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Novo complexo para o ensino de Arquitetura e Urbanismo - Unisul

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NOVO COMPLEXO PARA O ENSINO DE

ARQUITETURA E URBANISMO - UNISUL

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Novo complexo para o ensino de Arquitetura e Urbanismo - Unisul

NOVO COMPLEXO PARA O ENSINO

DE ARQUITETURA E URBANISMO – UNISUL

Trabalho Final de Graduação I

TFG I

Acadêmico

Adriano Zarbato

Orientador

Prof. Arq. Michelle Souza Benedet, Msc.

Tubarão, Junho de 2017

Arquitetura e Urbanismo

UNISUL - Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 1- Casas Antigas Laguna. Fonte: Do Autor, 2017.

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UNISUL - UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

ADRIANO ZARBATO

NOVO COMPLEXO PARA O ENSINO DE ARQUITETURA

E URBANISMO - UNISUL

Trabalho Final de Graduação, apresentado ao Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção

do título de Arquiteto e Urbanista.

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FOLHA DE ASSINATURAS

Este Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo, elaborado por Adriano Zarbato, foi apresentado e aprovado pela banca avaliadora.

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_________________________________

Profª. Arq. Michelle Souza Benedet, Msc.

Orientador

_________________________________

Avaliador 1

_________________________________

Avaliador 2

Tubarão, Junho, 2017

Figura 2 – Croqui Fonte: Do Autor, 2017.

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Figura 3 – Homenagem aos familiares. Fonte: Do Autor, 2017.

AGRADECIMENTOS

Após tantos obstáculos enfrentados ao longo desta caminhada, com força de vontade, perseverança e acima de tudo muito comprometimento finalmente consigo realizar esta conquista. No entanto nada teria conquistado se não fosse à presença de alguns envolvidos que me ajudaram durante esta trajetória. Assim...

Deixo meus votos de agradecimentos:

A Deus por ter me dado força e coragem nos momentos mais difíceis.

A minha esposa e meu filho por todo amor e carinho, além do apoio incondicional que me deram nesta jornada.

A minha orientadora Michelle Souza Benedet por todos os ensinamentos transmitidos, por suas correções e críticas.

Aos membros da banca, pela disponibilidade do tempo na avaliação do trabalho.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu sincero e muito obrigado.

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Figura 1 – Casas Antigas Laguna...2 Figura 2 – Croqui...4

Figura 3 – Homenagem aos Familiares...5 Figura 4 – Croquis Autor...9

Figura 5 – Traços Sutis...12

Figura 6- Croqui de Oscar Niemeyer...13

Figura 7- - Yacht Club, Porto de Mergulho, Montevidéu. Arq. Luis Crespi e Jorge Herran, 1934-1938...14

Figuras 8 e 9 - Estímulo à criação de Zaha Hadid....15 Figuras 10 e 11- Pinturas Kasemir Malevich...15 Figura 12- Estimulo da Criatividade no dia a dia....19

Figuras 13 e 14 - Escola de Arquitetura CSI – ARQ Los Angeles....20 Figuras 15 e 16 - Sede da PIXAR Studios...21

Figura 17- Sala de Aula da Escola Bauhaus...21

Figuras 18 e 19 - Áreas de Convívio da Escola Bauhaus... 21 Figura 20 - Minha Arquitetura Niemeyer...22

Figura 21- Unidade da Universidade de São Paulo (FAU)...23 Figura 22 - Localização da FAU...24

Figura 23 - Localização da FAU/USP...24

Figura 24 - Corte transversal com indicação dos Usos...25 Figura 25 - Planta Baixa – Subsolo...25

Figura 26 - Planta Baixa – Terreno...Erro! Indicador não definido. Figura 27- Níveis 4.60 e 6.50 metros...26

Figura 28 - Planta Baixa Nível 8.4 e 10.30 metros...26 Figura 29 - Vão Central –Salão Caramelo...26

Figura 30 - Pátio Central da FAU/USP...27

Figura 31- Posicionamento de Colunas... 27 Figura 32- Plano de Fachada... 28

Figuras 33 e 34 - Detalhe das Vigas em V com Claraboia de Fiber-glass...29

Figura 35 - Detalhe dos Pilares Externos... 29 Figura 36 - Detalhe do Pilar...30

Figura 37- Sistema de Ventilação e Iluminação Zenital...30 Figura 38 - Sistema de Aberturas...30

Figura 39 - Insolação...31

Figuras 40 e 41 - Circulação das Salas de Aula e Iluminação...32 Figura 42- Local da Escola de Design Bauhaus...33

Figuras 43 e 44 - Localização do Edifício da Bauhaus...34 Figura 45 - Forma geral do Edifício Bauhaus...35

Figura 46 – Planta Baixa Subsolo...35 Figura 47- Planta Baixa Térreo...36 Figura 48 - Planta Baixa 1° Pavimento...36 Figura 49 - Planta Baixa 2°Pavimento o...36

Figura 50 - Esquema Volumétrico e Setas dos acessos principais de Bauhaus...37

Figura 51 - Vista de frente de Bauhaus...37 Figura 52 - Detalhes Constritivos... 38

Figura 53 - Detalhe dos pilares recuados na fachada... 38

Figuras 54 e 55 - Fachada sul da ala de oficinas e artesanato...39 Figura 56 - Ventos predominantes e insolação...39

Figura 57 e 58 - Sede da Pixar Image Computer...41 Figura 59 - Sentimento Pixar...41

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Figura 60 - Implantação na Área do Campus...43

Figuras 61 e 62 - Localização em Emeryville Califórnia e Campus...43 Figura 63 - Forma geral do Edifício....44

Figuras 64 e 65 - Pátio Central e Circulação de Escritórios...44 Figura 66 - Definição das Circulações Horizontais e Acessos...45 Figura 67- Definição das Circulações Horizontais e Acessos....45 Figura 68 - Relação Espaço de Convívio e Trabalho...46

Figura 69 - Setorização de Usos...46

Figuras 70 a 72- Diagrama de Usos e Circulação...47 Figura 73 - Circulação Vertical....47

Figura 74 - Volumetria Geral...47

Figura 75 - Estrutura em concreto com revestimento em placa cerâmica...48

Figura 76 - Estrutura em concreto com revestimento com tijolo cerâmico...48

Figura 77- Iluminação Natural...49

Figuras 78 e 79 - Espaço convívio no terceiro andar- ampla visão do parque...49

Figura 80 - Partido Geral...49 Figura 81- Partido arquitetônico...50 Figura 82- Estudo de Fachadas...51 Figura 83 - Área a ser Analisada...50 Figura 84 - Recorte da Área...50

Figura 85 - Município de Tubarão - SC...53

Figura 86 - Prédio Sede da Unisul...54 Figura 87- Prédio Antigo Unisul...54 Figura 88 - Shopping Unisul...55

Figura 89 - Sistema Viário de Fluxo: Pontos de Conflito e Fluxo...55 Figura 90 - Mapa Hierarquias Viárias...56

Figura 91 - Uso do Solo...57

Figura 92 - Rua Padre Dionísio da Cunha...57 Figura 93 - Espaço Público e Privado ...58

Figura 94 - Espaços não Construídos e Construídos...58 Figura 95 - Análise de Gabaritos...59

Figura 96 - Área da Proposta...60

Figura 97- Perfil do Terreno da Área Proposta...61 Figuras 98 e 99 - Perfil do Terreno... 61

Figuras 100 e 101- Vista Leste da Área e Vista Norte Caminho do Estudante ao CETTAL-CENTEC...61

Figuras 102 e 103 - Vista Oeste Bairro Morrotes e Vista Sul da área sentido rio Tubarão...61

Figura 104 – Análise Bioclimática...62 Figura 105 – Novo Complexo Unisul...64 Figura 106 – A leveza do Concreto...65

Figura 107 – Fluxograma – Espaço Cultura e Arte...66

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Figura 108 – Fluxograma – Espaço Ensino e Arte...66 Figura 109 – Implantação Final...68

Figura 110 – Planta Baixa – Subsolo...68 Figura 111 – Planta Baixa Térreo...69 Figura 112 – Planta Baixa 1o

Pavimento...69 Figura 113 – A busca pela Volumetria...70

Figura 114 – Modelo Geral Anti- Perspectívico – Volumetria Final...70 Figura 115 – A busca pela Leveza e Continuidade de Fluxos...70 Figura 116 – Evolução da Proposta - Volumes...70

Figura 117– Corte Esquemático...70 Figura 118 – Volumes...70

Figura 119– Usos...71

Figura 120– Térreo e Pavimento Superior... 71 Figura 121 – Layout do primeiro pavimento...71 Figura 122 – Espaço dedicado a exposição...71

Figura 123 –Vista Salas Desenho: Pavimento Superio...72 Figura 124 – Vista área Convívio Térreo...72

Figura 125 – Croquis Vista Restaurante...72 Figura 126 – Volumetria Final...73

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1. INTRODUÇÃO...9 1.1. OBJETIVOS...10 1.1.1.Objetivo Geral...10 1.1.2. Objetivos Específicos...10 1.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...11 2. REFERENCIAIS TEÓRICOS...12

2.1. ARQUITETURA E OUTRAS ARTES...13 2.2. BELEZA E FUNCIONALIDADE...16 2.3. CRIATIVIDADE...18

2.4.ARQUITETURA: A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS CRIATIVOS...19

3. REFERENCIAS PROJETUAIS...23

3.1.FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO (FAU-USP)... 24

3.1.1.Inserção Urbana... 25 3.1.2. Definição dos Espaços... 26 3.1.3. Circulações e Acesso...27 3.1.4. Volumetria... 28

3.1.5.Técnicas Construtivas... 29 3.1.6. Conforto Ambiental...32 3.1.7. Partido...33

3.1.8. Relevância para a Escolha...33 3.2. BAUHAUS – DESSAU... 34 3.2.1. Inserção Urbana... 35 3.2.2. Definição dos Espaços... 35 3.2.3. Circulações... 36

3.2.4. Volumetria... 38

3.2.5. Estrutura e Técnicas Construtivas...39 3.2.6. Conforto Ambienta...40

3.2.7. Partido...41

3.2.8. Relevância para a Escolha...41 3.3. PIXAR ANIMATION STUDIOS...41 3.3.1. Inserção Urbana...43

3.3.2. Definição dos Espaços... 44 3.3.3. Circulações... 45

3.3.4. Volumetria... 48

3.3.5. Estrutura e Técnicas Construtivas...49 3.3.6. Conforto Ambiental...49

3.3.7. Partido...50

3.3.8. Relevância para a Escolha...51 4. DIAGNÓSTICO URBANO...52 4.1. CARACTERIZAÇÃO FISÍCA...53 4.2. BREVE HISTÓRICO...54

4.2.1. Tubarão... 54 4.2.2. UNISUL... 54

4.2.3. Mapa Hierarquias Viárias...56 4.2.4. Uso do Solo... 58

4.2.5. Público e Privado...57

4.2.6. Não Construído e Construído...58 4.2.7. Análises de Gabaritos... 60 4.2.8. Área da Proposta... 60 4.2.9. Perfil do Terreno... 61 4.2.10. Análise Bioclimática... 62 4.2.10.1. Temperatura... 63 4.2.10. Pluviosidade.. 63 4.2.10.2. Ventos... 63 5. PARTIDO ARQUITETÔNICO...64 5.1. CONCEITUALIZAÇÃO DA PROPOSTA...65 5.2. PROGRAMAS E NECESSIDADES... 66 5.3. IMPLANTAÇÃO FINAL DA PROPOSTA... 67 5.4. PLANTAS BAIXAS... 68

5.5. EVOLUÇÃO PROPOSTA... 70 6. CONCLUSÃO...73

7. BIBLIOGRAFIA...74

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INTRODUÇÃO

A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem (Oscar Niemeyer)”.

Figura 4 – Croquis Autor Fonte: Do Autor, 2017.

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Segundo o cientista Albert Einstein, “Não pretendemos que as coisas mudem se sempre fazemos o mesmo”.

A criatividade pode ser expressa nos

relacionamentos, na comunicação, no serviço, na arte, no ensino, em criar e desenvolver, e quando as pessoas desenvolvem um trabalho sem criatividade a tendência é que esse trabalho perca o significado e não contribuam para a realização pessoal. Entendemos assim, que estimular a criatividade é uma habilidade a ser desenvolvida essencialmente à nossa sobrevivência no futuro.

Ambientes mais propícios à exploração das novas descobertas devem favorecer o fluxo de novas ideias extrapolando as paredes e encontrando também no ambiente externo o potencial que devemos explorar. Sem dúvida alguma o estudo da Arquitetura e do Urbanismo e seu desenvolvimento, tornam-se peças primordiais na implantação dessa cultura, voltadas a promoção da criatividade e inovação, podendo essa ser tratada como estratégia na busca da qualidade de ensino pelas universidades.

Em vista disso, a proposta para o Complexo Arte-Arquitetura UNISUL tende a seguir a fluidez, buscando esses ambientes conectados, evitando o congelamento da rede, colocando salas de exposições e ambientes em que todos possam participar e opinar, dando oportunidade aos encontros e conversas entre pessoas das diferentes áreas da instituição,

interagindo até mesmo com outras disciplinas, sendo assim primordial para o desenvolvimento intelectual do futuro profissional.

1.1 OBJETIVOS

Neste subitem serão abordados os objetivos gerais e específicos do projeto proposto.

1.1.1 Objetivo Geral

Elaborar um novo complexo de ensino para o curso de Arquitetura e Urbanismo no campus da Unisul em Tubarão.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Estudar e pesquisar os recursos utilizados para o desenvolvimento de ambientes mais criativos dentro do campus da UNISUL;

 Permitir que o ambiente estimule atividades reflexivas, criativas, expressivas, produtivas para o desenvolvimento da arquitetura do século XXI;

 Oferecer uma estrutura adequada para a interação obra x natureza.

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1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para o desenvolvimento da proposta serão adotadas as seguintes etapas: análise do referencial teórico e conceitual, pesquisas de referencial projetuais, diagnóstico da área e levantamentos de dados e lançamento do partido.

Primeiramente, serão realizadas a análise do referencial teórico e conceitual, buscando referências de autores do campo da arquitetura, através de artigos, trabalhos acadêmicos, revistas e sites, adquirindo assim, conhecimentos importantes para o aperfeiçoamento da pesquisa e auxiliando o desenvolvimento das diretrizes projetuais.

As pesquisas de referências projetuais, serão ligadas ao tema em estudo, sendo elas, obras que mesclaram várias atividades que formaram o arquiteto para o mundo de maneira revolucionária para a época.

A pesquisa será identificar e analisar os acessos, circulação, volume, definição de espaço, estrutura técnica construtiva, zoneamento funcional, conforto ambiental e a relação do edifício com o entorno.

O diagnóstico e levantamento de dados do local da implantação do projeto serão realizados por meio de visitas, fotos, mapas e análise da área, havendo assim um levantamento das

condicionantes do terreno no aspecto urbano, paisagístico e arquitetônico.

Por meio dos conhecimentos adquiridos através da pesquisa teórica, referencial projetual e análise da área, chega-se ao lançamento do partido geral. Nesta etapa, será feito o lançamento do programa de necessidades, zoneamentos, implantação, croquis e estudos volumétricos que darão sequência a proposta inicial.

Dessa forma, abordaremos o assunto criatividade, procurando saber como ele foi entendido, como se expressa, procurando fundamentar sua necessidade de uso constante, e cada vez mais, na busca de um mundo mais humano. Em seguida trataremos da questão da arquitetura e funcionalidade, procurando demonstrar que a beleza também é função.

Outro assunto que será abordado sobre a arte e arquitetura é dar um breve relato dos primeiros pensadores, relacionando-os com diversas maneiras de manifestação artística a qual a arquitetura não deveria se afastar.

Por fim, na busca de nortear o objetivo do trabalho, buscou-se estudar soluções encontradas por profissionais de renome em busca de ambientes que estimulassem a capacidade criativa das pessoas.

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REFERENCIAS TEÓRICOS

Figura 5 – Traços Sutis. Fonte: Do Autor, 2017.

Se ensinares, ensina ao mesmo tempo a duvidar daquilo que estás a ensinar (José Ortega y Gasset)”.

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2.1 ARQUITETURA E OUTRAS ARTES

A junção da literatura na arquitetura foi expressa por Mario de Andrade, o qual juntamente com o período modernista que se iniciava no Brasil, já apostava nesta integração, pois, para ele a literatura e a arquitetura possibilitavam novas formas de pensamento. O arquiteto Oscar Niemeyer buscava além das formas da natureza a poesia em seus projetos (Figura 6) e o filósofo Johan Wolfgang acreditava que arquitetura é música petrificada.

Figura 6 - Croqui de Oscar Niemeyer. Fonte: Niemeyer, 2000.

As características e valores do modernismo brasileiro podem ser observados em obras de poesia, literatura, pintura, artes plásticas e arquitetura, entre outras linguagens.

Com o surgimento do modernismo houve a ascensão de uma forma de perceber a arte marcada pela libertação de padrões estabelecidos para a produção artística e arquitetônica e o interesse em valorizar e explorar os temas e objetos do cotidiano.

O movimento modernista teve início na Europa entre o final do século XIX e início de século XX. A sua influência chegou ao Brasil impactando o trabalho de diversos artistas do ramo da literatura, poesia, arquitetura e artes plásticas sendo que esse movimento que também foi artístico foi fruto da necessidade de romper tendências de pensamento em vigor, e dar lugar a uma nova percepção do mundo ao redor.

O modernismo foi uma escola de pensamento surgida a partir do questionamento de valores tradicionais e da apreciação e exploração da funcionalidade dos objetos e da simplicidade das formas (WESTWING, 2017).

A Semana de Arte Moderna de São Paulo, realizada em 1922, possibilitou a apresentação do trabalho de artistas que mais tarde seriam considerados fundamentais para a história da arte e formação do modernismo no país, entre eles Mario de Andrade e Oswald de Andrade (literatura), Anita Malfatti e Di Cavalcanti (artes plásticas) e como na arquitetura e artes plásticas, a influência do modernismo pôde ser observada no estímulo à exploração de novas técnicas e materiais e desapego a formalidades que, de acordo com a corrente de pensamento, acabavam por afetar a liberdade de criação e expressão artística (COHEN, 2004 e BOSI, 2006).

(15)

Outro exemplo de união segundo Cohen (2004) é a fotografia, que desde sua invenção, como meio de representação gráfica da realidade, encontrou na Arquitetura sua melhor aliada.

Os edifícios, por suas condições tectônicas, estáticas e formais, constituíram o “modelo” mais acabado e puderam transformar-se em “noticia” graças às imagens fotográficas.

Nas salas de aulas de Weimar (primeira sede da Bauhaus), de acordo com Mendes (2007) se consolidou o fato de que “apreciar o espaço era compreender uma nova cultura espacial” e neste postulado se apoiaram os caminhos da Nova Fotografia guiados por Lazlo Moholy-Nagy no discurso ideológico e por Alexander Radchenko nos aspectos práticos (Figura 7).

Os ensinamentos de Moholy-Nagy colocaram então à Fotografia como o quase único e

válido “instrumento teórico e plástico para pensar e representar o espaço” (MENDES, 2007).

Nas artes plásticas, como exemplo, podemos citar a arquiteta Zaha Hadid, que baseia o início de sua carreira, a antigos modos de representação da arquitetura (HADID, 2017).

Logo depois, procura extrapolar e avançar em novas tecnologias, o que fez com que se voltasse para a pintura suprematista de Kazimir Malevich1, desenvolvendo uma linguagem abstrata para sua representação arquitetônica, na maioria das vezes digitalizada, mas que também tornou as convenções arquitetônicas (planta, elevações e perspectivas usuais mais dinâmicas, favorecida posteriormente graças ao desenvolvimento de softwares) (FOSTER, 2011).

O artista Malevich destaca que: "Só me sinto livre quando minha vontade, em qualquer base filosófica ou crítica, possa transformar o que já existe em um novo fenômeno”. (Malevich, 1913).

As Figuras 8 a 11 a seguir, apresentam as obras de Hadid e Malevich.

1

Kasimir Malevich (1878-1935)- nascido em Kiev, tornou-se um dos mais importantes pioneiros da arte geométrica abstrata, tendo fundado, em 1913, o Suprematismo. Inspirado nas ideias do Futurismo e do Cubismo, este movimento artístico viria a exercer uma forte influência na pintura e na arquitetura, tendo sido grande a sua difusão na Alemanha, sobretudo na produção artística da Bauhaus.

Figura 7 - Yacht Club, Porto de Mergulho, Montevidéu. Arq. Luis Crespi e Jorge Herran, 1934-1938. Fonte: Arquitextos, 2007.

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Figuras 8 e 9 – Estímulo à criação de Zaha Hadid. Fonte Archdaily, 2017.

Figura 10 e 11 - Pinturas Kasemir Malevich.

Fonte: Wahooart, 2017.

Atualmente, continuam as junções entre artes e arquitetura. Notadamente em nossos dias, as mídias, cinema, propaganda e a arquitetura, juntas se tornam cada vez mais proeminentes. Segundo Foster (2011), para nossa compreensão ou apreensão, a arquitetura poderá também estar relacionada na passagem para era da mídia que consiste em uma

mudança complexa e fundamental já explorada, por exemplo, por Richard Rogers, Norman Foster e Renzo Piano, o que nos leva a crer um distanciamento da arquitetura no que antes considerava-se como meio de inspiração para o processo de projetar, ou seja, à criação não tem saber definido como dito anteriormente.

Segundo a Jornalista Stella Benetti (2017), em um encontro com empresários na Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), ficou claro que o único caminho para agregar valor a produtos e serviços e se diferenciar é investir em design. Esse e outros alertas sobre o potencial do design foram destacados em painel promovido pelo IndexHub, que é uma plataforma do Centro Design Catarina (CDC). Nesse encontro o professor António Cruz Rodrigues, da Universidade Europeia em Lisboa, falou sobre macrotendências e a necessidade de olhar para o futuro. Freddy van Camp, consultor e professor, defendeu uma atenção maior de líderes empresariais sobre como o design permite inovar ampliar as antigas receitas.

Por fim, hoje os projetos arquitetônicos, incentivados pelos processos da construção civil internacional, estão adotando novas tendências, com respostas mais rápidas, tendo menos impacto ambiental. Dessa forma, temos que ser cada vez mais criativos, e num mundo globalizado os sistemas construtivos, devem ser inovados, superando-se as pressões de mercado e cultura local (RODRIGUES, 2017).

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Niemeyer (1994) em seu livro "Como Nasce a Arquitetura", destaca que,

De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, a nível superior de uma obra de arte. Mas essa fase inicial exige por antecipação que o arquiteto se integre nos problemas tão variados do trabalho a executar. A natureza do terreno, o ambiente em que será inserida a construção, o sentido econômico que ela representa a orientação etc. E somente depois de se inteirar de tudo isso é que ele começa a desenhar, fazendo croquis, na procura da ideia desejada. É nesse momento de imaginação e fantasia que a solução aparece e nela o arquiteto se detém entusiasmado como alguém que encontrou um diamante e o examina com a esperança de ser verdadeiro e, lapidado, transformar-se numa bela pedra preciosa. O que esperamos da Arquitetura e Urbanismo, contudo, é essa nova velha parceria entre as diversas artes como fonte de inspiração, na esperança de, segundo Rodrigues (2017) redesenhar a sociedade.

2.2 BELEZA E FUNCIONALIDADE

Muito do antigo legado do ensino da arquitetura foi esquecido, podemos citar aqui Marcos Vitrúvio, arquiteto e engenheiro romano e considerado o fundador da estética, que viveu no século I a.C. deixando como

legado a sua obra em 10 volumes, constituindo o único tratado europeu do período grego-romano.

Esse tratado chega aos nossos dias, servindo de fonte de inspiração a diversos textos sobre construções, hidráulicas, hidrológicas e arquitetura desde a época do Renascimento, sendo que seus padrões de proporções e os seus princípios arquiteturais: utilitas, venustas e firmitas (utilidade, beleza e solidez), inauguraram a base da Arquitetura clássica.

A princípio Vitruvius, considerou dois aspectos da arquitetura diretamente ligados às questões técnicas, que seria a solidez e o uso, logicamente, pois do contrário nada poderia se materializar e ser útil de alguma forma para as pessoas. Mas o que ele percebe em seguida é que arquitetura vai mais além, e a partir dai cria seis critérios estéticos para a criação arquitetônica: ordenação, disposição, euritmia, simetria, conveniência e distribuição, tratando disso, exaustivamente em seus 10 livros sobre a arte de construir.

Anteriormente a Vitrúvio, por volta de quatrocentos anos antes de Cristo, Platão ligava a arquitetura a lógica das construções – a arquitetura não seria uma aparência das coisas, mas a coisa em si. Dizia ele “a arquitetura e todas as artes manuais implicam numa ciência que tem, por assim dizer, sua origem na ação e produzem coisas que só existem por causa delas se não, não”.

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Portanto um importante fato que ajudou no processo de “esquecimento” da obra de Vitrúvio durante a Idade Média, e porque não dizer até mesmo nos dias atuais foi e é a falta de formação acadêmica adequada dos arquitetos, pois se naquele tempo a arquitetura era classificada como uma espécie de artesanato, que deveria ser aprendida através da prática com arquitetos experientes, hoje os computadores favorecem esse processo rápido de criação e consequentemente se perdem os valores estéticos necessários.

Em se tratando de ensino, Lam (2017), diz que regras de simetria, proporção e tipologia de colunas apenas aparecem nas escolas de arquitetura hoje em dia quando se estuda história. Já passou o tempo das regras estritas de desenho e em seu lugar veio à era da solução de problemas de maneira criativa e aberta.

Siza (2017), arquiteto português, reforça essa visão, pois segundo ele, a beleza é o auge da funcionalidade, e para tanto deve ser composta pelo equilíbrio estético, pois se algo é bonito passa a ser automaticamente funcional, neste caso para ele: “na beleza a chave da funcionalidade”.

A historiografia tradicional da arquitetura moderna costuma dividir em movimento as duas grandes vertentes: o organicismo (tendo em Frank Lloyd Wright seu

principal nome) e o funcionalismo. Do funcionalismo surgem novas tendências, sendo a mais abrangente o international style. As raízes do international style se encontram nas obras e ideias de Le Corbusier, Robert Mallet Stevens e da Bauhaus.

O modernismo de uma forma geral negando referências históricas na arquitetura considerando-as principalmente como ornamento, e, portanto, desnecessárias a produção, essa nova arquitetura, podia facilmente se adaptar às necessidades de todos os países, o que efetivamente aconteceu, no Brasil na primeira metade do século XX. Daí o caráter internacional do movimento.

A mostra de arquitetura moderna que ocorreu em nova York em 1932, também nos deu exemplo da real necessidade estética da arquitetura, pois a mesma foi bastante criticada pela ênfase no estilo em detrimento da função. No entanto, o estilo acabou se tornando uma função fundamental de grande parte daquele tipo de projeto e isso é ainda mais acentuado nos estilos globais de hoje. (FOSTER, 2011).

E de maneira a satisfazer não só a questão funcional, o edifício da proposta deverá conter o aspecto icônico, provocador, lançando mão de tipologia estrutural e formas que tentam abordar a união da arquitetura com outros tipos de arte, procurando diferenciar-se da maioria das escolas que abordam de maneira pragmática os problemas do ensino.

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Essa abordagem da criação inovadora tem um aspecto onde a produção de cultura pode sim criar o problema e não somente resolver problemas, pois segundo Siza (2017), a forma, os espaços e a atmosfera não surgem da resolução de funções e lembra também que os computadores tornaram possível projetar e construir de forma muito mais rápida o que favorece o “esquecimento” de como nasce a arquitetura, segundo o legado de Vitruvius e seus três princípios. Arquitetura, segundo (SIZA, 2017), é uma arte lenta, sendo ela provocação e debate, necessitando de tempo para ser realizada, tempo este, cada vez mais raro em nossos dias.

2.3 CRIATIVIDADE

Nos dias atuais, buscar soluções criativas passa a ser primordial para o desenvolvimento. Porém a criatividade sempre foi necessária ao homem em resposta aos problemas que encontrava na sua busca por sobrevivência. Hoje, não podemos repetir soluções dadas há tempos atrás, não se tratando de negar a tradição, mas sim no sentido de que esta, a tradição, sirva de base para novas soluções.

Segundo Fuão (2008) a criatividade não é uma característica exclusiva da arquitetura e das artes em geral, sendo que a criação se faz presente em todos os domínios, onde o homem é criação. Em outras palavras, a

criatividade é a ação de criar estando presente em tudo que nos rodeia.

Criatividade pode ser expressa nos relacionamentos, na comunicação, no serviço, na arte, no ensino em criar e desenvolver (VIANA, 2006). Ainda, segundo o mesmo autor, quando as pessoas desenvolvem um trabalho sem criatividade, a tendência é que esse trabalho perca o significado e não contribua para a realização pessoal.

Desse modo, criatividade é a capacidade de criar, produzir ou inventar coisas novas, podendo e devendo ser aplicada em qualquer área. A expressão do inglês think outside, ou seja, pensar fora da caixa, pensar de forma diferente, retrata a necessidade de ser criativo de buscar a originalidade sem limitações e repetições.

Sendo assim, a criatividade associa-se à liberdade, pois para sermos criativos não podemos viver em uma sociedade conservadora, repressora, exemplificando assim as salas de aula, ambientes de trabalho encerrados em quatro paredes, falta de espaços livres para o confronto do conhecimento, e o convívio com outras pessoas ou não. O que importa, segundo o professor (FUÃO 2008), em seu artigo “Arte e Arquitetura”, é que a natureza da criatividade deva ser peregrina e revolucionária.

Segundo Rodari (1989), nos primeiros anos de escola, a criatividade nos é estimulada por atividades lúdicas com

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intuito de formação básica das nossas vidas bem como, influenciada pelo ambiente e condições de seu exercício. Sendo assim podemos imaginar então, porque os artistas, escritores, músicos, etc, muitas vezes procuram o ambiente ideal para criar e desenvolver seus trabalhos de maneira muito mais inspiradora (PASSERON, 2001).

Por tanto, é fundamental que procuremos trazer aos ambientes construídos, o incentivo para uma visão de futuro, trazendo liberdade de pensamento e ação, de modo que não só estejamos preparados para as mudanças, mas que sejamos os protagonistas dessas mudanças futuras.

2.4 ARQUITETURA: A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS CRIATIVOS Para Nakamura (2011), a criatividade pode sim ser desenvolvida e exercitada e poucas vezes vêm do zero, ou seja, ideias inovadoras são, principalmente, resultado de bagagem cultural e de conhecimentos que vão além da vida profissional. Além de incluir uma busca por informações diversas, seja em livros, filmes ou música, por exemplo. Na arquitetura, cultivar essa busca constante por novas ideias pode evitar a redundância de linguagem e é uma ferramenta a mais para encontrar soluções aos problemas

dos clientes (Figura 12).

Figura 12 - Estimulo da Criatividade no dia a dia Fonte: Nakamura, 2011.

Para Daniel Corsi do escritório Corsi Hirano,

Repetir a linguagem pode ser um reflexo da insegurança para a experimentação e sua necessidade de se ater à memória e ao passado. A história tem obviamente de ser considerada. Mas também é importante termos sensibilidade para interpretar nossa condição social e cultural e criarmos nossos próprios marcos históricos (CORSI, 2007).

O Arquiteto Alexandre Girard, segundo Foster

(2011), é famoso por suas propostas alegres e humanistas, foi precursor na “batalha contra ambientes sem Graça”. Na década de 70 ele revolucionou a indústria, inserindo cores e desenhos nos escritórios modernos para combater o mar de cores beges (FOSTER, 2011).

João Batista Vilanova Artigas juntamente com Carlos Cascaldi também, procuraram desenvolver uma escola que

(21)

pudesse influenciar os estudantes, não só para áreas técnicas, mas aproximando-os às questões políticas, artísticas e humanitárias. Procuraram assim resolver o problema arquitetônico de outras escolas, com a interconectividade e o ideal de vida comunitário que Artigas defendia, projetando imensos espaços livres e a comunicação de diferentes setores sem portas, como um templo, em que todas as atividades fossem permitidas. (FRACALOSSI, 2017).

Essa proximidade e interação modifica o que antes era tido como o arquiteto, o gênio solitário, demonstrando a importância do trabalho em equipe, que segundo Lubart (2007), sendo a diversidade e a proximidade entre pessoas produtivas e habilidosas, necessárias, podendo proporcionar mais experiências, primordial para o conhecimento e trocas entre elas, conforme apresentados nas Figuras 13 e 14.

Sendo assim, os arquitetos são comumente vistos trabalhando de maneira colaborativa para obterem maior sucesso, como exemplo, o grupo vencedor do Prêmio Turner, do escritório

Assemble, de Robert Venturi e Denise Scott Brown, onde

finalmente ganharam a Medalha de Ouro do (AIA) em 2015 após uma mudança no regulamento que permitiu que os trabalhos fossem entregues em equipe (AMORIN, 2015).

Figuras 13 e 14- Escola de Arquitetura CSI – ARQ Los Angeles. Fonte: Escola de Arquitetura –Los Angeles, 2002.

Steve Jobs, famoso pela frase “criatividade é apenas conectar as coisas”, acreditava no poder que a arquitetura dos ambientes desempenhava sobre o trabalho das equipes. Por este motivo, quando a sede da PIXAR Animation Studios, empresa de animação digital pertencente à The Walt Disney Company, foi construída em 1999, Jobs supervisionou toda a construção da obra para garantir que sua ideia fosse executada (JOBS, 1999).

Na concepção do projeto do prédio (Figuras 15 e 16), ele partiu do princípio que seria necessário um grande átrio central, para que as pessoas pudessem se encontrar. Além disso, para garantir que todos fossem até o local, colocou lá diversos usos comuns como salas de reuniões e cafés. Fez isso porque tinha convicção de que as melhores reuniões aconteciam acidentalmente, tanto no corredor, como no estacionamento (LEHRER, 2012).

14 13

(22)

Figuras 15 e 16- Sede da PIXAR Studios. Fonte: Lehrer, 2012.

No entendimento que o processo criativo não ocorre de forma linear, as pessoas precisam de ambientes únicos que estimulem seus sentidos positivamente e lhes deem suporte às necessidades num processo criativo de aprendizado. (LUBART, 2007). Finalizamos com o texto da Revista Especialize (2013), onde a prática do conceito de fluxo e a riqueza de espaços de cruzamentos e de encontros tornam os cérebros mais criativos e inovador na medida em que o homem é um ser social e que seu desempenho criativo é potencializado por estados emocionais positivos (Figuras 17 a 19).

Figuras 17- Sala de Aula da Escola Bauhaus. Fonte: Bauhaus, 2016.

Figuras 18 e 19 - Áreas de Convívio da Escola Bauhaus. Fonte: Bauhaus, 2016.

Dessa forma é necessário, dentro da arquitetura e urbanismo, o desenvolvimento desses espaços e o incentivo das instituições no intuito de se apropriar desses novos conceitos, incentivando a criação sem esquecer-se de sua origem, na arte, no desenho, na escultura, e porque não na música, nas artes cênicas, favorecendo o aprendizado e as mudanças culturais.

Em vista disso, a proposta para o complexo de Arte-Arquitetura da Universidade do Extremo Sul - UNISUL tende a seguir sua fluidez, buscando ambientes conectados, evitando o congelamento dos ambientes de aprendizagem, colocando salas de exposições em que todos possam participar e opinar, criando oportunidade de encontros e conversas entre pessoas de diferentes áreas da instituição, interagindo com outras disciplinas, primordial para o desenvolvimento intelectual do futuro profissional.

15 16

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11

19

2. REFERENCIAS TEÓRICOS

(23)

Figura 20 – Livro Minha Arquitetura de Niemeyer. Fonte: Niemeyer, 2000.

REFERENCIAS PROJETUAIS

“Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo - o Universo curvo de Einstein (Oscar Niemeyer)”.

(24)

Este capítulo aborda a análise de três projetos referenciais, buscando informações de interesse relevante na história, fundamentando a proposta de criação do complexo de ensino do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISUL, fornecendo base e auxílio para sua elaboração. Os edifícios analisados foram à escola de arquitetura e design, a Bauhaus na Alemanha, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo FAU-USP e a PIXAR que é o estúdio de animação da Disney.

3.1 FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO (FAU-USP)

João Batista Vilanova Artigas inicia o projeto do edifício da FAU em 1961 juntamente com Carlos Cascaldi que foi seu colaborador em diversos outros projetos. Vilanova Artigas foi também professor de Arquitetura da USP, que funcionava até então na Vila Penteado no bairro de Higienópolis. Para a nova escola realiza um projeto que evidencia as linhas mestras de sua concepção brutalista, bem como suas ideias acerca da formação do arquiteto (FRACALOSSI, 2017).

Dessa forma, idealizado junto com o debate sobre a possível reestruturação curricular e comparando entre a ocupação da sede anterior na Vila Penteado, a proposta do novo edifício se revela em ambientes sempre contínuos, cujas áreas

são muito ampliadas e somadas a amplos vazios volumétricos. Dos quatro pavimentos (distribuídos em oito meio-víveis) abrigados sob cobertura de perímetro de 110 x 66 metros, as áreas de piso somam 60% da área aproveitável total, sendo os outros 40% formados por vazios de altura variável onde o pátio central coberto enfatiza a integração e a unidade de todos os ambientes (FAU, 2017).

A FAU (Figura 21) é uma unidade da Universidade de São Paulo, responsável pelo ensino de graduação, pesquisa e intenção de serviços à sociedade na área de design e de arquitetura e urbanismo e nos campos do conhecimento que lhe são correlatos, sendo sua construção iniciada em 1966 e concluída em 1969.

Figura 21- Unidade da Universidade de São Paulo (FAU). Fonte: Archdaily, 2017.

(25)

3.1.1 Inserção Urbana

Está localizada na cidade universitária, zona oeste, no bairro do Butantã em São Paulo, possuindo uma área de 18 mil metros quadrados de construção, com ocupação para 1.700 pessoas, 872 alunos, e 150 professores, estando inserida numa antiga fazenda, a fazenda Butantã onde transformou-se em um polo da Universidade de São Paulo conforme é apresentada na Figura 22.

Figura 22- Localização da FAU. Fonte: Archdaily, 2017.

Mas somente no inicio da década de 1960 foi transformada em Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira, em homenagem a um político paulista na época e sendo reformada em seguida, passando a ter a configuração atual. Tornou-se deste então, uma grande base de produção cultura, artística e esportiva.

Nela também se encontram os órgãos centrais de pesquisa Tecnológica e o de pesquisas energéticas e nucleares (LANNA, 2005).

De acordo com Téo (2010), está inserida numa região que possui um farto repertório de atrações culturais, dentre estádios de futebol, diversos museus, shoppings, memorial da América Latina, praças e parques tradicionais, e o Instituto Butantã, referência em pesquisas sobre fauna e flora.

A região oeste segundo Lanna (2005) é uma região valorizada, tranquila com bairros de classe média e alta, fazendo divisa com algumas importantes cidades da Grande São Paulo, como Osasco e Taboão da Serra, sendo que ao lado da universidade, a somente alguns metros, encontramos a estação Butantã e a linha 4 do metrô (Figura 23).

Figura 23- Localização da FAU/USP. Fonte: Google Earth, 2017.

(26)

3.1.2 Definição dos Espaços

Na área interna do prédio (Figura 24) encontram-se oficinas, tipografias, laboratórios fotográficos, estúdios, salas de aula, além de auditórios, biblioteca, café, secretarias, departamentos, um ateliê, o salão caramelo, sendo este um grande espaço de vãos livres para o convívio social, e o museu caracol.

Os espaços comunitários indicam a necessidade de aprendizado político, afinal são nas assembleias que vão ser tomadas em conjunto, por professores alunos e funcionários, as decisões pedagógicas (FRACALOSSI, 2011). Nas (Figuras 24 a 28) são apresentados um corte e as plantas baixas de todos os pavimentos respectivamente.

Figura 24- Corte transversal com indicação dos Usos. Fonte: Archdaily, 2017.

Figura 25- Planta Baixa – Subsolo. Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 26- Planta Baixa do Térreo. Fonte: Do Autor, 2017.

(27)

Figura 27- Níveis 4.60 e 6.50 metros. Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 28- Planta Baixa Nível 8.4 e 10.30 metros. Fonte: Do Autor, 2017.

3.1.3 Circulações e Acesso

Possuindo um grande vazio central, o edifício da FAU (2017) valoriza as circulações, tanto verticais, dadas por rampas com inclinações diferentes, como por grandes corredores que na verdade são passarelas abertas com espaços ampliados, gerando nichos de convívio.

No térreo, o Salão Caramelo se destaca, sendo utilizado para eventos e reuniões (Figuras 29 e 30) o que reforça o aspecto de união e inquietação voltada a mudanças desejada por Vilanova. Com relação aos acessos no nível do pavimento térreo, estes se dão ao longo da rua do Lago, bem como por todas as ruas circundantes, favorecendo o encontro ao pátio central, não existindo relação de público e privado, pois todas as circulações reforçam a questão da democratização dos ambientes.

Figura 29- Vão Central –Salão Caramelo. Fonte: FAU/USP, 2015.

(28)

Figura 30- Pátio Central da FAU/USP. Fonte: Archdaily, 2017.

3.1.4 Volumetria

O edifício apresenta-se como um grande paralelepípedo em concreto, no estilo da geração de arquitetos brutalistas a qual Vilanova fez parte. É uma concepção simples sustentada por pilares em forma de trapézio duplos, apoiados levemente no solo dando um contraste fundamental de grande massa flutuando sobre o terreno o que é ressaltado quando se vê as grandes colunas posicionadas internamente e os planos envidraçados das fachadas enfatizados por lajes superiores em balanço (Figuras 31 e 32).

Toda a massa destaca-se na vegetação circundante, que se por um lado gera inquietação em relação ao seu sistema construtivo, por outro integra-se ao seu entorno como uma grande pedra artificial de concreto aparente.

Figura 31- Posicionamento de Colunas. Fonte: Do Autor, 2017.

(29)

Figura 32- Plano de Fachadas. Fonte; Archdaily, 2017.

3.1.5 Técnicas Construtivas

As técnicas construtivas utilizadas nesse edifício caracterizam–se destacando o uso do concreto armado aparente, moldado “in loco“ na sua estrutura e nas paredes cortinas, de vedação externa, num processo de evolução e ousadia tecnológica da engenharia Brasileira.

Um ponto de destaque é a cobertura em grelha vazada, que recebe uma série de domos translúcidos de

fiber-glass, dando ao conjunto, pela sua iluminação zenital e pelo

rendilhado formal de sua estrutura, aspectos marcantes de monumentalidade associado a uma leveza significativa. Assim sendo, a forma a função e beleza estética se interagem neste

edifício tombado pelo CONDEPHAAT2, como exemplo de obra arquitetônica, e patrimônio histórico e cultural de nossa arquitetura.

Com relação ao sistema construtivo de sua fundação, a mesma foi executada com tubulões a céu aberto e estacas pré-moldadas de concreto, que recebem os blocos das fundações e estas cargas concentradas dos pilares, bem como dos muros de arrimo periféricos e dos baldrames do edifício.

O sistema de aberturas internas é composto por portas de madeira compensada, sendo toda a caixilharia externa de perfis de chapa dobrada de aço galvanizado, cujos detalhes de seu funcionamento, complexos e criativos, são similares à tecnologia empregada na França nos anos 1950. Os vidros são planos transparentes de 4 a 6 mm de espessura3.

Os pavimentos no piso são revestidos com epoxi, aplicados em 6 (seis) demãos, na cor amarelo ocre, solução pioneira a nível nacional, ocorrida a partir dos anos 1960 . Os pisos do acesso principal e a praça de encontro, fronteiriça ao auditório,

2

João Roberto Leme Simões. Disponível em: http://www.fau.usp.br, 2017.

3

Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. Tem a finalidade de proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural e turístico.

(30)

têm piso de mosaico português e as rampas são com tinta emborrachada tipo plurigoma.

A estrutura de concreto apresenta no sentido transversal, vãos de ate 22 metros e no longitudinal de 11 m. Sobre este, apoia-se a grelha estrutural de concreto armado da cobertura, composta por vigas “V“ de 45 cm de altura, formando troncos de pirâmide de 2,75 x 2,75 m em sua base (Figuras 33 e 34).

O topo do seu coroamento é vazado, para permitir a iluminação zenital por meio dos domos localizados sobre os estúdios, salas de aula e praça central. Ainda dentro destes vãos livres (Figuras 35 a 38), os pilares recebem as lajes dos vários pavimentos (tipo caixão perdido com altura em torno de 90 cm).

Figura s 33 e 34- Detalhe das Vigas em V com Claraboia de Fiber-glass. Fonte: Archdaily, 2017

Figura 35- Detalhe dos Pilares Externos. Fonte: Do Autor, 2017.

3. REFERENCIAS PROJETUAIS

(31)

Figura 36- Detalhe do Pilar Fonte: Archdaily, 2017.

Figura 38- Sistema de Aberturas. Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 37- Sistema de Ventilação e Iluminação Zenital. Fonte: Do Autor, 2017.

(32)

3.1.6 Conforto Ambiental

É uma região que abriga uma grande quantidade de parques, onde o clima é considerado característicos das fazendas, encontrando ali, os aromas dos restaurantes e o cheiro de lenha queimada que ainda traz a sensação de cidade do interior (TEIXEIRA et.al, 2014).

O clima de são Paulo é do tipo subtropical úmido, com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 19,2°C, tendo invernos amenos (média de 15,8° no mês mais frio) e verões com temperaturas moderadamente altas (média de 22,4°C no mês mais quente) aumentadas pelo efeito da poluição e da altíssima concentração de edifícios (BDMEP, 2016).

Devidos as intensas patologias que foram ocorrendo com o passar dos anos, chegou-se a conclusão de deficiências em relação ao isolamento acústico proveniente de ruídos externos.

A iluminação natural é bloqueada, devido aos balanços sucessivos das lajes, que tornam as paredes externas sombreadas, o que exige o uso constante de iluminação artificial, reforçada a necessidade pelas divisórias opacas dividindo as salas

internamente, conforme apresentado nas Figuras 39 a 41. Figura 39- Insolação. Fonte: Do Autor, 2017.

(33)

Figuras 40 e 41 - Circulação das Salas de Aula e Iluminação Natural de Laboratórios.

Fonte: Santos, 2013. 3.1.7 Partido

A ideia preliminar do edifício toma como base as linhas retas onde o processo cartesiano, lógico define o traçado utilitário dos espaços, que depois irão gerar as paredes e os volumes. O elemento sólido traria o contraste da imposição arquitetônica sobre a natureza, de modo que a inquietação é o fator relevante visto que ao mesmo tempo flutua sobre o terreno plano. A

arquitetura brutalista da FAU, em concreto aparente, traz desafios tecnológicos e impõe mudanças de comportamento e pensamento em seus grandes espaços internos e a monumentalidade de suas características espaciais.

3.1.8 Relevância para a Escolha

O motivo relevante para a escolha desta escola é que, de acordo com seu mentor, Vilanova Artigas (formado na escola Politécnica da USP), a FAU não visa formar somente arquitetos, mas sim dar ao discente uma noção aplicada de sociedade, em outras palavras, conhecer o funcionamento do mundo, para que, não importando em qual entidade ou profissão o formado da FAU estiver, possa influenciar positivamente, conhecendo a realidade e contribuindo para a melhoria da mesma (ARTIGAS, 2011).

Todos esses fatores contribuíram para a arquitetura do edifício, com características onde prevalece espaços amplos de convívio e discussão, bem como os aspectos da estrutura inovadora. Trazendo sempre à tona as questões técnicas a serem enfrentadas pelo futuro profissional o que a torna relevante diante de nossa realidade regional, pela necessidade de renovação e pela característica de obras como essa de trazer a inovação tanto para a universidade como para a sociedade.

40

41

(34)

Pois tendem a ser iconizadas e tomadas como referência impulsionando o curso de Arquitetura e Urbanismo de nossa cidade a outro patamar, exemplificando o que diz (LERNER, 2017) sobre as cidades "Brasileiro fica encantado com cidades europeias, mas não reproduz soluções aqui".

3.2 BAUHAUS – DESSAU

A Bauhaus (Figura 42) foi a primeira escola de

design do mundo na época, de 1924 a 1932, e seu criador,

motivado a criar uma nova forma de pensamento através da interseção entre arquitetura, arte, design industrial, tipografia, design gráfico e design de interiores, criou o que é até hoje um ícone dos projetos modernistas, com um estilo emergente que influenciaria a arquitetura para sempre (ARCHDAILY, 2017).

Inicialmente sua primeira sede localizava-se em Weimar e por razões de mudança de governo daquela cidade subsidiária do projeto, houve a necessidade de mudança de local para Dessau.

Figura 42- Local da Escola de Design Bauhaus. Fonte: Bauhaus, 2011.

Gropius tomou isso como uma oportunidade para construir uma escola que refletisse suas esperanças quanto à educação a ser lecionada na Bauhaus. O estilo das instalações de Dessau insinua a fase mais futurista de Gropius, mostrando também semelhanças com o estilo internacional. De modo que seu lema era de que tanto no design como na arquitetura, a forma deveria ser determinada pela sua utilidade, sendo assim todo o complexo foi criado de acordo com a função (ARCHDAILY, 2017).

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3.2.1 Inserção Urbana

A área total do terreno destinado à construção da Bauhaus de Dessau era 10.500 metros quadrados, tendo o edifício aproximadamente 23.000 metros quadrados inserido em área residencial com muitos espaços livres.

A cidade enfrentava um problema comum no Leste europeu e alemão: o êxodo da população. Desde a reunificação alemã, Dessau perdeu cerca de 25% de seus habitantes. Por conta disso, os moradores apostam em uma cidade mais verde e os defensores da ideia apostam no “emagrecimento” da cidade, como saída estratégica: menos casas, mais áreas de lazer e respeito à natureza (MADE FOR MINDS, 2004).

A região onde encontra-se a localidade de Dessau, e a escola Bauhaus, faz parte de um projeto desenvolvido entre 2002 e 2005, como o nome de “Cidades Atrofiadas” onde engloba 15 subprojetos, que abrangem temas como mobilidade e transformação social, espaços livres e lazer, (des)industrialização e pós-industrialização (Figuras 43 e 44).

Figuras 43 e 44- Localização do Edifício da Bauhaus. Fonte: Google Earth, 2017.

Tudo na tentativa de descobrir as raízes e o futuro desse local, a partir do fenômeno do encolhimento da cidade e o efeito para a cultura urbana.

3.2.2 Definição dos Espaços

O edifício é composto por três alas conectadas com passarelas. Os espaços da escola e das oficinas são associados através de uma grande passarela de dois pavimentos, que também é o setor administrativo, salas de professores etc.

(36)

As unidades habitacionais e o edifício educacional são conectados através dessa ala (Figura 45), para criar fácil acesso ao átrio e ao refeitório. A ala educacional contém administração e salas de aula, sala de professores, biblioteca, laboratório de física, salas modelo, subsolo, piso térreo e dois andares superiores.

Sempre com a preocupação de projetar o que havia de mais moderno em tecnologia e material construtivo para a percepção dos alunos, fator relevante para a escolha deste referencial.

Figura 45- Forma geral do Edifício Bauhaus. Fonte: Archdaily, 2017.

3.2.3 Circulações

As circulações verticais ocorrem através de escadas e as horizontais por corredores nos andares superiores fazendo ligação com os blocos. No térreo, o ambiente integra-se ao exterior, e abre o espaço para playgrounds, auditórios, ginásio e espaço para workshop. Já no primeiro andar, temos grandes espaços livres para o atelier, bem como salas de aula para os cursos técnicos e área administrativa. No segundo pavimento encontram-se máquinas e todo o equipamento para o ensino do desenho industrial (Figuras 46 a 49).

Figura 46 – Planta Baixa Subsolo. Fonte: Do Autor, 2017.

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Figura 47- Planta Baixa Térreo. Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 48- Planta Baixa 1° Pavimento. Fonte: Do Autor, 2017.

3. REFERENCIAS PROJETUAIS

Figura 49- Planta Baixa 2°Pavimento. Fonte: Do Autor, 2017.

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3.2.4 Volumetria

O grande terreno da construção perto do centro de Dessau permitiu erguer os elementos cúbicos de forma assimétrica, pois Gropius rejeitava a hierarquia e a simetria, assim como o tratamento igual para fachadas, consequentemente não se consegue definir uma fachada representativa, ou uma entrada principal, estendendo-se estas, em três direções em forma de L.

Sendo que cada setor do edifício tem uma função, o que também propositalmente se revelava nas fachadas (SLIDESHARE, 2009).

Com relação a materialidade, apresenta fachadas com amplas aberturas de ferro e vidro, dando assim um aspecto de leveza ao conjunto e proporcionando visibilidade ampla aos ocupantes, diferenciando-se dos estilos arquitetônicos da época.

Podemos notar também a intenção de continuidade, ênfase nas linhas retas, coberturas planas, sendo que as aberturas em fita, não se limitam à estrutura, formando vãos livres e dando a impressão de ausência de pilares (Figuras 50 e 51).

Figura 50- Esquema Volumétrico e Setas dos acessos principais de Bauhaus.

Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 51- Vista de frente de Bauhaus. Fonte: Archdaily, 2017.

(39)

Os volumes se sobressaem em níveis variados, em ritmo constante de organização, hora envidraçadas hora requadradas com alvenaria e reboco, sinalizando os acessos principais.

3.2.5 Estrutura e Técnicas Construtivas

O edifício da Bauhaus é composto por estrutura de concreto armado alguns elementos foram pré-fabricados, e alvenaria rebocada. Lajes cogumelo no nível inferior, pilares com respaldo em pilotis, e telhados cobertos com revestimento asfáltico sendo planos e transformados em terraços. Podemos notar também o uso de sistemas de aquecimento a gás nos ambientes, sendo esses equipamentos, novidade para a época.

A enorme fachada em cortina de vidro do edifício da oficina e estúdios transformou-se em uma parte integrante do projeto, pois na esperança de criar transparência, a parede enfatizou a natureza espacial e aberta da nova arquitetura, conseguida através do recuo dos pilares externos (Figuras 52 a 55).

Toda a estrutura segue uma lógica geométrica cubista e racional emergente à época, as linhas de vigas pintadas de branco, contrastam com a estrutura de ferro e vidro das vidraças. Podemos notar também as sacadas em balanço no edifício de apartamentos que servem de cobertura para os

andares inferiores. Internamente, caracteriza-se por amplos espaços sem paredes, tipo lotfs, e com estrutura aparente em elementos pré-moldados.

Figura 52- Detalhes Constritivos. Fonte: Do Autor, 2017.

Figura 53- Detalhe dos pilares recuados na fachada. Fonte: Archdaily, 2017.

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Figuras 54 e 55- Fachada sul da ala de oficinas e artesanato. Fonte: Do Autor, 2017 e Archdaily, 2017.

3.2.6 Conforto Ambiental

Dessau encontra-se na região norte-nordeste da Alemanha, onde o clima é oceânico trazendo umidade, e por isso traz chuvas que ocorrem o ano todo, apresentando verões com temperatura em torno de 24 °C e invernos amenos em torno de 12 °C.

O edifício apresenta a fachada sul, como predominante para a insolação que é composta pela área do ginásio, área de cantina, apartamentos, estúdios de artes, oficinas industriais e design.

De um modo geral, toda a edificação é bem ensolarada, podendo gerar em alguns horários, desconforto devido às amplas aberturas, fator amenizado por cortinas em todas as aberturas. Internamente foi utilizado sistema de aquecimento a gás.

Os ventos predominantes são do quadrante oeste o que promove boa circulação de ar tendo em vista o próprio local de implantação da obra esta inserida em amplas áreas livres no seu entorno (Figura 56).

Figura 56- Ventos predominantes e insolação. Fonte: Do Autor, 2017.

(41)

3.2.7 Partido

O partido considerado por Walter Gropius foi o de assimetria, porém com identidade claras das funções praticadas em cada setor.

Houve também a preocupação com as circulações e pontos de encontro, espaços amplos de convívio, por tanto, não há propriamente uma hierarquização dos espaços, todas as áreas são utilizáveis e democráticas, próprio ao desenvolvimento intelectual, e para o desejo de lança mão de uma nova forma do estudo e pratica da arquitetura mesclada com outras artes tidas como inferior como cerâmica, tecelagem e marcenaria, bem como dar função a tudo que era criado como arte servindo de instrumento necessários para a construção de espaços lógicos e úteis ao homem. Pois para ele função era fundamental.

3.2.8 Relevância para a Escolha

O edifício Bauhaus Dessau, foi escolhido aqui por vários motivos. Primeiramente pela relevância que o foi para a arte e o design no mundo, também escolhido por seu caráter de revolução e libertação dos conceitos pré-estabelecidos na época.

Outra questão é a de tornar o ambiente propício à criação, ao desenvolvimento das artes, criando essa atmosfera do uso livre dos espaços, atraindo grandes mestres, e por conta disso,

mesmo numa época bastante conturbada, mostra para a Alemanha e o mundo uma nova forma de ver a arquitetura.

3.3 PIXAR ANIMATION STUDIOS

A companhia começou como uma divisão da Lucas

film a Graphics Group, liderada pelo Dr Edwin E. Catmull do New York Institute of Tecnolog. A Graphics Group criou softwares de

computação gráfica e colaborou com a Industrial Light e Magic na criação de alguns efeitos visuais, principalmente nos filmes como: Star Trek II: The Wrath of Khan e Young Sherlock Holmes. Em 1986 a companhia foi comprada por Steve Jobs (co-fundador da Apple Inc.) por US$5 milhões (ESKENAZI, 2011).

A companhia foi rebatizada "Pixar", uma combinação da palavra "pixels" e da palavra "art", que é o que a animação pretende fazer arte através de pixels. No princípio a Pixar era uma companhia de hardware, com seu produto primário sendo o computador Pixar Image Computer (Figuras 57 e 58).

Um dos maiores compradores do computador era a Walt Disney Pictures, que mais tarde em colaboração com a Pixar desenvolveu o CAPS, um software que permitia colorir animação tradicional no computador. Em 2006, a Disney adquiriu a Pixar tornando Steve Jobs o maior acionista individual da companhia (HILTY E PRADO, 2013).

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Figuras 57 e 58- Sede da Pixar Image Computer. Fonte: Eskenazi, 2011.

A história por trás da sede da Pixar começa em 1999 com Steve Jobs. Jobs trouxe o Arquiteto Bohlin Cywinski Jackson - famoso por projetar o complexo residencial de Bill Gates em Washington, para dar corpo à sua visão para o campus que estava planejando para acomodar até 1000 funcionários (ISAACSON, 2011).

De acordo com a biografia de Jobs, a sede seria um lugar que "promoveria encontros e colaborações não planejadas". Dado que a colaboração tem sido recentemente um dos principais tópicos no design de escritórios (ISAACSON, 2011).

Tom Carlisle, diretor de instalações da Pixar, acrescenta: Ele não queria um prédio padrão de um aglomerado de escritórios, com janelas de metal ou em fita. O prédio deveria ficar bem atual mesmo a 100 anos depois. Esse era seu principal critério (ESKENAZI, 2011).

O projeto do campus da Pixar, originalmente separava as áreas de atuação e funcionários em diferentes edifícios, sendo um bloco para cientistas da computação, outro para animadores e um terceiro para os demais setores.

Jobs era fanático sobre o fator colaborações não planejadas, dessa maneira, ele imaginou um campus onde esses encontros poderiam ter lugar, e seu projeto incluiu um grande espaço no átrio que atua como um hub central de encontros (Figura 59).

Figura 59- Sentimento Pixar. Fonte: Castilho, 2012.

Segundo Jobs (2008), Se um edifício não incentiva a colaboração, você vai perder oportunidades de inovação e a magia que é provocada pelo acaso. Projetamos o prédio para fazer as pessoas saírem de seus escritórios e misturarem-se no átrio central

3. REFERENCIAS PROJETUAIS

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com pessoas que eles podem nem estar vendo quando estão trabalhando.

Já em 2007, a Allied Works Architecture foi selecionada para planejar e projetar um novo espaço de trabalho criativo para o parque de estúdios de animação em Emeryville, Califórnia. Na primeira fase do trabalho, a Allied Works realizou uma extensa pesquisa sobre a cultura da empresa e as demandas do processo de animação e desenvolveu um programa abrangente e um plano mestre para o terreno de 21 acres (ALLIED VORKS, 2007).

Programado para abrir no início de 2011, acomoda até 900 artistas e pessoal de apoio. O design baseia-se no ethos e a visão criativa do estúdio, bem como a história industrial do entorno. Dessa forma o edifício é organizado como quatro estruturas de concreto e alvenaria, unificadas por uma rede de vias interiores e espaços comuns de reunião.

Foi projetado para acomodar as demandas organizacionais e tecnológicas de mudança do processo de produção sendo que, ao mesmo tempo, o edifício promove um senso de comunidade, conexão e colaboração criativa em todas as escalas, desde salas de reuniões informais e espaços de trabalho em pequenos grupos até espaços abrangentes como um teatro, jardim no terraço e lareira central.

3.3.1 Inserção Urbana

A sede localiza-se em Emeryville uma pequena cidade localizada no estado norte- americano da Califórnia, no Condado de Alameda. Sendo incorporada em 8 de dezembro de 1896. Situa-se no corredor entre as cidades de Berkeley e Oakland.

Sua proximidade de São Francisco e do Vale do Silício tem favorecido o seu crescimento econômico. É a cidade menos populosa do condado de Alameda. Possui 6.646

residências, que resulta em uma densidade de

2 052,83 residências/km².

A Pixar está inserida numa área de 20 acres, unificada e esculpida fora do contexto urbano circundante. "A paisagem, projetada por Peter Walker Partners, é mais agrária do que de ares industriais em seu caráter, com muitos lugares aparentemente a serem descobertos, propícios a caminhadas, conversas e para se fazer um lanche."

O campus exterior inclui um anfiteatro ao ar livre de 600 lugares, um campo de futebol e uma horta orgânica usada pelos chefs da Pixar, jardins de corte de flores e um prado de flores silvestres. E para diversão e fitness, eles também têm uma piscina de tamanho olímpico, quadra de vôlei, pista de jogging e quadra de basquete.

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Para Jobs (2000) colocar toda essa estrutura é necessária para "manter sua equipe de animação jovem, feliz- e animada”. Para criar a atmosfera agrária desejada, o exterior é preenchido com plantas e árvores nativas e exóticas - incluindo faia europeia, carvalho vivo, palmeiras, sequoias, bordo japonês. A entrada de visitantes também possui uma série de belos jardins (Figuras 60 a 62).

Figura 60 - Implantação na Área do Campus. Fonte: Castillo, 2012 e ALLIED WORKS. 2017.

Figuras 61 e 62 - Localização em Emeryville Califórnia e Campus. Fonte: Castillo, 2012 e ALLIED WORKS. 2017.

3.3.2 Definição dos Espaços

Este novo escritório teve um projeto de última geração e suas instalações de produção incluem escritórios, um bar expresso, lareira e salão, teatro para 125 pessoas, uma sala de triagem de 60 pessoas, salas de edição, salas de história e arte, salas de reuniões e áreas de jogo (Figura 63).

3. REFERENCIAS PROJETUAIS

62 61

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Figura 63- Forma geral do Edifício.

Fonte: ALLIED WORKS. 2017. 3.3.3 Circulações

As circulações verticais ocorrem através de escadas e elevadores, já as horizontais por corredores nos andares superiores fazendo ligação com todos os ambientes. No térreo, um amplo saguão o qual curiosamente encontra-se uma lareira, integra-se à portaria, e abre o espaço para o exterior.

Nos demais andares existem amplos espaços de convívio, como mezaninos liberando a visão para o pátio central (Figuras 64 a 66).

Figuras 64 e 65 - Pátio Central e Circulação de Escritórios. Fonte: ALLIED WORKS. 2017.

3. REFERENCIAS PROJETUAIS

Referências

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