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Boletim de Resumos do 23º Seminário do Programa de Pós-Graduação em Geologia. da Universidade Federal do Paraná

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Academic year: 2021

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Boletim de Resumos do

23º Seminário do

Programa de

Pós-Graduação

em Geologia

da Universidade Federal do Paraná

02 a 03 de Julho • 29 a 31 de Julho • 26 a 28 de Agosto de 2020

COMISSÃO ORGANIZADORA

DOCENTES

Almério Barros França

Carlos Conforti Ferreira Guedes

Maria Cristina de Souza

DISCENTES

Kimberlym Tábata Pesch Vieira

Luís Guilherme Moreira da Silva

Paula Cristina Neuburger de Oliveira

FOTO Cânion Guartelá por Kimberlym T. P. Vieira

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BARBOSA, O. 1937. Geologia do município de Araxá, Minas Gerais. Min. Metal. 2(10):247-248. BARBOSA, O. 1955. Guia das Excursões. In: Congr. Bras. Geol, 9, 1955. São Paulo. SBG. Not.3

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Dados Acadêmicos

Modalidade: Doutorado. Data do Exame de Qualificação: A definir.

Título Original do Projeto de Pesquisa: Determinação dos processos de formação dos tipos de minérios oxidados de nióbio do Complexo Alcalino Carbonatíticos de Araxá e suas implicações frente ao processo de beneficiamento mineral.

Data de Ingresso na Pós-Graduação: 11/2019; Área de Concentração: Análise de depósitos minerais. Possui Bolsa: Não. Fonte pagadora: CBMM.

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ÍNDICE

Caracterização Lipídica e Microbiológica de Testemunhos das Lagoas Salinas do Pantanal

Aluana Ariane Schleder ... 5 Relação entre Uso e Ocupação do Solo e Características Geoquímicas dos Sedimentos Fluviais da Bacia Hidrográfica do Rio das Balsas

Ana Paula de Melo e Silva Vaz ... 10 Contribuição no Conhecimento do Potencial Mineral da Porção Sudoeste do Escudo Sul Rio-Grandense, Terreno Taquarembó: Mapeamento de Alterações Hidrotermais e Arcabouço Estrutural

Ana Paula Tavares ... 15 Imageamento Hiperespectral de Afloramentos Dolomitizados Associado à Caracterização Químico-Mineralógica: Cava Antiga da Mina Rio Bonito - Campo Largo (PR)

André Davi Ferreira ... 20 Estudo de Proveniência Sedimentar nos Membros Pitanga e Caruaçu - Bacia do Recôncavo

Andreas Pauli de Castro ... 25 Ocorrência de Hidrocarbonetos em Depósitos Vulcanoclásticos Máficos (MVD’s) da Província Ígnea do Paraná, em Porto União (SC)

Bianca de Andrade Colle ... 30 Investigação da Influência Glacial na Origem das Fácies de Diamictitos e Conglomerados do Grupo Itararé (Paleozoico Superior da Bacia do Paraná) em Presidente Getúlio (SC)

Bruno Gomes de Souza ... 35 Understanding the Processes of Carbonate and Silica Precipitation in the Post-Magmatic History of Laguna Timone, Pali Aike Volcanic Field, Magallanes Region, Chile

Carolina Henríquez Valenzuela ... 40 Integração de Dados Geofísicos e de Sensoriamento Remoto para Caracterização das Bacias de Carnaubinha e São Julião, Piauí

Claudia Estefani Rodrigues Saraiva ... 45 Micropaleontologia Aplicada a Reconstruções Paleoambientais do Grupo Itararé, Bacia do Paraná, nos Estados de Santa Catarina e Paraná

Dhiego Cunha da Silva ... 50 Caracterização Lito-Estrutural Através da Geofísica e Sensoriamento Remoto, Porção Nordeste da Carta Lagoa da Meia Lua, Rio Grande do Sul

Fabiano Garcia Madrid ... 55 Análise Sedimentológica e Quimioestratigráfica de Alta Resolução da Formação Rio do Sul como Proxy Paleoclimático e Paleoambiental

Felipe Barcellos Caniçali ... 60 Avaliação Geoambiental da Ilha da Trindade (Brasil)

Fernanda Avelar Santos ... 67 Fauna e Ambiente Deposicional da Formação Guabirotuba (Bacia de Curitiba)

Fernando Antonio Sedor ... 72 Aplicação da Técnica de EBSD no Estudo de Porosidade e Permeabilidade em Arenitos Bandados

Flávia Priscila Souza Afonso ... 77 Mapeamento e Descrição das Descontinuidades da Mina de Mármore Água Boa, Almirante Tamandaré, PR Francisco Tomio Arantes ... 82 Inorganic and Organic Processes in the Botijuela Carbonate System Evolution, Antofalla Region - Puna Argentina Guido Ezequiel Alonso ... 87 Geoquímica e Petrografia de Rochas Metabásicas da Formação Perau, Cinturão Ribeira: Integração de Dados Regionais

Guilherme Fedalto ... 92 Avaliação da Relevância Tectônica e Paleoambiental de Carbonatos Lacustres Quaternários da Região do Estreito de Magalhães, Patagônia Chilena

Gustavo Machado Marangon ... 97 A Dinâmica das Rochas, Propagação de Vibrações Induzidas e Dano ao Maciço Rochoso

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Fatores Controladores da Evolução Geomorfológica de um Leque Submarino (Cretáceo Superior da Bacia de Santos, Brasil)

Hugo Seiti Yamassaki ... 107 Caracterização Faciológica dos Recifes do Arquipélago de Abrolhos e da Ilha da Trindade

Iana de Melo Ferro ... 112 A Paleoceanografia do Atlântico Sudoeste no Quaternário: Uma Revisão da Literatura

Ilara da Rocha Santos ... 117 Metodologia de Preparação de Microfósseis de Parede Não-Orgânica Aplicada à Formação Rio Bonito, no Estado de Santa Catarina

Jennyfer Pontes Carvalho Pietsch... 122 Nitrato nas Águas Subterrâneas da Bacia Hidrográfica Paraná 3: Comportamento Sazonal, Traçador de Fluxo e Segurança Hídrica

Jéssica de Souza Gabi Barcellos ... 127 Análise Morfotectônica do Lineamento Guapira (SP-PR) por Meio de Análise Morfométrica de Bacias Hidrográficas Jéssica Miranda dos Santos ... 132 Amostras de Calha e o Potencial para Uso na Quimioestratigrafia do Pré-Sal, Bacia de Santos

Joana Caroline de Freitas Rosin ... 137 Alimentação Artificial de Praias com Sedimentos de Dragagem dos Portos das Baías de Paranaguá-PR e Babitonga-SC

José Augusto Simões Neto ... 142 Determinação dos Processos de Formação dos Tipos de Minérios Oxidados de Nióbio do Complexo Alcalino Carbonatítico de Araxá e suas Implicações frente ao Processo de Beneficiamento Mineral

José Marques Braga Júnior ... 147 Abordagem Multiescalar Utilizada na Construção de um Modelo Geológico 3D Através de Elementos Arquiteturais das “Coquinas” da Formação Morro do Chaves na “Pedreira Atol”, Bacia de Sergipe-Alagoas, Brasil

Júlia Campos Guerrero ... 153 Faciologia e Contexto Deposicional de Sítio Fossilífero e Áreas Análogas da Bacia de Curitiba

Kimberlym Tábata Pesch Vieira ... 158 Qualidade de Reservatórios Siliciclásticos Influenciados por Deformações em Sedimentos Não Consolidados Lara Ferreira Neves ... 163 Quantificação da Vulnerabilidade à Erosão Costeira no Litoral Paranaense com Base no Estudo de Indicadores Lizandra Thamise dos Santos Abreu Melo ... 168 Variações Morfológicas da Nova Barra (Inlet) no Mar do Ararapira, Paraná-São Paulo, Brasil

Lucas Akio Iwakura ... 173 Reconstrução Paleoambiental e Paleoclimática com Base em Microfósseis e Proxies Geoquímicos (Formação Campo do Tenente, Grupo Itararé, Bacia do Paraná)

Lucas Ludwig Volkweis Langer ... 178 Petrography and Geochemistry of the Rio Negro Pluton, Graciosa Province, Southern Brazil

Luís Guilherme Moreira da Silva ... 183 Rochas Vulcânicas da Formação Hilário: Caracterização Petrográfica e Magnetométrica, Distrito Seival, Caçapava do Sul, RS

Marieli Machado Zago ... 188 Acomodação de Processos Deformacionais em Formações-Ferríferas do Proterozoico: Um Estudo de Caso do Bloco Almas-Dianópolis-Cavalcante

Mateus Augusto Oliveira Silva ... 193 Microestruturas e Mecanismos de Deformação ao Longo da Zona de Cisalhamento Patos

Matheus Alves da Silva ... 198 O Potencial Forense de Banco de Dados Magnéticos e Radiométricos de Solo na Predição de Proveniência de Vestígios

Matheus Pereira Nogueira e Silva ... 203 Ambiente Moderno vs Registro Geológico: Travertinos da Bacia do Denizli, Turquia, Comparados com os Travertinos da Seção Pré-Sal da Bacia de Santos, Brasil

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Análise Químico-Mineral, Estrutural e Hiperespectral em Rochas Carbonáticas da Formação Água Clara na Cava Nova da Mina Rio Bonito-Campo Largo (PR)

Murilo Henrique Taques Camargo... 213 Hidroquímica do SASG na Bacia Paraná 3, Características das Formações Paranapanema e Pitanga

Paula Cristina Neuburger de Oliveira ... 218 Structural Framework and Geologic Evolution of Carbonate Precipitation in Torres del Paine Endorheic Basins, Southern Patagonia - Chile

Paulo Quezada Pozo ... 223 Os Depósitos Vulcanoclásticos e sua Relação com a Estrutura Circular de Vista Alegre - Grupo Serra Geral, no Sudoeste do Estado do Paraná

Pedro Henrique Leal Hernandez ... 228 Análise de Fácies das Coquinas do Campo de Búzios, Bacia de Santos

Rafaella de Carvalho Antunes ... 233 Assembleia Microfossilífera do Grupo Guatá (Eopermiano) e suas Implicações Paleoambientais no Centro-Leste de Santa Catarina

Raissa Cristina Oliveira Fontanelli ... 238 Depósitos de Transporte em Massa e Fácies Associadas do Grupo Itararé em Santa Catarina

Ronaldo Paulo Kraft ... 243 Análise de Estudos de Predictabilidade para Ocorrência de Movimentos Gravitacionais de Massa na Serra do Mar: Serra da Prata/PR, e Nova Friburgo/RJ, Brasil

Samuel Saldanha Sarmento ... 248 Integração de Dados Espaciais para Investigações Multipropósito do Grupo Serra Geral no Estado do Paraná Saulo Vila Lobus Strapasson... 253 Processamento e Análise do Radargrama na Barreira Pleistocênica de Superagui, Paraná

Shaiely Fernandes dos Santos ... 258 Análise Morfotectônica e Estrutural da Porção Sul do Litoral do Paraná

Tatiana Abrahão Campos ... 263 Caracterização dos Condicionantes Geológicos que Contribuem no Fluxo da Água Subterrânea: Estudo de Caso no Aquífero Carste do Município de Campo Magro, Paraná

Tereza Cristina Ferreira Campos Morato Filpi ... 268 Modelo Hidrogeoquímico de Circulação das Águas na Bacia do Ajuricaba, Paraná

Thomaz Yanca Zulpo Pereira ... 273 Caracterização de Litofácies em Carbonatos Continentais Modernos: Estudo de Caso em Tufas e Travertinos Victor Amir Cardoso Dorneles ... 278 Análise Morfotectônica da Serra de Los Alisos, Região de San Salvador de Jujuy, Noroeste da Argentina

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Caracterização lipídica e microbiológica de testemunhos das lagoas salinas

do Pantanal

Aluana Ariane Schleder

aluana.schleder@gmail.com

Orientador (a): Sandro Froehner (Departamento de Engenharia Ambiental-UFPR) Co-orientadoras: Lucília Parron Vargas (Embrapa Florestas-Colombo-PR)

Anelize Bahniuk (Departamento de Geologia-UFPR)

Palavras-Chave: n-alcanos; sequenciamento genético; mudanças climáticas

Introdução

Neste resumo são apresentados os resultados parciais do projeto de doutoramento que tem como objeto o entendimento das mudanças da microbiota das lagoas salinas da região da Nhecolândia no Pantanal-MS e comparação dos dados com os de uma lagoa de água doce. A região da Nhecolândia é conhecida por suas lagoas. Nesta região existem mais de 10 mil lagoas, sendo que aproximadamente 10% delas tem um alto teor de sais e valores extremos de pH. Contudo, a coexistência de lagoas com água salgada e de águas doces ainda é tema de debate. Admite-se, porém, que a existência de tais lagoas e de tal mosaico se deu na transição Pleistoceno/Holoceno, pelo isolamento das lagoas (salinas) devido aos bancos de areia. Também é levantada a hipótese de que alternância entre períodos secos e úmidos possam ter sido responsáveis pela formação das lagoas salinas. O que se busca neste projeto é investigar, de forma temporal, variações na composição do material orgânico, especificamente lipídios, os quais são partes constituintes de organismos e microrganismos. Desta forma a variação no perfil de distribuição dos n-alcanos revelou a existência de uma brusca transição a 3.200 anos aproximadamente. Antes, o ambiente era dominado por períodos secos e a matéria orgânica era essencialmente autóctone, como mostrado pela presença de cadeias curtas de n-alcanos, já no período mais recente, as cadeias longas de n-alcanos indicam períodos mais úmidos, portanto contribuição terrestre. Um fato interessante é a presença do composto crocetano, o qual indica, indubitavelmente, a presença de bactérias sulfato-redutoras, responsáveis pela oxidação do metano e precipitação do carbono na forma de carbonato, que justifica a baixa emissão de metano pelas lagoas salinas. Análises de sequenciamento de DNA também mostraram a presenta deste grupo de bactérias e arqueias, assim como uma mudança dos principais grupos ao longo do tempo, possivelmente associadas às mudanças climáticas.

Estado da Arte

O Pantanal é o bioma que detém a maior área úmida continental do mundo, abrangendo uma área de aproximadamente 200.000 Km2 do Brasil, Bolívia e Paraguai (Por, 1995). Lá, ocorre a presença permanente ou temporária de águas superficiais rasas, com solos muitas vezes saturados, além de grande biodiversidade de flora, bem como de fauna adaptada para tais ambientes (Costa et al., 2015, Pott e Silva, 2015). Esta diversidade de ambientes do Pantanal é resultado de uma bacia sedimentar tectonicamente ativa, caracterizada por uma dinâmica sedimentar que produz mudanças constantes na paisagem (Assine, 2003; Assine, 2005). Estudos realizados em testemunhos sedimentares identificaram a ocorrência de fortes mudanças climáticas durante a transição dos períodos Pleistoceno/Holoceno (McGlue et al., 2017). Estas mudanças foram vistas na precipitação e temperatura, assim como nas mudanças da vegetação e na dinâmica da sedimentação (Whitney et al., 2011; MacGlue et al., 2015). Tais observações são consideradas indicadores paleoclimáticos do Quaternário (Suguio, 2010). Essas mudanças climáticas foram caracterizadas por um predomínio de longos períodos secos desde o Pleistoceno Superior até o Holoceno Médio e intercalados com episódios úmidos no Pleistoceno e na transição Pleistoceno/Holoceno (Assine, 2003; Assine et al., 2005). Atualmente, ainda existem dúvidas sobre como estas mudanças na paisagem decorrentes das mudanças climáticas que induziram ou estão associadas a atual paisagem do Pantanal, pois muito da morfologia atual é resultado dessas mudanças ocorridas na transição (Guerreiro, 2016). A origem da salinidade ainda é tema de debate entre pesquisadores. Estudos indicam que a variabilidade da salinidade das lagoas pode ser recente e associada à concentração de sais, devido às altas taxas de evaporação durante o período seco (Barbiéro et al., 2002). A presença de microfósseis de espículas de esponjas, as quais são típicos de lagoas de água doce, encontradas nas partes mais baixas de testemunhos sedimentares e expostas à longos

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períodos de estiagem, sugerem que as atuais lagoas foram, no passado, originárias de água doce e posteriormente submetidas à alternância entre períodos secos e úmidos no Holoceno Médio (Barbiéro et al., 2002; Guerreiro, 2016). Admite-se, ainda, que o aumento da salinidade possa ter ocorrido durante o Pleistoceno, pelo isolamento da drenagem natural das lagoas por bancos de areias (cordilheiras) em conjunto com a alternância de períodos úmidos/áridos (Ab’Saber, 1988). Consequentemente, há um aumento da produtividade primária, mesmo em ambientes extremos (alta salinidade e alcalinidade), possivelmente, devido à organismos adaptáveis a tais ambientes (Wang et al., 2016a). Não obstante, as condições extremas e dinâmicas das lagoas salinas, é possível encontrar uma diversidade de microrganismos, especialmente halofílicos. Vários lagos salinos estão distribuídos no mundo (Bowman et al., 2000; Oren, 2002; Casamayor et al., 2013), sendo objetivo principal de estudos os efeitos da salinidade no controle das populações microbianas (Jiang et al., 2007), sendo que a maioria das pesquisas estão concentradas no Hemisfério Norte. Um fato interessante é a que as lagoas salinas do Pantanal emitem baixos teores de metano. Segundo Bergier et al. (2014), possivelmente, o metano é oxidado por bactérias sulfato-redutoras e precipitado na forma de carbonato. Diante deste contexto, buscou-se identificar a composição geoquímica detalhada no material orgânico depositado nos sedimentos (testemunho) ao longo dos anos e que possa indicar variações na microbiota, induzidas por fatores externos, tais como evaporação e concentração, variações na temperatura, variações hidrológicas ou por eventos geológicos passados (Cimerman et al., 2005). A proposta, também, de forma inédita, avaliou a presença de bactérias e arqueias ao longo dos testemunhos por análises de amplificação do gene 16S RNAr. Abaixo são apresentados os resultados da presença de n-alcanos e DNA, os quais são parte do artigo a ser submetido para a revista Quaternary Research (Disentangling the organic matter

composition of core sediments of soda lakes from Nhecolândia-Brazil).

Material e Métodos

Para este resumo, são apresentados os resultados da análise de 3 testemunhos, sendo 2 oriundos de lagoas salinas e um de lagoa de água doce. Foram recuperados os seguintes testemunhos: um testemunho de 1/170 cm (recuperados/profundidade) do lago Salina da Ponta (NHP) (S18º59’01’’, W56º39’44’’), um testemunho de 1/75 cm do lago Salina Burro Branco (BB2) (S19º29’36’’, W56º09’31’’) e um testemunho de 1/115 cm do lago Baía Terra Preta (BTP) (S19º33’18’’, W56º07’56’’). (Figura 1). O local amostrado dos lagoas salinas foi no centro das lagoas e o do lagoa de água doce na margem (Guerreiro, 2016).

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Para a análise da composição dos marcadores geoquímicos os testemunhos foram abertos e amostrados em intervalos de 2 em 2 centímetros na parte do testemunho com maior teor de material orgânico (topo, coloração escura), já o restante do testemunho, com característica arenosa, foi fracionado em intervalos a cada 4-10 cm e as subamostras foram armazenadas à -20ºC. As amostras foram analisadas segundo a composição de n-alcanos, composição elementar e sequenciamento e amplificação do gene 16S RNAr. Os procedimentos de extração e quantificação dos hidrocarbonetos alifáticos está descrito em Froehner et al. (2019), assim como a determinação da composição elementar. Já as análises e sequenciamento genético está descrito em (Caporaso et al., 2012; Caporaso et al., 2010).

Resultados

Os testemunhos apresentaram constituições distintas em relação ao conteúdo de areia, silte e argila. De modo geral, a parte superior é mais escura em que há presença de material orgâno-siltoso, com menor teor de areia, enquanto a parte inferior é constituída predominantemente por areia. As razões de Redfield, ou seja, C/N, indicam duas situações em relação à fonte de material orgânico. Na parte mais recente dos testemunhos, os valores das razões são baixos, os quais podem ser associados a fontes alóctones, já a parte inferior é de origem autóctone, com valores maiores. Nos 3 testemunhos foram encontrados os n-alcanos variando de C15 a C31, além do crocetano. Os n-alcanos têm sido amplamente utilizados para distinguir a fonte do material orgânico em solos e sedimentos, pois é sabido que fontes terrestres são associadas com cadeias mais longas de n-alcanos (C24 a C31), enquanto que fontes aquáticas (algas e bactérias) contém cadeias menores, C15 a C19 (Eglington e Hamilton, 1967). Nos três testemunhos, observou-se um padrão de distribuição, em que compostos com cadeias maiores estão presentes na parte superior do testemunho, já a parte inferior é dominada por uma mistura de cadeias curtas e longas. Isto pode ser interpretado como fontes diferentes de material orgânico, ou seja, origem terrestre no topo e predomínio de aquática nas partes mais profundas. Também foi observado que a concentração total decresce com o aumento da profundida do testemunho, onde não descarta-se a possibilidade de diagênese. Para melhor entender as fontes de contribuição do material orgânico, razões entre os compostos foram analisadas, as quais relacionam fonte e características hidrológicas daquele ambiente. Razões entre n-alcanos também confirmam o aporte terrestre, em alguns momentos, e aquático em outros. Valores do índice preferencial do carbono (CPI), que mostra a proporção entre cadeias longas e curtas, são altos no topo do testemunho, decrescendo ao longo dos testemunhos. Este comportamento pode ser interpretado como fonte de material terrestre no topo do testemunho e fonte aquática nas demais partes. Estes valores também podem ser influenciados por mudanças climáticas, pois valores altos indicam períodos úmidos, já valores menores, períodos mais secos, portanto produtividade primária maior, confirmada pelos valores da razão C/N (Wang et al., 2016b). Este comportamento foi observado para os três testemunhos. A contribuição terrestre pode ser devido a abundância da palmeira Copernica

Alba, a qual suporta ambientes com maiores teores de carbonato. Os demais índices (Paq e TAR) seguem

o mesmo comportamento, ou seja, no topo contribuição terrestre, seguida de contribuição aquática. Tais resultados também estão relacionados com períodos alternados, entre úmidos e secos. Surpreendentemente, foi encontrado o crocetano, hidrocarboneto alifático, porém ramificado. O crocetano tem sido associado à presença de um consórcio de arqueias metanotróficas e bactérias que oxidam o metano, mais especificamente com bactérias sulfato-redutoras. Tais bactérias oxidam o metano, sendo que o sulfato serve como aceptor de elétrons (Greenwood e Summons, 2003). Segundo Pancost et al. (2000) o metano é oxidado sob condições anaeróbicas por um consórcio de bactérias com precipitação de carbonato. Nos três testemunhos a ocorrência de crocetano não foi uniforme, sugerindo processos microbiológicos independentes, contudo, a baixa emissão de metano pelas lagoas salinas, como observado anteriormente, a presença de crocetano confirma a hipótese de Bergie et al (2014).

Finalmente, os resultados de sequenciamento de DNA mostraram uma abundância de grupos de bactérias e arqueias nos três testemunhos. Dentre o domínio das bactérias, o filo Firmicutes e as subdi-visões Gama, Alpha, Beta e Delta-Proteobacteria, foram dominantes ao longo dos testemunhos. Entre as sequências atribuídas a Firmicutes, o gênero dominante foi Bacillus, nos segmentos central e basal do testemunho NHP (7.165±598 ka) e no segmento basal do testemunho BTP (intervalo não datado). O filo

Fimicutes é caracterizado por rápida germinação de esporos e um curto período de duplicação.

Sequên-cias atribuídas aos filos Actinobacteria e Chloroflexi também foram identificadas nos segmentos do topo e meio do testemunho NHP. Dentre as Actinobacterias, o grupo dos Actinomicetos termofílicos foram os mais abundantes nos os segmentos 14 a 16 e 55 a 57 cm. Ainda no segmento 55 a 57 cm (2200 cal. anos AP) do testemunho NHP foi identificado o gênero Streptomyces. Os Actinomicetos são amplamente co-nhecidos por ocuparem ambientes hipersalinos (Zenova et al., 2011). Já bactérias do gênero

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Acti-nobactérias desenvolveram diversas estratégias de sobrevivência, incluindo a esporulação, ampla

capa-cidade metabólica de degradação, síntese de metabolitos secundários, e vários mecanismos de resistên-cia à radiação UV (McCarthy e Williams, 1992). Actinobactérias foram isoladas de solos salinos no México (Valenzuela-Encinas et al., 2009) e descrito como um dominante filo em ambientes áridos, como o deserto da Namíbia (Makhalanyane et al., 2013). Em especial representante da classe Anaerolineae, pertencen-tes ao filo Chloroflexi, foram encontradas nos segmentos de topo e meio dos pertencen-testemunhos NHP e BB2.

Cloroflexi também é encontrado em ambientes hipersalinos, como solos altamente salinos e águas

resi-duais hipersalinas. A maioria das sequências de Cloroflexi pode ser encontrado nas camadas profundas. Não foram identificados grupos bacterianos bastante expressivos no testemunho BB2 em comparação com os grupos encontrados nos testemunhos NHP e BTP. Todavia, foi possível identificar, sutilmente, que as subdivisões do filo Proteobacteria (alphaproteobacteria, betaproteobacteria, deltaproteobacteria e

gammaproteobacteria) estão presentes em todas as profundidades analisadas. De forma geral, betapro-teobacteria domina em todos os segmentos, seguido por Gemm-5 e Nitrospira identificados nos

segmen-tos entre 8 a 10 cm de profundidade, intervalo datado pelo 14C em período pós-bomba. Representantes da classe Acidimicrobiia, Gemm-5 compõem a porção basal do testemunho (40 a 44 cm).

Gemmatimo-nadetes apresentam crescimento lento (Zhang et al., 2003) são colonizadores que se adaptam bem à

baixa umidade do solo (DeBruyn et al., 2011), apontando para uma tolerância à dessecação.

Discussões e Conclusões

Três testemunhos foram analisados segundo o perfil de distribuição de n-alcanos. A distribuição mostrou situações distintas e em alguns momentos alternâncias entre fontes de introdução da matéria orgânica, tais mudanças se associam com mudanças climáticas que ocorreram na região do Pantanal durante o Holoceno. No topo dos testemunhos predominam as cadeias longas, as quais indicam a introdução de material de origem terrestre, que também pode estar associado à períodos mais úmidos. Já as partes mais profundas, predominam cadeias curtas, as quais são provenientes de algas, especialmente. Na lagoa de água doce (BTP) há a ocorrência de macrófitas, nos sedimentos confirmadas pelas cadeias médias de n-alcanos. Em todos os testemunhos observou-se hiatos pelas análises de granulometria, composição elementar e n-alcanos, provavelmente indicando uma transição, com abrupta mudança climática. Admite-se que estas mudanças climáticas influenciaram na formação das lagoas, tanto salinas como de água doce, claramente existe uma mudança na distribuição dos n-alcanos, que pode estar associada à mudanças climáticas. A presença de crocetano confirma a oxidação do metano por um consórcio de bactérias e que precipita o carbono na forma de carbonato. Contudo, a ocorrência de crocetano na lagoa de água doce induz a alternativa de existência de um consórcio de bactérias distinto entre lagoas. A existência de tal consórcio é indicado pelos resultados de sequenciamento do DNA.

Atividades Futuras

Preparação e submissão do segundo artigo com foco principal no tratamento bioestatístico (em andamento) dos resultados de sequenciamento do DNA, a fim de identificar os genes predominantes em cada segmento dos testemunhos. Também neste artigo, será associado o perfil de ácidos graxos com os resultados dos principais grupos de bactérias.

Agradecimentos

Ao CNPq/Equinor pela bolsa de doutorado (Processo 440126/2019-3).

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Dados Acadêmicos

Modalidade: Doutorado – acima de 12 meses. Data do Exame de Qualificação: Dezembro/2019

Título Original do Projeto de Pesquisa: Avaliação da mudança da microbiota e salinidade nas lagoas do Pantanal Data de Ingresso na Pós-Graduação: 04/2017; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos.

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Título: Relação entre uso e ocupação do solo e características geoquímicas

dos sedimentos fluviais da Bacia Hidrográfica do Rio das Balsas

Ana Paula de Melo e Silva Vaz

ana.vaz@ufma.br

Orientador: Prof. Dr. Sandro José Froehner (UFPR)

Palavras-Chave: Metais pesados; Índices geoquímicos; Modificações geoquímicas.

Introdução

O presente estudo é resultado da análise, em andamento, da região sul do estado do Maranhão, especificamente na região da Bacia Hidrográfica do Rio das Balsas (BHRDB), o local é uma área em desenvolvimento, impulsionado principalmente pela produção agrícola no bioma Cerrado e que possui poucas pesquisas e mapas de descrição da área. Inicialmente, a principal dificuldade encontrada foi a falta de informações na literatura sobre a BHRDB. Por este motivo foi produzido e publicado um artigo que versa sobre a caracterização física da BHRDB, bem como apresenta em análise qualitativa por meio do mapa de áreas suscetíveis a erosão com base no método Curve Number (NRCS, 1989). Considerando que, os sedimentos fluviais são constituídos por partículas minerais e matéria orgânica e que estes são transportados e/ou depositados nos corpos d’água, vislumbra-se a determinação e associação com a origem do material inorgânico do sedimento, portanto os efeitos antrópicos na bacia , além de entender a quanto tempo as modificações geoquímicas antrópicas vem ocorrendo no local. Além disso, espera-se contribuir por meio da elaboração de mapas e diagnósticos iniciais para que a ocupação da área possa ocorrem de maneira sustentável, buscando aliar a aptidão da área com as atividades econômicas.

Estado da Arte

Os sedimentos são constituídos por partículas minerais e matéria orgânica que são transportadas ou depositadas nos corpos d´água. Os processos derivados das atividades antrópicas são responsáveis pela entrada de cargas de elementos tóxicos nas águas superficiais das bacias hidrográficas, e podem afetar a qualidade dos sedimentos, uma vez que estes, são estoques de substâncias e compostos químicos e podem servir de fonte secundária de poluição difusa (POLETO; FERNANDES e BEIER, 2017). As atividades antrópicas são refletidas na qualidade de corpos hídricos e estão associadas ao uso e ocupação do solo, a erosão também é um reflexo de como o solo é ocupado. Sob determinadas circunstâncias, as taxas de erosão podem ser 100 vezes maiores, com a interferência humana, do que seria apenas considerando-se em termos geológicos (CARVALHO et. al., 2000). De acordo com Coltrinari (2001), foi no início dos anos 1990 que surgiu a ideia de estabelecer parâmetros, avaliar os componentes naturais e definir a contribuição das ciências da Terra à compreensão das mudanças globais de curto prazo. Nos últimos anos o uso de marcadores geoquímicos tem sido amplamente utilizados na compreensão e entendimento do material orgânico depositado nos corpos hídricos, os quais podem trazer informações quanto a origem do material, bem como ser associados aos processos naturais e antrópicos. A utilização de marcadores geoquímicos com a finalidade de rastrear a erosão é denominada método fingerprint, que pode auxiliar no entendimento dos aportes antrópicos. De acordo com Salminen (2018) a várzea superficial e os sedimentos são normalmente afetados por atividades antropogênicas recentes e podem estar contaminados, já as amostras mais profundas normalmente mostram a variação natural. Galoski et al., (2019) destacam que a combinação do uso do solo e das características hidrológicas podem interferir no sedimento que é carreado para os corpos hídricos, os autores utilizaram o fingerprint como ferramenta para rastrear a erosão influenciada pelo uso do solo. Para entender como ocorreram os aportes antrópicos ao longo do tempo é necessário utilizar técnicas que determinem a idade dos sedimentos depositados. A datação permite determinar quando o evento ocorreu. Também pode ser obtido resultados satisfatórios e de grande relevância no estabelecimento de um histórico ambiental, referentes a geocronologia de sedimentos com idades de até cerca dos 150 anos, ganhando maior relevância, ainda, quando aplicada em regiões de intensas atividades antrópicas, uma vez que os sedimentos funcionam como registro histórico das atividades de uso e ocupação do solo (ALEXANDER et al., 1993 apud POLETO, FERNADES E BEIER, 2017). Com a determinação temporal combinada com

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a avaliação do uso e ocupação do solo ao longo do tempo é possível determinar quais atividades mais influenciam a composição geoquímica do local. Considerando que a contaminação do solo e sedimentos por metais pesados ocorre, em centros urbanos não industrializados, como é o caso da área de estudo, principalmente pela presença de lixões. Abrelpe (2015) descreve que o aporte de metais pesados pelos lixões (As, Pb, Cu, Cr, Ni, Zn, Fe, Mn, Sc e Sr) se dá pelo processo de decomposição dos materiais presentes na massa de resíduos ou pela combustão. Determinar o impacto destes metais nos sedimentos ainda é um desafio no Brasil, já que segundo Schmitz (2018), para os sedimentos, não há ainda uma legislação nacional sobre a qualidade do ambiente natural, exceto a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA nº454), que disciplina a dragagem e disposição dos sedimentos dragados. No entanto alguns índices podem ser utilizados como o Índice de Geoacumulação (Igeo) proposto por Muller (1969), além do Fator de Enriquecimento (EF) proposto por Hakanson (1980) e o Índice de Carga de Poluição (PLI) proposto por Tomlinson et al., (1980). Com base nestes índices é possível descrever as principais modificações geoquímicas dos sedimentos induzidos por atividades antrópicas.

Material e Métodos

A primeira etapa do trabalho, consistiu no mapeamento de caracterização morfométrica e delimitação da BHRDB e suas sub-bacias, de posse dos mapas foi possível determinar os pontos de amostragem que foram selecionados de acordo com as diferentes influências antrópicas, em áreas com pouca ou nenhuma influência antrópica a montante do centro urbano, área de influência urbana, área de influência do lixão, e a jusante da cidade de Balsas (Figura 1).

A área delimitada como área de influência total, compreende as sub-bacias a montante dos pontos de coleta, que possuem área de 9058,9 km2 e representa cerca de 35% da área total da BHRD. Os testemunhos foram coletados em tubos de PVC de 50 mm de diâmetro, com aproximadamente 50 cm de comprimento entre os meses de junho e julho de 2018. Após a coleta, os testemunhos foram refrigerados e posteriormente congelados até a abertura para fatiamento. A separação das amostras foi feita em intervalos de 2 cm, conforme descrito em IAEA (2003). No total, foram realizadas coletas em 9 pontos sendo três testemunhos em cada ponto. Para cada local foram selecionadas análises distintas, a escolha se deu com base na análise espacial das três principais atividades antrópicas que podem influenciar a modificação na composição geoquímica dos sedimentos. As análises realizadas foram: Datação por 210Pb em P3, P4 e P9; Concentração de NPK em P1, P2 e P3, para determinar aportes pela agricultura; Metais pesados (As, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn) em todos os pontos, para avaliar a influência tanto do centro urbano quanto do lixão. A datação por 210PB foi realizada no laboratório de espectrometria gama do Instituto Oceanográfico da USP, sendo utilizado o método descrito por Figueira (2000). Para determinar a concentração dos metais biodisponíveis, as amostras foram previamente secas e separadas por peneiramento (<0,63μm). Então, foram preparadas conforme procedimento descrito no método EPA 3050-B (USEPA, 1996) com a adaptação descrita por Schmitz (2018) que permite o uso do bloco digestor.

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A extração e leitura da concentração dos metais biodisponíveis foi realizado Laboratório de Nutrição de Plantas da UFPR. Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância (ANOVA) com 95% de confiança para determinar a similaridade ou diferenças entre os metais analisados, além disso, foram calculados: Índice de Geoacumulação (Igeo), Fator de Enriquecimento (EF) e Índice de Carga de Poluentes (PLI) a base de dados geoquímicos da CPRM foi utilizada como background para os valores utilizados no cálculo dos índices. Para a avalição da ocupação antrópica na região, foram utilizados os dados disponíveis em Mapbiomas que possui uma coleção de arquivos rasters com o uso e ocupação do solo entre os anos de 1985 e 2018 produzidos com base em imagens Landsat com 30 m de resolução. Para a presente análise, foram utilizados os dados relativos aos anos 1988, 1998, 2008 e 2018.

Resultados

A datação por 210Pb demonstrou que as bases dos testemunhos dataram de 1946 e 1947. Com relação à análise granulométrica, P3 e P4 foram classificados como textura arenosa, conforme os grupamentos texturais descritos por Embrapa (2006) e apresentaram 92% de areia, 5% de silte e 3% de argila; 99,2% de areia, 0,8% silte e 0% argila, respectivamente. Já no P9, as camadas analisadas variaram entre textura média e textura muito argilosa, no geral o testemunho foi classificado como muito argiloso (1% de areia, 2% de silte e 97% de argila). A avaliação do uso e ocupação do solo na área de estudo não é possível para atingir a mesma data da base dos sedimentos, os dados mais antigos datam de 1985. Como os testemunhos foram coletados em 2018, foram utilizados os dados de 2018, 2008, 1998 e 1988 (intervalos de 10 anos), para entender de que modo ocorreram as mudanças de uso e ocupação na área de influência, como mostra a Figura 2.

As principais alterações com relação ao uso e ocupação do solo, entre os anos de 1988 e 2018 foram: a redução das áreas de Cerrado e Campo, que reduziram 16,6 e 3,4% no período, respectivamente. Em contrapartida, houve aumento nas áreas de Cultura perene (19,2%), já as demais áreas variaram positivamente menos de 0,5%. Com relação as concentrações de N, P e K em P1, P2 e P3, a ANOVA mostra significância estatística entre todos os elementos, já que todas correlações apresentam p<0,05. Por sua vez, as concentrações de metais biodisponíveis, realizados em todos os pontos de coleta, e estão apresentadas na Tabela 1, onde são apresentadas as médias, o desvio padrão, o mínimo e o máximo por elemento, para o universo de 9 pontos amostrais e de 97 sub amostras.

Tabela 1: Médias das concentrações de metais pesados (ppm).

As Cr Cu Mn Ni P Pb Zn Fe

Média 1.3 6.3 4.8 47.5 7.6 65.6 10.7 43.7 3572.6

Des. Padrão 1.2 5.2 6.1 53.6 5.3 72.9 7.6 31.7 3064.4

Mínimo 0.0 0.2 0.2 0.6 0.5 0.0 0.9 1.7 91.1

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Máximo 4.7 20.0 26.9 205.4 20.2 287.2 29.5 121.6 10150.9

Pela ANOVA, é possível afirmar que não há diferença estatística entre os seguintes elementos: Ni e Cr; P e Mn; Pb e Cr; Pb e Ni; Zn e Mn; e Zn e P. Entre todos os demais, há significância estatística já que apresentam p<0,05. O cálculo dos índices Igeo, EF e PLI possibilitam avaliar o grau de modificação geoquímica, uma vez que estes consideram nos cálculos os valores encontrados no solo/rocha do local. A Tabela 2 mostra os valores calculados para Igeo e EF, por elemento e os valores de background.

Tabela 2: Igeo, EF calculados e valores de background.

As Cr Cu Mn Ni P Pb Zn Fe

Igeo 13.0 -2.7 -2.7 3.7 15.6 -2.8 -2.2 18.1 5.6

EF 8.7 0.0 0.0 0.3 71.3 0.0 0.0 468.7 4.4

CPRM* 0.01** 34.17 13.54 108.33 23.92 0.01** 18.38 27.58 32166.67

*Valores de background. **valor original igual a zero, utilizado 0,01 para o cálculo dos índices.

Conforme a classificação dos resultados do Igeo, a área não é considerada contaminada pelos valores encontrados para Cr, Cu, P e Pb (Igeo < 0). Já o valor encontrado para Mn o classifica como contaminado (3 < Igeo < 4). Por sua vez, As, Ni, Zn e Fe foram classificados como extremamente contaminados por apresentarem Igeo > 5. Já com relação ao EF temos Cr, Cu, Mn, P e Pb classificados com enriquecimento deficiente (EF < 2). As e Fe apresentam enriquecimento significativo (EF entre 5 e 20). E Ni e Zn apresentam enriquecimento extremamente alto (EF > 40). Outro método de avaliação das alterações geoquímicas locais que é amplamente utilizado é o PLI, para o presente estudo, as áreas foram divididas em: Montante, Urbano e Lixão, a Tabela 3 mostra os resultados do PLI para as 3 áreas.

Tabela 3: PLI por área de influência.

PLI Montante PLI Urbano PLI Lixão

Média 3.3 16.9 25.1

Des. Padrão 0.7 7.9 10.7

Mínimo 2.6 6.2 10.5

Máximo 4.2 28.1 39.5

De acordo com a proposta de Tomlinson (1980), os valores de PLI abaixo de 1 são considerados não poluídos e os valores maiores que 1 são classificados como poluídos, conforme observa-se na Tabela 3, as três áreas estão poluídas, além de perceptível o aumento dos valores de PLI para as diferentes áreas, sendo os menores valores para a área de montante, valores intermediários para área urbana e os maiores valores com relação aos pontos coletados para avaliar a influência do lixão. Observando os valores calculados temos em comparação entre área de montante e a área urbana um incremento de 5,1 vezes no valor do PLI, já entre a área de montante e a área de influência do lixão temos valores 7,1 vezes maior e entre a área urbana e lixão a diferença é de 1,5 vezes.

Discussões e Conclusões

A razão pela qual optou-se por utilizar nas análises somente a parte fina do sedimento (<63μm) é justificada pelo estudo de Li et al, (2020) que determinou que a argila foi o principal fator com poder de predição do fingerprint, 73.5%. A restrição da análise para a parte fina do sedimento é corroborada por Owens et al., (2016) que descreve que o efeito do tamanho das partículas pode ser minimizado de dois modos, pela restrição ao tamanho das partículas para <63μm ou pela utilização de fatores de correção. Com relação aos índices calculados, tanto os valores de Igeo quanto os valores de EF indicam que os elementos que apresentam valores elevados são os mesmos: As, Ni, Zn e Fe. O que pode indicar a que provável fonte seja a mesma para as três áreas. Os valores calculados para o PLI indicam que conforme os pontos se aproximam da área urbana e do lixão os valores encontrados aumentaram, o que pode indicar o incremento das atividades urbanas, especialmente com relação ao lixão, já que a diferença entre a área de montante a área urbana é de 5,1 vezes e entre a área urbana e a área do lixão é de apenas 1,5 vezes maior. Espera-se validar o método utilizado como ferramenta passível de utilização para monitoramento das condições ambientais do Rio Balsas que é o curso de água mais importante do sul do estado do Maranhão, um dos principais afluentes do rio Parnaíba e o principal manancial para abastecimento urbano do município.

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O primeiro artigo já foi submetido, revisado e aceito para publicação na Revista Engenharia Sanitária e Ambiental. O segundo artigo está em andamento e é relacionado a correlação entre as alterações no uso e ocupação do solo e a variação dos compostos geoquímicos ao longo do tempo.

Agradecimentos

Agradeço a todos que contribuíram de diversas maneiras para a realização da presente pesquisa.

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Dados Acadêmicos

Modalidade: Doutorado – acima de 12 meses. Data do Exame de Qualificação: Julho/2019.

Título Original do Projeto de Pesquisa: Identificação Da Relação Entre Uso E Ocupação Do Solo E Características Geológicas Da Bacia Hidrográfica Do Rio Balsas-MA, Pelo Método Fingerprint.

Data de Ingresso na Pós-Graduação: 05/2017; Área de Concentração: Geologia Ambiental; Linha de Pesquisa: Recursos Hídricos.

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Contribuição no conhecimento do potencial mineral da porção sudoeste do

Escudo Sul Rio-Grandense, Terreno Taquarembó: mapeamento de

alterações hidrotermais e arcabouço estrutural

Ana Paula Tavares

anatavares@ufpr.br

Maximilian Fries (Pós Graduação em Geologia - UFPR; Laboratório de Geofísica Aplicada - UNIPAMPA)

Palavras-Chave: exploração mineral; sensoriamento remoto; geofísica.

Introdução

O Escudo Sul Rio-Grandense é reconhecido por abrigar importantes recursos minerais, a exemplo de mineralizações metálicas de ouro, estanho, tungstênio e sulfetos de metais base (cobre, chumbo, zinco), que ocorrem ou não associadas a metais preciosos (ouro e prata). Essas mineralizações são em sua maioria ocorrências, e em menor número, depósitos e minas, nas quais têm sido exploradas desde o século passado (Ramgrab et al., 2000). Nesse contexto insere-se a área de estudo proposta, na qual além de apresentar significativas ocorrências minerais metálicas, possui uma mina desativada que permaneceu ativa até a década de 1930 (Camozzato et al., 2014), sendo responsável pela extração de ouro.

No trabalho de Tavares (2019), que realizou uma análise da distribuição dos recursos minerais metálicos em uma extensão que inclui o Escudo Sul Rio-Grandense, um dos pontos levantados em suas considerações, é a possível relação espacial observada entre ocorrências minerais de cobre e chumbo, com unidades pertencentes a Formação Hilário. A área de estudo possui unidades litológicas pertencentes a formação em questão, bem como termos intrusivos cogenéticos a esse vulcanismo - Hilário. Em trabalhos prospectivos regionais executados pela Companhia Brasileira do Cobre - CBC na região, foram identificadas estruturas filonianas nas quais foram detectados teores de ouro, como também a presença de molibdenita, galena, esfalerita e minerais de cobre (Camozzato et al., 2014). Laux (2017) realizou trabalhos de geoquímica prospectiva na região, através de coleta de sedimentos ativos de corrente e concentrados de bateia, nas quais as análises resultaram em zonas anômalas para alguns elementos. São referidas zonas de alteração hidrotermal nas localidades de interesse para ouro da região, mas dentre as áreas mais relevantes, a que abriga a mina desativada, as zonas de alterações hidrotermais foram observadas através de material que não se encontra in situ, sendo verificadas através do que restou da pilha de estéril. A região foi prospectada por algumas empresas no passado, contudo, foram descartadas por falta de controle da mineralização (Custódio et al., 2019). Bibliografias apontam que os filões mineralizados da região, são dominantemente rúpteis, com estruturas brechadas e orientados preferencialmente a N-S, NNE e NW (Camozzato et al., 2014).

Diante do contexto exposto, objetiva-se identificar e mapear zonas de alterações hidrotermais, que estejam associadas as mineralizações presentes na região (não somente as auríferas já conhecidas e explotadas, mas também verificando o potencial para metálicos como cobre e chumbo), de modo a contribuir para o conhecimento e identificação da distribuição dessas zonas. Complementarmente, a identificação de zonas de alteração hidrotermal, em conjunto com a análise de dados aeromagnéticos - como suporte no entendimento do arcabouço geológico-estrutural, servirão como guias para a definição de áreas para a aplicação de geofísica terrestre de detalhe, a fim de refinar e colaborar para o conhecimento estrutural das mineralizações e da região. Os resultados a serem obtidos oferecerão significante aumento na resolução das anomalias observadas, acrescentando importantes informações geológicas e geofísicas na área, considerando que dados geofísicos em escalas de maior detalhamento (1:50.000 e 1:25.000) são inexistentes na região. Convém ressaltar que o entendimento referente ao comportamento e distribuição das ocorrências minerais, assim como o contexto geológico nas quais estão inseridas, é fundamental para ampliar as chances de sucesso na identificação de alvos propícios a conter mineralizações.

O estado do Rio Grande do Sul é composto por três províncias geológicas distintas, com características litoestruturais, geocronológicas, geomorfológicas e evolutivas próprias. Foram definidas

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por Almeida et al. (1977) e correspondem as Províncias Mantiqueira, Paraná e Costeira. A área de estudo está situada na Província Mantiqueira, que corresponde a um sistema orogênico constituído predominantemente por terrenos Pré-Silurianos (> 450Ma). Constitui uma faixa ao longo da região costeira, que se estende do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, prolongando-se ao Uruguai. Sua porção no Rio Grande do Sul está localizada na região central do estado, sendo referida como Escudo Sul Rio-Grandense (Hasui, 2012), nos quais seus terrenos compreendem associações de rochas metamórficas, ígneas e sedimentares, distribuídas em um complexo arranjo tectono-estratigráfico. Lineamentos regionais orientados a NE-SW e NW-SE segmentam o escudo e embasam a compartimentação tectônica dos terrenos que o compõem (Laux, 2017). As unidades geotectônicas que constituem o escudo compreendem o Terreno Taquarembó, Terreno São Gabriel, Terreno Tijucas, Batólito de Pelotas e coberturas vulcano-sedimentares da Bacia do Camaquã e ígneas plutônicas correlatas, que intrudem ou depositam-se sobre as demais unidades (Camozzato et al., 2014).

A região proposta para esta pesquisa situa-se no Terreno Taquarembó, limitado a oeste e a sul pelos sedimentos da Bacia do Paraná; a nordeste limitado do Terreno São Gabriel pelo Lineamento de Ibaré; e a leste, limitado do Terreno Tijucas pelo Lineamento Magnético de Caçapava do Sul (Chemale, 2000). As principais unidades geológicas são representadas pelo Complexo Granulítico Santa Maria Chico (CGSMC), formado por gnaisses quartzo-feldspáticos, gnaisses máficos, ultramafitos e rochas supracrustais, metamorfizadas na fácies granulito a anfibolito, que são intrudidos por granitos e recobertos parcialmente por rochas vulcano-sedimentares (Laux, 2017). As unidades intrusivas no CGSMC apresentam composição granodiorítica a monzogranítica, que formam intrusões com enclaves de rochas granulíticas do CGSMC, acompanhadas por corpos dacíticos subvulcânicos. Ocorrem também, unidades vulcânicas e vulcano-clásticas de caráter ácido e básico (Chemale, 2000). As mineralizações da área ocorrem em veios e brechas hidrotermais encaixadas em rochas de composição granítica (hipabissais e plutônicas) e metamórficas, como também em configurações mais complexas, encaixadas nas litologias mencionadas que podem estar cortadas por diques traquíticos e traquiandesíticos (Camozzato et al., 2014).

A área de estudo está localizada na porção centro oeste do estado do Rio Grande do Sul, compreendendo as coordenadas 30° 53’ e 31° 00’ sul e 54° 12’ e 54º 27’ oeste, que englobam parte dos municípios de Dom Pedrito e Lavras do Sul (Figura 1). O acesso a área se dá a partir de estradas não pavimentadas, que podem ser acessadas a partir de rodovias federais e estaduais, como a BR 473 e RS 630, respectivamente.

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Estado da Arte

Os dados de sensoriamento remoto permitem obter informações da superfície terrestre sem que haja contato direto com esta, através da captação e registro da energia refletida ou emitida pela superfície (Florenzano, 2007). A energia utilizada no sensoriamento remoto é a radiação eletromagnética que se propaga em forma de ondas, na qual sensores e dispositivos capazes de detectá-la, a registram em variadas formas, como imagens, gráficos e dados digitais diversos. A distribuição da radiação eletromagnética é representada pelo espectro eletromagnético, em função de seus comprimentos de onda e frequência, denominados de bandas ou faixas espectrais. As imagens de um alvo captadas em diferentes faixas do espectro eletromagnético apresentam reflectâncias específicas, inerentes ao material do qual são compostas (Fitz, 2010). Esses dados podem então ser manipulados e analisados por meio de software, visando o realce e extração de informações acerca da superfície de interesse.

A geofísica através de seus diferentes métodos, permite medir variações dos parâmetros físicos, associados a mudanças de propriedades físicas das rochas em subsuperfície. Consiste em uma ferramenta empregada em diversas áreas das geociências, na qual é amplamente utilizada na exploração mineral, uma vez que é capaz de mapear grandes áreas de maneira mais otimizada e com custos reduzidos. É geralmente consensual que a descoberta de depósitos minerais econômicos mais superficiais tem se tornado cada vez mais árdua, implicando no aumento de investigações de alvos não aflorantes e profundos (Dentith & Mudge, 2014), possibilitado através da aplicação de métodos geofísicos. A magnetometria consiste em um método geofísico que mede a intensidade do campo magnético terrestre e das magnetizações induzidas pelos materiais em subsuperfície. As anomalias magnéticas são causadas por minerais magnéticos contidos nas rochas. Os minerais formadores de rocha mais comuns exibem suscetibilidade magnética muito baixa, estando o caráter magnético associado a uma proporção geralmente reduzida de minerais magnéticos, comumente causadas por magnetita e pirrotita. As rochas ígneas básicas são geralmente altamente magnéticas em função do alto conteúdo de magnetita. Em relação a rochas ígneas ácidas, seu comportamento magnético pode ser variável, mas em geral, são menos magnéticas, uma vez que o conteúdo de magnetita tende a diminuir com o aumento da acidez. Para rochas metamórficas, seu caráter magnético também é variável (Kearey et al., 2009).

O método geofísico de gamaespectrometria mede a radiação emitida por elementos radioativos que constituem os minerais. A maior parte dos isótopos radioativos de ocorrência natural não apresentam importância para a geofísica, uma vez que a maioria é rara, fracamente radioativa, ou ambos. Os elementos que constituem as principais fontes de radiação, provêm da desintegração natural de K, U e Th (Telford et al., 1990). Entretanto, os elementos U e Th não emitem radiação gama, mas sim seus produtos decorrentes de decaimento, o Bi e o Tl, sendo referidos como U e Th equivalente (eU, eTh). A radiação gama no solo é fortemente afetada pela densidade do meio que atravessa, esse fator implica a limitação investigativa do método, tornando suas medições essencialmente superficiais, com alcance médio de 30 a 40 centímetros (Ribeiro et al., 2014).

Material e Métodos

Para o desenvolvimento deste projeto foram definidas as seguintes etapas i) revisão bibliográfica, ii) processamento e análise de dados de sensoriamento remoto e aerogeofísicos, iii) etapas de campo - geologia e geofísica, iv) processamento, integração e análise e v) interpretação e resultados. A revisão bibliográfica contará com informações pré-existentes como geologia regional e local, modelos de depósitos e sistemas minerais, geoquímica e levantamento de ocorrências minerais metálicas de interesse (ouro, cobre, chumbo e demais elementos associados a tais metálicos), ocorrentes na área de estudo. Dentre os produtos a serem gerados a partir dos dados de sensoriamento remoto por meio de processamentos específicos para cada finalidade, têm-se: a) modelos digitais de terreno, a fim de auxiliar interpretações estruturais, de concentração e remobilização de elementos; b) Imagens de satélite com alta resolução espacial, processadas em diferentes combinações de bandas, com o intuito de identificar possíveis assinaturas de alteração hidrotermal associadas as áreas de interesse mineral (reportadas em bibliografias). A utilização das imagens de satélite, juntamente com os dados aerogamaespectrométricos – que serão abordados a seguir, auxiliarão na seleção de regiões inseridas na área de estudo, para a realização de c) análise hiperespectral, proporcionando detalhes acerca das propriedades químicas da superfície imageada.

Os dados aerogeofísicos a serem utilizados consistem em dados de magnetometria e gamaespectrometria pertencentes ao Projeto Aerogeofísico Escudo do Rio Grande do Sul, oriundos de aerolevantamentos realizados a pedido da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais - CPRM (CPRM, 2010), e disponibilizados com os processamentos necessários previamente realizados. Os dados

Referências

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