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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM : AS EMOÇÕES PRESENTES NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO DE PACIENTES COM INDICAÇÃO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA 1

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Rosana Rodrigues dos SANTOS2 Marister PICCOLI3 Ariana Rodrigues Silva CARVALHO4 Débora Cristina Ignácio ALVES3 INTRODUÇÃO: A fase pré-operatória inicia-se quando a decisão pela intervenção cirúrgica é tomada e termina quando o paciente é transferido para a mesa cirúrgica (SMELTZER; BARE, 2002). A visita pré-operatória de enfermagem é descrita como um procedimento técnico científico planejado, com a finalidade de auxiliar na assistência ao paciente que se submeterá ao tratamento cirúrgico (PICCOLI; GALVÃO, 2004). O momento pré-operatório é um momento difícil para o paciente, que encontra-se num meio novo, rodeado de pessoas estranhas, submetendo-encontra-se a procedimentos invasivos, e que está prestes a submeter-se a um procedimento cirúrgico que pode alterar a sua vida cotidiana. Conforme dados do INSTITUTO DAY CARE (2003), a cirurgia oncológica é considerada como a mais antiga forma de tratamento para o câncer, tendo o início do desenvolvimento desta prática no século XIX nos Estados Unidos, com a retirada de volumosos tumores ovarianos, e ao longo destes séculos aumentou o seu prestígio como recurso terapêutico devido à própria evolução das técnicas cirúrgicas, anestésicas, e ainda ao melhor entendimento das doenças. O

1 Síntese do Trabalho de Conclusão do Curso de Enfermagem - UNIOESTE

2 Enfermeira Assistencial do Hospital Universitário do Oeste do Paraná – Cascavel – Paraná – Brasil. 3 Enfermeira, Doutoranda pela EERP – USP – Enfermagem Fundamental. Professora do Curso de

Enfermagem da Unioeste. Rua Paraná, 2447, ap 18 – Cascavel Paraná - maristerpiccoli@aol.com

4 Enfermeira, Mestranda em Enfermagem pela UEM. Professora do Curso de Enfermagem da Unioeste.

mauroari2@aol.com

3 Enfermeira Mestre em Enfermagem Fundamental/EERP – USP, Professora do Curso de Enfermagem da

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tratamento cirúrgico oncológico envolve situações que podem deflagrar sentimentos diversos nos pacientes. O emocional do paciente pode ser afetado pela incerteza do diagnóstico médico, ou pela confirmação deste pelo próprio procedimento cirúrgico, seja ele pelo resultado cirúrgico, como na imagem corporal e em sua rotina diária ou simplesmente pelo período de internamento que nestes casos podem ser longos e freqüentes. Acreditamos que a forma de tratamento cirúrgico para o câncer deva ser avaliada em conjunto com o paciente e família considerando os efeitos da cirurgia sobre a imagem corporal, auto-estima e capacidade funcional. A cirurgia independente do seu grau de complexidade representa para o paciente uma ameaça aos seus conceitos e padrões de vida, e este pode reagir das mais variadas formas frente às mesmas situações. OBJETIVO: Identificar os diagnósticos de enfermagem emocionais durante a visita pré-operatória, em pacientes adultos com indicação de procedimento cirúrgico oncológico.

MÉTODOLOGIA: Este estudo foi realizado em uma unidade oncológica, em uma instituição pública do Estado do Paraná. O projeto foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná-UNIOESTE. A construção do instrumento de coleta de dados foi fundamentada na literatura específica e na experiência profissional das pesquisadoras. A coleta de dados foi realizada com todos os pacientes adultos com idade entre 20 e 60 anos que se encontravam em pré-operatório com indicação de cirurgia oncológica de médio porte, nos meses de julho e agosto de 2003, numa amostragem de conveniência totalizando 20 pacientes. As entrevistas foram realizadas no mesmo dia da cirurgia ou no dia anterior. A análise e o exame crítico foram realizados por meio da separação por partes do material encontrado e a síntese foi desenvolvida com as etapas de: agrupamento dos dados relevantes em padrões; comparação dos agrupamentos com padrões, normas e conceitos; identificação de desvios ou potencialidades de saúde (inferência ou hipótese) (RISNER, 1990). Após a análise e a síntese construímos as afirmativas diagnósticas tendo como referência a Taxonomia II da NANDA (2002).

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Em relação à variável sexo, houve uma prevalência de 75% dos entrevistados serem do sexo feminino. A distribuição dos pacientes entrevistados por idade, indicou que 55% dos entrevistados estão na faixa etária dos 50

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aos 60 anos de idade. Quanto aos procedimentos cirúrgicos realizados observamos que 20% dos procedimentos foram de tireoidectomia, 15% foram de histerectomia, 15% foram de biópsia pulmonar a céu aberto, 10% foram de quadrantectomia. Os diagnósticos de enfermagem evidenciados que tiveram freqüência superior ou igual a 50% foram: Conhecimento deficiente (80%); Medo (75%); Ansiedade (70%); Padrão do sono perturbado (70%); Processos familiares interrompidos (55%) e dor aguda (50%). O conhecimento deficiente é um dos diagnósticos que interfere diretamente em todos os demais, já que a partir do momento em que o paciente sabe o que irá acontecer e a quais procedimentos irá submeter-se, torna-se mais precisa a identificação dos fatores que levam a alterações nos aspectos emocionais do paciente. O medo é uma emoção que se desencadeia automaticamente quando o indivíduo encontra-se ameaçado por um perigo do qual não pode fugir e sente-se incapacitado para enfrentá-lo ou vencê-lo, sendo que quando a ameaça desaparece, este sentimento também é superado (SALIMENA; CADETE, 2002). A ansiedade é uma reação ao estresse e a ameaça a um dano real ou imaginário, podendo ser discreta ou suficientemente grande para causar pânico e a intensidade pode aumentar ou reduzir dependendo da capacidade da pessoa de lidar com o problema e de seus recursos (SMELTZER; BARE, 2002). Durante a hospitalização, as alterações no padrão de sono são freqüentemente descritas pelos pacientes devido a: mudança de ambiente e da cama, cobertores e travesseiros não habituais, divisão do quarto com pessoas de hábitos diferentes, luzes nos corredores, dor, sentimentos relacionados à perda de auto-controle do próprio corpo e ainda com as rotinas decorrentes do serviço hospitalar (ATKINSON; MURRAY, 1989). Entendemos que para a família do paciente que está prestes a submeter-se a um procedimento cirúrgico, o período pré-operatório é um momento difícil, no qual a insegurança, o medo, a ansiedade e outros sentimentos são exacerbados, sendo o apoio familiar necessário para que o momento cirúrgico possa ser enfrentado da forma mais saudável possível. A dor aguda refere-se a uma sensação desagradável que pode durar dias, semanas, até o limiar de seis meses, atuando, na maioria dos casos, como um mecanismo protetor, que alerta para uma lesão real ou iminente ao organismo humano, sentimentos como a angústia, o medo e a exaustão da própria hospitalização e da doença, não só influenciam a

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percepção da dor como também agravam a reação do paciente a dor (ATKINSON; MURRAY, 1989).

CONCLUSÃO: Os pacientes oncológicos que estão prestes a serem submetidos a um procedimento cirúrgico, compreendem o procedimento de maneiras diferentes. O câncer, com todas as suas peculiaridades, é tido como um estigma que influencia e gera preocupações acerca da integridade física, com o futuro social e econômico do indivíduo e da família. Todos os fatores inerentes ao procedimento cirúrgico, influenciam de forma significativa no procedimento e na própria recuperação do paciente. Percebemos que nos aspectos emocionais, todos os fatores se interrelacionam, já que muitas vezes o medo e a ansiedade são sentimentos alimentados pelo conhecimento precário que o paciente apresenta acerca do ambiente hospitalar, do procedimento anestésico-cirúrgico e dos encaminhamentos futuros. No que se refere aos outros diagnósticos identificados, como padrão de sono perturbado, dor aguda e conforto alterado, estes também interagem entre si, influenciando uns aos outros diretamente. Estes diagnósticos e seus fatores relacionados acabam ocasionando, em muitos casos, a visão de uma hospitalização carregada de sofrimento. Entendemos que, nesse sentido, a visita pré-operatória de enfermagem realizada pelo enfermeiro, contribua para amenizar alguns aspectos emocionais dos pacientes e seus familiares possam sofrer, já que através desta as dúvidas podem ser esclarecidas, estabelecendo-se relação de confiança entre um profissional que estará presente no perioperatório, através da entrevista minuciosa realizada anteriormente à cirurgia.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATKINSON, L.D.; MURRAY, M.E. Fundamentos de Enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1989.

INTITUTO DAY CARE. Cirurgia Oncológica. São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.daycare.com.br/cirurgia-oncológica.shtml. Acesso em 17 de agosto de 2003. NORTH AMERICAN NURSING DIAGNOSIS ASSOCIATION. NANDA.

Diagnósticos de enfermagem: definições e classificações. Porto Alegre: Artes Médicas;

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PICCOLI, M.; GALVÃO, C.M. Enfermagem perioperatória: identificação dos diagnósticos de enfermagem na visita pré-operatória fundamentada no modelo conceitual de Levine. Cascavel: Edunioeste, 2004.

RISNER, P.B. Diagnosis: analysis and synthesis of data. Nursing Process: application of conceptual models. Saint Louis: Mosby; 1990. p132-57.

SALIMENA, A. M. O.; CADETE, M. M.M. Sentimentos da mãe ao deixar o filho à porta da sala de cirurgia. SOBECC 2002 jul/set; 7(3), 24-30.

SMELTZER, S.C; BARE, B.G. Brunner & Suddarth. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2002.

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