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A indústria de autopeças:
pressões de todos os lados
Flávio Del Soldato
Conselheiro
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Autopeças: múltiplas pressões
Pressões no setor de autopeças
Ambiente macroeconômico – pressão para redução de demanda Competitividade – perda de share e rentabilidade Custos – pressão em rentabilidade Preços – pressão em rentabilidade 2
3
Fontes de pressão são conhecidas exemplo:
ambiente macroeconômico,...
22,80 29,86 10 20 30 40 50 60 ma r/ 0 1 ma r/ 0 2 ma r/ 0 3 ma r/ 0 4 ma r/ 0 5 ma r/ 0 6 ma r/ 0 7 ma r/ 0 8 ma r/ 0 9 ma r/ 1 0 ma r/ 1 1Taxa de juros - veículos
(em % a.a.)
Medidas
Macroprudenciais
4
... a apreciação do Real e a alta da inflação duplicaram as perdas das empresas,...
Fonte: FGV, Banco Central do Brasil. Elaboração do Sindipeças 0 50 100 150 200 250 300
jan/00 abr/00 jul/00 out/0
0
jan/01 abr/01 jul/01 out/0
1
jan/02 abr/02 jul/02 out/0
2
jan/03 abr/03 jul/03 out/0
3
jan/04 abr/04 jul/04 out/0
4
jan/05 abr/05 jul/05 out/0
5
jan/06 abr/06 jul/06 out/0
6
jan/07 abr/07 jul/07 out/0
7
jan/08 abr/08 jul/08 out/0
8
jan/09 abr/09 jul/09 out/0
9
jan/10 abr/10 jul/10 out/1
0
jan/11
ja
n/00=100
IGP-M
Taxa de câmbio (R$/US$)
Entre jan/04 e mar/11, o IGP-M teve alta de 55,3%
Entre jan/04 e mar/11, o Dólar teve queda de 41,8%
5
...com a valorização do Real sendo a maior dentre todas as moedas
Fonte: XE e Banco Central do Brasil. Elaboração do Sindipeças 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 100,0 110,0 120,0 130,0 140,0 150,0 160,0 170,0 180,0 190,0 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 mar/11 1999= 1 00
Rússia - Taxa de Câmbio (Rublo/US$) Japão - Taxa de Câmbio (Iene/US$) Índia - Taxa de Câmbio (Rúpia/US$) Europa - Taxa de Câmbio (Euro/US$)
China - Taxa de Câmbio (Yuan Renminbi/US$) Real - PTAX (R$/US$)
Tabela Comparativa das Moedas
País (moeda/Dólar) mar-09/mar-11 Em relação ao Dólar
Real PTAX/Compra(R$/US$) 28,3% valorizado
Rússia (Rublo/US$) 17,9% valorizado
Japão (Iene/US$) 16,6% valorizado
Índia (Rúpia/US$) 12,4% valorizado
Europa (Euro/US$) 7,0% valorizado
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Fontes de pressão são conhecidas. Exemplo: custos
Data Base Inflação INPC Reajuste Concedido Aumento Real s/ INPC 2004 5,78 9,57 3,58 2005 5,01 8,16 3,00 2006 2,85 4,90 1,99 2007 4,82 7,44 2,50 2008 7,15 11,01 3,60 2009 4,44 6,53 2,00 2010 4,29 9,00 4,52 Acumulado Sindipeças 39,76 72,16 23,19 Resultados negociados (em %)
Ganho real do trabalhador x inflação
(em % - INPC)
Fonte: IBGE. Elaboração do Sindipeças
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Além disso, os encargos sociais sobre o salário no Brasil são maiores que em outros países
Fonte: Panorama do Trabalho no Brasil, USP, 2010
Encargos Sociais "Despesas de Contratação Comparadas" 102,4 79,7 70,3 60,0 58,8 56,0 51,9 51,3 48,1 18,0 15,0 11,8 11,5 9,0 0 20 40 60 80 100 120 Brasil França Argentina Alemanha Inglaterra Irlanda México Itália Uruguai Índia China Japão Coréia do Sul EUA % s/ salário hora Os pesados encargos trabalhistas e sociais desencorajam novos investimentos e limitam a criação de novos empregos no setor de autopeças.
8
Os preços das commodities elevaram sensivelmente o custo de produção 123,1 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 160,0
jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai
/10
set/10 jan/11
Gráfico - Petroleo Brent
(US$/barril) - Média Mensal
2.608,0 500,0 1000,0 1500,0 2000,0 2500,0 3000,0 jan/07 mai /07
set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11
Gráfico - Preços doméstico Aços Planos
Bobina a Frio / Brasil - BRL/t
9.483,3 500,0 1500,0 2500,0 3500,0 4500,0 5500,0 6500,0 7500,0 8500,0 9500,0 10500,0
jan/07 mai/07 set/07 jan/08 mai/08 set/08 jan/09 mai/09 set/09 jan/10 mai/10 set/10 jan/11
Gráfico - Preço Cobre
(Londres, Libras/Tonelada) - Média Mensal
Nos últimos 18 meses: Petróleo: alta de 60,3%
Aços planos: alta de 21,9% Cobre: alta de 50,8%
Fonte: SBB, LME. Elaboração do Sindipeças
9
Entre 2003 e 2010 a tarifa média de energia elétrica industrial teve alta de 80%...
50,0 70,0 90,0 110,0 130,0 150,0 170,0 190,0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Tarifa Média Residencial (03=100) Tarifa Média Industrial (03=100) Tarifa Média Brasil (03=100)
A tarifa média da indústria teve alta de
80% entre 2003/10
Fonte: ANEEL. Elaboração do Sindipeças
10
...e nos últimos 10 anos a arrecadação tributária elevou-se 264% 1.179 1.302 1.478 1.700 1.941 2.147 2.370 2.661 3.032 3.185 3.684 354 401 482 553 650 733 818 923 1.057 1.096 1.291 30,0% 30,8% 32,6% 32,5% 33,5% 34,1% 34,5% 34,7% 34,9% 34,4% 35,0% -500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 29% 31% 33% 35% 37% 39% 41% 43% 45% 47% 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Em bi de R$ Carg a tributária -% do PIB PIB (R$/bil)
Total arrecadação tributária (R$/bil) Carga tributária (%)\1
Fonte: IBPT, IBGE. Elaboração do Sindipeças
\1refere-se ao total da arrecadação tributária sobre o PIB a preços correntes.
11
Pesquisa realizada com os associados apontou os principais itens que limitam a competitividade
Fonte: Secex/Mdic. Elaboração do Sindipeças
29 31 36 43 44 56 64 Pol. Monetária Pol. Fiscal Burocracia Custo Mat. Prima Câmbio Custo Brasil Pol. Tributária
Quais os limitantes à competitividade ?
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Em resumo, a falta de competitividade é clara...
EXEMPLO
92
75
82
75 74
Brasil Rússia México Romênia India
Competitividade relativa em autopeças
(Projeção 2011: Europa = 100) Brasil deteriorando: índice de 79 em 2006 e 88 in 2010 PIOR MELHOR 12
13
...e coloca toda a cadeia sob pressão
Fornecedor (Tier 1)
Fornecedor (Tier 2)
Fornecedor (Tier 3)
Montadora (OEMs) Rede Clientes
Alto grau de competição impede repasse de custos
facilmente– apesar da inflação e falta de competitividade
Matéria-prima
Empresas de menor porte,
pressionadas por
fornecedores e clientes de maior poder de barganha
+ -- EnergiaFolha
- Importados Outros
14
O resultado refletiu-se no déficit de US$3,55 bilhões na balança comercial da indústria de autopeças em 2010,...
4,8 6,1 7,5 8,8 9,1 10,1 6,6 9,6 4,3 5,6 6,7 6,8 9,2 12,6 9,1 13,1 0,5 0,5 0,8 2,0 -0,1 -2,5 -2,5 -3,5 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 em b il d e US$ Exportação Importação Resultado
Fonte: Secex/MDIC. Elaboração do Sindipeças
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... e nos primeiros quatro meses do ano, o déficit elevou-se 13% 2,66 4,00 -1,34 -2 -1 0 1 2 3 4 5 2010 (em bilhões d e US $) Exportação Importação Resultado 3,27 4,77 -1,51 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 2011 (em bilhões d e US $) Exportação Importação Resultado Alta de 13% no déficit
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De fato, toda a cadeia de produção da indústria vem perdendo competitividade
Fonte: Fiesp, IBS, Sindimaq, Sinpa
5
-9
-39 -36
-73
2006 2007 2008 2009 2010
Balança comercial de manufaturados
(US$ bilhões) Siderurgia: importação direta de 5MM de toneladas, mais 4MM de importações indiretas Fixação: 25% do consumo em valor já é importado – equivalendo a 60% em peso Na década de 90, cerca de
90% das máquinas eram de fabricação doméstica – hoje, esse número é 50%
Exemplos de perda de competitividade
17 A capacidade ociosa das autopeças vem crescendo
com o aumento das importações...
100 300 500 700 900 1100 1300 1500 0% 10% 20% 30% jul-… ag o … se t-… out … nov … de z… jan-… fe v-… ma … abr … mai … jun … jul-… ag o … se t-… out … nov … de z… jan-… fe v-… ma … abr … mai … jun … jul-… ag o … se t-… out … nov … de z… jan-… fe v-… ma … abr … em US$ em %
Capacidade ociosa x importações
Média móvel trimestral da capacidade ociosa (%)\1 Importações em US$
Fonte: MDIC/SECEX, Pesquisa Conjuntural Sindipeças. Elaboração do Sindipeças
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...com os investimentos das autopeças não acompanhando a capacidade de produção automobilística
2.530.840 2.612.329 2.980.108 3.215.976 3.182.617 3.644.034 3.813.453 1. 413 1.300 1. 385 2. 104 631 1. 492 2. 022 1.000.000 1.500.000 2.000.000 2.500.000 3.000.000 3.500.000 4.000.000 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 2005 2006 2007 2008 2009 2010e 2011p M ilh õ es d e US $ Produção de automóveis*
Investimentos das autopeças (US$)
unid.
Fonte: Anfavea, Sindipeças. Elaboração do Sindipeças
*Inclui veículos de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus
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O aumento dos veículos importados é motivo de preocupação para a produção nacional,...
Fonte: Anfavea, Secex/Mdic. Elaboração do Sindipeças
*Inclui veículos de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus
197,1 212,5 309,2 462,2 697,1 809,2 700,5 512,3 359,4 -13,5 105,5 174,2 178,3 115,2 73,8 61,7 88,0 142,4 277,1 375,2 488,9 660,1 371,3 390,9 424,4 536,0 758,8 897,1 842,8 789,4 734,6 475,3 765,7 -200 0 200 400 600 800 1000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Resultado Importação Exportação
Balança comercial da indústria automotiva
20
...porém, no primeiro trimestre de 2011, contra o mesmo de 2010, as importações avançaram 28%
Fonte: Secex/Mdic. Elaboração do Sindipeças
\1refere-se ao acumulado do primeiro trimestre de cada ano
*Inclui veículos de passeio, comerciais leves, caminhões e ônibus Obs.: dados referentes a metodologia antiga de cálculo da Anfavea
121,9 119,5 141,6 181,9 -19,7 -62,4 2010¹ 2011¹
Balança comercial da indústria automotiva* 1° trimestre
comparação entre 2010 e 2011 (em mil unidades)
Exportações Importações Resultado
21
Novos lançamentos estão sendo produzidos nas
plataformas externas com menor conteúdo local
Novos
Lançamentos Plataformas
Externas
Menor conteúdo local de autopeças
22
É também importante reconhecer que o Brasil não será mais o
least cost producer – necessário estabelecer novas fontes para
competitividade Mercado Doméstico Qualidade Custousto Competi-tividade peti mp -ade da Tecnologia
• Qualificação de mão de obra
• Melhoria de qualidade nas empresas
• Incentivos ao desenvolvimento de produtos e tecnologia • Atratividade • Escala Q Risco de ceder mercado e perder escala para investir
23
A questão-chave: quais ações são necessárias?
Curto prazo, ações claras
Ações remediais de curto prazo • Reduzir encargos trabalhistas • Disponibilizar financiamento de longo prazo que seja competitivo • Reforças as regras de conteúdo local • Eliminar impostos sobre investimentos • Rever a classificação NCM Estratégia competitiva de longo prazo • Desenvolver “inteligência automotiva” – Aumentar oferta de mão de obra qualificada – Encorajar o desenvolvimento local de produtos – Encorajar o desenvolvimento local de tecnologia Necessidade de urgência Necessidade de detalhar as ações
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Curto prazo: dar fôlego e incentivar
investimentos
Ações remediais de curto prazo
Ação Racional
Reduzir encargos sociais Tornar o custo da mão de obra
mais compatível com o poder de compra
Disponibilizar financiamento de longo prazo que seja
competitivo e reduzir
impostos sobre investimentos
Incentivar investimentos de longo prazo para aumento de produtividade
Reforçar as regras de conteúdo local
Garantir paridade competitiva e possibilitar retorno sobre as
ações a realizar
Rever a classificação NCM Permitir melhor
acompanhamento das
importações e exportações (excesso de “outros”)
25
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