Universidade Católica Portuguesa - Extensão da
Escola Superior de Biotecnologia - Caldas da Rainha
Licenciatura em Biociências
Ramo: Ciências da Nutrição
VITAMINA C
Docente : Ana Guerra
Trabalho realizado por:Ana Cristina Manique Filipe
ÍNDICE
1. Introdução
………3
2. Vitamina C- Funções, Carência e Sobredosagem …3
3. Conclusão
………5
1
.INTRODUÇÃO
As vitaminas, descobertas no início do século XX, são substâncias químicas necessárias para que o corpo utilize as calorias fornecidas pelos alimentos que comemos e ajudam a processar as proteínas, hidratos de carbono e as gorduras. Também estão envolvidas na construção de células, tecidos e órgãos, como é o caso da vitamina C, vitamina hidrossolúvel que ajuda a produzir ossos, vasos e pele saudáveis. Esta vitamina tem ainda propriedades antioxidantes, neutralizando os radicais livres, cuja acção pode danificar células e tecidos do corpo, favorecendo doenças como o cancro.
As vitaminas, aparecem em quantidades ínfimas na maior parte dos alimentos que comemos. Frutos como as maçãs, as laranjas e as pêras, são fontes úteis de vitamina C. (1,4).
A carência de vitaminas pode ser primária, por ingestão de uma quantidade insuficiente através da alimentação, ou secundária, por exemplo, uma desordem intestinal, que limita a absorção ou utilização das vitaminas. A carência de vitamina C, pode provocar o escorbuto, situação que ainda pode ocorrer nos países subdesenvolvidos.
O consumo de quantidades excessivas de suplementos vitamínicos pode conduzir a sobredosagem, que no caso da vitamina C pode provocar diarreia ou litiase renal.
2.
VITAMINA C - Funções, carência e sobredosagem
A vitamina C, também conhecida por ácido ascórbico, não pode ser produzida no corpo, pelo que tem que ser absorvida através da alimentação. As principais fontes são os citrinos, tomate e vegetais verdes (Figura 1).
Figura 1- Fontes de Vitamina C (Contêm no mínimo, 10 mg de vitamina por cada 50-200g) Banana Espargos Bróculos Couves de Bruxelas Repolho Pimentos Tomates Amoras Toranja Goiaba Quivi Manga Melão Laranjas Ananás
Morangos
Hark L. (4)
Para os adultos e crianças com mais de 4 anos, a ingestão diária de referência (IDR) de vitamina C é de 60 miligramas, que corresponde aos valores médios das doses diárias recomendadas (DDR), que dizem respeito à quantidade de nutrientes para satisfazer as necessidades da generalidade das pessoas de determinada idade e género. Os fumadores devem juntar 35 mg à DDR.
As primeiras DDR foram criadas em 1941 pela Food and Nutrition Board (6). As DDR estabelecem a quantidade mínima de vitaminas e minerais a ingerir que se presume oferecerem protecção contra doenças devidas a deficiência em vitaminas. Quanto mais baixa for a ingestão, maior a probabilidade de ocorrência de uma deficiência nutricional. Também o consumo exagerado pode ter efeitos nocivos.
A vitamina C, hidrossolúvel, (2,4) Figura 2, é vulnerável ao calor, à luz e ao ar, sendo facilmente destruída quando os alimentos são cozinhados ou processados, pelo que se deve optar por alimentos frescos ou congelados. A fruta rica em vitamina C deve ser consumida imediatamente após a sua preparação, para minimizar perdas por causa da exposição ao oxigénio, que destrói a vitamina C. Se os alimentos ricos em vitamina C forem cozinhados, é preferível em lume brando, pois em geral o conteúdo vitamínico é superior relativamente aos cozinhados em lume forte ou durante longos períodos de tempo.
Figura 2- Vitamina C ou Ácido Ascórbico
Guyton, (2)
A vitamina C ou ácido ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel, absorvida ao nível do íleo, acoplada ao sódio, por um mecanismo de transporte secundário activo (3). Se consumida em excesso, é excretada pela urina.
- Funções da vitamina C
O ácido ascórbico desempenha um papel importante na formação de hidroxiprolina, que é um constituinte do colagénio, pelo que a vitamina C é essencial para a formação do colagénio, uma proteína estrutural importante
que fortalece os ossos e os vasos sanguíneos e fixa os dentes nas gengivas, além de ser necessária no crescimento, na reparação de tecidos e na cicatrização de feridas (1,4,6). Também ajuda a criar os neurotransmissores serotonina e noradrenalina e o uso a longo prazo de suplementos de vitamina C podem proteger contra cataratas (1).
A vitamina C actua ainda como antioxidante, neutralizando moléculas instáveis que podem danificar as células. Esta vitamina parece poder baixar o risco de alguns cancros, como os da boca, esófago, estômago e mama (1).
Está envolvida na produção de glóbulos vermelhos e da hemoglobina e ajuda a absorção de ferro através do intestino, pelo que as pessoas que têm anemia por carência de ferro devem tomar não só suplementos de ferro como também de vitamina C.
A vitamina C parece reforçar o sistema imunitário. No entanto, o papel da vitamina C no combate às infecções tem sido controverso, havendo trabalhos de investigação que têm demonstrado que a vitamina C reduz os níveis de histamina no corpo, podendo ser útil na redução dos sintomas. Contudo, não parece prevenir ou curar a doença (1).
A vitamina C deve ser obtida pela alimentação. Os suplementos, não devem exceder a dose de 1g por dia, por poder causar diarreia ou favorecer o aparecimento de cálculos renais.
- Carência de vitamina C
As pessoas que não comem citrinos ou que seguem uma alimentação restrita podem sofrer de carência de vitamina C. Os fumadores e as pessoas que consomem bebidas alcoólicas regularmente correm o risco de carência de vitamina C, pois o álcool impede a absorção da vitamina e o tabaco reduz os seus níveis.
A deficiência em Vitamina C, origina ossos e cartilagens deficientes em colagénio, uma vez que a sua síntese se tornou deficiente. Nas crianças, a deficiência em vitamina C pode provocar atrasos de crescimento.
Nas crianças e adultos, a deficiência em vitamina C pode causar o escorbuto, doença caracterizada por ulcerações e hemorragias em quase todas as regiões do corpo, devido à falta de síntese de colagénio nos tecidos conjuntivos. Os doentes têm enfraquecimento muscular, dores nas articulações, problemas na cicatrização de feridas, deterioração dos dentes, inchaço nas gengivas, pele frágil e com pontos vermelhos.
Nos doentes com deficiência em vitamina C, a cicatrização dos ferimentos, que requer a síntese de colagénio, é mais demorada. Em situações de maior gravidade, os dentes podem cair, por rotura dos ligamentos que os mantêm no lugar (6).
Em casos de sobredosagem, o nível de vitamina C no sangue atinge o ponto de saturação, sendo segregado o seu excesso, pelo que a toxicidade da vitamina C raramente ocorre. Contudo, o consumo regular de mais de 2 gramas de vitamina C pode causar inflamação da mucosa gástrica e diarreia. Dado que doses excessivas de vitamina C são excretadas pelos rins, através da urina, estas podem favorecer a formação de cálculos renais e o aparecimento de cólicas renais.
3. CONCLUSÃO
A vitamina C, é uma vitamina hidrossolúvel que é obtida através de uma alimentação variada e equilibrada, sendo as principais fontes, os citrinos, tomate e vegetais verdes.
Tem um importante papel na síntese de colagénio, que é fundamental na formação do tecido conjuntivo, vasos e ossos e na reparação de feridas. Tem também papel na síntese de hemoglobina, na absorção do ferro e como antioxidante, sendo-lhe atribuído benefício na protecção contra alguns cancros e no sistema imunitário.
A sua carência pode provocar o escorbuto e a sua ingestão excessiva e prolongada pode provocar gastrite, diarreia ou formação de cálculos renais.
4.
BIBLIOGRAFIA
1. COLTRERA F. Dossier de Saúde da Escola de Medicina de Harvard. Benefícios e Riscos das Vitaminas e dos Minerais. Suplemento Visão nº 554/Harvard Medical School, Outubro de 2003, p. 8-23.
2. GUYTON. Tratado de Fisiologia Médica. Ed. Guanabara Koogan, 1973, p 821.
3. HANSEN J.T. et al. Atlas de Fisiologia Humana de Netter. Editora Artmed, 2006, p.194.
4. HARK LISA et al. Saúde e Nutrição. Uma obra imprescindível para uma alimentação saudável ao longo da vida. Editora Civilização, 2005. p. 50-61 5. http://www.digitalphoto.pl/foto_galeria/2830_2004-02993.jpg (07-12-08) 6. SEELEY S.T. Anatomia e Fisiologia. Editora Lusociência, 6ª Ed, 2003, p. 190; 931; 1105.