4. Remoção de interferentes Filtração, extração com solventes, separação cromatográfica 5. Medidas na amostra Padronização, calibração
6. Resultados Cálculo dos resultados analíticos
7. Apresentação dos resultados Impressão e arquivamento
AMOSTRAGEM
Análise de Alumínio
em Água do Mar
Análise de Sódio e
Cálcio em Solo
Métodos CLÁSSICOS versus INSTRUMENTAIS
Método Clássico:
Baseiam-se na separação dos ANALITOS por: PRECIPITAÇÃO, EXTRAÇÃO OU DESTILAÇÃO
Análise Qualitativa: reações específicas gerando produtos caracterizados por cor, ponto de fusão ou ebulição, solubilidade, etc.
Análise Quantitativa: medidas titulométricas (volumétricos) ou gravimétricas.
Métodos CLÁSSICOS versus INSTRUMENTAIS
Método Instrumental – Início do século XX: Baseiam-se em medidas físicas dos ANALITOS: Condutividade, Potencial de eletrodo, emissão ou absorção de luz, etc.
Técnicas eficientes de cromatografia e eletroforese substituíram os métodos de precipitação, extração e destilação.
O crescimento dos métodos instrumentais de análise modernos tem ocorrido paralelamente ao desenvolvimento das indústrias eletrônicas e de computadores.
O que são Métodos INSTRUMENTAIS ?
São métodos realizados em instrumentos. Não por instrumentos!
Por analistas que conhecem os instrumentos!
Instrumentos simples....
O que são Métodos INSTRUMENTAIS ?
São métodos realizados em instrumentos. Não por instrumentos!
Por analistas que conhecem os instrumentos!
Ou complexos ....
Métodos INSTRUMENTAIS
Cada tipo de instrumento tem uma aplicação: Distinta e limitada e...
Possui vantagens e desvantagens.
• Medidas de pH. Fornece informações a respeito da concentração de íons H3O+.
• Baixo custo inicial e manutenção barata. Fácil de usar.
• Caracterização de sólidos cristalinos. Fornece informações sobre a estrutura cristalina.
• Custo inicial elevado e manutenção relativamente cara.
Métodos INSTRUMENTAIS
Um grande objetivo da química analítica
moderna é o desenvolvimento de
instrumentos e metodologias com a
consciência “verde”.
Métodos com consumo mínimo de amostra,
de reagentes, de etapas e, de preferência,
análises com a amostra in natura, reduzindo
ao máximo a quantidade de rejeitos.
Classificação dos métodos analíticos
CLÁSSICOS E INSTRUMENTAIS
Chamados de métodos de via úmida
Baseados em propriedades físicas (químicas em alguns casos)
Algumas técnicas instrumentais são mais sensíveis que as técnicas clássicas, mas outras não o são!
Gravimetria Volumetria Eletroanalítico
Espectrométrico Cromatográfico Propriedades elétricas Propriedades ópticas Propriedades diversas
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS EXPLORADAS PELOS MÉTODOS INSTRUMENTAIS
Propriedade característica Método instrumental Emissão de radiação Espectroscopia de emissão atômica e
molecular (RX, UV, Vis, luminescência) Absorção de radiação Espectroscopia de absorção atômica e
molecular (UV, Vis, IV, RX) Espalhamento de radiação Turbidimetria e nefelometria Difração de radiação RX e elétrons
Potencial elétrico Potenciometria; cronopotenciometria Resistência elétrica Condutimetria
Corrente elétrica Amperometria; voltametria; polarografia Massa Gravimetria (microbalança de cristal de
quartzo)
Relação massa/carga Espectrometria de massas (CG-EM e CL-EM) Características térmicas TGA, DSC, DTA
INSTRUMENTOS PARA ANÁLISE
O instrumento converte a informação armazenada nas propriedades físicas ou químicas do analito em um tipo de informação que pode ser manipulada e interpretada. É necessário um estímulo (radiação eletromagnética, energia elétrica, mecânica ou nuclear) para provocar uma resposta.
Fonte de
Energia
Sistema em
Estudo
Informação
Analítica
Estímulo
Resposta
Estímulo
Resposta
Espectrofotômetro UV/VisívelINSTRUMENTOS PARA ANÁLISE E SEUS
COMPONENTES
FUNÇÃO DO INSTRUMENTO
Traduzir a composição química em uma informação diretamente observável pelo operador.
Transformar um sinal analítico que usualmente não é diretamente detectável ou entendido pelo ser humano em um sinal que pode ser medido (observado).
O instrumento atua direta ou indiretamente como um COMPARADOR, no sentido de que se avalia a amostra desconhecida em relação a um padrão.
FUNÇÃO DO ANALISTA
Ter conhecimento do que está realmente medindo!
Seleção de um método analítico
Conhecer os detalhes práticos das diversas técnicas e seus princípios teóricos.Definir claramente a natureza do problema analítico, respondendo às questões:
Que exatidão é necessária?
Qual é a quantidade de amostra disponível? Qual é o intervalo de concentração do analito? Que componentes da amostra causarão
interferência?
Quais são as propriedades físicas e químicas da matriz da amostra?
Quantas amostras serão analisadas? Qual o tempo requerido para a análise?
Qualquer que seja o método instrumental, o
sinal analítico será sempre uma função da
concentração do analito (atividade).
S = f(C)
Vtitulante S in a l an al ít ic oCurva de titulação
Curva de titulação
Curva de titulação
Qualquer que seja o método instrumental, o
sinal analítico será sempre uma função da
concentração do analito (atividade).
S = f(C)
Vtitulante S in a l an al ít ic oCurva de titulação
Curva de titulação
Curva de titulação
Curva de titulação condutométrica
condutométrica
condutométrica ou
condutométrica
ou
ou
ou
espectrométrica
espectrométrica
espectrométrica
espectrométrica
Qualquer que seja o método instrumental, o
sinal analítico será sempre uma função da
concentração do analito (atividade).
S = f(C)
[Analito] S in a l an al ít ic o SA= mCA+ SbrCurva Analítica
Curva Analítica
Curva Analítica
Curva Analítica
Química Analítica Instrumental
Curva analítica
Curva analítica
Curva analítica: Representação gráfica da resposta
Curva analítica
do instrumento (sinal analítico) em função da
concentração do analito proveniente de
soluções-padrão (soluções-padrão externo). Também chamada de
curva de trabalho ou curva de calibração.
Branco (
Branco (
Branco (br
Branco (
br
br)))): Sinal do instrumento para matriz (ou
br
imitação) na ausência do analito ou de uma
espécie que corresponda ao analito.
Química Analítica Instrumental
Limite de detecção (LD ou c Limite de detecção (LD ou c Limite de detecção (LD ou c
Limite de detecção (LD ou cmmmm)))): Concentração ou massa mínima do
analito que pode ser detectada em um nível confiável. Sm= Sbr+ k sbr (valor mais aceito k = 3)
onde Sme Sbrsão o sinal analítico mínimo e do branco e s é o
desvio padrão do branco.
Limite de quantificação (LQ) Limite de quantificação (LQ) Limite de quantificação (LQ)
Limite de quantificação (LQ): Considera-se ser a concentração para a qual o sinal analítico excede em 10 desvios padrões o sinal do branco.
Limite de resposta linear (LRL) Limite de resposta linear (LRL) Limite de resposta linear (LRL)
Limite de resposta linear (LRL): Concentração limite a partir da qual não é mantida a linearidade.
m ks m S S c m br br m = − =
Faixa linear de trabalho (FLT) ou Faixa ótima de trabalho (FOT) ou Faixa Faixa linear de trabalho (FLT) ou Faixa ótima de trabalho (FOT) ou Faixa Faixa linear de trabalho (FLT) ou Faixa ótima de trabalho (FOT) ou Faixa Faixa linear de trabalho (FLT) ou Faixa ótima de trabalho (FOT) ou Faixa dinâmica
dinâmica dinâmica
dinâmica: Faixa de concentração que se estende de LQ até LRL.
Química Analítica Instrumental
LQ LRL cm FOT S in al A n al ít ic o Concentração
Método do padrão interno Método do padrão interno Método do padrão interno Método do padrão interno: Consiste em adicionar uma substância em quantidade constante a todas as amostras,
aos brancos e aos padrões de calibração em uma análise. Compensa diversos tipos de
erros, aleatórios ou sistemáticos.
Método de adição de padrão Método de adição de padrão Método de adição de padrão
Método de adição de padrão: Consiste em uma série de medidas envolvendo a adição de incrementos de uma solução-padrão do analito à alíquotas da amostra de mesmo volume com a finalidade de corrigir a interferência da matriz sobre o sinal analítico.
Química Analítica Instrumental
-10 -5 0 5 10 15 20 25 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 y = 0,0382x + 0,2412 R2 = 0,9999 S in a l a n a lí ti c o
Volume de solução do padrão, mL
Exatidão ExatidãoExatidão
Exatidão: Grau de concordância entre o valor medido (média de várias replicatas) e o valor de uma referência padrão.
Precisão PrecisãoPrecisão
Precisão: Grau de concordância mútua entre os dados que foram obtidos do mesmo modo. Fornece uma medida do erro aleatório, ou indeterminado, de uma análise.
Tendência (bias) ou viés (
Tendência (bias) ou viés (Tendência (bias) ou viés (
Tendência (bias) ou viés (∆∆∆∆)))): Fornece uma medida do erro sistemático, ou
determinado, de um método analítico. ∆ = µ –τ, onde µ é a média de várias replicatas para a concentração de um analito em uma material de referência com a concentração verdadeira τ.
Sensibilidade SensibilidadeSensibilidade
Sensibilidade: A sensibilidade de um instrumento ou método é uma medida de sua habilidade em discriminar pequenas diferenças na concentração de um analito. Em uma curva de calibração, a sensibilidade é a inclinação da curva (m).
S = mc + Sbr, onde S é o sinal medido, c é a concentração do analito e
Sbré sinal do instrumento para o branco.
Química Analítica Instrumental
Sensibilidade analítica Sensibilidade analítica Sensibilidade analítica
Sensibilidade analítica: A sensibilidade analítica é definida com sendo o quociente da inclinação da curva pelo desvio padrão da medida:
γ= m / sS. Esta medida é inume aos efeitos de amplificação e é
independente das unidades de medida de S.
Seletividade Seletividade Seletividade
Seletividade: A seletividade de um método analítico refere-se ao grau em que o método esta livre de interferência de outras espécies contidas na matriz da amostra. Infelizmente nenhum método analítico está totalmente livre de interferência de outras espécies e, assim, procura-se minimizá-las.
•Define-se um coeficiente de seletividade que representa a resposta
relativa do método a cada uma das espécies interferentes em relação ao analito de interesse. Exemplo: Uma amostra contendo o analito A, bem
como B e C potencialmente interferentes:
S = mAcA+ mBcB+ mCcC+ Sbr; e
S = mA(cA+ kB,AcB+ kC,AcC) + Sbr
Química Analítica Instrumental
A B A B m m k, = A C A C m m k , =
Química Analítica Instrumental
Um método que produz resposta para apenas um analito é chamado específico.
Um método que produz resposta para vários analitos, mas que pode distinguir a resposta de um analito da de outros é chamado seletivo. 0 2 4 6 8 10 0 10 20 30 40 50 60 S in a l A n a lí ti c o Concentração (mg/L) B A Repetibilidade Repetibilidade Repetibilidade
Repetibilidade: Grau de concordância entre resultados independentes obtidos com o mesmo método para um material de teste idêntico sob as
mesmas condições(mesmo operador, mesmo equipamento, mesmo
laboratório em um pequeno intervalo de tempo).
Reprodutibilidade Reprodutibilidade Reprodutibilidade
Reprodutibilidade: Grau de concordância entre resultados independentes obtidos com o mesmo método para um material de teste idêntico sob
diferentes condições(diferentes operadores, diferentes equipamentos,
diferentes laboratórios e após diferentes intervalos de tempo). A medida da reprodutibilidade é o desvio padrão qualificado com o termo reprodutibilidade. Em alguns contextos reprodutibilidade pode ser definida como o valor abaixo do qual a diferença absoluta entre dois resultados individuais com um material idêntico, obtido nas condições acima, aconteçam com a mesma probabilidade especificada. Note que uma declaração completa de reprodutibilidade exige a especificação das condições experimentais que diferem.
Glossário da Química Analítica Instrumental
• Não desenvolvam a “Arte de Enrolar”
O QUE O PROFESSOR ESPERA DOS ALUNOS EM
QUÍMICA ANALÍTICA INSTRUMENTAL?
“A exatidão é um parâmetro de difícil precisão, pois está sujeita a uma série de erros determinados.”
“O ponto de equivalência é encontrado se interpolando por extrapolação o ponto no qual a curva muda de sua
concavidade.”
“Uma maior exatidão seria obtida condutimetricamente, uma vez que em condutimetria é possível determinar
pequenas variações de potencial ...”
“... em se tratando de uma amostra com várias matrizes, este tipo de detector traria maior seletividade ...”
Alíquotas de exatamente 5,00 mL de uma solução de fenobarbital foram transferidas para frascos volumétricos de 50,00 mL e foram ajustados com KOH para tornarem-se básicas. Os seguintes volumes de solução-padrão contendo 2,000 µg/mL de fenobarbital foram introduzidas em cada frasco: 0,000, 0,500, 1,00, 1,50 e 2,00 mL. O volume foi completado e as leituras de cada frasco em um fluorímetro forneceu as seguintes respostas: 3,26, 4,80, 6,41, 8,02 e 9,56.
a) Construa o gráfico com os dados.
b) Usando o gráfico, determine a concentração de fenobarbital na amostra desconhecida.
c) Obtenha a equação por regressão linear (mínimos quadrados). d) Calcule a concentração pela equação obtida em (c). e) Calcule o desvio padrão para a concentração obtida em (d).
Exemplo 1:
y = 79,1x + 3,246 R2 = 0,9999 0 2 4 6 8 10 12 -0,05 -0,03 -0,01 0,01 0,03 0,05 0,07 [F], µµµµg/mL S in a l a n a lí ti c oPela equação, para y = 0 x = -3,246 / 79,1 = 0,0410 µg/mL. Como a amostra foi diluída de 5,00 para 50,00 mL, a sua concentração é 10 vezes maior: 0,0410 x 50 / 5 =
0,410 µ
µ
µ
µg/mL
.Desvio padrão relativo da regressão, sc/c = 0,007957 (ou 0,7957%) Desvio padrão da medida = 0,410 x 0,007957 = 0,003 (ou 0,3%)
V, mL C, µµµµg/mL S 0,000 0,000 3,26 0,500 0,0200 4,80 1,00 0,0400 6,41 1,50 0,0600 8,02 2,00 0,0800 9,56