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Biblioteca Digital do IPG: Relatório de Estágio Curricular - Hospital de Nossa Senhora da Assunção - ULS (Guarda)

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Escola Superior de Saúde da Guarda Instituto Politécnico da Guarda

Curso Farmácia – 1º ciclo 4º Ano 1º semestre

RELATÓRIO

DE ESTÁGIO

PROFISSIONAL I

Maria João Ferreira Aguiar

Seia 2013

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Escola Superior de Saúde da Guarda Instituto Politécnico da Guarda

Curso Farmácia – 1º ciclo 4º Ano 1º semestre

RELATÓRIO

DE ESTÁGIO

PROFISSIONAL I

Relatório elaborado no âmbito da unidade curricular Estágio Profissional I

Maria João Ferreira Aguiar Docente Orientador:. Fátima Roque Supervisora: Drª Armanda Dias

Seia 2013

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43 Hospital Nossa Senhora da Assunção

ÍNDICE

INTRODUÇÃO ... 1

1. HOSPITAL ... 3

1.1 HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO ... 3

1.2 CARATERIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ... 6 2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO ... 11 2.1 APROVISIONAMENTO ... 12 2.2 SELEÇÃO E AQUISIÇÃO ... 13 2.3 RECEÇÃO ... 13 2.4 ARMAZENAMENTO ... 16 2.5 DISTRIBUIÇÃO ... 18 3. FARMACOTECNIA ... 33 3.1 PREPARAÇÕA DE MANIPULADOS ... 33 3.2 REEMBALAGEM ... 35 4. FARMACOVIGILÂNCIA ... 37 5. OUTRAS ATIVIDADES ... 38 6. CONCLUSÃO/ REFLEXÃO ... 39 7. BIBLIOGRAFIA ... 41

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Hospital Nossa Senhora da Assunção

SIGLAS

ACSS – Associação Central do Sistema de Saúde CAT – Instituto da Droga e da Toxicodependência CFT – Comissão Farmácia e Terapêutica

CT – Comissão Técnica

DGS – Direção Geral de Saúde DNA – Ácido Desoxirribonucleico EPE - Entidade Pública Empresarial ERP – Enterprise Resource Planning FH – Farmácia Hospitalar

FHNM – Formulário Hospitalar Nacional de Medicamentos HNSA – Hospital de Nossa Senhora da Assunção

RAMs – Reações Adversas a Medicamentos SF – Serviços Farmacêuticos

SO – Serviço de Observação ULS – Unidade de Local de Saúde

ABREVIATURAS

Drª – Doutora

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1 Hospital Nossa Senhora da Assunção

INTRODUÇÃO

O presente relatório surge no âmbito do estágio profissional I do 4ºano/1ºsemestre do Curso de Farmácia – 1º ciclo da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), realizado nos Serviços Farmacêuticos do Hospital de Nossa Senhora da Assunção em Seia na Unidade de Local de Saúde (ULS) - Guarda, mais especificamente nos Serviços Farmacêuticos (SF) tendo o estágio sido orientado pela DrªArmanda Dias e pela docente Fátima Roque.

O estágio teve início no dia 1 de outubro de 2012 e o seu término foi dia 25 de janeiro de 2013.

A principal finalidade deste estágio é complementar a formação académica e tem como objetivo proporcionar a aprendizagem e treino especificamente direcionados para o exercício da atividade profissional e facilitar a inserção no mercado de trabalho.

Este estágio tem como objetivos gerais favorecer, em contexto real, a integração das aprendizagens que vão sendo desenvolvidas ao longo do curso, de modo que o perfil do estudante vá ao encontro das competências necessárias no âmbito da sua formação, preparar o estudante para dar resposta às exigências da sociedade, promovendo a socialização e integração profissional. O estágio tem também como objetivos específicos: reconhecer a farmácia como parte da entidade prestadora de cuidados de saúde; caracterizar a estrutura física e organizacional dos Serviços Farmacêuticos; descrever o circuito do medicamento desde a sua prescrição até á sua administração identificando todos os intervenientes nele envolvidos; conhecer a importância da aquisição dos diversos produtos farmacêuticos; demonstrar capacidades de autonomia e rigor na execução técnica; avaliar e analisar de forma crítica os resultados obtidos; executar e avaliar as técnicas e métodos de acordo com os recursos disponíveis; aplicar normas de higiene/limpeza e desinfeção; interpretar as prescrições médicas; conhecer e desenvolver as formulações magistrais e oficinais; conhecer as implicações da correta dispensa de medicamentos; conhecer a importância da Farmacovigilância na deteção, comunicação e prevenção das reações adversas a medicamentos; caracterizar a aplicação informática utilizada e relacionar com as áreas funcionais da farmácia e consolidar e desenvolver as competências profissionais adquiridas ao nível da preparação académica.

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2 Hospital Nossa Senhora da Assunção Para a concretização dos objetivos citados anteriormente foi necessário desenvolver algumas atividades, tais como: a participação no processo de receção e armazenamento de medicamentos; a verificação de lotes e prazos de validades; a colaboração no registo de faltas de especialidades farmacêuticas; a construção de fichas técnicas dos diferentes serviços hospitalares; a interpretação da prescrição terapêutica em meio hospitalar; a identificação e interpretação de formulações magistrais; a participação nos vários processos de distribuição de medicação; a manipulação, conservação e rotulagem de formas farmacêuticas em farmacotécnia e preparação de manipulados de acordo com as Boas Práticas de Preparação de Manipulados.

O técnico de farmácia, intervêm em todas as fases da distribuição dos medicamentos, para que estes sejam utilizados de uma forma mais correta e racional possível. O seu trabalho abrange tarefas relacionadas com a distribuição dos medicamentos pelos diferentes serviços hospitalares, as suas condições de armazenamento, controlo de validade, aquisição de novos produtos, gestão de stocks. E para além disso, podem participar no planeamento e desenvolvimento de ações e programas de formação, educação e sensibilização e esclarecimento de utentes e profissionais de saúde no âmbito da utilização e consumo de medicamentos. [1]

A carreira de técnico de diagnóstico e terapêuticaencontra-se regulada pelo Decreto-Lei n.o 384-B/85, de30 de Setembro (ANEXO I), e diplomas complementares, inserindo-se nos corpos especiais da saúde instituídos pelo Decreto-Lei nº 184/89, de 2 de Junho.[2]

Este relatório encontra-se dividido em três partes: a introdução onde defino os objetivos gerais e específicos, localizo no tempo e espaço o local do estágio e por fim refiro qual a estrutura do meu trabalho. No desenvolvimento descrevo todas as atividades que realizei assim como todos os procedimentos utilizados para a realização dessas atividades.

A conclusão e reflexão critica é a última parte do meu trabalho, ondedou a minha opinião de como correu o estágio e como ele foi importante para o enriquecimento dos meus conhecimentos como futura profissional onde faço uma síntese do que foi abordado ao longo do trabalho, visando a importância do técnico de farmácia no contexto do medicamento. A metodologia utilizada para a concretização deste relatório é exploratório-descritivo, baseando-se essencialmente nos conhecimentos teóricos adquiridos durante as aulas, dos conhecimentos práticos adquiridos durante o

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3 Hospital Nossa Senhora da Assunção estágio, da informação fornecida pelos profissionais e orientadores e também pelos apontamentos tirados durante todo o estágio.

Neste relatório pretendo fazer uma breve referência aos serviços farmacêuticos do HNSA, focar as várias funções do técnico de farmácia, descrevendo procedimentos e normas, que vigoram no serviço e ainda, as demais atividades desenvolvidas por mim ao longo do estágio.

1. HOSPITAL

1.1 HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO

O objetivo geral de um Hospital é reunir as condições necessárias de forma a prestar, aos doentes, cuidados de saúde personalizados, com qualidade, eficiência e em tempo útil, em complementaridade com outros serviços de saúde e sociais da comunidade.

A ULS – Entidade Pública Empresarial (EPE) – Hospital Nossa Senhora da Assunção, localiza-se no interior da cidade de Seia, e para além de servir a população deste concelho, tem ainda como área de atração com aproximadamente 90.000 pessoas de concelhos vizinhos (Figura 1).[3]

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4 Hospital Nossa Senhora da Assunção A primeira referência do Hospital Nossa Senhora da Assunção de Seia remete-se ao ano de 1617 e tem origem na Santa Casa da Misericórdia que na altura hospitalizava doentes pobres e albergava mendigos e peregrinos. Em 1930, dá-se a construção de um novo hospital e passado uma década foram alargados os serviços. Porém, em 1974 o hospital sofre uma grande alteração a nível organizacional, terminando a sua ligação com a Santa Casa da Misericórdia e sendo consequentemente integrado na Direção Geral de Saúde (DGS). Mais tarde, em 1981, cessa a integração na DGS e passa a incorporar a Direção Geral dos Hospitais.[3]

Com a publicação da Portaria nº 763/83, de 15 de Julho, data de 1983, o hospital é integrado na Direção Geral de Cuidados Primários, com a denominação Hospital Concelhio de Seia.[3]

Em 1992, dá-se a criação do Hospital de Seia, sendo integrado no Sistema Nacional de Saúde, com a sua regulamentação no Decreto-Lei nº 18/92, de 5 de Fevereiro, e passa a ser considerado um Hospital Distrital de Nível 1, em que lhe é conferida personalidade jurídica e autonomia financeira e administrativa.

Realça-se, ainda, que em 1995 é atribuída uma nova denominação ao hospital, passando-se a designar por Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia (HNSA – Seia), através do Despacho nº 55/95, de 4 de Janeiro. E no mesmo ano conclui-se a construção de um novo edifício destinado aos serviços administrativos e consulta externa/ambulatório.[3]

Mais recentemente, em 2008, através do Decreto-Lei n.º 183/2008 o hospital torna-se uma Entidade Publica Empresarial, integrando-se numa Unidade Local de Saúde, passando a ser denominado ULS – EPE – Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia. [4]

No dia 31 de Agosto de 2009 é fundado o novo edifício hospitalar com novas instalações e melhoramento das condições oferecidas.[4]

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5 Hospital Nossa Senhora da Assunção O HNSA apresenta os seguintes serviços de internamento:

Além destes serviços de internamento o hospital tem outros serviços, como o Bloco Operatório (pequenas cirurgias em que os doentes têm alta passadas algumas horas), Serviço de Urgência/SO (Serviço de Observação), o Serviço de Imagiologia, de Análises Clínicas, de Eletrocardiografia, de Cinesoterapia, Fisioterapia, de Terapia Ocupacional, de Técnicas Gastrenterológicas, bem como, Hematologia. Tem ainda, Consulta Externa em Ortopedia, Urologia Geral, Dermatologia, Medicina Interna e Dietética e Nutrição. No HNSA existem:

Serviços de

Internamento

Serviço de Cirurgia Serviço de Medicina Serviço de Cuidados Continuados Integrados I Paliativos Convalescença

61

CAMAS

25 Camas – Serviço de Medicina

9 Camas – Serviço de Cirurgia

16 Camas – Serviço de Convalescença

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6 Hospital Nossa Senhora da Assunção O aumento da esperança de vida e o envelhecimento da população são uma realidade dos nossos dias, dando origem a novas necessidades em saúde, agravando necessariamente os problemas familiares e sociais.

Aparecem as doenças crónicas incapacitantes e pessoas com doenças incuráveis em estado avançado, que as famílias não têm capacidade de ultrapassar. O recurso aos hospitais é uma situação frequente para estes doentes.

O HNSA tem recentemente uma unidade de cuidados continuados onde estão integrados o serviço de convalescença e o serviço de paliativos.

“A Unidade de Cuidados Paliativos é uma unidade de internamento, com espaço físico próprio, preferencialmente localizada num hospital, para acompanhamento, tratamento e supervisão clínica a doentes em situação clínica complexa e de sofrimento decorrentes de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva, nos termos do consignado no Programa Nacional de Cuidados Paliativos do Plano Nacional de Saúde.”[5]

“A unidade de convalescença é uma unidade de internamento, independente, integrada num hospital de agudos ou noutra instituição se articulada com um hospital de agudos, para prestar tratamento e supervisão clínica, continuada e intensiva, e para cuidados clínicos de reabilitação, na sequência de internamento hospitalar originado por situação clínica aguda, recorrência ou descompensação de processo crónico.”[6]

1.2 CARATERIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS

FARMACÊUTICOS

Segundo o Decreto-Lei nº 44204, de dois de Fevereiro de 1962, Artigo 2.º, os SFconstituem departamentos com autonomia técnica, sem prejuízo de estarem sujeitos à orientação geral dos órgãos da administração, perante os quais respondem pelos resultados do seu exercício. Estes têm por objetivo o conjunto de atividades farmacêuticas, exercidas em organismos hospitalares ou a serviços a ele ligados, que são designadas por “ atividades da Farmácia Hospitalar”. Assim pode-se definir Farmácia Hospitalar como:

“o conjunto de atividades farmacêuticas exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados para colaborar nas funções de assistência que pertencem a

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7 Hospital Nossa Senhora da Assunção esses organismos e serviços e promover a acção de investigação cientifica e de ensino que lhes couber”[7]

Os SF têm por objetivo o conjunto de atividades farmacêuticas, exercidas em organismos hospitalares ou serviços a eles ligados. É um serviço de autonomia técnica e científica, sujeito à orientação geral dos órgãos de administração dos hospitais, perante os quais respondem pelos resultados do seu exercício.

Os SF são o serviço que, nos hospitais, assegura a terapêutica medicamentosa aos doentes, a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos, integra as equipas de cuidados de saúde e promove ações de investigação científica e de ensino.[8]

As funções da farmácia hospitalar são [8]:

1. A seleção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos;

2. O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos experimentais e os dispositivos utilizados para a sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados, eventualmente necessários ou complementares à realização dos ensaios clínicos;

3. A produção de medicamentos;

4. A análise de matérias-primas e produtos acabados;

5. A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

6. A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infeção Hospitalar, Higiene e outras);

7. A farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância, e a prestação de Cuidados Farmacêuticos.

8. A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos; 9. A participação nos Ensaios Clínicos;

10. A colaboração na prescrição de nutrição parentérica e a sua preparação; 11. Informação de medicamentos;

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8 Hospital Nossa Senhora da Assunção A direção dos SF hospitalares da ULS da Guarda é assegurada por um diretor técnico (Farmacêutico Hospitalar) e no HNSA existe uma responsável pelos SF também farmacêutica hospitalar.

1.2.1 Localização e organização do espaço físico e equipamentos

Os serviços farmacêuticos do HNSA estão localizados no piso -1 sendo o seu horário de funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, das 9horas às 18horas. Ao fim de semana fica de prevenção a farmacêutica responsável a qual pode ser contactada através do telemóvel.

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9 Hospital Nossa Senhora da Assunção No HNSA os serviços farmacêuticos estão divididos em várias áreas (Figura 2): - Área de lavagem:

- Gabinete do farmacêutico - Sala dose unitária

- Armazém

- Gabinete administrativo - Sala do ambulatório - Sala da receção

1.2.2 Recursos Humanos

Os recursos humanos são a base essencial dos Serviços Farmacêuticos pelo que a dotação destes serviços em meios humanos adequados quer em número quer em qualidade assume especial relevo no contexto da reorganização da farmácia hospitalar.

No HNSA os recursos humanos que existem e garantem uma eficiente organização da farmácia são: um farmacêutico, um técnico de diagnóstico e terapêuticaum assistente operacional e um administrativo.

1.2.3 Recursos Materiais (ALERT)

O ALERT® EnterpriseResourcePlanning (ERP) é um software de gestão para instituições de saúde que foi desenvolvido com o objetivo de aumentar a produtividade e melhorar os serviços. Este módulo de farmácia, aprovisionamento e logística (PSCM) do ALERT® ERP está a funcionar desde o início de Novembro de 2009 na ULS da Guarda – HNSA de Seia. Apoiado numa plataforma aplicacional com um leque extenso de funcionalidades, o ALERT® ERP torna mais fácil o processo de tomada de decisão por parte do gestor da instituição de saúde. Consequentemente, passa a ser possível responder mais rapidamente a novos desafios competitivos e atingir novos níveis de produtividade e gestão.[9]

Em termos genéricos, o ALERT® ERP tem a grande vantagem de proporcionar uma gestão efetiva da compra, armazenamento, distribuição e consumo de todos os produtos hospitalares, permitindo também a gestão efetiva de armazéns e farmacotecnia.

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10 Hospital Nossa Senhora da Assunção Relativamente ao aprovisionamento e logística hospitalar a aplicação permite, os processos de criação e caracterização de produtos, planeamento e gestão de concursos e compras, movimentação de stocks, controlo e localização de existências, controlo de material consignado, empréstimos e donativos, rastreios de lotes e controlo de prazos de validade, registos de consumos, bem como a gestão dos níveis de stock de material e medicamentos em armazém.[9]

Através das Requisições Online,estão suportados os pedidos de material e medicamentos que cada serviço pode solicitar. Esta funcionalidade permite assim abolir completamente as requisições em papel, diminuir o tempo entre o pedido e a entrega do material, fazendo com que todos os intervenientes no processo , comuniquem na mesma linguagem – o código do produto.

Por fim podemos concluir que o ALERT®ERP, assegura vantagens competitivas às instituições do sector da saúde, permitindo-lhes aumentar a qualidade através do acesso à informação pertinente em cada serviço, garantindo a integração de informação e simplificação de procedimentos.[9]

1.2.4 Gestão de stocks

A gestão de medicamentos é o conjunto de procedimentos realizados pelos SF, de modo a garantir o uso racional do medicamento e a dispensa do mesmo em perfeitas condições para o doente.

Para uma correta gestão de stocks é necessário garantir o fornecimento dos medicamentos de acordo com o consumo previsto pelo hospital. Quando se verifica uma diminuição do stock de determinado medicamento, é necessário registar o nome genérico, juntamente com a dosagem e forma farmacêutica do referido medicamento na folha de faltas semanais (ANEXO II) e por fim procede-se á realização da encomenda para que durante o período de tempo que vai desde a encomenda até á chegada do medicamento, o fármaco não entre em rutura, assegurando a existência do stock.

O sistema informático é uma ferramenta muito importante no controlo dos stocks, pois, a qualquer momento se pode visualizar todas as entradas, saídas e consumos de cada produto.

A encomenda é efetuada pelos serviços administrativos, podendo ser através de concurso onde se escolhem os laboratórios que proporcionam os preços mais rentáveis.

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11 Hospital Nossa Senhora da Assunção Por vezes, existem atrasos na entrega de encomendas e assim a farmácia vê-se obrigada a efetuar um pedido de empréstimo a outros hospitais ou então procede à compra direta a uma farmácia comunitária em quantidades reduzidas do medicamento que está em falta.

Mensalmente são emitidas listas com os prazos de validade dos produtos a expirar dentro de um mês. Estes produtos são recolhidos, e mediante as condições dos laboratórios, podem ser creditados ou não e, posteriormente, seguir para incineração.

2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

O circuito do medicamento é o percurso efetuado desde a entrada/receção do medicamento até chegar ao doente e é todo um conjunto de procedimentos realizados por todos os intervenientes dos Serviços Farmacêuticos que garantem o bom uso e dispensa dos medicamentos em perfeitas condições aos doentes do hospital.

Este percurso segue, sucintamente o seguinte trajeto: aprovisionamento, seleção e aquisição de medicamentos, dispositivos médicos, produtos farmacêuticos e outros, a receção dos mesmos na farmácia, de seguida o armazenamento que pode ser feito no armazém, no frigorifico e no cofre dos estupefacientes, posteriormente segue-se a distribuição podendo ser realizada por dose unitária, reposição por níveis e regime de ambulatório, por fim, estes medicamentos destinam-se a ser administrados ao doente (Figura 3).

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12 Hospital Nossa Senhora da Assunção Figura 3 - Circuito do medicamento

2.1 APROVISIONAMENTO

A aquisição dos medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos, que garantam a melhor qualidade aos mais baixos custos, é da responsabilidade do FH, devendo ser efetuada pelos SF em articulação com o serviço de aprovisionamento.

Seleção e Aquisição

Receção

Armazenamento

Armazém Cofre Frigorífico

Estupefacientes Distribuição Convalescença Paliativos Medicina S.O. Doente Aprovisionamento

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13 Hospital Nossa Senhora da Assunção

2.2 SELEÇÃO E AQUISIÇÃO

A seleção e aquisição de medicamentos constituem conjuntamente com a informação e a distribuição, os pilares básicos onde assenta a farmácia hospitalar. Esta é feita tendo em conta critérios de eficácia e segurança, custo/efetividade e potenciação do conjunto de medicamentos já existentes, permitindo a disponibilidade dos medicamentos necessários ao diagnóstico e tratamento dos doentes.

A seleção de medicamentos é um processo que deve respeitar vários parâmetros e pretende também assegurar a existência dos fármacos para todos os serviços, tendo em conta o seu custo, eficácia e qualidade associados a uma utilização racional.

Indo de encontro às políticas e critérios definidos pela ULS-Guarda, a seleção e aquisição dos medicamentos é efetuada tendo por base o Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento (FHNM).

A aquisição da maioria dos medicamentos é efetuada pela análise que é feita às saídas de cada um dos medicamentos e quando esse stock é considerado baixo, coloca-se na folha dos medicamentos em falta e, posteriormente, é efetuada uma nota de encomenda (ANEXO III) e enviada por fax para o laboratório contratado, com o número de unidades a adquirir e o respetivo preço contratado.

Relativamente aos medicamentos estupefacientes e benzodiazepinasabrangidos por uma legislação própria e específica, que regulamenta todos os processos, desde a produção até à dispensa passando pela aquisição, prescrição e distribuição destes e por serem medicamentos com funções de analgesia, sedação, suscetíveis de causar dependência física e/ou psíquica, no momento de se efetuar a nota de encomenda também é preenchido o Anexo VII (ANEXO IV) da Portaria nº 981/98 de 8 de Junho, que é depois assinado pela farmacêutica responsável, carimbado e enviado o original para o laboratório, ficando uma cópia nos serviços.[10]

2.3 RECEÇÃO

A receção tem como objetivo a implementação de procedimentos de controlo de qualidade dos produtos que visam garantir, da forma mais segura e completa possível, a qualidade das mercadorias rececionadas.

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14 Hospital Nossa Senhora da Assunção Os produtos requisitados aos laboratórios serão posteriormente entregues na área de receção da farmácia (Figura 4

)

.

Esta área é de fácil acesso ao exterior, existindo duas portas, de modo a facilitar a entrega das encomendas.

Durante a receção são realizadas as seguintes atividades:

● Confirma-se o destinatário e se a quantidade recebida é igual à rececionada verificando também o lote e a validade;

● Assina-se a nota de receção;

● Efetua-se a conferência qualitativa, tendo em atenção o aspeto exterior das embalagens, ou seja, se estas se encontram nas perfeitas condições dando-se prioridade aos medicamentos que necessitam de condições especiais de conservação (frigorifico);

● Realiza-se a conferência, onde se confronta a nota de encomenda com a guia de remessa ou fatura verificando: DCI(denominação comum internacional), forma farmacêutica, dosagem, quantidade de produto encomendado e quantidade de produto entregue, registo do lote e doprazo de validade.

● Os produtos cujo prazo de validade for muito curto (inferior a três/seis meses) não devem ser aceites na receção, no entanto se o fornecedor não dispuser de produto com prazo de validade superior, este é aceite, desde que o fornecedor se comprometa a

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15 Hospital Nossa Senhora da Assunção receber a quantidade não consumida no prazo previsto, mediante emissão de nota de crédito ou trocando por produto com prazo de validade superior;

● Na guia de remessa/fatura (ANEXO V) deve constar o número da nota de encomenda, a quantidade e o preço. Caso o preço do produto registado na guia de remessa/fatura não coincida com o que está na nota de encomenda, é efetuada uma reclamação ao laboratório com o objetivo de corrigir o erro;

● Confere-se, regista-se e arquiva-se a documentação técnica;, ● Regista-se a entrada dos produtos;

● Particularmente oshemoderivados são acompanhados dos respetivos boletins de análise e certificados de aprovação emitidos pelo INFARMED, apresentando um número que permite assegurar, caso surja um lote contaminado, que este é facilmente localizado, procedendo-se de imediato à identificação dos doentes em risco. Portanto na receção do produto toda a documentação deve estar presente e consequentemente confirmada.

Depois de efetuados estes procedimentos, a nota de encomenda é anexada à guia de remessa e à fatura para posterior arquivação. No ALERT® ERP, através da nota de encomenda gravada no sistema, são registados a quantidade, preço, validade e número de lote dos respetivos produtos, tal como o número de fatura.

Todos aqueles blisters em que os medicamentos não estão identificados individualmente com a validade, lote, dosagem e nome, são feitas etiquetas e as mesmas colocadas por de trás do blister de modo a que todos os comprimidos fiquem com a identificação necessária (Figura 5) e só depois de etiquetados é que os medicamentos podem ser armazenados.

MEGESTROL 160 MG COMP – Via Oral

LOT: 119601O VAL: 10 2013

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16 Hospital Nossa Senhora da Assunção

2.4 ARMAZENAMENTO

No Hospital Nossa Senhora da Assunção os medicamentos são armazenados por ordem alfabética do DCI, forma farmacêutica e prazo de validade aplicando-se a regra FIFO (First InFirst Out) tendo sempre em atenção a regra FEFO(FirstExpiredFirst Out), onde o prazo de validade é comparado com o que já existe, saindo primeiro obviamente o medicamento com prazo de validade mais curto, evitando-se assim os desperdícios.

Todos os produtos que necessitam de temperaturas de armazenamento entre os 2ºC e os 8°C estão armazenados em frigoríficos. No armazém (Figura 6) encontra-se um frigorífico (Figura 7) com insulinas, vacinas, medicamentos biológicos, imunoglobulinas, entre outros.

Figura 6 - Armazém

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17 Hospital Nossa Senhora da Assunção Os medicamentos para administração oral, parentérica, rectal, para inalação, para aplicação tópica e colírios são armazenados num armário especial com prateleiras (Figura 8) (nunca em contacto direto com o chão) por ordem alfabética de princípio ativo e devidamente rotulados. Depois destes estão os suplementos nutricionais e vários tipos de pensos.

Por fim, também no mesmo armário estão armazenados os injetáveis de grande volume.

Noutra zona do armazém, numa zona separada, encontram-se as soluções desinfetantes e anti-séticos.

No que diz respeito aos estupefacientes, psicotrópicos e benzodiazepinas, pelas suas características e controlo rigoroso já referidos anteriormente, são fármacos que têm que ser armazenados num local seguro o que acontece no HNSA estando os mesmos arrumados num armário com chave. (Figura 9)

Figura 8 - Prateleiras do armário localizado no armazém.

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18 Hospital Nossa Senhora da Assunção

2.5 DISTRIBUIÇÃO

A distribuição de medicamentos é uma das atividades farmacêuticas hospitalares mais visíveis, representando um processo fundamental no circuito do medicamento.

Este processo permite assegurar uma utilização segura, eficaz e racional do medicamento e é realizado em colaboração pelos vários serviços do hospital.

A distribuição de medicamentos tem como objetivo [8]: • Garantir o cumprimento da prescrição;

• Racionalizar a distribuição dos medicamentos; • Garantir a administração correta do medicamento;

•Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de medicamentos não prescritos, troca da via de administração, errosde doses, etc.);

• Monitorizar a terapêutica;

• Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e manipulação dos medicamentos;

• Racionalizar os custos com a terapêutica.

Existem quatro tipos de distribuição de medicamentos [8]:

•A distribuição a Doentes em regime de internamento (Sistema de Reposição de Stocks Nivelados e Sistema de Distribuição em Dose Unitária e/ou Individual);

•A distribuição a Doentes em regime de ambulatório;

•A dispensa de medicamentos e dispositivos médicos ao público;

•A dispensa de medicamentos sujeitos a legislação restritiva (Estupefacientes, Benzodiazepinas, Psicotrópicos e Hemoderivados).

Alguns dos pontos que foram observados para que fossem implementados os sistemas de distribuição mais adequados para o HNSA estão relacionados com as próprias características do hospital, nomeadamente, no número de serviços e de camas disponibilizados à população, padronização, recursos humanos disponíveis e tipo de controlo de stocks utilizado. Depois de avaliados estes parâmetros, os sistemas de distribuição escolhidos e implantados no hospital pela farmácia foram: os sistemas de reposição por níveis, de dose unitária e de regime de ambulatório.

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19 Hospital Nossa Senhora da Assunção A figura a seguir (Figura 10) demonstra como é efetuado todo o circuito de distribuição desde a prescrição do medicamento, validação pelos SF, distribuição e administração do mesmo ao doente.

2.5.1 Reposição por níveis

A reposição de stocks por níveis consiste em repor os produtos num stock, segundo um nível estipulado para cada produto. Os medicamentos e produtos farmacêuticos existentes em stock são fixados de acordo com o enfermeiro chefe de cada serviço e o farmacêutico, atendendo às necessidades e características dos doentes atendidos no serviço. A reposição é feita de acordo com a periodicidade previamente definida pela farmácia e respetivo serviço.

Revertências Transporte da medicação para o internamento Alterações e dupla validação Administração da medicação ao doente, pela equipa

de enfermagem Vigilância da terapêutica do

Serviços Clínicos

Serviços Farmacêuticos

Prescrição

Validação Farmacêutica

(reções adversas, duplicação da mediação, ajuste da dose)

Distribuição dos medicamentos

pelas gavetas individuais

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20 Hospital Nossa Senhora da Assunção Este método de distribuição traz várias vantagens, pois permite que haja sempre alguns medicamentos de “apoio” ao dispor dos serviços, quando a farmácia está fechada nomeadamente no período da noite e fins-de-semana, o que facilita o uso imediato dos medicamentos, diminui os pedidos de requisição à farmácia, permite também o controlo da farmácia em relação a prazos de validade e diminuição do gasto de medicamentos em relação à distribuição tradicional, no entanto, pode acarretar algumas desvantagens, tal como, ocorrência de erros como trocas de medicamentos, desvio de medicamentos e aumento de erros de administração de medicamentos resultante da falta de validação das prescrições efetuada pela farmácia, após a prescrição médica. [8]

Em cada serviço existe um stock de medicamentos e produtos de saúde estabelecido atendendo às necessidades do serviço e que se baseia nas patologias e tratamentos mais comuns, nos hábitos de prescrição, nos medicamentos urgentes e na frequência com que o serviço é reposto.

Os serviços onde se realizada a reposição por níveis todas as segundas e sextas-feiras são:

• Serviço de Medicina • Serviço de Cirurgia • Serviço de SO • Serviço de Urgência

• Serviço de Cuidados Continuados Integrados: - Paliativos - Convalescença

Nos serviços do SO e da urgência existem umas maletas constituídas por gavetas, onde se coloca a medicação (Figura 11). As maletas são trocadas nos dias de fazer a reposição ao contrário dos restantes serviços onde o profissional responsável se dirige a cada serviço individualmente e procede à reposição dos medicamentos que estão em falta. Para a realização desta atividade existem umas folhas com todos os medicamentos existentes nos serviços e com os respetivos níveis onde o responsável tem que registar a quantidade que está em falta e aquela que foi reposta e por fim a folha é assinada e datada pelo profissional que executou a tarefa (ANEXO VI).

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21 Hospital Nossa Senhora da Assunção A reposição é feita á segunda-feira de modo a garantir a existência de medicação durante toda a semana e á sexta-feira de modo a que não haja falta de medicação durante o fim-de-semana.

Após a reposição de qualquer stock, a ficha de reposição por níveis que foi preenchida manualmente é analisada e os seus dados são transferidos para o ALERT® ERP, para que tudo fique registado e os stocks sejam atualizados.

Pode dizer-se que este sistema é vantajoso porque assegura o início da terapêutica aos doentes que dão entrada nas enfermarias após o encerramento da farmácia e também tem a vantagem de fornecer medicamentos que são necessários de urgência. Porém a reposição por níveis tem a desvantagem de apresentar menor controlo de prescrição.

2.5.2 Distribuição em dose individual unitária

A distribuição de medicamentos em sistema de dose unitária surgecomo um imperativo de [8]:

• Aumentar a segurança no circuito do medicamento; • Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico dos doentes; • Diminuir os riscos de interações;

• Racionalizar melhor a terapêutica; Figura 11 – Maletas da Urgência e do SO.

(26)

22 Hospital Nossa Senhora da Assunção • Os enfermeiros dedicarem mais tempo aos cuidados dos doentes e menos nos aspetos de gestão relacionados com os medicamentos;

• Atribuir mais corretamente os custos; • Redução dos desperdícios.

Para que este sistema seja aplicado é necessário que haja uma distribuiçãodiária de medicamentos, em dose individual unitária, para umperíodo de 24 horas. Só em véspera de feriados ou fins-de-semana é que tem que se preparar a medicação para quarenta e oito horas ou setenta e duas horas, conforme os casos.[8]

O médico efetua a prescrição dos medicamentos através do sistema informático, o farmacêutico recebe essa prescrição eletronicamente e procede à sua validação. È emitido o perfil farmacoterapêuticos no qual devem constar o nome do doente, o serviço clínico, a data da prescrição, a designação do medicamento por DCI, dosagem, forma farmacêutica e a posologia.Além do perfil farmacoterapêutico, existem também os “totais de medicamentos” (ANEXO VIII)dispensados diariamente a cada um dos serviços.

Os serviços com dose unitária são: o serviço de medicina, o serviço de SO e os serviços de convalescença e paliativos.

Na farmácia existem cassetes, compostas por gavetas e em cada gaveta são colocados cartões com o nome do serviço, o nome do doente e o número de cama (Figura 12).

(27)

23 Hospital Nossa Senhora da Assunção Para os serviços de medicina e SO as gavetas estão divididas em medicamentos para administração per os e medicamentos injetáveis, e quando necessário é colocada outra divisão para as medicamentos prescritos em SO (Figura 13).

Quanto aos outros dois serviços, as gavetasestão divididas nas diferentes tomas diárias (manhã/pequeno almoço; almoço/tarde; jantar/noite e eventualmente SOS), colocando-se todos os medicamentos injetáveis na divisão mais central (Figura 14).

Além dos medicamentos e dependendo da avaliação do estado nutricional do doente, realizada pela dietista do hospital, também são enviados suplementos nutricionais através da distribuição por dose individual unitária.

Figura 13 - Gavetas do SO e Medicina.

(28)

24 Hospital Nossa Senhora da Assunção Figura 17 - Stock de apoio à dose unitária do SO e da Medicina

A preparação das gavetas é efetuada na área de preparação da dose unitária (Figura 15), onde existe um stock de apoio à dose unitária (Figura 16 e 17), que contêm os medicamentos já porunidades e preparados para serem colocados nas gavetas destinadas a cada doente.

Figura 15 - Sala da dose unitária.

Figura 16 - Stock de apoio à dose unitária dos paliativos e da convalescença.

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25 Hospital Nossa Senhora da Assunção O stock de apoio permite diminuir o tempo de preparação das gavetas e os erros. Um trabalho extremamente importante que é realizado neste serviço é a preocupação em evitar erros de administração da medicação aos doentes por parte dos enfermeiros, isto é, por exemplo se a prescrição do médico é para administrar meia ampola de um medicamento, a ampola vai com uma etiqueta a dizer ½ ampola (Figura 18) e se é para o doente tomar dois comprimidos juntos, os comprimidos vão já juntos. Um exemplo também é da metilpredisolona da 125mg que por vezes medico prescreve 40mg 3 vezes ao dia e neste caso é colocada uma etiqueta com a dosagem pretendida (Figura 19).

Depois de colocados os medicamentos nas gavetas e de a medicação ser toda verificada, as cassetes são levadas pelos auxiliares até ao respetivo serviço.

A dose unitária permite também proceder às alterações da terapêutica (introdução, adição ou eliminação) sempre que seja necessário.

Na distribuição por dose unitária também existem medicamentos que necessitam de condições especiais de conservação, ou seja, precisam de ser guardados no frigorífico e quando são dispensados são metidos na gaveta do doente a que se destina minutos antes da medicação ir para os serviços. Na gaveta é colocada uma etiqueta a dizer “Guardar no frio” e quando as cassetes chegam aos serviços os enfermeiros colocam logo a medicação no frigorífico.

2.5.2.1. Revertências

Figura 18- Ampola de furosemida com etiqueta de 1/2. Figura 19 - Etiqueta de 40mg numa ampola de metilprednisolona de 125mg.

(30)

26 Hospital Nossa Senhora da Assunção Todos os dias regressam á farmácia as cassetes enviados para os serviços no dia anterior. Essas cassetes são colocadas na área de lavagem (Figura 20) e só depois de serem desinfetadas é que passam para a sala da dose unitária, onde é retirada toda a medicação que não foi administrada aos doentes. A medicação é novamente reposta nas gavetas do stock de apoio à dose unitária e registada nas folhas dos totais como devolução. Por último, contabilizam-se as saídas e as devoluções de cada um dos medicamentos e regista-se no ALERT® ERP, acertando-se o stock.

2.5.3 Ambulatório

Os Ambulatórios das Farmácias Hospitalares são centros de atenção especializada que foram criados para satisfazer as necessidades dos doentes, face a situações de emergência em que o fornecimento de medicamentos não possa ser assegurado pelas Farmácias Comunitárias, assim como satisfazer as necessidades de vigilância e controle de determinadas patologias crónicas e terapêuticas prescritas em Estabelecimentos de Cuidados de Saúde Diferenciados e existe a necessidade de assegurar a adesão dos doentes à terapêutica e também pelo facto de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100% se forem dispensados pelos Serviços Farmacêuticos Hospitalares.[8]

(31)

27 Hospital Nossa Senhora da Assunção O HNSA também dispõe de uma área reservada para a dispensa de medicamentos em regime de ambulatório (Figura 21).

Na tabela 1 estão apresentadas todas as especialidades, assim como os medicamentos dispensados no ambulatório dos SF do HNSA:

Tabela 1 - Medicamentos dispensados em regime de ambulatório.

ESPECIALIDADES MEDICAMENTOS

ABRANGIDOS

DOSAGEM INDICAÇÕES

Dermatologia EFUDIX ®

Flourouracilo

50mg Utilizado para múltiplas

queratoses actínicas e carcinoma de células basais

Urologia CASODEX ® Bicalutamida ANDROCUR ® Ciproterona 50 e 150 mg 100mg

Anti - androgénios utilizados no cancro da próstata ELIGARD® Leuprorrelina DECAPEPYL LP® Triptorrelina 22, 5 mg e 45 mg 11,25 mg e 22,5 mg Hormonas Libertadoras de Gonodotropina, utilizado no cancro da próstata avançado

ZOLADEX® 3,6 mg e 10,6 mg Anti-hormona- utilizada no

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28 Hospital Nossa Senhora da Assunção

Goserrelina cancro da Próstata

FIRMAGON® Degarrelix

120 mg e 80 mg Indicado para o tratamento do

cancro da próstata hormono-dependente avançado ZOMETA® Ácido Zoledrónico 4 mg Bisfosfonato actua especificamente no osso. Propriedades anti-tumorais que podem contribuir para a sua eficácia global no tratamento da doença óssea metastática.

Medicina interna Hidroxiureia 500 mg Medicamento antineoplásico e

imunomodulador (citotóxico) utilizado em doenças como leucemia mielóide crónica nas fases crónicas ou aceleradas e no controlo, no adulto da anemia falciforme

Talidomida 50 mg Tem actividade

imunomoduladora anti-inflamatória e antineoplásicas. utilizada no mieloma múltiplo

Pneumologia Revatio® Sildenafil 20 mg Indicado no tratamento da

hipertensão arterial pulmonar

Medicamentos Biologicos HUMIRA®Adalimumab SIMPONI ®Golimumab STELARA ®Ustecinumab 40 mg/0,8 ml 50 mg /0,5 ml 45 mg/0,5 ml Anti-corpos Monoclonais Totalmente Humanos

REMICADE®Infliximab 100 mg Anti-corpo Monoclonal

Quimérico ENBREL®Etanercept

SERINGA ou CANETA ENBREL MYCLIC

50 mg/1 ml Proteínas de Fusão do

receptor p75 produzida por tecnologia de DNA

recombinante

Devido às características específicas dos medicamentos dispensados em regime de ambulatório, cada doente tem uma folha de registos de medicamentos para doentes em ambulatório,onde é registado o nome do doente, o medicamento a utilizar, a forma farmacêutica,a dosagem, o intervalo de administração, a justificação do médico para a prescrição e as saídas do medicamento, que podem sermensais, trimestrais ou semestrais (ANEXO IX).

(33)

29 Hospital Nossa Senhora da Assunção 2.5.3.1 Dispensa de medicamentos aos doentes de cirurgia de ambulatório

A farmácia também dispensa medicamentos aos doentes de cirurgia de ambulatório.

A cirurgia Ambulatória caracteriza-se por ser todo o regime em que o doente vindo do seu domicílio, é operado nesse dia, regressando algumas horas após a sua casa na companhia dosseus familiares, sem necessitar de dormir no hospital, ou então permanece no hospital até ao dia seguinte, caso a cirurgia tenha sido realizada no período da tarde. As cirurgias realizadas com mais frequência neste hospital são ao nível da especialidade de ortopedia (cirurgias aos membros inferiores e superiores) e cirurgia geral (hérnias inguinais). No momento da alta, a farmácia prepara a medicação para o doente fazer em casa, geralmente anti-inflamatórios e analgésicos orais, para um período de cinco dias, dependendo do tipo de intervenção cirúrgica.

2.5.4 Dispensa se medicamentos sujeitos a controlo especial/ legislação restritiva

Existem diversos tipos de medicamentos sujeitos a legislação restrita tais como: benzodiazepinas, psicotrópicos e estupefacientes e hemoderivados. Uma vez que estes medicamentos são sujeitos a legislação própria a sua dispensa deve ser efetuado segundo as normas da legislação especificas de acordo com a portaria nº181/98 de 8 de junho de 1998.

2.5.4.1 Medicamentos extraformulário

Os medicamentos considerados mais aconselháveis para utilização a nível hospitalar são selecionados pelo FHNM, uma publicação oficial, de uso obrigatório, elaborada por uma comissão técnica (CT) especializada do Infarmed.

A utilização de medicamentos no hospital que não constem deste formulário depende da sua inclusão em adenda ao mesmo. A seleção de medicamentos a incluir na adenda ao FHNM tem de ser feita pela Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT), com base em critérios baseados nas necessidades terapêuticas dos doentes, na melhoria

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30 Hospital Nossa Senhora da Assunção da qualidade de vida dos doentes e em critérios fármaco-económicos. É feito o pedido de introdução, com a respetiva justificação em formulário próprio, e enviado à CFT.

Esta emitirá um parecer autorizando ou não a entrada do novo medicamento na adenda ao FHNM.

2.5.4.2 Dispensa de hemoderivados em regime de ambulatório Os hemoderivados são medicamentos produzidos pelo fracionamento industrial do plasma humano. O plasma humano, por sua vez, é obtido a partir de doações de sangue. Uma vez que estes medicamentos são provenientes de sangue humano, são sujeitos a uma legislação própria: Despacho conjunto nº 1051/2000, de 14 de Setembro e Despacho do Ministério da saúde nº 5/95 de Janeiro. Devido às características destes medicamentos a distribuição destas deve de seguir as normas estabelecidas pela legislação.

A prescrição e distribuição de hemoderivados é devidamente acompanhada do modelo nº 1804 que consta Despacho n.º 11291/97, de 27 de Outubro,composto por duas vias, uma “via farmácia” e outra “via serviço”. A dispensa é efetuada na sua totalidade no dia da prescrição.[11]

A “via farmácia” é composta por três quadros o A,B e C, o quadro A e B é preenchido pelo médico o quadro A é composto pela identificação do médico vinheta e assinatura de um lado e do outro a identificação do doente. O quadro B é preenchido com o nome do hemoderivado, dose/ frequência, duração do tratamento, diagnóstico e justificação clinica. O quadro C é preenchido pelos Serviços Farmacêuticos, onde se indica, o número de registo de requisição, o nome do hemoderivado distribuído e dose, a quantidade distribuída, o lote, laboratório de origem/fornecedor e número de certificado do INFARMED (a quando da receção dos hemoderivados estes são acompanhados por um certificado de análises laboratoriais, e do número de certificação de autorização de utilização de lote do INFARMED) deve de ser datado e assinado pelo farmacêutico.

A “via serviço” é composta pelos quadros A, B,C e D, os três primeiros quadros são preenchidos da mesma forma que a “via farmácia”, o quadro D permite registar as administrações colocando, a data de administração, hemoderivado/dose administrada, quantidade administrada, lote, laboratório de origem e assinatura do enfermeiro que administrou (ANEXO X).

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31 Hospital Nossa Senhora da Assunção Este processo de registo permite o controlo rigoroso da requisição, distribuição e administração dos hemoderivados.

2.5.4.3 Dispensa de Benzodiazepinas, Psicotrópicos e Estupefacientes

As benzodiazepinas são psicofármacos com efeitos depressores, utilizadas no tratamento da ansiedade, insónias efacilitam a ação do ácido gamma-aminobutírico (GABA) sobre os seus recetores. O GABA é um neurotransmissor inibidor em quase todos os núcleos do Sistema Nervoso Central. Tem efeitos a nível ansiolítico, relaxante, anticonvulsivo ou hipnótico. É importante notar que todas as benzodiazepinas podem induzir tolerância, dependência física e psíquica.

Os psicotrópicos e estupefacientes, são substâncias extremamente importantes para a medicina, afetam o Sistema Nervoso Central e podem provocar dependência física e/ou psíquica. As suas propriedades, desde que usadas de forma correta, podem trazer benefícios terapêuticos a um número alargado de situações de doença.

Devido às características destes fármacos eles são sujeitos ao Decreto de Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro Regime jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos;o Decreto-Lei nº 45/96 de 22 de Janeiro de 1996 que altera o anterior; e o Decreto Regulamentar nº 61/94 de 3 de Setembro de 1994 e a Portaria nº 981/98 de 8 de Junho de 1998 sobre a “Execução das medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos”.[10]

Deste modo no HNSA as benzodiazepinas, psicotrópicos e estupefacientes são distribuídos por reposição de níveis. A distribuição, é sempre acompanhada por o anexo X da Portaria n.º 981/98 de 8 de Junho (ANEXO XI). Este anexo é composto por um número sequencial, o nome genérico do medicamento, a forma farmacêutica, a dosagem e código do medicamento, o nome do doente a quem foi administrado o medicamento, cama, quantidade administrada, data de administração e assinatura do enfermeiro que administrou. Uma vez preenchido o anexo X, é devidamente assinado pelo enfermeiro chefe ou na sua ausência pelo seu legal substituto e devolvido à farmácia para se proceder à preparação dos medicamentos. Para estes serem repostos, é preenchido um novo anexo X, assinado pela farmacêutica responsável e entregue ao enfermeiro chefe do respetivo serviço.

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32 Hospital Nossa Senhora da Assunção 2.5.5 Dispensa de METADONA

Os programas de substituição com metadona, são intervenções efetuadas no tratamento da toxicodependência. Todos os dias, mais de 17000 toxicodependentes recebem doses gratuitas de metadona nos hospitais, centros de saúde, prisões, algumas farmácias e nos Centros de Atendimento para Toxicodependentes (CAT).[12]

O HNSA, fazendo parte da lista de hospitais que dá apoio a este tipo de população, todas as semanas, através da sua farmácia, fornece as doses indicadas para os utentes que estão a ser acompanhados por esta unidade de saúde. Os utentes estão em constante acompanhamento pelo CAT da Guarda, mas para permitir que estes possam cumprir o seu programa terapêutico de recuperação na área da sua residência ou de atividade profissional, a distribuição é feita neste hospital.

Os programas de manutenção com metadona utilizam um opiáceo sintético, o cloridrato de metadona, para substituir alguns efeitos da heroína. Produzida em laboratório, a metadona tem um efeito mais prolongado que a heroína, sendo um poderoso analgésico e é tomada apenas uma vez ao dia sem que o paciente tenha sintomas de "ressaca", o que faz com que seja esta a sua grande propriedade. Esta é administrada por via oral e em boas condições de higiene, reduzindo os problemas sanitários e os riscos de doença.[12]

De acordo com o Instituto da Droga e da Toxicodependência (2011), a metadona como não produz os mesmos efeitos psicológicos da heroína e apenas exige uma única dose diária, torna-se compatível com uma vida ativa, estável e organizada. A maior estabilidade dos pacientes resulta da supressão dos sintomas da síndrome de abstinência e do acompanhamento psicoterapêutico incluído nos programas de tratamento. A administração legal também evita que os toxicodependentes estejam em contacto com pessoas e ambientes do consumo de heroína.

A distribuição é realizada da seguinte forma: como os toxicodependentes são acompanhados no CAT da Guarda, as prescrições das doses diárias de metadona são provenientes deste. A metadona é enviada do CAT para a farmácia e esta, uma vez por semana, adapta as doses prescritas, para cada um dos utentes, em frascos de plástico para sete dias. A metadona sendo um estupefaciente, requer um rigoroso controlo tanto ao nível do armazenamento, como na dispensa, efetuando-se o registo quando chega à farmácia hospitalar e todas as vezes que são dispensadas as doses.

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33 Hospital Nossa Senhora da Assunção

3. FARMACOTECNIA

A farmacotecnia é o setor dos SF onde é efetuada a preparação de formulações de medicamentos necessários ao hospital, e tem como principais objetivos garantir uma maior qualidade e segurança na preparação de medicamentos; responder às necessidades específicas de determinados doentes ou situações para os quais não existem opções no mercado; reduzir significativamente o desperdício relacionado com a preparação de medicamentos; e gerir os recursos de uma forma mais racional.[13]

As principais operações realizadas nos SF do HNSA neste setor são:

- Acondicionamento de medicamentos em dose unitária (reembalagem); - Preparação de manipulados (magistrais e oficinais).

3.1 PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS

Atualmente, são poucos os medicamentos que se preparam nos hospitais, ao contrário do que sucedia á uma década. As preparações que se fazem atualmente, destinam-se essencialmente a:

– Doentes individuais e específicos (fórmulas pediátricas por exemplo); – Preparações assépticas (soluções e diluições de desinfetantes);

– Preparações estéreis ou citotóxicas individualizadas.

A farmácia hospitalar deve estar preparada para manipular determinadas preparações farmacêuticas necessárias ao hospital, com doses eficazes, seguras e apresentação adequada. Para que esse objetivo seja alcançado é necessário haver uma estrutura adequada e um sistema de procedimentos que assegure um “Sistema de Qualidade na Preparação de Formulações Farmacêuticas.[14]

Relativamente às fórmulas magistrais, os medicamentos são preparados nos serviços farmacêuticos tendo como base uma receita médica que específica o doente a quem o medicamento se destina. Na fórmula oficinal, os medicamentos são preparados segundo indicações de uma farmacopeia ou de um formulário, nos serviços farmacêuticos.

A preparação dos manipulados efetua-se na sala de distribuição individual em dose unitária, sendo aqui que se situa todo o material necessário à sua preparação.

(38)

34 Hospital Nossa Senhora da Assunção Para a realização de manipulados é necessário proceder à limpeza e desinfeção de todo o material a utilizar, desde a bancada, espátulas, balança, entre outros, para que as técnicas de assepsia sejam as mais adequadas. Para auxiliar a preparação recorre-se aos protocolos de preparação, assegurando que todas as etapas sejam realizadas rigorosamente.

No fim da preparação procede-se novamente à limpeza e desinfeção da bancada e de todo o material. O rótulo das embalagens devem conter toda a informação necessária, desde, o nome do manipulado, dosagem, prazo de validade, composição, lote, data de preparação e informações importantes sobre a utilização do manipulado (Figura 22).

No HNSA são preparados alguns manipulados, como por exemplo a solução de salicilato de sódio a 2%, pomada de vaselina salicilada a 2%, pomada de vaselina salicílada a 5%, solução de ácido tricloroacético a 25% e a 50% e pomada deBetametasona e Ácido Fusídico. Eu tive oportunidade de preparar pomada de vaselina salicilada 2% e solução de salicilato de sódio. Todas as preparações têm que ser registadas numa ficha de preparação (ANEXO XII) com diversos dados acerca do manipulado: o dia de preparação, quem realizou a preparação, o prazo de validade, o lote, a quantidade de matérias-primas utilizadas, entre outras.

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35 Hospital Nossa Senhora da Assunção

3.2 REEMBALAGEM

De acordo com Llabotet al (2007), existem medicamentos que por questões de inadequação das formas farmacêuticas disponíveis no mercado têm que ser manipulados para que se adaptem às necessidades de cada doente.

A reembalagem de medicamentos sólidos orais é essencial ao sistema de distribuição individual diária em dose unitária e é o processo através do qual se embala um medicamento para ser posteriormente administrado ao doente na dose correta e deve ser efetuada de modo a assegurar a segurança e qualidade dos medicamentos.

Nos serviços farmacêuticos do HNSA existe uma área destinada á elaboração do processo de reembalagem(Figura 23) e esta, quando devidamente equipada, consegue cumprir os seus objetivos principais:permitir aos serviços farmacêuticos disporem do medicamento, na dose prescrita, de forma individualizada (dose unitária – dose de medicamento que não necessita de mais manipulações para ser administrada ao doente), permitindo assim: reduzir o tempo de enfermagem dedicado à preparação da medicação a administrar; reduzir os riscos de contaminação do medicamento; reduzir

erros de administração; proteger o medicamento reembalado dos agentes ambientais; assegurar que o medicamento reembalado pode ser utilizado com segurança, rapidez e comodidade.

A reembalagem é efetuada com a ajuda de uma máquina de selagem (Figura 24), a qual sela a manga utilizada no acondicionamento dos comprimidos.

Existe também um módulo com duas gavetas (Figura 25) onde são colados os medicamentos para serem reembalados e onde é colocada a manga já cortada.

(40)

36 Hospital Nossa Senhora da Assunção Reembala-se um medicamento de cada vez não sendo permitido outros medicamentos na área de reembalagem para evitar erros de contaminação cruzada. O rótulo aplicado na parte de trás da manga de reembalagem do medicamento é feita informáticamente e no mesmo devem constar:

●DCI/nome genérico

●Dosagem ●Nº de lote

●Validade

●Nome da instituição onde se realiza a reembalagem e rotulagem. (Figura 26).

Figura 24 - Máquina de reembalagem

Figura 25 - Gavetas onde estão os medicamentos para reembalar.

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37 Hospital Nossa Senhora da Assunção O prazo de validade atribuído ao medicamento reembalado não poderá ser superior a 6 meses, tendo sempre em conta a validade original do medicamento.

Os medicamentos reembalados podem ser:

● Fracionados no caso em que se pretende obter ½, ¼, ⅓, ⅔ (de modo assegurar a terapêutica medicamentosa aos doentes na dose certa).

● Reeembalados (medicamentos inteiros) que vêm acondicionados em frascos e é necessário proceder á sua individualização.

● Reembalados quando não é possível colocar rótulos nos blisters dos comprimidos pelo facto destes serem muito pequenos e depois ser difícil a sua visualização, uma vez que não retiramos o medicamento do blister original e não o manipulamos a sua validade mantêm-se a mesma.

4. FARMACOVIGILÂNCIA

Define-se como a ciência e as atividades relativas à deteção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos e quaisquer outros problemas associados a medicamentos1 e permite, durante a etapa de uso comercial em larga escala, uma observação da segurança real do medicamento e assim, detetar efeitos adversos não previstos nas etapas prévias ao seu lançamento no mercado. A Farmacovigilância vai atuar no sentido de ter medicamentos mais seguros no mercado, detetando precocemente reações adversas (indesejáveis), mau uso dos medicamentos e interações medicamentosas, além de identificar fatores de risco.

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38 Hospital Nossa Senhora da Assunção Todos os profissionais de saúde, incluindo o farmacêutico hospitalar, devem notificar as reações adversas medicamentosas (RAMs) que ocorram com o uso dos medicamentos ao Sistema Nacional de Farmacovigilância, que é regulamentado pelo Decreto-Lei nº 171/2012 de 1 de agosto, sendo o Infarmed a entidade responsável pelo seu acompanhamento, coordenação e aplicação, nos termos previstos no presente Decreto-Lei e no seu regulamento interno.[15]

As RAMs dizem respeito a todas as reações adversas e não intencionais produzidas por medicamentos, em doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento das enfermidades ou modificação de uma função fisiológica.

5. OUTRAS ATIVIDADES

Durante o período de estágio foi-me proposto, pela minha supervisora a realização de um poster. Depois de analisarmos alguns temas chegamos á conclusão que o mais pertinente seria a reembalagem.

O poster encontra-se dividido por 4 partes: a primeira parte é a introdução onde defino a reembalagem, na segunda parte falo sobre as instalações e os equipamentos utilizados na reembalagem, na terceira parte cito algumas regras importantes para efetuar todo o processo da melhor forma e por último na quarta parte defino todas as etapas envolventes na reemblagem (ANEXO XIII).

O objetivo da elaboração deste poster é para que todos os profissionais e novos estagiários que passem pelos SF do HNSA aprendam todos os procedimentos envolventes no processo de reembalagem. O poster foi colocado na área de reembalagem de modo a ficar visível a todos. (Figura 27).

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39 Hospital Nossa Senhora da Assunção Também tive oportunidade de analisar e interpretar alguns casos clínicos, com o objetivo de fazer o estudo dos mesmos, como por exemplo: dizer qual a medicação que o doente em causa deveria tomar mediante o diagnóstico clínico e vice-versa, ou seja, era me dado o diagnóstico e eu tinha que dizer qual a medicação que o doente deveria tomar.

6. CONCLUSÃO/ REFLEXÃO

Os serviços farmacêuticos surgem com o imperativo de assegurar a terapêutica medicamentosa aos doentes com critérios de qualidade, segurança, eficácia e eficiência, baseados na evidência científica e integrar as equipas de cuidados de saúde, contribuindo deste modo para o processo assistencial ao doente.

É sem dúvida uma oportunidade bastante enriquecedora, para nós estudantes em que aplicamos na prática tudo aquilo que aprendemos na teórica. Podemos vivenciar no dia-a-dia todas as atividades de um técnico de farmácia observando e adquirindo novos conhecimentos, essenciais para a nossa carreira.

Aprendi bastante durante este estágio, a orientadora foi excecional, pois, esteve sempre disponível para ensinar e tirar todas as dúvidas que foram surgindo. Trata-se de uma equipa fantástica, desde da técnica de farmácia, farmacêutica, assistente operacional e administrativo, pois, entre eles não existem diferenças são todos tratados

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40 Hospital Nossa Senhora da Assunção da mesma maneira sem descriminações. Este aspeto é bastante importante para que um serviço funcione corretamente e com um espírito de equipa muito bom. É de salientar também a organização desta equipa em todas as tarefas realizadas e a preocupação que têm em que o medicamento chegue ao doente de forma rápida e eficaz.

Os serviços farmacêuticos assim como os restantes serviços hospitalares possuem boas instalações, apesar da farmácia se encontrar num espaço pequeno, nunca seria demais existência de uma área maior.

Ao longo do estágio realizei diversas atividades, descritas ao longo do presente relatório, que enriqueceram a minha formação como profissional de farmácia e também como humano.

Com o tempo de estágio foi possível estabelecer um contacto físico com a realidade, deste serviço e o impacto que tem no bom funcionamento da Unidade Hospitalar.

Após a realização do estágio e do presente relatório, posso afirmar que foram alcançados os objetivos e as atividades propostas, nomeadamente a aplicação dos princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão do técnico de farmácia.

Foi uma experiência bastante positiva e que superou todas as minhas expectativas, pois, apesar de ser um serviço pequeno aprendi bastante, alargando assim os meus conhecimentos.

O estágio no HNSA permitiu uma melhor compreensão do funcionamento de uma Farmácia Hospitalarque é imprescindível na aquisição de competências que me serão uteis no desempenho da profissão.

A equipa é fantástica, são excelentes profissionais um exemplo a seguir, adorei a experiência e se pudessevoltava a repetir o estágio e assim aconselho vivamente os serviços farmacêuticos do HNSA como um bom local para se estagiar.

Por fim e na minha opinião deveria haver outro técnico de farmácia, pois, apesar de ser um serviço pequeno existe bastante trabalho a fazer e seria melhor para a farmácia e para os profissionais que lá trabalham, não estando tão sobrecarregados com trabalho.

(45)

41 Hospital Nossa Senhora da Assunção

7. BIBLIOGRAFIA

1. Libano&Luisa. O perfil do técnico de farmácia Acedido a 9 de fevereiro de 2013

2. Decreto-Lei nº 384-B/85, de 30 de setembro. Carreira do Técnico de Diagnóstico e Terapêutica

3. Jornal Porta da Estrela. Edição de 30 de maio de 2005 Acedido em 9 de fevereiro de 2013

4. Misericórdia de Seia (s.d.). Hospital Nossa Senhora da Assunção.

Acedido da Web: www.misericordiadeseia.pt em 15 de Janeiro de 2013

5. Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho de 2006, n.º 1 do Art. 19º. Serviço de Paliativos

6. Decreto-Lei n.º 101/2006, de 6 de junho de 2006, art. 13º. Serviço de Convalescença

7. Decreto Lei nº44204, de 2 de Fevereiro de 1962. Caraterização dos serviços farmacêuticos.

8. Manual de Farmácia Hospitalar (Conselho Executivo da Farmácia Hospitalar 2005) Acedido na web: http://www.infarmed.pt em 4 de Janeiro de 2013

9.Training References General Remarcks (2009). Alert@ ERP. Acedido na Web: www.alert.pt em 10 de dezembro 2012

10. Portaria n.º 981/98 de 8 de Junho sobre “Execução das medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos”.

(46)

42 Hospital Nossa Senhora da Assunção 12. Instituto da Droga e da Toxicodependência (2011). Programas de Reabilitação.

Acedido na Web: www.idt.pt em 26 de janeiro de 2013

13. Ministério da saúde. Farmacotécnia.

Disponivel na web:

http://www.acss.min- saude.pt/Projetos/ProgdoMedicamentoHospitalar/Projecto1/tabid/172/language/pt-PT/Default.aspx?PageContentID=26, em 7 de fevereiro de 2013

14. Llabot, J., Palma, S. &Allemanda, D. (2007). Estrategias para la administracion de fármacos. Madrid: NuestraFarmacia

Referências

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