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Escola Secundária Francisco Manyanga. História Curso Nocturno. Texto de Apoio da 9ª Classe II Trimestre 2021

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Escola Secundária Francisco Manyanga

História – Curso Nocturno

Texto de Apoio da – 9ª Classe – II Trimestre – 2021

Aula nº 1e 2

Tema: A Europa e o Mundo no Século XV - Período de transição ou antigo regime

Depois da decadência do feudalismo e antes da implantação do capitalismo a Europa passou por um período de transição que vigorou entre os séculos XV-XVIII, e inicio do século XIX, e ficou conhecido como período de transição de feudalismo ao capitalismo, idade Moderna ou antigo Regime.

Conceito:

O Período de transição (Antigo Regime) foi uma fase da história europeia que decorreu entre o séc.

XVI e a eclosão das revoluções industrias e liberais, em finais do Séc. XVIII e princípios do Séc. XIX. Este período foi marcado por profundas transformações a nível político, económico, cultural e social. Este período caracterizava-se da seguinte forma: na economia, pelo mercantilismo; na politica, pelo absolutismo; e pela divisão da sociedade, em ordens. A cultura, a arte e a mentalidade foram marcadas no primeiro momento pelo estilo renascentista e mais tarde pelo estilo barroco.

A economia europeia no período de Antigo Regime

Tal como no feudalismo, as principais continuavam sendo a agricultura, indústria e o comércio. Devido a crise do feudalismo essas actividades sofreram vaias mudanças. A agricultura continuava sendo a principal actividade económica. Os instrumentos e as técnicas rudimentares (instrumentos de madeira, adubos animais e vegetais e técnicas de pousio), por isso provocaram baixa produtividade. Empregava a maioria da população, servia de fonte de rendimento para o estado e as pessoas, os seus produtos serviam para alimentação, matéria-prima industrial e combustível. Entretanto, as terras que pertenciam ao rei, clero e a nobreza foram sendo comprados pela burguesia. Nesse período a produtividade melhorou devido a revolução agrícola (sécs. XVI e XVII) que permitiu a melhoria na alimentação e condições sanitárias e de higiene, facilitando a ocorrência da revolução demográfica. A Indústria no antigo regime era o segundo sector da economia. Nesse período existia a indústria artesanal, pequenas oficinas familiares (predominantes no campo) e corporações de artes e ofícios, nas cidades. Estas eram indústrias

manufactureiras ou manufacturas. Eram assim chamadas porque apesar de usarem técnicas evoluídas a

produção era feita a mão (manu = mão, factura = feito). As indústrias manufactureiras eram protegidas pelo estado, arranjavam matérias-primas com facilidade; funcionava em estabelecimentos maiores e empregavam mais pessoas (assalariados) do que as indústrias artesanais. As fontes de energia eram o

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carvão vegetal a agua o vento, a lenha, e a energia animal. As principais indústrias desenvolvidas nesta fase foram as de construção civil e têxteis, mas, também, se desenvolveram as de construção civil, extracção mineira, metalúrgica. O comércio era a terceira actividade económica, ou seja, o terceiro sector, praticada tanto interna assim como externamente. O comércio interno era fraco e difícil devido ao piso das estradas, aos pagamentos de rendas altas e falta de moeda como padrão de troca desenvolveu-se tornando as relações entre as diferentes regiões da Europa regulares. Nessa fase desenvolveu se o comercio marítimo que originou o enriquecimento de alguns extractos sociais o aparecimento da

burguesia mercantil.

A estrutura da sociedade europeia no período de transição e a sua composição: A sociedade era

estamental (por estratos) composta por três estados: o Clero (Igreja), a Nobreza (Realeza) e o 3º Estado

(Povo no geral). 1º Estado: Clero - Alto clero, constituído por bispos e abades. Baixo clero, constituído

por euros e frades. Tinha como funções, ministrar os cultos religiosos e o ensino, fazia a administração pública, organizava e cobrava impostos e dava assistência ao rei. Tinha como privilégios - possuíam grandes extensões de terras, cobravam dízimo e estavam isentos do pagamento de impostos. Tinham direito canónico, isto e, fazerem eles próprios a justiça e usos de títulos. 2º Nobreza - (de corte, toga de espada e provincial). Tinham como funções, administrativas, militares, eram conselheiros do rei. Desenvolviam a agricultura, comercio e industria. Os privilégios eram - donos das grandes propriedades de terras e recebiam diversas rendas, tinham isenção de impostos, isenção jurídica, direito ao uso de títulos e de porte de armas. 3º Estado - Burguesa, Mercadores, Financeiros, Funcionários liberais, artesãos, rurais camponeses e vagabundos. As suas funções eram - produzir riqueza para a sociedade e para a classe dominante. Desenvolver o comércio, agricultura e exercer funções liberais e administração pública. Os seus privilégios eram - apenas a alta burguesia tina mais privilégios e confrontava-se com a centralização do poder pelo rei e era contra os privilégios do clero e da nobreza. A sociedade do antigo regime era considerada corporativa porque a vida económica e social se desenvolvia em corpos / associações, universidades e municípios. Era considerada tradicionalista porque a vida social era muito fechada (não havia mistura entre as pessoas das diferentes camadas sociais) e conservadora porque os usos e costumes eram encarados como lei. Cada grupo tinha um conjunto de direitos e deveres bem definidos. Durante o antigo regime a maioria da população vivia no campo, alguns em pequenas cidades e poucos nas grandes cidades. Taxa de natalidades e mortalidade eram elevadas devidos as guerras, fome e epidemias. A esperança de vida era de 40 anos. Graças aos avanços a nível da economia a população aumentou entre os séculos XIV e XV.

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Consequências do período de transição

As terras que pertenciam ao clero e a nobreza tornaram se propriedade privada; Os camponeses (servos) tornaram se trabalhadores assalariados; urgiram outras classes sociais (burguesia e o proletariado); Deu-se o aumento da produção e da produtividade; Houve uma maior especialização no trabalho; comércio marítimo e a actividade bancária desenvolveram-se; As burguesias mercantis e financeiras ascenderam, atingindo posições sociais e económicas invejáveis.

Questionário 1 e 2.

1. Quais foram as principais transformações que marcaram o Século XV. 2. Define o Período de Transição ou Antigo Regime. 3. Apresenta as características do Antigo Regime. 4. Identifica as características económicas do período transição.

Aula nº 3 e 4.

Tema: O desenvolvimento socioeconómico, político e cultural da África entre os séculos XV-XVII.

Relações económicas - antes da chegada dos asiáticos e europeus, as principais actividades eram

agricultura e mineração do ouro e artesanato. No séc. XVI, os europeus invadiram o continente africano e encontraram os árabes que já faziam o comércio do ouro e de marfim; Os europeus rivalizaram se com os árabes, na costa oriental africana, mas, mais tarde passaram para o interior da costa procurando o ouro e marfim e escravos. As relações entre a África e todo mundo intensificaram no Séc XV, através do comércio, sobretudo de ouro, marfim e escravos. A economia africana, no período do Antigo Regime, gradualmente viu se fraca ou empobrecida, porque os europeus levavam produtos valiosos como: ouro, marfim e escravos para alimentar as suas industrias deixando produtos sem valor tais como: missangas, tecidos, porcelanas, tecidos finos e objectos de vidros. Relações sociais - formada por, chefes, sacerdotes e intermediários entre os antepassados e o rei (curandeiros) e guerreiro que protegiam o rei em caso da guerra. E, a classe dominada, formada por: produtores ou camponeses, ferreiros, artesãos e comerciantes.

Relações políticas - desenvolveram se em África os seguintes impérios e reinos: na África ocidental,

Império Songhay, Abomey, Benine, Ghana e. Mali; na África central o Congo, Luanda, Lozi, Angola; na África oriental, desenvolveram os seguintes e Mutapa, Zimbabwe, núbia, haucas, quilwa Mombaça, Mogadíscio e Bravo; na África Austral, desenvolveram, os reinos Zulu, yao, Ndebele, Matavele, Tswana, Sotho Venda Xhosa Swazi. Algumas tribos eram nómadas, outras semi-nómadas e viviam sobretudo da caca e de uma agricultura rudimentar, a base da cana-de-açúcar, arroz, milho, feijão e inhame. Estes também praticavam o comércio com outros povos.

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As relações entre África e outros continentes entre os séculos XV e XVII

As relações entre África e outros continentes eram de carácter comercial. Em quase toda África foram encontrados vestígios destas actividades. A costa oriental realizava troca e ouro, marfim e escravos com tecidos, loiças, missangas e porcelanas provenientes da Ásia. Com a expansão também tiveram grandes contactos com povos europeus que usavam estes pontos para descanso, durante suas viagens de descobrimentos. Houve também grande contacto com o continente americano devido ao tráfico de escravos da África para aquele continente.

Questionário 3 e 4.

1.Identifica as relações económicas, sociais e políticas da África no período entre os Séculos XV e XVII. 2. Caracteriza as relações entre a África e os outros continentes durante o período de transição.

Aula nº 4 e 5 Tema: O Renascimento

Conceito, localização espacial e temporal do Renascimento - o Renascimento foi um movimento

intelectual e de renovação cultural que surgiu na Itália, Europa, entre os Séculos XIV e XV. Factores do

surgimento do Renascimento: Enriquecimento da Burguesia italiana nas cidades comerciais de Veneza,

Génova, Pisa e Florença, que passou a desenvolver o gosto pelo belo e sobretudo pela sua imagem; a chegada á Itália de sábios estrangeiros, sobretudo bizantinos, que transmitiram a cultura clássica; o pagamento de obras de artes aos artesãos pela burguesia italiana, o que incentivou a actividade artística; o apoio dos mecenas aos artistas; aparecimento de escritores que valorizavam a arte, como Dante e Petrarca; e, a existência de monumentos artísticos na Itália que estimulavam a arte, etc. Características

do Renascimento - Imitação da antiguidade Greco-Romana nas artes e literatura; mudança da antiga

mentalidade baseada na religião e surgimento de uma nova mentalidade que valorizava o homem; desenvolvimento da Ciência baseada na experiência e no espírito critico; Humanismo, ou seja, valorização do homem e das suas experiencia; o gosto pela natureza (regresso á natureza – naturalismo); Classicismo ou a valorização do espírito clássico (defesa do que era clássico ou da antiguidade clássica grega e romana); Individualismo ou o gosto pela fama, glória e vida terrena; espírito crítico ou racionalismo; e, o Antropocentrismo ou seja, a consideração de que o homem era o centro do mundo.

Representantes do Renascimento: Área da literatura – destacaram-se as seguintes figuras: Dante

Alighieri; Francisco Petrarca e Giovani Boccáccio. Usavam a língua italiana. Área da pintura – as características da pintura renascentista foram: aplicação de novas técnicas como a pintura a óleo; representação da terceira dimensão (profundidade) através da técnica da perspectiva; utilização da técnica de gradação de cores e dos efeitos da luz e sombra, o que permitia representar com maior rigor o que

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estava mais próximo; o realismo e naturalidade das figuras representadas. Destacara-se: Miguel Ângelo; Ghirlandao; Ticiano; Tintoretto; Rafael Botticelli; Van Eyck; Gerónimo Boosch; Bruegel; El Greco; Durer; Holbein; Rafael e Leonardo da Vinci (com o seu retrato de Gioconda ou Mona Lisa). Área da

escultura – caracterizou – se pelo naturalismo e realismo, gosto pelo nu, pelo realismo e harmonia das

figuras; expressividade das figuras representadas; monumentalidade ou figuras de grandes dimensões e interesse pelas formas geométricas. Destacaram–se: Miguel Ângelo, Donatello e Andea Verrochio. Área

da arquitectura – as suas características foram: uso de arcos de volta perfeita; cúpulas de cobertura em

abóbadas de berço; aplicação de frontões triangulares nas fachadas; uso de colunas com capiteis clássicos; uso de cornijas e balaústres a coroar os terraços e a impressão da horizontalidade das construções. Destacaram – se: Bramante, Rafael, Brunelleschi, Alberti e Miguel Ângelo.

Questionário 4 e 5.

1. Localiza no tempo e no espaço o movimento renascentista. 2. Identifica os factores do surgimento do renascimento. 3. Apresenta as características fundamentais do renascimento. 4. Nomeia as principais figuras do renascimento nas diferentes áreas das ciências. 5. Menciona as características da arquitectura renascentista.

Aula nº 6 e 7.

Tema: O Humanismo e a sua difusão

Localização espacial e temporal: o humanismo surgiu na Itália, como uma das características do

renascimento, no séc. XV. Conceito de humanismo: Foi um movimento intelectual marcado pela redescoberta, reinterpretação e edição de escritores clássicos gregos e romanos e pela valorização do homem e da sua personalidade. Características do humanismo: a principal característica do humanismo foi a consideração do homem como o centro do pensamento, contra a ideia da idade média que valorizava deus como o centro do universo. Outra característica do humanismo foi a valorização da antiguidade clássica nas áreas da literatura, poesia, história, filosofia, retórica e teatro. Os seus principais ideais clássicos foram: Homero, Platão, Tucídedes, Heródoto, Demóstenes, Virgílio, Horácio, Cícero, Séneca e Tito Lívio.

Principais humanistas: Humanistas Italianos: Salutali, Nicolau Nicoli, Lourenço de Valla, Marsílio

Ficino, Picodella Mirandola, Baltazar Castiglione, Ariosto e Nicolau Maquiavel. Humanistas da

Holanda: Erasmo de Roterdão. Humanistas da Inglaterra: Tomás Moro e William Shakespeare.

Humanistas de Portugal: Irmãos António e André Gouveia, André de Resende e Damião de Góis; Luís de Camões e João de Barros. Humanistas da Espanha: Miguel de Cervantes. Humanista da França: Rebelais.

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Difusão do Humanismo

A difusão das ideias dos humanistas foi possível graças á evolução da imprensa por John Gutemberg. A imprensa permitiu a rápida divulgação das ideias humanísticas e o seu debate. Os principais centros humanistas foram as cidades italianas de Florença, Veneza e Génova, para além de países como a Holanda, Portugal, Inglaterra e Espanha.

Tema transversal

1. Os novos caminhos da Ciência e da Arte no Renascimento

O espírito da curiosidade e da crítica possibilitaram o avanço da ciência e da técnica. Além disso, o avanço da ciência foi incentivado pelo uso dos métodos da observação e experimentação, de que Leonardo da Vinci é o principal precursor.

Principais descobertas científicas: Autor Tipo de descoberta ou inovação

Leonardo da Vinci Desenvolveu experiências da mecânica moderna. Nicolau Copérnico Autor da teoria heliocêntrica, aperfeiçoada por Kepler.

Galileu Galilei,

Desenvolveu a astronomia, aperfeiçoada por John Kepler e Halley que descobriu o cometa Halley, visto de 75 em 75 anos.

Isac Newton veio mais tarde ser considerado pai da astronomia Boyle e Mariote Formularam na Química a Lei da Compreensibilidade de gases Galileu e Kepler

Galileu Galilei Newton

Na Física, descobriram o princípio da inércia Estudou as leis do pêndulo

Descobriu da gravidade universal

Tornicelle e Pascal Na Geografia, estudaram a pressão atmosférica Napier

Pascal Descartes

Na Matemática, Inventou a teoria dos logarítimos Estabeleceu as bases do cálculo de probabilidades Estabeleceu as bases da Geometria Analítica Servet

Paré

Na Medicina, descobriu a pequena circulação do sangue Criou novos processos de estancar a hemorragia.

Questionário 6 e 7.

1. Apresenta duas características do humanismo. 2.Os humanistas inspiravam-se em algumas figuras clássicas romanas e gregas.

a) Menciona quatro dessas figuras.

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2. Explica como foi possível a rápida divulgação das ideias humanistas.

Aula nº8 e 9.

Tema: A crise religiosa do Século XVI: Origens e características da crise religiosa Conceito: Chama-se reforma religiosa, o movimento religioso de renovação da Igreja que surgiu no séc.

XVI, quando algumas verdades religiosas consideradas indiscutíveis (dogmas), foram postas em causa, provocando a separação da Igreja Católica.

As origens ou causas da reforma religiosa

▪ A crise religiosa em que a Igreja Católica se encontrava mergulhada (perda de prestígio pelo comportamento imoral dos seus superiores);

▪ Interferência religiosa em assuntos de feitiçaria e mágicas;

▪ A corrupção que se vivia na igreja, incluindo do papa Alexandre VI;

▪ O grande cisma do Ocidente que deu origem ao aparecimento de dois papas, um em Roma e um em França;

▪ Intolerância religiosa e intromissão em assuntos políticos;

▪ O abuso do poder pela hierarquia da igreja, que ostentava uma vida de luxo graças aos dízimos dos crentes;

▪ A cobrança das rendas, o aumento do dízimo e a confiscação dos bens dos crentes;

▪ Os avanços da ciência, do humanismo e do renascimento que criaram choques nos vários dogmas religiosos;

▪ Exigia-se o retorno á simplicidade da igreja, a sua pureza e humildade;

▪ A veneração das relíquias (Por exemplo, alguns indivíduos de má fé vendiam um pedaço de tábua de madeira alegando que era pedaço da cruz de Jesus, e que quem pegasse seria salvo) e a venda das indulgências (chamavam bilhete de entrada no céu ou perdão de pecados). Assim, a reforma religiosa do séc. XVI, protestava contra estes males e, por isso, é considerada reforma

protestante.

As primeiras tentativas de reforma religiosa foram conduzidas por John Wycliff e os Lollards na Inglaterra, por João Huss na Europa Central e por Savaranola na Espanha. Estes e outros que contestavam os abusos da igreja foram excomungados ou queimados vivos.

Questionário 8 e 9.

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Aula nº 10 e 11.

Tema: As principais correntes protestantes e a resposta da Igreja Católica – a Contra - Reforma Religiosa

As principais correntes protestantes:

Luteranismo – Iniciou na Alemanha e difundiu-se rapidamente pelo resto da Europa. Seu criador foi

Martinho Lutero. Os seus princípios fundamentais são: Fé em Deus; Amor pelo próximo; Justificação do pecado (salvação) pela Fé e não pelas obras; Culto pela leitura e comentários da Bíblia; três sacramentos (Baptismo, Penitência sem confissão e Eucaristia); negação da autoridade do Papa; Igualdade dos Sacerdotes.

Calvinismo – Foi fundado por João Calvino e difundiu-se pela França, Suíça, Inglaterra, Holanda,

Hungria e Polónia. Defendia que a fonte de salvação era a fé e a predestinação – teoria segundo a qual as pessoas já nasciam marcadas para um fim determinado por Deus e nada podiam fazer para alterar esse destino; defendia que a Igreja era uma Assembleia dos eleitos; aboliu todos os símbolos, imagens e a cruz de Cristo dos lugares de culto. Usavam a Bíblia como fonte de fé e o culto consistia na leitura e interpretação da mesma; realizavam apenas dois sacramentos: Baptismo e Eucaristia. O calvinismo era mais radical do que o Luteranismo, mais intolerante e anti-papal.

Anglicanismo – foi criado na Inglaterra no Século XVI devido ao rompimento de Henrique VIII (rei da

Inglaterra) com o Papa de Roma, pois este negou-lhe o divórcio e separação do seu casamento com a princesa Catarina. Assim separou-se da Igreja Católica e fundou a sua igreja, tendo-se casado com Ana Bolena. O anglicanismo em muitos aspectos identificava-se tanto com o Luteranismo, como o Calvinismo, assim como mesmo o catolicismo. As medidas tomadas pelo rei como chefe máximo desta igreja foram: encerramento dos conventos e a tradução da Bíblia para a língua inglesa.

A resposta da Igreja Católica (Contra-reforma)

A Contra-reforma – foi uma acção de repressão contra as atitudes consideradas heréticas e contra as ideias protestantes. Foi uma reforma disciplinar. Cingiu no reforço do dogma, para responder aos desejos e espectativas dos crentes em terem uma igreja mais pura e confiante. Foi uma reforma dogmática. Para travar a crise, os católicos utilizaram os seguintes instrumentos:

Inquisição – um tribunal para julgar e reprimir todos os suspeitos de atentarem contra a fé e os bons

costumes católicos. Índex – um instrumento do suporte da inquisição e tinha como função elaborar uma lista de obras e actos proibidos e considerados heréticos. Companhia de Jesus – destinada á reafirmação e a católica. Propagação da fé. Concílio de Trento – foi uma assembleia para restaurar e consolidar a

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autoridade da igreja e rejeitar as doutrinas protestantes. As medidas por ele tomadas foram: Unificação das fontes da fé; reconhecimento da Igreja Católica ao direito exclusivo de interpretar as sagradas escritura; definição do Latim como língua da liturgia; defesa da salvação pela fé e pelas obras; defesa de 7 sacramentos (baptismo, confirmação, penitencia, eucaristia, ordem, matrimónio e extrema unção); culto da virgem e dos santos através da missa; disciplina eclesiástica e declaração da supremacia do Papa como pastor universal. Consequências da Reforma Religiosa – divisão da Europa crista em dois blocos – o norte protestante e o sul católico; difusão de religiões protestantes no mundo.

Questionário 10 e 11.

1. Menciona as correntes protestantes. 2. Caracteriza cada uma das correntes e indica o seu defensor ou líder. 3. Qual foi a resposta da Igreja Católica/contra reforma. 4. Menciona as consequências da reforma religiosa.

Aula nº 12 e 13.

Tema: A Revolução Industrial e o desenvolvimento do Capitalismo.

Conceito – a Revolução industrial foi um conjunto de transformações técnicas e económicas que tiveram

lugar na Inglaterra no Século XVIII, tendo se alargado para outros países da Europa (França, Alemanha, Itália, Bélgica e Rússia) e da América do Norte (EUA) mais tarde, para o Japão no séc. XIX. A Revolução industrial iniciou no Sec. XVIII e deu-se pela primeira vez na Inglaterra.

Os factores da eclosão da revolução industrial na Inglaterra foram os seguintes:

A Revolução agrícola – melhoramento das técnicas agrícolas e invenção de novas técnicas (suspensão da

técnica de pousio, da técnica das queimadas e início da rotação de culturas); crescimento da produção e da produtividade; especialização das culturas, desenvolvimento da criação de gado através do cruzamento de raças; adubação e fertilização dos campos; alargamento das áreas de cultivo;

Aumento da população - aumento da população que serviu de mão-de-obra. A população da Inglaterra

passou de 5.820.000, em 1700 para 6.140.000 em 1750 e, para 17.920.000 em 1851.

Alargamento dos mercados para o consumo de produtos industriais.

Desenvolvimento dos transportes. Aparecimento dos transportes ferroviários; da máquina a vapor. Existência de bancos e de bolsas de valores e de uma moeda forte, como a Libra Esterlina Inglesas. Aparecimento de cientistas, inventores, artistas ou mestres. Comércio equilibrado e intenso.

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As etapas da Revolução Industrial – a Revolução Industrial desenvolveu-se em duas etapas. Na

primeira fase, as principais fontes de energia foram, a máquina a vapor e o carvão. Na segunda fase, as fontes de energia fundamentais foram, o petróleo, a electricidade, o motor de explosão e o dínamo. Estas fontes alteraram profundamente o crescimento da economia europeia.

1ª Fase – 1750-1869 – as principais inovações técnicas desta fase foram:

1765 – Invenção da máquina de fiação – Spinning-Jenny, por Hargreaves; 1783 – Criação do método de pudlagem (ou seja, extracção de carbono, ferro fundido para o transformar em aço na indústria metalúrgica); 1830 – Inauguração da Linha Férrea de Manchester a Liverpool na Inglaterra; invenção do dínamo por Gramme e abertura do Canal de Suez no Egipto.

2ª Fase – 1870 – 1914 – Novas fontes de energia

Transporte de energia para longas distâncias (1883); Criação do Motor de Explosão (1886); Invenção do Motor a Diesel.

Os principais sectores de desenvolvimento da Revolução Industrial

Indústria Química; Indústria Siderúrgica; Indústria de material eléctrico e Indústria Alimentar.

As consequências da Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial, a vida na Europa e nos Estados Unidos da América alterou-se profundamente. Construíram-se empresas e grupos económicos; formaram-se grupos sociais ricos e poderosos (alta burguesia), criaram-se partidos políticos burgueses e passaram a dominar os governos nacionais. As principais consequências da revolução industrial foram:

Progressos na alimentação; Progressos na medicina; progressos no urbanismo; progressos nos transportes; crescimento da população; Emigração para outros continentes; Desenvolvimento do capitalismo; aumento da diferenciação social, aparecimento de classes ricas, médias e pobres.

Descobertas científicas durante a Revolução Industrial

1796 – Descoberta da vacina de Jenner contra a varíola; 1820 – Primeira Anestesia; 1831 – Descoberta do clorofórmio; 1855 – Síntese do Álcool; 1856 – Descoberta do Amoníaco; 1879 – Pesteur descobre a vacinação; 1882 – Koch descobriu o bacilo da tuberculose; 1884 - Koch descobriu o bacilo da cólera; 1893 – Utilização da aspirina; 1895 – Roentgent descobriu os Raios X; 1900 – Descoberta dos grupos sanguíneos; 1911 – Funk descobriu as vitaminas.

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Questionário 14 e 15

1. Situa no temo e no espaço a Revolução Industrial.

2. Identificar os factores da eclosão da Revolução Industrial na Inglaterra. 3. Identificar e caracterizar as etapas da Revolução Industrial.

4. Mencionar as fontes de energia nas diferentes etapas da Revolução Industrial. 5. Menciona as consequências da Revolução Industrial.

6. Identifica as descobertas científicas durante a Revolução Industrial na área da Medicina.

Aula nº 16 e 17.

Tema: O Movimento Operário – as condições de vida e de trabalho dos operários

Com o surgimento da Revolução industrial na Inglaterra, as condições de vida e de trabalho dos operários pioraram. Os operários começaram a defrontarem-se com um ambiente inóspito. Frio do inverno e calor sufocante no verão, na iluminação, falta de arejamento, barulho ensurdecedor, riscos de acidentes, ausência de vestuário de trabalho, desabamento das minas e incêndios, péssimas condições sanitárias, longos horários de trabalho, entre 15 e 16 horas por dia, sem férias nem feriados e nem descansos semanais. Grande parte das indústrias laborava em espaços degradados e impróprios, com caves ou pátios interiores de prédios, barracões improvisados nas zonas periféricas das cidades. Durante longos períodos de trabalho, as pausas permitidas eram poucas, apenas no meio-dia, num intervalo entre 15 e 30 minutos, com almoços improvisados e trazidos de casa de manhã.

Os altos preços dos alojamentos ou casas de arrendamento levaram os operários a viver em velhos prédios degradados nos centros das cidades. Essas habitações não permitiam o mínimo de condições de habitabilidade. Os seus compartimentos eram exíguos para os membros dos agregados familiares.

Não havia iluminação nas casas nem saneamento ou abastecimento de água potável. As casas de banho eram comuns para várias famílias, o que dificultava a sua higiene. A alimentação era insuficiente, os salários eram magros, tendo em conta o custo de vida e o número de agregados familiares dos operários, os direitos dos operários não estavam estipulados nos seus contratos de trabalho, não havia assistência médica e medicamentosa, etc.

As más condições de vida e de trabalho alteraram os hábitos e costumes dos operários. Assistiu-se a degradação das relações familiares, a proliferação de diversos vícios, como o abuso do alcoolismo, a prostituição, a vagabundagem, a mendicidade e a criminalidade.

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Podemos resumir as condições de vida e de trabalho dos operários durante a Revolução Industrial, da seguinte forma:

a) Trabalho – utilização de crianças e de mulheres como mão-de-obra barata;

b) Horário – Usava-se um horário muito carregado, muitas vezes das 5 horas às 23 horas; c) Salário – O salário das mulheres era geralmente muito baixo, 1/3 do salário dos homens; d) Férias – Inexistência de férias e de dias feriados;

e) Segurança – As fábricas tinham normalmente, temperaturas não agradáveis, acidentes frequentes, explosões de máquinas, etc.

f) Emprego – Redução de horas de trabalho apenas em períodos de crise e desemprego frequente;

g) Habitação – Falta de residências para os operários. Eles viviam em bairros pobres sem água, sem iluminação, sem saneamento, sem segurança e com frequentes riscos de doenças;

h) Vestuário e alimentação – miseravelmente vestidos e mal alimentados;

i) Saúde e problemas sociais – Falta de assistência médica. Doenças frequentes, tais como, tuberculose, cólera, alergia, asma, doenças intestinais, alcoolismo, prostituição, vagabundagem, criminalidade, etc.

Questionário 16 e 17.

1. Quais foram as alterações que surgiram na vida laboral dos operários a partir da Revolução Industrial? 2. Caracteriza as condições de vida e de trabalho dos operários.

3. Compara as condições de vida e de trabalho dos operários nessa fase da Revolução Industrial e na actualidade em Moçambique.

4. Compara os níveis de salários das mulheres e dos homens nessa fase da Revolução Industrial. Aula nº 18 e 19.

Tema: O Movimento Operário 1820-1914

Com a Revolução Industrial, a sociedade do período de transição foi destruída. Em seu lugar surgiu uma

sociedade em que se opõem os interesses da burguesia e do proletariado, ao mesmo tempo, a classe média cresceu. As difíceis condições de vida e de trabalho do proletariado despertaram o interesse de intelectuais, como por exemplo, Karl Marx e Friedrich Engeles. As suas teorias tiveram grande impacto no desenvolvimento do movimento operário e do socialismo.

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As características da sociedade capitalista eram as seguintes: expansão da economia (indústria, comercio, banca e transportes); difusão do saber e desenvolvimento do ensino; crescimento da administração pública. A burguesia tinha uma mentalidade própria que se caracterizava por: defesa da livre iniciativa, direito á propriedade privada e ao lucro pessoal (burguesia individualista); Apologia do trabalho, poupança e dignidade pessoal; Atribuição ao Estado do papel de defesa dos interesses da sua classe, o gosto pelo bem-estar.

A Exploração do Trabalho Infantil

A mão-de-obra feminina e infantil era muito requisitada, apesar de que havia falta de trabalho para toda a

gente, porque ganhava muito menos que um homem. Para trabalhos iguais, o salário de uma mulher era menos um terço e o das crianças, metade do que o dos homens. Mulheres e crianças eram exploradas nas fábricas. As crianças eram especialmente requisitadas, devido a sua agilidade e pequena estrutura, podiam facilmente introduzir-se em espaços pequenos entre as máquinas, ou com os seus dedinhos concertar fios rebentados nas máquinas. Nas minas rastejavam puxando vagões, etc. Desta forma, as famílias inteiras eram arrastadas para o trabalho industrial.

As contradições fundamentais entre a classe operária

Fundamentalmente, eram dois grupos sociais em que se dividia a sociedade: a burguesia e o proletariado (classe operária). A burguesia era a classe elitista, com poder económico e político. Defendia o direito ‘a propriedade e á livre iniciativa, assim com valores como a instrução, a poupança, a família, mas também o bem-estar e ostentação. As contradições entre a burguesia e o operariado surgiram durante o período de emergência da revolução industrial na Inglaterra porque a burguesia explorava a massa trabalhadora. O proletariado trabalhava em fábricas com as más condições de higiene e segurança e vivia em casas insalubres, húmidas e mal iluminadas, pequenos espaços onde alojavam famílias numerosas.

Essas condições favoreciam, por um lado, o aparecimento e a propagação de graves doenças como a tuberculose, raquitismo, cólera, etc. Por outro lado, a degradação de vida, a miséria moral (alcoolismo, delinquência, mendicidade….), o pauperismo, o estado de pobreza generalizado da classe operária veio aumentar cada vez mais a distancia entre a burguesia e o operariado, levando a um clima de descontentamento, revoltas e agitação social. Assim, surgiram nos países industrializados de toda a Europa, greves e movimentos violentos, onde os operários destruíram máquinas e saquearam as habitações dos industriais.

Questionário 18 e 19.

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14 2. Como se caracterizava a sociedade burguesa nessa altura?

Aula nº 20 e 21

Tema: O aparecimento das teorias socialistas

As teorias Socialistas apareceram em reacção às péssimas condições de trabalho e de vida dos operários quando a Revolução Industrial eclodiu na Europa. Como sabemos, a sociedade capitalista europeia apresentava grandes contrastes: de um lado, a classe operária, geralmente pobre e a viver na miséria, com salários baixos, fazendo longas horas de trabalho, passando fome, doenças, com habitações degradadas, num ambiente de mendicidade e alcoolismo. Do outro lado, uma classe capitalista burguesa rica, vivendo num ambiente luxuoso, graças ao trabalho de exploração da classe operária. Desta forma, alguns intelectuais do Século XIX, atentos ás injustiças sociais, propuseram um conjunto de medidas políticas para reformar os sistemas económicos e sociais, pretendendo torná-los mais justos. Foi assim como nasceram as ideias e as doutrinas socialistas, o Socialismo Utópico e o Socialismo Científico.

O Socialismo Utópico

O Socialismo Utópico foi uma corrente de pensamento que se desenvolveu na primeira metade do Século XIX, de crítica ao regime vigente e que propunha soluções consideradas irrealizáveis para minimizar o sofrimento das populações. O Socialismo Utópico caracterizava-se da seguinte forma: recusa á violência para atingir os seus objectivos; criação de cooperativas de produção e de consumo ou pela entrega dos assuntos do Estado a uma elite de homens esclarecidos que governariam de modo a proporcionarem uma maior justiça social. O primeiro país onde surgiram essas ideias foi a Inglaterra, seguido ela França. Entre as figuras que se destacaram no socialismo utópico, podemos referir, Saint Simon; Charles Fourier; Robert Owen; Pierre Joseph proudhon. As suas ideias chaves eram as seguintes:

Saint Simon – trabalhou duramente nos projectos de organização da sociedade humana, chegou a vender

suas próprias roupas para comprar resmas para divulgar as suas ideias para todo o mundo através da impressão dos seus livros.

Charles Fourier – defendia que, para que o trabalho fosse menos fatigante e mais atraente, o operário

teria que mudar de ocupação várias vezes por dia, ou seja, fazer outros tipos de serviços, embora ele não fosse especializado.

Robert Owen – propunha a criação de uma associação de produtores e de cooperativas. Defendia que o

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Pierre Joseph Proudhon – defendia a abolição da propriedade privada, que considerava um roubo.

Achava também que o estado era desnecessário. Preconizava uma autêntica revolução na economia, através da criação de associações mútuas, onde todos trabalhariam, pondo em comum os frutos do seu trabalho, de que resultaria a emergência de uma sociedade igualitária e de pequenos produtores, capazes de assegurar a melhoria das condições sociais sem a luta de classes ou intervenção do Estado. Feito de sonhos de um mundo melhor e de propostas irrealizáveis ou condenadas ao fracasso, foi este o socialismo que a História o consagrou de utópico.

O Socialismo Científico de Karl Marx e Friedrich Engels

Foi nos meados do Século XIX que o socialismo encontrou os seus verdadeiros teorizadores: Karl Marx e Friedrich Engels, que fundaram o Socialismo Científico. Denominou-se Científico para se distinguir do Socialismo Utópico do período anterior. Nasceu na tentativa de resolver os problemas dos trabalhadores, uma vez que o Socialismo Utópico não tinha conseguido. Os ideais de Marx e Engels acabaram por convencer as massas trabalhadoras de todo o mundo, tendo estado na base de profundas alterações políticas e sociais em vários países já no Século XX.

Marx e Engels redigiram uma série de obras, das quais podemos destacar: Sagrada Família; a Ideologia Alemã; o Manifesto do Partido Comunista; o Capital (a grande obra de Marx). Eles defendiam a melhoria das condições de vida do homem; defendiam também o aniquilamento da propriedade privada dos meios de produção sugerindo que eles deveriam ser colectivos. O Socialismo Científico ganhou maior força no Século XX e inspirou as revoluções na Rússia, China, Cuba e noutros países.

Questionário 20 e 21.

1. Diferencia o Socialismo Utópico do Socialismo Científico.

2. Menciona os defensores de cada um dos socialismos e as suas ideias.

Aula nº 22 e 23

Tema: O Sindicalismo e as principais organizações e manifestações operárias

Os operários nas fábricas trabalhavam e estavam sujeitos às duras condições de trabalho. Os salários eram miseráveis, não havia segurança no trabalho, não havia férias nem feriados; eram frequentemente despedidos sempre que houvesse crise, etc. Assim, desde cedo, os operários reagiram perante essas duras condições de trabalho, mas, as suas reivindicações sempre fracassaram por falta de organização. Entre 1811 e 1818, por exemplo, na Inglaterra, os operários destruíram máquinas e saquearam habitações dos industriais. No resto da Europa, também surgiram muitas greves e movimentos violentos. Em resposta a essas greves, muitos operários foram presos, deportados, castigados e até executados. Assim, devido a

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essa reacção dos patrões, os operários viram que era necessária uma organização mais consciente, capaz de resolver os problemas dos operários e conduzir de forma clara as reclamações dos operários. Foi nesse contexto que surgiu o sindicalismo como forma de organização dos trabalhadores com o objectivo de defender os seus interesses.

Nos finais do Século XIX, surgiu o sindicalismo pela primeira vez na Inglaterra, sob forma de Trade

Unions (União de Assalariados). Em 1838, surgiu o Movimento Cartista, que lutava também por

reivindicações de carácter político (direito de voto para todos). O Movimento das Trade Unions actuava politicamente, o que conduziu ao surgimento do Partido Trabalhista em 1906. Na França, na mesma altura, surgiu a Confederação Geral dos Trabalhadores. Assim, surgiram manifestações e greves e elas se multiplicaram. Em 1848, o sindicalismo difundiu-se na Alemanha. Em 1860, o sindicalismo solidificou-se na França. Em 1863, iniciou o sindicalismo nos Estados Unidos da América, com a fundação da Fraternidade dos Mecânicos das Locomotivas de Detroit. Em 1870º sindicalismo expandiu-se pela Espanha e Rússia e entre 1890 e 1898, chegou ao Japão. Com vista a fortalecer o movimento operário, surgiu a ideia de cooperação entre os trabalhadores de todas as nações. Esta ideia conduziu a criação da Associação Internacional dos Trabalhadores (1ª Internacional em 1864). A influência da 1ª Internacional continuou fraca devido as divisões internas, no entanto, contribuiu para fortalecer a consciência da classe operária. As greves continuaram a ser uma arma mais eficaz, embora se saldassem na maioria das vezes em repressões.

Perseguida pela generalidade dos governos europeus, a 1ª Internacional transferiu-se para os Estados Unidos da América, onde acabou por se dissolver em 1876.

A 2ª Internacional veio a acontecer em 1889.

Neste contexto das greves que por toda parte se observavam nos Estados Unidos da América, o 1º de Maio de 1886 foi marcado pelo início de uma campanha para o dia de trabalho de 8 horas. A Imprensa contribuiu para lançar o pânico entre as populações. Em toda a cidade de Chicago começaram as greves e as marchas. Os patrões cerraram os dentes, pois, viam o aspetro da revolução. A polícia carregou sem prévio aviso, disparando sobre os grupos e distribuindo golpes de matraca. Nessa greve morreram muitos trabalhadores e também polícias. Nasceu assim o 1º de Maio como o dia dos trabalhadores de todo o

mundo. As principais vitórias alcanças pelos sindicatos apesar das várias perseguições dos governos,

foram: o direito as negociações de contratos colectivos de trabalho que garantissem e estipulassem as condições de horários; descanso semanal; faltas, férias; assistência na doença e nos acidentes laborais; direito a higiene e salubridade nos locais de trabalho; regulamentação do direito a greve; aparecimento das primeiras leis de protecção ao trabalho feminino e infantil.

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Questionário 22 e 23.

1. Identifica as razoes da criação dos sindicatos nos países industrializados. 2. Apresenta de forma cronológica o aparecimento e o desenvolvimento do Movimento Sindical no Mundo capitalista. 3. Quais foram as vitorias alcançadas pelo Movimento Sindical? 5. Quando e como surgiu o 1º de Maio?

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