Influência do cultivo de cana-de-açúcar
em córregos adjacentes: macroinvertebrados
aquáticos como bioindicadores
Prof. Dr. Juliano José Corbi
Universidade de São Paulo (USP)
Departamento de Hidráulica e Saneamento (SHS)
Cultivo da cana-de-açúcar no Brasil
• A cana-de-açúcar sempre originou um
dos principais produtos de consumo e
de exportação do Brasil;
• A atividade canavieira no Brasil passou
por períodos variados, porém, sempre
apresentando crescimento tanto na área
cultivada quanto na quantidade
Cultivo da cana-de-açúcar no Brasil
63 223 338 378 500 637 0 100 200 300 400 500 600 700 1975 1991 1997 2000 2010 2015Milhões de Toneladas
Evolução da produção brasileira de cana, açúcar e etanol.
Fonte: IBGE, Unica (2008)
• O Brasil é o maior produtor, com 25% da
produção mundial;
• Cultivo atual está em 10 milhões de
hectares.
(Fonte: IBGE, 2014)
Cana-de-açúcar e outras culturas no Brasil
Cultura
Área colhida
(milhões de ha)
Produção
(milhões ton.)
% Área colhida*
Produtividade
(em Ton. por ha)
Soja
20,58
57,95
35,6
2,82
Milho
13,82
51,83
23,9
3,75
Cana-de-açúcar
6,69
515,83
11,6
77,10
Feijão
3,83
3,25
6,6
0,85
Arroz
2,90
11,05
5,0
3,81
Café
2,22
2,17
3,8
0,97
Mandioca
1,91
26,92
3,3
14,09
Trigo
1,85
4,09
3,2
2,21
Algodão herbáceo
1,12
4,09
1,9
3,65
Laranja
0,80
18,50
1,4
23,13
Outros
2,06
7,22
3,6
3,50
Cana-de-açúcar:
Estado de São Paulo, Brasil
– Maior produtor nacional, com cerca de 50% da
produção nacional!;
– Cana representa cerca de 25% do total do uso
do solo rural;
– Nos últimos anos, tem se observado um
deslocamento dessa cultura para o eixo
centro-norte do Estado;
– produção de 337x10
6
toneladas e uma área de 5 milhões
de hectares:
Cultivo da cana-de-açúcar no
Estado de São Paulo
174 180 185 190 195 200 264 337 170 190 210 230 250 270 290 310 330 350 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2006 2015
MilhõesToneladas
(Fonte: IBGE, 2014)
O Estado de São Paulo
é referência global no cultivo
e na produção de derivados de cana-de-açúcar: Cana Moída
O Estado de São Paulo
é referência global no cultivo e na
produção de derivados de cana-de-açúcar: Açúcar
O Estado de São Paulo
é referência global no cultivo e na
produção de derivados de cana-de-açúcar: Etanol
Exportações
Ranking de exportação de etanol por estado na safra
2015/2016 (mil litros)
Número 1 - SÃO PAULO 958.971 (mil litros)
91,76% (de participação nas exportações do país)
Ranking de exportação de Açúcar por estado na safra
2015/2016 (mil litros)
Número 1 - SÃO PAULO 8 milhões de toneladas
62,77% (de participação nas exportações do país)
Destaques!
• As exportações da cadeia produtiva da cana somaram
US$ 11 bilhões, em 2011, representando 53% das
exportações brasileiras desse segmento;
• A área do canavial de São Paulo é equivalente aos
territórios da Croácia ou da Costa Rica!;
• A cultura da cana está distribuída em praticamente todo
o Estado de São Paulo, com destaque para o
centro-norte (Piracicaba, Ribeirão Preto, Araraquara, São
Carlos Franca e Barretos), as regiões de Campinas,
Bauru e Jaú e, mais recentemente, o oeste (Araçatuba e
Presidente Prudente).
Sustentabilidade?
• Para reforçar seu compromisso com o meio
ambiente, o Estado de São Paulo adotou, em
2007, o Protocolo Agroambiental do Setor
Sucroalcooleiro, com o objetivo de substituir a
queima da palha pela colheita mecanizada.
• Na safra de 2012, a utilização da colheita limpa
superou a marca de 70%.
Sustentabilidade?
• Plantio: aplicação de fertilizantes, pesticidas
e herbicidas;
• Processo de lixiviação do solo;
• Problemas ambientais:
- Acumulação no sedimento aquático
- bioacumulação em diferentes níveis
tróficos;
Cultivo da cana-de-açúcar no Estado
de São Paulo
A expansão agrícola no Brasil
• Falta de planejamento e conseqüente
destruição dos recursos naturais,
• Retirada das Matas ciliares
– Ao longo do tempo, a agricultura brasileira cresceu
em produtividade e área cultivada, acompanhada pelo
uso intenso de agrotóxicos e fertilizantes que também
sofreram grandes transformações.
Macroinvertebrados aquáticos de
ambientes lóticos
• Macroinvertebrados aquáticos de sistemas
lóticos têm servido de modelo para estudos de
distribuição e de organização funcional desses
sistemas.
– Conceito do Contínuo Fluvial (RCC)
, por
• A estrutura dessa comunidade também tem sido
amplamente utilizada para diagnóstico de
situações de impacto ambiental:
– despejos orgânicos
– poluentes específicos, tais como metais “pesados”
– práticas agrícolas que aportam aos sistemas
aquáticos fertilizantes químicos e pesticidas
– contribuem para estabelecer situações capazes de
modificar a comunidade lótica pré-existente.
Distribuição ampla
Abundância numérica
Variabilidade ecológica baixa
Tamanho grande
Mobilidade limitada
Ciclo de vida relativamente longo
Características ecológicas bem definidas
A utilização de macroinvertebrados aquáticos como
bioindicadores de poluição deve-se a vários fatores
• Estudos no Brasil:
– desmatamentos, assoreamentos e impactos da
agricultura em geral
– mineração
– impacto do cultivo de Eucalyptus na diversidade de
macroinvertebrados
– enriquecimento orgânico e metais
– fragmentação do habitat decorrente de
desmatamentos e/ou represamentos
Macroinvertebrados aquáticos de ambientes lóticos
No entanto, pouca atenção tem sido direcionada
para as implicações decorrentes do cultivo de
cana-de-açúcar na organização estrutural dessa
comunidade aquática.
Local de estudo
• Córrego Água Sumida (S1): Localizado entre o
• Córrego São João (S2): Localizado no distrito
de Guarapiranga.
• Córrego Bela Vista (S3): Localizado entre o
município de Araraquara e a fazenda Bela Vista
(Assentamento Bela Vista).
• Córrego Andes (S4): Localizado na fazenda
Bela Vista (Assentamento Bela Vista).
• Córrego Água Preta (S5): Localizado entre o
distrito de Guarapiranga e o município
Ribeirão Bonito.
• Ribeirão do Monjolinho (M4): Localizado
no município de São Carlos.
• Córrego Fazzari (M3): Localizado no
município de São Carlos.
• Córrego Espraiado (M2): Localizado no
município de São Carlos.
Processamento das amostras e identificação
dos organismos
– Fauna coletada
• Armazenamento
• Laboratório
• Fixação
• Identificação
Materiais e métodos
Materiais e métodos
Análise dos resultados
• Macroinvertebrados aquáticos
– Aplicação das métricas
– As características faunísticas da comunidade de
macroinvertebrados de cada córrego foram
determinadas através da participação de cada grupo
taxonômico, do total de indivíduos coletados, da
riqueza (Margalef - I
Mg
), da diversidade (Shannon - H’)
e a avaliação da qualidade da água foi feita
utilizando-se as utilizando-seguintes métricas
:
• Índice biótico Biomonitoring Working Party System (BMWP),
• Índice Biótico Belga (IBB),
• Porcentagem de EPT (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera),
• A razão entre o número de famílias de EPT e o número de famílias de
macroinvertebrados (fam. EPT/Total de famílias X 100),
• A razão entre o número de indivíduos de EPT e o número de larvas de
Chironomidae (EPT/Chironomidae X 100),
• A razão entre a quantidade de Chironomidae e a quantidade total de
indivíduos coletados (Chironomidae/Total X 100),
• A razão entre o número de larvas de Chironomus e o número total de
Chironomidae (Chironomus/Chironomidae)
• A razão entre a quantidade de espécimes fragmentadores e coletores
(fragmentadores/coletores x 100)
Materiais e métodos
Análise dos resultados
•Macroinvertebrados aquáticos
–Estrutura taxonômica
Macroinvertebrados aquáticos
Métricas
C1 C2 C3 C4 C5 M1 M2 M3 M4 P1 P2
Número de famílias – F
4
7
12 12 10 17
22
18
22
9
7
(Chironomidae/total) x 100
90 74 60 84 83 58
54
65
63
64 88
EPT (%)
0
17 19 10 25 25
28
44
27
12 16
(Chironomus/Chironomidae) x 100
98 65 22 16 35
7
3,2
0
1,6 88 89
(EPT/Chironomidae) x 100
0
6,1 15 0,7
5
9,7 46
28
21 0,9 2,4
(nº fam. EPT/total fam.) x 100
0
17 17 10 26 24
26
43
24
13 17
(fragmentadores/coletores) x100
0
0
0
0
20 80
50
77
40
0
0
Índice de diversi. de Shannon (H’)
0,2 1,7 3,0 2,1 2,7 2,2 3,5 3,2 3,3 1,3 1,4
Índice de riqueza de Margalef (I
Mg)
0,7 2,7 5,6 4,7 5,1 4,8 8,7 6,8 7,9 2,3 2,4
Índice Biótico (BMWP)
6
23 53 55 53
91 130 94 130
35 31
Índice Biótico Belga (IBB)
3
6
6
5
6
9
10
9
8
5
5
Fai xa de “score” Fai xa de “score” Cor i ndi cati va IBB BM W P (p adrão) 1 9 a 10 > 81 Excel ente 2 7 a 8 80 - 61 Boa 3 6 60 - 41 Regul ar 4 4 a 5 40 - 26 Rui m 5 < 3 < 25 Péssi ma
Cl asse Qual i dade
• Variáveis físicas e químicas do sedimento
– Matéria orgânica
Ág u a Su m id a Sã o J o ã o O u ro Be la Vi sta Chi b a rro S. Vi ce n te Es p ra ia d o Fa zz a ri M o n jo lin h o Ág u a Pre ta An d e s 0 5 10 15 20 25 30 35M
atér
ia or
g
ân
ica (
%)
Código
Córrego Tributário Município Uso da terra
Localização geográfica C1
São João Jacaré-Guaçu Guarapiranga Cana-de-açúcar 21º57’(S) 48º15’(W) C2
Água Sumida Jacaré-Guaçu Araraquara Cana-de-açúcar 21º56’ (S) 48º16’ (W) C3
Ouro Jacaré-Guaçu Araraquara Cana-de-açúcar 21º47’(S) 48º0,7’(W) C4
Chibarro Jacaré-Guaçu Araraquara e Ibaté Cana-de-açúcar 21º52’(S) 48º0,5’(W) C5
Bela Vista Jacaré-Guaçu Araraquara Cana-de-açúcar 21º54’ (S) 48º13’ (W) C6
Água Preta Jacaré-Guaçu Ribeirão Bonito Área de Pastagem 22º00’ (S) 48º12’(W) C7
Andes Jacaré-Guaçu Araraquara Área de Pastagem 21º55’ (S) 48º11’(W) C8
Fazzari Jacaré-Guaçu São Carlos Mata ciliar 21º59’ (S) 47º54’ (W) C9
São Vicente Jacaré-Guaçu Guarapiranga Mata ciliar* 21º59’(S) 48º15’(W) C10
Espraiado Jacaré-Guaçu São Carlos Mata ciliar 21º53’ (S) 47º52’ (W) C11
Monjolinho Jacaré-Guaçu São Carlos Mata ciliar 22º00’ (S) 47º50’ (W)
2006
Local
Ref.
Cu
Zn
Fe
Cd
Cr
Córrego Cafundó
22
4,66
6,15
*
0,08
nd
Córrego Boa Sorte
22
2,2
3
*
nd
0,44
Córrego Jataí
22
6,65
7,15
*
0,05
1,06
Ribeirão Anhumas
6
16,78
*
*
0,41
0,93
Represa de Barra Bonita
23
5,2
10,7
*
nd
2,4
Represa Billings
23
62
444
*
1,7
25
Rio Jacaré Guaçu
15
2
3,49
1000
nd
nd
Rio Monjolinho
15
8,86
5,46
850
nd
nd
Córrego São João
Presente estudo
7,3
10,9
4979
nd
nd
Córrego Água Sumida
Presente estudo
53,55
51,85
3958
nd
*
Córrego Ouro
Presente estudo
35,05
18
1606
nd
2,11
Córrego Chibarro
Presente estudo
32
13,25
7647
nd
0,71
Córrego Bela Vista
Presente estudo
25,6
13,3
*
nd
*
Córrego Água Preta
Presente estudo
< LD
4,4
2531
nd
0,38
Córrego Andes
Presente estudo
56,25
29,5
*
nd
0,16
Córrego Fazzari
Presente estudo
7,6
6,75
1655
nd
*
Córrego São Vicente
Presente estudo
2
5,35
2141
nd
0,67
Córrego Espraiado
Presente estudo
4,45
3,95
*
nd
2,1
Córrego Monjolinho
Presente estudo
3,15
11,05
*
nd
nd
2006
Compostos/ Amostras
C1
C2
C3
C4
C5
C6
C7
C8
C9
C10
C11
Alfa BHC
nd
nd
16,4
1,75
7,71
nd
nd
nd
nd
2,24
2,8
Beta BHC
8,3
9,03
7,15
12,9
17,4
nd
6,9
nd
nd
5,4
nd
Delta BHC
nd
12,2
8,7
93,8
12,9
16,9
nd
nd
nd
nd
4,2
Heptacloro
nd
15,5
20,8
24,9
nd
nd
nd
nd
nd
nd
6,57
Aldrin
49,7
277,3
1787
95,4
51,99
7,14
77,3
22,7
34,9
123,8
106
Epóxido de Heptacloro
nd
4,86
0,876
13,1
0,7
2,38
0,41
0,67
nd
nd
31,9
Endosulfan I
nd
nd
3,39
4,93
nd
nd
nd
nd
27,4
nd
nd
4,4 DDE
nd
nd
nd
nd
nd
nd
22,9
nd
nd
nd
nd
Dieldrin
5,8
0,203
1,74
nd
nd
nd
3,56
1,34
12,8
nd
1,21
Endrin
10,1
1,83
1,164
5,48
8,77
nd
nd
nd
31,7
nd
nd
4,4 DDD
nd
nd
nd
nd
4,05
7,05
5,3
3,41
nd
0,53
0,846
Endosulfan II
nd
1,92
7,52
12,8
2,48
nd
3,1
2,15
74,8
nd
nd
4,4 DDT
nd
0,97
nd
nd
3,35
nd
23,4
1,85
110
nd
nd
Endrin Aldeído
nd
57,7
nd
45,6
82,3
nd
8,51
nd
nd
nd
nd
Endosulfan Sulfato
64,6
12,2
31
14,9
6,06
10,97
45,6
144,1
98,7
nd
23,2
Cana-de-açúcar Pastagem Mata Ciliar -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
m
g
/k
g
Cr Ni Cd Mn Fe ZnCana-de-açúcar Pastagem Mata Ciliar
0 5 10 15 20 25 30 35
m
g
/k
g
Cr Ni Cu Zn Fe Mn2006
Legend Stream City Land use Coordinates
S1
Água Sumida Araraquara Sugar cane 21º56’ (S) 48º16’ (W) S2 São João Guarapiranga Sugar cane 21º57’(S) 48º15’(W) S3 Bela Vista Araraquara Sugar cane 21º54’(S) 48º13’(W) S4 Andes Araraquara Sugar cane 21º55’ (S) 48º11’(W) S5 Água Preta Ribeirão Bonito Sugar cane 22º00’ (S) 48º12’(W) S6 São Vicente Guarapiranga Sugar cane 21º47’(S) 48º0.7’(W) S7 Monjolinho São Carlos Riparian vegetation 22º00’ (S) 47º50’ (W) S8 Anhumas Américo Brasiliense Riparian vegetation 21º42’ (S) 48º00’ (W) S9 Fazzari São Carlos Riparian vegetation 21º59’ (S) 47º54’ (W) S10 Espraiado São Carlos Riparian vegetation 21º53’ (S) 47º52’ (W)
Mean values and standard deviation of metal
concentrations determined in sediments
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 Fe m g k g -1 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 10 20 30 40 50 60 m g k g -1 Cu S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 10 20 30 40 50 m g k g -1 Zn S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 m g k g -1 Cr
Mean values and standard deviations of metal
concentrations detected in the dragonflies
S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 20 40 60 80 Fe m g k g -1 S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 m g k g -1 Cu S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 0.16 m g k g -1 Zn S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 0.12 0.14 0.16 0.18 0.20 m g k g -1 Cr S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0.000 0.001 0.002 0.003 0.004 m g k g -1 Cd S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 2 4 m g k g -1 Al S1 S2 S3 S4 S5 S6 S7 S8 S9 S10 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 m g k g -1 Pb
Legend Stream City Land use Coordinates
S1
Água Sumida Araraquara Sugar cane 21º56’ (S) 48º16’ (W)
S2 São João Guarapiranga Sugar cane 21º57’(S) 48º15’(W) S3 Água Preta Ribeirão Bonito Sugar cane 22º00’ (S) 48º12’(W)
Table 1. General characteristics of the three sampling
sites, showing the land use types, city and geographic
coordinates.
• The higher concentrations of metals detected in
the collectors species than in the predators
species, points to the necessity to obtain more
knowledge about the biology of the aquatic
organisms.
• Although in the low trophic position (collectors
animals), the benthic habitat of the Chironomus
species, living closer to the sediment, turns
possible the high bioaccumulation of metals
found in this aquatic compartment
Mean values of metal concentrations determined in sediments
from the three sampling sites. Legends as Table 1.
Concentrations of Fe are divided by 100.
S1 S2 S3 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
mg
.
g
-1Fe
Zn
Mn
Mg
Cu
Cr
Al
Mean values of metal concentrations detected in the aquatic
insects from Água Sumida (S1) stream. Chir. = Chironomus
detriticola; Dasy. = Dasythemis sp.; Eryth. = Erythemis sp.
Concentrations of Fe are divided by 100.
Chir. Dasyt. Eryth.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
mg
.
g
-1Fe
Zn
Mn
Mg
Cu
Cr
Al
Mean values of metal concentrations detected in the aquatic
insects from São João (S2) stream. Chir. = Chironomus
latistilus; Dasyt. = Dasythemis sp.; Erythr. = Erythrodiplax
sp. Concentrations of Fe are divided by 100.
Chir. Dasy. Erythr.
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
mg
.
g
-1Fe
Zn
Mn
Mg
Cu
Cr
Al
Mean values of metal concentrations detected in the aquatic
insects from Água Preta (S3) stream. Chir. = Chironomus
latistilus; Miath. = Miathyria sp.; Micr. = Micrathyria sp.;
Tram. = Tramea sp. Concentrations of Fe are divided by 100.
Chir. Miath. Micr. Tram. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0