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Batismo do Senhor. Homilia comentada para a Família Salesiana. Mc 1,7-11

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Academic year: 2021

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Batismo do Senhor

Homilia comentada para a Família Salesiana

P. J. Rocha Monteiro, sdb

Mc 1,7-11

1. Introdução. Cenário. O tema do Batismo do Senhor

pode-ria ser definido como “construir uma igreja para a alegpode-ria do Evangelho” dando-nos conta de que o verdadeiro problema dos tempos atuais é a ausência de Deus. Esta é a finalidade das lei-turas de hoje com diversas nuances sobre a vida dos batizados. Jesus sai do tempo do silêncio e da obscuridade e inaugura o seu ministério público. A sua vida será vivida entre dois ba-tismos: o de hoje feito por João Batista nas águas plácidas do rio Jordão e o do Calvário, no qual sangue e água brotarão do seu lado. A figura de João Batista já foi por nós descrita no III Domingo do Advento.

Agora resta-nos olhar para essa planura imensa do Jordão a mergulhar no Mar Morto, a 400m abaixo do nível do mar, aí onde se celebra a intimidade com Deus e com os seus misté-rios. Aqui acorrem as multidões ávidas de purificação, arrepen-dimento e conversão das suas vidas. Dizia Frère Roger de Taizé: ”Jesus Tu desces ao mais profundo da nossa condição humana”. Na segunda parte do texto evangélico encontramos o diálogo do encontro com Jesus, as palavras do Pai e a pomba que vem do céu prefigurando desde já a vinda do Espírito Santo sobre a Igreja dos batizados e redimidos.

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2. Jesus foi batizado no rio Jordão. Eis uma ajuda para

mer-gulharmos mais profundamente no mistério de Cristo. É um mistério de kenosi, de abaixamento, que nos toca de perto. Soa--nos a interpelação aos discípulos: «Quereis ir embora também vós?» (Jo 6,67)

Como se pode pensar que Cristo tenha escolhido um caminho tão pouco honrado: colocar-se na fileira com os pecadores. É este o paradoxo da justiça de Deus: Ele, o Santo, o inocente, faz-Se pecador por nós. Em Cristo a Humanidade inteira des-ceu às águas para realizar o verdadeiro êxodo da morte para a vida.

3. Identidade de Jesus. A cena do batismo revela o traço

fun-damental da identidade de Jesus: sua condição de Filho amado de Deus. “Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência”. Aos poucos Jesus vai entrando nas águas. Essas águas que lembravam as águas do Mar Vermelho, as águas que jorraram do rochedo no deserto, as águas que saiam o templo.

Enquanto vai entrando e penetrando lembra-se de todas as águas. Um dia, de seu peito aberto, haveriam de brotar sangue e água. Outro elemento importante desta identidade é ofere-cido pelo quadro trinitário no qual a revelação é feita. Do céu, o Pai dirige-se ao Filho, e o Espírito Santo desce sobre ele, em forma de pomba. A origem divina de Jesus fica, assim, perfei-tamente evidenciada. Ele provém do seio da Trindade, em cujo nome exercerá sua missão.

4. Oração. Diz a coleta: “Deus Omnipotente concedei-nos que,

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por Ele interiormente renovados”. Tocamos na dimensão mais profunda e mais bela do nosso Batismo. O fascínio do ser cristão nasce do fazer a experiência do amor eterno de Deus, numa vida nova que abre à beleza e à riqueza daquele amor que sustenta e salva o mundo.

Act 10,34-38

5. “Deus ungiu-O com o Espírito Santo”. Pedro, visitando o

centurião Cornélio, ao qual Deus se tinha dado a conhecer em sonho, expõe uma breve síntese do Evangelho. O discurso do Apóstolo culmina no anúncio do acontecimento histórico de Jesus de Nazaré. A missão de Jesus realizou-se historicamente em Israel, mas é destinada a alargar-se até aos extremos confins da terra.

Pedro afirma que o próprio Senhor lhe fez experimentar que Ele dá o seu Espírito a quem quer que O procure de coração sincero. A história da Salvação, a que Pedro se refere, tem início no Batismo pregado por João, o qual viu diante dele, entre os pecadores, também Jesus de Nazaré. Jesus passou por entre os homens testemunhando o amor do Pai com a cura dos doentes, o perdão e a libertação de todos da escravidão do pecado e da morte.

Is 42,1-4.6-7

6. Vocação e missão do servo. No episódio do batismo de

Jesus, a descida do Espírito Santo e a voz do céu lembram este poema do livro de Isaías. É o primeiro de quatro poemas que se encontram na segunda parte do livro do “Segundo Isaías”, que viveu algures no tempo do exílio da Babilónia. Canta um servo

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do Senhor que, com sua maneira de agir, une o povo de Deus e se torna luz para todas as nações. O texto anuncia a vocação, a missão e a maneira de agir do Servo. Ele é o escolhido, o que-rido, a alegria do coração de Deus. É humilhado, massacrado, mas vence pela resistência. No fim do quarto poema, os seus opressores reconhecem que ele estava certo e eles errados. Nin-guém como Jesus cumpre este itinerário. Jesus irá aplicar a si mesmo, na sinagoga de Nazaré, as palavras do profeta (Lc 4).

7. Catequese batismal. “Há um só Senhor, uma só fé e um só

Batismo” (Ef 4,5). O mistério do Batismo é a participação na morte e na ressurreição de Cristo. «Hoje, Cristo é iluminado: entremos também nós no esplendor da sua luz. Hoje, Cristo é batizado: desçamos com Ele à água, para podermos subir com Ele à glória» (Gregório de Nazianzo).

8. Pastoral batismal. É importante compreender a dimensão

do Batismo. Trata-se de um compromisso que nos leva a parti-cipar da vida de Cristo.

As atitudes de João Batista devem ser as atitudes dos batizados: “não sou digno de desatar as sandálias”. Os cristãos pelo batis-mo são chamados à missão de profetas “no mundo e no tempo atual “para que a alegria humana e o amor divino regressem ao coração das pessoas, ao aconchego das famílias, à vida das instituições e a paz habite a nossa Terra”.

Há sempre uma janela de oportunidades para nos lançarmos no apostolado. A nova evangelização da igreja de hoje é fazer chegar a mensagem evangélica às pessoas não só com novo ar-dor e novos métodos, mas também procurando novos campos de ação. A pedagogia salesiana é fértil na apresentação desses campos, sobretudo nas camadas jovens.

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Águas do Jordão

Águas do Jordão espanto e surpresa Profundas descidas vertentes solidão

Escavam montes e vales natureza No Mar Morto prefiguram ressurreição. Imagem do encontro íntimo do Espírito

Paisagem serena intimidade guia Ternura duma travessia sem regresso Amor de Deus que perfuma e irradia Depois de mim chegará o Prometido Não sou digno das sandálias desatar Alguém que marcará outro caminho João aponta a missão que se abrirá Os céus se rasgam desce o Espírito “Este é o meu Filho muito amado” Uma voz do tamanho do mundo Num beijo que unge e que consagra

Água fonte de vida és salvação Êxodo da morte para a vida Espera do amor do Pai libertação

Vitória graça de Deus dia a dia Na água batismal cristão me tornei

Fiz-me templo da Santa Trindade Na Sua misericórdia viverei

Por toda a eternidade nEla habitarei. (Ámen)

Referências

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