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AVALIAÇÃO DA SÍNDROME DE BURNOUT EM ESTUDANTES DO CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA NA REGIÃO DE CURITIBA-PR

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PRIVADA NA REGIÃO DE CURITIBA-PR

OSTERNACK*, Julyana do Val – PUCPR

julyosternack@yahoo.com.br

GONÇALVES**, Lucélia Maria – PUCPR

lucelia.goncalves@hotmail.com

AMORIM***, Clóves – PUCPR/FEPAR

cloves.amorim@pucpr.br

Resumo

Burnout é considerado como a resposta ao estresse crônico, sendo caracterizada por três dimensões: exaustão emocional, descrença e sentimento de baixa realização. A partir da problemática, o presente estudo visa à avaliação da Síndrome de Burnout em alunos do curso técnico de uma instituição privada na região de Curitiba. A amostra foi constituída em 29 alunos, na faixa etária de 17 a 48 anos, sendo que 28 do sexo feminino e 1 do sexo masculino. O instrumento utilizado foi o MBI (Maslach Burnout Inventory-Student Servey), continha 15 itens, em uma escala de 0 a 6 pontos, sendo que a aplicação do questionário foi realizada em sala de aula. Os resultados obtidos não assinalaram a presença da síndrome, mas o possível desenvolvimento devido os índices médios de exaustão emocional e altos índices de eficácia profissional. Evidenciou-se também a relação da síndrome com a idade, obtendo um escore mais elevado em descrença nos alunos mais jovens em comparação com alunos mais velhos. Palavras Chave: Síndrome de Burnout; Estudantes curso técnico.

Introdução

A palavra estresse é derivada do latim e surgiu em meados do século XVII, caracterizado por uma sintomatologia de fadiga e cansaço. Segundo Selye (1965, citado por BENEVIDES-PEREIRA, 2002, p. 54) o estresse é “o estado manifestado por uma síndrome especifica que consiste em tidas as mudanças não especificas induzidas dentro de um sistema biológico.”

A homeostase refere-se ao estado de equilíbrio do organismo através dos hormônios. Decorrente das mudanças ambientais, que agridem o organismo, o individuo sem perceber

* Acadêmica do curso de Psicologia da PUC-PR ** Academicado do curso de Psicologia da PUC-PR *** Docente do curso de Psicologia da PUC-PR e FEPAR.

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tem o seu corpo adaptado e estabilizado mediante a situação devido ao mecanismo de feed-back. (CÂNON, 1932)

Todo elemento que interfere no equilíbrio do organismo sendo de caráter físico, cognitivo ou emocional, é definido como agente estressor e o estresse é a resposta a este estímulo, ou seja, para retornar ao estado de equilíbrio o organismo recorre a recursos para adaptar-se a situação estressante. Os estressores físicos provem de um ambiente externo que interfere no corpo do individuo, como, ruídos, calor ou frio intenso, fome, dor, entre outros. Os estressores cognitivos referem-se a agentes ameaçadores a integridade do individuo, por exemplo, discussões, provas, seleção de um emprego, entre outros. Os estressores emocionais é caracterizado por componentes afetivos que são mais proeminentes, sentimentos de culpa, sentimentos de perda, medo, ira são exemplos de estressores emocionais (BENEVIDES-PEREIRA, 2003).

O estresse cursa três fases, sendo a primeira a reação de alarme, sendo a fase em que o organismo é exposto ao agente estressor, a segunda etapa é a de resistência, nesta o organismo tende a uma adaptação ao agente estressor, se esta adaptação ocorrer de forma bem sucedida o processo de estresse se encerra, e a terceira e ultima fase é a do esgotamento a qual persistindo o agente estressor o mecanismo de adaptação se rompe reaparecendo os sintomas da etapa de alarme, e consequentemente ocorrendo a deterioração do organismo.

Devido à intensidade da sintomatologia do estresse, ocorre no organismo do individuo uma acentuada mudança, interferindo na sua relação com o social e o relacional, evoluindo para a síndrome de Burnout.

A auto-eficácia também tem sido estudada como uma dimensão da auto-realização na vida de estudantes, contudo, os autores continuam discutindo as propriedades psicométricas do instrumento. Alguns modelos etiológicos de Burnout afirmam que ele se desenvolve através do sentimento de eficácia (falta de confiança nas suas próprias competências). (BRESÓ, SALANOVA E SCHAUFELI, 2007)

A Síndrome de Burnout tem sido pesquisada em vários trabalhos apresentados por pesquisadores de distintos paises. O termo "Síndrome de Burnout" surgiu na década de setenta nos Estados Unidos com o psicanalista Herbert J. Freudenberger, que visava à prevenção dos problemas aos quais os profissionais estavam expostos. De acordo com Harrison (1999 citado por CARLOTTO, 2006) esta síndrome está vinculada a um tipo de estresse de caráter duradouro associado às situações de trabalho, sendo resultado da constante pressão emocional, e ao intenso envolvimento com pessoas por períodos longos.

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A síndrome surge como resposta ao estresse crônico, sendo composta por três dimensões: Exaustão Emocional, caracterizada pela ausência ou carência de energia e um sentimento de esgotamento emocional. Despersonalização, caracterizada pela falta de sensibilidade e aspereza ao responder as pessoas. Baixa Realização Profissional, referindo-se ao referindo-sentimento de insatisfação para com a realização das atividades laborais, revelando baixa eficiência no trabalho e baixa auto-estima. (BENEVIDES-PEREIRA, 2002)

Na fase da Exaustão Emocional o individuo sente que não pode dar mais de si mesmo a nível afetivo. Percebe esgotada a energia e os recursos emocionais próprios, devido o contato direto e intenso com os problemas. Na fase da despersonalização o vinculo afetivo é substituído por um vínculo racional, no qual sentimentos e atitudes negativas, cinismo, dissimulação afetiva e críticas constantes de tudo e de todos prevalecem. A baixa realização profissional ocorre na relação afeto/trabalho no qual há perda do investimento afetivo. Não conseguir atingir os objetivos propostos traz um sentimento de impotência e de incapacidade pessoal, assim o trabalho perde o sentido. Nesta fase o indivíduo tende a avaliar a si mesmo negativamente em relação ao próprio trabalho. (CODO;VAZQUES-MENEZES, 1999)

A síndrome também poderá apresentar-se em pessoas entusiastas e idealistas, que ao entrar em contato com o mundo profissional mudam seu modo de ser, apresentando transtornos que acabam interferindo nas relações pessoais, sociais e instituições.

O individuo afetado pelo Burnout apresentará possivelmente, um aumento na exaustão emocional (sensação de esgotamento), aumento na despersonalização (cinismo, ironia, indiferença em relação a fotos e pessoas) e diminuição da realização profissional (sentimento de insatisfação em relação às atividades laborais).

Há algumas características do trabalho que podem ser predisposições para o aparecimento do Burnout, como o tipo de ocupação, pessoas que lidam diretamente com pessoas tendem a desgastarem-se mais, o tempo de ocupação, o tempo da instituição, trabalhos por turnos, trabalhos noturnos, sobrecarga, relação profissional-cliente, tipo de cliente, relacionamento entre colegas de trabalho, conflito de papeis, ambigüidade de papeis, suporte organizacional, satisfação no trabalho, controle, responsabilidade, pressão no trabalho, possibilidade de progresso, percepção de inequidade, conflito com valores pessoais e também a falta de feedback. Algumas características ambientais também podem influenciar na fisiologia do profissional, o ambiente físico, mudanças organizacionais, normas, clima, burocracia, comunicação, autonomia, recompensa e segurança. (TREVISANI; MARTINS; OLIVEIRA, 2004)

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O Burnout é bastante confundido com o Estresse, mas a síndrome é uma resposta do organismo dado por um estado de Estresse prolongado, enquanto o Estresse, que é um termo que surgiu no século XVII, é o resultado de uma fadiga, um cansaço.

A sintomatologia do Burnout é caracterizada por alterações físicas, psíquicas, comportamentais e defensivas.

Os sintomas físicos são caracterizados como a fadiga constante e progressiva; dores musculares e osteomusculares, sendo as mais freqüentes dores na nuca e nos ombros; distúrbios do sono: caracterizado por sonolência intensa ou dificuldade para adormecer; cefaléia e enxaquecas; perturbações gastrointestinais; imunodeficiência tendo a diminuição da capacidade de resistência física, ou seja, baixa imunidade; transtornos cardiovasculares; distúrbios do sistema respiratório; disfunções sexuais como, diminuição do desejo sexual, dores durante as relações, ausência de orgasmo, ejaculação precoce ou impotência e alteração menstrual nas mulheres.

Os sintomas psíquicos são acentuados com a falta de atenção e de concentração; alterações de memórias; lentificação do pensamento; sentimento de alienação no qual a pessoa sente-se distante do ambiente e das pessoas que a rodeiam; sentimento de solidão; impaciência; sentimento de impotência, ou seja, há sensação de que nada pode fazer para alterar a situação atual; labilidade emocional como a presença de mudanças bruscas de humor; dificuldade de auto-aceitação, baixa auto-estima; astenia, desânimo, disforia e depressão; desconfiança e paranóia.

Os sintomas comportamentais apresentam-se como negligencia ou escrúpulo excessivo; irritabilidade; agressividade; incapacidade para relaxar; dificuldade na aceitação de mudanças; perda de iniciativa; aumento no consumo de substancias; comportamento de alto risco; suicídio.

Os sintomas defensivos são apresentados como a tendência ao isolamento; sentimento de onipotência, ou seja, a pessoa tem a sensação de “poder tudo”; perda do interesse pelo trabalho; absenteísmo como faltas demasiadas como uma tentativa de fugir dos transtornos sentidos; ímpetos de abandonar o trabalho; ironia e cinismo.

O individuo com a síndrome de Burnout não necessariamente deverá apresentar todos esses sintomas, sendo que o grau, o tipo e o numero de manifestações dependerá de fatores individuais, ambientais e a etapa em que o desenvolvimento da síndrome se encontra. Os sintomas apresentados acima são semelhantes aos do estado de estresse, com exceção aos distúrbios defensivos, que são característicos no processo de Burnout. (BENEVIDES-PEREIRA, 2003).

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Cushway (1992) assinala que o desenvolvimento do Burnout pode ocorrer durante a fase acadêmica, no período de preparação para o trabalho, podendo prosseguir durante a vida profissional. Estudos realizados (CARLOTTO; COLBS, 2006) em estudantes da área da saúde revelou a relação entre a idade e as três dimensões. Quanto menor a idade dos sujeitos maiores a Exaustão emocional e a descrença com o ensino, sendo menor o sentimento de Eficácia Profissional.

Leiter (1993) atribui o desenvolvimento do Burnout à Exaustão Emocional, desencadeada pelas relações interpessoais e a carga de trabalho, surgindo às reações de defesa diante dos estímulos experienciados e conseqüentemente o isolamento e a indiferença.

Os estressores estão presentes na grande parte das atividades, aliás, o trabalho não deve existir sem estresse, pois, segundo ele o estresse que é percebido como ruim para alguns e visto como bom para outros. (GUIDO, 2003)

A síndrome poderá surgir em profissionais que trabalham em contato direto com pessoas, prestando serviço á elas, sendo que o aspecto individual correlacionado com a situação de trabalho é entendido como processo do Burnout. Vários estudos têm apresentado índices elevados em profissionais mais jovens, mais frequentemente naqueles que não atingiram os 30 anos. Alguns atribuem a pouca experiência e consequentemente a insegurança.

A remuneração baixa, o alto volume de trabalho, grande responsabilidade, o apoio da instituição insuficiente, tendem a gerar conflitos e conseqüentemente poderão causar a síndrome nos profissionais de enfermagem, os quais estão em contato direto com a dor e a morte em seu cotidiano.

Os profissionais de enfermagem são bastante afetados pelo Burnout, devido à filosofia humanística do trabalho, e também pela diferença entre suas expectativas e sua realidade. (LAUTERT, 1195)

A enfermagem é um trabalho fortemente regrado, com divisão de tarefas, turnos distintos, alta responsabilidade e exigência, limitada autoridade, pouca liberdade, constante pressão devido esses e inúmeros outros fatores pode-se observar um desinteresse pela profissão e consequentemente uma possível insatisfação. Além do estresse normal da profissão, o ambiente hospitalar é uma grande fonte geradora de estresse, devido ao alto índice de sofrimento vivenciado, por esse motivo é importante que a pessoa tente verificar os estressores para conseguir enfrentá-los.

A mesma autora ressalta a importância da prevenção do estresse, o que permitirá ao sujeito a execução de seus reais potenciais, reduzindo assim o risco de uma possível

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instalação do processo de estresse, doença que esta atingindo constantemente profissionais de enfermagem devido à grande influencia que eles exercem no comportamento humano.

Atualmente não existem dados que possibilitam apreender a real problemática vivenciada pelos profissionais de enfermagem no Brasil, apesar das inúmeras pesquisas realizadas atualmente envolvendo profissionais da área da saúde. (GUIDO, 2003)

Uma pesquisa realizada em hospitais de Belo Horizonte – MG entre 1991 e 1992, com a aplicação de setenta e quatro questionários semi-abertos, vinte e quatro entrevistas, as quais foram gravadas e transcritas posteriormente, sendo feito a análise quantitativa e qualitativa dos dados. Tal estudo realizado visou à compreensão do trabalho das organizações de saúde, assinalando que a atividade de um enfermeiro interfere na organização, na gestão, nas condições de trabalho e expõe os trabalhadores a um desgaste físico e mental intenso. Sem a conscientização em relação a tais problemas, a organização e os grupos de apoio, não estabelecem e não desenvolvem métodos de prevenção do desenvolvimento do estresse. (TREVISANI; MARTINS; OLIVEIRA, 2004).

A pesquisa também retrata que na atividade do auxiliar de enfermagem, há riscos e perigos que são inerentes as condições de vida, de gênero, grau de instrução, condições do ambiente físico de trabalho, condições de realização de trabalho, a atenção medica insuficiente, carga horária e problemas burocráticos.

Uma pesquisa realizada, constituída por uma amostra de 28 profissionais em enfermagem, os quais foram submetidos ao Teste de Lipp; um pequeno percentual apresentou manifestações físicas de estresse, um número alto foi classificado na fase de Resistência e outros ainda na fase de Exaustão, ou seja, possivelmente estressados, podendo acarretar no Burnout (GONÇALVES; MIRANDA, 2005).

A complexidade do trabalho do enfermeiro associado à carência no suporte emocional, também podem ser um dos fatores determinantes no desenvolvimento do estresse, e consequentemente o Burnout.

A prevenção do Burnout é importante desde o processo de formação, devido à prestação de serviços desses profissionais nos cuidados com a saúde de outras pessoas, estando estes sujeitos a desenvolver o estresse ocupacional e consequentemente o Burnout. (CARLOTTO; NAKAMURA; CÂMARA, 2006)

O burnout apresenta prejuízos não só pessoais, como também familiares, sociais e institucionais envolvidos, apontando não só os aspectos relacionais como os financeiros implicados. A partir da problemática, o presente estudo tem por objetivo identificar a

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presença da Síndrome de Burnout em estudantes do Curso Técnico em Enfermagem de uma instituição privada na região de Curitiba-PR.

Método

Sujeito: A amostra foi constituída por 29 alunos do primeiro período do curso técnico em enfermagem no ano de 2007, em uma instituição privada na cidade de Curitiba-PR. No que se refere a gênero e estado civil, à maioria (28 pessoas) pertencem ao sexo feminino (99%) sendo 24 solteiras (66%) e 1 do sexo masculino (1%), solteiro. Os participantes tinham faixa etária entre 17 a 48 anos. Com idade média de 23,4 anos.

Instrumento: O instrumento utilizado foi um questionário contendo 15 itens, que são respondidos mediante uma escala do tipo likert, variando de 0 a 6 pontos, tendo como base teórica o MBI–SS Maslach Burnout Inventory- Student Survey (MASLACH; JACKSON, 1986), disponibilizado em anexo (anexo A) especificadamente para avaliar a Síndrome de burnout em estudantes. As quinze questões consistem em 5 itens referindo-se a Exaustão Emocional, 4 itens referindo-se a Descrença e 6 itens referindo-se a Eficácia Profissional. Sendo que médias elevadas em Exaustão e Descrença e baixa em Eficácia Profissional são indícios de Burnout.

Procedimento: Primeiramente foi feito o contato com a diretora do curso técnico de enfermagem, apresentando-lhe os objetivos do estudo, para que fosse obtida a autorização para a aplicação dos instrumentos. Foi aplicado o MBI-SS (Maslach Burnout Inventory-Student Survey) com 29 alunos do curso. Após a autorização da diretora do curso, o instrumento foi aplicado em sala de aula. Realizaram-se os procedimentos éticos no que diz respeito à pesquisa com seres humanos, conforme Portaria 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997) no qual os pesquisadores comprometeram-se a manter sigilo absoluto e encaminhar os resultados a quem tivesse interesse.

Resultados

A partir da pesquisa, pode-se averiguar que a dimensão de Exaustão Emocional apresentou a média de 15,3, sendo essa apresentada “algumas vezes ao mês”. Na Descrença a média obtida foi de 4,4, sendo que a maioria dos entrevistados relatam “nunca” apresentaram-se descrentes. No apresentaram-sentimento de Eficácia Profissional a média foi de 32,1, demonstrando

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competentes como estudantes praticamente “todos os dias”. Os dados descritos acima estão representados na tabela abaixo (Tabela 01).

Dimensões de Burnout Média Desvio-Padrão

Exaustão Emocional 15,3 6,5

Descrença 4,4 4,7

Eficácia Profissional 32,1 4,2

Tabela 01: Médias e desvio-padrão nas dimensões de Burnout em alunos do curso técnico de enfermagem de

uma instituição privada de Curitiba-PR

A partir das variáveis quantitativas e qualitativas percebe-se a distinção entre a idade da população pesquisada em relação às três dimensões do processo de desenvolvimento da síndrome. Os resultados obtidos também evidenciaram relação entre a Exaustão Emocional e os sujeitos que trabalham e com aqueles que são casados. Os dados estão representados na tabela abaixo (Tabela 02).

Variáveis Nº. Média Desvio-Padrão Idade EE DE EP EE DE EP 17 a 30 anos 24 15,9 5,2 31,5 6,2 4,7 4,3 31 a 48 anos 5 12,4 0,4 35,2 7,5 0,9 1,3 Trabalha atualmente Sim 18 16,3 4,6 30,9 5,4 4,8 4,9 Não 11 13,6 4 34,1 7,9 4,6 1,5 Estado Civil Solteiro (a) 25 15,9 4,6 32,2 6,5 4,6 4,1 Casado (a) 4 11,8 2,8 31,5 5,7 5,5 5,8

Tabela 02: Relação das dimensões de Burnout entre as variáveis quantitativa e qualitativa Legenda: EE – Exaustão Emocional. DE – Descrença. EP – Eficácia Profissional.

Discussão

Os resultados descritos na tabela 01 não assinalam a presença da síndrome na amostra pesquisada, porem percebe-se que um há índice médio/baixo na Exaustão Emocional, baixo em descrença e alto em Eficácia Profissional. Segundo a Schaufeli (2002) altos escores em

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Exaustão e Descrença, e baixos escores em Eficácia Profissional são indicativos da Síndrome de Burnout. Portanto os resultados obtidos, apesar, de não apresentar a síndrome, assinala um possível indicativo do desenvolvimento da síndrome futuramente, devido o índice médio em Exaustão Emocional e o alto índice em Eficácia Profissional.

Os resultados da tabela 02 apresentam índices médios em Exaustão Emocional entre as variáveis, porem, percebe-se que quanto menor a idade, maior o índice em Exaustão Emocional, em Descrença e Eficácia Profissional em relação aos sujeitos com idade superior a 30 anos. Em relação aos trabalhadores foi possível conceber que aqueles que exercem atividades além dos estudos, apresentam escores mais elevados nas três dimensões em relação aqueles que não trabalham.

Os resultados encontrados em sujeitos solteiros assinalam índices médio/baixo em Exaustão Emocional e em Descrença em comparação com aos sujeitos casados. No sentimento de Eficácia Profissional, os sujeitos casados apresentaram um escore abaixo em relação aos solteiros.

A partir da análise desses resultados, comparando os escores obtidos entre as variáveis, percebe-se que os sujeitos com idade entre 17 e 30 anos, solteiros e que conciliam o trabalho com os estudos apresentam índices elevados em Exaustão Emocional e Descrença em comparação com os sujeitos casados. No sentimento de Eficácia Profissional, os sujeitos solteiros apresentaram um escore mais elevado em relação aos sujeitos casados.

Pode-se supor que devido à inexperiência e a inabilidade do jovem em lidar com uma nova realidade, sejam fatores que podem ocasionar em maiores índices de desgaste emocional. Em relação aos sujeitos casados, pode-se supor que por não possuírem um nível superior sejam fatores que refletem em um menor sentimento de Eficácia Profissional em relação aos mais jovens.

O estudo vem assegurado com um estudo realizado por Carlotto (2006), com estudantes da área da saúde, apresentando a relação entre a idade com as três dimensões da síndrome. Quanto menor a idade dos sujeitos, maiores os escores em Exaustão Emocional e Descrença, e menor o sentimento de Eficácia Profissional.

Os dados obtidos não assinalam a presença da síndrome na amostra pesquisada, portanto, identificam-se fatores preponderantes no desenvolvimento do estresse durante o processo de formação, sendo um predisponente a desenvolver a Síndrome futuramente. Neste sentido, há necessidade de intervenções que propiciem aos alunos melhor compreensão do desenvolvimento da síndrome e sua prevenção. Considerando que independente da amostra

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ter sido pequena, os resultados obtidos são bases relevantes para a reflexão sobre a necessidade em aprofundar-se em estudos na respectiva área da saúde.

REFERÊNCIAS

BENEVIDES-PEREIRA, A. M T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002.

BENEVIDES-PEREIRA. A. M. T. O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica Interação Psy – Ano 1 nº. 1- Ago. 2003 – p. 4-11.

BRESÓ, E.; SALANOVA, M e SCHAUFELI, W.B. Search of the “Third Dimension” of Burnout: Efficacy or inefficacy? In Applied Psychology: an International Rewiew, 56(3), 460-478, 2007.

CARLOTTO, M. S., NAKAMURA, A. P. & CÂMARA, S. G. Síndrome de Burnout em estudantes universitários. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 1, pp. 57-62. 2006. CODO, W.; VAZQUES-MENEZES, I. O que é o burnout?. Vozes, Petrópolis, RJ, 1999. GONÇALVES, D.F; MIRANDA, F. A. N.. Sintomas físicos de estresse em enfermeiros no Programa Saúde da Família do município de Apucarana. Rio de Janeiro, 2005.

GUIDO, L. A. Stress e Coping entre enfermeiros de centro cirúrgico e recuperação anestésica. Tese apresentada ao programa de interunidades de doutoramento em enfermagem, escola de enfermagem da universidade de São Paulo para obtenção do titulo de doutor em enfermagem. São Paulo, 2003.

MARTINS, P.C. P, OLIVEIRA; R.N; TREVISANI, M.F. Investigação do índice de estresse em acadêmicos do curso técnico de enfermagem na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba-PR, 2004.

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