ESTADO DE SÃO PAULO. MENSAGEl\1 N 04/2018

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PREFEITURA DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DO MUNiCíPIO DE POÁ

ESTADO DE SÃO PAULO

MENSAGEl\1 N° 04/2018 MARA MUNICIP b pOÁ

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A~R. 2018 CORRESPONDENCIA RECEBIDA

Estância Hidromineral de Poá, 29 de março de 2018. Excelentíssimo Senhor Presidente,

Cumpro o dever de comunicar a Vossa Excelência e Nobres Senhores Vereadores que à vista dos termos do artigo 30, parágrafo 1°, combinado com o artigo 44, inciso V, da Lei Orgânica do Município, resolvo VETAR TOTALMENTE o Projeto de Lei n? 07/2018 - Autógrafo

n" 07/2018 - Processo n? 064/2018, de autoria dos Vereadores Lázaro Borges e

José Carlos Costa, pelas seguintes razões:

Trata-se de projeto de lei aprovado pelo Legislativo que "dispõe sobre a criação da Feira Municipal de Arte e Artesanato de Poá- FEMAAP dá outras providências".

Dada a sua natureza, o assunto foi submetido à apreciação da Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos para análise sob o aspecto legal e constitucional da medida proposta.

Após apreciar a matéria tratada na propositura aprovada por essa Câmara Municipal, a Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos opina pelo Veto do Art.l ° do referido Projeto de Lei, por inconstitucional, visto que" a ges- tão dos bens e espaços públicos municipais está reservada ao Poder Executivo,

não cabendo ao Legislativo afetar qualquer destes bens ou espaços a uma finali- dade específica por iniciativa própria, sob pena de se intrometer na esfera de a- tuação do Poder Executivo", conforme decorre do artigo 61, § 1°, inciso II, alí- nea "b", da Constituição Federal.

Face ao exposto e aos termos do parecer técnico acima mencionado, e tendo em vista que, os demais artigos do referido Projeto ficarão prejudicados com a supressão do Art.1°, que aprovo, decido vetar, totalmente, o Projeto de Lei n? 07/2018 - Autógrafo n? 07/2018 - Processo n° 064/2018, de- volvendo a matéria a essa Colenda Casa de Leis, para os devidos fins.

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PREFEITURA DA ESTÂNCIA HIDROMINERAL DO MUNiCíPIO DE POÁ

ESTADO DE SÃO PAULO

MENSAGEM N° 04/2018

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N a oportunidade faço anexar a presente Mensagem, cópia do parecer emitido pela referida Secretaria Municipal de Assuntos Jurídicos com a finalidade de melhor elucidar a questão.

Reitero a Vossa Excelência e Nobres Pares meus protestos de elevada estima e consideração.

Atenciosamente.

Ao Excelentíssimo Senhor

Vereador Welson Lopes da Silva

DD. Presidente da Câmara Municipal de Poá poÁlsp

Estância

Hidromineral

de Poá

Secretaria de Assuntos Jurídicos

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PREFEITURA ~IjUNICI

Senhor Secretário da Administração,

Trata-se de projeto de lei iniciado na Câmara

Municipal e que institui a denominada Feira Municipal de Arte e

Artesanato de Poá - FEMAAP.

A matéria tratada na proposta não se inclui entre aquelas reservadas ao chefe do Executivo, razão pela qual inexiste vício formal de inconstitucionalidade neste aspecto.

Cremos, contudo, que o artigo 10 deve ser vetado.

Com efeito, ao determinar o funcionamento da FEMAAP na Praça da Bíblia o projeto avançou para uma área que

escapa à competência da Câmara Municipal.

Não cabe ao Poder Legislativo determinar como se dará o uso específico de um determinado bem municipal, como é o caso da Praça da Bíblia, sob pena de afronta ao princípio da separação dos poderes.

bens públicos

Com efeito, a regulamentação do uso de espaços e determinados, é medida de natureza essencialmente

cabendo ao Executivo a iniciativa de sua administrativa,

regulamentação.

A sanção integral ao projeto criaria impedimento a

que no futuro o Executivo, por razões de conveniência, pudesse realocar a FEMAAP para qualquer outra localidade, retirando, assim, do Executivo municipal um juízo de mérito que lhe é próprio e

indelegável.

A propósito, estabelece a Constituição do Estad de São Paulo:

Estância Hidrominera! de Poá

Secretaria de Assuntos Jurídicos

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EST/~;K~A HIDROMINERAL DE POÁ

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Artigo 47 - Compete privativamente ao Governador,

além de outras atribuições previstas nesta Constituição:

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11 - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração estadual;

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)

XIV - praticar os demais atos de administração, nos limites da competência do Executivo;

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)

A lei municipal sob análise viola, portanto, o princípio da separação dos poderes, insculpido no artigo 5° da Constituição do Estado, bem como no artigo 2° da Constituição da República.

Nessa direção, já decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por ocasião do julgamento da ADI n? 990.10.211149-0, sob a relataria do Eminente Desembargador José Roberto Bedran, no acórdão assim ementado:

Ação direta de inconstitucionalidade. Emendas nOs 02/2008 e 01/2010, à Lei Orgânica do Município de Buritama, emanadas de proposição do Legislativo. Necessidade de autorização legislativa para a prática de atos de permissão e concessão, próprios da gestão administrativa. Matéria relativa à Administração Municipal, de iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo. Violação dos arts. 5°, 25, 47, 11 e XIV e 144, da Constituição do Estado. Inconstitucionalidade declarada. Ação procedent A jurisprudência dos tribunais pátrios não dest deste entendimento:

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PREFEITURA MUNICIPAL

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Estância Hidromineral de Poá

Secretaria de Assuntos Jurídicos

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. EMENDA À LEI ORGÂNICA

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001, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2010. MUNICIpIO DE IMBÉ. AUTORIZAÇÃO, PERMISSÃO E CESSÃO DE USO DE

BEM PÚBLICO. COMPETÊNCIA PRWATWA DO

CHEFE DO PODER EXECUTWO MUNICIPAL. VICIO DE INICIA TWA. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. 1. A competência para dispor acerca da organização e do funcionamento da administração pública municipal é privativa do chefe do Poder

Executivo. Inteligência dos art. 60, inc. 11, e art. 82, mc. 11 e VII da Constituição Estadual. 2.

Caracterizada a ingerência da Cãmara de Vereadores sobre atividade própria o Poder Executivo Municipal, restam violados os princípios da independência e isonomia entre os Poderes, prevista no artigo 10, da Constituição Estadual,

tomando imperiosa a procedência da ação. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade N° 70058714023, Tribunal

Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Sérgio Femando de Vasconcellos Chaves, Julgado em

04/08/2014)

(TJ-RS - ADI: 70058714023 RS , Relator: Sérgio Femando de Vasconcellos Chaves, Data de Julgamento: 04/08/2014, Tribunal Pleno, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 12/08/2014)

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI MUNICIPAL. BEM PÚBLICO. DESTINAÇÃO PELA

CÂMARA MUNICIPAL A SEU PRÓPRIO USO.

COMPETÊNCIA PRIVATWA DA ADMINISTRAÇÃO

MUNICIPAL ATRA VÉS DO CHEFE DO EXECUTWO.

VIOLAÇÃO DO PRINCIpIO DA HARMONIA E

INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES.

REPRESENTAÇÃO PROCEDENTE. VIA

PROCESSUAL ADEQUADA. - As leis propriamente ditas que não atingem direito individual, só podem ser anuladas através da ação direta e inconstitucionalidade e não através do controle e

constitucionalidade difuso exercido na t,i a incidental. - Implica em violação ao princípio

harmonia e independência dos poderes, no ãmbs 3 ~

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Estância

Hidromtneral

de Poá

Secretaria de Assuntos Jurídicos

do Município, e, conseqüentemente, em

inconstitucionalidade, a edição, por iniciativa da Cãmara Municipal de Vereadores, de lei que dispõe

sobre a utilização de bem público do patrimônio do

Município, destinando-o ao uso daquele Legislativo, em decorrência da nítida invasão de competência atribuída ao Executivo, a quem cabe a função

precípua da administração municipal, através da

promulgação dos atos de autorização, permissão ou concessão de uso de bem público.

(TJ-MG 100000745564400002 MG

1.0000.07.455644-0/000(2), Relator: DUARTE DE

PAULA, Data de Julgamento: 08/10/2008, Data de

Publicação: 07/11/2008)

Como s vê, a gestão dos bens e espaços públicos municipais está reservada ao Poder Executivo, não cabendo ao Legislativo afetar qualquer destes bens ou espaços a uma finalidade específica por iniciativa própria, sob pena de se intrometer na esfera de atuação do Poder Executivo.

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arte, opina-se pelo veto ao artigo lOdo proj'eto.

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