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Execução contra a Fazenda Pública. Sistema diferenciado daquele existente para a execução contra o particular.

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Execução contra a Fazenda Pública. Sistema diferenciado daquele existente para a execução contra o particular.

Parcela da doutrina afirma como “falsa a execução” (Candido Rangel Dinamarco) ou “execução imprópria” ( Humberto Theodoro Junior ) ou que “a Fazenda Pública não é verdadeiramente executada” (

Marcelo Abelha Rodrigues ).

É esse o caso da execução de obrigação de pagar quantia certa direcionada contra a Fazenda Pública, modalidade especial de execução que se justifica, primordialmente, em razão do regime constitucional de precatórios (artigo 100 da Constituição), que impõe à Fazenda Pública forma diferenciada de pagamento judicial em razão (i) da indisponibilidade e da impenhorabilidade dos bens públicos ( princípio da continuidade do serviço público) ; (ii) da isonomia e (iii) do necessário planejamento orçamentário.

Com o CPC/2015, contudo, houve a cisão: a execução de obrigação de pagar quantia certa contra a Fazenda Pública fundada em título judicial passou a seguir o rito do cumprimento de sentença, regulado pelos artigos 534 a 535; a execução fundada em título extrajudicial, de sua vez, encontrou normatização no artigo 910, no rito da execução por título extrajudicial. Existe, entretanto, um sistema de complementariedade.

NCPC Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: (...)

IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

Conceito de Fazenda Pública

» Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno

União, Estados, DF e Municípios e suas Respectivas Autarquias e Fundações com Natureza de Autarquias.

Sistema de Precatórios para as Sociedades de Economia Mista

... Com base nessa orientação, a Segunda Turma negou provimento a agravo regimental em que se pleiteava a aplicação do regime jurídico de execução das empresas privadas às sociedade de economia mista. A Turma afirmou que sociedade de economia mista prestadora de serviços de abastecimento de água e saneamento que prestasse serviço público primário e em regime de exclusividade - o qual corresponderia à própria atuação do Estado, sem obtenção de lucro e de capital social majoritariamente estatal - teria direito ao processamento da execução por meio de

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precatório” (RE 852302 AgR/AL, rel. Min. Dias Toffoli, 15.12.2015 – RE-852302 – Noticiado no Informativo Semanal n.º 812).

ARRESTO DE VERBAS PÚBLICAS

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 14ª Câmara Cível

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0037763-79.2013.8.19.0000 AGRAVANTE: FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI

AGRAVADO: ANDRÉ LUIS DE PÁDUA GOES

RELATOR: DESEMBARGADOR JUAREZ FERNANDES FOLHES

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO. MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO DE LIMINAR EM FACE DE SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE NITERÓI E SECRETÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE E DEFESA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. DECISÃO CONCEDENDO A LIMINAR PLEITEADA DETERMINANDO AOS RÉUS O FORNECIMENTO DA MEDICAÇÃO NECESSÁRIA AO TRATAMENTO DA DIABETES DO AUTOR E DETERMINANDO A INTIMAÇÃO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE DE NITERÓI. O AUTOR INFORMOU QUE INOBSTANTE DETERMINAÇÃO JUDICIAL, A FUNDAÇÃO RÉ NÃO VEM CUMPRINDO A OBRIGAÇÃO DE FORNECIMENTO DOS MEDICAMENTOS. O JUÍZO A QUO DEFERIU O ARRESTO EM CONTA TITULADA PELA RÉ PARA A AQUISIÇÃO DOS MEDICAMENTOS PELO PRAZO DE TRÊS MESES. Fundação que agravou da decisão. Alega que não foram preenchidos os requisitos para o deferimento da tutela antecipada; que o fornecimento dos medicamentos esbarra na reserva do possível; que o autor não demonstrou cabalmente a insuficiência econômica e que o bloqueio de verba pública ofende ao disposto nos artigos 100 da CRFB e 730 do CPC. O AGRAVO DE INSTRUMENTO NÃO MERECE PROSPERAR. Quanto à alegada ofensa ao artigo 100 da CRFB, também não prosperam as alegações, uma vez que tal assunto já foi objeto de uniformização da jurisprudência deste Tribunal de Justiça, resultando no verbete sumular nº 178, verbis:

Nº. 178 "Para o cumprimento da tutela específica de prestação unificada de saúde, insere se entre as medidas de apoio, desde que ineficaz outro meio coercitivo, a apreensão de quantia suficiente à aquisição de medicamentos junto à conta bancária por onde transitem receitas públicas de ente devedor, com a imediata entrega ao necessitado e posterior prestação de contas."

Por último, quanto à alegada ofensa à reserva do possível, cumpre que seja trazido o verbete sumular nº 180 deste Tribunal de Justiça, verbis:

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Nº. 180 "A obrigação dos entes públicos de fornecer medicamentos não padronizados, desde que reconhecidos pela ANVISA e por recomendação médica, compreende se no dever de prestação unificada de saúde e não afronta o princípio da reserva do possível."

REVISÃO DA MATÉRIA

Cumprimento de Sentença

• Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública

Juizados Especiais Fazenda Pública Estaduais – Lei 12.153/09 – Artigo 2º, § 4º - Competência Absoluta

– Artigo 11 – Não Haverá Reexame Necessário – Artigo 13 - RPV

» “Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado: I – no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz à autoridade citada para a causa, independentemente de precatório, na hipótese do § 3o do art. 100 da Constituição Federal”

• Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública Juizados Especiais Federais – Lei 10.259/01 – Artigo 3º, § 3º - Competência Absoluta

– Artigo 13 – Não Haverá Reexame Necessário – Artigo 17 - RPV

» “Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.”

• Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública – Precatórios – Artigo 100 CRFB/88

RPV – Artigo 100 §§ 3º e 4º CRFB/88

» “§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.” – 2016 – R$ 5.189,82

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• Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública – União/INSS – 60 Salários-Mínimos – R$ 52.800,00 » Artigo 3º Lei 10.259/01 Estados e Municípios » Artigo 87, I e II do ADCT » Artigo 13 § 3º, I e II da Lei 12.153/09 » 40 salários-mínimos – Estados/DF – R$ 35.200,00 » 30 salários-mínimos – Municípios – R$ 26.400,00

• Cumprimento de Sentença contra a Fazenda Pública

Sequestro dos Valores – Não Atendimento a Requisição de RPV » Artigo 17, § 2º da Lei 10.259/01

» Artigo 13, § 1º da Lei 12.153/09

» Poder Geral Juiz – Artigo 139, IV NCPC – Não há regra expressa no NCPC

» Precatório – Artigo 100 § 6º CRFB/88 – Preterida a Ordem de Pagamento

EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA CAPÍTULO V

DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

Art. 910. Na execução fundada em título extrajudicial, a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias.

§ 1o Não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal.

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§ 2o Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. Vide art. 917, VI CPC.

§ 3o Aplica-se a este Capítulo, no que couber, o disposto nos artigos 534 e 535.

• Execução contra a Fazenda Pública – Artigo 910 NCPC

» Título Executivo Extrajudicial

» Correspondência ao Artigo 730 CPC/73

• Remissão Expressa aos Artigos 534 e 535 NCPC

Citação para Embargos – Artigo 910 c/c 231, II NCPC – Juntada do Mandado – Artigo 242 § 3º NCPC

– Processo Eletrônico – Artigo 246 NCPC

• Prazo Embargos – 30 Dias – Isonomia com a Lei 8.213/91 – INSS e Artigo 1º B da Lei 9.494/97 (MP 2180-35/2001)

• Embargos – Matéria Ampla – Equiparação do Particular – Artigo 910 § 2º NCPC

– “§ 2º Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento.”

• Efeito Suspensivo

– Na Doutrina Automático - Artigo 910 § 1º NCPC – Na Jurisprudência – Controvérsia - STJ

• Súmula 279 STJ – “É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública.” – Nota de Empenho – Título Extrajudicial

• Súmula 339 STJ – “É cabível ação monitória contra a Fazenda Pública.” Regras Gerais (In)compatíveis

» Cumprimento Provisório – Artigo 100 CRFB/88 e Artigo 496 NCPC – Sentença e Reexame Necessário

Divergências - Repercussão Geral STF RE 573.872/RS – Tema 45 - “CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE DÉBITOS DA FAZENDA PÚBLICA. VIOLAÇÃO AO ART. 100 DA CONSTITUIÇÃO. EMENDA CONSTITUCIONAL 30/2000. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Precedentes nesta Corte quanto à matéria. Questão relevante do ponto de vista econômico, social e jurídico que ultrapassa o interesse subjetivo da causa.”

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• Princípios e Regras Gerais do Cumprimento de Sentença – Artigo 513 a 519 NCPC

» Descabimento Protesto – Bens Públicos Inalienáveis e Impenhoráveis impedem a intimação / citação para pagamento, mas sim para impugnação / embargos.

» Descabimento Multa Artigo 523, § 1º NCPC – Incompatível com o Sistema de Precatórios

» Possibilidade das Sanções de Litigância de Má-fé e por Ato Atentatório a Dignidade da Justiça

– Artigo 80 NCPC – Artigo 774 NCPC

1 Destaca-se que não cabe contra a Fazenda Pública a multa de 10% (dez por cento) pelo não-pagamento espontâneo no prazo de quinze dias a contar da intimação, prevista no artigo 523, § 1º, CPC 2015. Explica-se: não poderá incidir nenhuma apenação contra a Fazenda Pública pela não-prática de um ato que não poderá por ela ser praticado, dado o fato de o já mencionado regime constitucional de precatório submeter o pagamento judicial pelo ente Fazendário.

2 No CPC/2015, porém, o § 2º do artigo 535 e o § 3º do artigo 910 são enfáticos ao impor à Fazenda Pública que, quando alegar, em impugnação, que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante do título, declare de imediato o valor que entende correto, sob pena de não conhecimento da arguição.

• Precatório – elaboração pelo juiz de primeiro grau e encaminhamento ao Presidente do Tribunal - expedição e repasse pelo Presidente do Tribunal.

SÚMULA N. 311 STJ Os atos do presidente do tribunal que disponham sobre processamento e pagamento de precatório não têm caráter jurisdicional.

• R.P.V. ( Requisição de Pequeno Valor) – ordem expedida pela autoridade judicial à autoridade da Fazenda Pública responsável para pagamento da quantia devida.

PRECATÓRIOS

QUESTÃO DE ORDEM NAS ADIS 4.357 E 4.425

EMENDA CONSTITUCIONAL 62, de 2009. Chamada de “EC do CALOTE”

ADCT artigo, 97. Como bem afirmado na ADI 4.357, DF, tal inovação é “uma verdadeira zombaria, galhofa que faz ao jurisdicionado a ao próprio poder judiciário”.

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação

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dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação da EC 62/2009) (Vide EC 62/2009)

Dispensa de precatório. Art. 100, CF 88. § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

RJ quer reduzir teto de RPVs de 40 para 15 salários mínimos PROJETO DE LEI Nº 2249/2016.

Artigo 100 § 3º da Constituição Federal

Fundamentos: Existe uma autonomia conferida a cada ente político, estabelecendo o texto constitucional a possibilidade de que leis próprias redefinam tal limite em atenção às suas diferentes capacidades econômicas, desde que superior ao valor do maior benefício do Regime Geral de Previdência Social (CF/88, art. 100, § 4º). Segundo o Estado do Rio de Janeiro, diversos foram os Estados que exerceram tal prerrogativa, em uma inclinação por reduzir o limite provisório constitucional inclusive já chancelado pelo Supremo Tribunal Federal (ADIn nº 2.868/PI, Rel. p/ Acórdão Min. Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, j. em 02/06/2004). Na região Sudeste, a rigor apenas no Estado do Rio de Janeiro remanesce o limite original de 40 (quarenta) salários mínimos, incorporado pelo art. 26, I, da Lei Estadual nº 5.781/10: vigora, no Estado de São Paulo, limite de aproximadamente 30 (trinta) salários mínimos, ao passo que em Minas Gerais e no Espírito Santo o patamar não supera 15 (quinze) salários mínimos.

Algumas considerações

OBS 1: Existe uma ADI 5440 – STF em andamento sobre o mesmo tema.

OBS 2: No âmbito federal, o pequeno valor foi determinado pelo art. 17, § 1º da Lei dos Juizados Federais (L. 10.259, de 2001) e confirmado pela Resolução 373, de 2004 do Conselho da Justiça Federal em 60 salários mínimos.

OBS 3: O art. 997, § 12 do ADCT ( EC 62, de 2009 ) estabeleceu um prazo de até 180 dias a contar da publicação da emenda constitucional para a fixação de outro valor. O ERJ quedou-se silente.

Supremo decide que Estados e Municípios terão até fim de 2020 para zerar precatórios. Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu em 25.03.2015, o julgamento sobre as regras para pagamento dos precatórios - dívidas do Poder Público. Os Estados e municípios que possuem as dívidas acumuladas terão que zerar os estoques até o final de 2020. O Tribunal derrubou em 2013 trechos da emenda constitucional 62 de 2009, conhecida como PEC dos Precatórios. A partir de então, os ministros passaram a votar as regras que seriam utilizadas para o pagamento das dívidas. A emenda dava “sobrevida de 15 anos ao parcelamento dos precatórios” e previa a correção dos valores pelo índice que corrige a poupança, a Taxa Referencial (TR). Com a decisão

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desta quarta, contudo, o prazo passa a ser de cinco anos para pagamento das dívidas a contar de 1º de janeiro de 2016. A correção será realizada por dois índices. Até a data final do julgamento - 25 de março de 2015 - os créditos em precatórios devem ser corrigidos pela TR. A partir desta quinta, 26, contudo, deve ser utilizado o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como índice de correção.

Impossibilidade de o credor receber parte em RPV e o restante em precatório:

É vedado o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para que o credor receba parte do valor devido sem precatório (como pequeno valor) e o restante por precatório (§ 8º do art. 100, da CF). Ex: José tinha direito de receber da União 70 salários mínimos; não pode receber 60 salários mínimos agora (sem precatório) e deixar para receber os 10 salários mínimos restantes por meio de precatório.

Possibilidade de renunciar ao que excede o “pequeno valor” para receber sem precatório:

O credor poderá, no entanto, renunciar ao valor que exceder o quantum de pequeno valor para receber tudo sem precatório. Ex: João tinha direito de receber da União 70 salários mínimos; decide renunciar a 10 salários mínimos e receber todos os 60 salários mínimos sem precatório. Isso está previsto no parágrafo único do art. 87 do ADCT da CF/88.

Advogado pode receber os honorários advocatícios mediante RPV ainda que o crédito principal seja executado por meio do regime de precatórios

Súmula Vinculante 47

Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.

DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL

AGRAVO DE INSTRUMENTO N° 0002865-06.2014.8.19.0000

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE DETERMINOU A EXPEDIÇÃO DE REQUISIÇÃO DE PEQUENO VALOR PARA PAGAMENTO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, E DE PRECATÓRIO PARA PAGAMENTO DO DÉBITO PRINCIPAL. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE FRACIONAMENTO DOS DÉBITOS DEVIDOS PELA FAZENDA PÚBLICA. INTELIGÊNCIA DO § 8º DO ARTIGO 100 DA CRFB. VERBA PERTENCENTE AO ADVOGADO. AUTONOMIA EM RELAÇÃO AO DÉBITO PRINCIPAL. NATUREZA ALIMENTAR. PREFERÊNCIA DE PAGAMENTO SOBRE OS DEMAIS DÉBITOS, NOS TERMOS DO ARTIGO 100, § 1º DA CRFB. SÚMULA Nº 135 DESTE E. TJRJ. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. ARTIGO 557, CAPUT, DO CPC.

“(...) Ocorre que, ao contrário da tese lançada pelo Agravante, a proibição constante no dispositivo é o fracionamento do débito principal, não se incluindo, aqui, a quantia devida a título de honorários advocatícios. Outrossim, o artigo 23 da Lei 8.906/94 determina que os honorários incluídos na

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condenação pertencem ao advogado, que tem a faculdade de executá-los de forma autônoma, por possuírem natureza alimentar e preferência sobre os demais débitos, nos termos do § 1º do artigo 100 da Constituição da República. Aliás, essa controvérsia já foi pacificada por este E. Tribunal de Justiça, ao editar o Verbete Sumular nº 135, mantido pelo C. Órgão Especial, por unanimidade, no Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 0017935-68.2011.8.19.0000.

TJRJ “Súmula nº 135. Os honorários advocatícios de sucumbência constituem verba autônoma de natureza alimentar, podendo ser objeto de requisição específica e independente de requisitório correspondente à condenação devida a parte.”

Desta forma, verificado o caráter alimentar e a autonomia daquela verba, plenamente cabível seu pagamento por meio de requisição de pequeno valor, na medida em que o débito perfaz o valor de até quarenta salários mínimos, nos termos do artigo 87 do ADCT.

“Art. 87. Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;”

Art. 100, CF 88. § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

Crítica: O ramo de compra de precatórios oficializado pela EC 62, de 2009. Estímulo à demora e descaso estatal § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO Mudanças e Impactos

com a Lei 13.105, de 16.03.2015.

O novo Código de Processo Civil trouxe grandes mudanças nas execuções fiscais? Análise das Leis 6830, de 1980 e 13.105, de 2015.

A Lei de Execução Fiscal (LEF) 6.830/80 é clara quanto à aplicação das regras do processo civil de forma subsidiária. Essa Lei foi alterada por leis posteriores. Não existe um Código de Processo Tributário.

Art. 1º - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.

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Executivo Fiscal - Lei 6.830/80 Fazenda Pública Credora

Aplicação Subsidiária da Lei Processual Geral – NCPC CDA – Título Executivo Extrajudicial

Artigo 3º LEF

Artigo 784, IX NCPC

Executivo Fiscal - Lei 6.830/80

Citação – Pagamento ou Garantia do Juízo

“Art. 8º - O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução...”

“Art. 16, § 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.”

• A especialidade (?) da lei de execução fiscal e a generalidade do NCPC.

• A existência ou não de antinomias ou conflito de regras que determinem a aplicação de algum critério para definição se normas especiais teriam sido atingidas por novas regras gerais. • Há regras na lei de execução fiscal que refletiam o sistema geral. Então, há regras dentro da lei

de execução fiscal que são gerais, não decorrem da relação entre o contribuinte e o fisco. • As mudanças benéficas poderão ser arguidas no processo judicial tributário, como o incidente

de desconsideração da personalidade jurídica?

Questões polêmicas

1ª questão: necessidade ou não de garantia prévia do juízo para embargar no executivo fiscal.

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Artigo 16, § 1º LEF

Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados: (...) III - da intimação da penhora.

§1º - não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução (...). NCPC Art. 914

Art. 914- O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos.

Parte da doutrina entende que a unidade da execução e de seus modelos restou desfeita com o advento da Lei nº 6.830/1980, que passou a dispor sobre a execução fiscal. O legislador entendeu

ser necessário haver uma disciplina própria para a cobrança da Dívida Ativa do Poder Público, conferindo-lhe algumas garantias ou benefícios não presentes na execução civil, regulada no

CPC

“Em face do princípio da especialidade, no caso de conflito aparente de normas, leis especiais sobrepõem-se às gerais. Desta forma, tratando-se a LEF de uma norma especial, deve prevalecer sobre o disposto no CPC, de modo que a admissão de embargos do executado somente seria viável após garantida a execução, por qualquer meio em direito admitido.” Vide STF RE 781047 / SE, que entendeu ser matéria de cunho reflexo à Constituição. “Atualmente, revogada essa exigência geral, não há mais garantia do juízo para a oposição dos embargos, devendo deixar de ser feita tal existência também na execução fiscal. Aqui, não se trata de norma geral atingindo norma especial, mas de norma geral atingindo norma geral. A norma não é especial por estar inserida num diploma legislativo extravagante ou específico, mas por retratar uma situação peculiar ou por estar inserida num regime jurídico próprio. Na lição de Norberto Bobbio, "lei especial é aquela que anula uma lei mais geral, ou que subtrai de uma norma uma parte da sua matéria para submetê-la a uma regulamentação diferente (contrária ou contraditória). (...) A passagem da regra geral à regra especial corresponde a um processo natural de diferenciação das categorias, e a uma descoberta gradual, por parte do legislador, dessa diferenciação. Verificada ou descoberta a diferenciação, a persistência na regra geral importaria no tratamento igual de pessoas que pertencem a categorias diferentes, e, portanto, numa injustiça". Leonardo José Carneiro da Cunha.

O novo CPC introduz regra que poderá, em muitos casos, inibir a sua oposição dos embargos do devedor, pois nos termos do art. 918 e parágrafo único, quando protelatórios e considerados atentatórios à dignidade da justiça, será aplicada multa de até 20% do valor da causa (art. 77 § 2º).

Orientação consolidada pela Primeira Seção no julgamento do Recurso Especial 1.127.815/SP, submetido ao regime dos recursos repetitivos (art. 543-C do CPC). A insuficiência de penhora não é causa suficiente para determinar a extinção dos embargos do devedor. A insuficiência de penhora não é causa bastante para determinar a extinção dos embargos do devedor, cumprindo ao magistrado, antes da decisão terminativa, conceder ao executado prazo para proceder ao reforço,

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à luz da sua capacidade econômica e da garantia pétrea do acesso à justiça. (Precedentes: REsp 973.810/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/10/2008, DJe 17/11/2008; REsp 739.137/CE, Rel.Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/10/2007, DJ 22/11/2007; AgRg no Ag 635829/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, DJ 18/04/2005; REsp 758266/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 22/08/2005).

2ª questão: aplicação ou não do incidente de desconsideração da personalidade jurídica nas execuções fiscais

Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM) trouxe dois Enunciados, a saber:

Enunciado 53: “O redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente prescinde do incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto no art. 133 do CPC/2015”. Enunciado de nº 06, resultado do segundo, que abordou, com exclusividade, a aplicação do novo CPC às execuções fiscais: “A responsabilidade tributária regulada no art. 135 do Código Tributário Nacional (CTN) não constitui hipótese de desconsideração da personalidade jurídica, não se submetendo ao incidente previsto no art. 133 do CPC/2015”. Existe um benefício de ordem que está previsto nos artigos 1.024 do Código Civil e no artigo 795 do Código de Processo Civil:

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

Art. 795. Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei.

§ 1o O sócio réu, quando responsável pelo pagamento da dívida da sociedade, tem o direito de exigir que primeiro sejam excutidos os bens da sociedade.

§ 2o Incumbe ao sócio que alegar o benefício do § 1o nomear quantos bens da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembargados, bastem para pagar o débito.

§ 3o O sócio que pagar a dívida poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo.

§ 4o Para a desconsideração da personalidade jurídica é obrigatória a observância do incidente previsto neste Código.

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CTN Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:

I - as pessoas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Positivação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica

CC 2012. Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

CDC. Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

§ 1° (Vetado).

§ 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e as sociedades controladas, são subsidiariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§ 3° As sociedades consorciadas são solidariamente responsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.

§ 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.

§ 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.

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Lei 9605/1998. Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.

Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011. Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Das infrações da ordem econômica

Art. 31. Esta Lei aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito, ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam atividade sob regime de monopólio legal.

Art. 32. As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente.

Art. 33. Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo econômico, de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem econômica.

Art. 34. A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.

Parágrafo único. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

“Há duas formulações para a teoria da desconsideração: a maior, pela qual o juiz é autorizado a ignorar a autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, como forma de coibir fraudes e abusos praticados através dela, e a menor, em que o simples prejuízo do credor já possibilita afastar a autonomia patrimonial.” COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, vol II. São Paulo: Saraiva.

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Processual civil e civil. Recurso especial. Ação de execução de título judicial. Inexistência de bens de propriedade da empresa executada. Desconsideração da personalidade jurídica. Inviabilidade. Incidência do art. 50 do CC/02. Aplicação da Teoria Maior da Desconsideração da Personalidade Jurídica. - A mudança de endereço da empresa executada associada à inexistência de bens capazes de satisfazer o crédito pleiteado pelo exequente não constituem motivos suficientes para a desconsideração da sua personalidade jurídica. - A regra geral adotada no ordenamento jurídico brasileiro é aquela prevista no art. 50 do CC/02, que consagra a Teoria Maior da Desconsideração, tanto na sua vertente subjetiva quanto na objetiva.- Salvo em situações excepcionais previstas em leis especiais, somente é possível a desconsideração da personalidade jurídica quando verificado o desvio de finalidade (Teoria Maior Subjetiva da Desconsideração), caracterizado pelo ato intencional dos sócios de fraudar terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica, ou quando evidenciada a confusão patrimonial (Teoria Maior Objetiva da Desconsideração), demonstrada pela inexistência, no campo dos fatos, de separação entre o patrimônio da pessoa jurídica e os de seus sócios. Recurso especial provido para afastar a desconsideração da personalidade jurídica da recorrente. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial n˚ 970635/SP. Terceira Turma. Relator: Ministra Nancy Andrighi. 10 de novembro de 2009. Diário de Justiça da União, Brasília, DF, 01 de dezembro de 2009.

Ementa: AGRAVO INTERNO. EXECUÇÃO FISCAL. REDIRECIONAMENTO. IMPOSSIBILIDDE. MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVA. DECISÃO ALINHADA COM O STJ. INAPLICABILIDADE DO ART. 28 DO CDC. NÃO DEMONSTRADA A RESPONSABILIDADE DO SÓCIO.

Não merece acolhida o recurso de agravo interno onde a recorrente não apresenta qualquer subsídio capaz de viabilizar a alteração dos fundamentos da decisão hostilizada, persistindo, destarte, imaculados e impassíveis os argumentos nos quais o entendimento foi firmado. O entendimento adotado pela decisão agravada, no sentido da inaplicabilidade do art. 135 do CTN às dividas de natureza administrativas, está alinhada com a jurisprudência dominante do STJ, autorizando a aplicação do art. 557, caput, do CPC. Não é de se aplicar a regra do art. 28 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078 /90), à míngua de qualquer demonstração nos autos do abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito e violação dos estatutos sociais ou contrato social, ou que ocorreu a dissolução irregular da sociedade. Somente nestes casos é que haveria a responsabilidade ilimitada de qualquer dos sócios pelo cumprimento da dívida. Recurso improvido. TRF-2 - AG AGRAVO DE INSTRUMENTO AG 200802010079240 (TRF-2) Data de publicação: 08/11/2010.

(17)

Súmula n. 430/STJ:

“O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.”

Súmula n. 435/STJ:

"Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente".

Súmula 559/STJ:

"Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6º da Lei n. 6.830/80."

Súmula 558/STJ:

"Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada."

Súmula 560/STJ:

"A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran."

3ª questão: Da competência. Execução Fiscal e o NCPC.

LEF, Art. 5º - A competência para processar e julgar a execução da Dívida Ativa da Fazenda Pública exclui a de qualquer outro Juízo, inclusive o da falência, da concordata, da liquidação, da insolvência ou do inventário.

(18)

A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.

§ 5o A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado.

STJ 58:

“Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a competência já fixada.”

Vide Lei 13.043/2014 (art. 114, IX) não há mais que se faalr em competência federal delegada ao juízo estadual nas execuções fiscais propostas pelos entes federais.

4ª questão: A execução fiscal ( ação executiva ) e a ação anulatória do débito fiscal ( declaratória-constitutiva negativa) que gravitem sobre o mesmo débito podem ser reunidas por conexão? Existe uma relação de prejudicialidade entre elas?

CTN, Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela consequentes.

(19)

NCPC, Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já houver sido sentenciado.

§ 2o Aplica-se o disposto no caput:

I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico;

II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.

§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

Como definir a prevenção?

NCPC, art. 58 NCPC, art. 59

5ª questão: Prescrição Intercorrente nos Executivos Fiscais

Depreende-se do art. 40, § 4º, da Lei 6.830/80 que a prescrição intercorrente tem sua contagem iniciada com a decisão que determina o arquivamento dos autos. Entendimento minoritário. TST - RECURSO DE REVISTA RR 1646008420065070009 (TST) Data de publicação: 20/02/2015.

(20)

Súmula 314/STJ:

"Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição intercorrente.”

Resta consolidado no STJ, que ultrapassado o prazo de um ano da suspensão da execução fiscal, seu arquivamento, quando terá início o quinquênio relativo à prescrição intercorrente, se operada de forma automática, sendo desnecessário despacho judicial assim determinando. O arquivamento provisório do feito, ato formal que é, sucede a suspensão do curso da execução pelo prazo de um ano e o termo prescricional quinquenal flui após o decurso daquele. Para a declaração de ofício da prescrição intercorrente, é necessário o decurso de um intervalo mínimo de seis anos entre a suspensão da execução e a pronúncia do juízo da execução

Referências

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