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RESOLUÇÃO UnC-CONSEPE 055/2005
Aprova o Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais da Universidade do Contestado-UnC
O Reitor da Universidade do Contestado, no uso de suas atribuições, de acordo com o Art. 25 do Estatuto da Universidade do Contestado e, tendo em vista a deliberação do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, ocorrida em 03 de agosto de 2005,
RESOLVE:
Art. 1º - Aprovar o Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais
da Universidade do Contestado-UnC, conforme documento em anexo, que passa a fazer parte integrante desta Resolução.
Art. 2º - Esta Resolução entra em vigor nesta data revogadas as disposições em
contrário.
Caçador-SC, 04 de agosto de 2005
Prof Gaston Mário Cazamajou Bojarski Reitor
PROGRAMA DE ATENDIMENTO A PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS DA UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – UnC
CAPÍTULO I Das Disposições Gerais
Art. 1º - A Universidade do Contestado-UnC, em consonância com a política nacional
para a Integração da Pessoa com Deficiência, apresenta o seu Programa de Apoio a Pessoas com Necessidades Especiais, com base no Decreto nº. 3.298, de 20 de dezembro de 1999, cujo documento compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas com deficiência.
Art. 2º - Para os efeitos do Decreto nº. 3.298 de 20 de dezembro de 1999,
considera-se:
I. deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;
II. deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período
de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e
III. incapacidade - uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração
social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.
Art. 3º - É considerada pessoa com deficiência a que se enquadra nas seguintes
categorias:
I. deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do
corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;
II. deficiência auditiva - perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras,
variando de graus e níveis na forma seguinte: a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve; b) de 41 a 55 db - surdez moderada; c) de 56 a 70 db - surdez acentuada; d) de 71 a 90 db - surdez severa; e) acima de 91 db - surdez profunda; e f) anacusia;
III. deficiência visual - acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após
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IV. deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior à média,
com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:
a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho.
V. deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências.
CAPÍTULO II Dos Princípios
Art. 4º - O Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades Especiais da
Universidade do Contestado-UnC, de acordo com a política nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, em consonância com o Programa Nacional de Direitos Humanos, obedecerá aos seguintes princípios:
I. assegurar a plena integração da pessoa com deficiência no contexto
sócio-econômico e cultural;
II. estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e operacionais que
assegurem às pessoas com de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal, social e econômico; e
III. respeito às pessoas com deficiência, que devem receber igualdade de
oportunidades na sociedade por reconhecimento dos direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos.
CAPÍTULO III Das Diretrizes
Art. 5º - São diretrizes do Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades
Especiais na Universidade do Contestado-UnC:
I. estabelecer mecanismos que acelerem e favoreçam a inclusão social da pessoa
com deficiência;
II. adotar estratégias de articulação com órgãos e entidades públicos e privados, bem
assim com organismos internacionais para a implantação deste programa;
III. incluir a pessoa com deficiência, respeitadas as suas peculiaridades, em todas as
iniciativas educacionais relacionadas à educação;
IV. viabilizar a participação da pessoa com deficiência em todas as fases de
V. ampliar as alternativas de inserção econômica da pessoa com deficiência, proporcionando a ela qualificação profissional e incorporação no mercado de trabalho; e
VI. garantir o efetivo atendimento das necessidades da pessoa com deficiência, sem o
cunho assistencialista.
CAPÍTULO IV Dos Objetivos
Art. 6º - São objetivos do Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades
Especiais na Universidade do Contestado-UnC:
I. propiciar e garantir a igualdade de condições para o desempenho acadêmico dos
alunos com necessidades especiais;
II. articular juntamente com as Pró-Reitorias da Universidade, a formação de
profissionais especializados em educação especial e apoiar o desenvolvimento de trabalhos nesta área;
III. formação de recursos humanos para atendimento da pessoa com deficiência;
IV. socializar o acesso e permanência dos alunos com necessidades especiais na
Universidade, promovendo uma política de boa convivência universitária, que favoreça a integração e a formação de cidadãos plenos;
V. propor a eliminação de barreiras arquitetônicas nos campi universitários e núcleos
da UnC;
VI. orientar e apoiar os colegiados de cursos na adequação curricular para atender às
especificações dos alunos com necessidades especiais.
CAPÍTULO V Dos Instrumentos
Art. 7º - São instrumentos do Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades
Especiais:
I. a articulação entre entidades governamentais e não-governamentais que tenham
responsabilidades quanto ao atendimento da pessoa com necessidades especiais;
II. a formação de recursos humanos para adequado e eficiente atendimento da
pessoa com necessidades especiais;
III. a aplicação da legislação específica que disciplina a reserva de vagas e de
trabalho, em favor da pessoa com necessidades especiais; e
IV. a fiscalização do cumprimento da legislação pertinente à pessoa com
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CAPITULO VI
Dos Requisitos de acessibilidade
Art. 8º - Os requisitos de acessibilidade de pessoas com deficiências, tendo em vista o
disposto na Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e no Decreto n o 2.306, de 19 de agosto de 1997, e considerando a necessidade de assegurar as pessoas com deficiência física e sensorial condições básicas de acesso ao ensino superior, de mobilidade e de utilização de equipamentos e instalações das instituições de ensino, são os seguintes:
I. com respeito a alunos com deficiência física:
a) eliminação de barreiras arquitetônicas para circulação do estudante, permitindo
acesso aos espaços de uso coletivo;
b) reserva de vagas em estacionamentos nas proximidades das unidades de serviço;
c) construção de rampas com corrimãos ou colocação de elevadores, facilitando a
circulação de cadeira de rodas;
d) adaptação de portas e banheiros com espaço suficiente para permitir o acesso de
cadeira de rodas;
e) colocação de barras de apoio nas paredes dos banheiros;
f) instalação de lavabos, bebedouros e telefones públicos em altura acessível aos
usuários de cadeira de rodas;
II. no que concerne a alunos com deficiência visual:
a) adotar um plano de aquisição de material de apoio, software de ampliação de tela,
equipamento para ampliação de textos para atendimento a aluno com visão subnormal, lupas e réguas de leitura;
b) adotar um plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em braile e de fitas
sonoras para uso didático;
III. quanto a alunos com deficiência auditiva:
a) propiciar, sempre que necessário intérprete de língua de sinais/língua portuguesa,
especialmente quando da realização e revisão de provas, complementando a avaliação expressa em texto escrito ou quando este não tenha expressado o real conhecimento do aluno;
b) adotar flexibilidade na correção das provas escritas, valorizando o conteúdo
semântico;
c) estimular o aprendizado da língua portuguesa, principalmente na modalidade
escrita, para o uso de vocabulário pertinente às matérias do curso em que o estudante estiver matriculado;
d) proporcionar aos professores acesso a literatura e informações sobre a
especificidade lingüística da pessoa com deficiência auditiva.
Parágrafo único - A aplicação do requisito da alínea “a” do inciso III do parágrafo
anterior fica condicionada à criação dos cargos correspondentes e à realização regular de seu provimento.
CAPÍTULO VII Das Finalidades
Art. 9º - É finalidade do Programa de Atendimento a Pessoas com Necessidades
Especiais da UnC, atender pessoas, cujas deficiências estão definidas no art. 3º deste programa .
CAPÍTULO VIII
Da Política de Capacitação de Profissionais Especializados
Art. 10 - Os órgãos da Universidade do Contestado-UnC, viabilizarão, sem prejuízo de
outras, as seguintes medidas:
I. formação e qualificação de professores de nível médio e superior para a educação
especial, de técnicos de nível médio e superior especializados na habilitação e reabilitação, e de instrutores e professores para a formação profissional;
II. formação e qualificação profissional, nas diversas áreas de conhecimento e de
recursos humanos que atendam às demandas da pessoa com deficiência.
CAPÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 11 - A construção, ampliação e reforma de edifícios, praças e equipamentos
esportivos e de lazer, destinados ao uso coletivo deverão ser executadas de modo que sejam ou se tornem acessíveis à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida
Parágrafo único - Para os fins do disposto neste artigo, na construção, ampliação ou
reforma de edifícios, praças e equipamentos esportivos e de lazer, destinados ao uso coletivo, deverão ser observados, pelo menos, as normas técnicas da ABNT.
Art. 12 - As bibliotecas, os museus, os locais de reuniões, conferências, salas de aulas
e outros ambientes de natureza similar disporão de espaços reservados para pessoa que utilize cadeira de rodas e de lugares específicos para pessoa com deficiência auditiva e visual, inclusive acompanhante, de acordo com as normas técnicas da ABNT, de modo a facilitar-lhes as condições de acesso, circulação e comunicação.