INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - PET
PROJETO DE SENSIBILIZAÇÃO INFANTIL
Projeto de conscientização: “CONHECENDO O PEQUENO MUNDO”
PORTO ALEGRE 2013
O presente projeto visa à conscientização de crianças na faixa etária de 4 a 11 anos sobre a necessidade de ter alguns cuidados com o armazenamento e manipulação de alimentos, bem como suas aplicações benéficas na indústria alimentícia. Pretende-se apresentar esses conceitos de forma lúdica e prática, com experimentos, vídeos e apresentações interativas.
1 INTRODUÇÃO
O projeto “Conhecendo o Pequeno Mundo”, organizado pelos alunos do Programa de Educação Tutorial do Curso de Engenharia de Alimentos (PET) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tem como proposta conscientizar crianças das séries iniciais que higiene pessoal e a dos alimentos influenciam diretamente na saúde. Além disso, tem o intuito de destacar a importância dos cuidados de manuseio dos alimentos e os riscos de ingerir alimentos mal armazenados e impróprios para o consumo.
Medidas simples, como lavagem das mãos e dos alimentos com água e sabão comum, têm sido eficazes no combate de infecções (Bloomfield, 2001). Luby (2001) realizou uma revisão da literatura em relação ao papel da lavagem de mãos na saúde em países pobres e verificou que, em todos os relatos analisados, programas de educação que promoviam o hábito de lavar as mãos acarretaram uma diminuição significativa na incidência de doenças infecciosas, sobretudo, de diarréias. (Tomono, 2003; Phiri, 2000; Khan, 1979). O cuidado com as unhas também se mostrou como uma estratégia eficaz para essa prevenção (Khan, 1979).
Um grande problema para a saúde pública é a transmissão de doenças através dos alimentos Conforme dados obtidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 70% dos casos de enfermidades transmitidas pelos alimentos, tem origem no seu manuseio inadequado pelo consumidor final. Sendo assim, deve-se destacar a importância de hábitos adequados para o manuseio e armazenamento de alimentos por parte dos consumidores.
A Promoção de Saúde é uma estratégia defendida pela OMS, tendo como componente essencial o estabelecimento de políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento de habilidades pessoais e coletivas visando à melhoria da qualidade de vida (Sícoli, 2003). Essa ação pressupõe a necessidade de atividades de Educação em Saúde (Sícoli, 2003), importante instrumento para a garantia de melhores condições de saúde. Esta aplicação é fundamental para as crianças, pois ajuda a desenvolver nelas a responsabilidade perante o seu
próprio bem-estar, a praticar hábitos saudáveis e contribuir para a manutenção de um ambiente saudável. Para que isso ocorra, é importante que o processo educativo não seja realizado de modo impositivo, mas de forma adequada as suas capacidades cognitivas, num ambiente prazeroso, propiciando uma relação direta entre os conteúdos e o seu dia-a-dia (Schall, 1994).
2 JUSTIFICATIVA
Uma vez que as doenças infecciosas, muitas vezes são causadas pela deficiência de bons hábitos de higiene, o grupo PET Engenharia de Alimentos idealizou este projeto de extensão, com o intuito de visitar escolas e conscientizar crianças das séries iniciais sobre a importância deste tema.
3 OBJETIVOS
O objetivo deste projeto é conscientizar as crianças sobre a importância da higiene pessoal e dos alimentos, uma vez que os maus hábitos podem causar muitas doenças. Também objetiva-se estimular novos hábitos de higienização.
4 ATIVIDADES PROPOSTAS
Para atingir os objetivos, o grupo propõe as seguintes atividades:
Crianças das séries iniciais – atividades 1 à 3
1. Integração com as crianças: as crianças serão questionadas sobre a importância da higiene e o que elas fazem para mantê-la.
Descrição da atividade:
Em grupos, as crianças discutirão a importância da higiene e quais os principais hábitos adotados por elas.
Tempo estimado: 45 minutos.
2. Apresentação de vídeos e PowerPoint: A apresentação mostrará os principais problemas da falta de higiene e o benefício da aplicação das boas práticas de higiene utilizadas pelas indústrias de alimentos, bem como podem ser aplicadas no dia a dia.
Descrição da atividade:
Serão apresentados vídeos e figuras, mostrando os principais problemas da falta de higiene. Vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=zwi1AQLl7mQ https://www.youtube.com/watch?v=ECPgrQqT8UI&list=PL079CDAE31E11955 A https://www.youtube.com/watch?v=k2z0ppvRqEY&list=PL6BB5AFF27F994901 https://www.youtube.com/watch?v=iCwmyOjddQo
OBS: Serão passados trechos dos vídeos juntamente com a apresentação explicativa contendo as imagens.
Tempo estimado: 40 minutos.
3. Mural “Conhecendo o Pequeno Mundo”: ao final da apresentação, será montado um mural com figuras e desenhos relacionados aos hábitos de higiene.
Descrição da atividade:
Com recortes de revista e desenhos, cada criança utilizará um espaço em um papel pardo para mostrar o que aprendeu e achou importante no projeto; o mural será exposto na escola.
Tempo estimado: 45 minutos.
Para crianças na faixa de 9 – 11 anos – atividades: 1,2, 4 - 6
4. Cultivando bactérias: Mostrar a existência de micróbios e como eles contaminam o meio de cultura.
Material:
1 pacote de gelatina incolor ; 1 xícara de caldo de carne; 1 copo de água;
Duas placas de petri (ou duas tampas de margarina ou dois potes); Hastes flexíveis; Filme plástico; Etiquetas adesivas; Caneta Descrição da atividade:
Os alunos passariam uma haste flexível no chão, em uma nota de R$2,00, entre os dentes, ou ainda entre os dedos dos pés. A haste flexível é esfregado levemente sobre o meio de cultura - previamente preparado, e posto em uma placa de petri, com gelatina incolor dissolvida em água juntamente com caldo de carne - para contaminá-lo. As placas serão tampadas e marcadas com o tipo de contaminação feita. Depois de três dias, observa-se as alterações.
OBS.: as placas de petri podem ser substituídas por tampas de margarina envoltas com filme plástico. As amostras podem ser preparadas anteriormente e só serem expostas para as crianças as placas contaminadas e a origem dessa contaminação, ou procedimento é feito juntamente com as crianças na escola e o meio de cultura fica com elas para ser analisado posteriormente com as professoras.
Explicação:
Ao encontrar um ambiente, como a gelatina com caldo de carne capaz de fornecer nutrientes e condições para o desenvolvimento, os microorganismos se instalam e aparecem. Esse ambiente pode ser alimentos mal-embalados ou guardados em local inadequado. O mesmo acontece com o nosso organismo: sem as medidas básicas de higiene, ele torna-se um excelente anfitrião para bactérias e fungos.
5. Estragando o mingau: Perceber a necessidade de guardar bem os alimentos para que eles não se contaminem.
Material:
5 copinhos de café numerados; 1 saco plástico ou filme plástico;
2 colheres de amido de milho ou outro tipo de farinha; 1 colher de óleo;
1 panela pequena; 1 copo de vidro; 1 colher de vinagre; Água
Descrição da atividade:
Prepara-se um mingau com amido de milho e água, mistura-se bem a solução e leva-se ao fogo até engrossar. Coloca-se o mingau ainda quente até a metade em copinhos plásticos. Deixa-se um copo (1) aberto, em cima da mesa. Cobre-se o segundo com filme plástico, vedando-o, e esse também é deixado sobre a pia. O terceiro é completado com óleo e o quarto, com vinagre. O quinto é colocado na geladeira, sem cobertura. Observa-se com a turma em qual mingau apareceram as primeiras alterações. Depois de uma semana, pede-se a todos para que descrevam a aparência de cada copo e fazer desenhos coloridos, seguindo o que viram nos copinhos.
OBS.: A preparação de todo o experimento pode ser feito antes, e mostrar para as crianças os resultados obtidos explicando o processo e debatendo o assunto com elas,ou o mingau pode ser preparado com antecedência e o procedimento é feito juntamente com as crianças na escola e o mingau fica com elas para ser analisado posteriormente com as professoras.
Explicação:
A temperatura alta, usada no cozimento do mingau, matou todos os microorganismos. Porém, a temperatura ambiente é propícia para a proliferação de micróbios, que se depositam no mingau deixado ao ar livre. O primeiro é o que apresenta mais alterações, pois ficou na temperatura ambiente e sem proteção, exposto aos microorganismos. O segundo está menos contaminado que o primeiro, porque o filme plástico impede que os micróbios se depositem sobre ele. Terceiro - o óleo funciona como cobertura ou embalagem, impedindo qualquer contato com o ar e, por conseqüência, com os micróbios. Quarto - a acidez do vinagre impede o aparecimento de microorganismos, pois estes não se desenvolvem em pH’s ácidos, (é o princípio de preparação de algumas conservas). Quinto - as baixas temperaturas são as que mais retardam o aparecimento de fungos, por isso a geladeira é o melhor lugar para conservar alimentos.
6. “Mãos limpas?”: mostrar que mãos aparentemente limpas podem conter microorganismos.
Material para cada grupo:
1 colher de fermento biológico diluído em um copo de água; Água com açúcar em uma tigela;
1 tubo de ensaio; 1 funil;
1 rolha (para fechar o tubo de ensaio); 1 chumaço de algodão •
Algumas gotas de azul de bromotimol
Será solicitado que os alunos lavem bem as mãos. A turma será dividida em grupos de cinco. Um aluno colocaria fermento biológico em sua mão direita e cumprimentaria seu colega com a mesma. O colega cumprimentado repete o mesmo com outro. O último aluno do grupo a ser cumprimentado lava as mãos em uma tigela com água e açúcar. Uma amostra dessa água será colocada em um tubo de ensaio. Em um algodão será colocado azul de bromotimol e este será posicionado na abertura do tubo sem encostar-se ao líquido. O tubo será fechado com uma vedação. Após os resultados serem notados, será discutido com os alunos os motivos do que foi observado.
Explicação:
Dentro do tubo de ensaio, a água com açúcar fornece o alimento necessário para os microorganismos, nesse caso, fungos se desenvolvem. Os fungos respiram e soltam gás carbônico, o que torna o ambiente do tubo ácido. Com isso, o azul de bromotimol, sensível à alteração de pH, muda sua cor para amarelo.
5 REFERÊNCIAS
BLOOMFIELD, S.F. Preventing Infectious diseases in the domestic setting: a risk-based approach. Am. J. Infection Control, v.29, p.207-12. 2001.
LUBY, S. The role of handwashing in improving hygiene and health in low-income countries. Am. J. Infection Control, v.29, p.239-40, 2001.
TOMONO, N.; ANANTAPHRUTI, M.T.; JONGSUKSUNTIGUL, P.;
THONGTHIEN, P.; LEERAPAN, P.; SILAPHARATSAMEE, Y.; KOJIMA, S.; LOOAREESUWAN, S. Risk factors of helminthiases among schoolchildren in southern Thailand. South. Asian J. Tropic. Medic. Public Health, v.34, n.2, p.264-8, 2003.
PHIRI, K.; WHITTY, C.J.; GRAHAM S.M.; SSEMBATYA-LULE G. Urban/rural differences in prevalence and risk factors for intestinal helminth infection in southern Malawi. Annals of Tropical Medicine Parasitology, v.94, n.4, p.381-7, 2000.
KHAN, M.Y. An analytical study of factors related to infestation by intestinal parasites in rural school children (report of a pilot study). Public Health, v.93, n.2, p.82-8, 1979.
SÍCOLI, J.L.; NASCIMENTO, P.R. Promoção de saúde: concepções, princípios e operacionalização. Interface – Comunic., Saúde, Educ., v.7, n.12, p.91-112, 2003.
