MAT2453 - TURMA 13 - Semana 09
25 de novembro de 2020
Prof. Jean Cerqueira Berni
∗1
Integrais de Funções com Descontinuidades
Definição 1. Se a função f : [a, b] ⊆ R → R, um número finito de descontinuidades, por exemplo,
x0,· · · , xi,· · · , xn ∈ [a, b], então calculamos
Rb
a f(x)dx usando sua aditividade:
Z b a f(x)dx= Z x1 a f(x)dx+ Z x2 x1 f(x)dx+· · · + Z xi xi−1 f(x)dx+· · · + Z b xn f(x)dx
contanto que cada parcela do membro direito acima convergir. Se pelo menos uma das parcelas divergir, diremos queRab f(x)dx diverge.
Na figura a seguir, calcula-se a integral como segue:
Z b a f (x)dx = Z x1 a f (x)dx+ Z x2 x1 f(x)dx+ Z b x2 f (x)dx
x
y
a
x
1x
2b
∗jeancb@ime.usp.br2
Integrais Impróprias
Seja f :[a,∞[→R uma função contínua, e considere a integral:
A(b) =
Z b
a f(x)dx
Esta integral faz sentido sempre que b > a. A integral varia conforme b varia, e pelo
Teorema Fundamental do Cálculo, A é uma função contínua de b. Estudaremos o comporta-mento de A(b)conforme b tende ao infinito.
Definição 2. Se o limite: lim b→∞ Z b a f (x)dx
existir, ele é denominado a integral imprópria de f no intervalo[a,∞[, e é denotada por:
Z ∞
a f(x)dx. Assim, por definição, temos:
Z ∞
a f(x)dx :=blim→∞
Z b
a f(x)dx
Neste caso, dizemos que a integral imprópriaRa∞ f(x)dx existe ou converge. Se limb→∞Rab f(x)dx não for um número real, dizemos que a integral não existe ou que diverge.
É simples compreender o significado geométrico de uma integral imprópria no caso em que f(x)≥0: se a integralRab f(x)dx expressa a área da região delimitada pela curva y = f(x), o eixo Ox e as retas x = a e x=b.
Podemos, similarmente, definir as integrais impróprias:
Z a −∞ f(x)dx =α→−lim∞ Z a α f(x)dx e: Z ∞ −∞ f(x)dx = Z c −∞ f(x)dx+ Z ∞ c f(x)dx
A igualdade acima deve ser interpretada como segue: “se cada parcela do membro direito da equação existir, então a integral à esquerda também existe (converge)”
a b Rb a f(x)dx f(x) y x Exemplo 3. Calcular: Z ∞ 0 dx 1+x2 Solução: Temos: Z dx 1+x2 =arctan(x) +C de modo que: Z ∞ 0 dx 1+x2 =blim→∞arctan(x) b a = lim b→∞arctan(b) = π 2
x
y
1
1
2
Exemplo 4. Encontrar os valores de α para os quais a integral:
Z ∞
1
dx xα converge e os valores para os quais ela diverge.
Solução: Paraα 6=1 tem-se:
Z b 1 dx xα = 1 1−αx 1−αb 1 = 1 1−α[b 1−α−1], de modo que: Z ∞ 1 dx xα =blim→∞ 1 1−α[b 1−α−1]. Consequentemente, seα >1 tem-se: Z ∞ 1 dx xα = 1 α−1 e a integral converge. Se α <1, tem-seR1∞ dx
xα =∞, e a integral diverge. Também, se α=1, temos:
Z ∞ 1 dx x =blim→∞ln(x) b 1 = lim b→∞ln(b) = ∞
Abaixo temos uma ilustração da forma do gráfico para os casos em que α =1, α >1 e
α <1
x
y
1
1
Exemplo 5. Calcular: Z ∞ −∞ dx 1+x2Solução: Escrevemos: Z ∞ −∞ dx 1+x2 = Z 0 −∞ dx 1+x2 + Z ∞ 0 dx 1+x2
A segunda integral acima vale π2, conforme já calculamos. Podemos calcular a primeira integral como segue:
Z a −∞ dx 1+x2 =α→−lim∞ Z a α dx 1+x2 =α→−lim∞arctan(x) a α = lim α→−∞(arctan(0)−arctan(α)) = π 2 Assim, Z ∞ −∞ dx 1+x2 = π 2 + π 2 =π
2.1
Integrais de Funções Ilimitadas em Intervalos Limitados
Considere as funções f(x) = √1
x e g(x) = 1
x. Podemos determinar a área compreendida entre o gráfico da função e o eixo Ox entre ε>0 e x =1, ou seja:
• Para f(x): Z 1 ε 1 √ xdx =2· √ x 1 ε =2· (1−√ε) • Para g(x): Z 1 ε dx x =ln|x| 1 ε =−ln|ε|
Pergunta: Será possível calcularmos:
Z 1 0 1 √ xdx e Z 1 0 1 xdx ? Observamos que:
(1) A função f não está definida para x = 0, mas para todo x > 0. Assim, é razoável definirmos: Z 1 0 1 √ xdx :=εlim→0+ Z 1 ε 1 √ xdx=εlim→0+ 2· (1−√ε) =2
(2) No caso de g, procedendo como acabamos de fazer, teremos: Z 1 0 1 xdx =εlim→0+ Z 1 ε 1 √ xdx=εlim→0+ (−ln|ε|) = ∞
Definição 6. Seja f :]a, b] →R uma função tal que limx→a+ f(x) =±∞. A integral imprópria de
f no intervalo[a, b]é o limite:
Z b
a f(x)dx =εlim→a+
Z b
ε f(x)dx
Se o limite existir e for finito, diremos que a integral imprópria converge. Caso contrário, a integral diverge.
Se a função f : I = [a, b] ⊆ R → R, onde I é um intervalo, tem um número finito de
pontos, digamos x0,· · · , xn ∈ I tais que: lim
x→xi± f(x) = ±∞ calculamos Rab f(x)dx como segue:
Z b a f(x)dx= Z x1 a f(x)dx+ Z x2 x1 f(x)dx+· · · + Z xi xi−1 f(x)dx+· · · + Z b xn f(x)dx
contanto que cada parcela do membro direito acima convergir. Se pelo menos uma das par-celas divergir, diremos que Rab f(x)dx diverge.
Exemplo 7. Determinar se a integral:
Z 1
−1
1 x2
converge ou diverge.
Solução: Como a função f(x) = 1
x2 é tal que:
lim x→0
1
x2 =∞,
devemos representar a integral como:
Z 1 −1 dx x2 = Z 0 −1 dx x2 + Z 1 0 dx x2 Sabemos que: Z 0 −1 dx x2 =εlim→0− Z ε −1 dx x2 =εlim→0− 1 x ε 1 =− lim ε→0− 1 ε − 1 −1 =∞
3
Comprimento de Curvas
Nosso objetivo, nesta seção, é justificar a razoabilidade da definição de uma fórmula para calcular comprimento de curvas que são gráficos de funções definidas em intervalos fechados e limitados que sejam contínuas e deriváveis.
Considere que uma curva C seja o gráfico de um função f : [a, b] →R, ou seja:
C=Graf(f) ={(x, f(x))∈ Rn | x ∈ [a, b]}. Em seguida, tomamos uma partição do intervalo [a, b], digamos:
P[a,b] ={a= x0, x1,· · · , xi−1, xi,· · · , xn−1, xn =b}, e podemos aproximar o gráfico de f por uma curva poligonal:
a
=
x
0x
1x
i−1x
ix
n−1b
=
x
ny
=
f
(
x
)
x
y
A partiçãoP[a,b] determina um conjunto de pontos do gráfico:
{(a, f(a)),(x1, f(x1)),(x2, f(x2)),· · · ,(xi, f(xi)),(xi+1, f(xi+1)),· · · ,(xn−1, f(xn−1)),(b, f(b))}
Para cada i∈ {1,· · · , i−1, i,· · · , n−1, n}, temos o segmento de reta que une(xi−1, f(xi−1))
a (xi, f(xi)), cujo comprimentoℓi pode ser calculado pelo Teorema de Pitágoras:
xi−1 xi
f(xi)
ℓi
|f(xi)− f(xi−1)|
ℓi =
q ∆x2
i + [f(xi)− f(xi−1)]2
Assim, o comprimento deℓi é dado por:
ℓi =
q
(xi−xi−1)2+ (f(x
i)− f(xi−1))2
e o comprimento da curva C é aproximadamente igual a:
ℓ(C) ≈ n
∑
i=1 ℓi = n∑
i=1 q (xi−xi−1)2+ (f(x i)− f(xi−1))2 = = n∑
i=1 v u u t(x i−xi−1)2· " 1+ f(xi)− f(xi−1) xi−xi−1 2# = n∑
i=1 s 1+ f(xi+1)− f(xi) ∆xi 2 ·∆xi, que é uma soma de Riemann. Note que limn→∞∆xi =0, de modo que é razoável definirmos o comprimento da curva como:ℓ(f) = lim n→∞ n
∑
i=1 s 1+ f(xi+1)− f(xi) ∆xi 2 ·∆xi = Z b a q 1+ f0(x)2dxDefinição 8. Seja C o gráfico de uma função f : [a, b] → R, contínuaem[a, b] e derivável em ]a, b[. O comprimento da curva, que denotamos por ℓ(C) é definido como:
ℓ(C) =
Z b
a q
1+ [f0(x)]2dx
Exemplo 9. Calcular o comprimento da curva y = x22, 0≤x ≤1.
Solução: Tem-se f0(x) = x, logo:
L(f) = Z 1 0 p 1+x2dx x=tan(u) ↑ = Z π 4 0 q 1+tan2(u)·sec2(u)du =Z π 4 0 sec 3(u)du Como: Z sec3(u)du = 1 2sec(u)·tan(u) + 1 2ln|sec(u) +tan(u)| +C, resulta que: Z 1 0 √ 1x2dx= Z π 4 0 sec 3(u)du = 1 2 h√ 2+ln(1+√2) i .
Exemplo 10. Calcular o comprimento do arco da curva C dada por y = x32 −4 entre os pontos A = (1,−3)e B = (4, 4). Solução: Temos f0(x) = 3 2x 1 2, de modo que: ℓ(C) = Z 4 1 s 1+ 3 2x 1 2 2 dx= Z 4 1 r 1+9 4xdx = 4 9· 1+9 4x 3 2 3 2 4 1 = = 8 2710 3 2 − 8 27 13 4 3 2 = 80 √ 10−13√13 27 .
3.1
Comprimento de Arco de Uma Curva Parametrizada
Por uma curva em R2 entendemos uma função que, a cada t pertencente a um intervalo I associa um ponto (x(t), y(t)) ∈ R2, onde t 7→ x(t), t 7→ y(t) são funções definidas em I. Dizemos, então, que:
γ : [a, b] → R2
t 7→ (x(t), y(t))
é uma parametrização da curva.
Por abuso de linguagem, vamos nos referir ao lugar geométrico descrito pelo ponto
(x(t), y(t))conforme t percorre o intervalo I como a curva de parametrização γ.
Exemplo 11. Desenhar a curva dada pela parametrização:
γ : R → R
t 7→ (t, 3t)
Solução: x = t, y = 3t ⇒ y = 3x. Conforme t percorre R, o ponto (t, 3t) descreve a reta y =3x.
x
y
−
3
−
2
−
1
1
2
3
−
3
−
2
−
1
1
2
3
γ(t) = (t, 3t)Exemplo 12. Desenhar a curva dada pela parametrização:
γ : R → R
t 7→ (t, t2)
Solução: x = t, y = t2 ⇒ y = x2. Conforme t percorre R, o ponto (t, t2) descreve a parábola y =x2.
x
y
−
3
−
2
−
1
1
2
3
1
2
3
4
γ(t) = (t, t2)Exemplo 13. Desenhar a curva dada pela parametrização: γ : R → R t 7→ (2 cos(t), sin(t)) Solução: ( x=2 cos(t) y =sin(t) ⇐⇒ ( x 2 =cos(t) y=sin(t) ⇒ x2 4 +y 2 =1
Assim, para cada t ∈ [0, 2π], o ponto (2 cos(t), sin(t)) pertence à elipse x
2
4 +y
2 = 1. Por
outro lado, para cada (x, y) na elipse existe t ∈ [0, 2π] tal que: (
x =2 cos(t)
y =sin(t)
Assim, quando t percorre o intervalo [0, 2π], o ponto (2 cos(t), sin(t)) descreve a elipse (veja https://en.wikipedia.org/wiki/Ellipse#/media/File:Parametric_ellipse.gif).
x
y
−
3
−
2
−
1
1
2
3
−
2
−
1
1
2
γ(
t) = (
2 cos(
t)
, sin(
t))
Exemplo 14. A curva plana C descrita por um ponto P sobre uma circunferência quando esta gira ao longo de uma reta é chamada ciclóide. Suponhamos que a circunferência tenha raio a e o eixo x seja a reta fixa sobre a qual gira a circunferência. Consideremos o ponto P = (x, y) na origem quando o centro da circunferência está em(0, a). A figura abaixo mostra a circunferência depois de o ponto P ter girado um ângulo de θ radianos.
y x x a aθ y θ (πa, 2a) x=a(θ−sinθ) y=a(1−cosθ) 2πa
Note que após a circunferência girar emθ radianos, x terá o comprimento dado por: x =x(θ) = a·θ−a·sin(θ)
enquanto que:
y =y(θ) =a−a·cos(θ)
Desta forma, a ciclóide é parametrizada por:
γ : [0, 2π] → R2
θ 7→ (a· (θ−sin(θ)), a· (1−cos(θ)))
Nosso objetivo agora é estabelecer a fórmula para o cálculo do comprimento de uma curva dada por sua fórmula paramétrica. A fórmula será estabelecida a partir de considerações geométricas.
Suponhamos que s = s(t), t ∈ [a, b], seja o comprimento do trecho da curva de extremi-dades A = (x(a), y(a)) e P(t) = (x(t), y(t)), em que x = x(t) e y = y(t) são funções com derivadas contínuas. Sejam ∆x, ∆y e ∆z as variações em x, y e s correspondentes à variação ∆t em t, com ∆t >0. Para∆t suficientemente pequeno, temos:
∆s2 =∆x2+∆y2 ∆s= q ∆x2+∆y2 = s ∆x ∆t 2 + ∆y ∆t 2 ·∆t
Definimos, portanto, o comprimento da curva dada porγ(t) = (x(t), y(t)), t∈ [a, b]como:
Z b a s dx dt 2 + dy dt 2 dt
Solução: Uma parametrização para a circunferência de raio R e com centro na origem é: γ(t) = (R·cos(t), R·sin(t)), t∈ [0, 2π] Temos: dx dt =−R·sin(t) e dy dt = R·cos(t) Assim, segue que o comprimento da circunferência de raio R é:
Z 2π 0 s dx dt 2 + dy dt 2 dt = Z 2π 0 q (−R·sin(t))2+ (R·cos(t))2dt = R· Z 2π 0 dt =2·π·R
Exemplo 16. Calcular o comprimento da cicloide parametrizada por:
γ(t) = (a· (t−sin(t)), a· (1−cos(t))), t∈ [0, 2π]
Solução: Temos, neste caso: ( x(t) = a· (t−sin(t)) y(t) = a· (1−cos(t)) e portanto: ( x0(t) = a−a·cos(t) y0(t) = a·sin(t)
Assim, o comprimento da cicloide é:
Z 2π 0 q (a−a·cos(t))2+ (a·sin(t))2dt = Z 2π 0 q
a2−2a2cos(t) +a2·cos2(t) +a2·sin2(t)dt =
= Z q 2a2−2a2cos2(t)dt =√2·a Z 2π 0 q 1−cos(t)dt
Recorde que 1−cos(2θ) =2·sin2(θ), de modo que tomando θ = 2t teremos: 1−cos(t) =2 sin2 t 2 e assim: q 1−cos(t) = s 2 sin2 t 2 =√2·sin t 2
Logo, Z 2π 0 q (a−a·cos(t))2+ (a·sin(t))2dt =√2·a Z 2π 0 √ 2 sin t 2 dt =2a Z 2π 0 sin t 2 dt =8a
4
Cálculo do Volume de Sólidos de Revolução
4.1
Obtidos por rotação em torno do eixo
Ox
Suponha f(x) ≥ 0 contínua em [a, b], com a > 0. Sejam A o conjunto de todos os pontos do plano,(x, y)tais que a ≤x ≤b e 0≤y ≤ f(x), ou seja:
A={(x, y) ∈ R2 | (a≤x ≤b)&(0≤y≤ f(x))}
Seja B o conjunto obtido pela rotação, em torno do eixo Ox do conjunto A. Nosso objetivo nesta seção é mostrar que é razoável tomarmos, como volume de B, o número:
V =2π
Z b
a x· f(x)dx
SejaP[a,b] ={a= x0 <x1 <· · · <xi−1 <xi < · · · <xn = b} uma partição de [a, b], e seja ξi ∈ [xi−1, xi] qualquer. Denotemos por Ri o retângulo dado por:
Ri ={(x, y) ∈ R2 | (xi ≤x ≤xi+1)&(0≤y ≤ f(ξi))} y = f (x) ∆xi f (ξi) x y a b
O elemento de volume será o disco cilíndrico de volume:
Como a área da base do disco é π· (f(ξi))2, segue que: ∆Vi =π· [f(ξi)]2·∆xi
A soma dos volumes dos n cilindros, que representamos por Vn, é dada por:
Vn =π[f(ξ1)]2∆x1+π[f(ξ2)]2∆x2+· · · +π[f(ξn)]2∆xn =π· n
∑
i=1[f(ξi)]2∆xi
e nos dá uma aproximação do volume do sólido.
Podemos observar que, à medida que n cresce muito e cada ∆xi (i ∈ {1,· · · , n}) se torna muito pequeno, a soma dos volumes dos n cilindros aproxima-se do que, intuitivamente, entendemos como o volume do sólido de revolução.
0 1 2 0 −1 −2 1 2 0 1 2 0 −1 −2 1 2 0 1 2 0 −1 −2 1 2 0 1 2 0 −1 −2 1 2 0 1 2 0 −1 −2 1 2 0 1 2 0 −1 −2 1 2
Desta forma, o volume do sólido de revolução poderá ser calculado por: V = lim n→∞ n
∑
i=1 π· [f(ξi)]2·∆xi = Z b a π· f(x) 2dxExemplo 17. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos xx, da região do gráfico da função y =sin(x) e o eixo dos xx, de−π/2 até 3π/2.
−π
2 32π
x y
Solução: Aplicando a fórmula que deduzimos, temos:
V =π· Z 3π/2 −π/2(sin(x)) 2dx =πZ 3π/2 −π/2 1 2− cos(2x) 2 dx== π 1 2x− 1 4sin(2x) 3π/2 π/2 = =π· 1 2· 3π 2 − 1 4·sin 2· 3π 2 +1 2 · π 2 + 1 4 ·sin 2· −π 2 = =π· 3π 4 −0+ π 4 +0 =π2
Exemplo 18. A região R, limitada pela curva y= 14x2 e o eixo dos xx e as retas x =1 e x = 4, gira em torno do eixo dos xx. Encontrar o volume do sólido de revolução gerado.
1 4 x y
f(x) = 1
4x
2
Solução: Aplicando a fórmula deduzida, temos:
V =π Z 4 1 1 4x 2 2 dx = π 16· x5 5 4 1 = π 80[4 5−15] = 1023 80 π
4.1.1 Região delimitada por duas funções
Supondo f , g : [a, b]→R contínuas e tais que:
(∀x ∈ [a, b])(g(x)≤ f(x))
o volume do sólido T, gerado pela rotação da região:
R={(x, y)∈ R2 | (a≤x ≤b)&(g(x) ≤y≤ f(x))}
em torno do eixo dos xx é dado por:
V =π·
Z b
a ([f(x)]
2− [g(x)]2)dx
Exemplo 19. Calcular o volume do sólido gerado pela rotação, em torno do eixo dos xx, da região limitada pela parábola y = 1
4(13−x
2)e pela reta y= 1
2(x+5).
−√13−3 1 √13 x y g(x) = 1 2(x+5) f(x) = 1 4(13−x 2)
Notamos, então, que a região é limitada por cima pela parábola e por baixo pela reta, de modo que f(x) = 1
4(136−x
2)e g(x) = 1
2(x+5). Aplicando a fórmula acima, obtemos:
V =π Z 1 −3 ( 1 4(13−x 2) 2 − 1 2(x+5) 2) dx = =π· Z 1 −3 1 16(169−26x 2+x4)−1 4(x 2+10x+25) dx= π 16 Z 1 −3 (69−40x−30x2+x4)dx= = π 16 69x−20x2−10x3+ x 5 5 1 −3 = π 16 69−20−10+1 5+207−180+270+ 243 5 = = 1924 80 π
4.2
Obtidos por rotação em torno do eixo
Oy
Neste caso, devemos ter dada uma função x = g(y), para y em certo intervalo[c, d], g contínua. Neste caso, teremos:
V =π
Z d
c
x =g(y) ∆yi g(ξi) x y c d
Exemplo 20. A região limitada pela parábola cúbica y = x3, pelo eixo Oy e pela reta y = 8 gira em torno do eixo dos yy. Determinar o volume do sólido de revolução obtido.
Solução: Neste caso podemos escrever:
x=√3 y
de modo que o volume é:
V =π· Z 8 0 [ 3 √ y]2dy =π·3 5 ·y 5 3 8 0 = 3π 5 8 5 3 = 96π 5