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AUTOMAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE CAMPO COM O EMPREGO DE ESTAÇÃO TOTAL PARA O LEVANTAMENTO E LOCAÇÃO DE OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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AUTOMAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE CAMPO COM O EMPREGO DE

ESTAÇÃO TOTAL PARA O LEVANTAMENTO E LOCAÇÃO DE OBRAS

DA CONSTRUÇÃO CIVIL

FARAH,TAREKT.F.Q. SEIXAS,ANDRÉADE

Universidade Federal de Pernambuco - UFPE Laboratório de Topografia - LATOP

Departamento de Engenharia Cartográfica, Cidade Universitária - PE {tarek.farah, aseixas}@ufpe.br

RESUMO - Os constantes avanços tecnológicos na instrumentação Geodésica são bem perceptíveis. As Estações Totais, instrumentação utilizada nesse trabalho, estão cada vez mais modernas e sendo complementadas por várias outras tecnologias integradas. Alguns recursos como, capacidade de armazenamento, alcance, compatibilidade, capacidade de integração, programas embutidos, velocidade de medição, modos de medição, confiabilidade, telemetria e automação estão em constante atualização. Para acompanhar a corrente de avanços tecnológicos dos instrumentos Geodésicos, os métodos de levantamento de campo e locação estão sofrendo a cada dia pequenas adaptações. Para fim de analisá-las foi escolhido o Taqueômetro Eletrônico 3305 DR (Trimble) utilizado nas aulas práticas de Topografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) através do Laboratório de Topografia (LATOP) do Departamento de Engenharia Cartográfica. São objetivos desta pesquisa de Iniciação Científica, apoiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) / UFPE, comparar métodos de campo convencionais com métodos automáticos impostos pela Estação Total em estudo, enriquecer as atividades práticas da disciplina de Topografia, apresentar resultados da prática de Locação de uma curva em concordância horizontal simples, além de comprovar a eficácia e eficiência do procedimento de campo com o emprego dos “softwares” embutidos nessa Estação Total.

ABSTRACT - The constant technological advances in Geodesic Instrumentation are very noticeable. Total stations, instrumentation used in this research, are becoming modernized and been complemented by many other integrated technologies. Some features such as, storage capacity, range, compatibility, ability to integrate, embedded programs, measurement speed, measurement modes, reliability, telemetry and automation are in constant update. To follow the current technological advances of Geodesic instruments, methods of field surveying and staking out are suffering every day minor adjustments. In order to analyze them the 3305 Electronic tachometer DR (Trimble) used in the practical lessons of Surveying, Federal University of Pernambuco (UFPE) through the Laboratory of Topography (Latop) Department of Cartographic Engineering was chosen. The objectives of this work for Scientific Initiation, supported by the Pibic / PROPESQ / UFPE are: compare field methods with conventional automated methods imposed by the Total Station in study, to enrich the activities of the topography discipline, demonstrate results of the practice of Staking Out of a simple curve in horizontal concordance, besides to prove the efficiency and effectiveness of the field surveying with the use of software embedded in this Total Station.

1 INTRODUÇÃO

Os trabalhos de levantamento e de locação de obras da construção civil requerem por questões: econômicas, de tempo, de segurança e gestão da construção, uma maior dinamicidade nos trabalhos topográficos de campo e de gabinete. A utilização de uma Estação Total possibilita a automatização de procedimentos de campo, uma vez que esta

instrumentação realiza a coleta de dados (ângulo horizontal, ângulo vertical e distância inclinada) eletronicamente, além de possuir um conjunto de “softwares” embutidos, que permitem o fluxo automático de dados e o processamento dos mesmos a partir dos métodos empregados em campo. Uma das vantagens disso é o controle em campo das coordenadas de pontos levantados e/ou locados. Permitindo assim, que a equipe

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T. T. F. Q. Farah; A. de Seixas

de medição topográfica/geodésica saia do campo com a certeza dos dados levantados pela Estação Total.

Nesta pesquisa a maior ênfase será dada à utilização de procedimentos automáticos. Através dos “softwares” inclusos na memória da Estação Total será possível levantar em campo dados que só seriam obtidos quando processados em escritório. É importante observar que a utilização dos procedimentos automáticos não elimina a necessidade de processamento em escritório, mas ajuda no ganho de desempenho de projetos. É indiscutível que a Estação Total 3305 DR (Trimble) deixa a desejar em aspectos de sofisticação. Mas aliando os recursos da estação a estudos e “softwares” que busquem a melhoria e automação dos levantamentos, pode-se chegar longe e suprir as necessidades tanto de levantamentos quanto de locações para Construção Civil e a Topografia como um todo.

Para a realização desse trabalho foi escolhida a locação de um trecho de arco de circunferência horizontal, definida a partir de duas retas tangentes aos pontos de início e fim de curva. Serão empregados os “softwares” embutidos na Estação Total e utilizados dois métodos de locação disponibilizados por esta para poder comparar os resultados obtidos. Ressalta-se que o emprego da Estação Total 3305 DR nesse trabalho não tem nenhum propósito comercial.

Essa pesquisa abordará uma metodologia para aperfeiçoar e automatizar as atividades práticas desenvolvidas nas disciplinas de Topografia oferecidas pelo Departamento de Engenharia Cartográfica da Universidade Federal de Pernambuco sobre levantamentos e locação de obras da Construção Civil. Nesse contexto o conhecimento dos “softwares” embutidos na Estação Total é de grande importância, pois permitirá um melhor desempenho do equipamento em campo e conseqüentemente enriquecer as atividades práticas desenvolvidas nas aulas de campo.

2 Fundamentação Teórica

Aqui será apresentada a definição de taqueômetro eletrônico e introduzido o conceito de robô de medição, esse último instrumentação topográfica/geodésica com origem na década de oitenta. Além disso, será abordada a solução matemática para os cálculos das coordenadas do campo de pontos de locação do exemplo prático escolhido, o caso da locação de pontos principais de trecho de arco de circunferência horizontal e o georreferenciamento da Estação Total a partir do método de levantamento planimétrico da Estação Livre.

2.1 Taqueômetro Eletrônico e Robô de Medição

Segundo Kahmen (1997) um taqueômetro eletrônico é um instrumento de medição, que mede ângulos horizontais, verticais e distâncias inclinadas

eletronicamente. Em geral os dados são armazenados automaticamente em dispositivos de memória. Com o advento do taqueômetro eletrônico originou-se pela primeira vez um instrumento, que possibilitava um fluxo de dados automático, desde a aquisição dos dados de medição em campo até a produção de cartas e registros. Os taqueômetros eletrônicos distinguem-se através de: sua construção; tipo de registro de dados; campo de programas de aplicação interna do aparelho; alcance do medidor de distância e precisão da medição de distância e de ângulos. Quanto a sua construção pode-se distinguir em princípio dois tipos. No primeiro, um teodolito eletrônico serve como instrumento básico. A partir do emprego do princípio de construção de caixas, poderá ser evoluído, com a adaptação de um medidor de distância eletrônica e de uma unidade de registro, para um taqueômetro eletrônico. No segundo e mais usual atualmente, são integrados em um instrumento um sistema de medição de distância e de ângulos, assim como uma unidade de registro e uma calculadora. De acordo com o construtor pode-se ainda ser esse taqueômetro eletrônico integrado com um sistema telemétrico.

Ainda segundo Kahmen (1997) o taqueômetro de média e alta precisão possui um medidor de inclinação com dois componentes. A inclinação do eixo principal é determinada na direção do eixo de colimação e na direção do eixo secundário. Microprocessadores são responsáveis pelo comando e pelo controle do taqueômetro eletrônico. A automação de processos de medição passa a garantir a medição de comprimentos, de ângulos, do registro, do cálculo de determinados parâmetros, tais como: distância horizontal, diferença de coordenadas entre pontos de estação e pontos alvos, entre outros. Além disso, as quantidades medidas poderão ser determinadas uma única vez ou continuamente. Nos cálculos estão interligados, frequentemente, as correções automáticas das leituras angulares com respeito à configuração geométrica dos eixos e dispositivos de leituras e as correções automáticas das distâncias por causa dos erros de reajustes de medidores de distâncias com respeito à definição do ponto zero. O processo de medição compõe de: orientação do círculo, para os instrumentos que possuem o processo de medição angular incremental, visualização óptica, dispositivos de medição de distância e de ângulos. Uma unidade de registro coleta os dados, além disso, as unidades de registro controladas pelo microprocessador poderão executar o processamento de dados e a administração dos mesmos. As unidades de registro são interligadas através de uma interface no computador ou por outro caminho. Os programas internos do instrumento de medição têm em geral duas finalidades. A primeira de considerar as constantes do instrumento nos resultados das medições (correção do eixo de colimação, correção do índice vertical, consideração do fator de escala, assim como a correção do ponto zero). A segunda de calcular os parâmetros para a locação e levantamentos de pontos (determinação das coordenadas e altura do ponto estação

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do instrumento no método da estação livre, orientação de direções, determinação de coordenadas polares para as locações, além de determinar a diferença de coordenadas entre o ponto da estação e o ponto alvo). São acessórios complementares: “tracking function”, sistema telemétrico, sinais ópticos e acústicos, além disso, o taqueômetro poderá ter as qualidades de um robô de medição. Um robô de medição é um taqueômetro ou teodolito motorizado com apropriados acessórios de visualização (câmera CCD) e com apropriados dispositivos de comando, como base de sistemas para a medição de deformação. São bastante apropriados quando interligados com sensores ópticos de apropriada resolução. O processamento digital de imagens ocupa um papel fundamental para a determinação das coordenadas junto ao sistema de medição do instrumento.

O Taqueômetro Eletrônico 3305 DR (Trimble) é um instrumento que possui um “software” integrado capaz de processar automaticamente dados coletados em campo e fazer a compensação automática de erros instrumentais. É um equipamento confiável e possui uma precisão de 05 segundos para medição angular e 5 mm + 5 ppm para medição linear, sendo assim considerado um equipamento de precisão média pela NBR-13133/94. Com bateria interna de NiMH de carregamento rápido e longa duração. Tem carga suficiente para em torno de 1000 medições de ângulos e distâncias. Este Taqueômetro utiliza o RS 232 C (V24) como interface de entrada e saída de dados e tem memória interna capaz de gravar 1900 linhas de dados. A Estação Total possui mais de um modo de leitura com o distanciômetro eletrônico (EDM – Electronic Distance Measurement): PR (Prisma Reflex) é utilizado um prisma para refletir o feixe à estação, este é o modo padrão e o mais utilizado (ver dados técnicos da Tabela 1); DR (Direct Reflex) a Estação é capaz de medir a distância lançando o feixe diretamente sobre a superfície do objeto. É útil quando o alvo é inacessível ou de difícil acesso, além disso, não é possível a utilização do prisma neste modo e para distâncias inferiores a 1,5m não é recomendada a utilização (ver dados técnicos da Tabela 1); LR (Long Range) neste modo é possível fazer leituras a longas distâncias usando refletores ou prismas (ver dados técnicos da Tabela 2). Com a utilização de prismas é preciso suprimir a constante aditiva e no caso de refletores é possível alterar a altura (TRIMBLE, 2004).

Tabela 1 - Indicações para boa utilização da Estação Total (modo de distância padrão). Fonte: Trimble ( 2004).

Intervalo de medição de distância

Tipo de alvo / quantidade de referência 1 1,5 – 3000 m Prisma / 1 2 1,5 - 5000 m Prisma / 3 3 2,5 - 250 m Folha refletiva (60x60

mm²) / 1

Tabela 2 - Indicações para boa utilização da Estação Total (modo de longa distância - LR). Fonte: Trimble (2004).

Intervalo de medição de distância Tipo de alvo/ Qtd de referência 1 1000 - 5000 m Prisma / 1 2 1000 - 7500 m Prisma / 3 3 2,5 - 800 Folha refletiva60 x 60 mm² /1

A Figura 1 mostra a estação total (taqueômetro eletrônico) utilizada neste trabalho e aponta a posição dos principais componentes.

Figura 1 - Faces de controle e objetiva de uma Estação Total. Fonte: Trimble (2004).

2.2 Solução da locação da curva em concordância horizontal simples

O problema analisado na pesquisa deve-se a um triângulo qualquer do qual será obtido um triângulo isósceles A, T e E (Figura 2) e então deverá ser locado um arco circular horizontal. Para isto, é escolhido um lado AT e um dos vértices, desde que este vértice seja formado em uma das extremidades do segmento escolhido para ser referência de distância t e ponto inicial A da curva a ser locada. O vértice T será fixado e o alinhamento TE servirá de orientação a partir do ângulo interno 2τ. Em seguida, o ponto que não pertence ao seguimento de referência é suprimido, assim, através de cálculos topográficos, determina-se a coordenada do novo ponto E que por sua vez, fecha o triângulo isósceles. O triângulo obtido, na realidade, simula o prolongamento imaginário de dois trechos retos AT e ET, dentre os quais deve ser locada a curva em concordância horizontal simples. Segundo Corrêa (2010) curva simples é aquela que apresenta um único valor de raio, como a curva AE apresentada na Figura 2. O ponto A é chamado de Ponto de Curva (PC) e o ponto E é denominado de Ponto de Tangência (PT).

O problema solucionado por este trabalho não se refere a um caso usual do projeto de uma estrada, pois, no projeto geométrico de uma rodovia, os trechos retos já estão determinados e são a base do problema de Locação. Os prolongamentos são considerados trechos em

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tangência com a curva em concordância horizontal simples a ser locada e todas as relações geométricas e trigonométricas do problema são facilmente obtidas, podendo-se assim, descobrir as distâncias e azimutes necessários à solução do problema.

É considerada a solução do problema, uma planilha com os ângulos e distâncias dos pontos da curva escolhidos a serem plotados. Contudo, é relevante salientar que em projetos de locação de estradas, são abordados os números de estacas e as frações ao invés de distâncias e são consideradas principalmente as deflexões como meio de orientação. Usualmente o ponto de partida da locação é um dos encontros entre o arco e o lado do triângulo A ou E. Isto se dá, principalmente por que o centro C é muito distante ou é inacessível, o mesmo ocorre com vértice T.

Figura 2 - Elementos e parâmetros da curva ajustada ao triângulo isósceles. Fonte: Kahmen e Faig (1988).

A opção pelo elemento curva circular se dá pelos seguintes motivos: é um tema já abordado nas aulas de Topografia da UFPE, o procedimento de cálculo põe em prática uma série de conceitos e métodos topográficos de transporte de coordenadas e parâmetros geométricos e é uma proposta abordada por Kahmen & Faig (1988).

O objetivo dos métodos de locação é de transferir em campo os pontos-objeto materializadores de limites de propriedade, obras da construção civil, traçados de estradas, posicionamento de máquinas ou outros objetos. Na verdade o método de locação é um método oposto ao de levantamento (KAHMEN, 1997). As coordenadas cartesianas (Ei, Ni) dos pontos B, S, D e E na Figura 3

deixam-se facilmente ser calculadas em coordenadas polares (αi, di).

Figura 3 - Conversão de coordenadas retangulares em polares.

2.3 Levantamento por Estação Livre

Segundo ERBA et al (2003) o método da Estação Livre é utilizado para estacionar o aparelho no ponto em que se deseja determinar as coordenadas e efetuar as visadas para outros dois pontos de coordenadas conhecidas. Neste método são realizadas medições de ângulo e distância.

A Estação Total utilizada neste trabalho, permite a realização deste método para até outros 5 pontos e retorna uma média e os resíduos destas medições.

Este método foi empregado para georreferenciar o ponto de estação antes da aplicação do método de locação abordado no item anterior.

3 METODOLOGIA

3.1 Localização da área de estudo

Foi locada uma curva em concordância horizontal simples dentro do campus da UFPE (Figura 4) para por em prova os métodos de Locação do programa embutido na Estação Total. É uma curva que se ajusta facilmente aos pontos EC04, P1 e P4 implantados em SIRGAS 2000 por Gama (2008) no campus da UFPE que delimitam a área de estudo.

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Figura 4 - visualização gráfica dos pontos principais da curva e pontos auxiliares da solução de Locação

3.2 Materiais e métodos empregados em campo

3.2.1 Experimento do método da Estação Livre

Na prática de campo do método de levantamento por Estação Livre, denominado pelo programa da Estação Total como “Estação Desconhecida”, iniciou-se o experimento com o auxílio da seguinte instrumentação: 2 estações totais com as devidas bases, 3 tripés, 2 prismas, 1 base extra e 2 adaptadores base-prisma, prancheta, papel, caneta e os cones de alerta. Foi-se a campo com o objetivo de testar o programa “Estação Desconhecida”, embutido na Estação Total. Os principais pontos a analisar foram a eficácia, eficiência e precisão do método. Assim como melhor entender os seguintes elementos demonstrados na tela da Estação Total: Om - orientação do circulo horizontal e m - fator de escala, que são informações dadas pela Estação em quase todos os levantamentos automáticos. Para iniciar o experimento uma série de ajustes foi necessária na Estação Total, dentre eles estão: (i) verificação e/ou ajuste da orientação do sistema de coordenadas; (ii) verificação e/ou ajuste da apresentação das coordenadas; (iii) ajuste do modo de gravação; (iv) verificação de que endereço sua medição esta sendo gravada; (v) verificação dos erros devido a não ortogonalidade entre os eixos; (vi) verificação e/ou modificação da constante do prisma.

Com o campo de pontos de coordenadas UTM em SIRGAS2000 conhecidas e fornecidas por Gama (2008) P1, P2, P3, P4 e EC04 demonstradas na Tabela 3, abaixo, foram realizados os vários procedimentos de campo sempre se utilizando da centragem forçada.

Tabela 3 - Coordenadas UTM implantadas por Gama (2008).

COORDENADAS UTM - SIRGAS2000 E (m) N (m) EC04 284744,024 9109509,509 P1 284796,516 9109455,486 P2 284848,171 9109452,605 P3 284908,278 9109449,158 P4 284813,766 9109523,845

Para dar início ao experimento: (i) restringiu-se o campo de pontos a EC04, P4 e P1 (ver Figura 5) e em seguida o programa “Estação Desconhecida” foi testado utilizando-se como pontos a ré: EC04 e P4 que eram denominados pelo programa como A e B respectivamente. Através dos pontos a ré foi seguido o passo a passo do programa e as coordenadas do ponto de Estação, P1, que era denominado pelo programa embutido como S foi solucionada, gravada e demonstrada pela própria Estação; (ii) Novamente a Estação foi instalada no ponto P1 e foi seguido o passo a passo do programa “Estação Desconhecida”. Foram visados mais uma vez os pontos a ré EC04 e P4. Logo em seguida este experimento foi executado novamente para comparação com os resultados obtidos anteriormente; (iii) neste teste foram usados 3 pontos a ré EC04, P4 e P2, com o intuito de uma melhor medição, pois, com 3 pontos as coordenadas do ponto de Estação são obtidas duas vezes. O procedimento inicial foi o mesmo utilizado nas duas medições anteriores; (iv) nesta etapa dos testes as coordenadas da Estação Total situada em P1 foram obtidas mais uma vez, porém a partir das coordenadas conhecidas P4 e P2 do mesmo campo de pontos. A metodologia adotada para as outras medições foi utilizada novamente; (v) nesta etapa de medição resolveu-se obter as coordenadas de P1 pelo método da Estação Livre convencional (não automático), cujo processamento das coordenadas é feito em escritório. Desta forma, foram visados os pontos P4 e P2 e medidos em Posição Direta (PD) e em Posição Inversa (PI) os seguintes dados: distância horizontal e ângulo horizontal, ambos em duas séries cada. Os dados de campo obtidos estão demonstrados na Tabela 5 e os resultados das 5 medições estão na Tabela 6.

Figura 5. Configuração geométrica do campo de pontos de referência.

Tabela 5 - Planilha de levantamento de campo pelo método da Estação Livre convencional

PD PI EST PV HD(m) HZ HD(m) HZ P1 P4 70,485 0°0’00” 70,485 180°0’15” P4 70,484 0°0’05” 70,485 180°0’15” P2 51,712 79°03’40” 51,711 259°03’30” P2 51,712 79°03’30” 51,712 259°03’45”

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T. T. F. Q. Farah; A. de Seixas

3.2.2 Experimento do método de Locação

Para o experimento de Locação foi-se a campo com o auxílio da seguinte instrumentação: 1 estação total com a devida base, 3 tripés, 2 prismas, 2 adaptadores base-prisma, prancheta, papel, caneta e os cones de alerta. Foi-se a campo com o objetivo de testar o seguinte programa: Locação, parte integrante da suíte Coordenadas, embutida na Estação Total. Os principais pontos a analisar seriam a eficácia, eficiência e precisão do método de Locação, assim como o passo a passo do seu procedimento. Para iniciar o experimento uma série de verificações e ajustes é necessária no Taqueômetro Eletrônico, dentre eles estão: Orientação do sistema de coordenadas; modo de apresentação das coordenadas; modo de gravação; a partir de que endereço sua medição é gravada; os erros devido a não ortogonalidade entre os eixos; a constante do prisma. A metodologia adotada para a locação é guiada pelo passo a passo dos programas embutidos na Estação Total 3305 DR (Trimble), mas, antes de ir a campo é necessário o cálculo dos parâmetros abordados conforme o item 2.2 para que seja possível a obtenção de uma planilha de locação. No escritório foram processadas as coordenadas dos pontos a serem plotados e o memorial de cálculo dos parâmetros da curva a ser locada. Com a elaboração de uma planilha automática em Excel obteve-se as coordenadas absolutas, deflexões e distâncias do ponto de estação ao ponto objeto a ser locado. Uma vez locados os pontos da curva de concordância a partir dos métodos embutidos na Estação Total, os mesmos pontos locados foram levantados pelo método da irradiação, proporcionando assim, um outro controle de medição para o experimento realizado.

4 RESULTADOS

Dos resultados obtidos para o experimento do método da Estação Livre pode-se destacar: (i) os elementos Om e m representam a rotação e o fator de escala, respectivamente, da transferência de coordenadas do sistema orientado anteriormente para o sistema atual orientado pela corrente execução do programa Estação livre; (ii) o método de campo automático mostrou-se eficiente, pois, para levantamentos é possível sair de campo já com as coordenadas dos pontos; (iii) o programa Estação Desconhecida proporcionou eficácia conforme a Tabela 6; (iv) o levantamento topográfico, pode ser controlado sem que haja a necessidade de deslocar a Estação Total para outro ponto, pois, pode-se fazer o controle das medições simplesmente utilizando diferentes métodos para obter as coordenadas do mesmo ponto, obtendo em tempo real os resíduos das leituras.

Tabela 6 - Resumo do experimento do método da Estação Livre.

Nº Coordenadas Desvios Automa-tizado. E (m) N (m) (mm) Sim/Não (i) 284796,529 9109455,494 15,264 Sim (ii) 284796,530 9109455,488 14,142 Sim (iii) 284796,535 9109455,494 20,61 Sim (iv) 284796,541 9109455,497 27,313 Sim (v) 284796,527 9109455,540 55,109 Não

Para o experimento de Locação os seguintes resultados se destacaram: (i) é possível fazer um projeto de locação utilizando apenas as coordenadas cartesianas planimétricas, tanto em um sistema local quanto em um sistema superior georreferenciado (ver Tabela 7). (ii) podem-se locar as estacas sem elaborar uma planilha de locação por método polar (ver Tabela 8). Isso se dá devido a um subprograma que pela simples inserção das coordenadas dos pontos no programa da Estação Total, calcula automaticamente a orientação e distância a que deve ser empregada e permite que a Estação Total informe em tempo real as informações necessárias à Locação; (iii) O programa permite também fazer a locação pelo método polar, inserindo distância e azimute; (iv) é um método que proporciona uma maior eficiência, pois, não é preciso deslocar o ponto de Estação Total para fazer o controle de locação, basta alternar entre os 2 subprogramas embutidos no programa de Locação, sem uma ordem restrita, podendo por exemplo utilizar o método inserindo os parâmetros polares e em seguida o outro método inserindo as coordenadas planimétricas dos pontos. Uma vantagem deste controle é que além de confirmar as coordenadas locadas ele confronta parâmetros calculados em escritório com os mesmos parâmetros só que calculados pelo programa; (v) o procedimento em si de locação das estacas ou pontos se faz com maior rapidez por que a locação é orientada com um fluxo de dados em tempo real, indicando em que sentido e a que distância o alvo deve se deslocar para chegar ao ponto requerido. Na prática da locação da curva foi seguida a locação até o ponto 4 (ver fig.4 e 6).

Tabela 7 - Caderneta de campo para locação pela inserção das coordenadas: Pto. Coordenadas Absolutas Este (m) Norte (m) B 284786,000 9109474,590 S 284786,678 9109496,390 1 284790,490 9109463,431 2 284786,535 9109472,589 3 284784,893 9109482,428 4 284785,660 9109492,374

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Tabela 8 - Caderneta de campo para a locação por método polar:

Estaca Distância (m)

Azimute (HZ) Grau min seg B 21,810 331 8 24 S 42,070 346 27 39 1 9,976 322 45 37 2 19,805 329 42 6 3 29,344 336 38 35 4 38,453 343 35 4

Figura 6. Pontos da curva locados em campo

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A crescente demanda de grandes obras da Construção Civil tais como: pontes, viadutos, túneis, rodovias, adutoras, gasodutos, assim como as edificações de um modo geral, que necessitam de um maior controle geométrico e desempenho, requer o emprego de uma Estação Total. Esta possui um conjunto de aplicativos que aumentam o fluxo de dados.

O advento de novas tecnologias vem favorecendo a modernização das Estações Totais e suas aplicações. O conhecimento a fundo destes instrumentos é fundamental para que os modernos recursos disponibilizados por estes não fiquem obsoletos. Esta temática serviu como incentivo para a realização desta pesquisa sobre os programas embutidos na Estação Total.

O projeto de pesquisa está proporcionando um melhor entendimento da utilização dos métodos automáticos da Estação Total, que garante uma melhor operacionalidade em campo, colaborando para enriquecer as atividades práticas voltadas às aulas de Topografia.

Os experimentos realizados comprovaram a vantagem em utilizar tais recursos e possibilitaram o maior controle dos métodos empregados pela Estação

Total, satisfazendo assim, as expectativas propostas pela pesquisa.

AGRADECIMENTOS

Os autores deste artigo agradecem à PROPESQ por fornecer a bolsa de Iniciação Científica, ao LATOP/ CTG - Laboratório de Topografia do Centro de Tecnologia e Geociências por fornecer os equipamentos necessários à elaboração desta pesquisa e à estudante de Engenharia Civil da UFPE Kleyde Jane Veríssimo pelo seu esforço e apoio em práticas de campo.

REFERÊNCIAS

ABNT, NBR-13.133 – Normas Técnicas para a Execução de Levantamentos Topográficos. 1994.

CORRÊA, I. C. S. Apostila de Topografia aplicada à Engenharia Civil, 2010. Disponível em: <

http://www.ufrgs.br/geodesia/trabalhosdidaticos/Topograf ia_Aplicada_A_Engenharia_Civil/Apostila/Apostila_Top

oAplicada_2009_1.pdf>. Acesso em 26 de março de

2010.

ERBA, D. A.; THUM, B. A.; SILVA, C. A. U. da; SOUZA, G. C. de; VERONEZ, M. R.; LEANDRO, R. F.; MAIA, T. C. B.Topografia para estudantes de Arquitetura, Engenharia e Geologia, 2003.

Gama, L. F.Experimentos e Análises Metodológicas do Desempenho de Estruturas Geodésicas Planimétricas Implantadas com GPS e Estação Total: Aplicações em Levantamentos Cadastrais Urbanos. Dissertação de mestrado, UFPE, 2008.

KAHMEN, H.; FAIG, W. Surveying. Berlin. 1988. Ed. de Gruyter.

KAHMEN, H. Vermessungskunde. Auf. 19. 1997. Verlag de Gruyter.

Referências

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