• Nenhum resultado encontrado

DISCURSO DE EDITHE PEREIRA NA ABERTURA EVENTO NO MUSEU EMÍLIO GOELDI

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DISCURSO DE EDITHE PEREIRA NA ABERTURA EVENTO NO MUSEU EMÍLIO GOELDI"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

DISCURSO DE EDITHE PEREIRA NA ABERTURA EVENTO NO MUSEU EMÍLIO GOELDI

Em 1989 cheguei a Monte Alegre pela primeira vez. Era o começo de uma trajetória acadêmica cujas origens tiveram seu inicio três anos antes, em 1986 quando, ao ingressar no curso de mestrado e me deparar com novas possibilidades de pesquisa, troquei um tradicional projeto voltado para o estudo da cerâmica arqueológica para algo novo, para mim e para a Amazônia: o estudo da arte rupestre. Desde então, minha vida profissional mudou completamente e enveredei por caminhos que me levaram a conhecer e a descortinar para o mundo uma arte milenar feita pelos nossos antepassados e até então desconhecida.

Visitei vários lugares cuja arte rupestre apresentava características distintas das de Monte Alegre, mas não menos espetaculares. No entanto, de todas as regiões que visitei, Monte Alegre foi a que me impressionou de forma particular e, por isso mesmo, me arrebatou de tal maneira que fiz desse lugar o meu projeto de vida acadêmica, projeto de vida inteira.

O inicio foi a procura de sítios com arte rupestre, depois a sua documentação e estudo e hoje, por meio das escavações procuramos outros vestígios que nos permitam saber um pouco mais sobre a vida dos povos que aqui viveram no passado.

Aos 13 dias de dezembro do ano de 2012, em um momento ímpar, de emoção indescritível, esta mesma exposição que hoje é

(2)

disponibilizada aqui neste espaço, foi inaugurada em Monte Alegre e não poderia ter sido diferente. O que se apresenta é o resultado das pesquisas que desenvolvo sobre a arte rupestre de Monte Alegre desde 1989 e começar a itinerância desta exposição, por Monte Alegre foi a forma que encontrei de devolver à população aquilo que aprendi ao longo desses anos. São informações que iluminam possibilidades de conhecer sobre o passado da região. Levar a Monte Alegre esse evento, para mim, era imprescindível. Não havia sentido, o ato inaugural, acontecer em outro lugar. Foram 3 meses exitosos, por lá tendo passado mais de mil visitantes, a maioria, filhos da região. Findo este período a exposição foi doada a prefeitura de Monte Alegre para que continue sendo apresentada ao público.

Com esses eventos alcançamos os objetivos do projeto “A arte rupestre de Monte Alegre – difusão e memória do patrimônio Arqueológico” aprovado pelo edital de 2011 da Sociedade de Arqueologia Brasileira sob o patrocínio da Petrobrás. O resultado que vocês poderão conferir dentro de alguns minutos é fruto de um trabalho em equipe onde todos deram o melhor de si para que alcançássemos um objetivo comum: levar para Monte Alegre um evento digno do povo de lá, tanto daqueles que viveram há milhares de anos atrás e que deixaram nas paredes rochosas das serras as marcas de sua passagem, como da população atual ávida de informações sobre a sua própria história, assim como, trazer para o Goeldi, um trabalho a altura da sua tradição.

(3)

Esta exposição apresenta uma parte desse passado, revelado a partir de diferentes visões, a minha como arqueóloga, a do poeta Juraci Siqueira, a do arquiteto e aquarelista Mario Baratta e a do diretor do vídeo-documentário, Fernando Segtowick.

As nossas visões sobre o passado da região foram a base para a essa exposição, concebida e executada com a sensibilidade e a competência da equipe de museologia do Museu Emílio Goeldi, formada por Wanda Okada, Roseny Mendes, Horácio Higuchi, Norberto Ferreira, Martha Carvalho, Karol Gilet e Carlos Silva.

Para nós, não bastava tão somente montar uma exposição e abri-la a visitação. Era necessário fazer com que essa exposição passasse a ser parte da vida dos moradores, assim como o patrimônio que os rodeia, elemento constitutivo de suas histórias. Por isso, os mediadores culturais, ou seja, aqueles que apresentaram a exposição aos visitantes foram alunos das escolas de Monte Alegre. Envolver nesse processo alunos e professores de Monte Alegre era questão prioritária para o projeto.

A ampla divulgação do patrimônio arqueológico era uma das exigências do edital que aprovou esse projeto e por isso, além da versão impressa dos livros foram elaborados os e-books que estão disponibilizados no hotsite do projeto. A comunicação digital (e-books, booktrailles, vídeos de bolso e campanhas nas redes sociais) foi organizada pela equipe do Laboratório de Comunicação Multimidia do Museu Goeldi sob a coordenação de Joice Santos.

(4)

A versão impressa dos livros e que serviu de base para os e-books foi feita pela equipe da Editora de livros do Museu Goeldi, capitaneada por Iraneide Silva. O projeto gráfico do livro Arte

rupestre de Monte Alegre foi criação de Andrea Pinheiro e o do livro

infantil – Itaí – a carinha pintada – foi de Mário Baratta, que também ilustrou de forma magnífica o livro.

A divulgação do projeto foi feita pelo Serviço de Comunicação Social do Museu Goeldi sob a coordenação de Lilian Bayma. No evento em Monte Alegre tivemos ainda a participação da jornalista Jussara Kishi, filha de Monte Alegre.

Ainda como produto desse projeto, encontra-se em circulação desde janeiro do ano em curso, tanto na forma impressa como na digital, uma edição especial, dedicada exclusivamente ao projeto, do jornal de divulgação científica do Museu Goeldi: o Destaque Amazônia. Jimena Beltrão foi a responsável por esse jornal.

A Coordenação de Informação e Documentação do Museu Goeldi, por meio de sua coordenadora, Aldeídes Rodrigues é a responsável pelo envio dos produtos do projeto a escolas, universidades e centros de pesquisa.

Eu não poderia deixar de mencionar pessoas extremamente importantes nesse processo, pois, sem a ajuda delas nada disso teria acontecido: Me refiro à Benedita Barros, coordenadora de administração, à Maria Emilia Sales, coordenadora de Planejamento, à Wanda Okada, coordenadora de Comunicação e Extensão, à

(5)

Roseny Mendes, coordenadora de museologia e à Edna Moutinho, secretária da Área de Arqueologia. Todas, incansáveis e extremamente competentes no deslindar dos emaranhados burocráticos que norteiam as instituições públicas.

Como podem ver, o resultado que apresentamos hoje a vocês é fruto de um trabalho em equipe. Equipe essa que acreditou na importância do projeto e deu o melhor de si para apresentar ao público um evento a sua altura. Juntam-se a esta equipe, novos parceiros institucionais: a Unidade Educacional Especializada José Álvarez de Azevedo e o Museu da Imagem e do Som. Em tempo, gostaria de agradecer à Priscila Resque intérprete de libras, ressaltando a nossa preocupação em ampliar a acessibilidade à esta exposição, inclusive disponibilizando a impressão das legendas das aquarelas em braile e um pequeno filme com um resumo da exposição na linguagem brasileira de sinais.

Quero agradecer ainda ao Mario Baratta, ao Juraci Siqueira, ao Fernando Segtowick, que de forma sensível e competente captaram a essência do projeto, partilhando e trilhando os caminhos que nos trouxeram até este momento tão significativo.

Sou muito grata, ainda, ao Dr. Nilson Gabas Junior, Diretor do Museu Goeldi pelo apoio e a Maria Lídia, filha de Santarém, que compôs nos cedeu gentilmente a musica “Itatupaoca” que é a trilha sonora do filme “Imagens de Gurupatuba” do Fernando Segtowick. Para finalizar quero agradecer a uma pessoa muito especial, mesmo que

(6)

não estando presente neste momento: Sr. Humberto Brito de Assunção, meu eterno guia e protetor nas serras de Monte Alegre. Gostaria ainda de agradecer a presença de cada um dos presentes, compartilhando com vocês a minha emoção por este momento e para finalizar gostaria de citar José Saramago a nos relembrar do aqui estamos a fazer: “SOMOS A MEMÓRIA QUE TEMOS E A RESPONSABILIDADE QUE ASSUMIMOS. SEM MEMÓRIA, NÃO EXISTIMOS, SEM RESPONSABILIDADE, TALVEZ NÃO MEREÇAMOS EXISTIR.”

Referências

Documentos relacionados

a) “O velho dá um passo à frente, três passos atrás, dois passos à frente” _________________. b) O velho estava desorientado

Souza et al (2002) realizaram pesquisa que pretendeu estabelecer uma análise de discurso sobre acontecimentos do cotidiano veiculados por alguns jornais, o olhar

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

Note on the occurrence of the crebeater seal, Lobodon carcinophagus (Hombron & Jacquinot, 1842) (Mammalia: Pinnipedia), in Rio de Janeiro State, Brazil.. On May 12, 2003,

Com o objetivo de compreender como se efetivou a participação das educadoras - Maria Zuíla e Silva Moraes; Minerva Diaz de Sá Barreto - na criação dos diversos

Após a realização de todas as atividades teóricas e práticas de campo, pode-se concluir que não há grande erosão do conhecimento popular e tradicional de plantas medicinais, que

Para o lado direito deste P.A, segue-se o mesmo procedimento realizado para as conexões do lado esquerdo, iniciando-se no cabo de conexões do sinal excitador pelo conector R,

- Se o estagiário, ou alguém com contacto direto, tiver sintomas sugestivos de infeção respiratória (febre, tosse, expetoração e/ou falta de ar) NÃO DEVE frequentar