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ASPECTOS INSTITUCIONAIS DO MERCOSUL: UM ESTUDO A PARTIR DO SUBGRUPO DE TRABALHO Nº. 2.

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Academic year: 2021

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ASPECTOS INSTITUCIONAIS DO MERCOSUL: UM ESTUDO A PARTIR DO SUBGRUPO DE TRABALHO Nº. 2.

João Marcelo Pereira Ribeiro1; Prof. Dr. Rogério Santos da Costa (Orientador).2

INTRODUÇÃO

As experiências de integração entre países no desenvolvimento das Relações Internacionais indicam que suas instituições precisam fazer o papel de canalização das demandas, resolução de conflitos e criação de um ambiente de avanço progressivo nos objetivos integracionistas, principalmente em países em desenvolvimento. As instituições buscam dar confiança ao processo, mantendo a região como um espaço propício ao crescimento econômico, desenvolvimento sócio-econômico, sustentável ambientalmente, estável politicamente, e unitário em suas ações externas

O desenvolvimento do Mercado Comum do Sul – Mercosul, em seus 20 anos não deixa dúvidas sobre as dificuldades encontradas em função de sua estrutura institucional. Não se trata apenas da dicotomia entre instituições supranacionais e intergovernamentais, mas da qualidade das instituições e de como elas dão respostas aos desafios do processo de integração.

Assim, se por um lado as características institucionais do Mercosul deram capacidade para os países membros agirem de forma isolada em conivência (ou não) com os outros, não deram respostas quando o processo precisou de um aprofundamento no sentido de completar a União Aduaneira e rumar para a formação do Mercado Comum.

Foi com base nestas dificuldades institucionais que o Conselho Mercado Comum criou, em 2000, o Subgrupo de Trabalho Nº. 2 – Assuntos Institucionais, que tomou lugar ao Grupo AD Hoc de mesmo nome existente anteriormente. Desta Forma, pretendem os decisores no âmbito do Mercosul dar cabo de diminuir os problemas institucionais existentes que limitam o avanço do processo de integração mercosulino.

Como órgãos subsidiários para as Resoluções do Grupo Mercado Comum, os Subgrupos de Trabalho (SGT) são responsáveis pelas concertações que culminam em ações conjuntas dos países membros do Mercosul, sem os quais se torna inviável a consolidação do bloco econômico.

___________________

1 Acadêmico de Relações Internacionais. Bolsista do art. 170. E-mail: (joaomarceloprdk@gmail.com)

2 Rogério Santos da Costa: Doutor em Ciência Política. Professor da Unisul – Universidade do sul de

Santa Catarina, atuando no Curso de Relações Internacionais. Coordenador do GIPART da Unisul.

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Assim, a pergunta desta pesquisa se refere a verificar: quais as contribuições que o Subgrupo de Trabalho Nº. 2 – Aspectos Institucionais para o desenvolvimento institucional do Mercosul?

Palavras-chave: Instituições de Integração. MERCOSUL. Subgrupo de trabalho Nº. 2.

OBJETIVOS

Geral: Verificar as contribuições do Subgrupo de Trabalho Nº. 2 – Aspectos Institucionais do Mercosul para o aprimoramento das instituições do Mercosul;

Específicos: a) realizar revisão bibliográfica delimitando o papel e a importância das instituições em processos de integração; b) Apontar as principais características institucionais do Mercosul, com enfoque nos limitadores para o processo de integração; c) Sistematizar a trajetória de ações do Subgrupo de Trabalho Nº. 2 – Aspectos Institucionais; d) Analisar as ações do Subgrupo de Trabalho Nº. 2 – Aspectos Institucionais – com o foco nas contribuições que proporciona ao aprimoramento institucional do Mercosul;

MÉTODOS

Esta pesquisa é de natureza qualitativa e exploratória. O Objeto de Pesquisa é o Subgrupo de Trabalho Nº. 02 do Mercosul – Assuntos Institucionais, sejam tanto os processos e decisões emanadas dele, quanto as pessoas e outras instituições envolvidas. Como documentos utilizou-se as agendas e atas das reuniões, os documentos sínteses e as indicações de decisões, estas que foram confrontadas com as decisões do Mercosul. Os documentos são todos públicos e disponíveis no site do Mercosul.

Além de documentos esta pesquisa se utilizou de bases bibliográficas, artigos de debate sobre os temas de competência do Subgrupo de Trabalho Nº. 02, bem como artigos encontrados no site do Mercosul e do Ministério das Relações Exteriores, órgão brasileiro responsável pelas questões deste Subgrupo do Mercosul.

Foi feita uma abordagem teórica sobre as instituições em processos de integração. A partir desta realizou-se uma verificação da estrutura institucional do Mercosul, base para o estudo específico sobre o Subgrupo de Trabalho 2 – Aspectos Institucionais. Depois desta

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etapa passou-se à verificação empírica da trajetória e contribuição deste Subgrupo para o aprimoramento institucional do Mercosul. Buscou-se cruzar as informações sobre as ações do Subgrupo 2 com estudos que avaliam a problemática institucional mercosulina.

A analise entre os problemas institucionais e os resultados dos trabalhos do Subgrupo de trabalho Nº. 02 foi feita a partir da técnica da analise comparada.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Apesar da pesquisa estar ainda em andamento é possível delimitar alguns importantes resultados.

O papel e a importância institucional de processos de integração é ressaltado em grande parte da literatura estudada, que aponta o exemplo positivo da União Europeia e negativo do Mercosul. A institucionalidade é parte fundamental na delimitação e legitimação de políticas comuns de um processo de integração, e quando elas são insuficientes, tende-se a ter uma insuficiência para as Políticas Comunitárias e, portanto, afetando diretamente a efetividade do processo de integração.

O desenvolvimento do Mercosul não deixa dúvidas sobre as dificuldades encontradas em função de sua estrutura institucional. Não se trata apenas da dicotomia entre instituições supranacionais e intergovernamentais, mas da qualidade das instituições e de como elas dão respostas aos desafios do processo de integração. Assim, se por um lado as características institucionais do Mercosul deram capacidade para os países membros agirem de forma isolada em conivência (ou não) com os outros, não deram respostas quando o processo precisou de um aprofundamento no sentido de completar a União Aduaneira e rumar para a formação do Mercado Comum.

A estas dificuldades o Subgrupo de Trabalho não tem atuado diretamente, haja vista seu escopo de tratamento de assuntos micro-institucionais. No entanto, o tratamento de forma localizada de algumas das questões institucionais problema do Mercosul são de grande relevância para dar uma densidade institucional ao bloco. Um dos exemplos deste trabalho é a criação de um plano de cargos e salários aos funcionários do Mercosul, um outro exemplo é a indicação da transformação do do Grupo Ad Hoc de incorporação de normas em um Subgrupo de Trabalho, já que este tratamento não estava sendo feito pelo Subgrupo 2 por falta de tempo. A presente pesquisa está adentrando na ação deste Subgrupo de incorporação de normas para saber de seus principais resultados. Igualmente, foram das dificuldades

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institucionais já sabidas no âmbito do Mercosul é que houve a criação do Grupo de Alto Nível para assuntos institucionais, é que será alvo de pesquisa em outro projeto.

CONCLUSÕES

O Subgrupo de Trabalho N. 2 tem tido um trabalho exaustivo de analise e indicação de melhorias institucionais para a efetividade do Mercosul. No entanto, dado seu escopo de atuação, de ordem micro-organizacional, não está atingindo as principais limitações institucionais do bloco, o que pode estar ocorrendo com outros dois órgãos nesta integração, o Subgrupo de acompanhamento da incorporação de normas, objeto de analise da presente pesquisa, e o Grupo de Alto Nível para assuntos institucionais, que deverá ser objeto de um próximo projeto de pesquisa.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Roberto de. “Evolução histórica do regionalismo econômico e político da América do Sul: um balanço das experiências realizadas”. Cena Internacional, vol. 10, nº 2. Brasília, IREL, 2008.

CEPIK, Marco Aurélio Chaves (Org.). América do Sul: economia e política da integração. Porto Alegre: Editora UFRGS/ Coleção Estudos Internacionais - NERINT, 2008.

COSTA, Rogério Santos da. “Instituições em processos de integração: êxitos, dilemas e perspectivas do MERCOSUL”. In: SILVA, Karine de Souza. Mercosul e União Europeia: o estado da arte dos processos de integração regional. Florianópolis, Editora Modelo, 2010, pp. 239-277.

COUTO, Leandro Freitas. O horizonte regional do Brasil e a construção da América do Sul (1990-2005). Brasília-DF, Instituto de Relações Internacionais - UnB, 2006 (Dissertação de Mestrado).

MALAMUD, Andrés. Conceptos, Teorias y Debates Sobre la Integración Regional. V

Congreso Latinoamericano de Ciencia Política (ALACIP), Buenos Aires, 28 al 30 de Julio de 2010. Disponível em: <http://www.eui.eu/Personal/Researchers/malamud/Abstracts.html>. Acesso em: 20 set. 2011.

OLIVEIRA, Odete Maria de. Velhos e novos regionalismos: uma explosão de acordos regionais e bilaterais no mundo. Ijuí, Editora Unijuí, 2009.

PEÑA, Celi; ROZEMBERG, Ricardo. Una aproximación ao desarrollo institucional del

Mercosur: fortalezas y debilidades. Buenos Aires, BID/Intal, Documento de Divulgación nº

31, Out/2005.

SILVA, Karine de Souza (Org.). MERCOSUL e União Européia: o estado da arte dos processos de integração regional. Florianópolis: Modelo, 2010.

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YOUNG, Oran R. “A eficácia das instituições internacionais: alguns casos difíceis e algumas variáveis críticas”. In: ROSENAU, James N; CZEMPIEL, Erns-Otto. Governança sem

governo: ordem e transformação na política mundial. Brasília, Ed. Unb; São Paulo, Imprensa

Oficial do Estado, 2000, pp. 219-261.

FOMENTO

O trabalho teve a concessão de Bolsa Pesquisa e remuneração pelo Programa PUIP, e realizado no âmbito do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Administração, Relações Internacionais e Turismo - GIPART/UNISUL.

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