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Pesquisa em enfermagem neonatal no Brasil: uma revisão integrativa

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Academic year: 2021

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DAIANE DE CARVALHO MACHADO

PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

NITERÓI 2013

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PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

Trabalho Monográfico de Conclusão de Cursoapresentado à Coordenação de Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Eny Dórea Paiva

Niterói - RJ 2013

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M 149 Machado, Daiane de Carvalho.

Pesquisa em enfermagem neonatal no Brasil: uma revisão integrativa. / Daiane de Carvalho Machado. – Niterói: [s.n.], 2014.

57 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Universidade Federal Fluminense, 2014. Orientador: Profª. Eny Dórea Paiva.

1. Enfermagem neonatal. 2. Recém-nascido. 3.

Unidades de Terapia Intensiva Neonatal. I. Título.

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PESQUISA EM ENFERMAGEM NEONATAL NO BRASIL: uma revisão integrativa

Trabalho Monográfico de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação de Curso de Graduação – Enfermagem e Licenciatura da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense, como requisito para obtenção do título de Enfermeiro e Licenciado em Enfermagem.

Aprovado em 06 dejunho de 2014

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________________ Prof. Dra. Eny Dórea Paiva – Orientadora

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

___________________________________________________________________ Prof. Dra. Liliane Faria da Silva – 1º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

___________________________________________________________________ Prof. Dra. Rosane Cordeiro Burla de Aguiar – 2º Examinador

Universidade Federal Fluminense/EEAAC

Niterói 2013

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A Deus, em primeiro lugar, a quem devo minha vida e quem me fez acreditar que nada é impossível àquele que crê, me socorrendo em todas adversidades. Agradeço pela força e coragem

durante esta longa caminhada.

À minha família, por sua capacidade de acreditar е investir em mim. Mãe, tеu cuidado еdedicação fоі que deram, em alguns momentos, а esperança pаrа seguir. Pai, tuа presença

significou segurança е certeza de que não estou sozinho nessa caminhada.

Ao meu noivo, e futuro marido, Thiago, que acreditou em mim e me deu forças para não desistir dos meus sonhos. Obrigada pelo carinho, paciência por sua capacidade de me trazer paz

na correria de cada semestre.

À minha orientadora Eny, que teve um papel fundamental na elaboração deste trabalho, pelo suporte, correções e incentivos.

Aos meus amigos pelo companheirismo, apoio e disponibilidade para me auxiliar em vários momentos. Obrigada pela compreensão durante a longa e difícil jornada.

A todos que de alguma forma ajudaram, agradeço por acreditarem no meu potencial, nas minhas ideias, principalmente quando nem eu mais acreditava.

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“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de

água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota.”

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conhecer os avanços tecnológicos para que o cuidado se torne mais especializado e qualificado. Diante disso, os objetivos desta pesquisa foram: geral, analisar as publicações nacionais sobre enfermagem neonatal indexadas nos índices de referências informatizados, nos últimos cinco anos; específicos, identificar a frequência de publicações em enfermagem neonatal, segundo ano, tipo e local no Brasil, e descrever o conteúdo temático abordado nas publicações nacionais. Trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem quanti-qualitativa. A pesquisa foi realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde, e foi utilizado “enfermagem neonatal” como descritor. Os artigos foram quantificados e categorizados de acordo com suas temáticas. O levantamento realizado identificou 200 artigos sobre enfermagem neonatal no período de 2009 a 2013. As referências identificadas no LILACS representam uma maior parcela, 73,1% das publicações. Em relação aos anos de publicação, houve um crescimento contínuo entre os anos de 2009 (12,9%) à 2012 (24,9%), quase dobrando o número de publicações. No que diz respeito aos locais onde foram realizados os trabalhos, observamos que o estado de São Paulo foi o que gerou mais artigos científicos (26,4%). Em relação à abordagem metodológica, há uma maior frequência de artigos onde foi utilizado a abordagem qualitativa, 55,7% das publicações. Ao observar as temáticas tratadas pelos artigos, pode-se perceber que o conteúdo temático “Processo de assistência de enfermagem ao RN”, compõe o maior número de artigos científicos publicados sobre enfermagem neonatal selecionados neste trabalho – 15,4%, seguida pelo temática “Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN” com 13,4% e “Fisiopatologia e quadro clínico neonatal” com 11,4%. As temáticas pouco abordadas foram “Saúde do trabalhador” com 0,5% e “Qualidade assistencial” também com 0,5% das publicações. Este trabalho foi importante não só para divulgar a frequência de publicações, mas principalmente manter o enfermeiro atualizado no conhecimento que vem sendo produzido no campo da neonatologia, com a finalidade de que possam reconhecer a necessidade da pesquisa na área e melhorar a prática assistencial realizando avaliação crítica-reflexiva e pautando-a nas evidências científicas. Desta forma, concluímos que o conhecimento científico é fundamental para a prática do enfermeiro, e manter-se atualizado é extremamente necessário para manter a assistência de qualidade.

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advances so that care becomes more specialized and qualified.Therefore, the aims of this study were: to analyze national publications on neonatal nursing indexed in computerized indexes of references in the last five years; to identify the frequency of publications in neonatal nursing, according the year, the type and the location in Brazil, and describe the subject content covered in national publications.This is an integrative review, with quantitative and qualitative approach. The survey was conducted in the databases of the Virtual Health Library, and "neonatal nursing" was used as a keyword. The articles were quantified and categorized according to their themes. The survey identified 200 articles on neonatal nursing, in 2009-2013.The most were identified in LILACS, 73.1% of the publications.About the years of publication, there was a continuous growth between 2009 (12.9%) to 2012 (24.9%), nearly doubling the number of publications. With regard to the places where the work was performed, we observed that the state of São Paulo was what generated more scientific articles (26.4%).Regarding the methodological approach, there is a higher frequency of articles where the qualitative approach, 55.7% of the publications was used.By observing the themes addressed by the articles, it can be noticed that the thematic content "procedure nursing care to newborns", makes up the largest number of scientific articles published about neonatal nursing selected for this study - 15.4%, followed by thematic "feelings of parents regarding the child in the Neonatal Intensive Care Unit (NICU) "with 13.4% and" Path physiology and clinical neonatal "with 11.4%.The topics less approached were "Health Worker" with 0.5% "Quality care" also with 0.5% of the publications.This study was important not only toshow the frequency of publications, but mainly to keep the nurse updated the knowledge that is being produced in neonatology, in order that they may recognize the need for research in the area and improve care practice performing critical and reflective evaluation and basing it on scientific evidence.This way, it is concluded that scientific knowledge is important to nursing practice, and stay updated is extremely necessary to maintain quality care.

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Tabela 1 - Distribuição dos artigos segundo índice de referência. Figura 2 - Distribuição das publicações por ano de publicação. Tabela 2 - Distribuição das publicações, segundo local.

Tabela 3 - Distribuição das publicações segundo abordagem metodológica. Tabela 4 - Distribuição das publicações por conteúdo temático

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1.1 OBJETIVOS, p. 12 1.1.1 Objetivo geral 1.1.2 , p. 12 Objetivo específico 1.2 QUESTÕES NORTEADORAS, p. 13 , p. 13 1.3 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA, p. 13 2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS, p. 14 , p. 14

2.2 PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS, p. 15

2.3 A ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS, p. 16 2.4 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA EM NEONATOLOGIA, p. 18 3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA, p. 21 , p. 21

3.2 COLETA DE DADOS, p. 22 3.3 ASPECTOS ÉTICOS, p. 22 3.4 ANÁLISE DOS DADOS, p. 22 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. , p. 23 CONCLUSÃO 6. , p. 47 OBRAS CITADAS 7. , p. 49 OBRAS CONSULTADAS 8. , p. 56 APÊNDICE

8.1 INTRUMENTO DE COLETA DE DADOS, p. 57 , p. 57

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1. INTRODUÇÃO

O ato de pesquisar vem através do desejo pelo conhecimento. Pode-se entender que o objetivo da pesquisa é buscar algo novo, uma informação a qual não conhecemos ou cujo conhecimento gera dúvidas. Após a pesquisa, é possível surgir informações importantes, as quais podem ser utilizadas na prática com a finalidade de alcançar um trabalho de qualidade.

De acordo com Clark e Castro (2003, p. 67), a pesquisa pode ser definida como:

Um processo de construção do conhecimento que tem como metas principais gerar novo conhecimento e/ou corroborar ou refutar algum conhecimento preexistente. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve.

Segundo Dyniewicz e Gutiérrez (2005),a pesquisa na Enfermagem é reconhecida como essencial no campo clínico, pois possibilita a aquisição, a produção e o aprofundamento de conhecimentos, contribuindo, assim, para a avaliação da prática de assistência e crescimento profissional. Pode ser compreendida também, como um estímulo para melhorar a qualidade científica, tecnológica e artística dos saberes dos profissionais de enfermagem (CARVALHO et al, 2010).

Com a introdução da informatização nas bibliotecas e nas bases de dados que indexam as publicações, a busca bibliográfica por artigos indexados se tornou mais rápida e fácil. Estes artigos dos periódicos abordam resultados de pesquisas desenvolvidas, resenhas, artigos de atualização, debates, concepções teóricas e metodológicas, evidências científicas das práticas assistenciais, entre outros, tornando possível identificar a área de interesse, e percebendo o desenvolvimento das pesquisas e das práticas assistenciais em determinado campo (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

O termo evidência tem sido muito usado na área da saúde, principalmente com o surgimento da medicina baseada em evidências, a qual teve seu desenvolvimento paralelamente ao acesso à informação. A utilização desse termo implica o uso e aplicação de pesquisas como base para a tomada de decisões sobre a assistência à saúde. O avanço da tecnologia possibilitou intensificar o acesso aos resultados de pesquisas e o desenvolvimento de metodologia de pesquisa (GALVÃO et al, 2004).

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A importância da pesquisa em Enfermagem é gerar uma investigação para desenvolver um conhecimento sobre a prática, a fim de orientá-la e melhorar o atendimento aos pacientes. A pesquisa nesta área permite uma descrição sobre o que não se conhece ou pouco se sabe, levando a obter explicações sobre fenômenos importantes para a realização do planejamento da assistência de enfermagem.

De acordo com Galvão e cols. (2004), a Enfermagem Baseada em Evidências (EBE) se originou no movimento da medicina baseada em evidências, e pode ser definida como o uso cuidadoso, claro e criterioso de informações proveniente de teorias e pesquisas para a tomada de decisão sobre o cuidado prestado a indivíduos ou grupo de pacientes, levando em consideração suas necessidades individuais e preferências.

A prática baseada em evidências científicas fortalece a profissão, tornando suas práticas relevantes e eficazes. Com os resultados, o enfermeiro pode realizar seu trabalho de maneira que alcance mais facilmente os objetivos para melhora da qualidade de vida dos pacientes, sendo usados na elaboração do planejamento do cuidado e nas intervenções necessárias para cada problema e cliente.

Almeida e Kimura (2003, p. 254) dizem que “na enfermagem, como em qualquer outra disciplina, as pesquisas necessitam gerar impactos e transformações que provoquem melhoria na prática assistencial”. Para isso, é preciso que os resultados das pesquisas realizadas sejam divulgados, além de ser necessário o acesso disponibilizado para os profissionais da área, possibilitando uma maior proximidade entre o conhecimento produzido pelas pesquisas e a prática da assistência de enfermagem.

Neste trabalho será enfocada a pesquisa na área da neonatologia, a qual inclui crianças desde o nascimento até os 28 dias completos de vida. A assistência neonatal vem passando por diversas transformações e o avanço das tecnologias nas últimas décadas permitiu o desenvolvimento de cuidados intensivos mais amplos aos recém-nascidos (RN), possibilitando maior sobrevida aos mesmos (COSTA et al, 2010).

De acordo com Oliveira e Rodrigues (2005), com os avanços técnico-científicos na neonatologia, as taxas de mortalidade reduziram e a infecção hospitalar foi controlada com o isolamento estrito do recém-nascido na maternidade, porém isso ocasionou a separação entre mãe e filho, prejudicando o vínculo entre eles e o aleitamento, dificultando outras práticas da assistência de enfermagem.

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Com estes avanços, é necessário que o produto da pesquisa em enfermagem neonatal seja conhecido e analisado, com a finalidade de que as condutas na assistência sejam tomadas fundamentadas em evidências científicas. Os critérios que norteiam a introdução destas condutas devem ser pautados em eficácia, segurança, custo, aceitação por parte dos pacientes e profissionais de saúde (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

A pesquisa na área de neonatologia é importante porque se acredita que o estudo possibilita conhecer os avanços tecnológicos para que o cuidado se torne mais especializado e qualificado. Graças a estudos, cuidados foram desenvolvidos, tecnologias foram aprimoradas e técnicas foram instituídas. E assim, o avanço da prática assistencial garantiu a qualidade de vida dos recém-nascidos, principalmente os de alto risco, melhorando de maneira significativa.

Neste sentido, Almeida e Kimura (2003, p. 255) afirmam que “os achados dos estudos contribuem para realimentar e realinhar a produção do conhecimento, a prática educacional e assistencial-profissional que, por sua vez, sofrem avaliações e críticas gerando novas questões a serem investigadas”.

Ao mesmo tempo em que estes avanços possibilitam tratamentos antes impossíveis, aumentando a sobrevida de recém-nascidos cada vez mais prematuros e com malformações incompatíveis com a vida, eles tornam o trabalho da equipe profissional mais delicado e cada vez mais especializado. Com isso, faz-se extremamente necessário um aprofundamento nas pesquisas para o conhecimento de novas tecnologias, problemas que ainda afetam estes pacientes e os cuidados exigidos para que a criança se desenvolva de maneira plena e com qualidade, e também fazer a divulgação desses estudos.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

- Analisar as publicações nacionais sobre enfermagem neonatal indexadas nos índices de referências informatizados, nos últimos cinco anos.

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1.1.2 Objetivo específico

- Identificar a frequência de publicações em enfermagem neonatal, segundo ano, tipo e local no Brasil.

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS

O que vem sendo publicado em relação à enfermagem neonatal no Brasil? E qual é a frequência dessas publicações?

1.3 JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA

Conservar-se atualizado no conhecimento que vem sendo produzido no campo da neonatologia é um desafio. Então, estas revisões ajudam os profissionais de saúde a conhecer o que as pesquisas trazem acerca das intervenções e práticas terapêuticas, as quais proporcionam as melhores evidências disponíveis para regrar as decisões clínicas ou mudar as práticas adotadas (BUENO et al, 2009).

O estudo se tornou relevante pelo fato das mudanças atuais nas tecnologias. Com este estudo,será possível a identificação de temáticas que são importantes, porém pouco pesquisadas, a fim de incentivar os profissionais que atuam na área para que produzam estudos e divulguem os resultados.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 IMPORTÂNCIA DA DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS

Após um abrangente estudo científico e a obtenção dos resultados, a publicação possibilita a divulgaçãodo conteúdo científico para todos. Além disso, a publicação caracteriza uma pessoa, um grupo ou uma instituição e confere tradição. E faz com que aumente a capacidade de captar recursos e, seguramente, revela novostalentos (BURIHAN, 2002).

Porém, é necessário refletir sobre a produção. Como o volume da produção literária vem ocorrendo em uma progressão crescente, os resultados divulgados pelos estudos realizados em uma determinada área do conhecimento passam a ser considerados e a se configurarem como bases para muitas decisões da prática assistencial, tendo repercussões que não se limitam apenas ao contexto/população nos quais as pesquisas foram realizadas(ALMEIDA; KIMURA; 2003).

Segundo Leite e Huguenin (2005), omeio mais rápido para a divulgação de novas pesquisas e conhecimentos em determinada área de estudo é o periódico científico. Para que pesquisadores sejam respeitados por seus pares e os resultados de suas pesquisas sejam divulgados, o periódicocientífico utilizado deverá estar indexado, ou seja,descrito e identificado por seu conteúdo em bases dedados referenciais nacionais e internacionais, para que finalmente,ocorra a transferência da informação. As principais bases de dados na área de saúde, sendo as mais importantes fontes de pesquisa são: ScienceCitation Index / ISI, Medical Literature and Retrieval System on line (MEDLINE), Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Embase(Excerpta Médica).

Após o pesquisador aprender o método científico e as diversas técnicas e procedimentos necessários à execução da pesquisa, ele estará capacitado para desenvolver outros trabalhos na área e se for oriundo de um local diferente daquele em que realizou a pesquisa, uma nova linha de pesquisa pode ser aberta no local de onde veio. Para a sociedade, a pesquisa responde as questões pendentes e vemanular dúvidas a respeito de algo, acrescentando um novo conhecimento aos já existentes. Já para a comunidade científica, além de agora obter uma resposta para algo antes desconhecido, novas questões surgem a partir da resposta daquela pergunta que originou o trabalho. Um novo membro dotado de conhecimento científico foi incorporado e a partir dele novas pesquisas poderão surgir (CLARK; CASTRO, 2003).

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2.2 PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Os avanços da tecnologia e do conhecimento científico vêmacarretando mudanças relevantes na área da saúde, encontrando respostas para problemas muitas vezes complexos com vistas ao bem estar das pessoas e da comunidade. Sendo assim, as evidências que as pesquisas científicas trazem têm estimulado práticas de saúde melhores e fundamentado o processo de tomada de decisão na condução de problemas clínicos dos pacientes (SILVA; SILVA, 2010).

Domenico e Ide (2003) afirmam que é urgente a adoção de medidasque diminuama distância entre os avançoscientíficos e a prática assistencial. Então, surgiu inicialmente,no campo da Medicina, e, posteriormente, na Enfermagem, a Prática Baseada em Evidências (PBE).

“As informações, providas de evidências científicas, são utilizadas para apoiar a prática clínica, como também a tomada de decisão para a gestão em saúde e qualificação do cuidado, auxiliando assim os profissionais da saúde” (BRASIL, 2013).

De acordo com Galvão e cols. (2002), a prática baseada em evidências é um processode descoberta, avaliação e aplicação de evidênciascientíficas para o tratamento e gerenciamento da saúde. É o cuidado realizado através de resultados de pesquisas, opinião de especialistas ou a combinação de ambos.

Os achados das investigações clínicas substituem ascondutas antes aceitas por informações maisseguras, acuradas e eficazes. Assim, esse modelo se tornou uma vertente na produção e validação deconhecimento, por meio do reconhecimento dosprofissionais acerca da necessidade diária deapreciações válidas para o diagnóstico, prognóstico,intervenções e prevenção (PEDROLO, 2009).

Sá Neto e Rodrigues (2010, p. 377) dizem que:

A tecnologia revela determinados saberes e maneiras de cuidar. Entretanto, torna-se necessário o aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais de saúde para que possam aplicar o conhecimento de forma responsável e racional, desenvolvendo um senso crítico e reflexivo de suas ações. Além disso, há de se repensar novas maneiras de cuidar, utilizando a arte, a sensibilidade e a criatividade na adequação e humanização das tecnologias.

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A quantidade e a complexidade de informações naárea da saúde e o tempo limitado dos profissionais têmdeterminado a necessidade do desenvolvimento deprocessos que proporcionem caminhos precisos até osresultados das pesquisas; sendo assim, a revisãosistemática é umrecurso importante da prática baseadaem evidências, onde os resultados de pesquisas sãocoletados, categorizados, avaliados e sintetizados(GALVÃO et al, 2004).

2.3 A ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Os avanços tecnológicos representam desenvolvimento do processo de cuidar e da práticaprofissional do enfermeiro, exigindo novas atitudes,condutas e formas de pensar e ser. Sendo assim,é preciso compreender o impacto que estes apresentam nocuidado, no sentido de aprovar conhecimentos e produzirevidências que subsidiem sua aplicação. Surge anecessidade de pesquisas que comprovem a efetividadedas intervenções atuais, tornando-as mais confiáveis (PEDROLO, 2009).

Segundo Pedreira (2009, p. 880),

Realizar os cuidados certos, no momento certo, da maneira certa, para a pessoa certa, objetivando alcançar os melhores resultados possíveis, são princípios que fundamentam a qualidade da assistência e que direcionam a prática de enfermeiros que se esmeram em prestar uma assistência ética e respeitosa, baseada nas necessidades do paciente e da família, na excelência clínica e na melhor informação científica disponível.

A busca da informação assegura ao enfermeiroa atualização de conhecimentos, que ao ser integrado na prática clínica cotidiana, contribuisignificativamente para a melhor compreensãodo cuidado baseado em evidência e torna possível aexcelência da Enfermagem enquanto disciplina eprofissão(SILVA; SILVA, 2010).

Nos dias de hoje, devido a diversas inovações na áreada saúde, a tomada de decisão dos enfermeiros necessitaestar embasada em princípios científicos, a fim deselecionar a intervenção mais adequada para a situaçãoespecífica de cuidado, já que existem diferençasentre esperar que estes avanços tenham resultadospositivos e verdadeiramente saber se eles funcionam. (PEDROLO, 2009)

Segundo Galvão e cols. (2002), o desenvolvimento de pesquisas na enfermagemé de extrema importância, pois permite o desenvolvimento de um corpo deconhecimento próprio, favorecendo a melhoria da assistênciade enfermagem prestada ao cliente/paciente, com base em

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conhecimento científico, enriquecimento doprofissional e da sua prática, bem como possibilita a buscade soluções para os problemas vivenciados no cotidiano.

A prática da EnfermagemBaseada em Evidências (EBE) é incipiente, entretanto, acredita-se em mudanças de paradigmas atravésdo exercício pleno pela busca da melhor evidência, pois a Enfermagem enquanto profissãoinstitucionalizada busca direcionar o objeto desua prática – o cuidado – em concordância com oconhecimento científico (SILVA; SILVA, 2010).

Caliri e Marziale (2000) afirmam que atualmente existe uma grande diversidade defontes de informações de evidências para a práticaclínica de enfermagem, seja através de revistasespecializadas online com acesso por assinatura ou sitesgratuitos mantidos por instituições governamentais ouassociações. Alguns sites são muito úteis, poisalém das revisões integrativas da literatura em temasespecíficos, fornecem exemplos de protocolos com baseem evidências. Eles podem facilitar o trabalho do enfermeiro no desenvolvimento de pesquisas, ensino ou na busca de formas para modificar sua prática, necessitando,portanto,de suaadequação à realidade antes da efetivação eavaliação.

Em relação à revisão sistemáticana enfermagem, estudiosos afirmam que esse recurso é importante para identificar os efeitos benéficos e nocivos de diferentesintervenções da prática assistencial. Além de também poder estabelecer falhas do conhecimento e identificar áreasque necessitam de pesquisas futuras na enfermagem, comimplicações para a assistência prestada. Destacam,ainda, que a revisão sistemática é um recurso valioso deinformações para a tomada de decisões (GALVÃO et al, 2004).

Percebe-se que mesmo diante destes avanços,ainda há necessidade de ampliar o desenvolvimentoda pesquisa no âmbito da Enfermagem. Assim, a PBErepresenta a ligação entre a pesquisa e a práticaprofissional como ferramenta para a capacitação einserção do profissional no cotidiano de trabalho, umavez que permite o alcance e a validação deconhecimentos. Para isso, o retorno dosresultados dos estudos é necessário à prática assistencial e que ostemas de pesquisa sejam resultantes da necessidadedesta, de forma objetiva e aplicada ao seu cotidiano (PEDROLO, 2009).

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2.4 IMPORTÂNCIA DA PESQUISA EM NEONATOLOGIA

A neonatologia é um campo recente que possui como foco o cuidado com orecém-nascido trabalhando em torno do diagnóstico e o tratamento dosdistúrbios dos RN. É uma especialidade recente e em constante desenvolvimento na área da saúde.Desempenha atividadesde assistência e pesquisa clínica,sendo seu principal alvo a redução da mortalidadee morbidade perinatais,buscando asobrevivência do RN nas melhores condições funcionais possíveis.

Moreira (2004) afirma que a melhora no perfil de sobrevida dos RN tem sido constantenas últimas três décadas e diversos fatores têm colaborado para este fato. A inserção de métodos de organização do sistema de saúde nas áreas obstétrica e neonatal, a introduçãoprogressiva de novas tecnologias e práticas, além da construção de novos conhecimentos exerceram um papel importante com reflexos nas taxas de mortalidade perinatal. No entanto, algumas vezes a incorporação tecnológica foi realizada sem nenhuma crítica, trazendo benefícios duvidosos e até mesmo efeitos nocivos.

Diversas pesquisascomprovam que os cuidadosintensivos neonatais têm reduzido os índices demortalidade e morbidade neonatal, principalmentedos recém-nascidos de alto risco, os quais se destacam osprematuros, os RNs com malformações congênitase os com doenças cirúrgicas graves, graças à continuidade do avanço tecnológico, doaperfeiçoamentocontínuo de intervenções terapêuticas clínicas e cirúrgicas, do aumento do númerode Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais(UCIN) e das equipes multidisciplinares capacitadase especializadas na assistência ao recém-nascido (TRAGANTE et al, 2010).

Junto ao desenvolvimento tecnológico e científico, houve maior incidência de iatrogenia, que pode ser definida como um evento indesejável, danoso ou prejudicial ao paciente, que podeser consequência ou não de falha do profissional envolvido na assistência. Dentro das iatrogenias,podemos citar: o uso de tratamento medicamentoso causando efeitos indesejáveis e lesões neurológicas; a terapia com oxigênio, causando cegueira no RN; o uso indiscriminado de antibióticos, que leva a uma queda da defesa do organismo contra as infecções; a punção venosa de repetição, causando estímulos dolorosos; a manipulação excessiva, trazendo complicações para o desenvolvimento do RN; e o ambiente ruidoso, ocasionando alterações fisiológicas e comportamentais da criança (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

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Muitas terapias utilizadas no período neonatal permanecem sem evidências que as sustentam, ou porque na análise de uma série de artigos publicados não se alcance a identificação de evidências fortes, ou porque elas realmente ainda não forammais bem estudadas. Nesses casos, a escolha da prática de menor risco é a melhor estratégia, a qual é realizada a partir de estudos metodologicamente mais fracos ou de consensos de especialistas(MOREIRA, 2004).

De acordo com Sá Neto e Rodrigues (2010), é fácil perceber a introdução de novas tecnologias no cuidado neonatal, tornando necessária uma avaliação crítica-reflexiva acerca da implantação desta tecnologia e suas implicações do ponto de vista ético, dos benefícios, malefícios, limitações e adequações às necessidades do RN. Em relação ao impacto da tecnologia na assistência neonatal, deve-se entender que o que define se uma tecnologia é boa ou ruim, se ela desumaniza, despersonaliza ou justifica o cuidado, é a maneira a qual é utilizada pelos profissionais, a sua intenção ou atitude diante das possíveis complicações e os prejuízos relacionados ao seu uso.

A incorporação de atividades mais complexas que incluem métodos, procedimentos, técnicas, equipamentos e outros instrumentos aplicados, de maneira sistemática, para resolver problemas específicos dos cuidados cotidianos,solicitou refinamento das habilidades técnicas e conhecimento. A introdução destas ações causou alterações nas práticas profissionais dos responsáveis pela assistência ao recém-nascido. Para isso, é necessário um corpo de conhecimento estabelecido com a finalidade de que as ações assistenciais sejam tomadas baseadas em evidências científicas (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

Costa e cols. (2010) afirmam que o conhecimento científico e a habilidade técnica são fundamentais para o controle minucioso das funções vitais na tentativa de assegurar a sobrevivência dos RNs de risco. Sendo assim, os autores dos estudos científicos destacam a importância do acompanhamento e da atualização dos avanços terapêuticos e tecnológicos nesta área. Além disso, apontam contribuições ao desenvolvimento dos padrões fisiológicos dos RNs nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs), bem como ajudam na difusão e avaliação de procedimentos e técnicas realizadas na prática cotidiana dos profissionais.

A realização de estudos permite que se faça uma avaliação crítica-reflexiva acerca da adequação da tecnologia no cuidado aos recém-nascidos, e da possibilidade de adesão de medidas e métodos que valorizem e respeitem a vida em toda sua perspectiva, proporcionando um cuidado individualizado e personalizado ao RN e sua família (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

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Sendo assim, Almeida e Kimura (2003) julgam de extrema importância compreender o estado atual do conhecimento em relação à enfermagem neonatal que se caracteriza cada vez mais como uma especialidade dentro da ciência da enfermagem mundial. A maioria das revisões da literatura é produzida buscando como fonte os artigos publicados em periódicos indexados, onde são encontrados vários assuntos, recentes e atualizados, desenvolvidos nos diversos contextos e culturas relacionadas à pesquisa e à prática em enfermagem.

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3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente trabalho trata-se de uma revisão integrativa, com abordagem quanti-qualitativa. Segundo Souza e cols. (2010), a revisão integrativa é a mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, pois permite a inclusão de estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado. Além disso, combina dados da literatura teórica e empírica, e introduz diversos propósitos: definição de conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico particular.

Este tipo de pesquisa se torna apropriada para este estudo pelo fato de não ser possível percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre as temáticas mais pesquisadas pelos enfermeiros na área da neonatologia. Assim, a facilidade de obter resultados fica maior, sendo realizada a busca pelos estudos publicados nas bases de dados.

“A revisão integrativa, nesse âmbito, em virtude de sua abordagem metodológica, permite a inclusão de métodos diversos, que têm o potencial de desempenhar um importante papel na prática baseada em evidênciasem enfermagem.” (SOUZA et al, p. 102, 2010)

Neste estudo, a revisão integrativa será usada para permitir a descrição do conteúdo temático abordado nas publicações coletadas, bem como suas outras características, como ano e tipo de publicação, base de dados e autores. Após a descrição, será possível analisar as informações e obter resultados significativos.

Souza e cols. (2010) também dizem que este tipo de revisãodetermina o conhecimento atual sobre uma temática específica, já que é conduzida de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto, e assim contribui para uma possível repercussão que traz benefícios para melhorar a qualidade dos cuidados prestados ao paciente.

Para a construção da revisão integrativa é preciso percorrer seis etapas distintas: Estabelecimento da hipótese ou questão de pesquisa; Amostragem ou busca na literatura; Categorização dos estudos; Avaliação dos estudos incluídos na revisão; Interpretação dos resultados; e Síntese do conhecimento ou apresentação da revisão (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

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3.2 COLETA DE DADOS

O período de coleta de dados foi realizado durante os meses de janeiro a março de 2014. Destaca-se que foi utilizado “enfermagem neonatal” como descritor. Para organizar os artigos encontrados foi usado um instrumento de coleta, no qual os artigos foram dispostos em ordem numérica de acordo com a data de publicação, utilizando os seguintes tópicos: base, ano, autor, tipo de publicação, título, temática e local. (APENDICE 7.1)

Para viabilizar o desenvolvimento deste estudo, foram utilizadas, como fonte de informações, as seguintes bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde: LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SCIELO (Scientific Eletronic Library Online) e MEDLINE (Medical Literature and Retrieval System on line).

Os critérios de inclusão das referências foram os seguintes: artigos publicados em português; artigos brasileiros; possuir recorte temporal entre os anos de 2009 a 2013 em virtude de se analisar as temáticas recentes referentes à enfermagem neonatal; devem abordar sobre a temática de enfermagem neonatal; e serem publicados na íntegra.

Os critérios de exclusão foram os artigos que possuem repetição nas bases de dados.

3.3 ASPECTOS ÉTICOS

Como não haverá envolvimento de seres humanos, não houve a necessidade de apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa.

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os artigos foram quantificados e categorizados de acordo com seu ano de publicação, local e suas temáticas. Após o levantamento de dados e leitura dos resumos é que foi possível descrever quais foram as temáticas utilizadas nos artigos. Este procedimento teve por finalidade auxiliar na organização, tabulação e análise dos dados.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O levantamento realizado identificou 347 artigosno período de 2009 a 2013, utilizando apenas o descritor “enfermagem neonatal”. Deste total, foram excluídos:30artigos que não estavam na íntegra, 39 porque não abordavam assunto relacionado à enfermagem neonatal, 8 por não se tratar de artigo científico e 13 por falha no acesso. Verificou-se, ainda, haver publicações indexadas em mais de um índice de referência, totalizando 200artigos distintos, conforme se verifica no organograma abaixo:

267 LILACS 47 SCIELO 33 MEDLINE

Excluídos:

- 30 por não estarem na íntegra - 57 por repetição nas bases de dados - 39 por não tratar da temática

- 13 por falha no acesso

- 8 por não ser artigo científico (Teses, dissertações, nota prévias, etc)

Figura 1 - Diagrama de fluxo dos artigos analisados. Rio de Janeiro, 2014

A tabela 1 apresenta dados sobre a quantidade dos artigos encontrados em cada índice de referência pesquisado:

347

200

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Tabela 1 – Distribuição dos artigos segundo índice de referência. Período 2009-2013. Rio de janeiro, 2014. ÍNDICE DE REFERÊNCIA N % LILACS 146 73 SCIELO 34 17 MEDLINE 20 10 TOTAL 200 100

Observa-se que as referências identificadas no LILACS, que cadastra publicações da América Latina e Caribe em língua portuguesa e espanhola, representam uma maior parcela, 147 (73%) publicações, quando comparadas com os demais índices de referência. Em contraposição, a MEDLINE apresenta o menor número de publicações, 20 (10%), por se tratar de uma base de dados bibliográficos dos Estados Unidos da América, apresenta a maioria de suas publicações no idioma inglês.

Figura 2 - Distribuição das publicações por ano de publicação. Período de 2009-2013. Rio de Janeiro, 2014. 0 10 20 30 40 50 60 2009 2010 2011 2012 2013

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De acordo com o gráfico, é possível observar que houve um crescimento contínuo entre os anos de 2009 (13%) à 2012 (25%), quase dobrando o número de publicações. Porém, no ano de 2013 houve uma queda de 7% dessas publicações, comparando ao ano de 2012.

Tabela 2 - Distribuição das publicações, segundo local. Período de 2009-2013. Rio de Janeiro, 2014.

LOCAL DE PUBLICAÇÃO N %

São Paulo 53 26,5

Rio de Janeiro 37 18,5

Ceará 24 12

Paraná 20 10

Rio Grande do Sul 16 8

Santa Catarina 16 8

Bahia 8 4

Pernambuco 5 2,5

Rio Grande do Norte 4 2

Minas Gerais 4 2

Espírito Santo 3 1,5

Brasília 2 1

Goiás 2 1

Mato Grosso do Sul 1 0,5

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Mato Grosso 1 0,5

Maranhão 1 0,5

Piauí 1 0,5

Sergipe 1 0,5

TOTAL 200 100

No que diz respeito aos locais onde foram realizados os trabalhos, observamos que o estado de São Paulo foi o que gerou mais artigos científicos (26,5%). Em seguida, Rio de Janeiro com 18,5% e Ceará com 12% das publicações encontradas entre os anos de 2009 à 2013.

De acordo com a busca, verifica-se que das 27 unidades federativas, sendo 26 estados e um distrito federal, houve pesquisa e divulgação de artigos em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal. Em relação às regiões, constata-se que a região sudeste foi a que mais apresentou publicações, sendo seu percentual de 48,5%, seguida pela região sul, com 26%, e região nordeste, com 22,5%. No recorte temporal, não houve nenhuma publicação na região norte, e apenas 3% na região centro-oeste.

A seguir, na tabela 3 apresenta a abordagem metodológica utilizada nas produções.

Tabela3 - Distribuição das publicações segundo abordagem metodológica. Período 2009-2013. Rio de Janeiro, 2014. ABORDAGEM N % Qualitativa 112 56 Quantitativa 80 40 Quanti-qualitativa 8 4 TOTAL 200 100

(28)

Há uma maior frequência de artigos nos quais foram utilizados a abordagem qualitativa, 112 (56%) publicações, quando comparada com os demais tipos de abordagens, quantitativa (40%) e quanti-qualitativa (4%).

Os conteúdos temáticos das publicações analisadas estão apresentados natabela a seguir.

Tabela 4 - Distribuição das publicações por conteúdo temático. Período de 2009-2013. Rio de Janeiro,2014.

CONTEÚDO TEMÁTICO N %

Processo de assistência de enfermagem ao RN 30 15

Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN 27 13,5

Fisiopatologia e quadro clínico neonatal 23 11,5

Dor no RN 18 9

Fatores maternos/perinatais e saúde do RN 14 7

RN no domicílio egresso da UTIN 14 7

Experiência dosenfermeiros no cuidado ao RN 12 6

Educação em saúde à família do RN 10 5

Perfil e competência/conhecimento profissional do enfermeiro 9 4,5

Presença/relação dos pais na UTIN 9 4,5

Ruídos na UTIN 8 4

Tecnologia e educação profissional 6 3

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Vivência da morte do RN na UTIN 5 2,5 Humanização do cuidado 4 2 Nutrição neonatal 2 1 Eventos adversos 2 1 Saúde do trabalhador 1 0,5 Qualidade assistencial 1 0,5 TOTAL 200 100

Processo de assistência de enfermagem ao RN

Este conteúdo temático compõe o maior número de artigos científicos publicados sobre enfermagem neonatal selecionados neste trabalho – 30 (15%). As temáticas identificadas nos artigos que integram esse conteúdo temático são: Diagnóstico de enfermagem, Intervenções, Assistência de enfermagem dispendida e requerida pelos recém-nascidos, Processo de trabalho, Demanda e controle do trabalho, Integralidade do cuidado, Técnica de lavagem das mãos, Avaliação da saúde de neonatos, Prevenção de complicações, Cuidado com a pele do RN prematuro, Critérios adotados para escolha de veias periféricas para punção venosa, Medidas de prevenção e controle das infecções, Qualidade da realização e registro do balanço hídrico, Estratégias utilizadas para incentivar e promover o aleitamento materno, Qualidade das prescrições de enfermagem, Inserção e manutenção do PICC (Cateter Central de Inserção Periférica), Dificuldades e contribuições da sistematização da assistência de enfermagem na visão de enfermeiros, e Preparo e administração de medicamento.

Segundo Marques e Melo (2011), na assistência a recém-nascidos de alto risco observa-se que a disponibilidade de recursos considerados essenciais pelo senso comum, tais como estrutura física de acordo com padrões técnicos, material permanente e de consumo em quantidade e qualidade adequadas e, uma equipe treinada e atualizada, não são suficientes para garantir a qualidade do cuidado prestado. Há componentes relacionados aos processos de trabalho, não identificados claramente no percorrer do dia-a-dia, que interferem de fato no produto final do

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trabalho em saúde, o cuidado. Um algo mais que agrega tanto o componente técnico como as (inter) relações que se estabelecem na organização do processo de trabalho e que, se não compromete a qualidade da assistência, pelo menos afeta sua efetividade.

A metodologia da assistência de enfermagem promove conhecimento científico específico, que pode ter na sistematização da assistência de enfermagem a autonomia necessária para desenvolver um trabalho consciente, eficiente e gratificante do ponto de vista de resultados positivos na assistência prestada. O enfermeiro precisa adquirir competência na identificação dos fatores de risco quando existem potenciais problemas. É necessário o conhecimento, além do raciocínio rápido e lógico, para a associação dos sinais e sintomas com as possíveis causas. A melhoria da qualidade na assistência de enfermagem configura a necessidade de revisar e modificar a prática e o papel do profissional de enfermagem no sentido de imprimir nova característica à sua atuação, garantindo o reconhecimento profissional (MOREIRA et al, 2012).

Geralmente, nas UTINs os procedimentos de terapêutica e diagnóstico são muito valorizados, o que acaba diminuindo outras possibilidades de cuidados. Porém, torna-se desafiador pensar que cuidar no sentido da integralidade vai além da necessidade de prolongar a vida, mas inclui considerar que o recém-nascido precisa criar e fortalecer vínculos e adquirir autonomia para levar a vida (DUARTE et al, 2009).

Moreira e cols. (2012) dizem que como prestador direto do cuidado ao paciente, o enfermeiro apresenta a busca pela qualidade da sua prática, por meio, dentre outros, da visão global da assistência, com identificação dos riscos e eventuais problemas e implementação de ações preventivas e corretivas. É preciso preencher lacunas ainda existentes no serviço de enfermagem na UTIN do estudo com vistas a colaborar para a assistência organizada e humanizada, com a individualização do cuidado, o planejamento das ações e a geração de conhecimento a partir da prática de enfermagem.

O volume de pesquisas realizadas e publicadas que compõe este conteúdo temático aponta o interesse de profissionais com a prática da enfermagem neonatal e com os detalhes que a integram. A responsabilidade do enfermeiro na assistência ao recém-nascido provoca indagações de como essa prática está sendo realizada e como pode ser mudada com evidências científicas. Esses artigos mostram a evolução da assistência aos recém-nascidos e, especialmente, aos prematuros. Ao se dedicar e se aprofundar nesses estudos, o enfermeiro se torna capaz de

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melhorar o processo clínico-assistencial, e assim fazer o julgamento e tomar a decisão que ofereça um melhor resultado.

Sentimentos dos pais em relação ao filho na UTIN

27 (13,5%) dos artigos compuseram esse conteúdo temático.Esses artigos referem-se a: Hospitalização do RN; Primeira visita ao filho internado; Sentimento do tocar o filho prematuro; Sentimentos vivenciados diante da cirurgia neonatal; Experiências com intervenções invasivas; Vivência em relação à complicações no parto; Vivência sobre a assistência recebida; Satisfação sobre o cuidado e orientações oferecidos pela equipe; Percepção sobre a vivência de uma programa de educação em saúde; Percepção sobre a comunicação com a equipe; Adaptação com o método da mãe canguru; Vivência da amamentação; e Significado para a mãe do ato de alimentar seu filho através do uso do copinho.

A grande quantidade de pesquisas relacionadas a este tema é uma novidade quando se compara com as publicações mais antigas. Com isso, é possível perceber como está sendo a importância que os enfermeiros estão dando aos sentimentos, vivências e experiências dos pais, principalmente das mães, que têm seus filhos recém-nascidos internados em uma unidade de terapia intensiva. O despertamento de que a assistência ao RN deve ser estendida à sua família está cada vez mais profundo (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

A hospitalização do filho é uma condição que gera danos emocionais para toda a família, principalmente para os pais. Apesar de conscientes de que o filho possa nascer e precisar de cuidados intensivos, os pais têm a esperança de que irão nascer saudáveis e que permanecerá junto aos pais em todo o momento. Quando isso não acontece e os pais se deparam com a situação da internação na UTIN e são surpreendidos por uma realidade que não esperavam (SCHMIDT et al, 2012).

A internação do recém-nascido prematuro na UTIN pode provocar desestruturação do núcleo familiar, por ser um acontecimento inesperado na vida de uma família. Mesmo quando é permitida a aproximação dos pais ao filho internado, há diferentes reações perante a situação vivenciada. Algumas mães parecem se entregar completamente ao filho, mantendo um intenso envolvimento. No entanto, a maioria desenvolve um processo mais lento, expresso por insegurança, medo, tristeza, ansiedade, sentimento de culpa e, por vezes, de rejeição,

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desencadeado pelo risco da morte do filho e pela perda do bebê imaginário, idealizado até o momento do parto (MELO; SOUZA; PAULA, 2012).

Além do processo de internação, ainda podem surgir outros fatores que debilitam ainda mais essa experiência para os pais, como cirurgias, intervenções invasivas, complicações, entre outras. Diante disso, a responsabilidade do profissional cresce ao tornar os pais participantes no cuidado ao bebê e nas decisões que deverão ser tomadas, além de passar confiança e segurança para estes indivíduos.

Reis e Santos (2011) afirmam que graças a transformações na neonatologia, o perfil de atenção em unidades especializadas de atendimento materno-infantil tem sido modificado. No cotidiano assistencial da enfermagem, pode-se observar contatos cada vez mais precoces com mulheres e familiares de crianças com diagnósticos de malformações que requerem intervenções cirúrgicas. Uma cirurgia na vida neonatal requer suporte em UTIN, o que demanda maior desgaste emocional da mulher, que convive com inúmeras incertezas sobre a saúde e a (im)possibilidade de sobrevivência do bebê. Apesar da importância desta temática, o estresse de pais de RN cirúrgicos internados em UTIN é um campo de estudo pouco explorado.

Fisiopatologia e quadro clínico neonatal

Neste conteúdo temáticos incluíram-se 11,5% dos artigos. As temáticas que fizeram parte deste conteúdo foram: Epidemiologia, Patologias, Prevalência e fatores associados à complicações, Avaliação de fatores e sinais de doenças, Incidência de reinternação e fatores associados, Importância do sono para o crescimento e desenvolvimento do RN, Sepse neonatal, Lesões de pele (características, incidência e prevalência), Respostas fisiológicas e comportamentais do RN, Perfil epidemiológico da mortalidade neonatal, Prevalência de malformações congênitas, Morbimortalidade de RNs internados e associação das variáveis, Fatores associados à infecção pelo uso do PICC, Manipulação a que são submetidos os prematuros, Classificação do RN segundo a complexidade assistencial e Perfil de morbidade de crianças em condições de riscos.

De acordo com Magalhães e cols. (2011), em uma UTIN são internados os recém-nascidos prematuros extremos, os que possuem alterações cardíacas e respiratórias, com instabilidade hemodinâmica, malformações congênitas e todos aqueles que necessitam de cuidados intensivos de uma equipe multiprofissional durante as vinte e quatro horas do dia. Na

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tentativa de melhorar seu estado clínico e auxiliá-lo a viver, o neonato internado na UTIN receberá cuidados urgentes, fazendo com que muitas vezes seja intubado, ventilado e perfurado durante um longo período.

O período neonatal trata-se de um período de adaptações anatômicas e fisiológicas para o recém-nascido. A imaturidade do sistema imunológico, a prematuridade e o baixo peso são fatores que predispõe à infecções no RN. O conhecimento da equipe de enfermagem em relação aos meios de transmissão de infecções auxilia na identificação de neonatos internados com maiores riscos (TOMAZ et al, 2011).

Diversas são as doenças e complicações que acometem os recém-nascidos, sendo anomalias congênitas ou não. O estudo da fisiopatologia é importante para a tomada de decisão de diversos cuidados, bem como a importância de intervenções necessárias. Explorar os fatores causadores de perturbações no quadro clínico do RN é imprescindível para uma boa atuação da enfermagem e um desenvolvimento de qualidade da criança.

Dor no RN

Neste conteúdo incluiu-se 9% dos artigos encontrados. Dentro da temática, os assuntos tratados nas publicações são:Identificação e avaliação da dor pela equipe de enfermagem, Cuidados oferecidos em procedimentos dolorosos, Implementação de medidas para o alívio da dor, Parâmetros utilizados para avaliação e intervenções, Intensidade da dor durante coleta de sangue arterial, Percepção dos enfermeiros sobre a dor no RN, Importância e dificuldade do uso das escalas de dor, Procedimentos considerados dolorosos pela equipe.

Apesar deste tema poder ser incluso na temática sobre fisiologia do RN, houve a necessidade de se destacar a evolução da pesquisa em relação à dor no recém-nascido. Ao se deparar com este resultado, visto que em publicações mais antigas esse tema não era discutido como é hoje, nota-se o interesse dos enfermeiros em se aprofundar na temática, e sua preocupação em entender mais sobre esse evento (ALMEIDA; KIMURA, 2003).

Silva, Chaves e Cardoso (2009) afirmam que acredita-se que todos os RNs que se encontram internados na UTIN recebam, em média, cerca de 50 a 150 procedimentos potencialmente dolorosos e que em RNs com menos de 1.000 gramas esse número chega a 500 ao longo de sua internação. No momento atual, uma atenção especial à dor e a busca de meios para diminui-la e até evitá-la podem ser um passo importante para a melhoria da qualidade de

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vida do RN internado em UTIN. Almejando uma atenção mais humanizada durante os procedimentos dolorosos, pode-se passar a intervir de forma vigorosa, de modo a atenuar esse sofrimento, minimizando as consequências da dor.

Crescêncio e cols (2009) dizem que os profissionais de saúde reconhecem que os recém-nascidos, principalmente os prematuros, estão expostos a diversos eventos estressantes, incluindo a dor. Para o alívio deste fator, o enfermeiro precisa de instrumentos que “decodifiquem” a linguagem da dor, para isso, usam as escalas. Os procedimento de alívio da dor são essenciais para o cuidado e suporte aos neonatos, e são várias as intervenções que podem ser utilizadas, farmacológicas e não-farmacológicas.

Há muitas discussões e controvérsias a respeito dos métodos para o alívio da dor no RN. E apesar dos avanços, ainda há dificuldade e falta de conhecimento por parte dos profissionais, distanciando a prática desses recursos terapêuticos. Ainda se vê muito a falta do preparo do profissional de saúde em aliviar a dor e o sofrimento do paciente. Portanto torna-se necessário a pesquisa e o estudo a respeito dessa temática, além da inclusão dos resultados dessas pesquisas na assistência de enfermagem.

Fatores maternos/perinatais e saúde do RN

Este conteúdo temático é composto por 7% dos artigos. É composto pelas seguintes temáticas: Fatores maternos e perinatais que repercutem na saúde do neonato, Resultados dos partos domiciliares, Complicações associadas às gestações múltiplas, Características sociodemográficas e obstétricas, Práticas obstétricas, Resultados de métodos não farmacológicos para o alívio da dor durante o trabalho de parto, Fatores de risco para baixo peso ao nascimento, Dimensões sociais que potencializam e/ou interferem com a amamentação, Inter-relações geracionais que interferem no cuidado do coto umbilical do RN; Perfil assistencial dos partos normais atendidos por enfermeiras e médicos, as similaridades e as diferenças nos resultados maternos e neonatais; Uso da episiotomia e sua associação com as alterações maternas e neonatais, Influência de variáveis sociodemográficas e Resultados perinatais de gestantes adolescentes e em idade tardia.

Segundo Salge e cols (2009), as causas perinatais são as principais causas de mortalidade infantil no país. O nascimento prematuro está associado a 75% da mortalidade neonatal e representa a causa mais frequente de morbidade neonatal, podendo estar relacionada a alguns

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fatores de risco demográficos e obstétricos, tais como: idade materna menor que 21 ou maior que 36 anos, baixo nível socioeconômico, antecedente de parto pré-termo, estatura materna inferior a 1,52 m, gestação gemelar, sangramento vaginal no 2º trimestre, amadurecimento cervical e aumento da atividade uterina antes da 29ª semana de gestação.

Gravena e cols. (2013) afirmam que a gravidez na adolescência, especialmente na adolescência precoce (menores de 15 anos), requer especial atenção para possíveis consequências prejudiciais à saúde materna e fetal. Estão relacionados à gravidez precoce, os riscos aumentados ao recém-nascido de baixo peso ao nascer, deficiências de micronutrientes e restrição do crescimento intrauterino, levando a alterações na evolução dessa gestação e no crescimento fetal, o que pode resultar também em parto prematuro. Já nas mulheres com gestação tardia, têm sido observados mais abortamentos espontâneos e induzidos, maior risco para mortalidade perinatal, baixa vitalidade do recém- nascido, baixo peso ao nascer, parto pré-termo e fetos pequenos para idade gestacional.

Avanços na assistência perinatal têm melhorado muito a sobrevida dos recém-nascidos. Porém, a prematuridade continua sendo a principal causa de morbidade e mortalidade neonatal, representando um dos maiores desafios para o fornecimento de uma assistência profissional de qualidade. Portanto, a identificação das alterações maternas, fetais e neonatais é de fundamental importância para o planejamento de ações de prevenção e de melhoria da qualidade da assistência de enfermagem prestada às gestantes no pré-natal, parto e puerpério, bem como ao RN prematuro durante todo o período neonatal.

RN no domicílio egresso da UTIN

Foram identificadas 7% das publicações, cujas temáticas abordam: Suporte materno para o cuidado com RN prematuro, Crescimento da criança prematura, Interação da família com o RN prematuro após a alta hospitalar, Acompanhamento do cuidado, Percepções dos familiares, Rede e apoio social de famílias; Características das famílias e RNs que receberam visita domiciliar, problemas encontrados e intervenções realizadas; Vivência da enfermeira domiciliar no cuidado transpessoal às famílias, Percepção da mãe sobre a alta hospitalar e o cuidado do RN prematuro no domicílio, e Variáveis maternas e neonatais associadas ao início do aleitamento materno exclusivo após a alta hospitalar.

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A criança enquanto encontra-se na unidade de terapia intensiva é assistida por um equipe interdisciplinar, onde recebe todo o cuidado necessário, através de um forte aparato tecnológico e farmacológico, além de profissionais que possuem conhecimento para atender sua demanda de cuidados. Porém, com a recuperação, a criança recebe alta para o domicílio com diversas recomendações e prescrições de medicamentos, os quais requerem da família instrumentos para sua implementação, além dos cuidados pertencentes a qualquer recém-nascido (Moraes e Cabral, 2004).

Apesar da mudança de ambiente, o RN continua necessitando de cuidados, os quais muitas vezes a família não tem o pleno conhecimento para executar. Além disso, com a internação e a falta de proximidade do bebê com a família, a criação do vínculo se torna mais difícil e os pais, diversas vezes, não conseguem lidar com certos problemas que surgem, inclusive com o aleitamento materno. Para isso, torna-se necessário o acompanhamento desta família após a alta hospitalar e o suporte para os pais até a adaptação completa dos mesmos e do bebê.

De acordo com Vieira e Mello (2009), a continuidade da atenção da criança deve ser incrementada, visando o seguimento e o suporte adequado ao egresso das UTINs e suas famílias, pois o cuidado não deve se limitar ao momento de hospitalização, mas sim ser ampliado para o extra-hospitalar que objetivará a sobrevida desses bebês com qualidade.

Experiência dos enfermeiros no cuidado ao RN

Compõe este conteúdo temático 6% das publicações encontradas. Este conteúdo agrupa as questões sobre: Experiências, Significado de realizar o cuidado, Significados da prática de terapia IV, Vivência do cuidado na presença dos pais, Significado do toque, Imaginário em relação aos pais, Construção/desenvolvimento da relação mãe/recém-nascido, Desafios e estratégias.

Segundo Merighi e cols. (2011), a enfermeira assume papel importante no contexto da UTIN, pois desenvolve trabalhos colaborativos com o médico nas estratégias e decisões, presta cuidados diretos ao neonato e dá suporte para sua família. No entanto, são muitas as dificuldades que a enfermeira enfrenta no que se refere à interação, especialmente em relação às necessidades de os pais do recém-nascido exporem seus sentimentos. Em virtude das características desses locais, as enfermeiras e demais profissionais de saúde que ali desenvolvem suas atividades se encontram quase sempremuito envolvidos em procedimentos de alta complexidade. Nesse sentido, as relações interpessoais podem ser comprometidas.

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As UTINs, em geral, possuem uma rotina rodeada de incertezas, instabilidade, imediatismo evariabilidade, podendo ser geradoras de estresse aos profissionais. Ao mesmo tempo exigem a atuação de profissionais comprometidos e capacitados, conciliando a competência, agilidade e destreza técnica com sensibilidade a perceber as necessidades individuais de cada neonato. A equipe na UTIN, especialmente enfermeiros, lida com situações emocionais difíceis. A fragilidade e sofrimento de um bebê prematuro extremo, a morte, sentimentos de ansiedade e insegurança por parte dos familiares são constantes em seu cotidiano profissional. Estes fatores são acompanhados, muitas vezes, por intercorrências que requerem, simultaneamente, habilidade técnica, conhecimentos específicos e atualizados, agilidade, sensibilidade e que podem, desta forma, gerar nestes trabalhadores estresse tanto físico como mental (KLOCK; ERDMANN, 2012).

Educação em saúde à família do RN

Abrangendo 5% dos artigos, esta temática agrupa conteúdos acerca de: Necessidade da educação, Procedimentos e estratégias empregados para o preparo do familiar para a alta hospitalar, Orientações oferecidas às famílias na percepção dos enfermeiros, Percepção dos profissionais e pais em relação ao planejamento e efetivação da alta do RN, Orientações e práticas junto aos cuidadores de crianças com estomas para o autocuidado e cuidado para a alta hospitalar,e Ambiente digital de aprendizagem sob a perspectiva do usuário.

Devido a internação do neonato na unidade neonatal, há um separação precoce do binômio mãe-bebê. Com a impossibilidade dos pais ter o livre acesso a seu bebê, eles sofrem e ocorre a dificuldade da formação e do fortalecimento dos laços afetivos, o que é fundamental para ambos. Sendo assim, é incentivada a entrada precoce da mãe nas unidades neonatais e sua participação nos cuidados do filho, para que depois da alta, a mãe não tenha tanta dificuldade ao realizar esses cuidados.

Nietsche e cols. (2012) afirmam que apesar da atenção neonatal experimentar, atualmente, importantes avanços com a incorporação de novas tecnologias, ainda persiste a dificuldade na implementação de ações de educação em saúde que garantam a continuidade da assistência ao RN no domicílio, provocando fragmentação na atenção à saúde. Durante o período de internação, com frequência, o RN desenvolve patologias associadas aos procedimentos realizados em prol de sua sobrevivência, o que, muitas vezes, repercute em seu desenvolvimento futuro. Sendo assim,

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não basta oferecer acompanhamento rigoroso apenas durante sua permanência na unidade intensiva, mas também é fundamental acompanhá-lo na alta para unidades de cuidado intermediário, baixa complexidade e domicílio.

A orientação no momento da alta consiste em um elemento principal e deve envolver alguns temas de destaque sobre a saúde do bebê e possíveis situações no ambiente domiciliar. Além disso, os pais desejam nesse momento receber informações úteis a seu filho e que reportem dados da condição de saúde dele. É importante que a linguagem est eja no nível cultural de cada família, respeitando as característica e necessidades individuais, para que haja uma compreensão por parte destes familiares. Estas orientações podem ser oferecidas através de materiais didáticos, ao quais podem modificar a prática de educação em saúde e auxiliar as famílias na compreensão de informações importantes (CHIODI et al, 2012).

A alta da UTIN é considerada algo crítico, que exerce grande influência na integralidade e continuidade do cuidado, pois alguns pais apresentam dúvidas e inseguranças em relação aos cuidados básicos com o(a) filho(a) e quanto à possibilidade de necessitarem, temporária ou permanentemente, de cuidados especiais e de suporte tecnológico domiciliar. Portanto, o planejamento do processo de alta hospitalar pelos profissionais de saúde e o acesso às informações sobre a continuidade da assistência no domicílio pelos pais é determinante à qualidade do cuidado prestado ao RN. Entretanto, as ações de educação em saúde nesse processo geralmente são feitas às vésperas do bebê ir para casa, quando acontecem, gerando ansiedade e dúvidas (NIETSCHE et al, 2012).

A educação em saúde à família do RN, não só na alta, mas durante a hospitalização, é importante para que os pais se sintam seguros em casa e possam compreender o crescimento de seus filhos, bem como a importância do acompanhamento. A equipe deve conhecer a necessidade de cada família e oferecer o empoderamento no cuidado de seu próprio filho.

Perfil e competência/conhecimento profissional do enfermeiro

Esse conteúdofoi composto por 4,5% das publicações. Estes artigos relatam de conhecimentos sobre: Controle de infecção, Técnica de inserção do PICC, Uso de CPAP, Uso de sonda orogástrica; Desenvolvimento infantil, fatores de risco e mecanismos de proteção; Conhecimento e prática, Conhecimento após ações educativas, Percepção teórica acerca da

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triagem neonatal e Competência requeridas/desenvolvidas nas atividades em articulação com a saúde.

Silva e cols. (2010) destacam que os enfermeiros por serem profissionais de nível superior e, por sua vez, possuírem maiores responsabilidades quanto ao cuidado desempenhado aos RN nas unidades neonatais, precisam estar atentos aos avanços técnico-científicos e reconhecerem que a diversificação de suas atividades exige que se atualizem, se desenvolvam e contribuam para a especialização, o ensino e a atualização da equipe e de profissionais afins na área de assistência ao RN grave.

A morbidade dos recém-nascidos de risco pode ser diminuída ou amenizada consideravelmente pela intervenção precoce. Para isso, uma ação adequada dos enfermeiros implica, entre outros aspectos: (a) dominar conceitos básicos sobre o desenvolvimento de bebês em situação de risco, especialmente os nascidos prematuros e com baixo peso (menos que 2.500 g ao nascimento); (b) conhecer os fatores de risco e os mecanismos de proteção ao desenvolvimento do bebê; e (c) ser capaz de perceber e propor mudanças nas rotinas e nos procedimentos da UTIN que minimizem os impactos da internação no desenvolvimento do neonato. A compreensão desses aspectos pode permitir ao profissional atuar preventivamente naquelas situações de potencial risco, minimizando os possíveis efeitos negativos no desenvolvimento do bebê (RAMOS et al, 2010).

Segundo Belo e cols. (2012), com o avanço da tecnologia, a sobrevida de neonatos com idade gestacional e peso de nascimento cada vez menores tem aumentado. Com isso, torna-se necessário uma equipe altamente especializada que tenha conhecimento técnico-científico para prestar uma assistência de qualidade a essa clientela diferenciada.

Presença/relação dos pais na UTIN

Com 4,5% dos artigos encontrados, este conteúdo temático traz discussões acerca dos seguintes temas: Motivo da permanência da mãe, Relação da mãe com a equipe, Cuidado às mães, Processo de comunicação entre a equipe e a família, Presença da família na UTIN; Acolhimento aos pais na percepção da equipe e Elaboração de estratégias para a relação profissionais/familiares.

Frello e Carraro (2012) dizem que a internação de um filho em uma UTIN é uma experiência delicada e desafiadora para as mães e suas famílias. As relações estabelecidas com a

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equipe de saúde, especificamente a enfermagem que permanece todo o tempo junto do neonato, influencia na vivência da mulher junto ao seu bebê fato que destaca a importância de se refletir sobre as relações interpessoais em uma UTIN.

Durante a internação, os pais acabam passando muito tempo na unidade, sendo muito significativa uma relação próxima com a enfermeira do setor. O profissional vivencia essa intimidade extremamente necessária para uma relação de confiança. Nessa relação entre enfermeira-mãe-RN, os pontos importantes são: a presença autêntica, a escuta atentiva, o estar com a mãe, o diálogo e a educação em saúde.

A comunicação na enfermagem é indispensável, pois a compreensão de mensagens emitidas pode fazer grande diferença quando se procura estabelecer relação terapêutica. Assim, o cuidado centrado na família permite que se estabeleça um cuidado individualizado, fazendo com que mãe e pai se sintam mais seguros, diminuindo a ansiedade ao estabelecer uma relação terapêutica com a equipe de enfermagem (FRELLO; CARRARO, 2012)

Ruídos na UTIN

Esse conteúdo temático abrange 4% das publicações, os quais tratam sobre: Impacto de um programa participativo na redução do ruído, Fatores causadores e mensuração, Nível de pressão sonora e suas fontes, Conhecimento e percepção de profissionais sobre as repercussões de ruído e Repercussões do ruído sobre as mães e RNs.

Ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos aumentaram a sobrevida dos recém-nascidos, especialmente os prematuros, eles também aumentaram a permanência dos RNs dentro na UTIN, na qual estão vários aparelhos que produzem sons, como incubadoras, bombas de infusão e ventiladores mecânicos, os quais se misturam às vozes da equipe e visitantes.

De acordo com Cardoso e cols. (2010), estudos indicam que um dos graves problemas da UTIN é o ambiente com níveis sonoros altos, que compromete o desenvolvimento e crescimento, em particular nos RN prematuros, extremamente sensíveis ao lugar. Os ruídos do ambiente são agravantes para o RN. A verificação do nível de ruídos dentro da unidade é uma preocupação por parte dos profissionais envolvidos em melhorar a qualidade da assistência neonatal.

Peixoto e cols. (2011) afirmam que os efeitos deletérios do ruído observados entre os prematuros são: apneia, lesão da cóclea, perda da audição e distúrbio do sono, que por sua vez provoca agitação e irritabilidade, aumento do choro e da pressão intracraniana, predispondo o

Referências

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