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Consideramos que a evidência de auditoria que obtivemos proporciona uma base suficiente e adequada para a nossa opinião de auditoria.

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Academic year: 2021

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Auditámos as contas anuais anexas da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A.(adiante designada por “a Sociedade”), que englobam o balanço de 31 de dezembro de 2015, a conta de custos e proveitos, o estado de alterações no património líquido, o estado de fluxos de caixa e o relatório das contas anuais correspondentes ao exercício anual terminado na data indicada.

Responsabilidade dos Administradores com relação às contas anuais

Os Administradores são responsáveis pela formulação das contas anuais anexas, de forma a expressar a imagem fiel do património, da situação financeira e dos resultados da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., em conformidade com o quadro normativo de informação financeira aplicável à entidade em Espanha, que se identifica na nota 1-b do relatório anexo, e de controlo interno que considerem necessário para permitir a preparação das contas anuais livres de incorrecção material, devido a fraude ou erro.

Responsabilidade do auditor

A nossa responsabilidade é de expressar uma opinião sobre as contas anuais anexas baseada na nossa auditoria. Realizámos a nossa auditoria de acordo com a normativa reguladora da auditoria de contas vigente em Espanha. A citada normativa exige que sejam cumpridos os princípios de ética, bem como que planifiquemos e executemos a auditoria com a finalidade de obter a segurança razoável de que as contas anuais não incorram em incorrecções materiais.

Uma auditoria requer a aplicação de procedimentos para obter evidência de auditoria sobre os valores e a informação revelada nas contas anuais. Os procedimentos escolhidos dependem da escolha do auditor, incluindo a valoração dos riscos de incorrecção material das contas anuais, devido a fraude ou erro. Ao realizar as referidas valorações do risco, o auditor tem em conta o controlo interno relevante para a realização por parte da entidade das contas anuais, para desenhar os procedimentos da auditoria que sejam adequados em função das circunstâncias, e não com a finalidade de expressar uma opinião sobre a eficácia do controlo interno da entidade. Uma auditoria, também inclui a avaliação da adequação das políticas contabilísticas aplicáveis e de razoabilidade das estimativas contabilísticas realizadas, bem como a avaliação da apresentação das contas anuais tomadas no seu conjunto.

Consideramos que a evidência de auditoria que obtivemos proporciona uma base suficiente e adequada para a nossa opinião de auditoria.

Opinião

Na nossa opinião, as contas anuais anexas expressam, em todos os aspectos significativos a imagem fiel do património e da situação financeira da Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A., a 31 de dezembro de 2015, assim como os resultados e fluxos de caixa relativos ao exercício anual terminado na referida data, em conformidade com o quadro normativo de informação financeira resultante da aplicação e, em particular, com os princípios e critérios contabilísticos contidos na mesma.

Parágrafo de ênfase

Chamamos atenção para a Nota 1-a das contas anuais anexas, onde se realça que as relações entre a Sociedade e as demais instituições do Grupo e associados dão lugar a que se realizem transacções no âmbito de uma estratégia global do Grupo (veja-se a Nota 26). As contas anuais do exercício em 2015 anexas devem interpretar-se tendo em conta esta circunstância. Esta questão não modifica a nossa opinião.

Relatório sobre requerimentos legais e reguladores

O relatório de gestão anexo, do exercício de 2015 contem as explicações que os administradores consideram oportunas sobre a situação da sociedade, a evolução dos seus negócios e sobre outros assuntos não formando parte integrante das contas anuais. Verificámos que as informações

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Rafael Orti Baquerizo

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Financiera El Corte Inglés

Establecimiento Financiero

de Crédito, S.A.

Contas Anuais e Relatório de Gestão

correspondentes ao exercício anual

concluído no dia 31 de Dezembro de 2015

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Financiera El Corte Inglés Establecimiento Financiero de Crédito, S.A.

Relatório correspondente ao exercício

anual concluído no dia 31 de Dezembro de

2015

1. Apresentação da Sociedade, enquadramento jurídico e outras informações a) Apresentação da Sociedade

A Financiera El Corte Inglés E.F.C. S.A. (adiante designada por “a Sociedade”) foi constituída no dia 27 de Novembro de 1995, sob a denominação social de Financiera El Corte Inglés Entidad de Financiación, S.A., e figura inscrita no Registo de Estabelecimentos Financeiros de Crédito do Banco de Espanha com o número de código 8.805.

A Assembleia Geral e Extraordinária de Acionistas celebrada no dia 4 de Novembro de 1996 aprovou, em cumprimento do estabelecido no R.D. 692/1996, de 26 de Abril, sobre o regime jurídico dos estabelecimentos financeiros de crédito, a transformação da Sociedade em estabelecimento financeiro de crédito e a mudança da sua denominação social para a atual, assim como a modificação do seu objetivo social, passando a ser este o da atividade própria de um estabelecimento financeiro de crédito, circunscrito às seguintes atividades principais:

1. As de empréstimo e crédito, incluindo crédito ao consumo, crédito hipotecário e o financiamento de transações comerciais.

2. As de “factoring”, com ou sem recurso, e as atividades complementares da mesma, tais como as de investigação e classificação dos clientes, contabilização de devedores e, em geral, qualquer outra atividade que tenda a favorecer a administração, avaliação, segurança e financiamento dos créditos constituídos no contexto do comércio nacional ou internacional, que lhes sejam cedidos.

3. A emissão e gestão de cartões de crédito.

4. A concessão de avais e garantias e assunção de compromissos similares.

Dada a atividade a que se dedica a Sociedade, esta não possui responsabilidades, despesas, ativos, nem provisões e contingências de natureza ambiental que possam ser significativos em relação ao património, à situação financeira e aos resultados da mesma. Por este motivo não se inclui, no presente relatório de contas anuais, qualquer exposição específica a respeito de questões ambientais.

A 31 de Dezembro de 2013, a Sociedade achava-se integrada no Grupo El Corte Inglés, cuja sociedade dominante, El Corte Inglés, S.A., participava, direta e indiretamente, na totalidade do seu capital social, sendo esta sociedade a que formulava contas anuais consolidadas.

No dia 7 de Outubro de 2013, os acionistas da Sociedade acordaram a venda de 13.923.000 ações da Sociedade, representando 51% do seu capital, à instituição financeira Santander Consumer Finance, S.A. A conclusão deste acordo estava dependente da obtenção das pertinentes autorizações das autoridades reguladoras e de concorrência, que se obtiveram no primeiro trimestre do 2014, pelo que a venda se

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tornou efetiva durante o exercício de 2014. Deste modo, a Sociedade deixou de ser considerada como dependente do Grupo El Corte Inglés, para passar a ser dependente do Grupo Santander Consumer Finance.

As contas anuais do Grupo Santander Consumer Finance, S.A. do exercício 2015 foram formuladas na reunião de seu Conselho de Administração celebrada no dia 12 de Fevereiro de 2016, encontrando-se pendentes de aprovação pela Assembleia Geral de Acionistas.

As relações existentes entre a Sociedade e as demais entidades do Grupo e associadas dão lugar a que se realizem transações no âmbito de uma estratégia global do Grupo (veja-se Nota 26). As contas anuais do exercício 2015 anexas, devem interpretar-se tendo em conta esta circunstância.

O domicílio social da Sociedade encontra-se na calle Hermosilha, 112, 28009 de Madrid, e o seu Número de Identificação Fiscal é o A-81322448. A Sociedade desenvolve a sua atividade no território espanhol, contando com uma sucursal em Portugal, cuja informação financeira se integra dentro da incluída no presente relatório. Os ativos desta sucursal em 31 de Dezembro de 2015 representam 2,05% dos ativos da Sociedade (2,16 % dos ativos em 31 de Dezembro de 2014).

A Sociedade iniciou a sua atividade no dia 1 de Junho de 1996, comercializando um produto de crédito denominado “Plano Pessoal de Pagamento”, que consiste no financiamento ao comprador para a aquisição com pagamento diferido de toda a classe de bens e serviços nos estabelecimentos comerciais das empresas que integram o Grupo El Corte Inglés, em particular El Corte Inglés, S.A., Hipercor, S.A. e Viajes El Corte Inglés, S.A. A conta a pagar pela importância destas compras de bens e serviços encontra-se no documento “Otros pasivos financieros” [Outros passivos financeiros] do balanço anexo (veja-se Nota 12), sendo o seu vencimento à vista. Desde de 1 de maio de 1997, a Sociedade incorporou um novo produto de crédito na sua carteira, ao tornar-se titular dos cartões de crédito El Corte Inglés, S.A. emitidos desde essa data, encarregando-se da gestão e administração dos mesmos. Além disso, a Sociedade passou a ser titular praticamente da totalidade dos cartões anteriormente emitidos por El Corte Inglés, S.A., mediante sucessivas transferências. A Sociedade conta com diversas modalidades de financiamento aos seus clientes associadas aos formatos anteriormente descritos.

Nos dias 31 de Dezembro de 2015 e 2014, a Sociedade não conta com agentes a quem seja aplicável a Circular 4/2010 do Banco de Espanha.

b) Quadro normativo

As contas anuais da Sociedade correspondentes ao exercício 2015 foram formuladas pelos seus Administradores, na reunião do Conselho de Administração celebrada no dia 16 de Fevereiro de 2016, de acordo com o estabelecido na Circular 4/2004 do Banco de Espanha, de forma que mostram a imagem fiel do património e da situação financeira da Sociedade ao dia 31 de Dezembro de 2015 e dos resultados das suas operações, das mudanças no seu património líquido e dos fluxos de caixa gerados durante o exercício anual concluído nessa data. Estas contas anuais foram preparadas a partir dos registos de contabilidade da Sociedade.

As contas anuais da Sociedade correspondentes ao exercício 2014 foram aprovadas pela Assembleia Geral de Acionistas celebrada a 10 de Junho de 2015, e depositadas no Registo Mercantil de Madrid. As contas anuais do exercício 2015 encontram-se pendentes de aprovação pela Assembleia Geral de Acionistas. Não obstante, o Conselho de Administração da Sociedade estima que as referidas contas anuais serão aprovadas sem alterações.

No dia 29 de Novembro de 2013, foi aprovado o Real Decreto-lei 14/2013, de 29 de Novembro, de medidas urgentes para a adaptação do direito espanhol ao regulamento da União Europeia em matéria

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de supervisão e solvência de instituições financeiras. Este Real Decreto-lei estabelece que os estabelecimentos financeiros de crédito deixarão de ser consideradas instituições de crédito a partir do dia 1 de Janeiro de 2014, mas que continuarão a estar sujeitos ao regime jurídico aplicável antes dessa data, até à aprovação da legislação específica que lhes corresponda.

No dia 27 de Abril de 2015 foi aprovada a Lei 5/2015, de fomento do financiamento empresarial (LFFE) que contempla no seu Título II (artigos 6 a 14), o regime jurídico dos estabelecimentos financeiros de crédito, que entrou em vigor no dia 29 de Abril de 2015. Em tudo o que não esteja previsto pela Lei de fomento do financiamento empresarial, as IFC reger-se-ão pelo regulamento sobre instituições de crédito, correspondendo ao Banco de Espanha a função supervisora das IFC. Em particular, aplicar-se-á às IFC o regulamento sobre participações significativas, idoneidade e incompatibilidades de altos cargos, governança corporativa e solvência contida na Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, assim como o regulamento de transparência, mercado hipotecário, regime de falência e prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo prevista para as instituições de crédito. Em todo caso, resultará de aplicação às IFC o disposto na disposição adicional terceira da Lei 3/2009, de 3 de Abril, sobre as modificações estruturais das sociedades comerciais, sobre o regime aplicável às operações de cessão global ou parcial de ativos e passivos entre instituições de crédito.

A Circular 4/2004 do Banco de Espanha, de 22 de Dezembro, requere, com carácter geral, que as contas anuais apresentem informação comparativa. Neste sentido e, de acordo com a legislação comercial, os Administradores da Sociedade apresentam, para efeitos comparativos, cada uma das rubricas do balanço, da conta de ganhos e perdas, da demonstração dos fluxos de caixa, da demonstração de alterações no património líquido e do relatório, para além dos números do exercício 2015, das correspondentes ao exercício anterior, obtidas por distribuição da referida Circular. Por conseguinte, os números correspondentes ao exercício 2014, que figuram neste Relatório, apresentam-se, única e exclusivamente, para efeitos comparativos.

Os principais princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação que foram aplicados na preparação das contas anuais da Sociedade no exercício 2015 acham-se indicadas na Nota 2.

Nas contas anuais do exercício 2015 foram ocasionalmente utilizadas estimativas realizadas pela Direção da Sociedade, ratificadas posteriormente pelos seus Administradores, para quantificar alguns dos ativos, passivos, rendimentos, despesas ou compromissos que se acham registados nelas. Basicamente, estas estimações referem-se a:

- Perdas por imparidade de determinados ativos (veja-se Notas 2-e, 5 e 6);

- Pressupostos usados no cálculo atuarial dos passivos e compromissos por indemnizações por despedimento (veja-se Notas 2-m e 13) e,

- Vida útil dos ativos materiais e intangíveis (veja-se Notas 2-f, 2-g, 7 e 8).

Apesar destas estimativas se terem realizado em função da melhor informação disponível à data do encerramento do exercício 2015 sobre os factos analisados, acontecimentos futuros poderão obrigar a revê-las (em alta ou em baixa) de maneira significativa em próximos exercícios, o que, em caso de ser preciso, se fará conforme o estabelecido na Norma Décima Nona da Circular 4/2004 do Banco de Espanha (de forma prospetiva, reconhecendo os efeitos da revisão da estimativa que, nesse caso, poderão produzir-se na correspondente conta de ganhos e perdas dos exercícios afetados).

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c) Recursos próprios e gestão do capital

No dia 26 de Junho de 2013, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia aprovaram o Regulamento número 575/2013 sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, com entrada em vigor no dia 1 de Janeiro de 2014, e a Diretiva 2013/36/UE relativa ao aceso à atividade das instituições de crédito e à supervisão prudencial das instituições de crédito e empresas de investimento.

Este novo regulamento europeu sobre solvência, conhecido como CRR/CRD IV, introduz regras mais exigentes para o controlo da solvência das instituições de crédito e respetivos grupos, supõe a revogação de todas as normas do atual regulamento de recursos próprios do Banco de Espanha (Circular 3/2008 e Circular 7/2012) que resultem incompatíveis com a mesma e implicará a implantação do Acordo de capital de Basileia III com um calendário de transição progressiva até que se alcance a sua implantação total, prevista para o dia1 de Janeiro de 2019.

Até ao dia 31 de Dezembro de 2013, a Circular 3/2008 do Banco de Espanha, de 22 de maio, dirigidas a instituições de crédito, sobre a determinação e controlo dos recursos próprios mínimos (daqui em diante, a “Circular 3/2008”) e as suas posteriores modificações, regulava os requisitos de capital das instituições de crédito, tanto a nível individual como consolidado. Por conseguintes, a partir do dia 1 de Janeiro de 2014 foram revogadas as disposições da Circular 3/2008 que iam contra o citado regulamento europeu.

Enquanto os regulamentos da União Europeia são de aplicação imediata desde a sua entrada em vigor, as Diretivas devem ser transpostas para a ordem jurídica espanhola, pelo que o Governo de Espanha e o Banco de Espanha publicaram normas de âmbito nacional, com o objetivo de adaptar ou transpor as referidas normas.

No dia 29 de Novembro de 2013 foi publicado o Real Decreto-lei 14/2013, de medidas urgentes para a adaptação do direito espanhol ao regulamento da União Europeia em matéria de supervisão e solvência de instituições financeiras, que incorpora parcialmente no Direito espanhol a Diretiva 2013/36/UE. O seu objetivo principal é adaptar, com carácter urgente e antes de 1 de Janeiro de 2014, o ordenamento jurídico espanhol às alterações regulamentares europeias, a fim de dotar os supervisores e as instituições financeiras das garantias legais necessárias para que operem de acordo com o Regulamento 575/2013 e realizar as adaptações substantivas da Diretiva 2013/36/UE. O referido Real Decreto-lei revoga, entre outras normas, com efeito desde 1 de Janeiro de 2014, o Título I do Real Decreto-lei 2/2011, de 18 de Fevereiro, para o reforço do sistema financeiro, ainda que estabeleça na sua Disposição transitória primeira que o Banco de Espanha, até 31 de Dezembro de 2014, poderá impedir ou restringir qualquer distribuição dos elementos de capital de nível 1 que tenham sido contabilizados para cumprimento dos requisitos mínimos de capital principal estabelecidos, quando essas distribuições, acumuladas ao longo do ano 2014, superam em termos absolutos o excesso de capital principal relativo ao mínimo legalmente exigido a 31 de Dezembro de 2013 e, para além do mais, coloquem em risco o cumprimento dos requisitos de capital adicional mencionados.

O Banco de Espanha publicou a Circular 2/2014, de 31 de Janeiro, dirigida às instituições de crédito, sobre o exercício de diversas opções regulatórias contidas no Regulamento (UE) nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013, sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, e pelo qual se modifica o Regulamento (UE) número 648/2012. O seu objetivo é definir, de entre as opções que o Regulamento atribui às autoridades competentes nacionais, quais vão ter de cumprir os grupos consolidáveis de instituições de crédito e as instituições de crédito espanholas integradas ou não num grupo consolidável, de forma imediata, desde a entrada em vigor do novo quadro regulamentar de solvência, e com que alcance.

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Adicionalmente, foi publicada a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, cujo objetivo principal é adaptar o ordenamento jurídico espanhol às alterações normativas que se impõem no âmbito internacional e da União Europeia, continuando a transposição iniciada pelo Real Decreto-lei 14/2013, de 29 de Novembro, reformula num único texto as principais normas de ordenação e disciplina de instituições de crédito.

No exercício 2015, foi publicado o Real Decreto 84/2015, de 13 de Fevereiro, o qual põe em prática a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, e que tem por objetivo não só a culminação da aplicação regulamentar da Lei 10/2014, de 26 de Junho, como também a reformulação num único texto daquelas normas com a categoria regulamentar de ordenação e disciplina de instituições de crédito, pelo que reformula num único texto, por um lado, as disposições em matéria de instituições de crédito do Real Decreto 216/2008, de 15 de Fevereiro, de recursos próprios das instituições financeiras - que devem continuar vigentes após a entrada em vigor do Regulamento (UE) n.º 575/2013, de 26 de Junho de 2013, e da Diretiva 2013/36/UE, de 26 de Junho de 2013 - e, por outro, o Real Decreto 1245/1995, de 14 de Julho, sobre a criação de bancos, atividade transfronteiriça e outras questões relativas ao regime jurídico das instituições de crédito.

Por último, no passado dia 10 de Fevereiro de 2016, entrou em vigor a Circular 2/2016, de 2 de Fevereiro, do Banco de Espanha, dirigido às Entidades de Crédito, sobre supervisão e solvência. Esta norma, destinada a completar a adaptação do ordenamento jurídico espanhol à Diretiva 2013/36/UE e ao Regulamento 575/2013, revoga a Circular 3/2008 do Banco de Espanha anteriormente mencionada.

Tudo isto constitui o regulamento em vigor que regula os recursos próprios mínimos que devem manter as instituições de crédito espanholas, tanto a título individual como a nível consolidado, a forma como devem ser determinados os ditos recursos próprios, assim como os distintos processos de auto-avaliação do capital que devem realizar e a informação de carácter público que devem remeter ao mercado.

Corresponderá ao Banco de Espanha a função supervisora das IFC em conformidade com o estabelecido pelo Título III a Lei 10/2014, de 26 de Junho, de ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito, com as adaptações que, se for caso disso, regulamentariamente se determinem. Esta competência estender-se-á a qualquer escritório ou centro, dentro ou fora do território espanhol, e, na medida em que o cumprimento das funções encomendadas ao Banco de Espanha o exija, às sociedades que se integrem no grupo dos IFC.

O regulamento sobre solvência aplicável às IFC é o estabelecido na Lei 10/2014, de 26 de Junho, e a sua normativa de execução, com as particularidades que se prevejam regulamentariamente, não se aplicando às IFC, concretamente, as seguintes disposições:

- O art.º 30 da Lei 10/2014, de 26 de Junho, nem a parte sexta do Regulamento (UE) nº 575/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de Junho de 2013, sobre os requisitos prudenciais das instituições de crédito e das empresas de investimento, e pelo qual se modifica o Regulamento (UE) nº 648/2012.

- A respeito daquelas IFC que tenham a condição de PME, em conformidade com o previsto na Recomendação 2003/361/CE da Comissão, de 6 de maio de 2003, a obrigação de manter uma reserva de conservação de capital, ou uma reserva de capital anticíclico, previstas nos arts. 44 e 45 da Lei 10/2014, de 26 de Junho.

A Sociedade deve cumprir certos requisitos de recursos próprios de 8% sobre os seus ativos ponderados.

No dia 31 de Dezembro de 2015 e 2014, e durante esses exercícios, os recursos próprios contabilizáveis da Sociedade excediam os requeridos pelo regulamento em vigor.

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Os recursos próprios da Sociedade aos dias 31 de Dezembro de 2015 e 2014 são abaixo apresentados em detalhe: Milhares de Euros 2015 2014 Recursos básicos: 211 948 209 848 Capital 163 800 163 800 Reservas 50 564 47 862

Outras deduções dos recursos próprios básicos (2 416) (1 814)

Recursos de 2ª categoria 13 120 12 835

Recursos a efeitos gerais de solvência 13 120 12 835

Total recursos próprios contabilizáveis 225 068 222 683

Total recursos próprios mínimos 106 940 105 771

d) Factos posteriores

Por motivo da transposição ao ordenamento jurídico espanhol da Diretiva 2013/36/EU (“CRD IV’), a Sociedade, na sua qualidade de estabelecimento financeiro de crédito, perde a condição de instituição de crédito e, portanto, não pode beneficiar do regime do “Passaporte Comunitário”, o que impede a Sociedade de operar em Portugal por meio de uma Sucursal. No dia 5 de Fevereiro de 2015, a Sociedade apresentou perante o Banco de Portugal o pedido de autorização para constituir uma nova sociedade, detida a 100% por Financiera El Corte Inglés E.F.C. S.A., e à qual pertencerão todos os ativos e passivos que continha a Sucursal. Durante o exercício 2015 e em Janeiro de 2016 foram obtidas as autorizações requeridas, procedendo-se à sua inscrição na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa, no dia 1 de Fevereiro de 2016, tendo sido comunicado o início de atividade ao Banco de Portugal no dia 2 de Fevereiro de 2016.

Adicionalmente, no dia 16 de Fevereiro de 2016, o Conselho de Administração da Sociedade acordou a distribuição de um dividendo devido ao resultado a 31 de Dezembro de 2015 no valor de 52 milhões de euros, que se efetivou no dia 26 de Fevereiro de 2016.

Entre o dia 1 de Janeiro de 2016 e a data de formulação destas contas anuais não se produziu nenhum facto adicional aos indicados nos parágrafos anteriores que tenha um efeito significativo nessas contas anuais, nem na informação contida nas mesmas.

2. Princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação aplicados

Na preparação destas contas anuais aplicaram-se os seguintes princípios e políticas contabilísticos e critérios de avaliação:

a) Definições e classificação dos instrumentos financeiros i. Definições

Um “instrumento financeiro” é um contrato que da origem a um ativo financeiro numa entidade e, simultaneamente, a um passivo financeiro ou instrumento de capital noutra entidade.

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Um “instrumento de capital” é um negócio jurídico que evidencia uma participação residual nos ativos da entidade que o emite uma vez deduzidos todos os seus passivos.

Um “derivado financeiro” é um instrumento financeiro cujo valor se altera conforme as alterações de uma variável observável de mercado (tal como uma taxa de juro, de câmbio, o preço de um instrumento financeiro ou um índice de mercado, incluindo as notações de risco de crédito), cujo investimento inicial é muito pequeno em relação a outros instrumentos financeiros com resposta similar às alterações nas condições de mercado, e que se liquida, geralmente, numa data futura.

Os “instrumentos financeiros híbridos” são contratos que incluem simultaneamente um contrato principal, diferente de um derivado, em conjunto com derivado financeiro, denominado derivado embutido, que não é transferível individualmente, e que tem o efeito de que alguns dos fluxos de caixa do contrato híbrido variam da mesma maneira que faria o derivado embutido considerado isoladamente.

Os direitos e obrigações surgidos como consequência de planos de benefícios para os empregados não são tratados, para efeitos de contabilidade, como um instrumento financeiro (veja-se a secção “m” desta mesma Nota).

ii. Classificação dos ativos financeiros para efeitos de avaliação

De modo geral, os ativos financeiros, para efeito da sua avaliação, foram incluídos na categoria de “Empréstimos”. Esta categoria inclui os ativos financeiros que não sendo negociados num mercado ativo nem sendo obrigatório avaliá-los pelo seu justo valor, os seus fluxos de caixa são de importância determinada ou determinável e nos quais se recuperará todo o desembolso realizado pela Sociedade, excluídas as razões imputáveis à solvência do devedor. Ou seja, engloba o financiamento prestado a terceiros com origem nas atividades típicas de crédito e empréstimo realizadas pela Sociedade e as dívidas contraídas com a Sociedade pelos compradores de bens e pelos usuários dos serviços que prestam.

iii. Classificação dos ativos financeiros para efeitos de apresentação

Os ativos financeiros acham-se apresentados no balanço, agrupados nas diferentes categorias em que são classificados para efeitos da sua gestão e avaliação (veja-se secção ii. anterior), salvo caso correspondam a “Caixa e depósitos em Bancos Centrais”, sendo estes exibidos de forma independente.

Os ativos financeiros são agrupados em função da sua instrumentação, nas seguintes rubricas do balanço:

- Caixa e depósitos em Bancos Centrais: saldos em numerário e saldos devedores no Banco de Espanha e demais Bancos Centrais.

- Depósitos ou créditos: saldos devedores de todos os créditos ou empréstimos concedidos pela Sociedade, assim como outros saldos devedores de natureza financeira a favor da Sociedade, tais como cheques a cargo de instituições de crédito, cauções pagas em numerário, dividendos passivos exigidos, comissões por garantias financeiras pendentes de cobrança e saldos devedores por transações que não tenham a sua origem em operações e serviços bancários como a cobrança de rendas e similares.

- Depósitos em instituições de crédito: créditos de qualquer natureza em nome de instituições de crédito.

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- Crédito aos clientes: abrange os restantes saldos devedores de todos os créditos ou empréstimos concedidos pela Sociedade.

iv. Classificação dos passivos financeiros para efeitos de avaliação

Os passivos financeiros apresentam-se agrupados nas diferentes categorias em que se classificam para efeitos da sua gestão e avaliação.

Os passivos financeiros da Sociedade correspondem a passivos financeiros a custo amortizado que respondem às atividades típicas de captação de fundos das instituições financeiras, qualquer que seja a sua forma de instrumentalização e o seu prazo de vencimento.

v. Classificação dos passivos financeiros para efeitos de apresentação

Os passivos financeiros apresentam-se no balanço agrupados nas várias categorias em que se classificam para efeitos de sua gestão e avaliação.

Os passivos financeiros apresentam-se, conforme a sua instrumentação, nas seguintes rubricas:

- Depósitos de instituições de crédito: depósitos de qualquer natureza, incluindo os créditos e operações do mercado monetário em nome de instituições de crédito.

- Depósitos dos clientes: instrumentos de dívida titularizados emitidos pelo fundo de titularização (veja-se alínea c) desta nota).

- Outros passivos financeiros: incluiu o montante das obrigações a pagar com natureza de passivos financeiros não incluídas noutras rubricas.

b) Avaliação e registo dos ativos e passivos financeiros

De um modo geral, os instrumentos financeiros registam-se inicialmente no seu justo valor que, salvo evidência em contrário, será o seu custo de aquisição. Os instrumentos não avaliados por seu justo valor com alterações em ganhos e perdas são ajustados com os custos de transação. Posteriormente, e por ocasião de cada encerramento contabilístico, procede-se à sua avaliação de acordo com os seguintes critérios:

i. Avaliação dos ativos financeiros

Os "Empréstimos” são avaliados pelo seu “custo amortizado”, utilizando-se na sua determinação o método de “taxa de juro efetiva”. Por “custo amortizado” entende-se o custo de aquisição de um ativo ou passivo financeiro corrigido (para mais ou para menos, segundo seja o caso) pelos reembolsos de capital e a parte imputada sistematicamente à conta de ganhos e perdas na diferença entre o custo inicial e o correspondente valor de reembolso no vencimento. No caso dos ativos financeiros, o custo amortizado inclui, para além disso, as correções ao seu valor motivadas pela imparidade que tenham experimentado.

A “taxa de juro efetiva” é o tipo de atualização que iguala exatamente o valor inicial de um instrumento financeiro com os fluxos de caixa estimados durante a vida estimada do instrumento financeiro, a partir de suas condições contractuais, mas sem considerar perdas por risco de crédito futuras. Para os instrumentos financeiros com taxa de juro fixa, ou taxa de juro efetiva coincide com a taxa de juro contratual estabelecida no momento da sua aquisição mais, se for caso disso, as comissões que, por sua natureza, sejam assimiláveis a uma taxa de juro. Nos instrumentos financeiros com taxa de juro variável,

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ou taxa de juro efetiva coincide com a taxa de rendimento vigente para todos os conceitos até a próxima revisão da taxa de juro de referência.

Os juros gerados por estes instrumentos registam-se no capítulo “Juros e rendimentos equiparados” da conta de ganhos e perdas em anexo. As possíveis perdas por imparidade sofridas por estes valores registam-se de acordo com o disposto na Nota 2-e.

As importâncias pelas quais figuram registados os ativos financeiros representam, em todos os aspetos significativos, o nível máximo de exposição ao risco de crédito da Sociedade em cada data de apresentação das demonstrações financeiras.

ii. Avaliação dos passivos financeiros

Os passivos financeiros avaliam-se, geralmente, através do seu custo amortizado, tal como este foi definido anteriormente.

iii. Registo de resultados

Por norma geral, as variações no valor contabilístico dos instrumentos financeiros registam-se com contrapartida na conta de ganhos e perdas; diferenciando entre as que têm a sua origem nos juros acumulados (que se registam nos capítulos “Juros e rendimentos equiparados” ou “Juros e custos equiparadas” consoante o caso), as originadas pela imparidade na qualidade de crédito dos ativos, que se registam no capítulo “Perdas por imparidade de ativos financeiros (líquido)”; e as que correspondem a outras causas, que se registam, pelo seu valor líquido, no capítulo “Resultado de operações financeiras (líquido)” da conta de ganhos e perdas.

c) Baixa no balanço dos ativos e passivos financeiros

O tratamento contabilístico das transferências de ativos financeiros está condicionado pelo grau e a forma como que se transferem a terceiros os riscos e lucros associados aos ativos que se transferem:

1. Se os riscos e lucros se transferem substancialmente a terceiros - caso das vendas incondicionais, das vendas com acordo de recompra por seu justo valor na data da recompra, das vendas de ativos financeiros com uma opção de compra adquirida ou de venda emitida profundamente out of the money, das titularizações de ativos em que aquele que transfere não retém financiamentos subordinados nem concede nenhum tipo de melhoria do risco de crédito aos novos titulares e outros casos similares -, dá-se baixa do activo financeiro transferido no balanço, reconhecendo-se simultaneamente qualquer direito ou obrigação retido ou criado como consequência da transferência.

2. Se se retêm substancialmente os riscos e lucros associados ao ativo financeiro transferido - caso das vendas de ativos financeiros com acordo de recompra por um preço fixo ou pelo preço de venda acrescido de juros, dos contratos de empréstimo de valores em que o mutuário tem a obrigação de devolver os mesmos ativos ou similares, e outros casos análogos -, não se dá baixa do activo financeiro transferido no balanço e continua a ser valorizado com os mesmos critérios utilizados antes da

transferência. Pelo contrário, reconhecem-se contabilisticamente:

- Um passivo financeiro associado de importância igual à da retribuição recebida, que se avalia posteriormente pelo seu custo amortizado.

- Tanto os rendimentos do ativo financeiro transferido (mas do qual não se deu baixa)) como as despesas do novo passivo financeiro.

(13)

3. Se nem se transferem nem se retêm substancialmente os riscos e lucros associados ao ativo financeiro transferido - caso das vendas de ativos financeiros com uma opção de compra adquirida ou de venda emitida que não está profundamente in the money nem out of the money, das titularizações em que aquele que transfere assume um financiamento subordinado ou outro tipo de melhorias do risco de crédito por uma parte do ativo transferido -, e outros casos semelhantes, distingue-se entre:

- Se aquele que transfere não retém o controlo do ativo financeiro transferido: dá-se baixa no balanço e reconhece-se qualquer direito ou obrigação retido ou criado como consequência da transferência.

- Se aquele que transfere retém o controlo do ativo financeiro transferido: continua a reconhecê-lo no balanço por uma importância igual à sua exposição às mudanças de valor que possa experimentar e reconhece um passivo financeiro associado ao ativo financeiro transferido. A importância líquida do ativo transferido e o passivo associado será o custo amortizado dos direitos e obrigações retidos, se o ativo transferido se avalia pelo seu custo amortizado, ou pelo justo valor dos direitos e obrigações retidos, se o ativo transferido se avaliar pelo seu justo valor.

De acordo com o referido, só se dá baixa dos activos financeiros no balanço quando se tenham extinguido os direitos sobre os fluxos de caixa que geram ou quando se tenham transferido substancialmente a terceiros os riscos e lucros que estejam implícitos. De forma similar, só se dá baixa dos passivos financeiros no balanço quando se tenham extinguido as obrigações que geram ou quando são adquiridos (quer seja com a intenção de cancelá-los, quer seja com a intenção de recolocá-los de novo).

Não obstante, dada a operacionalidade da Sociedade, praticamente a totalidade das suas operações classificadas como investimentos de créditos vence, periodicamente, no último dia de cada mês, pelo que se dá baixa da mesma no seu balanço, em cada fim do mês, a remessa correspondente a essas operações, exceto a correspondente a clientes classificados como duvidosos.

d) Compensação relativa a instrumentos financeiros

Os ativos e passivos financeiros são objeto de compensação, isto é, de apresentação no balanço pelo seu valor líquido, apenas quando a Sociedade tem tanto o direito, exigível legalmente, de compensar as importâncias reconhecidas nos citados instrumentos, como a intenção de liquidar a quantidade líquida, ou de realizar o ativo e proceder ao pagamento do passivo de forma simultânea.

e) Imparidade do valor dos ativos financeiros i. Definição

Um ativo financeiro considera-se que está com imparidade (e, consequentemente, corrige-se o seu valor contabilísticos para refletir o efeito da sua imparidade) quando existe uma evidência objetiva de que se tenham produzido eventos que dão lugar a um impacto negativo nos fluxos de caixa futuros que se estimaram no momento da formalização da transação.

Por regra geral, a correção do valor contabilísticos dos instrumentos financeiros por causa da sua imparidade efetua-se na conta de ganhos e perdas do exercício no qual tal imparidade se manifesta. As recuperações das perdas por imparidade previamente registadas, no caso de se verificarem, reconhecem-se na conta de ganhos e perdas do exercício no qual a imparidade deixa de existir ou se reduz.

(14)

Consideram-se em situação irregular os saldos sobre os quais existem dúvidas razoáveis que levem a questionar a sua recuperação integral e/ou a cobrança dos juros correspondentes nas quantias e datas inicialmente acordadas, uma vez tidas em conta as garantias recebidas pela Sociedade para tratar de assegurar (total ou parcialmente) o êxito das operações. O montante dos ativos financeiros cujas condições tenham sido renegociadas encontra-se detalhado na Nota 28.

Quando se considera remota a recuperação de qualquer importância registada, esta elimina-se do balanço, sem prejuízo das atuações que a Sociedade possa levar a cabo para tentar conseguir a sua cobrança, porquanto não se tenham extinguido definitivamente os seus direitos, seja por prescrição, perdão ou outras causas.

ii. Instrumentos de dívida avaliados ao seu custo amortizado

A importância das perdas por imparidade sofridas por estes instrumentos é igual à diferença entre os seus respetivos valores contabilísticos e os valores atuais dos seus fluxos de caixa futuros estimados, que se apresentam diminuindo os saldos dos ativos que corrigem.

Na estimativa dos fluxos de caixa futuros dos instrumentos de dívida devem ter-se em consideração:

- A totalidade dos montantes que está previsto obter-se durante a vida restante do instrumento.

- Os diferentes tipos de risco a que está sujeito cada instrumento, e

- As circunstâncias nas quais previsivelmente se produzirão as cobranças.

Posteriormente, estes fluxos de caixa atualizam-se à taxa de juro efetiva do instrumento (se o seu tipo contratual for fixo) ou à taxa de juro contratual efetiva na data da atualização (quando esta for variável).

No que se refere especificamente às perdas por imparidade que têm por causa a materialização do risco de insolvência dos obrigados a pagar (risco de crédito), um instrumento de dívida sofre de imparidade por insolvência quando é evidente uma degradação na capacidade de pagamento por parte do obrigado, seja por evidente atraso de pagamento ou por razões distintas desta.

O processo de avaliação das possíveis perdas por imparidade leva-se a cabo:

- Individualmente, para todos os instrumentos de dívida significativos e para os que, não sendo significativos, não são suscetíveis de ser classificados em grupos homogéneos de instrumentos de características similares: tipo de instrumento, sector de atividade do devedor e área geográfica da sua atividade, tipo de garantia e antiguidade das importâncias vencidas.

- Coletivamente, nos outros casos. Estabelecem-se classificações distintas das operações devido à natureza dos obrigados ao pagamento, situação da operação e tipo de garantia com que conta e antiguidade do atraso de pagamento, fixando-se para cada um destes grupos de risco as perdas mínimas por imparidade (“perdas identificadas”).

Adicionalmente às perdas identificadas, constitui-se uma provisão pelas perdas inerentes dos instrumentos de dívida classificados como risco normal, tendo em conta a experiência histórica de imparidade e as outras circunstâncias conhecidas no momento da avaliação. Para estes efeitos, as perdas inerentes são as perdas sofridas à data do fecho das demonstrações financeiras, calculadas com procedimentos estatísticos, que estão pendentes da atribuição a operações concretas. O Banco de Espanha, com base na sua experiência e na informação que tem do sector bancário espanhol,

(15)

determinou alguns parâmetros para a quantificação das perdas por imparidade inerentes. A Sociedade realiza uma análise periódica das perdas por imparidade inerentes dos instrumentos da sua carteira de créditos, tomando em consideração a natureza das operações realizadas e a sua experiência histórica de imparidade e, com base nos resultados obtidos, a partir dos quais mantem registada a correspondente provisão por perdas inerentes à carteira de crédito (“cobertura genérica”).

O conjunto das coberturas existentes a todo momento é a soma das correspondentes às perdas por operações específicas e às perdas por imparidade inerentes à carteira de crédito.

O reconhecimento na conta de ganhos e perdas dos juros acumulados interrompe-se para todos os instrumentos de dívida qualificados individualmente estando depreciados, assim como para aqueles para os quais se tenham calculado coletivamente as perdas por imparidade por haver montantes vencidos com uma antiguidade igual ou superior a três meses. Estes juros reconhecem-se como rendimentos quando se percebem, como uma recuperação da perda por imparidade.

f) Ativos materiais

Este capítulo do balanço inclui a o valor das instalações, mobiliário, equipamentos de informática e maquinaria propriedade da Sociedade, que se classificam, em função do seu destino, como imobilizado material de uso próprio.

O imobilizado de uso próprio apresenta-se pelo seu custo de aquisição, regularizado e atualizado, se for o caso, de acordo com as disposições legais aplicáveis, menos sua correspondente amortização acumulada e, se houver, as perdas por imparidade que resultam de comparar o valor líquido de cada elemento com sua correspondente importância recuperável.

A amortização calcula-se, aplicando o método linear, sobre o custo de aquisição dos ativos menos o seu valor residual. As dotações anuais para efeitos de amortização dos ativos materiais realizam-se com contrapartida no capítulo “Amortização” da conta de ganhos e perdas e, basicamente, equivalem às percentagens de amortização seguintes (determinadas em função dos anos da vida útil estimada, em média, dos diferentes elementos):

Taxa de Amortização Anual Instalações 8-18 Mobiliário e equipamentos de escritório 10 Equipamentos informáticos 25 Maquinaria 15

Por ocasião de cada encerramento contabilístico, a Sociedade analisa se existem indícios de que o valor líquido dos elementos do seu ativo material excede o seu montante correspondente recuperável, em cujo caso, reduz o valor contabilístico do ativo em causa até a um montante recuperável e ajusta os débitos futuros para efeitos de amortização em proporção ao seu valor contabilísticos ajustado e à sua nova vida útil remanescente, no caso de ser necessária uma nova estimativa da mesma.

(16)

De forma similar, quando existem indícios de que se recuperou o valor de um ativo material, a Sociedade regista a reversão da perda por imparidade contabilizada em períodos anteriores e ajusta, em consequência, os débitos futuros para efeitos de amortização. Em caso algum, a reversão da perda por imparidade de um ativo pode representar o incremento de seu valor contabilísticos acima daquele que teria se não se tivessem reconhecido perdas por imparidade em exercícios anteriores.

Do mesmo modo, pelo menos no fim de cada exercício, procede-se à revisão das vidas úteis estimadas dos elementos do imobilizado material de uso próprio, com o objetivo de detetar possíveis alterações significativas nas mesmas. No caso de tal se verificar, as dotações à amortização correspondentes às novas vidas úteis ajustar-se-ão mediante a correção correspondente do débito a efetuar na conta de ganhos e perdas de exercícios futuros.

As despesas de conservação e manutenção dos ativos materiais de uso próprio entram nos resultados do exercício em que incorrem.

g) Ativo intangível

São ativos não monetários identificáveis (suscetíveis de ser separados de outros ativos), embora sem aparência física (listas de clientes, patentes, direitos de transferência, programas informáticos, entre outros conceitos), que surgem como consequência de um negócio jurídico ou que tenham sido desenvolvidos pela Sociedade. Apenas se reconhecem contabilisticamente aqueles ativos intangíveis cujo custo pode estimar-se de modo fiável e dos que a Sociedade estima ser provável obter benefícios económicos no futuro.

Os ativos intangíveis reconhecem-se inicialmente pelo seu custo de aquisição ou produção e, posteriormente, avaliam-se pelo seu custo menos, consoante o caso, a sua amortização correspondente acumulada e as perdas por imparidade que tenham sofrido.

Os ativos intangíveis podem ser de “vida útil indefinida” (quando, tendo por base análises realizadas de todos os fatores relevantes, se conclui que não existe um limite previsível do período durante o qual se espera que gerarão fluxos de caixa líquidos a favor da Sociedade) ou de “vida útil definida” (nos restantes casos).

Os ativos intangíveis de vida útil indefinida não se amortizam, se bem que, por ocasião de cada encerramento contabilístico, a Sociedade revê as suas respetivas vidas úteis remanescentes com o objetivo de se assegurar de que estas continuam a ser indefinidas ou, em caso contrário, de proceder em conformidade. Os ativos intangíveis com vida útil definida amortizam-se em função da mesma, aplicando-se critérios similares aos adotados para a amortização dos ativos materiais.

Os ativos intangíveis da Sociedade foram classificados como sendo de “vida útil definida” e amortizam-se em função da mesma, aplicando critérios similares aos adotados para a amortização dos ativos materiais.

Os débitos noas contas de ganhos e perdas pela amortização destes ativos registam-se no capítulo “Amortização”.

A Sociedade reconhece contabilisticamente qualquer perda que possa ter ocorrido no valor registado destes ativos com origem na sua imparidade, utilizando como contrapartida a rubrica “Perdas por imparidade dos restantes ativos - Fundo de comércio e outros ativos intangíveis” da conta de ganhos e perdas. Os critérios para o reconhecimento das perdas por imparidade destes ativos e, se for caso disso, das recuperações das perdas por imparidade registadas em exercícios anteriores são similares aos aplicados para os ativos materiais (veja-se Nota 2-f).

(17)

Programas informáticos desenvolvidos pela própria Sociedade

Os programas informáticos desenvolvidos internamente reconhecem-se como ativos intangíveis quando, entre outros requisitos (basicamente, a capacidade para utilizá-los ou vendê-los), estes ativos podem ser identificados e poderá demonstrar-se a sua capacidade de gerar benefícios económicos no futuro.

As despesas ocorridos durante a fase de investigação reconhecer-se-ão diretamente na conta de ganhos e perdas do exercício em que se incluam, não podendo incorporar-se posteriormente no valor contabilísticos do ativo intangível.

h) Restantes ativos e Restantes passivos

O capítulo “Restantes ativos” inclui o saldo de todas as contas de regularização de ativo, exceto as correspondentes a juros, assim como ao montante dos restantes ativos não incluídos noutros capítulos.

O capítulo “Restantes passivos” inclui o saldo de todas as contas de regularização de passivo, exceto as correspondentes a juros, e ao montante dos restantes passivos não incluídos noutras categorias.

i) Provisões e passivos (ativos) contingentes

As provisões são obrigações atuais da Sociedade, que surgem como consequência de sucessos passados, que estão claramente especificadas segundo a sua natureza à data a que se referem as demonstrações financeiras, mas resultam indeterminadas no que se refere ao seu valor ou momento de cancelamento, por cujo vencimento, e para cancelá-las, a Sociedade espera desprender-se de recursos que incorporem benefícios económicos.

Os passivos contingentes são obrigações possíveis da Sociedade que surgem como consequência de sucessos passados, cuja existência está condicionada a que ocorram, ou não, um ou mais eventos futuros independentes da vontade da Sociedade. Inclui as obrigações atuais da Sociedade cujo cancelamento não é provável que origine uma diminuição de recursos que incorporem benefícios económicos ou cuja importância não possa ser quantificada com a fiabilidade necessária.

O balanço inclui aquelas provisões significativas que se estima que a probabilidade de que se tenha que atender a obrigação é maior que do contrário. Os passivos contingentes não se reconhecem no balanço, mas em caso de existirem, deve essa informação constar no Relatório.

As provisões (que se quantificam tendo em consideração a melhor informação disponível sobre as consequências do sucesso que têm na sua origem e são estimadas por ocasião de cada encerramento contabilístico) utilizam-se para fazer frente às obrigações específicas para que foram originalmente reconhecidas; procedendo-se à sua reversão, total ou parcial, quando estas obrigações deixam de existir ou diminuem.

As provisões classificam-se em função das obrigações abrangidas por:

- Fundo para pensões e obrigações similares: inclui a importância de todas as provisões constituídas para a cobertura das indemnizações por despedimento, incluindo os compromissos assumidos com o pessoal em pré-reforma e obrigações similares.

- Provisões para riscos e compromissos contingentes: inclui a importância das provisões constituídas para a cobertura de riscos contingentes, entendidos como aquelas operações nas quais a entidade garante obrigações de um terceiro, surgidas como consequência de garantias financeiras concedidas

(18)

ou outro tipo de contratos, e de compromissos contingentes, entendidos como compromissos irrevogáveis que podem dar lugar ao reconhecimento de ativos financeiros.

Os ativos contingentes são ativos possíveis, surgidos como consequência de sucessos passados, cuja existência está condicionada e deve confirmar-se quando ocorram, ou não, eventos que estão fora do controlo da Sociedade. Os ativos contingentes não se reconhecem no balanço nem na conta de ganhos e perdas, mas devem contar no Relatório sempre e quando seja provável o aumento de recursos que incorporem benefícios económicos por esta causa.

j) Procedimentos judiciais e/ou reclamações em curso

Tanto os assessores legais da Sociedade como os seus Administradores consideram que o prejuízo económico que poderá derivar de procedimentos judiciais e/ou reclamações apresentadas por clientes, se for esse o caso, não terá um efeito significativo nas contas anuais.

k) Transações em moeda estrangeira

As diferenças de câmbio que se produzem ao converter os saldos denominados em moeda estrangeira à moeda funcional registam-se, geralmente, pelo seu valor líquido, no capítulo “Diferenças de câmbio (líquido)” da conta de ganhos e perdas; à exceção das diferenças de câmbio produzidas em instrumentos financeiros classificados pelo seu justo valor com alterações nos ganhos e perdas, que se registam na conta de ganhos e perdas sem as diferenciar do resto das variações que possa sofrer o seu justo valor. Durante os exercícios 2015 e 2014 não se verificaram diferenças de câmbio ao não existirem saldos denominados em moeda estrangeira.

l) Reconhecimento de rendimentos e despesas

Seguidamente, são resumidos os critérios mais significativos utilizados pela Sociedade para o reconhecimento dos seus rendimentos e despesas:

i. Receitas e despesas por juros e conceitos equiparados

De um modo geral, os rendimentos e despesas por juros e conceitos a eles equiparados reconhecem-se contabilisticamente em função do seu período de referência, por aplicação do método de juro efetivo.

ii. Comissões, honorários e conceitos equiparados

Estes rendimentos e despesas reconhecem-se na conta de ganhos e perdas segundo critérios distintos, de acordo com a sua natureza. Os mais significativos são:

- Os que têm a sua origem em transações ou serviços que se prolongam ao longo do tempo, e diferem durante a sua vida de tais transações ou serviços.

- Os que surgem na prestação de um serviço que se executa num ato singular, quando se realiza o ato singular que os origina.

iii. Receitas e despesas não financeiras

(19)

iv. Cobranças e pagamentos diferidos no tempo

Reconhecem-se contabilisticamente pelo valor que resulta da atualização financeira das taxas de mercado aos fluxos de caixa previstos.

m) Outras retribuições a longo prazo

De acordo com a Convenção Coletiva do trabalho vigente, a Sociedade tem assumido o compromisso de premiar os empregados que optem pela possibilidade de reformar-se anteriormente à idade legal de reforma (65 anos e dos meses) tendo direito a ela.

A 31 de Dezembro de 2014, a Sociedade dispunha de uma provisão por fundos de pensões e obrigações similares, segundo o descrito na norma Trigésima Quinta, alínea D, da Circular 4/2004, do Banco de Espanha, que continha o passivo total acumulado, a esta data, pelos compromissos a favor dos trabalhadores, cujo cálculo se fundamentou em parâmetros atuariais e financeiros (veja-se Nota 13). No dia 31 de Janeiro de 2015, os referidos trabalhadores deixaram de ser empregados da Sociedade, pelo que a 31 de Dezembro de 2015 esta não mantém provisão por este conceito, por não haver nenhum empregado com direito a receber pensão de reforma (veja-se Notas 4 e 13).

O montante destes compromissos foi determinado no dia 31 de Dezembro de 2014, aplicando-se na sua quantificação, as seguintes hipóteses atuariais com imparcialidade e compatíveis entre si:

2014

Taxa técnica de juro anual 1,40%

Tabelas de mortalidade GRM/F-95

Taxa anual de crescimento dos salários 1,00%

Estes compromissos foram reconhecidos na conta de ganhos e perdas da seguinte forma:

- O custo dos serviços do período corrente (entendendo-se como tal o incremento no valor atual das obrigações que se origina como consequência dos serviços prestados no exercício pelos empregados) na rubrica “Despesas de administração – Despesas de pessoal”.

- O custo por juros (entendendo-se como tal o incremento produzido para o exercício no valor atual das obrigações como consequência da passagem do tempo), no capítulo “Juros e custos equiparados”.

n) Indemnizações por despedimento

As indemnizações por despedimento registam-se quando se dispõe de um plano formal e detalhado no qual se identificam as modificações fundamentais que se vão realizar, e sempre que se tenha começado a executar esse plano ou se tenham anunciado publicamente as suas principais características, ou decorram factos objetivos da sua execução. Aquando do encerramento do exercício de 2015, não existe nenhum plano de redução de pessoal que torne necessária a dotação de uma provisão por este conceito.

o) Imposto sobre Rendimento

A despesa pelo Imposto sobre Rendimento do exercício calcula-se como o imposto a pagar respeitante ao resultado fiscal do exercício, ajustado pelo valor das variações produzidas durante o exercício nos ativos e passivos registados derivados de diferenças temporárias que se reconheçam na conta de ganhos

(20)

e perdas, dos créditos por deduções e bonificações fiscais e das matérias coletáveis negativas, no caso de existirem.

Os ativos e passivos por impostos diferidos incluem as diferenças temporárias que se identificam como aqueles valores que se preveem pagáveis ou recuperáveis pelas diferenças entre os valores contabilísticos dos elementos patrimoniais e as suas correspondentes bases fiscais (“valor fiscal”). Os referidos valores registam-se aplicando a diferença temporária a que corresponda a taxa do imposto a que se espera recuperá-los ou liquidá-los.

O capítulo “Ativos fiscais” do balanço inclui a importância de todos os ativos de natureza fiscal, diferenciados em: “correntes” (importância a recuperar por impostos nos próximos doze meses) e “diferidos” (importância dos impostos a recuperar em exercícios futuros, incluindo os derivados de matérias coletáveis negativas ou de créditos por deduções ou bonificações fiscais pendentes de compensação, consoante o caso).

O capítulo “Passivos fiscais” do balanço inclui a importância de todos os passivos de natureza fiscal, exceto as provisões por impostos, que são divididos em: “correntes” (importância a pagar pelo Imposto sobre Rendimento relativo ao lucro tributável do exercício e outros impostos nos próximos doce meses) e “diferidos” (importância dos impostos sobre lucros a pagar em exercícios futuros).

Os ativos por impostos diferidos, os créditos por deduções e bonificações e matérias coletáveis negativas apenas se reconhecem no caso em que se considere provável que a Sociedade tenha, no futuro, lucros tributáveis suficientes sobre os quais possa torná-los efetivos. Os passivos por impostos diferidos reconhecem-se por todas as diferenças temporárias existentes.

Por ocasião de cada encerramento contabilístico, reveem-se os impostos diferidos registados (tanto ativos como passivos) com o objetivo de comprovar que se mantêm vigentes, efetuando-se as oportunas correções aos mesmos, de acordo com os resultados das análises realizadas.

p) Prazos residuais das operações e taxas de juro médias

Na Nota 25 deste Relatório apresenta-se em detalhe os vencimentos das partes que integram os saldos de determinadas rubricas dos balanços ao dia 31 de Dezembro de 2015 e 2014, assim como as taxas de juro anuais médias dos exercícios 2015 e 2014.

q) Demonstração de rendimentos e despesas reconhecidas

Na Demonstração de rendimentos e despesas reconhecidas apresentam-se os rendimentos e despesas gerados pela Sociedade como consequência da sua atividade durante o exercício, distinguindo aqueles registados como resultados na conta de ganhos e perdas do exercício e os outros rendimentos e despesas registados, de acordo com o disposto no regulamento vigente, diretamente no património líquido, distinguindo-se estes últimos, por sua vez, entre aquelas partes que poderão ser reclassificadas como resultados, de acordo com o disposto no regulamento aplicável, e as que não poderão.

Por conseguinte, nesta demonstração apresenta-se:

i. O resultado do exercício.

ii. O montante líquido dos rendimentos e despesas reconhecidos transitoriamente como ajustes por avaliação do património líquido.

(21)

iv. O imposto sobre rendimento devido pelos conceitos indicados nas alíneas ii) e iii) anteriores.

v. O total dos rendimentos e despesas reconhecidos, calculados como soma das alíneas anteriores.

As variações verificadas nos rendimentos e despesas reconhecidos no património líquido como ajustes por avaliação são divididas em:

- Lucros (perdas) por avaliação: inclui o valor dos rendimentos líquidos das despesas originadas no exercício, reconhecidos diretamente no património líquido. As quantias reconhecidas no exercício nesta rubrica mantêm-se nesta secção, embora no mesmo exercício se transfiram para a conta de ganhos e perdas ou se reclassifiquem noutra rubrica.

- Montantes transferidos para a conta de ganhos e perdas: inclui o valor dos ganhos ou perdas por avaliação reconhecidas previamente no património líquido, embora no mesmo exercício, que se reconhecem na conta de ganhos e perdas.

- Montante transferido para o valor inicial dos itens cobertos: inclui a importância dos ganhos ou perdas por avaliação reconhecidas previamente no património líquido, embora no mesmo exercício, que se reconheçam no valor inicial dos ativos ou passivos como consequência de coberturas de fluxos de caixa.

- Outras reclassificações: inclui o valor das transferências realizadas no exercício entre itens de ajustes por avaliação conforme aos critérios estabelecidos no regulamento vigente.

As importâncias destes itens apresentam-se no seu valor bruto, indicando-se o seu respetivo efeito tributário na rubrica “Imposto sobre Rendimento” do estado.

r) Demonstração total de alterações no património líquido

Na Demonstração Total de alterações no património líquido apresentam-se todos os movimentos que se tenham produzido no património líquido, incluídas as que têm sua origem em alterações nos critérios contabilísticos e em correções de erros. Esta demonstração mostra, por conseguinte, uma conciliação do valor contabilísticos no início e no final do exercício de todas as rubricas que formam o património líquido, agrupando os movimentos, em função da sua natureza, nas seguintes rubricas:

- Ajustes por alterações em critérios contabilísticos e correção de erros: inclui as alterações no património líquido que surgem como consequência da reexpressão retrospetiva dos saldos das demonstrações financeiras com origem em alterações nos critérios contabilísticos ou na correção de erros.

- Rendimentos e despesas reconhecidos no exercício: abrange, de modo agregado, o total das rubricas registadas no estado de rendimentos e despesas reconhecidas anteriormente indicadas.

- Outras variações no património líquido: abrange o resto de rubricas registadas no património líquido, que podem ser aumentos ou diminuições do capital, distribuição de resultados, operações com instrumentos de capital próprios, pagamentos com instrumentos de capital, transferências entre rubricas do património líquido e qualquer outro incremento ou diminuição do património líquido.

s) Demonstrações de fluxos de caixa

(22)

- Fluxos de caixa: entradas e saídas de dinheiro em caixa e de seus equivalentes, entendendo-se por equivalentes as investimentos a curto prazo de grande liquidez e baixo risco que alteram o seu valor.

- Atividades de exploração: atividades típicas das instituições de crédito, assim como outras atividades que não podem ser qualificadas como de investimento ou de financiamento.

- Atividades de investimento: as de aquisição, alienação ou disposição por outros meios de ativos a longo prazo e outras investimentos não incluídas em caixa e seus equivalentes.

- Atividades de financiamento: atividades que produzem alterações no tamanho e composição do património líquido e dos passivos que não são parte das atividades de exploração.

Para efeitos da elaboração da demonstração de fluxos de caixa, consideraram-se como “efetivo e equivalentes de efetivo” os saldos devedores à vista mantidos com instituições de crédito que se encontram registadas no rubrica “Empréstimos – Depósitos em instituições de crédito” do balanço, ascendendo o seu valor a 18 348 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2015 (17 490 milhares de euros a 31 de Dezembro de 2014) - veja-se Nota 25.

3. Distribuição de resultados da Sociedade e Lucro por ação a) Distribuição de resultados da Sociedade

A proposta de distribuição do rendimento líquido da Sociedade do exercício 2015 que o Conselho de Administração proporá à Assembleia Geral de Acionistas para sua aprovação, é a seguinte:

Milhares de Euros

Distribuição:

Distribuição de dividendos 53 266

Lucro líquido do exercício 53 266

Adicionalmente, no dia 16 de Fevereiro de 2016, o Conselho de Administração da Sociedade acordou a distribuição de um dividendo por conta do resultado a 31 de Dezembro de 2015 no valor de 52. milhões de euros, que se efetivou no dia 26 de Fevereiro de 2016. O balanço contabilístico provisório que, conforme o estabelecido no artigo 277 do Texto Revisto da Lei de Sociedades de Capital, foi formulado pelo Conselho de Administração, manifestando a existência de liquidez suficiente para o pagamento dos referidos dividendos à conta, é o seguinte:

(23)

Milhares de Euros Situação de

liquidez a 16 de Fevereiro

2016

Lucro antes de impostos a 31 de

Dezembro de 2015 76 156

Estimativa do Imposto de Sociedades (22 890) Aplicação obrigatória a reservas -

Dividendos pagos até a data -

Lucro distribuível 53 266

Dividendo por conta proposto 52 000

Liquidez a 16 de Fevereiro de 2016 680 000

Liquidez não disponível -

Liquidez disponível 680 000

Dividendo por conta proposto (52 000)

Diferença 628 000

b) Lucro básico por ação

O lucro básico por ação determina-se dividindo o resultado líquido do exercício entre o número médio ponderado das ações em circulação durante esse exercício, excluindo o número médio das ações próprias mantidas ao longo do mesmo.

De acordo com tal:

2015 2014

Resultado líquido do exercício (milhares de euros) 53 266 50 953 Número médio ponderado de ações em circulação

(milhares de ações) 27 300 27 300

Lucro básico por ação (euros) 1,95 1,87

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