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DEFACIONAMENTO DE SÉRIE TEMPORAL DO PREÇO DA SOJA NEGOCIADA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 1 INTRODUÇÃO

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DEFACIONAMENTO DE SÉRIE TEMPORAL DO PREÇO DA SOJA NEGOCIADA NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

André Luiz Martins Jeronimo1, Ricardo Ghantous Cervi2 Paulo André de Oliveira3 Sergio Augusto Rodrigues4

1Tecnólogo em Agronegócio da - Faculdade de Tecnologia de Botucatu, e-mail:andrelmdj@hotmail.com.

2 Professor - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Câmpus Experimental de Itapeva. Rua

Geraldo Alckmin, 519 - Vila Nossa Senhora de Fátima, CEP 18409-010, Itapeva, SP, e-mail: rcervi@itapeva.uniesp.br

3 Professor - Faculdade de Tecnologia de Botucatu – FATEC. Av. José Ítalo Bacchi, s/n, Jardim Aeroporto, CEP

18606-851, Botucatu, SP, e-mail: poliveira@fatecbt.edu.br

4 Professor - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Faculdade de Ciências agronômicas.

Portaria I: Rua José Barbosa de Barros, nº 1780 – Fazenda Lageado, CEP 18.610-307, Botucatu, SP, e-mail: sergioar@fca.unesp.br

1 INTRODUÇÃO

A produção de soja consolidou seu papel de relevância no agronegócio brasileiro pelo avanço da pesquisa, tecnologia, infraestrutura e da própria cadeia produtiva. A atividade vem passando por um processo de modernização que visa o aumento da competitividade, além de gerar um efeito multiplicador na economia pelo aumento de sua produção e exportação.

Missão (2006) apontou que, as lavouras com a oleaginosa, com novas cultivares, foram inseridas em novas áreas agrícolas pelo Brasil e isso contribuiu para o progresso de pequenos municípios, além de tornar-se um dos maiores responsáveis pela expansão da receita cambial do País.

Nos últimos, houve um aumento do plantio de soja na região Sul, por ser a região pioneira na exploração comercial dessa cultura, e, também, devido a estratégia adotada pelos fazendeiros de substituir pastagens e áreas de cultivo de milho na safra de verão pelo cultivo da soja, a qual vem apresentando preços mais favoráveis do que as demais atividades. Contudo, em longo prazo, a taxa de crescimento do plantio de soja na região Sul deverá reduzir pela limitação de novas áreas para expansão. Dessa forma, as regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte são as prováveis áreas para a expansão do cultivo da soja no Brasil (BRASIL, 2007).

De acordo com Sampaio et al. (2006), o mercado internacional de soja caracteriza-se por domínio das exportações de três países: Brasil, Argentina e EUA (Estados Unidos da América).

A produção mundial de soja na safra 2013/2014 alcançou 283,27 milhões de toneladas. Os EUA, maior produtor mundial, conseguiu alcançar os 89,50 milhões de toneladas produzidas de soja, enquanto que o Brasil, segundo maior produtor do grão, produziu 85,65 milhões de toneladas. Dessa maneira, os EUA contribuem com 31,4% da produção mundial. O Brasil vem em segundo com 30,2%, seguido da Argentina com 19%, que se somada a sexta

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posição do ranking (Paraguai) a América do Sul detém a maior fatia do mercado mundial (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2014).

Atualmente a produção de soja no Brasil é competitiva quanto à qualidade e produtividade, porém é limitada quando o assunto é custos logísticos. A rede de transporte brasileira não é adequada para comercialização de soja, esse problema tem um impacto muito alto nos custos de transporte e, por fim, no valor final do produto para o exportador. Os custos logísticos correspondem a 11,5% do PIB brasileiro (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE, 2011).

Devido a constante desvalorização da moeda nacional (R$) em períodos de inflação, torna-se necessário corrigir os preços em relação a um dado período, isto é, determinar preços reais ou em moeda de valor corrente a fim de analisar as variações ocorridas com preços dos diversos produtos agropecuários ao longo do tempo. De modo geral, os valores reais são obtidos deflacionando-se os valores nominais em questão por meio de um índice geral de preços ou outro índice qualquer de inflação acumulada (IGP-DI, IGP-M, IPCA, entre outros) (MENDES; PADILHA, 2007).

Para o agronegócio, o ideal seria a utilização de um índice de preços que refletisse a inflação em cada setor, por exemplo, insumos, produção e comercialização. De forma alternativa, a utilização dos índices setoriais, por possuir uma série histórica mais longa e completa, têm-se trabalhado com o IGP-DI (MENDES; PADILHA, 2007).

O IGP-DI é uma das versões do Índice Geral de Preços (IGP). É medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. O IGP-DI faz medições no mês cheio, de 1 a 30 ou 31 de cada mês. Ele é formado pelo IPA-DI (Índice de Preços por Atacado - Disponibilidade Interna), IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna) e INCC-DI (Índice Nacional do Custo da Construção - Disponibilidade Interna), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. O período de coleta dos três é o mesmo do IGP-DI (MENDES; PADILHA, 2007).

Este estudo tem como objetivo apresentar uma comparação da variação do preço nominal do preço da soja com o preço real (deflacionado) e verificar se houve amento ou diminuição do poder aquisitivo dos produtores no período analisado.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram obtidas séries temporais do preço nominal da soja de janeiro de 2005 a dezembro de 2014 no Estado do Rio Grande do Sul (RS), no banco de dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (AGROLINK, 2015).

A metodologia utilizada para a determinação do índice relativo de preço (IRP), deflacionamento de preços, bem como da mudança de base do deflator (IGP-DI) foi baseada na proposta de MENDES e PADILHA (2007). O índice relativo de preço (IRP) foi obtido a

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partir da divisão entre o mês vigente com preço deflacionado pelo preço deflacionado do mês base (dezembro de 2014) e posteriormente multiplicado por 100, conforme a Equação 1.

100 ) Pb Pn ( IRP  (1) Onde:

IRP = Índice relativo de preço Pn = Preço em um ano ‘n’ qualquer Pb = Preço no ano considerado base

A mudança de base foi obtida a partir da divisão entre o IGP-DI) do mês vigente pelo IGP-DI base (dezembro de 2014) e posteriormente multiplicado por 100, por meio da Equação 2. 100 ) IGPDIbase IGPDIx ( Bn  (2) Onde: Bn = Base nova

IGP-DIx = IGP-DI de cada período vigente IGP-DIbase = IGP-DI considerado base

A taxa de inflação foi obtida a partir da divisão entre o mês vigente do IGP-DI Nova base pelo mês anterior, do mesmo ano, menos 1 e posteriormente multiplicado por 100, conforme a Equação 3. 100 1) IGPDIx IGPDIx ( TI   (3) Onde: TI = Taxa de inflação

IGP-DIx = IGP-DI de cada período vigente

O preço deflacionado foi obtido a partir da divisão entre o IGP-DI do mês base (dezembro de 2014) pelo IGP-DI (nova base) do mês vigente e posteriormente multiplicado pelo preço nominal, conforme a Equação 4.

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Pn ) IGPDIx IGPDIbase ( Pd  (4) Onde: Pd = Preço deflacionado

IGPDIbase = IGP-DI considerado base IGPDIx = IGP-DI de cada período vigente

Pn = Preço nominal

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A base de dados do preço nominal da soja (1) foi composta pelas informações obtidas no Estado do Rio Grande do Sul os quais estavam disponíveis no banco de dados do Departamento de Economia Rural da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (AGROLINK, 2015).

Tabela 1. Preço nominal da soja (valores em reais R$ saca de 60 kg) de 2005 a 2014

Meses/Ano 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Janeiro 30,17 25,17 26,88 41,49 46,01 39,69 44,93 42,63 59,68 62,48 Fevereiro 28,24 23,82 27,94 44,13 46,60 36,59 44,78 43,02 57,00 63,50 Março 30,60 22,26 28,02 45,08 42,67 33,78 43,64 46,52 56,33 65,69 Abril 31,56 22,04 27,54 42,58 45,16 33,00 42,54 52,46 53,89 63,37 Maio 29,21 22,35 26,79 43,12 47,03 32,96 41,14 54,19 55,36 63,12 Junho 28,84 23,35 27,36 46,17 46,16 33,35 41,37 56,57 61,31 62,89 Julho 28,04 22,89 27,42 48,98 43,44 34,98 41,37 65,33 62,95 58,52 Agosto 27,90 22,74 29,44 41,60 43,50 37,34 42,14 71,35 61,37 58,12 Setembro 26,13 22,59 33,36 43,23 41,84 38,22 44,42 74,25 65,51 53,65 Outubro 24,65 23,74 35,27 42,66 41,41 39,60 42,42 66,80 65,54 53,82 Novembro 24,15 26,81 36,54 43,22 41,39 42,59 41,44 66,11 66,77 57,78 Dezembro 24,67 27,29 38,91 42,48 41,49 44,16 41,35 66,82 65,73 59,31 Média Anual 227,84 23,75 30,46 43,73 43,89 37,19 42,63 58,84 60,95 60,19 Fonte: Agrolink, 2015. Na

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Figura 1 são apresentados os valores da média anual deflacionada dos preços da saca de soja de 2005-2014, bem como a média anual nominal de todos os anos.

Figura 1. Média dos valores deflacionados e nominais

Por meio da função dada entre a média anual deflacionada e a média anual nominal ( y = 2,2362x + 42,415 y = 4,1415x + 20,168 0,00 10,00 20,00 30,00 40,00 50,00 60,00 70,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

MEDIA ANUAL DEFLACINADO MEDIA ANUAL NOMINAL

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Figura 1), obtém-se a taxa de crescimento deflacionado e a taxa de crescimento nominal descrita na Tabela 2.

Tabela 2. Taxa de crescimento de preço deflacionado e nominal

Taxa de crescimento de preço deflacionado 5,27 %

Taxa de crescimento de preço nominal 20,54 %

Diante dos dados da Tabela 2 a taxa de crescimento de preços deflacionados cresceu 5,27% no período de tempo analisado (janeiro de 2005 a dezembro de 2014), enquanto que a taxa de crescimento dos preços nominais teve um crescimento de 20,54% no mesmo período. Dessa maneira, a variação do preço nominal foi superior a variação da inflação no período analisado, isso indica que o produtor não teve perda de poder aquisitivo no período analisado, ou seja, a variação da inflação foi inferior à variação nominal do preço da soja no período analisado.

Portanto, o os resultados servem para analisar as séries temporais que consistem em identificar e analisar os fatores de influência, para fins de previsão, bem como para o planejamento e o controle gerencial tanto do sistema de comercialização quanto da programação da produção do agronegócio.

4 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos pode-se dizer que o produtor de soja no Estado do Rio Grande do Sul não teve perda de poder aquisitivo, quando analisado o comportamento do preço recebido pelos produtores. Este trabalho também pode servir de base para estudos futuros sobre o deflacionamento de preços nas variáveis que afetam mais significativamente os custos de produção tais como; fertilizantes, maquinaria agrícola entre outros, e, assim, propor uma análise do comportamento da lucratividade do produtor em um período de longo prazo.

5 REFERÊNCIAS

AGROLINK. Histórico de cotações. 2015. Disponível em:

http://www.agrolink.com.br/cotacoes/historico/rs/soja-em-grao-sc-60kg. Acesso em: 20 out. 2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Cadeia produtiva da soja. Secretaria de Política Agrícola, Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Brasília: IICA: MAPA/SPA, 2007.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Embrapa Soja: soja em números, n. 1, 2014. Disponível em:

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https://www.embrapa.br/web/portal/soja/cultivos/soja1/dados-economicos#collapse_vnzp_1. Acesso: 22 out. 2015.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE – CNT. Pesquisa CNT de rodovias. 2011. Disponível em:

http://pesquisarodovias.cnt.org.br/Paginas/Edicao-2011.aspx. Acesso em: 20 maio 2015.

MENDES, J. T. G.; PADILHA, J. P. Agronegócio: uma abordagem econômica. São Paulo: Pearson Education-Br, 2007. 384p.

MISSÃO, M. R. Soja: origem, classificação, utilização e uma visão abrangente do mercado. Revista de Ciências Empresariais, Maringá, v. 3, n.1, p.7-15, jan./jun. 2006.

SAMPAIO, L. M. B., SAMPAIO, Y.; COSTA, E. de F. Mudanças recentes e competitividade no mercado internacional de soja. RER, Rio de Janeiro, v. 44, n. 3, p. 383 – 411, jul./set. 2006.

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