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Consumo sustentável no turismo: uma análise comprativa do comportamento de estudantes de turismo brasileiros e mexicanos.

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Academic year: 2021

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CURSO DE TURISMO

THAIANNE ZUCHELLI COSTA

CONSUMO SUSTENTÁVEL NO TURISMO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO COMPORTAMENTO DE ESTUDANTES DE TURISMO BRASILEIROS E

MEXICANOS

NITERÓI 2014

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CONSUMO SUSTENTÁVEL NO TURISMO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO COMPORTAMENTO DE ESTUDANTES DE TURISMO BRASILEIROS E

MEXICANOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao programa de Graduação em Turismo da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

Orientadora: Verônica Feder Mayer

NITERÓI 2014

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C837 Costa , Thaianne Zuchelli

Consumo sustentável no turismo: uma análise comparativa do comportamento de estudantes de turismo brasileiros e mexicanos /

Thaianne Zuchelli Costa – Niterói: UFF, 2014. 79p.

Monografia (Graduação em Turismo ) Orientador: Verônica Feder Mayer

1. Consumidor sustentável no turismo 2. Universitários em turismo 3. Turismo sustentável 4. Turista sustentável

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Por

THAIANNE ZUCHELLI COSTA

Monografia aprovada para obtenção do grau de Bacharel em Turismo, pela Banca examinadora formada por:

____________________________________________________ Presidente: Prof. Verônica Feder Mayer, D. Sc. – Orientadora, UFF

_____________________________________________________ Convidado: Prof. Osiris Ricardo Bezerra Marques, D. Sc., UFF

_____________________________________________________ Convidado: Prof. Frederico Cascardo Alexandre e Silva, M. Sc., UFF

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Agradeço, em primeiro lugar, aos meus pais. Especialmente minha mãe por ouvir sempre a famosa frase “agora não mãe, estou escrevendo meu TCC” – vou precisar de uma nova desculpa. Também agradeço aos meus irmãos Matheus e Breno por sempre perguntarem “falta muito?” e aceitarem um singelo “não sei! sai daqui!” como resposta.

Às minhas primas Millena e Marcelle que sempre me incentivaram a continuar. Aos meus tios Dante, Telma e Ernesto pelo apoio.

À minha orientadora Verônica. Obrigada por toda sua assistência e pelas contribuições valiosas, por nossos encontros semanais, por sempre estar disposta a me auxiliar e pela paciência com meus dramas. Obrigada por tudo!

À Erly por sempre responder meus e-mails e me ajudar, muito obrigada!

À Rosa Carolina pelo suporte e pela força! E também por me ouvir reclamar e choramingar quase todos os dias. Obrigada!

Às minhas amigas de longa data: Ana Carolina, Aimée, Elga, Rafaela e Thaiane pela paciência. Obrigada por sempre estarem presente!

Aos irmãos e irmãs que ganhei da UFF. Muito obrigada à Monique, Jéssica, Tainá, Lohanne, Bianca, Mariana, Clarissa, Rômulo, André, Brulher, Galvão e Vinicius por me aturarem todos esses anos.

A mí nueva hermana mexicana, Diana! También agradesco a mís amigos Alejandro, Ileana, Alejandra, Maholy, Vanessa, Hector, Daniel, Kátia, Blanca y Ana igracias por recibirme tan bien! A los maestros Francisco Alavez y Edith Meléndez por ayudarme con la difusión de mi encuesta.

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“O consumidor pode ser entendido como um agente de mudanças” Gomes et. al 2012

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A sustentabilidade se encontra presente em diversos aspectos da vida moderna, incluindo no turismo. O presente trabalho busca chamar atenção para os hábitos dos consumidores e a relevância que eles possuem na manutenção da sustentabilidade de um destino turístico. A pesquisa tem como finalidade identificar e analisar os hábitos, sustentáveis ou não, dos universitários em turismo de duas universidades – futuros profissionais com possíveis influências no mercado de trabalho. Para isso, foi utilizada uma aproximação exploratória e quantitativa. Foram realizados dois questionários idênticos, um em português e outro em espanhol, os quais foram disponibilizados online para os universitários da Universidade Federal Fluminense e da Universidad Veracruzana. Os resultados encontrados indicam que os respondentes possuem certo conhecimento sobre o turismo sustentável, porém pouco fazem a respeito para a manutenção da sustentabilidade em um destino turístico. O trabalho traz informações, reflexões e contribuições para possíveis novas pesquisas envolvendo estudantes de turismo como objeto a ser estudado.

PALAVRAS-CHAVE: Consumidor sustentável no turismo. Universitários em turismo. Turismo sustentável. Turista sustentável.

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The sustainability is present in many aspects of modern life, tourism included. This paper seeks to draw attention to consumer habits and the importance they have in maintaining the sustainability of a tourist destination. The research aims to identify and analyze the habits, sustainable or not, of tourism students in two universities - future professionals with possible influences on the labor market. To do this, an exploratory and quantitative approach was used. Two identical questionnaires, one in portuguese and another in spanish, were used and were made available online for students from the Universidade Federal Fluminense and Universidad Veracruzana. The results indicate that respondents have some knowledge about sustainable tourism, but don't take enough actions about the maintenance of sustainability in a tourist destination. The work provides information, ideas and contributions for possible further research involving tourism students as objects to be studied.

KEYWORDS: Sustainable tourism Consumer. Tourism university students. Sustainable tourism. Sustainable tourist.

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La sostenibilidad está presente en muchos aspectos de la vida moderna, incluyendo el turismo . En este trabajo se busca llamar la atención a los hábitos de los consumidores y la importancia que tienen en el mantenimiento de la sostenibilidad de un destino turístico. La investigación tiene como objetivo identificar y analizar los hábitos, sostenibles o no, de los estudiantes de Turismo de dos universidades - futuro profesional con posibles influencias en el mercado de trabajo. Para eso, se utilizó un enfoque exploratorio y cuantitativo. Se realizaron dos cuestionarios idénticos, uno en portugués y otro en español, que se pusieron a disposición online para los estudiantes de la Universidade Federal Fluminense y la Universidad Veracruzana. Los resultados indican que los encuestados tienen algún conocimiento sobre el turismo sostenible, pero poco hacen por el mantenimiento de la sostenibilidad en un destino turístico. El trabajo proporciona información, ideas y contribuciones para posibles investigaciónes envolviendo más participación de los estudiantes de turismo como objetos para ser estudiados .

PALABRAS-CLAVE : Consumidor sostenible del turismo. Universitarios de turismo. Turismo sostenible . Turista sostenible.

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FIGURA 1: Resumo das principais concepções de sustentabilidade ... 18

FIGURA 2: Campanha 1 bilhão de turistas, 1 bilhão de oportunidades ... 26

FIGURA 3: Pôster da campanha do Passaporte Verde ... 28

FIGURA 4: Antes de viajar: escolhendo o destino ... 29

FIGURA 5: Antes de viajar: destino selecionado ... 30

FIGURA 6: Antes de viajar: fazendo as malas ... 31

FIGURA 7: Durante a viagem: boa viagem ... 32

FIGURA 8: Durante a viagem: transportes ... 32

FIGURA 9: Durante a viagem: meio de hospedagem ... 33

FIGURA 10: Questão sobre o meio de locomoção ... 43

FIGURA 11: Questão sobre o meio de hospedagem ... 43

FIGURA 12: Questão sobre o local das refeições ... 44

FIGURA 13: Questão sobre os hábitos em um meio de hospedagem ... 44

FIGURA 14: Questão sobre os hábitos em contato com a natureza ... 45

FIGURA 15: Questão sobre eleger um destino turístico sustentável ... 45

FIGURA 16: Questão sobre a educação sustentável promovida pela universidade ... 46

FIGURA 17: Questão sobre hábitos que deixaria de fazer em prol da sustentabilidade ... 46

FIGURA 18: Questão sobre as atitudes levadas em consideração antes de viajar ... 47

FIGURA 19: Questão sobre a frequência da troca da toalha de banho ... 48

FIGURA 20: Questão sobre a quantia que pagaria por um serviço/atividade sustentável ... 48

FIGURA 21: Questão da auto-avaliação como turista sustentável ... 48

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FIGURA 25: Média dos meios de transporte utilizados pelos alunos da UFF e UV

………...… 54

FIGURA 26: Média da hospedagem utilizada pelos alunos da UFF e UV ………. 56

FIGURA 27: Média do local das refeições dos alunos da UFF e UV ... 57

FIGURA 28: Média dos hábitos em um meio de hospedagem dos alunos da UFF e UV ... 58

FIGURA 29: Média dos hábitos dos alunos da UFF e UV em contato com a natureza ... 60

FIGURA 30: Média dos aspectos relevantes na escolha do destino turístico sustentável por parte dos alunos da UFF e UV ... 62

FIGURA 31: Média dos resultados da UFF e UV em relação à educação sustentável promovida pelas universidades ... 64

FIGURA 32: Média dos hábitos que os alunos da UFF e UV renunciariam em prol da sustentabilidade ... 66

FIGURA 33: Média das atitudes dos alunos da UFF e UV antes de viajar ... 68

FIGURA 34: Disposição de pagar a mais – valor médio ... 69

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TABELA 1: Período cursado ... 51

TABELA 2: Faixa etária dos respondentes ... 51

TABELA 3: Frequência da utilização dos meios de transporte ... 55

TABELA 4: Preferência no meio de hospedagem ... 56

TABELA 5: Preferência no local das refeições ... 58

TABELA 6: Hábitos em um meio de hospedagem ... 59

TABELA 7: Hábitos em contato com a natureza ... 60

TABELA 8: Frequência da troca da toalha de banho ... 61

TABELA 9: Aspectos relevantes da escolha do destino turístico sustentável ... 63

TABELA 10: Hábitos em prol da sustentabilidade ... 65

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1 INTRODUÇÃO ... 15

2 DISCUSSÕES SOBRE A SUSTENTABILIDADE ... 17

2.1 SUSTENTABILIDADE ... 17

2.2 TURISMO SUSTENTÁVEL ... 20

2.3 CONSUMO SUSTENTÁVEL ... 22

2.4 CONSUMO SUSTENTÁVEL NO TURISMO ... 25

2.4.1 Práticas de consumo sustentável no turismo ... 25

2.4.2 Pesquisas relacionadas com o consumo sustentável no turismo ... 35 3 METODOLOGIA ... 40 3.1 QUESTIONÁRIO DA PESQUISA ... 41 3.2 COLETA DE DADOS ... 49 3.3 TRATAMENTO DE DADOS ... 49 4 TURISMÓLOGOS CONSCIENTES? ... 50

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ... 51

4.2 PERCEPÇÕES SOBRE O TURISMO SUSTENTÁVEL ... 52

4.3 HÁBITOS DE VIAGEM ... 54

4.4 SELEÇÃO DE UM DESTINO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL ... 62

4.5 EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL ... 64

4.6 RENÚNCIAS EM PROL DA SUSTENTABILIDADE ... 65

4.7 ANTES DE VIAJAR ... 67

4.8 QUANTO ESTARIA DISPOSTO A GASTAR ... 69

4.9 AUTOAVALIAÇÃO ... 69

4.10 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 70

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APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO EM ESPANHOL ... 89 APÊNDICE C: LISTA DAS PALAVRAS DA FREE ELICITATION - ESTUDANTES DA UFF ... 98 APÊNDICE D: LISTA DAS PALAVRAS DA FREE ELICITATION - ESTUDANTES DA UV ... 99 ANEXO A: MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DA CAMPANHA 1 BILLION TOURIST 1 BILLION OPPORTUNITIES ... 100 ANEXO B: RESULTADOS DA CAMPANHA 1 BILLION TOURIST 1 BILLION OPPORTUNITIES – PARTE 1 ... 101 ANEXO C: RESULTADOS DA CAMPANHA 1 BILLION TOURIST 1 BILLION OPPORTUNITIES – PARTE 2 ... 102

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1 INTRODUÇÃO

O turismo é uma das maiores indústrias do mundo e com um crescimento econômico rápido. Além disso, é a principal fonte de divisas para um terço dos países em desenvolvimento e metade dos países menos desenvolvidos. Em vista disso, gera uma infinidade de impactos, positivos e negativos, na vida das pessoas e no meio ambiente (UNEP, [s.d]).

Segundo o Ministro do Turismo, “O papel do turismo é gerar desenvolvimento para o país, melhorar a renda da população e preservar os recursos naturais do planeta, funcionar como uma indústria limpa, sua vocação natural” (MTUR, 2014, [s.p]).

Dessa forma, neste trabalho, é debatido o tema da sustentabilidade com ênfase no consumo sustentável de estudantes de turismo em duas universidades, uma no Brasil – Universidade Federal Fluminense (UFF) – e outra no México – Universidad Veracruzana (UV). Conforme preconiza a UNEP [s.d], para o turismo se tornar sustentável, os turistas – consumidores – devem optar por comprar destinos e atividades sustentáveis, incentivando cada vez mais o mercado a mudar. Deste modo, o consumidor, como turista, precisa querer mudar seus hábitos para que a oferta acompanhe as mudanças. Isto posto, este trabalho não trata da sustentabilidade por parte da gestão pública e da oferta, o foco recai sobre a demanda.

O turismo sustentável e suas práticas de gestão são aplicáveis a todas as formas do turismo em qualquer destino, incluindo turismo de massa e os diversos segmentos que o turismo possui. Os princípios de sustentabilidade referem-se aos aspectos ambientais, econômicos e sócio-culturais, e um equilíbrio adequado deve ser estabelecido entre estas três dimensões para garantir a sua sustentabilidade em longo prazo (UNWTO, [s.d]) [em tradução livre da autora]. Em vista disso, o turismo sustentável não é um tipo de segmentação do turismo, é uma forma de promovê-lo. Partindo-se dessa colocação, procura-se saber como os estudantes de turismo se comportam quando se tornam consumidores dos produtos turísticos, no que se refere às práticas sustentáveis.

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O objetivo geral desta pesquisa é analisar o quão informados e engajados estão os universitários de turismo da UFF e da UV, futuros profissionais no mercado de trabalho, em relação às suas práticas sustentáveis ao viajar.

A pesquisa se caracteriza como quantitativa e, devido ao pouco material encontrado direcionado ao consumidor sustentável no turismo, de caráter exploratório.

O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos. No primeiro, é feita uma revisão da literatura dos conceitos de sustentabilidade, turismo sustentável, consumo sustentável e o consumo sustentável no turismo. O segundo capítulo apresenta a metodologia utilizada. No terceiro capítulo procede-se a análise dos resultados obtidos nos questionários das duas universidades pesquisadas. Por último, o quarto capítulo apresenta as considerações finais.

Espera-se que a importância deste trabalho seja evidenciada à medida que se discute a sustentabilidade como requisito essencial para que a atividade turística se perpetue para que assim todos os lugares que dependam economicamente do turismo não se degradem e pereçam.

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2 DISCUSSÕES SOBRE A SUSTENTABILIDADE

Este capítulo reúne e apresenta uma série de informações para sustentar a fundamentação teórica desta pesquisa. São propostas, a seguir, discussões a respeito da sustentabilidade, do turismo sustentável e do consumo sustentável.

A primeira parte deste capítulo trata do tema da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável. É abordada a diversidade do termo, sua origem e quão complexa a utilização do termo pode ser, ainda na atualidade.

Na segunda é realizada uma apresentação do turismo sustentável, abordado a definição do termo e sua aplicabilidade na atividade turística.

A terceira parte é destinada ao consumo sustentável. Nesta é debatido a importância do consumo e a importância da atuação do consumidor para a manutenção da sustentabilidade.

Por fim, a quarta parte do capítulo aborda o consumo sustentável no turismo, enfatizando campanhas e pesquisas, objetivando uma maior difusão das práticas e para estudos futuros.

2.1 SUSTENTABILIDADE

Segundo Swarbrooke (2000), no ano de 1980 foi publicado o World Conservation Strategy1, que veio a ser um dos primeiros artigos a abordar o conceito de desenvolvimento sustentável. Seguido, em 1987, pelo Our Common Future2, mais conhecido como Relatório de Brundtland, este “baseou-se na idéia de que o crescimento econômico tinha de ocorrer de uma maneira ecológica e socialmente igualitária” (SWARBROOKE, 2000, p. 6). No entanto, foi na década de 90, com a II Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92/Eco 92), que o termo sustentabilidade começou a ganhar ênfase e acabou por se tornar uma tendência. Introduziu-se a ideia de um desenvolvimento sustentável, onde se mesclam proteção ambiental e inclusão social (Revista Brasil, [s.d]).

1 Publicado pela International Union for the Conservation of Nature and Natural Resources. 2 Publicado pela World Commission on Environment and Development.

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Devido à versatilidade e abrangência do termo sustentabilidade em diversas áreas, não existe uma única definição para a palavra. Existe aquela que se adéqua melhor para cada propósito. Bacha et. al (2010) procuram fazer um resumo das principais concepções de sustentabilidade, envolvendo desenvolvimento sustentável e responsabilidade social, apresentados na Figura 1.

Autores Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável

Claro, Claro e Amâncio (2008)

Para os autores sustentabilidade e desenvolvimento sustentável seriam equivalentes. Segundo eles, a definição de sustentabilidade mais difundida é a da Comissão Brundtland (WCED, 1987). Essa definição deixa claro um dos princípios básicos de sustentabilidade, a visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras gerações devem ser analisados.

Rodrigues, 2009 Sustentabilidade significa sobrevivência, perenidade dos empreendimentos humanos e do planeta.

Cabestré; Graziade; Polesel Filho

(2008)

Sustentabilidade seria a relação entre os sistemas econômicos e os sistemas ecológicos na qual a vida humana continuaria indefinidamente e os efeitos das atividades humanas permaneceriam dentro de limites sem destruir a diversidade, complexidade e funções do sistema ecológico de suporte da vida.

Oliveira Filho (2004)

Considera gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, como sinônimo de sustentabilidade do negócio.

Giacometi (2008)

A sustentabilidade é um objetivo que deve permear as ações das sociedades contemporâneas, diminuindo o uso insensato dos recursos renováveis e não renováveis.

Tomazzoni (2007)

Sustentabilidade significa desenvolvimento econômico. Desenvolvimento seria sinônimo de sustentabilidade social que depende de ações coordenadas de cooperação para reverter o quadro de concentração de renda em determinadas regiões.

Schweigert (2007)

A interpretação da sustentabilidade se vincula a efeitos sociais desejados, as funções práticas que o discurso pretende tornar realidade objetiva. Sustentabilidade é vista como algo bom, desejável, consensual. Sustentabilidade também pode ser considerada nova ordem de eficiência econômica que beneficia todos os cidadãos, em vez de beneficiar poucos em detrimento de muitos.

Encarnação, 2007

Sustentabilidade fomenta uma visão de desenvolvimento que suplanta o reducionismo, o desenvolvimento sustentável representa para o homem e para a natureza uma garantia de sobrevivência.

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Autores Sustentabilidade e responsabilidade social

Junqueira; Adorno- Silva; Rodrigues;

Barbieri (2008),

Sustentabilidade estende-se além da responsabilidade social, que determina ações que a empresa toma com relação apenas ao contexto no qual está inserida, porém, ambos os termos estão relacionados com a ética da empresa. As instituições estão deixando de usar o termo responsabilidade social apenas como uma postura frente à sociedade.

Miashiro (2007).

A responsabilidade social é uma das condições para garantir sustentabilidade das instituições. Os conceitos de governança corporativa e responsabilidade social estão integrados na medida em que se procura estabelecer padrões de conduta da empresa com seus stakeholders.

Cabestré; Graziade Polesel Filho

(2008).

Ações de responsabilidade sócio-ambiental devem considerar os pressupostos do paradigma de sustentabilidade. A responsabilidade social caracteriza-se pelas atitudes e atividades baseadas em valores éticos e morais para minimizar os impactos negativos que as organizações causam ao ambiente.

Figura 1 - Resumo das principais concepções de sustentabilidade. Fonte: Adaptado de Maria Bacha et. al (2010, p.6).

Segundo o Relatório de Brundtland (1987) [em tradução livre da autora], o desenvolvimento sustentável é o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades.

No Brasil, a definição de sustentabilidade leva a algumas interpretações errôneas ou incompletas. Em uma pesquisa realizada pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com a Rio+20 temos que:

Mais da metade da população brasileira (53%) ainda não conhece o significado do conceito “Desenvolvimento Sustentável” (não ouviu falar), entre os 47% daqueles que conheciam o conceito, apenas ¼ defini-o como “cuidar do meio ambiente, das pessoas e da economia do país ao mesmo tempo”. A opção mais apontada foi novamente a que relaciona desenvolvimento sustentável a não destruição dos recursos naturais.(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2012, p. 16)

A questão do conhecimento da população a respeito da sustentabilidade é um assunto mundialmente em alta, que ainda não é muito difundido no Brasil. Outra situação preocupante é que a primeira associação feita ao termo ainda está relacionada ao meio ambiente, mas não é só isso que o peso do termo carrega.

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Deve-se levar em conta, além da vertente ambiental, as vertentes econômica e social. E, para a finalidade turística, o ideal é englobar as três, surgindo uma nova forma de turismo, o turismo sustentável.

2.2 TURISMO SUSTENTÁVEL

Em um mundo de mudanças culturais e sociais, resultado do processo da globalização, do rápido progresso tecnológico e da revolução da comunicação e da informação (COHEN; COHEN, 2012), diversas atividades foram impactadas e precisaram mudar. O turismo, por sua vez, se adaptou a essas transformações, tornando-se uma atividade de impacto.

Ao estudar a atividade turística, pode-se perceber uma grande ramificação de problemas ambientais, sociais, econômicos, entre outros, que são intensificados pela atividade, ou até mesmo fatores que a atividade não tem controle e que a afetam. O turismo sustentável preocupa-se com a grande maioria desses problemas. O termo turismo sustentável deriva da definição de sustentabilidade. Devido a isso, existem várias definições. Todas com abordagens similares.

Ferreira (2004) diz que o turismo sustentável atende às necessidades do mercado, dos turistas e da comunidade local, usufruindo os recursos naturais e culturais da região sem comprometê-los, preservando-os para outras gerações.

Para Körössy (2008) o turismo sustentável visa minimizar os impactos negativos e maximizar os impactos positivos causados pelo turismo. Dentre os impactos considerados positivos por Körössy temos: geração de renda, empregos e desenvolvimento local. Já, dentre os impactos negativos, temos: ocupação desordenada, conflito com valores tradicionais, perda da identidade cultural, degradação do solo e meio ambiente, entre outros.

A Organização Mundial do Turismo (2003, p. 24) define turismo sustentável como aquele que “atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro”. Buscando assim, englobar todos os participantes do processo, comunidade

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anfitriã, turistas e a geração futura de ambas. Também envolve as necessidades econômicas, sociais e os recursos naturais.

Ainda em relação à nomenclatura, na literatura sobre turismo sustentável, existe uma diversificação em relação ao termo. Encontramos as variações: turismo responsável e turismo consciente. Ambos estão relacionados ao turismo sustentável e possuem a mesma essência.

Uma observação importante a ser feita é a diferença entre turismo sustentável e sustentabilidade do turismo. O primeiro termo foi esclarecido previamente, já o segundo, de acordo com Körössy (2008, p. 64) "relaciona-se com a garantia da prática da atividade no longo prazo, o que não necessariamente implica que seja de forma sustentável". Em outras palavras, é a capacidade de um destino se manter popular por um longo período.

Outro fator para o qual se deve atentar é que o turismo sustentável não é um segmento do turismo, é uma forma de promovê-lo. Sendo assim, o ecoturismo, uma das categorias do turismo, se não prezar pelos princípios da sustentabilidade será apenas um turismo de contato com a natureza, não sendo sustentável (KÖRÖSSY, 2008).

Como já mencionado, a sustentabilidade ambiental é a mais citada e lembrada popularmente e em estudos de especialistas, sempre explorando aspectos da busca de maior proteção e menor degradação do meio ambiente. A sustentabilidade econômica ocorre quando o capital é introduzido por pessoas de fora e este permanece na comunidade local. Por último, a sustentabilidade sociocultural leva em consideração as atitudes dos forasteiros que, por sua vez, podem ser hostis, o que, consequentemente, afeta a rotina da comunidade local.

Os conceitos citados acima podem ser colocados em prática por meio de ações, como: a utilização de modo equilibrado dos recursos naturais, visando sua conservação para gerações futuras (ALMEIDA; ABRANJA, 2009); a distribuição do dinheiro deixado por turistas forasteiros em troca do consumo bens e serviços oferecidos pela comunidade local em benefício da própria população; e o conhecimento de aspectos culturais e costumes locais pelo turista (SHAMSUB; LEBEL, 2012), além de valores étnicos e consequências na qualidade de vida, uma vez que o turismo afeta todo o ciclo de vida de um destino e de seus moradores.

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2.3 CONSUMO SUSTENTÁVEL

Nos tópicos anteriores foram abordados a sustentabilidade e o turismo sustentável de uma maneira geral, sem focar especificamente no consumidor. E quando se trata desse tópico, grande parte da responsabilidade recai sobre o consumidor, pois são os desejos dele que serão levados em consideração na decisão da compra.

De acordo com Silva (2012) o consumo é considerado uma prática inerente à existência e à sobrevivência do homem. De um modo geral, a ação de consumir reflete nas práticas individuais, sendo assim, cada um escolhe suas ações e mede suas conseqüências. Então, cabe a cada consumidor agir conforme seus princípios. Entretanto, um dos maiores problemas que encontramos no consumo desenfreado é a ignorância em relação ao consumo sustentável e seus benefícios. Há, também, muitos consumidores individualistas. Nesse caso:

Esse excesso de consumo indica uma despreocupação dos indivíduos quanto aos aspectos da coletividade, à medida que a consequência individualista indica o pensamento alienado quanto à abundância de recursos no meio ambiente. Tal fato demonstra a necessidade de mudança na maneira como se visualiza o modelo de desenvolvimento atual e, por conseguinte, nas práticas de consumo até então realizadas (SILVA, 2012).

Ainda assim, essa atitude individualista, relacionada ao pensamento alienado da disponibilidade dos recursos naturais, leva a crer que a ignorância em relação ao ato de consumir sustentavelmente persiste.

Portilho (2010) defende que com a Rio 92, o tema consumo emergiu politicamente relacionado à sustentabilidade, mas antes disso já existiam ações governamentais associadas a redução do consumo. A partir de então, surgiu uma maior cautela, bem como estudos direcionados a área do consumo e do meio ambiente, enfatizando que deveria ocorrer uma melhora na situação ambiental com a substituição de bens e serviços menos poluentes, e não somente com a redução do próprio consumo em si. Portanto, muitos consumidores começam a buscar esse diferencial nos produtos.

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Nesse contexto, identificam-se os primeiros indivíduos que buscam consumir de maneira mais consciente, passando de ‘‘cidadão consumidor’’ a ‘‘consumidor cidadão’’. Esse processo inclui a busca do equilíbrio entre as necessidades individuais, as possibilidades ambientais e as necessidades sociais nas três etapas de consumo: compra (escolha), uso e descarte. Nesse sentido, o consumidor passa a considerar os aspectos de eficiência do produto ou do serviço ao lado dos impactos sobre o meio ambiente e na sociedade (INSTITUTO AKATU, 2005, [s.p]).

Dessa forma, a responsabilidade é dividida entre os fabricantes, fornecedores, prestadores de serviço e o consumidor, que agora apresenta grande participação em ações em prol da sustentabilidade.

Mais uma vez, a quantidade de termos encontrados na literatura afeta a compreensão de um assunto tão importante. Dentre tais termos encontramos: Consumo Verde, Consumo Sustentável, Consumo Ético, Consumo Responsável e Consumo Consciente (PORTILHO, 2010).

O consumidor socialmente responsável está, geralmente, ligado ao consumo ambientalmente responsável. Então, o consumidor socialmente responsável seria de um indivíduo reflexivo, que busca balancear as suas satisfações imediatas com o seu bem estar no longo prazo (VIEIRA, 2010). Assim sendo, o consumidor responsável procura atender suas necessidades pensando nas consequências futuras.

Já consumo consciente pode ser definido como o ato ou decisão de compra ou uso de serviços, praticado por um individuo, levando em conta o equilíbrio entre sua satisfação pessoal, as possibilidades ambientais e os efeitos sociais de sua decisão (FABI et. al 2010). Ainda assim, a prática do consumo consciente ressalta uma necessidade de mudanças de padrões de produção e consumo, onde os produtos sejam concebidos para satisfazer as necessidades dos consumidores, com respeito à preservação ambiental e a preocupação social (FEITAL et. al, 2008). Além da compra consciente, o consumidor também tem a necessidade de que o produto seja fabricado de forma consciente. Com isso, Gomes (2006) diz que o consumo consciente e responsável é a principal manifestação de responsabilidade social do cidadão.

Dentro do contexto de consumo verde, emerge a figura do consumidor verde. Segundo o Manual de Educação para o Consumo Sustentável (2005, p.18):

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[...] consumo verde é aquele em que o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em seu poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a produtos e serviços que não agridam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final.

O consumidor verde se preocupa em como é a fabricação do produto, e, como pode afetar o meio ambiente em seu uso e descarte final.

Oliveira e Cândido (2010, p.13) definem consumo sustentável como um ato de equilíbrio, “[...] consumir, protegendo o meio ambiente, utilizando os recursos naturais com sabedoria e promovendo a qualidade de vida agora, e mesmo assim não estragar a vida dos futuros consumidores”.

Silva (2012) indica a existência de diferenças entre o consumo verde e o sustentável. O consumo sustentável engloba uma quantidade maior de estratégias preocupadas com questões mais amplas e coletivas, diferente do consumo verde, que se preocupa com as variáveis: preço, qualidade e meio ambiente.

De acordo com o Manual de Educação para o Consumo Sustentável (2005) os termos: consumo ético, consumo responsável e consumo consciente surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos sociais, e não só ecológicos, nas atividades de consumo.

Nestas propostas, os consumidores devem incluir, em suas escolhas de compra, um compromisso ético, uma consciência e uma responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e comportamentos podem causar em ecossistemas e outros grupos sociais, na maior parte das vezes geográfica e temporalmente distantes. (MANUAL DE EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO SUSTENTÁVEL, 2005, p.18)

Cidadãos conscientes dão início às mudanças em seus hábitos de consumo ao repensar suas reais necessidades, escolhendo as empresas e marcas dos produtos através de critérios ligados à sustentabilidade sócio-ambiental, além de agir sobre governos para que se crie um novo marco legal que induza o desenvolvimento de processos industriais menos poluentes, materiais e energia alternativos, conduzindo a sociedade a uma nova realidade (FABI et. al 2010). Somente com atitudes como essa que se alcançará o consumo sustentável. Não esquecendo que,

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[...] todo consumo causa impactos positivos ou negativos na economia, na sociedade e no ambiente. Assim, considera-se que o consumidor é quem mais concentra poder e deve exercê-lo por meio da consciência do seu ato de consumir, que envolve a escolha do que comprar, de quem comprar e a maneira de usar e descartar o que não serve mais. Ele deve, então, buscar maximizar os impactos positivos causados pelo seu ato e minimizar os negativos (FABI et. al, 2010, p.6).

Dessa forma, passou-se a estudar comportamento do consumidor em diversos segmentos de mercado, incluindo no turismo. Buscando saber o que motiva o turista no momento da tomada de decisão ao comprar suas viagens, na busca de hotéis, ao adquirir um serviço, na escolha da época da viagem e em qualquer outra decisão tomada antes, durante e depois da viagem.

2.4 CONSUMO SUSTENTÁVEL NO TURISMO

O consumo sustentável no turismo é uma prática que exige certo desconforto por parte do turista, pois para manter um comportamento sustentável o turista precisa abolir certos hábitos e renunciar um pouco da sua comodidade.

Devido a isso, essa temática pode ser dividida em duas grandes áreas: campanhas que promovem o comportamento sustentável dos turistas e pesquisas sobre o comportamento dos turistas.

2.4.1 Práticas de consumo sustentável no turismo

Muitas empresas e órgãos do setor turístico já aderiram a práticas e ações sustentáveis em seus negócios buscando um diferencial. O turista, por sua vez, precisa querer mudar esses aspectos em suas escolhas, em seu comportamento.

Visando incentivar o turista a contribuir com o turismo sustentável, foram criadas diversas campanhas e manuais, nacionais e internacionais, que promovem práticas sustentáveis no turismo.

(26)

Em 2005, a Fundação das Nações Unidas e a Expedia3 anunciaram o

lançamento da Aliança Patrimônio Mundial (World Heritage Alliance), uma iniciativa inovadora para promover o turismo sustentável e a conscientização do Patrimônio Mundial e comunidades em todo o mundo. Esta parceria acredita que viajantes conscientes possam contribuir para a conservação da natureza, preservação histórica e redução da pobreza. A Aliança do Patrimônio Mundial tem como objetivo: inspirar viajantes a explorar e conhecer mais. O lucro de pacotes comprados através do Expedia será doado aos amigos do Patrimônio Mundial - uma iniciativa com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - para investimentos em projetos de comunidades locais (UNESCO, 2005).

A Organização Mundial do Turismo (OMT), em dezembro de 2012, lançou a campanha chamada “1 bilhão de turistas, 1 bilhão de oportunidades” (Figura 2). Nela é defendida a premissa de que os turistas devem comprar produtos locais, respeitar a cultura local, economizar energia e proteger o patrimônio, de forma que a comunidade que se está visitando seja ajudada. Também preconiza outras ações que parecem não ser muito significante, como o uso da mesma toalha do hotel no dia seguinte, para a economia de água e energia. Ao final da campanha, a OMT indaga os benefícios que podem ser alcançados se cada um desses 1 bilhão de turistas aderir à essas práticas (UNWTO, 2012,) [em tradução livre da autora].

Figura 2: Campanha 1 bilhão de turistas, 1 bilhão de oportunidades. Fonte: UNWTO, 2013.

3 Expedia, Inc. é uma empresa de viagens. Em seu portfólio, estão algumas das principais marcas de

viagens on-line do mundo. Juntas, essas marcas cobrem praticamente todos os aspectos de pesquisa, planejamento e reservas de viagens. Disponível em <http://www.expediainc.com/about/> Acessado em 28 mar de 2014.

(27)

A campanha continua com a mensagem: Cabe a todos nós, cada um do 1 bilhão de turistas, fazer as ações valerem. Somente juntos podemos transformar 1 bilhão de turistas em 1 bilhão de oportunidades. As ações que tomamos como turistas têm consequências. Imagine a diferença que podemos fazer ao multiplicar as ações corretas por 1 bilhão (UNWTO, 2012, [s.d]) [em tradução livre da autora]. No anexo deste trabalho encontra-se o material completo de divulgação da campanha e os resultados obtidos.

O objetivo dessa campanha é alertar os turistas, pois, para um destino ser sustentável, é necessário a colaboração de todos os envolvidos, os prestadores de serviço, a comunidade local e os turistas. A parcela de ajuda de cada um, principalmente quando se trata de um destino que recebe muitos visitantes, fortalece a sustentabilidade do local.

Cada país tem sua maneira de incentivar o turismo sustentável, na Grécia, por exemplo, temos a: “Sustainable Greece: Eco & Alternative Tourism”4. A campanha é uma iniciativa privada para divulgar práticas de turismo verde no país através da participação de empresas verdes em feiras internacionais e conferências no exterior (NORTH EVENTS, [s.d]).

A França e o Brasil aderiram à campanha do Passaporte Verde, disponibilizando as informações em português, inglês e francês. Segundo o recomendado em Passaporte Verde5 [s.d.]

Tal campanha é um apelo para o exercício da cidadania ambiental global e visa influenciar o turista a assumir o seu papel como um agente que pode contribuir para a conservação do meio ambiente, buscando um relacionamento saudável com a natureza, com as comunidades e com a cultura dos destinos turísticos que visita.

No Brasil, o Passaporte Verde pretende estimular “o consumo responsável e o uso racional de recursos naturais nos destinos turísticos” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2014, [s.p]), com foco no mundial de 2014. Além de uma tentativa de educar e informar o turista, a campanha do Passaporte Verde irá usar o cadastro de prestadores de serviços turísticos (CADASTUR) para tentar incentivar outros setores

4 Grécia Sustentável: Eco e turismo alternativo. [tradução livre da autora] 5 Disponível em: www.passaporteverde.gov.br. Acesso em 17 fev de 2014.

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– alimentício, hoteleiro, agências de viagens, transportes, entre outros – a participar da campanha (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2014).

A campanha contempla as dimensões ambiental, sociocultural e econômica da sustentabilidade, estimulando a ecoeficiência em hotéis, operadoras, bares e restaurantes, valorizando as experiências culturais autênticas e a sociobiodiversidade e ainda propondo comportamentos sustentáveis para os viajantes. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2014, [s.p])

A campanha do Passaporte Verde introduz o lema: “Passaporte Verde: Turismo Sustentável por um Planeta Vivo” (Figura 3). De acordo com as informações disponibilizadas em Passaporte Verde (2014), o turista pode conhecer melhor, através de seu comportamento e escolhas, seus impactos (positivos e negativos) antes, durante e depois de viajar e informar-se a respeito de como ter uma postura consciente.

Figura 3 – Pôster da campanha do Passaporte Verde. Fonte: Passaporte Verde, 2014.

(29)

Nas Figuras 4, 5, 6, 7, 8 e 9 são apresentadas algumas informações fornecidas pelo Passaporte Verde (2014) sobre práticas sustentáveis.

ANTES DE VIAJAR: ESCOLHENDO O DESTINO Perguntas ideais

O ideal nesse primeiro processo é pensar sobre o lugar desejado: notícias, áreas naturais e de preservação, condições das comunidades tradicionais, tratamento de esgoto e lixo suficientes, valorização da cultura local e, principalmente, como descobriu esse lugar e o que mais te atraiu.

Planeje a viagem

Muitos paraísos turísticos brasileiros e mundiais sofrem com o turismo desordenado e irresponsável.

Turista responsável e bem informado

Certifique-se de que o destino oferece meios de transporte, acomodações, tratamento de lixo e

esgoto e políticas mais sustentáveis, assim como respeito à cultura e à comunidade;

Procure sites eletrônicos especializados em viagens responsáveis, ecoturismo e turismo sustentável, que auxiliam turistas conscientes a escolher destinos não apenas bonitos, mas que

permitam verdadeiras experiências de aprendizado e benefícios recíprocos tanto para o

viajante, como para as comunidades e o meio ambiente;

Esteja preparado para pagar um pouco mais pela viagem, se isso significar salários justos para quem vive na região, ou contribuir com recursos que possam ser revertidos para a

proteção de áreas sensíveis e paisagens naturais;

Faça com que os seus gastos valham a pena escolhendo operadoras de turismo, pousadas e

hotéis comprometidos com o desenvolvimento sustentável do município, e que evitem danos ambientais e façam usos mais eficientes dos

recursos; Preocupe-se com as emissões de gás

carbônico dos meios de transporte que utiliza;

Prefira acomodações que tenham equipamentos eficientes e que permitam o uso racional da

energia e da água; Dê preferência a prestadores de serviços locais,

pois isso viabiliza o desenvolvimento econômico, com distribuição de renda, dando mais oportunidades de inserção social para a

população da área visitada;

Priorize o serviço de guias e condutores integrantes das comunidades locais.

Figura 4 – Antes de viajar: escolhendo o destino

(30)

Na Figura 4, encontram-se ações que o viajante pode adotar antes de viajar. Ao entender como funcionam os destinos turísticos, o turista pode minimizar os impactos que vai provocar ao sair do lugar. Para isso, o ideal seria fazer uma breve pesquisa em busca de informações básicas de serviços, bem como da cultura local. Desse modo, se o turista assim desejar, pode escolher um destino no qual exista uma semelhança cultural ou então se preparar para algo totalmente diferente do que está habituado.

O importante, nessa primeira etapa, é descobrir o que esperar de diferentes destinos turísticos. Depois dessa etapa finalizada, o viajante já tem informações suficientes para escolher um destino que mais lhe agrade.

ANTES DE VIAJAR: DESTINO SELECIONADO Informando-se sobre o destino turístico.

Fique alerta para os cuidados que se deve ter. Na Internet, busque o nome do lugar junto com palavras e expressões como “degradação”,

“resíduos”, “lixo”, “impacto do turismo”, “exploração sexual infantil”, “espécie ameaçada”

e outras.

Busque conhecer as Unidades de Conservação que permitem visitação, como parques, áreas de proteção ambiental, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas particulares, entre outras. O interesse pelo contato com ambientes naturais

favorece o trabalho de conservação desses espaços.

Descubra mais sobre os padrões da vestimenta da comunidade e respeite-os. Em muitos

lugares, pode ser embaraçoso vestir-se inadequadamente. Evite usar jóias ou acessórios de valor que possam causar constrangimento na comunidade visitada.

Saiba o máximo possível sobre os costumes e tradições da região e evite comportamentos que possam ser ofensivos à cultura local. Esteja certo do que pode ser considerado educado em termos de alimentação, valores e saudações. Aprender

algumas expressões locais pode ajudar a se aproximar das pessoas de forma amigável. Procure saber se existe escassez de água e

energia elétrica no destino. É possível que seus banhos longos de chuveiro signifiquem problemas de falta d´água para a comunidade

local.

Procure aspectos positivos, associando o destino a palavras como “sustentável”, “ambiental”, “biodiversidade”, “comunidade local” e outras do

vocabulário socioambiental e cultural. Evite levar animais domésticos a ambientes

naturais, eles podem trazer doenças estranhas à fauna local.

Tenha certeza de que todas as vacinas estão em dia, e saiba que muitas comunidades remotas são

sensíveis à transmissão de novas doenças. Lembre-se de que, pela legislação brasileira, existem locais onde não se pode construir nada ou é necessária licença dos órgãos ambientais para isso. Evite hospedar-se em instalações construídas

em Áreas de Preservação Permanente (APP), que são: beiras de rios, lagos e praias, topos de morros ou encostas muito inclinadas, restingas e manguezais, além de uma série de ambientes e

ecossistemas frágeis. Figura 5 – Antes de viajar: destino selecionado

(31)

Na Figura 5 listamos o que seria ideal investigar antes de chegar ao destino final. A questão chave dessa etapa é a preparação. O viajante precisa estar preparado para o que pode encontrar durante sua viagem e refletido sobre como deve agir caso aconteça algo. Com o destino turístico selecionado, o viajante pode fazer a bagagem, o que, para alguns, não é uma tarefa fácil.

ANTES DE VIAJAR: FAZENDO AS MALAS

A quantidade de itens na bagagem aumenta o impacto da viagem, pelas emissões de gás carbônico e pelo lixo gerado.

Tente não levar de casa nada que possa encontrar lá. Comprar produtos de higiene ou

alimentos no mercadinho local, objetos de artesanato e produtos regionais, contribui com a

geração de empregos, aumenta a renda dos moradores e valoriza os talentos locais!

Cuidado com pilhas, baterias e lâmpadas. Esses pequenos objetos contêm materiais tóxicos que contaminam a água e o solo quando descartados

de forma inadequada. Jamais os jogue no lixo comum, deposite esses itens em coletores específicos. Se não encontrar lugar adequado

para depositá-los, traga-os de volta. Dê uma finalidade cultural às revistas e aos

livros que você terminou de ler. Eles podem ser deixados na própria comunidade ou na escola

local.

Xampus e sabonetes líquidos ecologicamente corretos (biodegradáveis) já estão disponíveis. Utilize-os nas viagens e use a menor quantidade

possível. Isso mantém as fontes de água potável, rios e mares livres de poluição. Embalagens são um problema para o meio ambiente. Retire-as das mercadorias antes de viajar. Além de produzir menos lixo, você vai deixar sua bagagem mais leve, evitar emissões durante o transporte e poupar fôlego durante caminhadas com mochila. Se levar uma embalagem cheia,

traga-a vazia na volta. Figura 6 – Antes de viajar: fazendo as malas

Fonte: Adaptado de Passaporte Verde (www.passaporteverde.gov.br)

A Figura 6 informa o viajante sobre o que levar na bagagem e o que deixar no destino turístico. O turista precisa ter consciência que, até o que é levado na bagagem afeta a sustentabilidade. Não é preciso levar tudo de casa, muitos itens, podem ser encontrados no destino turístico. Também é aconselhável evitar levar roupa em excesso, levar somente o essencial, uma mala mais leve emite menos gás carbônico em seu transporte. Outro cuidado é na hora do descarte do lixo, recicle sempre que possível.

A partir de agora, serão fornecidas informações do que pode ser feito durante a viagem.

(32)

DURANTE A VIAGEM: BOA VIAGEM

Para viajar de modo sustentável, é preciso fazer algumas escolhas que orientem o planejamento. Decida sempre por causar o mínimo impacto.

Escolha os meios de transporte menos poluentes, lugares com menos concentração de turistas,

hospedagens mais ecológicas e alimentação saudável.

Ao viajar, consumimos produtos e serviços que refletem nossos valores. Questione cada vez mais padrões de produção e consumo responsáveis pela degradação ambiental.

Figura 7 – Durante a viagem: boa viagem

Fonte: Adaptado de Passaporte Verde (www.passaporteverde.gov.br)

A Figura 7 representa toda a pesquisa feita antes da viagem. E, para a decorrência de uma boa viagem, tanto para os turistas, morados e prestadores de serviço, quanto para o destino turístico, tudo que foi pesquisado deve ser posto em prática nessa etapa.

DURANTE A VIAGEM: TRANSPORTES

Carro: veículos motorizados são sempre poluentes, mas é possível minimizar isso dividindo o carro com mais pessoas, mantendo o veículo em boas condições de funcionamento

e viajando a uma velocidade que consuma menos combustível. Se precisar alugar um

carro, prefira veículos híbridos ou flex.

Embarcação: em um país como o Brasil, com rios navegáveis em todo o território, é possível viajar

de barco por muitos lugares. Mas, entre as pequenas, médias e grandes embarcações, há uma grande diferença. É preciso escolher aquelas

que causam menor impacto, principalmente pela quantidade e tipo de combustível utilizado.

Ônibus: os transportes coletivos reduzem a poluição e a quantidade de veículos nas vias. Há linhas de ônibus para atravessar todo o país.

Trem: apesar do transporte ferroviário não cobrir boa parte das localidades brasileiras, este é um meio bastante sustentável, pois consome menos

energia que carro ou avião, transporta mais pessoas e polui menos o ar.

Bicicleta: o veículo mais saudável para o turista e para a natureza. É uma boa alternativa para

distâncias menores. Pedalar é um prazer, e o objetivo do turismo com esse tipo de atividade é

curtir o percurso. E, claro, fazer um ótimo exercício físico. Mas leve em conta o clima, as

rotas, os equipamentos e a bicicleta.

A pé: As trilhas são a melhor forma de vivenciar e desfrutar belezas naturais, dando acesso a áreas selvagens, cachoeiras ou praias. Mas mantenha-se nas trilhas pré-determinadas, evitando atalhos

que causam destruição da vegetação e erosão. Deixe o local como se ninguém houvesse passado

por ali. Não faça fogueiras e não leve flores, plantas nem alimente animais selvagens.

(33)

Avião: o transporte aéreo causa grande impacto ambiental, emitindo quantidades grandes de gás carbônico na atmosfera, o que agrava o efeito estufa. Mas há alguns meios para reduzir a emissão

de CO2, como evitar percursos que exijam escalas, pois as maiores emissões ocorrem durante a decolagem e aterrissagem e evitar exagerar na bagagem, quilos a mais na mala de viagem podem significar mais emissões de carbono na atmosfera. Além disso, procure opções para compensar as

emissões das horas de voo. Figura 8 – Durante a viagem: transportes

Fonte: Adaptado de Passaporte Verde (www.passaporteverde.gov.br)

Na Figura 8, encontram-se os meios de transporte mais utilizados pelos turistas e moradores. Ao escolher a sua forma de locomoção, o turista deve levar em consideração o trânsito, o benefício de alguns transportes em relação a outros e as limitações de cada um deles.

DURANTE A VIAGEM: MEIO DE HOSPEDAGEM

Exemplos de práticas verdes por parte dos meios de hospedagem: Incorporar os princípios socioambientais à

administração e ao treinamento das pessoas, que devem ser capacitadas para exercerem

suas atividades de modo responsável;

Reduzir o consumo indireto de energia, aquele embutido na fabricação dos itens de consumo,

buscando oferecer produtos naturais, especialmente vegetais, feitos na região; Reduzir o impacto ambiental de novos projetos

e construções, visando à preservação do cenário natural, sua fauna e flora, e levando em

consideração a cultura local na arquitetura. Materiais naturais, técnicas construtivas de baixo impacto e baixo consumo energético

merecem atenção;

Adotar a prática dos “5 Rs” da conduta ambiental: repensar hábitos e atitudes, recusar produtos que agridam a saúde e o meio ambiente, reduzir a geração e o descarte, reutilizar para aumentar a

vida útil dos produtos, reciclar e transformá-los num novo produto.

Utilizar energias alternativas, como a solar e eólica, sempre que possível no planejamento

das novas construções e instalações;

Consumir água com racionalidade e eficiência, por exemplo, coletar e utilizar a água da chuva quando

possível; Quando utilizar detergentes, optar pelos de

menor impacto ambiental;

Utilizar desinfetantes e outros agentes químicos quando extremamente necessário; Não permitir que haja qualquer vazamento de

esgoto ou dejetos poluidores;

Tomar as iniciativas necessárias para acabar com a poluição sonora e visual e;

Controlar e diminuir o uso de produtos agressivos ao ambiente, como amianto, CFCs, pesticidas e materiais tóxicos, corrosivos ou inflamáveis;

(34)

Atitudes ideais para o turista Evitar o uso desnecessário de água e de

produtos químicos, utilizando por mais de um dia as toalhas de banho e rosto.

Ligar o ar condicionado, sempre com portas e janelas fechadas, e ventiladores apenas quando

necessário. Recolher todo o lixo produzido e separar

materiais recicláveis de restos orgânicos.

Utilizar sacolas reutilizáveis de pano ou papel ao invés dos saquinhos plásticos nas compras. Não comprar animais silvestres, preferir

admirá-los no seu habitat natural.

Apagar as luzes e desligar os equipamentos do ambiente ao sair.

Fechar a torneira enquanto escovar os dentes. Assim, gastando apenas dois litros de água ao

invés de 60 com essa prática.

Não retirar plantas, nem levar “lembranças” do ambiente natural para casa. Deixar pedras, flores, frutos, sementes e conchas onde encontrados para

que outros também possam apreciá-los. Na praia, utilizar protetor solar resistente à água

para não poluir o mar e prejudicar a fauna marinha.

Ajudar na educação de outros visitantes, transmita os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade de disseminar essa atitude

responsável. Figura 9 – Durante a viagem: meio de hospedagem

Fonte: Adaptado de Passaporte Verde (www.passaporteverde.gov.br)

Por último, na Figura 9, o viajante pode se informar sobre como se portar em meios de hospedagem. E o que deve esperar de quem os hospeda.

Essa campanha tem como objetivo mostrar que assumindo simples atitudes, o cidadão pode vir a torna-se um turista sustentável.

Existem diversos manuais e programas com informações de como ser um turista consciente, divulgando práticas sustentáveis. Um exemplo é o vida de viajante6, que lista algumas ações como: Conhecer a história, os costumes e a

cultura da região visitada; Preservar o patrimônio natural e cultural da região; Valorizar o artesanato produzido por pessoas da comunidade local; Experimentar a culinária típica, os aromas e os sabores da região visitada; Praticar as atividades de aventura com a máxima segurança; Tratar os moradores da região com cortesia e respeito; Trazer sempre seu lixo de volta; Economizar água e energia; Preferir meios de hospedagens preocupados com a sustentabilidade da região (VIDA DE VIAJANTE, [s.d]).

Segundo a United Nations Environment Programme (UNEP, [s.d]), o turismo não pode se tornar verdadeiramente sustentável a não ser que os consumidores –

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turistas – consistentemente favoreçam mais destinos e atividades sustentáveis em suas decisões de compra [em tradução livre da autora]. É preciso que o turista incentive o mercado a adotar cada vez mais práticas sustentáveis. E para isso é necessário que o turista invista em decisões e compras sustentáveis.

2.4.2 Pesquisas relacionadas com o consumo sustentável no turismo

O comportamento do consumidor sustentável, para o turismo, completa a sustentabilidade do local. Devido a isso, pesquisadores começaram a estudar o turista, buscando entender como o mercado e a indústria do turismo devem se posicionar. Esta seção contém algumas das pesquisas relacionadas ao comportamento do turista em diferentes cenários.

No ano de 2008, Dolnicar et. al (2008), analisaram os estudos teóricos e empíricos de pesquisadores no turismo. Depois dessa busca na literatura, chegaram à conclusão que os pesquisadores tinham até aquele momento uma compreensão muito limitada do que, no comportamento do turista, pode ser considerado como sustentável e pouco se sabe sobre quem, realmente, são os turistas ecológicos.

A pesquisa de Bergin-Seers e Mair (2009), realizada na Austrália, teve como objetivo identificar e traçar o perfil de turistas-verde e reconhecer as mudanças que estão ocorrendo no mercado. Os autores concluíram que alguns turistas são mais conscientizados em relação a problemas ambientais do que outros e, a possibilidade de não existência de um turista-verde extremista, pois esse estaria muito preocupado com os impactos que causaria ao viajar.

Buscando descobrir o entendimento e a compreensão pública sobre o turismo sustentável, em Londres, Miller et. al (2010) chegaram à conclusão do baixo nível de consciência sobre os impactos da indústria do turismo. Por mais que exista uma consciência, ela recai sobre os impactos tangíveis, tais como lixo, deixando de lado impactos intangíveis do aquecimento global. Além disso, os entrevistados se mostraram resistentes em mudar o seu comportamento, a menos que outras pessoas e os países em desenvolvimento também mudassem. Na maioria das vezes utilizando como argumento um sentimento de direito de desfrutar suas férias, despreocupados sobre os impactos que estão causando.

(36)

Zhou e Ikeda (2010) estudaram o desenvolvimento do turismo verde na província de Hunan, China. Os resultados apontam que o turismo verde no país pode ser definido como um turismo rural. Os visitantes possuem fortes interesses em comida/bebida e serviços de recreação. Descobriu-se que as operadoras de turismo verde optavam por soluções de curto prazo ao invés de alcançar os benefícios da atividade sustentável. Da mesma forma que, existe uma falha nas informações e na comunicação entre visitantes e operadoras. A parceria e cooperação, entre visitantes e operadores do turismo verde, precisa ser construída, para que assim possam articular seus interesses e necessidades.

Descobrir se os hábitos sustentáveis realizados em casa se mantinham durante a viagem foi outra questão pesquisada. Para isso, Barr et. al (2010), realizaram duas pesquisas, uma quantitativa e uma qualitativa. O resultado quantitativo definiu três grupos com diferentes segmentos de estilo de vida, dentre eles, dois engajados em questões sustentáveis tanto viajando quanto em casa. A pesquisa qualitativa foi composta apenas por esses dois grupos. Em ambos os casos, nenhum grupo desejava reduzir seus hábitos de voar, revelando que, mesmo quando estão comprometidos com as questões ambientais, uma das partes mais prejudiciais do que a viagem representa – emissão de gás carbônico durante o vôo – é visto como um problema menor.

Dolnicar (2010), com sua pesquisa, buscou identificar turistas com pegadas ambientais menores. A autora chegou à conclusão que, em casa, os indivíduos podem organizar as condições de vida que lhes permitam atuar em uma forma ambientalmente amigável. Em férias, no entanto, eles são confrontados por circunstâncias de infraestrutura fora de seu controle. Existe uma parcela que, quando viajando, se comporta mais ambientalmente amigável do que outras. Este segmento está fortemente associado com o daqueles que se comportam de formas ambientalmente amigáveis em casa. Ao atrair turistas conscientes, o impacto ambiental do turismo no destino pode ser reduzido. No entanto, é improvável que esta medida irá reduzir a pegada ambiental global do turismo como uma indústria, porque os turistas que não se comportam de uma forma ambientalmente amigável irão viajar para outro lugar.

A pesquisa de Robinot e Giannelloni (2010) teve como objeto de estudo os hotéis. Os autores investigam se os atributos “verdes” nos hotéis contribuem com a

(37)

satisfação do consumidor. Os autores perceberam que a demanda vê esses atributos como parte integrante do serviço, não como diferencial.

McKercher e Prideaux (2011) pesquisaram se o turismo é uma prioridade ambiental para estudantes de turismo e hospitalidade. Os estudantes de turismo são bem informados sobre estas questões, no entanto, a profundidade do conhecimento é incerta. O estudo apontou que a maioria desses estudantes, futuros líderes da indústria, não considera o turismo e transporte aéreo como importantes problemas ambientais globais. Seria de se esperar que os estudantes de turismo fossem mais conscientes das questões ambientais relacionadas com a sua área de atuação do que o público em geral. Se eles não a vêem como uma questão importante, possivelmente, o público em geral, que é presumivelmente menos consciente, também não veja como um problema.

Tendo agora o hotel como cenário de pesquisa, Melo et. al. (2012) investigaram se consumidores de serviços turísticos que viajam a lazer aprovam e preferem estabelecimentos nos quais seus restaurantes adotem práticas de sustentabilidade. Os resultados indicam que, embora o consumidor aprove essas práticas, estas questões pouco interferem nas suas preferências quando vão escolher um hotel para suas viagens a lazer.

No estudo de Shamsub e Lebel (2012), os autores realizaram uma survey, nos dois maiores aeroportos da Tailândia, para investigar o comportamento sustentável de turistas internacionais no país. O resultado indicou que a natureza do turismo molda a consciência da sustentabilidade dos visitantes. Turistas que visitam atrações culturais estão aptos a aprender a cultura local, costumes e tradições com antecedência. Ou, mesmo se eles não aprenderam na fase de planejamento da viagem, eles são propensos a aprender durante.

Costa e Camargo-Borges (2012) fizeram uma pesquisa qualitativa, com entrevistas a estudantes europeus, para identificar qual o sentido de responsabilidade na visão do turista – consumidor – em relação à construção, ao desenvolvimento e ao alcance de metas sustentáveis no destino turístico. Os turistas pesquisados acham que a sustentabilidade é um tema importante e que deve ser considerado na hora das atividades de consumo. Porém, pouco ou nada fizeram

(38)

para que pudesse ser alcançada. A obrigação de desenvolver atividades relacionadas à sustentabilidade é dos governos e das empresas, e não dos turistas.

Gomes et. al (2012) realizam um estudo de caso do Caminho do Vinho em São José dos Pinhais, Paraná, e chegaram à conclusão de que já existe uma demanda que demonstra preocupação com os impactos gerados através do uso de determinados produtos e serviços. Em contrapartida, os empreendedores mostram-se receosos quanto à incorporação da responsabilidade social. Este receio pode mostram-ser ocasionado pela ausência de informações sobre o que é a responsabilidade social e como ela beneficia a sociedade. Devido a isso, os autores concluem que há uma necessidade de se criar um programa de sensibilização e conscientização dos empreendedores locais quanto aos benefícios da incorporação da responsabilidade social em suas empresas.

Além de investigar o comportamento do consumidor sustentável no turismo, alguns pesquisadores buscaram medir a sustentabilidade do destino turístico através do comportamento do turista. Existem diversas ferramentas de medição, algumas elaboradas especificamente para cada destino turístico. A ferramenta mais utilizada é a pegada ecológica, que oferece uma estimativa total da demanda sobre a capacidade de produtividade e assimilação de resíduos de natureza biofísica imposta pelo estilo de vida do consumidor (HUNTER; SHAW, 2007) [em tradução livre da autora].

Lee et. al (2012) desenvolveram um método medição confiável e válido para avaliar o comportamento, geral e específico, ambientalmente responsável de turistas de base comunitária. Conceituar e medir o comportamento ambiental responsável com uma abordagem multidimensional é essencial para a gestão do turismo. Desenvolver esse instrumento de pesquisa é de grande valor para a investigação futura, servindo assim, como um material de educação ambiental para turistas e fornecendo implicações de gestão para o turismo sustentável de base comunitária.

Com um ponto de vista diferente, mas ainda uma pesquisa comportamental, Oliveira et. al (2012) tiveram como objetivo verificar o consumo ecologicamente correto de uma estância ecoturística – Ilhabela, São Paulo – através do comportamento e atitudes de jovens moradores da região. Foi encontrado um número diminuto de pessoas que possuem atitude e comportamento proativos em

(39)

relação ao meio ambiente, especialmente por serem moradores de uma região que prospera economicamente devido ao ecoturismo.

Pode-se perceber com a análise das pesquisas, que o consumidor tem certa consciência sobre a sustentabilidade, porém complexidade e intensidade da informação ainda são muito superficiais. Além disso, o lado da oferta se encontra receoso em relação às mudanças, pois o consumidor, apesar de consciente de seu comportamento, cria uma forte barreira em aceitar que deve fazer parte da colaboração para mudanças. Reeducar um turista como consumidor sustentável não é uma tarefa fácil. Já que, em suas viagens procuram relaxar e deixar de lado as preocupações. Mudar hábitos é um desafio.

(40)

3 METODOLOGIA

A presente investigação foi realizada em uma abordagem quantitativa que, de acordo com Richardson (1999, p.70) caracteriza-se:

[...] pelo emprego de quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc.

Diferentemente de uma pesquisa qualitativa, que busca aprofundar e examinar os detalhes do objeto estudado, a pesquisa quantitativa busca descobrir e analisar as relações entre variáveis.

A pesquisa direcionada apenas para os estudantes universitários brasileiros e mexicanos da carreira de turismo da Universidade Federal Fluminense7 (UFF) e da

Universidad Veracruzana8 (UV) tem como objetivo descobrir se o futuro profissional

da carreira de turismo possui conhecimentos em relação à sustentabilidade e se o mesmo está engajado em práticas e hábitos sustentáveis durante suas viagens. Para isso foi utilizado o método survey. As pesquisas survey são muito similares ao censo, entretanto, enquanto o censo busca analisar toda uma população, a survey se limita a uma amostra desse universo (BABBIE, 1999).

Existem dois tipos de amostras: probabilísticas e não probabilísticas. No primeiro caso todo elemento da população tem uma probabilidade conhecida e igual de ser selecionado. Caso contrário, a amostragem será não probabilística (AAKER et. al. 2007). Nesta pesquisa, devido à facilidade de acesso aos participantes, foi utilizada a amostra de conveniência, não probabilística. Por esse motivo, deve-se lembrar que os resultados obtidos na amostra não são representativos para toda uma população.

Por se tratar de uma temática pouco estudada na área de turismo, é uma pesquisa de caráter exploratório. No universo do turismo sustentável, existem poucos estudos que, efetivamente, são relacionados com os consumidores, ou seja,

7 Localizada em Niterói, Rio de Janeiro – Brasil.

Referências

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