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CIDADE E LONGEVIDADE: NOVOS DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO

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Nayara Mendes Silva

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

nayara.mm@live.com

CIDADE E LONGEVIDADE: NOVOS DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO

URBANO

Luzia Cristina Antoniossi Monteiro

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

cristinaantoniossi4@gmail.com Filipe Augusto Portes

Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

fi.augusto.portes@gmail.com

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CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO PARA O PLANEAMENTO URBANO,

REGIONAL, INTEGRADO E SUSTENTÁVEL (PLURIS 2018)

Cidades e Territórios - Desenvolvimento, atratividade e novos desafios

Coimbra – Portugal, 24, 25 e 26 de outubro de 2018

CIDADE E LONGEVIDADE: NOVOS DESAFIOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO

N.M. Silva, L.C.A. Monteiro, F.A. Portes

RESUMO

O Brasil vivencia o processo de transição demográfica, fenômeno que realça demandas da sociedade envelhecida. No meio urbano problemas intensificam-se e as desigualdades socioespaciais reduzem as possibilidades de alcance à moradia adequada. A Organização Mundial da Saúde, atenta a essas questões, lançou a Estratégia Cidade Amiga do Idoso (2007), preconizando planejamento urbano acessível e coerente diante do envelhecimento populacional. Esse artigo analisa as condições de habitabilidade em dois condomínios exclusivos para idosos de baixa renda no município de Araraquara, Brasil - o Vila Dignidade e o Recanto Feliz. Foram entrevistados quarenta moradores, aplicando-se o Protocolo de Vancouver na perspectiva de avaliar semelhanças e diferenças entre as políticas habitacionais e o preconizado pelo Guia Cidade Amiga do Idoso.

1 INTRODUÇÃO

A contemporaneidade experimenta, em diferentes regiões do mundo, mudanças no perfil demográfico. Tal realidade se reflete tanto em países desenvolvidos, como nos considerados em desenvolvimento. Esses, vivenciam o fenômeno de forma acelerada, como é o caso do Brasil.

Trata-se da transição demográfica, um fenômeno que atua acentuando o crescimento do número de idosos, diante da diminuição de integrantes de faixas etárias que se enquadram na chamada “idade ativa”. Dentre os fatores que subsidiam essa maior expectativa de vida da população, destacam-se os processos migratórios do meio rural para áreas urbanas, progressos técnico-científicos, e principalmente, a diminuição das taxas de mortalidade, fecundidade e natalidade (Jardim, 2007; Nasri, 2008; Camarano, 2011; Debert, 2012). Tais mudanças também impulsionaram a transição epidemiológica, caracterizada pela diminuição significativa da mortalidade causada por doenças infecto-parasitarias, que foi substituída por doenças crônicas não transmissíveis. Deste modo, estes, e outros processos históricos avançaram na modernização e industrialização, refletiram em melhores condições de vida, e consequentemente, contribuíram para a longevidade populacional (Jardim, 2007; Camargos et al., 2015).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, através de suas projeções, aponta que tal tendência irá se prorrogar pelas próximas décadas. Os dados indicam que o percentual de idosos no Brasil no ano de 2014 era de 13,7%, e a previsão para o ano de 2060 é de que

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um terço da população brasileira seja composta por pessoas idosas, isto é, com idade igual ou superior a 60 anos (IBGE, 2015).

Em consonância com o aumento da população idosa, cresce também o percentual de idosos morando sozinhos. Conforme Debert (2012), Prado e Perracini (2011), pesquisas recentes indicam a diminuição do número de idosos morando com filhos nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil essa tendência também aumenta. Dados do IBGE apontam que entre os anos de 2005 e 2015 houve um aumento de 10,4% para 16,6% de pessoas morando sozinhas, das quais, 63,7% correspondem a arranjos unipessoais compostos por pessoas com idade igual ou superior a cinquenta anos (IBGE, 2015).

O tipo de arranjo familiar é um dado preocupante visto que grande parte da população idosa é composta por pessoas de baixa renda, que sobrevivem com o valor recebido da seguridade social. Em 2009, esses benefícios (previdência, assistência social e as pensões por morte), cobriam, aproximadamente, 78% deste contingente, totalizando mais de 16 milhões de idosos. Além disso, destaca-se que 40,6% dos domicílios particulares permanentes do Brasil recebiam de zero à dois salários mínimos (IBGE, 2010; 2015).

Para Geibi (2012), o processo de urbanização agrava pobreza e exclusão social. Nesse sentido, essa nova realidade sociodemográfica impacta diretamente a questão do planejamento urbano, tendo em vista que metade da população mundial vive no espaço urbano e uma sociedade envelhecida requer cidades equitativas em termos de acessibilidade e mobilidade urbana (Buffel et al., 2012; Pfutzenreute et al., 2015).

Considerando o desafio das cidades em garantir qualidade de vida a medida em que as pessoas envelhecem, há dez anos, a Organização Mundial da Saúde - OMS, desenvolveu a Estratégia Cidade Amiga do Idoso, numa perspectiva de respaldar os gestores públicos para que possam desenvolver um planejamento urbano coerente à questão do envelhecimento, garantindo o acesso ao direito à cidade para todas as faixas etárias (OMS, 2007).

Por meio da oitiva de aproximadamente 1.500 idosos de 35 cidades ao redor do mundo, a pesquisa identificou características positivas e negativas que influenciam a vida da pessoa idosa no meio urbano. Tais características são divididas em oito eixos: moradia; espaços abertos e prédios; transporte; participação social; respeito e inclusão social; comunicação e informação; participação cívica e emprego; apoio comunitário e serviços de saúde.

O presente artigo analisa a questão da moradia adequada, preconizada em um dos eixos. Ressalta-se a necessidade de oferta e alternativas que minimizem a demanda habitacional para o público idoso de baixa renda, para que possam contar com a integralidade dos serviços disponíveis no meio urbano e suporte social adequado, garantindo-lhes assim o direito à cidade. No Brasil a criação de políticas urbanas habitacionais voltadas para pessoa idosa ainda é escassa, mas ganha certo destaque na última década no Ministério das Cidades (Bestetti, 2006; Schussel, 2012; Monteiro, 2012).

Araraquara é um município brasileiro do estado de São Paulo, que dispõe de políticas habitacionais, como é o caso dos dois condomínios exclusivos para idosos de baixa renda Recanto Feliz e Vila Dignidade, ambos inaugurados alguns anos após o lançamento da Estratégia Cidade Amiga do Idoso.

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Numa perspectiva de verificar a efetividade de tais políticas públicas no que tange ao alcance uma cidade amigável aos idosos, objetivou-se investigar se os eixos apontados pela estratégia da OMS foram considerados na implementação desses residenciais.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo transversal, documental, exploratório e descritivo, baseado nos pressupostos do método quanti-qualitativo de investigação. O desenvolvimento da pesquisa ocorreu nos condomínios exclusivos para idosos de baixa renda, Recanto Feliz e Vila Dignidade, ambos localizados em Araraquara – SP, Brasil.

O Recanto Feliz, constitui em política pública municipal, construído ao lado de uma linha férrea. Conta com 33 casas dispostas ao redor de um centro de convivência, destas, apenas 2 são adaptadas conforme o Desenho Universal. Já o Vila Dignidade de Araraquara, foi inaugurado em 2015 por meio de parceria entre gestão pública municipal e estadual, também possui um centro de convivência e conta com 20 residências, todas adaptadas conforme os princípios do Desenho Universal.

Embora os dois condomínios destinem-se à idosos de baixa renda, independentes, sem família ou com vínculos familiares enfraquecidos, ambos se diferem em alguns aspectos, como na gestão, visto que o Recanto Feliz é política pública municipal e o Vila Dignidade estadual. Nas condições de habitabilidade já que o Vila Dignidade abrange o Desenho Universal em toda a sua extensão, e o Recanto Feliz em apenas duas residências. E, na localização, pois o Vila Dignidade se encontra geograficamente em uma região com maior acesso aos serviços do município. Enquanto o Recanto Feliz é de localidade relativamente afastada, o que dificulta a integração comunitária de seus moradores.

A coleta de dados desenvolveu-se por meio de entrevistas com os moradores dos condomínios descritos, com a aplicação de um breve questionário socioeconômico e o Protocolo de Vancouver, o mesmo instrumento utilizado para a realização da pesquisa Cidade Amiga do Idoso da OMS, destinado a identificar, do ponto de vista dos próprios idosos, sugestões e aspectos positivos e negativos referentes aos oito eixos que compõem uma cidade amigável às pessoas idosas.

O Protocolo utilizado conta com itens específicos em cada um dos eixos a serem analisados, numa perspectiva de identificar o maior número de fatores que interferem na percepção sobre cada um. A lista completa dos itens de análise de cada tópico pode ser visualizada na tabela 1, apresentada a seguir.

Tabela 1 Itens de análise de cada eixo do Guia Cidade Amiga do Idoso

ESPAÇOS ABERTOS E PRÉDIOS TRANSPORTES

Calçadas e ruas Tráfego/barulho

Períodos específicos do dia Clima

Áreas verdes e de passeio Iluminação

Proteção de chuva, sol e vento Áreas de descanso Segurança Estabelecimentos Facilidade acesso/embarque Frequência Pontualidade Rotas suficientes Pontos de espera Segurança contra crimes Adaptação

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MORADIA RESPEITO E INCLUSÃO SOCIAL Custos Conforto Segurança Proximidade de serviços Facilidade de locomoção Guardar e alcançar objetos Realizar tarefas domésticas

Educação Atenção Ajuda

Respeito vindo de serviços e programas Opções oferecidas

Reconhecimento do público aos mais velhos Atividades intergeracionais

PARTICIPAÇÃO SOCIAL COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO

Acessibilidade Frequentes Em locais convenientes Opções Interesse Acessíveis Úteis Atualizadas Fácil entendimento Acesso dificultado

PARTICIPAÇÃO CÍVICA E EMPREGO SERVIÇOS COMUNITÁRIOS E DE SAÚDE

Informação sobre oportunidades Acessibilidade de oportunidades Variedade de oportunidades Motivação

Reconhecimento Remuneração

Adaptação aos mais velhos Meios usados para motivar

Tipos de serviços Acessibilidade Preço

Respostas às necessidades

Destaca-se que no decorrer da pesquisa todos os cuidados foram tomados quando a omissão da identificação dos participantes. A pesquisa somente se desenvolveu a partir da devida apreciação e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Carlos, instituição sede deste trabalho.

As entrevistas foram transcritas. Os dados quantitativos, referentes às informações socioeconômicas foram analisados por meio de análise estatística descritiva simples e os achados qualitativos, à luz do referencial teórico e normativo sobre o tema da pesquisa (Bardin, 2016).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No total foram entrevistados 40 idosos, 24 moradores do Recanto Feliz (RF) e 16 do Vila Dignidade (VD), no primeiro a predominância foi de mulheres, que representavam 70,83% dos participantes do local. Já no VD, contabilizou-se uma amostra homogênea, composta por 8 homens e 8 mulheres.

Com relação à idade dos entrevistados, os idosos do RF são mais velhos que os do VD, considerando que a média calculada foi de 74,41 e 69,43 anos de idade, respectivamente. Já no que tange ao estado civil, a maioria das residências são unipessoais, pois grande parte dos moradores dos dois condomínios são solteiros, viúvos ou divorciados.

Por tratar-se de moradores de políticas públicas para idosos de baixa renda, os rendimentos dos idosos é baixo, concentrando-se na faixa de apenas um salário mínimo. Assim como a renda, o nível de escolaridade também é baixo. Tanto no RF quanto no VD, a maioria dos moradores não concluíram o ensino fundamental, representando, 58,33% (n: 14) e 56,25% (n: 9), respectivamente. A tabela 2 contém os dados socioeconômicos agrupados por condomínio.

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Tabela 2 Dados socioeconômicos dos participantes

Variáveis

Condomínios

Recanto Feliz Vila Dignidade

% (n) % (n) Sexo Feminino 70,83% (n: 17) 50% (n: 8) Masculino 29,17% (n: 7) 50% (n: 8) Idade 60 a 70 anos 29,17% (n: 7) 68,75% (n: 11) 70 a 80 anos 45,83% (n: 11) 18,75% (n: 3) 80 anos ou mais 25% (n: 6) 12,5% (n: 2) Renda Menos 1 salário mínimo 0 25% (n: 4) 1 Salário mínimo 95,83% (23) 68,75% (n: 11) Mais de 1 Salário Mínimo 4,17% (n: 1) 6,25% (n: 1) Estado Civil Solteiro (a) 33,33% (n: 8) 56,25% (n: 9) Casado (a) 16,67% (n: 4) 0 Separado (a) 8,34% ( n: 2) 31,25% (n: 5) Divorciado (a) 20,83% (n: 5) 6,25% (n: 1) Viúvo (a) 20,83% (n: 5) 6,25% (n: 1) Escolaridade Analfabeto(a) 12,5 % (n: 3) 12,5% (n: 2) Ens. Fundamental incompleto 58,33% (n: 14) 56,25% (n: 9) Ens. Fundamental completo 4,17 % (n: 1) 25% (n: 4) Ens. Médio completo 12,5% (n: 3) 0 Ens. Superior incompleto 8,33 % (n: 2) 0 Ens. Superior completo 4,17% (n: 1) 6,25% (n: 1)

Os três principais tópicos citados pelos entrevistados dos dois condomínios, tanto em número de pontos positivos quanto negativos, foram os espaços abertos e prédios, transportes e respeito e inclusão social, divergindo apenas na ordem do total de citações.

Os espaços abertos e prédios foi o eixo mais comentado pelos participantes de ambos os locais, e tanto no RF quanto no VD sobressaíram-se as críticas, porém, no primeiro o número de aspectos negativos foi praticamente o dobro dos positivos.

A maior crítica quanto a este eixo, conforme os entrevistados no RF, referem-se às más condições das ruas e calçadas, bem como das áreas verdes e de passeio. Já os moradores do VD também mencionaram as condições insatisfatórias das calçadas, assim como do tráfego e barulho da cidade.

Percebe-se que os participantes do RF criticaram aspectos referentes ao ambiente construído e os do VD, à movimentação e qualidade sonora. Nesse sentido, é nítida a diferença sobre o que compõe a agradabilidade dos espaços, aspecto relacionado à ambiência, que perpassa aspectos puramente físicos, mas contemplam fatores ambientais (Cohen, 2004).

Para Thibaud (2010) “o design urbano não se debruça mais tão somente sobre os objetos, mas sobre o que há entre os objetos”. Dessa forma é possível afirmar que a ambiência é o que se vê, se sente e o que surge na união de todos os elementos que compõem e envolvem

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o espaço, como é o caso da interação das atividades do ser humano nas cidades que produzem efeitos na percepção da qualidade ambiental.

Ainda sobre o tópico espaços abertos e prédios, o item melhor avaliado pelos idosos do RF, dão conta da qualidade dos estabelecimentos que costumam frequentar, e a boa iluminação da cidade. Já os idosos do VD, além das boas condições dos estabelecimentos, mencionam satisfação quanto as áreas verdes e de passeio, aspecto criticado pelos moradores do RF. Embora os moradores dos dois condomínios critiquem as condições de ruas e calçadas, e elogiem os estabelecimentos frequentados, as opiniões se contradizem no que tange às áreas verdes e de passeio. O que pode estar relacionado à localização, pois o RF situa-se numa região distante de equipamentos, enquanto que o VD encontra-se integrado à rede de serviços do bairro, e, portanto, dispõe de mais locais de passeio adequados, do mesmo modo que está sujeito ao maior fluxo de veículos e pessoas, justificando a insatisfação quanto ao tráfego e barulho nas redondezas.

O eixo referente aos transportes foi o segundo mais mencionado pelos idosos do RF e terceiro pelos do VD, em ambos os condomínios houve empate no número de aspectos positivos e negativos citados, porém, ao analisar o total de relatos, sobressaíram-se, no RF, problemas referentes à frequência e dificuldade de embarque e desembarque nos veículos. Os participantes do VD elencaram enquanto pontos negativos a extensão das rotas e a sensação de insegurança no transporte. A diferença dos aspectos negativos entre os dois condomínios se dá porque os do VD dispõem de ponto de ônibus em frente ao condomínio, porém residem em região mais movimentada que requer várias paradas para embarque de passageiros, o que explica, em parte, o tempo de viagem e a sensação de insegurança. Diferentemente dos do RF que contam com disponibilidade de transporte público em horários escassos e muitas vezes precisam deslocar-se a pé para chegar ao local desejado, ou a um ponto de ônibus com maior oferta de transporte.

Para Santinha et al. (2013), pensar em oportunidades para o envelhecimento ativo requer promoção de mobilidade adequada, visto que assim como a inadequação de calçadas, a ausência ou mesmo falta de acessibilidade nos transportes produz efeitos na participação social das pessoas (Santos et al., 2017).

Corroborando com tal afirmação, o terceiro tópico mais mencionado pelos participantes do RF, em que mais uma vez se destacaram as críticas refere-se justamente ao respeito e inclusão social. Este tópico, foi o segundo mais citado pelos idosos do VD, porém com mais aspectos satisfatórios, podendo-se inferir que, estes, por serem contemplados com transporte público regular, dispõem de mais oportunidades que os do RF.

Quanto a este tópico, nenhum aspecto foi altamente criticado pelos moradores do VD, apenas o item “atenção” houve expressiva citação. Entretanto, os principais pontos positivos relacionam-se ao bom atendimento prestado em diferentes serviços e o recebimento de ajuda quando necessário.

Assim como no VD, grande parte dos entrevistados do RF referiram que sempre que precisam recebem ajuda. Porém, os pontos negativos deste eixo envolvem os desentendimentos que ocorrem entre os próprios moradores do RF.

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Como principal aspecto positivo do tópico respeito e inclusão social, os participantes do RF e VD elencaram o recebimento de ajuda quando necessário. Nesse sentido infere-se que tais políticas públicas habitacionais reforçam essa sensação, ao efetivar direitos que se tornam mais difíceis de serem consolidados na fase da velhice, diante de vínculos enfraquecidos e restrições de renda.

Apurou-se, enquanto principal crítica deste eixo, a falta de atenção entre as pessoas que ocorre ocasionalmente, bem como constantes desentendimentos. Este aspecto pode relacionar-se à necessidade de manutenção e fortalecimento de vínculos, sejam eles familiares ou não, pois, no RF, a principal queixa referiu-se às desavenças recorrentes entre os vizinhos. Este fato pode estar relacionado à heterogeneidade do grupo de moradores do RF, cuja predominância é de mulheres, diferentemente do VD onde há uma proporção igual de homens e mulheres.

Para além da composição do grupo de moradores, a superação de conflitos pode ocorrer por meio da oferta de oportunidades de socialização, que pode ser fortalecida, inclusive, por meio da disponibilidade de transporte, viabilizando a conexão com familiares, amigos, assim como eventos sociais (Blanco et al., 2014; Ruoco et al., 2014; Santos et al. 2017).

Destaca-se que os idosos do VD discorreram mais pontos negativos que positivos, diferentemente dos do RF que citaram, de modo geral, mais pontos positivos, aspecto que chama atenção, tendo em vista que diferentemente do VD, o RF foi implementado em região geograficamente afastada de diferentes equipamentos urbanos e sua construção não contou integralmente com normas técnicas de acessibilidade.

Os moradores do VD citaram mais opiniões positivas nos eixos respeito e inclusão social, bem como comunicação e informação. Já no RF, a maior proporção de aspectos positivos referiu-se à moradia, comunicação e informação e serviços comunitários e de saúde. Além de apontar mais aspectos negativos, os entrevistados do VD indicaram mais sugestões de melhorias que os do RF, porém, em ambos os locais, o maior número de solicitações refere-se à adequação e melhor sinalização de ruas e calçadas. Entretanto, o eixo em que os moradores do VD apontaram mais sugestões foi o de serviços comunitários e de saúde, indicando a necessidade de agendamento de consultas, melhoria no atendimento e maior disponibilidade de médicos.

O total de aspectos positivos (P) e negativos (N) elencados pelos participantes, assim como as sugestões (S) e a soma agrupada por tópicos pode ser visto na tabela 3, apresentada a seguir.

Tabela 3 Tópicos, aspectos positivos, negativos e sugestões: número de referências por condomínios

CONDOMÍNIOS

Recanto Feliz Vila Dignidade

ASPECTOS TÓPICOS

P N S P N S

Espaços abertos e prédios 21 43 7 30 39 7

Transportes 24 24 2 17 17 2

(9)

Respeito e inclusão social 20 24 1 21 15 1

Participação social 8 12 2 6 7 1

Comunicação e informação 11 7 0 7 5 0

Participação cívica e emprego 9 15 0 12 12 0

Serviços comunitários e de saúde 14 13 1 6 9 4

Soma 118 147 15 111 117 16

Observou-se que o eixo referente à moradia foi elencado como um dos mais satisfatórios para os idosos do RF do que para os do VD, um dado alarmante, considerando que o VD foi construído conforme os preceitos do Desenho Universal em toda a sua extensão.

Destaca-se que os participantes do RF mencionaram enquanto um dos itens mais satisfatórios, a gratuidade da moradia, visto que assim com os do VD, não pagam aluguel. E, enquanto aspecto negativo, a distância dos estabelecimentos. Já para os entrevistados do VD, o maior ponto positivo refere-se ao conforto e o negativo, à sensação de insegurança. Salienta-se que o eixo moradia foi analisado sob a ótica dos seguintes aspectos recomendados pelo Protocolo de Vancouver: custos, conforto, segurança e proximidade de serviços, assim como aspectos referentes à mobilidade e independência no lar, que compreende a facilidade de locomoção, capacidade de guardar e alcançar objetos e realização de tarefas domésticas.

Assim, com relação aos custos com a moradia, alguns entrevistados do RF informaram que pagaram para reformar suas casas, outros referem satisfação ao dizer que não tem interesse em dispender dinheiro para modificações. Porém, no VD, há muitos relatos de insatisfação, indicando a necessidade de melhorias.

Destaca-se que algumas respostas, principalmente dos moradores do VD fugiram do escopo das perguntas, revelando insatisfação quanto à moradia. Os entrevistados reconhecem a necessidade de intervenções, porém não gastam com reformas, seja pela falta de recursos, a recomendação de não alterar os padrões do local, ou mesmo a espera pelos responsáveis de tal política para realizar intervenções necessárias.

Dos 16 entrevistados no VD, 14 citaram pelo menos um aspecto negativo no que se refere à estrutura das moradias. Entretanto, chama atenção que destes, 10 alegam sentir-se confortável em casa. Já no RF, apenas 6 dos 24 participantes no local comentaram alguma insatisfação com relação à moradia. A próxima tabela (tabela 4) permite melhor identificação quanto às principais queixas dos locais investigados.

Tabela 4 Críticas sobre as condições de moradia dos dois condomínios ITENS

INSATISFATÓRIOS

CONDOMÍNIOS Número de relatos no Recanto

Feliz

Número de relatos no Vila Dignidade

Trincas 1 1

Piso insatisfatório (estoura) 2 5

Mato nas proximidades 1 0

Banheiro não adaptado 1 0

Trem nas proximidades 1 0

(10)

Água da chuva entra em casa 0 9

Porta quebrada 1 0

Fiação elétrica / iluminação 0 2

Pia da cozinha caindo 0 1

Infiltração 0 1

Total 7 23

Diante de tantas queixas, os participantes do VD discorreram sobre algumas modificações necessárias no condomínio para minimizar tais problemáticas, assim como reforçar a sensação de segurança. Tal como pode ser visto na tabela 5, mostrada a seguir.

Tabela 5 Sugestões de melhorias quanto aos itens não previstos pelo Protocolo de Vancouver feitas somente pelos moradores do Vila Dignidade

Solicitações Número de relatos

Colocação de pisos antiderrapantes 2

Aumentar o portão do condomínio 2

Barreiras para conter água da chuva 5

Colocação de box no banheiro 1

Total 10

Destaca-se que a perspectiva desenvolvida pelo Protocolo de Vancouver mostrou-se insuficiente na análise da moradia, principal questão tratada neste artigo, pois é um direito que tais políticas buscam efetivar, pois os participantes elencaram mais aspectos importantes do que o Protocolo permitiu identificar.

Nesse sentido, além de apontarem mais aspectos negativos no que tange a moradia, os participantes do VD reforçam a insatisfação quanto a este eixo, ao apontar diversas queixas e sugestões para minimizar problemas identificados nas edificações.

É imprescindível considerar a amplitude de fatores que compõem a moradia adequada. O Comentário nº 4 do Comitê sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, estabelece alguns critérios que contemplam uma moradia adequada: Segurança da posse; Disponibilidade de serviços, materiais, instalações e infraestrutura; Economicidade; Habitabilidade; Acessibilidade; Localização e Adequação cultural (UNITED NATIONS, 1991).

Já o Centro das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos/ HABITAT, utiliza a seguinte definição:

moradia adequada é mais que um teto sobre a cabeça. Também significa privacidade adequada; espaço adequado; acessibilidade física; segurança adequada; segurança da posse; estabilidade estrutural e durabilidade; iluminação, aquecimento e ventilação adequados; infra-estrutura básica; qualidade ambiental,

bem como a localização adequada... (Morais, 2002, p-112-113).

Em face à abrangência de aspectos que compõem a moradia adequada, espera-se que gestores de tais políticas habitacionais, considerem o maior número de aspectos que a compõem, levando em consideração à subjetividade e heterogeneidade do público alvo, compreendendo suas especificidades ao invés de atribuí-los estereótipos na produção de políticas que por muitas vezes podem ser ineficientes (Pfutzenreute et al., 2015).

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No que se refere à aplicação do Desenho Universal, parece boa a proposta do VD em garantir acessibilidade aos espaços, porém, diante das queixas feitas pelos seus moradores, pode-se identificar que um de seus princípios mais importantes – a segurança – está sendo negligenciado com a falta de condições acessíveis na própria residência, como é o caso da inadequação dos pisos que favorecem à ocorrência de quedas que podem trazer prejuízos à saúde de seus moradores (Prado et al., 2010; Perez-Hernandez et al., 2018).

4 CONCLUSÃO

A oferta de moradia gratuita a idosos hipossuficientes consiste em um verdadeiro avanço da cidade de Araraquara, visto que grande parte dos municípios brasileiros se quer se atentaram à essa nova realidade referente à demanda crescente por moradia para este grupo populacional cada vez mais evidente.

É fato que o desenvolvimento e implementação de políticas públicas são essenciais, entretanto, muitos aspectos concernentes ao público alvo de tais políticas devem ser levados em conta. Esse artigo traz bons exemplos de políticas habitacionais importantes, porém, com problemas que poderiam ser evitados, mas também podem ser corrigidos.

Muitos pontos negativos elencados poderiam ser minimizados, se fossem considerados aspectos que favorecem a integração comunitária, como a acessibilidade e a mobilidade urbana, que impacta as oportunidades de inclusão e participação social.

Um resultado que chama atenção, refere-se ao fato de que a política teoricamente mais adequada, por fazer parte de um programa estadual, que incorpora os preceitos do Desenho Universal e garante maior integração com a comunidade, é justamente onde se sobressaíram os aspectos negativos, principalmente no que tange à moradia.

A aplicação de parâmetros de acessibilidade, como o Desenho Universal, é um importante instrumento que reflete na autonomia e independência dos indivíduos nos ambientes independentemente das suas características e condições físicas. Embora seja imprescindível considerar tais preceitos, faz-se necessário aplicá-los de forma adequada, que não produzam efeitos negativos à saúde de seus moradores, como é o caso da inadequação das residências do VD, que fere um dos mais importantes princípios do Desenho Universal: a segurança. Mais importante do que garantir moradia, é torná-las eficiente. Deste modo, embora ainda tenha muito a aprimorar, pode-se afirmar que Araraquara é uma cidade amiga do idoso à medida em que se preocupa com essa população, implementando políticas públicas que viabilizam o acesso à direitos fundamentais difíceis de serem efetivados na velhice, frente às desigualdades sociais, restrições de renda e até mesmo falta de suporte familiar e social. Embora a Estratégia Cidade Amiga do Idoso consista em um importante balizador de decisões para o alcance de cidades equitativas, é necessário que os gestores considerem as especificidades do público alvo das políticas públicas, estabelecendo formas de avaliá-las, tal como este estudo se propôs a fazer, para que programas e ações sejam aprimorados e favoreçam o exercício da cidadania e a integração socioespacial, questões interligadas à garantia do envelhecimento ativo, essenciais para o efetivo planejamento regional e urbano.

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5 AGRADECIMENTOS

Os autores do presente artigo são membros do Grupo de Pesquisa Direito Cidade e

Envelhecimento, e expressam agradecimento especial à Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado de São Paulo (FAPESP), ao fomentar a pesquisa de mestrado intitulada “Dez anos da Estratégia Cidade Amiga do Idoso: em que avançamos no direito à moradia adequada para pessoa idosa de baixa renda?” (Processo nº 2017/07875-3) e o Auxílio Regular denominado “Direito à Cidade e Pessoa Idosa: proposta de requalificação de imóveis ociosos” (Processo nº 2017/15781-9).

6 REFERÊNCIAS

Bardin, L. (2016) Análise de conteúdo. São Paulo, Edições 70.

Bestetti, M. L. T. (2006) Habitação para idosos. O trabalho do arquiteto, arquitetura e cidade. Tese (Doutorado). FAU/USP. São Paulo.

Blanco, P.H.M. et al. (2014) Mobilidade urbana no contexto do idoso. Revista Cesumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v.19, n.1, p. 143-155, jan./jun. Maringá.

Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso: Fev, 2018. Brasil. Política Nacional do Idoso. Disponível. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm >. Acesso : Fev, 2018.

Brasil. Lei nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso: Fev, 2018. Buffer, T.; Phillipson, C.; Scharf, T. (2012) Ageing in urban environments: developing 'age-friendly' cities. Critical Social Policy. v. 32, n. 4, 597-617.

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Referências

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