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Romanos 9,15: Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão.

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A origem da salvação

Arthur Pink – Revisão livre e adaptação por helio clemente

Vamos mostrar neste estudo, que a origem da salvação está unicamente na vontade de Deus, e não, como afirma o senso comum religioso, na vontade do homem ou, mesmo ainda, no amor ou na graça ou na presciência de Deus.

Romanos 9,15: “Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão”.

A vontade de Deus:

A vontade de Deus é absolutamente livre na salvação de homens e anjos, esta é a doutrina da eleição. Quando escolheu um povo para a vida eterna, não havia nada além de sua própria vontade que o movesse para determinar este propósito. Mais ainda, não havia nada fora dele ou pertencente a sua natureza que o movesse além de sua vontade. O apóstolo declara expressamente na Carta aos Efésios a absoluta soberania divina na predestinação.

Efésios 1,5: “Nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”.

É preciso notar neste verso, em primeiro lugar, o que Deus fez:

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O ato divino: “Nos predestinou”.

Em segundo lugar: O que motivou Deus a predestinar estas pessoas.

A motivo deste ato: “Segundo o beneplácito de sua vontade”.

Vemos, desta forma, que tudo é resolvido pela vontade de Deus, Ele concede ou retém seus favores conforme lhe agrada e não precisa de qualquer concordância ou conformidade das criaturas quanto ao seu procedimento. O Altíssimo não pode jamais ser trazido para o tribunal da razão dos homens.

Quanto aos advogados de Deus, seus pretensos procuradores aqui na terra, não é requerido ao homem justificar a soberania de Deus, ou mesmo qualquer ato ou decreto divino, é

requerido ao homem crer na soberania de Deus e na autoridade de sua Palavra.

Mateus 11,25-26: “Por aquele tempo, exclamou Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado”.

Mesmo aqueles que afirmam acreditar na doutrina da predestinação, atribuem sua origem a várias coisas diversas da vontade divina, veremos abaixo os motivos que as pessoas religiosas alegam para justificar a predestinação eterna:

O amor:

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da eleição, para isto eles citam os mesmos versos na Carta aos Efésios:

Efésios 1,4-5: “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”.

A citação se refere ao final do verso quatro e início do verso cinco:

“E em amor nos predestinou para ele”.

Todavia, esta frase não se refere à eleição, mas à adoção como filhos de Deus. A partícula E colocada no início da frase indica claramente que ela é uma complementação da primeira frase e não pode ser vista separadamente. Estes atos de Deus estão em uma sequência lógica onde a eleição precede a predestinação para a adoção.

Um objeto deve existir antes de poder ser amado. Os decretos eternos não tem ordem

temporal, mas tem uma ordem lógica, a eleição foi a primeira decisão na mente de Deus, pela qual Ele escolheu as pessoas eleitas, para serem santas e irrepreensíveis perante Ele, antes da fundação do mundo, quando eles ainda não existiam, logo, não existindo, não poderiam ser objeto de amor ou ódio.

“Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo”.

A predestinação foi o decreto seguinte, segundo o qual Deus ratificou o estado daqueles a quem sua eleição tornou dignos de seu amor, mas somente através da perfeição da obediência e justiça de seu Filho amado – Jesus. A justiça divina caminha lado a lado com a misericórdia, sem a satisfação da justiça a misericórdia não se manifesta.

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Depois disto, o amor de Deus foi adiante deles, e concedeu-lhes a mais alta e preciosa benção que seu amor jamais poderia oferecer: Fazer deles seus filhos por adoção.

O amor de Deus não se constitui de sentimentos, pois Deus é imutável e impassional, todo amor de Deus é exercido através da obra perfeita de Cristo e somente por ele sobre aqueles que estão nele.

1 João 4,9: “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele”.

A graça:

Outros têm atribuído a eleição à graça de Deus, baseado no verso seguinte, da Carta aos Romanos:

Romanos 11,5: “Há um remanescente segundo a eleição da graça”.

Mas aqui, novamente devemos distinguir entre coisas que diferem: Entre a proclamação de um decreto e o objeto do decreto.

É verdade que os eleitos são os objetos sobre os quais a graça de Deus é especialmente exercida, mas é outra coisa totalmente diferente dizer que sua eleição se originou na graça de Deus.

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A ordem entre o decreto e seu objeto é claramente expressa na Carta aos Efésios.

Primeiro – a escolha:

“Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.

Assim, a escolha, ou eleição, foi a ordem primeira no Decreto da Salvação.

Segundo – a possibilidade:

“E em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”.

Vemos em seguida, que o decreto da eleição em Cristo possibilita a manifestação da misericórdia divina, que acontece através da redenção adquirida por Cristo.

Terceiro – o propósito:

“Para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado (verso 6)”.

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Temos aqui o assunto e o propósito do decreto de Deus: A manifestação de sua graça.

Quarto – a origem do decreto:

“Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo (verso 9)”.

Aqui, neste verso nove, Deus revela a seus filhos a origem da eleição, do amor e da graça: Sua vontade soberana.

Agostinho: “A vontade de Deus é a razão de todas as coisas, e como tal não é movida por nada além dela mesma”.

Quinto – o porquê:

“A fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo (verso 12)”.

E finalmente o porquê de todas estas coisas: Para manifestação de sua glória.

Em nenhuma outra parte nas Escrituras a ordem dos decretos divinos é revelada de forma tão clara como neste primeiro capítulo de Efésios, em nenhuma outra parte a origem dos decretos é colocada de modo definitivo como aqui.

Voltemos ao verso onze e vamos analisar esta extraordinária expressão: “Que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade”.

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“Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade

(verso 11)”.

O que temos aqui? Note bem, não é o conselho de seu coração, nem mesmo o conselho de sua sabedoria, nem a vontade de seu conselho, mas “o conselho de sua vontade”. A vontade de Deus é colocada de forma inquestionável na origem dos decretos.

Temos algo mais? Temos algo mais, de extrema importância, para notar neste verso: Deus não faz algumas coisas pelo conselho de sua vontade, Deus não faz quase todas as coisas pelo conselho de sua vontade, Ele faz TODAS as coisas pelo conselho de sua vontade.

“Que faz todas as coisas...”.

Em tudo o que vimos até aqui, a participação das criaturas em sua própria salvação

simplesmente não existe, o que é a vontade do homem face à vontade de Deus? Vejamos a resposta no livro de Daniel.

Daniel 4,35: “Todos os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?”.

A vontade de Deus determina o exercício de suas perfeições: Ele é infinito em sabedoria, todavia sua vontade regula as operações da sabedoria. Ele é cheio de misericórdia, mas sua vontade determina quando e a quem Ele a mostrará. Ele é justo, todavia, foi de sua vontade que fosse inflexivelmente justo.

Falamos no início desta palestra sobre o senso comum religioso, em vista do que foi dito até agora, o que mais deve ser refutado na salvação?

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Em primeiro lugar – as boas obras:

Fica muito óbvio que não foram as boas obras que induziram Deus a eleger determinadas pessoas para a salvação, pois o decreto da eleição aconteceu antes de existir qualquer

criatura. Isto está bastante claro no capítulo nove da Carta aos Romanos, onde os gêmeos não eram ainda nascidos, mas eram alvos do amor e do ódio de Deus:

“Amei Jacó, porém me aborreci de (odiei) Esaú”.

Romanos 9,11: “E ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal (para que o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama), já fora dito a ela: O mais velho será servo do mais moço. Como está escrito: Amei Jacó, porém me aborreci de (odiei) Esaú”.

Temos ainda novamente em Efésios a afirmação que as boas obras do cristão foram preparadas por Deus, na eternidade, para que andassem nelas.

Efésios 2,10: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.

Vemos aqui, que as boas obras não são motivo da salvação, mas resultado da salvação.

Segundo - a santidade dos homens:

Voltemos ao verso quatro do primeiro capítulo de Efésios.

“Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele”.

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Em primeiro lugar, Deus escolheu seus eleitos antes da fundação do mundo, quando eles ainda não existiam como pessoas, portanto, nada que fosse próprio destas pessoas que viriam a existir futuramente influi no decreto divino.

“Nos escolheu nele antes da fundação do mundo”.

Em segundo lugar, não existe nenhum homem santo em todo mundo, a santidade do homem não significa jamais perfeição moral, significa separação para Deus, e quem faz esta

separação é Deus, em Cristo, e não o homem.

João 15,16: “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda”.

Vemos novamente que a santificação não é o motivo para a salvação, mas o resultado da salvação.

2 Tessalonicenses 2,13: “Entretanto, devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados pelo Senhor, porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade”.

Vemos neste verso que a santificação não é apenas o resultado da eleição divina, mas também resultado da operação do Espírito, não é mérito do homem. Então, visto que a santificação era o desígnio da eleição, ela não poderia ser a causa da eleição.

1 Tessalonicenses 4,3: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação...”.

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Terceiro – a fé:

Romanos 3,23: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.

Todos os homens nascem pecadores e são incapazes de adquirir por si mesmo a fé em Cristo, o homem natural é, por natureza, inimigo de Deus, a fé somente pode ser obtida como um dom de Deus, que também procede da salvação.

Efésios 2,8-9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus”.

A fé procede da operação do Espírito e não é uma obra evangélica própria do homem.

Filipenses 2,13: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.

A fé flui da graça e não é motivo para a graça, em Atos capítulo treze está escrito:

“Creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

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Não está escrito:

“Todos quantos creram, foram ordenados para a vida eterna”.

Atos 13,48: “Os gentios, ouvindo isto, regozijavam-se e glorificavam a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna”.

Por último – a fé preveniente:

Acabamos de ver que a fé é um dom de Deus, operado pelo Espírito e concedido como uma graça àqueles destinados à vida eterna. Desta forma, fica completamente fora de cogitação a afirmação que Deus salvou aqueles que Ele previu que teriam fé, uma vez que a fé é o dom de Deus que provém da destinação para a vida eterna e não pode ser motivo para esta mesma destinação.

Romanos 8,30: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”.

Deus conhece tudo que foi, é e será, porque Ele ordenou tudo que deveria ser; portanto, é uma inversão total de motivos fazermos da presciência a causa da eleição de Deus.

Apocalipse 1,8: “Eu sou o Alfa e Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso”.

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Conclusão: A finalidade de Deus em seus decretos é a manifestação de sua própria glória, e por tudo o que vimos acima, podemos concluir que nada que provenha do homem intervém em sua salvação, tudo é obra do Pai, em Cristo, operada pelo Espírito Santo.

Deuteronômio 7,6-7: “Porque tu és povo santo ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos”.

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