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14 15 2017 São Paulo Cr oa tia Sacra P aulistana [org.]
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rasil até1918:
primeirafasede imigração
Capa: mapa do Império Austro-Húngaro
16 17 À comunidade croata pela sua disposição em ajudar e participar na realização da pesquisa com suas histórias, informações, pistas e curiosidade.
Ao Escritório estatal para croatas fora da Croácia, que concedeu auxílio financeiro para a realização do projeto e publicação da pesquisa.
À Croatia Sacra Paulistana pelo apoio logístico e pela abertura a esse tipo de projeto.
Ao Museu da Imigração do Estado de São Paulo pelos dados estatísticos da imigração no período do Império austro-húngaro.
Ao Arquivo Nacional Croata em Zagreb pela documentação correspondente à emigração croata para o Brasil.
Hrvatskoj zajednici na spremnosti da pomogne i sudjeluje u ostvarivanju ovog istraživanja sa svojim ispovijestima, informacijama, ukazivanjima na nove tragove i znatiželjom.
Državnom uredu za Hrvate izvan Hrvatske na financijskoj podršci u realizaciji projekta i objavljivanju istraživanja.
Croatiji Sacri Paulistani na logističkoj podršci i na otvorenosti za ovakav oblik istraživanja.
Muzeju useljaništva savezne države Sao Paulo na statističkim informacijama o useljeništvu za vrijeme Austro-ugarskog carstva Hrvatskom državnom arhivu na dokumentaciji koja se tiče hrvatskog iseljeništva u Brazil.
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Hrvatska u Brazilu do 1918.: Prva faza useljavanja
Uvod
Useljavanje u São Paulo: od ropstva do plaćenog rada
Iseljavanje kao ispovijest: prepričavanje migra-cija
Migracija “Austrijanaca-Hrvata” u Brazil u brojkama (1882-1918)
Osobne priče Hrvati iz „Bavarije“ Vlasnici voda i mora Grupa 59
Veći nego ikada
“Kad više nismo austrijanci, što smo?” – zaključci i misli o useljavanju
O autorima SUMÁRIO / SADRŽAJ Milan Puh Roger Cavalheiro Silva Milan Puh Roger Cavalheiro Silva e Milan Puh
Milan Puh Milan Puh 197 205 209 227 275 297 313 317 Apresentação Introdução
Croácia e Áustria: no caminho de uma emigração Croácia da Idade Moderna à Contemporânea Razões e causas da emigração
A imigração em São Paulo: do trabalho escravo ao assalariado
Imigração como relato: processo migratório contado
A migração “austro-croata” para o Brasil em números (1882-1918)
Histórias pessoais O croata da “Bavária”
Os donos das águas e dos mares O grupo dos 59
Maiores do que nunca
“Quando não somos mais austríacos, o que so-mos?” – conclusões e reflexões sobre a imigração
Sobre os autores SUMÁRIO / SADRŽAJ Milan Puh Milan Puh Rafael Maradei Roger Cavalheiro Silva Milan Puh Roger Cavalheiro Silva e Milan Puh
Milan Puh Milan Puh 21 29 39 65 87 143 167 189 194
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22 23 a) Criação de um banco de dados quantitativos específico sobre o registro croata entre imigrantes austríacos registrados até 1918, organizado em formato de tabela para fácil consulta.
b) Comentários e explicações do processo de de-finição da “croaticidade” dos imigrantes classificados como austríacos, com a estipulação do número possível de croatas no Brasil.
c) Mais visibilidade a um grupo de imigrantes que, por razões históricas, ficaram marginalizados no con-texto imigratório, mas que se mostraram muito dedicados na sua procura pelas raízes croatas.
d) Maior quantidade de informações sobre as ra-zões de emigração/imigração, resultando em maior facilida-de facilida-de entendimento da existência da comunidafacilida-de croata no Brasil e seu relativo desconhecimento internacionalmente.
e) Vinculação de “velhos núcleos” croatas espa-lhados pelo interior de São Paulo onde determinadas famí-lias criaram grandes grupos de descendentes, sendo essa a sua principal característica.
f) Uma publicação especial que visa relacionar os dados quantitativos (consulta de vários arquivos, docu-mentos oficiais e registros) e qualitativos (realização de en-trevistas com os membros da comunidade croata e análise de textos institucionais, midiáticos ou pessoais) como chave para o entendimento da presença croata no Brasil.
A intenção dessa obra é aprofundar o processo de conscien-tização da complexidade da questão imigratória entre os membros das comunidades croatas, especialmente para que se integrem ati-vamente, garantindo de certo modo a existência das mesmas como um tipo de homenagem aos seus antepassados. Isso vale para o público brasileiro, que poderá se aproximar das questões impor-tantes à comunidade croata, bem como interagir no funcionamen-to das associações, seja por meio de pesquisa, de estudo ou de uma
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roácia no Brasil até 1918: primeira fase de imigraçãoreúne diversos textos, análises, relatos e dados estatísticos inéditos para todos aqueles que se interessam pela imigração da Croácia às terras brasileiras. Esse livro oferece-rá muitas informações, contextualizações e ideias que dizem respeito às pessoas que chegaram no Brasil vindas da atual Croácia (e terras pertencentes a ela naquela época) durante o século XIX até o ano de 1918. É uma pesquisa que remonta aos inícios da imigração, tanto particular croata, como brasileira em geral, e percebemos que tal período é pouco estudado, neces-sitando assim de uma sistematização e divulgação especial. Notadamente, tem-se como principal característica o fato de que todos os documentos emitidos se referiam àqueles migrantes como austríacos.
Partimos de alguns pressupostos que guiam o nosso tra-balho, como a consideração na promoção, divulgação e cultivo da cultura croata no Brasil, assim como o fato de fortalecer a iden-tidade daqueles que fazem parte da comunidade com a criação de uma rede de contatos e conhecimentos. Igualmente, almeja--se aproximar o assunto ao público brasileiro que deseja saber mais sobre um país que está, aparentemente, distante geográfica e culturalmente. Seguindo o primeiro volume, A Croácia no
Bra-sil: histórias de uma imigração, esta publicação é parte do
proje-to “História dos croatas e da imigração croata no Brasil”, que desde 2015 recebe o apoio financeiro do Departamento estatal para croatas fora da República da Croácia. Diante da falta mui-to grande de texmui-tos escrimui-tos sobre esse pequeno país europeu em língua portuguesa, esperamos que as informações colhidas no projeto possibilitem um melhor entendimento dos diversos laços que unem os dois países e da situação da comunidade croata no Brasil. Que cumpra, pois, o seu papel de ponte entre os dois continentes, atravessando o grande oceano Atlântico.
E em que sentido Croácia no Brasil até 1918: primeira
fase de imigração pode ser útil para aqueles que procuram
atra-vessar essa ponte? Vamos destacá-los de acordo com a área e espaços que atingem:
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dessa relação conflituosa entre quem emigrava, o país de origem, as companhias de navegação e o país receptor. O relato de viagem recebe, pois, espaço privilegiado, com comentários e análises de al-guns registros localizados, por exemplo, no acervo digital do Mu-seu de Imigração de São Paulo e no Arquivo Nacional da Croácia. Ele também faz parte da apresentação dos caminhos de descoberta das raízes croatas por alguns dos membros da comunidade croata. Essas diversas perspectivas receberam a seguinte apresentação:
1.
Introdução – pretende contextualizar o leitor a respeito do tema central, fazer a primeira apro-ximação à cultura croata (e suas definições), e apresentar os momentos que marcaram a comunidade dos croatas e de seus descendentes na primeira fase de imigração, que ocorreu um pouco antes da Proclamação da República do Brasil (1889) até o fim da Primeira Guerra Mundial (1918).2.
Croácia e Áustria: no caminho de uma emigração – breve apresentação da história da Croácia desde a Idade Moderna (1453) até 1918, um período que compreende na sua totalidade a relação direta da Croácia com a Áustria. Serão focalizados eventos, ideias e políticas que fizeram com que a Croácia entrasse em sua segunda união (com a família Habsburgo da Áustria) e como isso modificou a estrutura do país, incluindo as migrações para dentro e fora da Croácia, nesse caso com o passaporte aus-tríaco. Destacaremos os últimos 20 anos do século XIX e os primeiros 18 do século XX, momento de percalços e difi-culdades internas e externas com a maior movimentação populacional rumo ao Brasil.3.
A imigração e as passagens do trabalho escravo ao assalariado: caso paulista e suas tensões – expli-citação de condições sociopolíticas do Brasil, especialmen-te do Estado de São Paulo, desde a instauração do Império até o começo dos anos 20 do século XX, dedicando mais atenção para a relação entre as políticas de abolição e as de imigração que andaram juntas durante todo o século participação ativa. Cabe dizer que este livro é fundamentalmenteresultado de um trabalho coletivo, sendo assim uma produção co-munitária a ser preservada e cultivada como seu principal objetivo.
Como já posto, o ponto mais marcante dessa publicação é o período abordado. Estamos falando dos imigrantes que vieram com o passaporte do Império Austro-húngaro, ou seja, aqueles que chegaram ao Brasil como austríacos, sendo essa definição que receberam e com a qual se identificavam frequentemente. Isso quer dizer que a identificação desses grupos está relacionada com o momento histórico em que a Croácia se encontrava até 1918, pois receber a classificação “austríaco” significou necessariamen-te imigrar até a Primeira Guerra Mundial, cujo fim decretou a in-dependência entre ambos (temos casos de croatas imigrados após a Segunda Guerra Mundial com a mesma denominação, mas isso é um assunto especifico a ser tratado na publicação sobre a terceira fase de imigração em 2018). Por isso, o leitor encontrará inicialmente uma apresentação e interpretação de informações históricas, sociais e políticas da posição da Croácia no Império Austro-húngaro des-de 1526 até 1918, atentando-se para as migrações internas e a che-gada de imigrantes de outras etnias (alemães, húngaros, ucrania-nos, tchecos, sérvios etc.), as mudanças constantes de fronteiras, o surgimento da ideia de uma união eslava ou da necessidade de formação de uma identidade, que culminaram no Renascimento Popular Croata a partir de 1830 (inícios da futura nação croata).
Uma abordagem parecida é apresentada aqui no caso do Brasil, contextualizando o período em que pela primeira vez o país começa a trabalhar intensamente para atrair imigrantes europeus e para, assim, se distanciar do seu legado colonial. Isso se mos-tra necessário, uma vez que a marginalização do escravo recém--liberto significava ao mesmo tempo a incorporação e exploração da mão de obra vinda da Europa. O que se mostrou significativo na pesquisa foi também a presença de propaganda estatal oficial, assim como a propaganda particular, mais local, que atraiu parte daqueles que emigraram da Croácia. Também encontramos textos da mídia, como o artigo de Peroslav Paskoević-Čikara “Como estão os imigrantes no Brasil” [Kako je izseljenicima u Braziliji], dos irmãos Seljan “Por que os imigrantes fogem do Brasil?” [Zaš-to iseljenici bježe iz Brazila?] e mui[Zaš-tos outros rela[Zaš-tos que tratam
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uma vez que constituíam histórias singulares em regiões remotas do Brasil, marcando profundamente os lugares onde se instalavam.
7.
“Quando não somos mais austríacos,so-mos o quê?” – conclusões e reflexões sobre a imigração – comentários dos principais resultados do segundo ano de pesquisa e proposição de uma síntese a respeito desse pe-ríodo mais distante e mais esquecido da imigração croata. XIX. Contextualização de datas e acontecimentos que
mar-caram o país no momento em que a imigração em massa se tornava realidade, e como o passado colonial fazia com que os imigrantes fossem tratados como escravos.
4.
Imigração como relato: processo migra-tório contado – abordagem de relatos de diferentes natu-rezas: textos jornalísticos, policiais, estatais/políticos e dos próprios emigrantes-regressados, que descreviam a sua experiência de saída do país com todas as dificuldades que encontraram e a experiência de imigração no Brasil com suas peculiaridades. Interligação de dados de diferentes meios de comunicação na construção de uma narrativa, ao mesmo tempo ampla (relações entre governos, com-panhias de navegação e regiões afetadas) e local (embates entre os municípios, política, políticos e migrantes).5.
Análise quantitativa – apresentaçãodos resultados da análise dos dados estatísticos sobre a imigração da Croácia no Brasil até 1918, encontrados em documentos oficiais do Museu da Imigração de São Paulo e do Arquivo Nacional da Croácia. Sistematização de in-formações mais gerais sobre o número de imigrantes, sua origem, religião, situação familiar, profissão e os locais de recepção dos mesmos como austríacos na época. Trata-se de um número de 24471 entradas de cidadãos do Impé-rio Austro-húngaro que foram classificados de acordo com a sua possível etnia.