À descoberta da Química e da Bioquímica
Oficina de Verão
Prof. Dr. Joaquim C. G. Esteves da Silva Dr.ª Sónia de Jesus Rocha
Faculdade de Ciências
Departamento de Química e Bioquímica 2
Índice
Parte I ---
3
Material e Equipamento de Laboratório ---
4
Regras de Segurança ---
6
Parte II ---
8
Actividades Experimentais ---
8
1. Detecção de impressões digitais ---
9
2. Detecção de vestígios de sangue ---
10
3. Fluorescência ---
11
4. Produção de bioetanol ---
12
5. Síntese das pérolas de alginato ---
17
6. Aquecimento químico ---
19
7. Arrefecimento químico ---
20
8. Síntese da borracha natural ---
21
Bibliografia ---
22
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Parte I
Departamento de Química e Bioquímica 4
Material e Equipamento de Laboratório
Gobelé Matráz Kitasato ou matráz com tubuladura lateral Proveta Garrafa de esguicho
Pipeta graduada Pipeta volumétrica Pompete Balança Frasco conta-gotas
Espátula Pinça Vareta de vidro Funil Pipeta conta-gotas
Suporte
universal Noz Garra
Termómetro
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Suporte elevatório Placa de aquecimento com agitação magnética Barra magnética Placa de agitação magnética Manta de aquecimentoBalão redondo Cabeça de destilação
Adaptador de
termómetro Condensador Alonga
Vidro de relógio Tubo de ensaio Suporte para tubos de ensaio
Lamparina Mola de madeira
Coador Frasco de plástico Frasco de vidro com rolha Anel adaptado a um funil Estufa
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Regras de Segurança
Regras gerais
Vestir sempre uma bata, não a usando fora da área do laboratório. Usar sempre luvas.
Usar sempre óculos de protecção. Nunca trabalhar sozinho no laboratório. Nunca realizar experiências não autorizadas. No laboratório não se brinca.
Evitar em absoluto fumar, beber, comer, ou guardar alimentos dentro do laboratório.
Nunca ingerir, inalar, ou tocar com as mãos nos produtos químicos. Se algo deste tipo acontecer, tomar imediatamente medidas de primeiros socorros relacionados com risco e segurança dos produtos químicos.
Muito cuidado com os olhos. Nunca friccioná-los com as mãos. Ter em atenção o cabelo. Se este for comprido, deve ser amarrado.
Se sentir alguma irritação, lavá-los imediatamente com água em abundância.
Não iniciar uma experiência sem antes ler atentamente como se deve proceder (ler o protocolo experimental) e tirar todas as dúvidas, caso haja, até ficar totalmente esclarecido. Identificar claramente todos os recipientes. Nunca usar algum em relação ao qual se tenha
dúvidas quanto ao conteúdo.
Depois de abrir o frasco que contém o produto químico, colocar a tampa na mesa sempre voltada para cima. Assim, evita-se a contaminação do produto.
Enquanto se transfere o líquido, voltar o rótulo do frasco para cima para que não fique deteriorado com o líquido que escorre.
Evitar troca de tampas.
Depois de retirar o produto químico, fechar imediatamente o frasco. Evitar a abertura simultânea de vários frascos.
Ler sempre o rótulo de qualquer produto químico antes de o utilizar. Não guardar nenhuma substância sem rótulo.
Trabalhar na hotte sempre que necessário.
Adicionar sempre lentamente soluções concentradas a água ou a soluções diluídas, para evitar reacções violentas.
Para diluir um ácido, adicionar sempre o ácido à água e nunca fazer ao contrário.
Adicionar sempre qualquer reagente lentamente e nunca de uma vez só, observando qualquer ocorrência que tenha lugar. Observar o que acontece quando a primeira pequena quantidade é adicionada e esperar uns segundos antes de adicionar mais quantidade; algumas reacções demoram a começar.
Manter a bancada limpa e organizada. Colocar o material no centro da bancada.
Nunca manusear equipamento eléctrico com as mãos molhadas e sempre que for necessário deslocar, ou inspeccionar um aparelho, deve-se desligá-lo primeiro.
Quando o trabalho estiver concluído, lavar todo o material e limpar a bancada de trabalho. Verificar se os frascos estão bem fechados e assegurar que tudo o que foi utilizado está em ordem para os colegas que vêm a seguir.
Deixar o laboratório com segurança, desligando todo o equipamento eléctrico e fechando as trompas de água.
Conhecer a localização de extintores de incêndio, saídas de emergência, caixa de primeiros socorros, chuveiros e equipamento protector.
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Regras de segurança durante a transferência de sólidos
Para transferir sólidos, utilizar uma espátula devidamente limpa e seca. Regras de segurança durante a transferência de líquidos
Nunca pipetar líquidos com a boca. Usar uma pompete, proveta ou uma pipeta conta-gotas de acordo com a situação.
Deve ser usada uma vareta de vidro e/ou um funil durante a transferência de líquidos. Regras de segurança durante a “pesagem”
A balança deve estar nivelada e mantida sempre limpa.
Não se deve colocar reagentes directamente no prato da balança.
O prato da balança deve ser limpo com um pincel imediatamente após algum derrame ocasional da substância a “pesar”.
A temperatura do objecto/substância a “pesar” deve estar próxima da temperatura ambiente. Nunca usar maior quantidade de reagente do que a necessária para a experiência. Caso
exceda essa quantidade, não recolocar o excesso no frasco original, mas antes numa embalagem separada.
Regras de segurança durante o aquecimento com uma lamparina Não levar à chama recipientes que não foram feitos para tal.
Durante a utilização da lamparina de álcool, deve-se ter cuidado para não derramar o álcool, que é inflamável. Se isso acontecer, limpar imediatamente toda a superfície atingida.
Sempre que a lamparina não está a ser utilizada ou quando se pretende transportá-la de um local para outro, deve-se tapá-la.
Cuidado com os materiais que ardem. Nunca se deve aproximá-los da chama.
A lamparina nunca deve estar completamente cheia de álcool e o pavio deve ter uma altura aproximada de 4mm.
Nunca voltar a boca de um tubo de ensaio, que esteja a ser aquecido, para o próprio rosto ou para o rosto de um colega pois há perigo de projecções de material.
Segura sempre o tubo de ensaio com uma mola de madeira.
Durante o aquecimento, mantém o tubo de ensaio inclinado para fora, move-o ligeiramente em torno da chama e nunca apontes a extremidade aberta para ti ou para os teus colegas. Ter em atenção a capacidade do tubo de ensaio. Não encher demasiado um tubo de ensaio
que vai ser aquecido.
Regras de segurança durante a destilação
A ebulição deve ser regular, por isso deve-se adicionar núcleos de ebulição, de modo que estes estejam dispersos no interior do líquido. A sua ausência provocaria um sobreaquecimento. Nesta situação, a temperatura ultrapassaria o ponto de ebulição até que as bolhas de vapor se formassem, devido à excessiva temperatura, e estas teriam uma pressão suficiente para provocar projecções de líquido, havendo uma ebulição tumultuosa. Os núcleos de ebulição podem ser pequenos fragmentos de porcelana porosa, esferas de
vidro ou pedaços de pedra-pomes.
Os núcleos de ebulição devem ser colocados no início, antes de iniciar o aquecimento.
O aquecimento deve ser uniforme e não excessivo de modo a evitar o sobreaquecimento em zonas localizadas.
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Parte II
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1. Detecção de impressões digitais
Notas introdutórias:
A detecção de impressões digitais é uma das etapas mais importantes em investigações criminais. Actualmente, existem várias técnicas para revelar uma impressão digital e, de facto, a revelação da impressão digital corresponde a uma reacção química. Neste caso, usa-se como reagente a ninidrina e como solvente o etanol ou álcool etílico.
Material/Equipamento:
Borrifador Papel EstufaReagentes:
Ninidrina (s), C9H6O4 Etanol, C2H5OHEsquema de montagem:
Figura 1.1 – Impressão digital.
Procedimento experimental:
Preparação da mistura ninidrina/etanol
Dissolver 0,5 g de ninidrina no estado sólido em 30 mL de etanol. Transferir a mistura preparada para o borrifador.
Revelação de impressões digitais
Pressionar o dedo sobre um pedaço de papel.
Borrifar a zona onde está localizada a impressão digital.
Esperar que o solvente evapore e borrifar novamente, caso seja necessário. Colocar o pedaço de papel na estufa, a uma temperatura entre 50-70ºC.
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2. Detecção de vestígios de sangue
Notas introdutórias:
Em locais de crime, os investigadores forenses têm que procurar vestígios de sangue. Uma das maneiras mais vulgares de detectar vestígios de sangue, mesmo após a lavagem da zona com detergentes, é a utilização do produto químico luminol. O luminol, juntamente com água oxigenada, ao entrar em contacto com vestígios de sangue origina a emissão de luz. Esta emissão de luz corresponde a uma reacção quimioluminescente. Os vestígios de sangue vão catalisar a reacção química de oxidação do luminol pela água oxigenada.
Nesta actividade experimental, em vez de sangue vai-se utilizar uma solução aquosa de catião Cu2+ que é um catalisador da reacção química de oxidação do luminol pela água oxigenada.
Material:
Frasco de polietileno Balança Espátula Vareta de vidro Proveta Vidro de relógio Esguicho Borrifador Gobelé Pipeta conta-gotasReagentes:
Peróxido de hidrogénio, H2O2 (aq), 3%
Água desionizada
Sulfato de cobre pentahidratado, CuSO4.5H2O (s)
Luminol, C8H7O2N3 (s)
Bicarbonato de sódio, NaHCO3 (s)
Carbonato de amónio monohidratado, (NH4)2CO3.H2O (s)
Carbonato de sódio, Na2CO3 (s)
Procedimento experimental:
Preparação da solução A
Medir 5 mL de peróxido de hidrogénio 3%.
Adicionar água desionizada até perfazer o volume de 100 mL. Transferir a solução para um frasco fechado de polietileno. Rotular a solução preparada.
Guardar a solução no frigorífico. Preparação da solução B
Medir 0,4 g de carbonato de sódio; 0,02 g de luminol; 2,4 g de bicarbonato de sódio e 0,05 g de carbonato de amónio monohidratado.
Dissolver os reagentes, pela ordem indicada, em água desionizada, de modo a que o volume de solução seja de 100 mL.
Rotular a solução preparada. Guardar esta solução no frigorífico.
Preparação da solução aquosa de sulfato de cobre(II) 0,01mol/dm3
Preparar 100 mL de solução aquosa de sulfato de cobre(II) 0,01mol/dm3.
Simulação de detecção de vestígios de sangue
Borrifar em simultâneo com as soluções A e B a superfície indicada. Observar o que acontece e ler a mensagem que aparece.
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3. Fluorescência
Notas introdutórias:
A fluorescência ocorre quando uma substância absorve radiação electromagnética a um determinado comprimento de onda do espectro magnético e reemite-a como radiação a um comprimento de onda maior (menor energia). Algumas substâncias absorvem luz ultravioleta e reemite-a como luz visível numa variedade de cores.
Nesta actividade experimental, observa-se a cor que diferentes objectos têm antes e após a incidência de luz negra. O quadro 1 mostra exemplos da exposição de algumas frutas e legumes à luz negra.
Quadro 1 – Cor de frutas e legumes antes e após a incidência de luz negra.
Banana Pimento verde Cebola Kiwi Courgete Alface
Material:
Luz negra
Reagentes:
Cebola Courgete
Alface Pimento verde
Banana kiwi
Água tónica
Esquema de montagem:
Figura 3.1 – Fruta no interior da caixa onde se encontra a luz negra.
Procedimento experimental:
Colocar as frutas, legumes e água tónica, separadamente, no interior da caixa onde se encontra a luz negra (figura 3.1).
Acender a luz negra.
Observar a coloração das frutas, legumes e água tónica quando a luz negra incide sobre cada uma delas.
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4. Produção de bioetanol
Notas introdutórias:
O carvão, o petróleo e o gás natural são denominados por combustíveis fósseis e são considerados fontes de energia não renováveis. Os combustíveis fósseis são constituídos fundamentalmente por carbono e a sua combustão interfere com o ciclo do carbono, contribuindo para a emissão de dióxido de carbono para a atmosfera.
As alternativas aos combustíveis ou os combustíveis alternativos são as soluções encontradas para resolver um problema ambiental inerente ao uso desenfreado de combustíveis fósseis e à eminente crise energética. Uma das estratégias energéticas implementada a nível mundial tem sido a produção de biocombustíveis, nomeadadmente biodiesel e bioetanol. O biodiesel tem sido produzido para substituir parcial ou totalmente o gasóleo, enquanto que o bioetanol pretende substituir parcial ou totalmente a gasolina. Os biocombustíveis são soluções muito restritas por continuarem a investir no ciclo do carbono. Ao investir no ciclo do carbono permanece o problema do envio de dióxido de carbono para atmosfera durante a combustão dos combustíveis.
Em termos idealistas, a estratégia deverá passar pela maior eficiência no uso, pela necessidade de economizar a energia e por minimizar as implicações ambientais da sua utilização.
A produção de bioetanol pode ser feita usando várias técnicas e matérias-primas. São exemplos de matérias-primas: cana-de-açúcar, cereais (milho, trigo), erva, amido, celulose e frutas. A nível laboratorial, a produção de bioetanol compreende as seguintes etapas:
(1) uso de glicose ou a obtenção de glicose a partir de outros glícidos; (2) fermentação alcoólica;
(3) destilação.
Os glúcidos ou glícidos (vulgarmente designados por hidratos de carbono ou açúcares) são compostos orgânicos. Os glúcidos podem ser classificados em: monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.
A tabela 4.1 mostra exemplos de monossacarídeos.
Tabela 4.1 – Exemplos de monossacarídeos.
Glicose Frutose ou Levulose Galactose
A tabela 4.2 mostra exemplos de oligossacarídeos.
Tabela 4.2 – Exemplos de oligossacarídeos.
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Os polissacarídeos podem desempenhar funções de reserva ou estrutural. Os polissacarídeos de reserva são o amido (figura 4.1) e o glicogénio. Os polissacarídeos estruturais são a celulose e a quitina. Os polissacarídeos são constituídos por numerosas unidades de monossacarídeos.
Figura 4.1 – Amido.
Os glícidos que reduzem o reagente de Fehling (Licor de Fehling) são conhecidos por açúcares redutores. Todos os monossacarídeos são açúcares redutores. Os oligossacarídeos exemplificados na tabela também são açúcares redutores, à excepção da sacarose, sendo designado por açúcar não-redutor.
O bioetanol produz-se a partir do monossacarídeo – glicose, C6H12O6, na presença de uma
suspensão de leveduras (leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae). Se não houver inicialmente glicose, mas um oligassacarídeo ou um polissacarídeo, deve-se proceder à hidrólise destes para obter glicose. Para confirmar se durante a hidrólise de facto se formou glicose, deve-se retirar uma pequena amostra e proceder ao teste com o Licor de Fehling. O aparecimento de um precipitado de óxido de cobre(I) (Cu2O) de cor tijolo geralmente permite comprovar a hidrólise e a
formação de glicose. Após a confirmação de que de facto se formou glicose é que se procede à fermentação alcoólica. Obviamente que o processo é facilitado se for usada a glicose como matéria-prima.
Durante a fermentação alcoólica ocorre a seguinte reacção química, descrita através da equação de palavras 4.1 e respectiva equação química 4.1:
glicose(aq) etanol(aq) + dióxido de carbono(g) (Equação de palavras 4.1)
C6H12O6(aq) 2C2H5OH(aq) + 2CO2(g) (Equação química 4.1)
A fermentação alcoólica deve ocorrer em meio anaeróbio, ou seja, na ausência de oxigénio. Durante a fermentação alcoólica surgem bolhas gasosas à superfície, evidência da formação de um gás durante a reacção química. Pode-se comprovar que o gás formado é o dióxido de carbono recorrendo à água de cal. O dióxido de carbono formado durante a fermentação alcoólica vai turvar a água de cal (evidência da presença de dióxido de carbono).
A água de cal em contacto com o
dióxido de carbono forma um depósito de cor esbranquiçado de carbonato de cálcio, de
acordo com a equação de palavras 4.2 e respectiva equação química 4.2:
hidróxido de cálcio(aq) + dióxido de carbono(aq) ⇄ carbonato de cálcio(s) + água(ℓ) (Equação de palavras 4.2)
Ca(HO)2(aq) + CO2(aq) ⇄ CaCO3(s) + H2O(ℓ) (Equação química 4.2)
Após a fermentação alcoólica procede-se à destilação para a recolha do destilado (álcool etílico ou etanol).
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Material:
Suporte para tubos de ensaio Tubos de ensaio Lamparina Suporte universal Noz Garra Funil
Matráz com tubuladura lateral Rolha
Frasco de plástico
Frasco de vidro com rolha Mangueira
Manta de aquecimento
Balão redondo de fundo redondo de 100 mL Cabeça de destilação
Proveta de 100 mL Anel adaptado a um funil
Mola de madeira Pipeta conta-gotas Fósforos Vareta de vidro Gobelé Matráz Papel de filtro Balança Espátula Banho termostático Condensador Alonga Suporte elevatório Termómetro Proveta de 50 mL Adaptador de termómetro
Reagentes:
Solução A de licor de Fehling Solução B do licor de Fehling Fermento de padeiro
Água desionizada Óxido de cálcio
Sumo de maçã Sumo de uva
Solução aquosa de glicose
Solução aquosa de glicose a 30%
Parte A – Teste do Licor de Fehling.
Esquema de montagem:
Figura 4.2 – Teste do Licor de Fehling.
Procedimento experimental:
Transferir para um tubo de ensaio a solução aquosa de glicose (cerca de 1 cm de altura). Adicionar 3 gotas da solução A do licor de Fehling.
Adicionar 3 gotas da solução B do licor de Fehling. Acender a lamparina.
Com uma mola de madeira, segurar o tubo de ensaio e aquecer a mistura (figura 4.2). Observar a mudança de cor e o aparecimento de um precipitado cor de tijolo.
Apagar a lamparina.
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Parte B – Fermentação alcoólica
Preparação da solução de água de cal, Ca(HO)
2(aq)
Procedimento experimental:
Colocar, com o auxílio de uma espátula, uma pequena quantidade de óxido de cálcio num gobelé.
Adicionar água desionizada.
Agitar com a vareta a mistura obtida.
Fazer a montagem de uma filtração por gravidade. Fazer um filtro de pregas.
Fazer a filtração da mistura obtida.
Recolher o filtrado (água de cal) para o interior de um frasco. Rotular o frasco.
Preparação de levedura a partir do fermento de padeiro
Esquema de montagem:
Figura 4.3 – Suspensão de leveduras no banho termostático.
Procedimento experimental:
Preparar uma suspensão de leveduras (leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae) a partir do fermento de padeiro a 10%.
Colocar o recipiente contendo a suspensão de leveduras no banho termostático (figura 4.3), a uma temperatura de 30ºC, no mínimo durante 2 horas.
Fermentação alcoólica
Esquema de montagem:
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Procedimento experimental:
Colocar cerca de 100 mL de solução aquosa de glicose a 30% num matráz com tubuladura lateral.
Adicionar cerca de 50 mL de suspensão de leveduras à solução aquosa de glicose.
Rolhar o frasco e dirigir a mangueira para o tubo de vidro que contém água de cal (figura 4.4). Observar a turvação da água de cal, enquanto ocorre a fermentação alcoólica.
SUGESTÃO
Substituir a glicose por sumo de maçã ou sumo de uva. Fazer a fermentação alcoólica do sumo de maçã ou de uva directamente com fermento de padeiro seco. Misturar 70 mL do sumo e 1 g de fermento de padeiro seco num frasco. A mistura é agitada para dissolver o fermento de padeiro. Deixar fermentar durante aproximadamente uma semana. Posteriormente, proceder à destilação.
Parte C – Destilação simples
Esquema de montagem:
Figura 4.5 – Destilação simples.
Procedimento experimental:
Medir com uma proveta 50 mLda mistura anterior.
Transferir a mistura para o balão redondo de fundo redondo.
Adicionar 5 a 6 esferas de vidro (regularizadores de ebulição) ao balão redondo de fundo redondo.
Fazer uma montagem semelhante à da figura 4.5.
Verificar se todas as juntas esmeriladas estão bem ajustadas e se o sentido de circulação da água no condensador é contrário ao sentido de circulação do destilado.
Abrir a água para arrefecimento, regulando simultaneamente o caudal.
Aquecer moderadamente, de modo a que o condensado se forme, lenta e continuamente, à razão de uma gota por segundo.
Registar a temperatura à qual sai a primeira gota.
Observar a variação da temperatura após a saída da primeira gota.
Interromper a destilação quando a temperatura se aproximar da temperatura de ebulição da água.
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5. Síntese de pérolas de alginato
Notas introdutórias:
As pérolas de alginato produzidas laboratorialmente são polímeros biodegradáveis de alginato. Define-se polímero como sendo uma molécula de grandes dimensões «macromolécula» constituída por unidades estruturais repetitivas, unidas entre si por ligações químicas.
Os polímeros têm vindo a ser utilizados como aditivos na indústria alimentar. Os polímeros de alginato são constituídos por polissacarídeos e podem ser facilmente biotransformados. Actualmente têm inúmeras aplicações, nomeadamente, espessantes de gelados, recheios de pimentos e azeitonas, etc. As propriedades destes polímeros podem ser alteradas por adição de determinados sais metálicos.
Os alginatos são extractos das algas castanhas da classe das Phacophyceae em particular das seguintes espécies: Ascophyllum nodosum, Laminaria digitata e Fucus serratus. O alginato de sódio tem vindo a ser usado na gastronomia molecular.
Material:
Pipeta conta-gotas Coador
3 Gobelés de 100 mL Placa com agitação magnética Barra magnética
Reagentes:
Solução aquosa de alginato de sódio Solução aquosa de cloreto de cálcio
Solução aquosa de sulfato de cobre (II) penta-hidratado Solução aquosa de cloreto de níquel
Esquema de montagem:
Figura 5.1 – (A) queda de gotas de alginato sobre a solução aquosa de sulfato de cobre (II) (B) pérolas de alginato.
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Procedimento experimental:
Colocar a solução aquosa de alginato de sódio no interior de uma pipeta conta-gotas. Colocar no gobelé 1 a solução aquosa de cloreto de cálcio.
Colocar no gobelé 2 a solução aquosa de sulfato de cobre (II). Colocar no gobelé 3 a solução aquosa de cloreto de níquel. Adicionar ao gobelé 1 uma barra magnética.
Colocar o gobelé 1 em cima da placa com agitação magnética. Se a placa tiver as duas funções (aquecimento e agitação magnética) ligar apenas a parte da agitação magnética.
Deixar cair no interior do gobelé 1 uma gota de solução aquosa de alginato de sódio. Observar o que acontece.
Adicionar várias gotas. Coar a mistura obtida.
Observar o que fica no coador.
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6. Aquecimento químico
Notas introdutórias:
Numa reacção exotérmica ocorre libertação de energia, provocando um aumento de temperatura do meio exterior.
Material:
Termómetro Gobelé Espátula Suporte universal Garra Noz Placa com agitação
magnética
Barra magnética Vareta de vidro
Reagentes:
Água desionizada Cloreto de cálcio anidro, (s)
Esquema de montagem:
Figura 6.1 – Reacção exotérmica.
Procedimento experimental:
Adicionar cerca de 100 mL de água desionizada num gobelé. Colocar uma barra magnética no gobelé.
Colocar o gobelé em cima de uma placa com agitação magnética. Se esta for simultaneamente de aquecimento e de agitação magnética, ligar apenas a agitação magnética.
Mergulhar a extremidade do termómetro na água desionizada. Medir a temperatura da água e registar o valor.
Adicionar uma espátula de cloreto de cálcio anidro. Agitar ligeiramente para dissolver o cloreto de cálcio. Medir a temperatura da mistura e registar o valor. Observar a variação de temperatura.
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7. Arrefecimento químico
Notas introdutórias:
Numa reacção endotérmica ocorre absorção de energia, provocando uma diminuição de temperatura do meio exterior.
Material:
Termómetro Placa com agitação magnética Suporte universal Barra magnética
Garra Gobelé
Noz Espátula
Vidro de relógio Vareta de vidro Balança
Reagentes:
Nitrato de amónio, (s) Água desionizada
Esquema de montagem:
Figura 7.1 – Reacção endotérmica.
Procedimento experimental:
Colocar cerca de 50 mL de água desionizada num gobelé. Mergulhar a extremidade do termómetro na água desionizada. Medir a temperatura da água e registar o valor.
Adicionar 14 g de nitrato de amónio.
Agitar ligeiramente para dissolver o nitrato de amónio. Medir a temperatura da mistura e registar o valor. Determinar o valor da variação de temperatura.
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8. Síntese da borracha natural
Notas introdutórias:
A borracha é um polímero, mais concretamente um elastómero.
Material:
2 Provetas de 10 mL Vareta de vidro Gobelé
Reagentes:
Látex comercial Água desionizada Ácido acético, 2 mol/dm3 Vinagre
Esquema de montagem:
Figura 8.1 – (A) Formação da bola de borracha natural; (B) Lavagem da bola.
Procedimento experimental:
Medir, com uma proveta, 5 mL de látex comercial e transferi-lo para um gobelé. Medir, com proveta, 5 mL de água desionizada e adicioná-la ao látex.
Agitar a mistura de água desionizada com o látex.
Medir 7 mL de ácido acético 2 mol/dm3 e adicioná-lo à mistura água/látex.
Agitar vigorosamente com uma vareta, até formar uma bola. Retirar a bola que se formou. (Usar luvas.)
Lavar a bola com água corrente, comprimindo-a com as mãos. (Usar luvas.) Verificar a elasticidade da bola.
Nota: O ácido acético pode ser substituído pelo vinagre.
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Bibliografia
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Rocha, Sónia J,; Dissertação de mestrado: Combustíveis Fósseis no ensino da Química; Departamento de Química da FCUP (Mestrado em Química para o Ensino), 2007.
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Blogue
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