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ACÓRDÃO Nº 250/ TCU - PLENÁRIO

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ACÓRDÃO Nº 250/2005 - TCU - PLENÁRIO

1. Processo nº TC-004.750/2001-7 (com 02 volumes); Apenso: TC-009.958/2004-3 (com 01 anexo) 2. Grupo I, Classe de Assunto V – Levantamento de Auditoria

3. Entidade: Governo do Estado de Piauí – Companhia de Desenvolvimento do Piauí/Comdepi 4. Interessado: Congresso Nacional

5. Relator: Ministro Marcos Vinicios Vilaça 6. Representante do Ministério Público: não atuou 7. Unidade Técnica: Secex/PI

8. Advogados constituídos nos autos: João Geraldo Piquet Carneiro (OAB/DF nº 800-A) e Luiz Custódio de Lima Barbosa (OAB/DF nº 791)

9. ACÓRDÃO:

VISTOS, relatados e discutidos estes autos de levantamento de auditoria realizado nas obras de construção da barragem Poço do Marruá e adutoras, Município de Patos/PI.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator em:

9.1. determinar à Companhia de Desenvolvimento do Piauí/Comdepi que:

9.1.1. em eventuais futuros aditivos de serviços no Contrato nº 02/2001, efetue estudo prévio dos preços unitários ofertados de modo a certificar a compatibilidade destes com os praticados no mercado local, bem como com os constantes das tabelas mais recentes do Dnocs, devendo, ao final, tomar-se por base aquele preço que se mostrar mais vantajoso para a Administração;

9.1.2. formalize o estudo prévio de que trata o item anterior na forma de relatório conclusivo, incluindo-o no processo que formalizar o aditivo; e

9.1.3. efetue mudança no preço unitário aplicado no quarto aditivo para os acréscimos verificados nos serviços 3.1.2.5 e 3.1.2.6 da tabela, adotando os preços informados pelo Dnocs, efetivando, caso os respectivos valores já tenham sido pagos, a compensação dos mesmos nas próximas faturas;

9.2. dar ciência deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à Presidência e à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional;

9.3. desapensar dos presentes autos o TC-009.958/2004-3, nos termos dos arts. 28 e 29 da Resolução TCU nº 136/2000, para recondução do processo ao relator de origem com vistas ao prosseguimento da presidência da sua instrução;

9.4. arquivar os presentes autos. 10. Ata nº 8/2005 – Plenário

11. Data da Sessão: 16/3/2005 – Ordinária 12. Especificação do quórum:

12.1. Ministros presentes: Adylson Motta (Presidente), Marcos Vinicios Vilaça (Relator), Valmir Campelo, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar, Benjamin Zymler e os Ministros-Substitutos Augusto Sherman Cavalcanti e Marcos Bemquerer Costa.

ADYLSON MOTTA MARCOS VINICIOS VILAÇA

Presidente Ministro-Relator

Fui presente:

LUCAS ROCHA FURTADO Procurador-Geral

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

GRUPO I – CLASSE V – PLENÁRIO

TC-004.750/2001-7 (c/ 2 volumes)

Apenso: TC-009.958/2004-3 (com 01 anexo) Natureza: Levantamento de Auditoria

Entidade: Governo do Estado de Piauí - Companhia de Desenvolvimento do Piauí – Comdepi

Responsáveis: Antonio Avelino Rocha da Neiva, ex-Diretor-Presidente (CPF nº 032.946.923-15) e Vicente da Silva Moreira Filho, Diretor-Presidente (CPF 226.631.933-72) Interessado: Congresso Nacional

Sumário: Fiscobras 2001. Obras de construção da barragem

Poço do Marruá e adutoras, no Município de Patos/PI. Providências determinadas nos itens 8.3 das Decisões 1.092/2001-Plenário e 765/2002-Plenário. Acompanhamento da execução do Contrato nº 002/2001-DEO. Adoção de providências pela Comdepi. Determinações à empresa. Ciência ao interessado. Desapensamento de processo.

RELATÓRIO

O presente processo trata de levantamento de auditoria nas obras de construção da barragem Poço do Marruá e adutoras, no Município de Patos/PI, sob a execução da Companhia de Desenvolvimento do Piauí – Comdepi, em cumprimento da Decisão n° 122/2001-TCU-Plenário. O trabalho foi realizado no ano de 2001 e teve por objetivo subsidiar o Congresso Nacional na elaboração da lei orçamentária anual para o exercício de 2002, por meio do sistema Fiscobras.

2. Em exame inicial de seus resultados, acolhendo voto do Ministro Augusto Sherman Cavalcanti em substituição a este Relator, o Tribunal proferiu a Decisão 1092/2001-TCU-Plenário, determinando à Comdepi que, em face da ausência de definição de critérios de aceitabilidade dos preços unitários e globais no edital da Concorrência nº 2/2000, fato que poderia inclusive provocar a anulação do certame e do correspondente Contrato nº 002/2001-DEO celebrado com a Construtora OAS Ltda, condicionasse a continuidade da execução desse contrato à celebração de termo aditivo com previsão para que as futuras alterações contratuais, em que constassem acréscimos de quantitativos, tomassem como base os preços informados pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – Dnocs (item 8.1 do Acórdão).

3. A mesma Decisão, em seu item 8.3, determinou à Secex/PI que acompanhasse a execução do mencionado contrato, em especial a celebração de termos aditivos com alteração de quantitativos, atentando para a aplicação, aos itens majorados, dos preços constantes da Tabela de Referência do Dnocs e para a compatibilidade desses preços com os praticados no mercado local.

4. Em prosseguimento deste processo, a matéria voltou a ser apreciada, sob minha relatoria, conjuntamente com outros dois levantamentos de auditoria realizados nas mesmas obras no âmbito do Fiscobras 2003 (TC-003.520/2002-0 e TC-003.521/2002-8), oportunidade em que, entre outras apurações, se verificou que a Comdepi havia firmado, em 04/01/2002, o Primeiro Termo de Modificação do Contrato nº 002/2001-DEO, dando cumprimento ao item 8.1 da Decisão 1092/2001.

5. Por conseguinte, mediante o item 8.1 da Decisão nº 765/2002-TCU-Plenário, o Tribunal resolveu informar à Presidência e à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional o referido cumprimento, bem como a insubsistência de impedimentos, no âmbito desta Corte, para o reinício do empreendimento. Na mesma decisão, em seu item 8.3, foi determinado o arquivamento dos TCs-003.520/2002-0 e 003.521/2002-8 e a restituição do presente processo à Secex/PI para que desse continuidade ao acompanhamento da execução do Contrato nº 002/2001-DEO, conforme determinado pelo item 8.3 da Decisão nº 1092/2001-TCU-Plenário.

6. Em nova manifestação, a Secex/PI formulou proposta de encerramento deste processo, após o acompanhamento da celebração do primeiro, segundo e terceiro termos aditivos ao Contrato nº 002/2001-DEO, em que constatou a observância dos preços da tabela de referência do Dnocs, cumprindo-se, dessa forma, determinação deste Tribunal.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

7. No entanto, por considerar ainda pendente de avaliação a compatibilidade dos preços da tabela de referência do Dnocs utilizados nos itens majorados segundo os termos aditivos contratuais, em relação aos praticados no mercado local das obras, consoante a parte final dos itens 8.3 das decisões 1092/2001-TCU-Plenário e 765/2002-1092/2001-TCU-Plenário, submeti ao Plenário voto propondo a continuidade do acompanhamento da execução do contrato, acolhido mediante o Acórdão 1326/2003-TCU-Plenário, proferido em sessão de 10/09/2003.

8. Na ocasião, apresentei o processo à apreciação do Plenário em vez de determinar providências à Unidade Técnica por despacho nos autos, por entender conveniente a ciência, pelas unidades regionais, mediante o teor de meu voto, da necessidade, em regra, da avaliação em cada caso concreto da compatibilidade dos preços das tabelas de referência elaboradas por órgãos ou entidades da administração pública com os praticados no mercado local.

9. Em última manifestação, cujos termos essenciais transcrevo a seguir, a Secex/PI encaminha Parecer (fls. 527/532) sobre acompanhamento realizado na execução do contrato, no cumprimento das decisões do Plenário, para avaliação da aplicação, ao terceiro e quarto termos aditivos ao instrumento, dos preços da tabela do Dnocs e da sua compatibilidade com os praticados pelo mercado:

“(...)

Da Conformidade dos Preços Praticados com Aqueles do Dnocs

9. Quanto à primeira questão, conformidade dos preços dos aditivos com aqueles informados pelo Dnocs, ressalte-se que os preços utilizados nestes foram extraídos de estudo comparativo de preços realizado pela Coordenadoria de Obras/Equipe de Elaboração e Avaliação de Custos do Dnocs, cópias obtidas junto à Comdepi às fls. 467/480, o qual chamaremos de 1º Estudo do Dnocs, onde foram analisados os preços do contrato com os do Dnocs, data-base: dezembro/2000. Neste ponto, importa destacar que a versão da tabela do Dnocs constante dos autos, às fls. 254/262, v. 1, não traz todos os preços unitários que sofreram acréscimos. Tal estudo, ao contrário, abrangeu todos os serviços da planilha.

10. Vale ressaltar que esta Secex/PI, para bem subsidiar a presente análise, realizou diligência ao Dnocs, mediante Ofício nº 347/2004, fl. 465, com o objetivo de obter por parte daquela autarquia ‘novo comparativo de preços praticados no âmbito do Contrato nº 002/2001-DEO (...), firmado entre a Companhia de Desenvolvimento do Piauí - Comdepi e a Construtora OAS LTDA, com aqueles praticados na Tabela do Dnocs em cotejo com os preços de mercado, à vista do teor da determinação ínsita no item I-a da Decisão nº 1.017/2001-TCU-Plenário (...), elaborando planilha comparativa contendo todos os serviços a serem executados e determinando a diferença percentual para cada valor unitário (preço da planilha contratada X preço da tabela Dnocs), de forma a propiciar exame detalhado do preço final da obra’.

11. Em resposta, o Dnocs encaminhou, mediante o Ofício nº 800/DI/DNOCS (fl. 507), de 21/07/2004, duas planilhas, a primeira, às fls. 515/520, comparando “preços contratuais, reajustados para dezembro/2003, com os preços da tabela do Dnocs que vigem desde agosto/2003”; a segunda, às fls. 521/526, trazia comparativo dos preços contratuais dos aditivos à data de referência dezembro/2000 “com os preços da tabela do Dnocs que vigorou de abril de 2000 a abril de 2001.” A este estudo designaremos 2º Estudo do Dnocs.

12. Releva notar, em relação ao estudo procedido pelo Dnocs, que o mesmo não compreende os serviços aditivados em face do Quarto Termo Aditivo, mas alcança somente aqueles acrescidos em decorrência do Terceiro. Isso porque quando da expedição do Ofício de Diligência, não havia procedimento de fiscalização em curso e os autos davam conta somente da formalização do terceiro termo aditivo.

13. Ressalte-se, neste ponto, que a determinação contida no item 8.3 da Decisão nº 1.092/2001-TCU-Plenário, fl. 445, alcança somente os preços unitários decorrentes de aditivos e não todos os preços do contrato. É dizer, interessa-nos na análise do Dnocs tão somente aqueles preços unitários decorrentes de aditivos contratuais, estes novos estudos realizados pelo Dnocs englobam toda a tabela de preços. Destaque-se, ainda, que este novo estudo encaminhado pelo Dnocs não alcançou todos os serviços aditivados, assim é que dos dezoito serviços aditivados neste 3º termo aditivo, apenas oito foram cotados pelo Dnocs. Pela tabela 1, fl. 533, em anexo, vê-se que para estes oito preços analisados, os preços contratuais dos aditivos foram exatamente aqueles os informados pelo Dnocs, data-base Abril/2000, com exceção do serviço 3.2.1.2.1 (Concre. de regularização com preparo, carga, transporte, desc., lanç., espalhamento e adensamento), onde o preço praticado no aditivo foi inferior ao informado pelo Dnocs.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

14. Curiosamente, embora este 2º Estudo do Dnocs não tenha apresentado preços para todos os serviços, o 1º Estudo analisava toda a planilha, e comparando os preços constantes deste para os onze itens não analisados com os praticados no 3º Aditivo, constatamos que estes coincidem.

15. Se quisermos efetivar uma comparação entre os preços unitários constantes do 4º termo aditivo e os constantes do novo estudo do Dnocs, verificamos também uma convergência de preços, com exceção dos itens 3.2.1.6.1 e 3.2.1.7.1. Para o primeiro, o preço constante dos aditivos é de R$ 69,53/m³, enquanto o preço informado pelo Dnocs é de R$ 66,93 m³, enquanto o segundo está cotado em R$ 72,13/m³, enquanto o Dnocs informa um valor de R$ 69,53/m³. Ocorre que no 1º Estudo do Dnocs; aquele às fls. 467/480, que a Comdepi vinha adotando como parâmetro; os preços apontados pelo Dnocs são os praticados no aditivo. Ou seja, existiu uma divergência por parte do setor técnico competente do Dnocs entre aquele preço informado originalmente e o preço constante do novo estudo.

15.1. Outra divergência diz respeito aos serviços 3.1.2.5 e 3.1.2.6, note-se que a sistemática adotada pela Comdepi era a de criar um novo item para o serviço aditivado com um novo preço unitário (ver planilhas de acréscimos às fls. 489/494. Assim, para aditivar o item 2.6.1, criou-se um novo item chamado 2.6.1.1, contendo o mesmo serviço e com novo preço. Para os serviços, 3.1.2.5 e 3.1.2.6, esta sistemática não foi seguida, os serviços foram aditivados na forma abaixo e com os preços originais do contrato:

Item Quantidade Aditada Preço Unitário DNOCS

Preço Unitário Aditivo

Preço Total

DNOCS Preço Total Aditivo

3.1.2.5 3072,1 12,56 16,25 38585,58 49921,63

3.1.2.6 2150,68 1,31 1,35 2817,391 2903,418

41402,97 52825,04

Diferença = 11.422,08

15.2. Vê-se que este procedimento gerou um impacto de tão somente R$ 11.422,08 a maior. Pela pouca relevância e pelo fato de que os demais serviços se alinharam aos informados pelo Dnocs, data-base: dezembro 2000, entendemos que tal fato deve-se a um erro material, que pode ser corrigido com determinação à Comdepi no sentido de que efetue a compensação dos valores nas próximas faturas.

15.3. Outros itens, por seu turno, foram inseridos na planilha com o aditivo. Ou seja, são itens novos, embora assemelhados a outros, em relação a estes percebe-se que seguiu-se os preços do 1º estudo do Dnocs, conforme demonstrativo abaixo, note-se também que estes 3 serviços implicaram num incremento de R$ 237.239,26 no valor dos acréscimos:

Item SERVIÇO SEMELHANTE PREEXISTENTE PREÇO UNITÁRIO NO 2º ESTUDO DO DNOCS

PREÇO UNITÁRIO PARA SERVIÇO NO 1º ESTUDO DO DNOCS

PREÇO UNITÁRIO UTILIZADO VALOR do serviço

aditivado

5.2.1.3 3.2.1.2 129,81 118,41 118,41 9.708,44

5.2.1.4 3.2.1.3 163,49 151,62 151,62 72.366,71

5.2.2.3 5.2.2.2 3,05 3,05 3,05 155.164,11

TOTAL 237.239,26

16. Já no comparativo com os preços da tabela do Dnocs vigente desde agosto/2003, observa-se maior divergência entre estes preços unitários. A análise do Dnocs, conforme já referido, que deveria também aqui abranger todos os serviços aditivados neste Terceiro Termo Aditivo, deixou de enfocar vários destes. Também aqui, dos dezoito serviços aditivados, apenas 8 foram objeto de comparação. Em anexo, tabela 1-A, fl. 534, com o resultado da análise (os serviços aditivados não analisados também estão assinalados).

17. Dos serviços analisados, constata-se que há em alguns itens diferenças percentuais significativas, especialmente os itens 2.6.1 – Transporte Complementar do item 2.5, entre 0,3 e 3 Km, DMT=2,7 Km (preço do Dnocs referente a agosto/2003 equivale a 66% do preço contratual do aditivo a dezembro 2003) e 3.1.1.6.1 – Transporte complementar do item3.1.1.5 entre 0,3 e 1Km, a uma DMT=2,7 Km (preço do Dnocs referente a agosto/2003 equivale a 65% do preço contratual do aditivo a dezembro 2003).

18.Outros preços do aditivo, por seu turno, 4 dos 8 analisados, se mostraram inferiores aos da tabela do Dnocs – agosto/2003. É o caso dos itens 3.2.1.2.1, 3.3.3.1, 3.3.6.1 e 3.3.9.1.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

19. Destarte, no tocante à conformidade dos preços do Dnocs com aqueles praticados nos termos aditivos ao contrato, a situação em resumo é a seguinte:

19.1. A Comdepi vinha utilizando como preços do Dnocs os consignados no 1º Estudo do Dnocs levado a cabo pelo órgão nas tabelas contratuais originais de Poço do Marruá, tabela relativa a este estudo às fls. 467/480;

19.2. As tabelas oficiais do Dnocs, vigentes à época da data-base, fls. 255/262, não traziam todos os serviços acrescidos pelos termos aditivos.

19.3. Os preços relativos aos serviços aditivados com data-base de dezembro/2000, que puderam ser objeto de análise a partir dos estudos enviados pelo Dnocs, coincidem com os preços enviados pelo órgão, com exceção dos itens 3.1.2.5 e 3.1.2.6, conforme exposto nos itens 14.1 e 14.2. Em relação aos itens 3.2.1.6.1 e 3.2.1.7.1, há que se ressaltar que os aditivos consignaram preços informados anteriormente pela Coordenadoria de Obras do Dnocs no denominado 1º Estudo. É dizer existe uma divergência entre os valores informados pelo Dnocs no 1º e 2º Estudo. Vale ressaltar que a diferença percentual entre os valores nos dois casos não supera 5%, conforme explicitado abaixo:

ITEM PREÇO UNITÁRIO

ADITIVO

PREÇO UNITÁRIO 2º ESTUDO DO DNOCS

DIFERENÇA% - PREÇO ADITIVO EM RELAÇÃO 2º ESTUDO DNOCS

3.2.1.6.1 69,53 66,93 3,8

3.2.1.7.1 72,13 69,53 3,7

19.4. Quando comparados os preços unitários dos serviços aditivados reajustados a dezembro/2003 com os da tabela referente a agosto/2003 contida no 2º Estudo do Dnocs, são detectadas diferenças maiores tanto a maior quanto a menor. Entendemos que tais distorções podem decorrer em parte da diferença entre as datas-bases aplicadas (agosto/2003 e dezembro/2003), todavia faz-se necessário garantir a qualquer tempo a compatibilidade dos preços aplicados com aqueles da tabela do Dnocs mais recente, e ainda com os de mercado, destarte é que, na proposta de encaminhamento, consignaremos proposta neste sentido.

19.5. Concluímos, desta forma, feitos os reparos acima, que a Comdepi vem cumprindo o teor da Decisão nº 1.092/2001-TCU-Plenário, fl. 445, no tocante à determinação ínsita em seu item 8.1.

19.6. Ressaltamos, todavia, que o cumprimento da determinação tem sido dificultada pelo fato da tabela oficial do Dnocs não consignar todos os serviços da planilha do contrato, valendo-se a Comdepi de análises comparativas obtidas junto ao Dnocs.

Conformidade dos Preços com o Mercado

20. Procedemos então novo comparativo dos preços unitários praticados no 3º e 4º aditivos com as tabelas referenciais do DNIT e da Codevasf, ambas obtidas por meio de consulta à página da SECOB na intranet.

21. Em relação aos preços da Codevasf, utilizamos a tabela disponibilizada pela SECOB que tinha como data base outubro/2002. Para proceder a comparação com os preços aditivados no contrato deflacionamos os referidos preços unitários com a utilização dos índices de correção previstos no contrato e aplicamos uma taxa de BDI da ordem de 23,90%, valor proposto pelo Manual de Custos Rodoviários do DNIT, versão 2003. Tal índice é bem inferior àquele praticado no contrato de construção da obra, contrato nº 002/2001-DEO, mantido com a construtora OAS, que é da ordem de 42%. O comparativo está consubstanciado na Tabela 4 (fls.541/542).

22. Nesta comparação, foi possível analisar preços de 13 serviços dos 38 que foram aditivados. Destes, apenas um preço unitário de serviço destoou significativamente da Tabela de Referência da Codevasf, o serviço 3.2.5.1.1 - Fornecimento e aplicação de juntas FUNGENBAND tipo O22 para bacia de dissipação e barragem, a cada 20 m, cujo preço praticado no aditivo R$ 89,14/m é cerca de 180% maior que o valor da Tabela da CODEVASF, R$ 32,91/m. Releva notar, ainda que o preço original do serviço era da ordem de R$ 58,12. Ou seja, ao adotar o preço informado pelo Dnocs, no caso o preço constante da tabela comparativa elaborada originalmente pela Coordenadoria de Obras do órgão, houve uma majoração da ordem de 65% no preço originalmente previsto.

23. Ressalve-se que este serviço aditivado é pouco significativo em relação ao conjunto da obra, alcançando o montante de apenas R$ 32.179,54, o que representa tão somente 0,04% do valor final da obra.

24. Em relação aos outros preços, estes não apresentam uma diferença significativa em relação aos preços da Codevasf, girando a diferença em torno de 10% a maior ou a menor.

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

25. Neste comparativo, foi possível analisar serviços acrescidos no valor de R$7.238.755,50 de um total de R$ 11.039.013,42 (Valor dos 33 serviços acrescidos + valor dos 3 novos serviços+valor dos acréscimos verificados nos serviços 3.1.2.5 e 3.1.2.6), cerca de 65% do valor aditivado. Para estes serviços, o valor final, utilizando-se a tabela Codevasf foi de R$ 7.525.440,87 (Tabela 4 – fls.541/542). Uma diferença a maior dos preços aplicados constantes da Tabela da Codevasf em relação àqueles paticados nos aditivos da ordem de 4%.

26. Na comparação dos preços praticados nos aditivos com aqueles constantes da Tabela Sicro foi possível relacionar 7 itens com aqueles constantes dos aditivos, conforme TABELA 3, fl. 539. Tais itens, contudo, correspondem somente a 47% ( R$ 5.316.157,32) do valor total dos acréscimos (R$ 11.039.013,42).

27. O somatório dos referidos itens com base nos preços da Tabela Sicro alcançou a soma de R$ 5.358.367,41 contra R$ 5.316.157,32 alcançados com a utilização dos preços do aditivo, uma diferença de 1% a maior em favor dos preços da Tabela Sicro.

Conclusão

28. Concluímos, pois, no tocante à conformidade dos preços praticados nos aditivos, que os mesmos vêm seguindo os valores informados pelo Dnocs para a data-base dezembro/2000.

29. No que concerne à compatibilidade dos preços com o mercado, informamos que as análises efetivadas supra apontam para diferenças pouco significativas entre os valores praticados nos aditivos e aqueles constantes das tabelas referenciais adotadas, o que aponta para a compatibilidade dos preços praticados com o mercado.

30. Neste ponto, importa consignar que as dificuldades encontradas na identificação de referenciais de custos que contivessem serviços semelhantes impediram uma análise mais completa e circunstanciada.”

10. O Parecer conclui propondo o seguinte encaminhamento, que obteve a concordância de diretor da unidade técnica (fls. 532):

“Proposta De Encaminhamento

31. Ante o exposto, propomos determinações à COMDEPI no sentido de que:

a) em eventuais futuros aditivos de serviços no Contrato nº 02/2001, efetue estudo prévio dos preços unitários ofertados de modo a certificar a compatibilidade destes com os praticados no mercado local bem como com os constantes das tabelas mais recentes do Dnocs, devendo, ao final, tomar-se por base aquele preço que se mostrar mais vantajoso para a Administração;

b) formalize o estudo prévio de que trata o item anterior na forma de relatório conclusivo, incluindo-o no processo que formalizar o aditivo; e

c) efetue mudança no preço unitário aplicado no quarto aditivo para os acréscimos verificados nos serviços 3.1.2.5 e 3.1.2.6 da tabela, adotando os preços informados pelo Dnocs, efetivando, caso os respectivos valores já tenham sido pagos, a compensação dos mesmos nas próximas faturas.”

11. O titular da Secex/PI, ao manifestar-se de acordo com as conclusões da instrução (fl. 574/576), sugeriu o encaminhamento de cópia da deliberação que vier a ser proferida à Comissão Mista de que trata o art. 166, § 1º, da Constituição Federal, e ressalvou ter sido realizado levantamento de auditoria nas obras em 2004.

12. Com relação ao mencionado levantamento, objeto do TC-009.958/2004-3, de seu exame resultou o Acórdão 1.265/2004-TCU-Plenário, que determinou, entre outras medidas, a audiência do Governador do Estado do Piauí, Sr. José Wellington Barroso de Araújo Dias, acerca da não-manutenção dos recursos em conta específica de convênio firmado entre o Governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional, com a interveniência da Comdepi, e ainda o apensamento daquele processo aos presentes autos.

É o relatório.

VOTO

Em exame o acompanhamento da execução do Contrato nº 002/2001-DEO, firmado entre a Comdepi e a Construtora OAS Ltda para a realização das obras da barragem Poço do Marruá e adutoras, no Município de Patos/PI, verificando-se, em especial, a celebração de termos aditivos ao contrato com alteração de quantitativos para constatar a aplicação, aos itens majorados, dos preços constantes da tabela

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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO

do Dnocs, bem como a compatibilidade dos novos preços com os praticados no mercado local, na forma determinada pelas decisões 1092/2001-TCU-Plenario e 765/2002-TCU-Plenário e pelo Acórdão 1326/2003-TCU-Plenário.

2. Em manifestação anterior, a Secex/PI, após constatar que os preços dos três primeiros termos aditivos ao contrato firmados guardavam consonância com os da tabela de referência do Dnocs, propôs o encerramento do processo, posição da qual dissenti ante a pendência de avaliação da compatibilidade desses preços com os praticados no mercado local, consoante prescrito na parte final das decisões do Tribunal acima mencionadas, motivo pelo qual determinei a continuidade do acompanhamento da execução do contrato.

3. Agora, aquela unidade técnica apresenta avaliação realizada nos preços adotados no terceiro e quarto termos aditivos, que foram comparados com os informados pelo Dnocs e com os praticados no mercado local.

4. Constatou-se que, de maneira geral, os preços adotados nas alterações contratuais vêm mantendo consonância com os informados nas tabelas do Dnocs, à exceção de pequenas divergências encontradas em dois dos serviços, decorrentes de falhas em procedimentos de ajuste, que são de valores irrelevantes em relação ao valor global do contrato e podem ser corrigidas mediante compensação em próximas faturas.

5. No tocante aos preços de mercado, representados por tabelas referenciais do DNIT e da Codevasf, também foi constatada concordância entre eles e os dos aditamentos ao contrato, mediante comparações que resultaram em diferenças no valor total confrontado próximas, respectivamente, de 1% e 4%, a menor para os praticados nos aditivos, mesmo utilizando-se taxa de BDI menor nas tabelas que a adotada no contrato. Foram analisados preços de serviços que correspondem a 47% do valor aditivado, no caso da tabela referencial do DNIT, e 65% para a tabela da Codevasf, com diferenças de preços em serviços, individualmente, em torno de 10% para maior ou menor, à exceção de um deles, com preço em torno de 65% maior no contrato, mas cujo valor total do serviço corresponde a apenas 0,04% do valor final da obra.

6. Não obstante a avaliação pela conformidade dos preços adotados nas alterações contratuais, a análise empreendida pela unidade técnica demonstrou que, nas tabelas do Dnocs, não constam os preços de boa parte dos serviços objeto de aditamento, e que a utilização de tabelas desatualizadas pode conduzir a distorções nos preços adotados nos aditamentos.

7. Impõe-se, portanto, a adoção de procedimento visando garantir, na celebração dos termos aditivos ao contrato, a utilização das tabelas mais recentes do Dnocs e a compatibilidade dos preços adotados com os praticados no mercado local, sobretudo os não constantes nas tabelas do Dnocs.

8. Por essa razão, acolho a proposta formulada pela unidade técnica para que a Comdepi, em eventuais futuros aditivos ao contrato, efetue estudo prévio dos preços unitários ofertados de modo a certificar a sua compatibilidade com os praticados no mercado local e com os constantes das tabelas mais recentes do Dnocs, formalizando tal estudo em relatório conclusivo a ser incluído no processo que contenha as peças correspondentes ao aditamento.

9. Por último, registro que em exame do processo TC-009.958/2004-3, de outra relatoria, que tem por objeto levantamento de auditoria realizado em 2004 nas obras em questão, o Acórdão 1.265/2004-TCU-Plenário deliberou o apensamento daquele processo aos presentes autos e também a audiência do Governador do Estado do Piauí, na forma proposta pelo Ministro-Relator, acerca da não-manutenção de recursos em conta específica de convênio firmado entre o Governo do Estado e o Ministério da Integração Nacional, matéria, frise-se, sem relação com o acompanhamento que aqui se examina. Por essa razão, entendo conveniente que se faça o desapensamento do mencionado processo dos presentes autos, na forma estabelecida nos arts. 28 e 29 da Resolução TCU nº 136/2000, para que o mesmo possa ser reconduzido ao relator de origem com vistas ao prosseguimento da presidência da sua instrução.

Assim sendo, e incorporando ao encaminhamento inicial a proposta do titular da Secex/PI de envio de cópia da deliberação proferida à Comissão Mista de que trata o art. 166, § 1º, da Constituição Federal, Voto por que o Tribunal adote o Acórdão que ora submeto à este Plenário.

TCU, Sala das Sessões, MARCOS VINICIOS VILAÇA

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