• Nenhum resultado encontrado

Curvatura Escalar, o Operador Linearizado e Aplicações. Ana Lucia Pinheiro Lima

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Curvatura Escalar, o Operador Linearizado e Aplicações. Ana Lucia Pinheiro Lima"

Copied!
35
0
0

Texto

(1)

Curvatura Escalar, o Operador

Linearizado e Aplica¸

oes

(2)

`

A minha m˜ae L´ucia Maria e ao Prof. Luis Roque

(3)

Agradecimentos

Ao meu querido orientador Prof. Hil´ario Alencar pelo muito que me ensinou e por ser exemplo de profissional a ser seguido, `a Profa. Walcy Santos pelas valiosas

con-tribui¸c˜oes dadas a este trabalho, aos Professores Marco Antˆonio Fernandes e Enaldo Vergasta pelo incentivo, paciˆencia e apoio, aos meus professores da UNEB, a Vivaldo e Marlene Pinheiro, a George Santos, ao Prof. Benedito Pontes, a Francisco Petr´ucio, Aryana Silva e Karoline Cavalcante, e aos colegas de Mestrado, em especial `a Juceli Cardoso, Eliana Silva e a Gilmar Veiga.

(4)

´

Indice

Introdu¸c˜ao 4

1 Preliminares 6

2 L1 - O operador linearizado 13

3 Hipersuperf´ıcie completa, n˜ao-compacta, com curvatura escalar

cons-tante 23

4 Estimativa de altura 27

(5)

Introdu¸

ao

Nesta disserta¸c˜ao consideraremos M uma hipersuperf´ıcie de dimens˜ao n com cur-vatura escalar constante e imersa isometricamente no espa¸co Euclidiano.

Inicialmente, seja f : Mn → R uma fun¸c˜ao de classe C2. Assim, definimos o operador linearizado Lr por

Lr(f ) = tr(Tr(Hess(f ))),

onde Tr ´e a transforma¸c˜ao de Newton definida indutivamente por T0 = I,

Tr = SrI − BTr−1, B ´e a segunda forma fundamental da imers˜ao e Hess ´e o hessiano

da fun¸c˜ao f .

Vale observar que os operadores Lr apareceram, n˜ao ainda na forma definida

acima, no artigo de K. Voss [V], em 1956.

R. Reilly em 1973, relacionou o operador Lr com a derivada da (r + 1)-´esima

fun¸c˜ao sim´etrica Sr+1 num trabalho sobre problemas variacionais (ver [R1]).

Em 1977, Cheng e Yau [CY1] se restringiram ao caso r = 1 e escreveram o operador L1 como L1(f ) = n X i,j=1 (nHδij − hij)fij,

ou seja, em fun¸c˜ao da curvatura m´edia H = S1

n, dos coeficientes hij da segunda forma

fundamental e dos coeficientes fij da Hessiana de f . Nesse trabalho foram

determina-das importantes propriedades do operador L1 e uma aplica¸c˜ao dessas propriedades.

Rosenberg em [R2], 1993, mostrou que o operador Lr pode ser escrito como

Lr(f ) = div(Tr∇f ).

Com isso, o operador Lr passou a ser visto como uma generaliza¸c˜ao do Laplaciano,

pois para r = 0, L0(f ) = ∆f .

´

E bem conhecido o importante papel do Laplaciano no estudo das variedades m´ınimas (S1

n = H1 = 0), ent˜ao espera-se (e estudos atuais vem confirmando este fato)

que os operadores Lrdesempenhem fun¸c˜ao semelhante no estudo das variedades Hr+1

-est´aveis.

Diante disso, damos aten¸c˜ao especial ao operador L1, pois assim, adquirimos

t´ecnicas para estudarmos as hipersuperf´ıcies com curvatura escalar constante, objeto desse trabalho.

Portanto, o nosso objetivo ´e obter resultados sobre hipersuperf´ıcies com curvatura escalar S2 constante no espa¸co Euclidiano, usando, como principal ferramenta nas

(6)

Mais precisamente, demonstraremos resultados obtidos, em 1977, por Cheng e Yau [CY1] e Rosenberg [R2], em 1993.

Teorema (Cheng-Yau). Seja M uma hipersuperf´ıcie no espa¸co Euclidiano, completa, n˜ao-compacta, com curvatura seccional n˜ao-negativa. Se a curvatura esca-lar de M ´e constante, ent˜ao M ´e um cilindro generalizado.

Teorema (Rosenberg). Seja M ⊂ Rn+1 uma hipersuperf´ıcie mergulhada com

∂M ⊂ Rn = Rn× 0. Se S2 ´e constante positiva em M, ent˜ao a distˆancia m´axima de

M ao hiperplano Rn ´e q2n(n−1) S2 .

A estrutura desta disserta¸c˜ao ´e a seguinte: no Cap´ıtulo 1, ser´a desenvolvido o conte´udo b´asico que possibilitar´a um bom entendimento dos cap´ıtulos posteriores. O operador L1 e suas propriedades s˜ao os assuntos tratados no Cap´ıtulo 2 e os

re-sultados deste cap´ıtulo ser˜ao fundamentais nas demonstra¸c˜oes dos teoremas acima. No Cap´ıtulo 3, enunciamos e provamos o Teorema de Cheng e Yau e no Cap´ıtulo 4 fazemos a demonstra¸c˜ao, com algumas modifica¸c˜oes da prova original, do Teorema de Rosenberg, uma vez que a nossa escolha da segunda forma fundamental da imers˜ao difere por um sinal da escolha feita por Rosenberg.

(7)

Cap´ıtulo 1

Preliminares

Neste primeiro cap´ıtulo, apresentaremos resultados b´asicos e fundamentais para um melhor entendimento deste trabalho.

Definiremos imers˜ao isom´etrica, segunda forma fundamental, hipersuperf´ıcie con-vexa e curvatura seccional.

Sejam Mn e Mk variedades diferenci´aveis de dimens˜ao n e k = n + m, respecti-vamente. Denotaremos por TpM, p ∈ M , o espa¸co dos vetores tangentes a M em

p.

Uma aplica¸c˜ao diferenci´avel ϕ : M → M ´e uma imers˜ao se dϕp : TpM → Tϕ(p)M

´e injetiva para todo p ∈ M . Se M tem uma estrutura Riemanniana, ϕ induz uma estrutura Riemanniana em M por hu, vip = hdϕp(u), dϕp(v)iϕ(p), u, v ∈ TpM . Tal

m´etrica ser´a denominada m´etrica induzida por ϕ. Nesta situa¸c˜ao, ϕ passa a ser uma imers˜ao isom´etrica de M em M .

Consideraremos sempre M uma variedade Riemanniana e usaremos ∇ para deno-tar sua conex˜ao de Levi-Civita.

Se ϕ : M → M ´e uma imers˜ao, podemos afirmar que, para cada p ∈ M , existe uma vizinhan¸ca U ⊂ M de p, tal que ϕ(U ) ⊂ M ´e uma subvariedade de M , isto ´e, temos uma vizinhan¸ca de ϕ(p), U ⊂ M , onde podemos definir um difeomorfismo que leva ϕ(U ) ∩ U em um aberto do subespa¸co Rn ⊂ Rk. Portanto, simplificaremos a

nota¸c˜ao identificando cada ponto p ∈ M com sua imagem ϕ(p) e cada vetor v ∈ TpM

com o vetor dϕp(v) ∈ Tϕ(p)M .

Atrav´es do produto interno definido em TpM , podemos decompor o espa¸co

tan-gente de M em p como a soma direta

TpM = TpM ⊕ (TpM )⊥,

(8)

Tomando v ∈ TpM , podemos escrevˆe-lo como

v = vT + vN, onde vT ∈ T

pM , vN ∈ (TpM )⊥.

Consideremos X, Y campos locais de vetores em M e X, Y as extens˜oes locais em M , respectivamente. Da´ı, temos a seguinte igualdade

∇XY = (∇XY ) T.

O nosso objetivo ´e definir a segunda forma fundamental da imers˜ao ϕ : M → M . Para isto, introduziremos a aplica¸c˜ao bilinear sim´etrica B : χ(U ) × χ(U ) → χ(U )⊥ dada por

B(X, Y ) = ∇XY − ∇XY.

Aqui χ(U ) (respectivamente, χ(U )⊥) ´e o espa¸co dos campos de vetores (respecti-vamente, normais) de classe C∞ em M , e U ⊂ M ´e uma vizinhan¸ca de p tal que ϕ(U ) ⊂ M ´e uma subvariedade de M .

Sejam p ∈ M e η ∈ (TpM )⊥. A aplica¸c˜ao Hη : TpM × TpM → R dada por

Hη(x, y) = hB(x, y), ηi, x, y ∈ TpM ´e tamb´em uma forma bilinear sim´etrica.

Assim, podemos definir a forma quadr´atrica IIη em TpM dada por

IIη(x) = Hη(x, x).

IIη ´e chamada a segunda f orma f undamental de f em p segundo o vetor normal η.

`

A aplica¸c˜ao bilinear Hη associa-se uma aplica¸c˜ao linear auto-adjunta

Qη : TpM → TpM definida por

hQη(x), yi = Hη(x, y) = hB(x, y), ηi.

Qη ´e chamado endomorf ismo de W eingarten.

Uma observa¸c˜ao importante ´e que tamb´em podemos designar a aplica¸c˜ao B como a segunda forma fundamental, tomando valores em (TpM )⊥. Faremos uso desta

nota¸c˜ao no decorrer do nosso trabalho.

A proposi¸c˜ao seguinte nos d´a uma rela¸c˜ao entre o endomorfismo de Weingarten e a derivada covariante.

(9)

Proposi¸c˜ao 1.1. Sejam ϕ : Mn→ Mn+m uma imers˜ao isom´etrica, p ∈ M, v ∈ TpM, η ∈ (TpM )⊥ e N uma extens˜ao local de η normal a M . Ent˜ao,

Qη(v) = −(∇vN )T.

P rova. Sejam v, w ∈ TpM e V, W extens˜oes locais de v, w, respectivamente, e

tangentes a M . Ent˜ao, hN, W i = 0 e, portanto, hQη(v), wi = hB(V, W )(p), N i = h∇VW − ∇VW, N i(p) = h∇VW, N ip− h∇VW, N ip = h∇VW, N ip = −hW, ∇VN ip = h(−∇VN )T, W ip , para todo w ∈ TpM.  Os teoremas principais deste trabalho tratam do caso particular de imers˜oes cuja codimens˜ao ´e igual a 1, isto ´e, ϕ : Mn → Mn+1. Neste caso, ϕ(M ) ⊂ M ´e chamada de hipersuperf´ıcie.

Sejam p ∈ M e η ∈ TpM⊥ tal que | η |= 1. Assim, o fato do endomorfismo de

Weingarten Qη : TpM → TpM ser sim´etrico, garante a existˆencia de uma base

orto-normal de vetores pr´oprios {e1, ..., en} de TpM com valores pr´oprios reais λ1, ..., λn,

ou seja, Qη(ei) = λiei, 1 ≤ i ≤ n.

Para M = Rn+1 temos uma interessante interpreta¸c˜ao geom´etrica para Qη.

Sejam N extens˜ao local de η, unit´aria e normal a M e Sn= {x ∈ Rn+1; k x k= 1}

a esfera unit´aria de Rn+1. Definimos a aplica¸c˜ao normal de Gauss g : Mn → Sn

transladando a origem do campo N , para a origem do Rn+1 e fazendo g(q) = ponto f inal do transladado de N (q).

Como TqM e Tg(q)(Sn) s˜ao paralelos, podemos identific´a-los. Logo, vemos que

dgq : TqM → TqM ´e dada por dgq(v) = d dt(N ◦ c(t))t=0 = ∇vN = (∇vN ) T = −Q η(v) ,

(10)

onde c : (−, ) → M ´e uma curva com c(0) = q e c0(0) = v. Portanto, −Qη ´e a derivada da aplica¸c˜ao normal de Gauss.

Quando M e M est˜ao ambas orientadas, o vetor η ´e univocamente determinado se exigirmos que {e1, ..., en} e {e1, ..., en, η} sejam bases na orienta¸c˜ao de M e M ,

respectivamente. Quando isto ocorre, denominamos os ei dire¸c˜oes principais e os

λi = ki curvaturas principais de ϕ.

Um fato relevante com rela¸c˜ao as curvaturas principais ´e que suas fun¸c˜oes sim´etricas s˜ao invariantes da imers˜ao.

Definimos a r-´esima curvatura m´edia Hr, r = 0, 1, ...n, de M como sendo

Hr=

1 cr

Sr,

onde cr = nr e Sr ´e a r-´esima fun¸c˜ao sim´etrica das curvaturas principais (ki) da

imers˜ao ϕ, ou seja,

Sr =

X

i1<...<ir

ki1 · ... · kir .

Observe que, S0 = 1 e S1, S2, e Sns˜ao, a menos de fator constante, as curvaturas

m´edia, escalar e Gauss − Kronecker, respectivamente.

Consideremos uma fun¸c˜ao f ∈ C∞(M ) e um campo qualquer X ∈ χ(M ). Defini-mos o gradiente de f como o campo ∇f em M dado por

h∇f, Xi = Xf = df · X, o divergente de X como a fun¸c˜ao div : M → R definida por

divX = tr(Y → ∇YX)

e o Laplaciano de M como o operador ∆ : C∞(M ) → C∞(M ) dado por ∆f = div(∇f ).

Agora, consideremos um referencial geod´esico {e1, ..., en} em um aberto de M e

um campo X escrito neste referencial como X =Pn

i=1aiEi. Ent˜ao, podemos escrever

o gradiente, divergente e o Laplaciano nesse referencial como ∇f = n X i=1 (ei(f ))ei, divX = n X i=1 ei(ai),

(11)

∆f = n X i=1 ei(ei(f )), respectivamente.

Usando as defini¸c˜oes de gradiente, divergente e Laplaciano, obtemos, para toda g ∈ C∞(M ), a equa¸c˜ao

div(gX) = gdivX + h∇g, Xi. (1.1) Consideremos uma variedade compacta M com bordo ∂M e um campo X em M . O Teorema da Divergˆencia (ver [S], p.192) afirma que

Z M divX dM = Z ∂M hX, νidr, (1.2) onde dM e dr s˜ao os elementos de volume de M e de ∂M , respectivamente, e ν ´e o campo de vetor unit´ario normal exterior ao ∂M , cuja dire¸c˜ao ´e oposta `a do vetor curvatura m´edia. Assim, se tomamos X = f ∇h em (1.1) e usamos (1.2), temos a F´ormula de Green Z M {f ∆h + h∇f, ∇hi}dM = Z ∂M f h∇h, νidr (1.3) para f, h ∈ C∞(M ).

Dizemos que M ´e uma variedade Riemanniana (geodesicamente) completa se para todo p ∈ M , a aplica¸c˜ao exponencial, expp, est´a definida para todo v ∈ TpM , isto

´e, se as geod´esicas γ(t) que partem de p est˜ao definidas para todos os valores do parˆametro t ∈ R.

Quando a variedade M ´e fechada e limitada diz-se que M ´e compacta.

Nos resultados deste trabalho encontramos a express˜ao cl´assica: “variedades de curvatura constante”. Esta express˜ao designa as variedades Riemannianas simples-mente conexas, completas, de curvatura seccional constante.

Definamos ent˜ao curvatura seccional. Dados um ponto p ∈ M e um subespa¸co bi-dimensional σ ⊂ TpM , o n´umero real K(x, y) = K(σ) =

hR(x,y)x,yi

|x∧y|2 , onde R representa

o tensor curvatura e {x, y} ´e uma base qualquer de σ, ´e chamado curvatura seccional de σ em p.

Uma interpreta¸c˜ao geom´etrica da curvatura seccional nos diz que K(p, σ) ´e a curvatura Gaussiana em p de uma pequena superf´ıcie formada por geod´esicas de M que partem de p e s˜ao tangentes a σ.

(12)

Para uma hipersuperf´ıcie Mn ⊂ Rn+1, a condi¸c˜ao an´aloga a ter curvatura Gaussiana

positiva em p ´e a condi¸c˜ao que toda curvatura seccional em p ´e positiva; equivalen-temente, toda curvatura principal ter´a o mesmo sinal, ou ainda, a segunda forma fundamental B ´e positiva ou negativa definida e isto nos garante o fato, puramente geom´etrico, que M est´a situada em um lado do hiperplano tangente de M em p. Dizemos ent˜ao que o fato de B ser positiva ou negativa definida, implica que M ´e lo-calmente convexa e argumentos gerais mostram que um conjunto lolo-calmente convexo ´e, na verdade, convexo.

Dizemos que uma hipersurperf´ıcie mergulhada f : Mn → Rn+1 ´e uma hipersu-perf´ıcie convexa quando ela est´a contida no bordo de um corpo convexo C ⊂ Rn+1.

Por um corpo convexo entendemos um subconjunto C de Rn+1 tal que, dados dois

pontos p, q ∈ C, o segmento que liga p e q est´a contido em C .

Um dos fatos mais importantes para desenvolvimento deste trabalho ´e o operador L1, definido no pr´oximo cap´ıtulo, ser el´ıptico. Antes vamos estabelecer algumas

defini¸c˜oes. Um operador L do tipo Lu = n X i,j=1 aij ∂2u ∂xi∂xj + n X i=1 bi ∂u ∂xi + cu ,

´e chamado operador diferencial de ordem dois, onde aij, bi, c : U → R, i, j = 1, ...n,

s˜ao fun¸c˜oes definidas em aberto U de Rn.

Quando A(x) = (aij(x)) ´e sim´etrica e positiva definida, para todo x ∈ U , isto ´e, n

X

i,j=1

aij(x)λiλj > 0, ∀x ∈ U e ∀λ = (λ1, ..., λn) ∈ Rn− {0},

a express˜ao Lu = 0 ´e chamada equa¸c˜ao el´ıptica de segunda ordem.

O princ´ıpio do m´odulo m´aximo para fun¸c˜oes hamˆonicas foi generalizado por E. Hopf em 1927 para equa¸c˜oes diferenciais parciais el´ıpticas (ver[GT], p. 31).

(13)

Teorema 1.1 (E. Hopf). Seja Lu = n X i,j=1 aij ∂2u ∂xi∂xj + n X i=1 bi ∂u ∂xi + cu, onde u:U ⊂ Rn→ R ´e uma fun¸c˜ao duas vezes diferenci´avel e b

i, c:U → R s˜ao fun¸c˜oes

localmente limitadas com c ≤ 0. Suponhamos que, para todo ponto p ∈ U, existem uma vizinhan¸ca V de p e constantes δ e  positivas tais que

δ n X i=1 λ2i ≤ n X i,j=1 aij(x)λiλj ≤  n X i=1 λ2i, ∀x ∈ V e todo λ = (λ1, ..., λn) ∈ Rn.

Se Lu ≥0 em U e p ´e um ponto de m´aximo local n˜ao-negativo, ent˜ao u ´e constante em uma vizinhan¸ca de p.

O princ´ıpio da tangˆencia ´e uma aplica¸c˜ao desse resultado, e pode ser enunciado do seguinte modo:

Sejam Mn

1, M2n hipersuperf´ıcies orientadas em Mn+1, p ∈ M1n ∩ M2n um ponto

de tangˆencia e u1, u2 : U ⊂ TpM1 → R fun¸c˜oes definidas em uma vizinhan¸ca U da

origem do plano tangente TpM1, cujos gr´aficos s˜ao vizinhan¸cas V1 ⊂ M1 e V2 ⊂ M2

de p, respectivamente. Se u1 e u2 satisfazem uma mesma equa¸c˜ao diferencial parcial

el´ıptica e u1 ≤ u2 em U, ent˜ao M1 e M2 coincidem em U .

Para finalizar este cap´ıtulo, enunciaremos um resultado obtido por Hartman e Nirenberg [HN] que ser´a usado na demonstra¸c˜ao do Teorema de Cheng e Yau, no Cap´ıtulo 3.

Teorema 1.2 (Hartman-Nirenberg). Sejam Mn uma variedade Riemanniana com-pleta flat e f : Mn→ Rn+1 uma imers˜ao isom´etrica. Ent˜ao, f(M) ´e um cilindro sobre

(14)

Cap´ıtulo 2

L

1

- O operador linearizado

Neste cap´ıtulo faremos um estudo sobre o operador L1. Inicialmente, usaremos a

defini¸c˜ao dada por Cheng e Yau [CY1] , veremos que L1´e o caso particular, para r = 1,

do operador Lr definido por Rosenberg [R2] e demonstraremos algumas propriedades

desse operador.

Quando Mn´e uma hipersuperf´ıcie completa com curvatura seccional n˜ao-negativa no espa¸co Euclidiano, podemos escolher o campo de vetores normais N : M → Sn+1

de maneira que a segunda forma fundamental B seja positiva semi-definida.

Seja f : Mn → R uma fun¸c˜ao de classe C2. Definimos o operador L1 por (ver

[CY1], p. 201) L1(f ) = n X i,j=1 (nHδij− hij)fij , (2.1) onde H = S1

n ´e a curvatura m´edia de M , hij os coeficientes da segunda forma

funda-mental, δij delta de Kronecker e fij os coeficientes da matriz Hessiana de f .

Ao estudo das r-´esimas curvaturas m´edias est´a relacionada a Transforma¸c˜ao de Newton Tr = SrI −Sr−1B+...+(−1)rBr, que tamb´em pode ser definida indutivamente

por Tr = SrI − BTr−1, T0 = I.

Proposi¸c˜ao 2.1. Seja Tr a Transforma¸c˜ao de Newton. Ent˜ao, s˜ao v´alidas as

seguin-tes propriedades:

a) Tr(ei) = Sr(Bi)ei;

b) (r + 1)Sr+1 = tr(BTr) (F´ormula de Newton);

(15)

d) tr(TrB2) = S1Sr+1− (r + 2)Sr+2;

e) Tr ´e auto-adjunto.

Prova. Ver Lemma 2.1 [BC], p.279 para as quatro primeiras propriedades. O fato do operador Tr ser auto-adjunto ´e conseq¨uˆencia dele ser polinˆomio em B.

 Agora, definida a transforma¸c˜ao Tr, a maneira natural de escrever a defini¸c˜ao dada

por Cheng e Yau para o operador L1 ´e

L1(f ) = tr(T1Hess(f ))

= tr((S1I − B)(Hess(f ))).

Em 1993, Rosenberg (ver [R2], Theorem 4.1, p.225) estabeleceu a seguinte ex-press˜ao para o operador diferenci´avel linear de segunda ordem Lr,

Lr(f ) = div(Tr∇f ), r = 0, 1, ..., n.

O operador Lr j´a havia aparecido em artigos de Voss [V] e Reilly [R1], associado

a problemas variacionais e escrito como combina¸c˜ao das fun¸c˜oes sim´etricas Sr+1. O

trabalho de Rosenberg [R2] teve grande importˆancia, pois o fato do operador Lrpoder

ser escrito como um divergente possiblitou o uso de muitos resultados j´a conhecidos. Quando r = 1,

L1(f ) = div(T1∇f ) (2.2)

coincide com o operador de Cheng e Yau L1(f ) =

n

X

i,j=1

(nHδij − hij)fij.

De fato, sabemos que ∇f =

n

X

i=1

fiei e T1 = S1I − B = nHI − B,

(16)

Da´ı, T1∇f = n X i=1 (nHI − B)fiei = n X i=1 (nHfiei− fiBei) . Como Bei = Pn j=1hjiej, temos T1∇f = n X i=1 nHfiei− fi n X j=1 hjiej ! = n X i,j=1 (nHδij − hji)fiej = n X i,j=1 (nHδij − hij)fiej = n X j=1 n X i=1 (nHδij − hij)fi ! ej . Assim, div(T1∇f ) = n X j=1 n X i=1 nHjδij− hijj ! fi+ n X i,j=1 (nHδij − hij)fij = n X j=1 n X i=1 nHjδij ! fi− n X i,j=1 hijjfi+ n X i,j=1 (nHδij − hij)fij = n X i,j=1 nHjδijfi− n X i=1 nHifi+ n X i,j=1 (nHδij − hij)fij = n X i=1 nHifi− n X i=1 nHifi+ n X i,j=1 (nHδij − hij)fij = n X i,j=1 (nHδij − hij)fij .

(17)

Portanto, conclu´ımos que div(T1∇f ) = n X i,j=1 (nHδij − hij)fij .

Em um certo sentido, os operadores Lr generalizam o operador Laplaciano ∆,

pois, para r = 0,

L0(f ) = div(T0∇f )

= div(∇f ) = ∆f.

Vale observar que esses operadores s˜ao muito usados em estudos de hipersuperf´ıcies com r-´esima curvatura Hr constante.

Os resultados apresentados neste trabalho, a partir de agora, estar˜ao relacionados ao operador L1.

Definindo L1de um campo como sendo o campo cujas coordenadas s˜ao L1aplicado

a cada uma das coordenadas do campo original, vamos agora calcular L1(X) e L1(N ),

onde X e N s˜ao o vetor posi¸c˜ao e o vetor normal de M , respectivamente.

Proposi¸c˜ao 2.2. Sejam X e N o vetor posi¸c˜ao e o vetor normal de M , respectiva-mente. Ent˜ao,

a) L1(X) = n(n − 1)RN ;

b) L1(N ) = (−S1S2+ 3S3)N −12n(n − 1)

Pn

k=1Rkek.

Prova. Seja {e1, ...en} um referencial ortonormal em M . Ent˜ao,

∇eiX = ei. Da´ı, Xij = ∇ej∇eiX = ∇ejei = hijN, ou seja, Xij = hijN . (2.3) Al´em disso, Ni = n X k=1 hNi, ekiek+ hNi, N iN .

(18)

Sabemos que hN, eki = 0 e hN, N i = 1. Dessas igualdades, conclu´ımos que hNi, eki = −hki e hNi, N i = 0. Assim, Ni = − n X k=1 hkiek . Logo, Nij = − n X k=1 hkijek− n X k=1 hki∇ejek = − n X k=1 hkijek− n X k=1 hkihkjN. (2.4)

Calculemos o valor de L1(X). Por (2.1),

L1(X) = n

X

i,j=1

(nHδij − hij)Xij .

Substituindo o valor encontrado em (2.3), temos L1(X) = n X i,j=1 (nHδij − hij)hijN = (nH)2− n X i,j=1 h2ij ! N = ( n X i=1 ki)2− n X i=1 ki2 ! N = 2X i<j kikj ! N = (2S2)N . (2.5)

Visto que R = n(n−1)2 S2, tamb´em podemos escrever L1(X) como

(19)

Analogamente, calculamos o valor de L1(N ), substituindo a express˜ao (2.4) em (2.1), ou seja, L1(N ) = n X i,j=1 (nHδij − hij)Nij = n X i,j=1 (nHδij − hij)(− n X k=1 hkijek− n X k=1 hkihkjN ) = − n X i,j=1 (nHδij − hij)( n X k=1 hkihkj)N − n X i,j,k=1 (nHδij − hij)hkijek.

Usando Codazzi e a bilinearidade de B, L1(N ) = − n X i,j=1 (nHδij − hij)( n X k=1 hikhkj)N − n X k=1 " nH(nH)k− n X i,j=1 hkijhij # ek = − n X i,j=1 (nHδij − hij)( n X k=1 hikhkj)N − n X k=1 1 2n(n − 1)Rkek = − n X i,j,k=1 nHδijhikhkj + n X i,j,k=1 hijhikhkj ! N − 1 2n(n − 1) n X k=1 Rkek = (−nH k B k2 +trB3)N − 1 2n(n − 1) n X k=1 Rkek. Como trB3 = nH k B k2 −1 2n 2(n − 1)HR + 3S

3, ver equa¸c˜ao (1) em [R1], temos

L1(N ) =  −1 2n 2 (n − 1)HR + 3S3  N −1 2n(n − 1) n X k=1 Rkek = (−S1S2+ 3S3)N − 1 2n(n − 1) n X k=1 Rkek. Assim, L1(N ) = (−S1S2+ 3S3)N − 1 2n(n − 1) n X k=1 Rkek. (2.7) 

(20)

Proposi¸c˜ao 2.3. Sejam X e N o vetor posi¸c˜ao e o vetor normal de M, respectivamente e seja v vetor fixo em Rn+1. Ent˜ao,

a) L1(hX, vi) = n(n − 1)RhN, vi;

b) L1(hN, vi) = (−S1S2+ 3S3)hN, vi −12n(n − 1)

Pn

k=1Rkhek, vi .

Prova. Afirmamos que L1(hX, vi) = hL1(X), vi. Com efeito,

L1(hX, vi) = n X ij=1 (nHδij − hij)hX, viij = n X ij=1 (nHδij − hij)hXij, vi = * n X ij=1 (nHδij − hij)Xij, v + = hL1(X), vi.

Ent˜ao, usando (2.5) e (2.6),

L1(hX, vi) = h(2S2)N, vi (2.8) = hn(n − 1)RN, vi = n(n − 1)RhN, vi. (2.9) Usando (2.7), temos L1(hN, vi) = (−S1S2+ 3S3)hN, vi − 1 2n(n − 1) n X k=1 Rkhek, vi. (2.10)  Uma propriedade importante do operador L1 ´e o fato dele ser auto-adjunto.

Proposi¸c˜ao 2.4 ([CY1], Proposi¸c˜ao 1). Seja M uma variedade Riemanniana com-pacta e orient´avel. Ent˜ao, o operador L1 ´e auto-adjunto.

P rova. Por (2.2) e usando o produto interno definido por hf, gi =RMf g dM para f, g : M → R, podemos afirmar que

hL1(f ), gi = hdiv(T1∇f ), gi = hg, div(T1∇f )i = Z M gdiv(T1∇f )dM .

(21)

Fazendo X = T1∇f em (1.1) e usando o Teorema da Divergˆencia (ver p.10), pois

M ´e compacta sem bordo, conclu´ımos que hL1(f ), gi = Z M gdiv(T1∇f )dM = Z M div(gT1∇f )dM − Z M h∇g, T1∇f idM = − Z M h∇g, T1∇f idM .

Agora, usando o mesmo argumento temos que hf, L1(g)i = hf, div(T1∇g)i

= Z M f div(T1∇g)dM = Z M div(f T1∇g)dM − Z M h∇f, T1∇gidM = − Z M h∇f, T1∇gidM .

Como T1 ´e auto-adjunto, isto ´e,

h∇f, T1∇gi = hT1∇f, ∇gi ,

temos a igualdade desejada, ou seja,

hL1(f ), gi = hf, L1(g)i .

 O resultado a seguir ´e uma desigualdade, Princ´ıpio do Mini-Max, para o operador L1. A demonstra¸c˜ao desse fato usa uma estimativa para seu primeiro auto-valor (ver

[C], p.16).

Proposi¸c˜ao 2.5 ([CY1], Proposi¸c˜ao 2). Seja L1 um operador el´ıptico auto-adjunto de

segunda ordem , possivelmente degenerado, definido em uma variedade M compacta com bordo. Seja f uma fun¸c˜ao positiva de classe C2. Ent˜ao, para qualquer fun¸ao

g ∈ C2 ao-negativa tal que g ∂M = 0, temos  − Z M gL1g  ≥ inf M  −L1f f  Z M g2 −1 . (2.11)

(22)

P rova. Se g ´e identicamente nula nada temos a demonstrar. Ent˜ao, suponhamos g 6≡ 0 e notemos que precisamos apenas provar (2.11) assumindo que L1 ´e el´ıptico

n˜ao-degenerado. Caso contr´ario, podemos substituir L1 por L1+ ∆ e fazer  → 0.

Sejam λ o primeiro auto-valor e gλ a primeira auto-fun¸c˜ao de L1 sobre D com a

condi¸c˜ao gλ

∂D = 0.

´

E bem conhecido que λ ≤  − Z M gL1g  Z M g2 −1 e gλ ´e positiva no interior de D. Considere a fun¸c˜ao gλ f definida em D (temos gλ f ∂D = 0).

Nos pontos onde gλ

f atinge seu m´aximo, podemos verificar que

λ = −L1gλ gλ

≥ −L1f f . Logo, provamos a seguinte estimativa:

 − Z M gL1g  Z M g2 −1 ≥ inf M  −L1f f  .  A condi¸c˜ao suficiente para o operador L1 ser el´ıptico ´e dada pela proposi¸c˜ao

se-guinte (ver[CY1], p.201).

Proposi¸c˜ao 2.6. Se S2 ´e constante positiva, ent˜ao L1 ´e el´ıptico.

P rova. Como L1(f ) =

Pn

i,j=1(nHδij − hij)fij, temos

aij = nHδij − hij.

Visto que a segunda forma fundamental ´e diagonaliz´avel, basta analisarmos aij

para i = j. Assim,

aj = nH − kj

= S1− kj.

(23)

Para cada j, sabemos que S12 = n X j=1 kj2+ 2S2 > kj2, ou seja, S12− k2 j > 0. Da´ı, (S1+ kj)(S1− kj) > 0.

Supondo S1 + kj < 0 e S1− kj < 0 e somando essas duas desigualdades,

encon-tramos

2S1 < 0.

Logo, temos um absurdo, pois S1 > 0. Portanto, S1− kj > 0 e, consequentemente,

aj > 0, j = 1, ..., n.

Assim, quando S2 ´e constante positiva, L1 ´e um operador el´ıptico .

 Esse resultado ´e fundamental na demonstra¸c˜ao dos teoremas principais deste tra-balho, pois o fato de L1 ser um operador el´ıptico nos permite utilizar o princ´ıpio do

(24)

Cap´ıtulo 3

Hipersuperf´ıcie completa,

ao-compacta, com curvatura

escalar constante

O objetivo deste cap´ıtulo ´e provar que, se M ´e uma hipersuperf´ıcie completa n˜ ao-compacta no espa¸co Euclidiano, com curvatura seccional n˜ao negativa e curvatura escalar S2 constante, M ´e um cilindro generalizado. Este resultado foi obtido por

Cheng e Yau em [CY1].

A id´eia central da demonstra¸c˜ao deste resultado ´e provar que M ´e flat, isto ´e, provar que M possui curvatura escalar identicamente nula. Assim, poderemos aplicar o Teorema de Hartman e Nirenberg (Teorema 1.2, p.12) e concluir a demonstra¸c˜ao.

Enunciemos ent˜ao, o resultado de Cheng e Yau.

Teorema 3.1 ([CY1], Teorema 4). Seja Mnuma hipersuperf´ıcie completa n˜ao-compacta no espa¸co Euclidiano Rn+1 com curvatura seccional n˜ao-negativa. Se a curvatura es-calar de M ´e constante, ent˜ao M ´e um cilindro generalizado.

P rova. Como M ´e completa, com curvatura seccional n˜ao-negativa, conclu´ımos que M ´e convexa (ver p.11).

No cap´ıtulo anterior (ver Proposi¸c˜ao 2.6, p.21) provamos o seguinte fato: se S2

´e constante positiva, ent˜ao L1 ´e el´ıptico. Ent˜ao, se tivermos L1 el´ıptico degenerado,

significa que em algum ponto de M ,P

i6=jki = 0 para alguma curvatura principal ki,

ou seja, ki = 0 para todo i 6= j Assim, a curvatura escalar de M neste ponto ´e zero.

Quando a curvatura escalar de M ´e zero, M ´e flat e o resultado segue-se do Teorema de Hartman-Nirenberg (ver Teorema 1.2, p.12).

(25)

O fato da imagem da aplica¸c˜ao normal de Gauss de uma hipersuperf´ıcie convexa completa situar-se num hemisf´erio aberto, nos permite garantir a existˆencia do vetor unit´ario a no espa¸co Euclidiano tal que hN, ai ≥ 0, onde N ´e vetor normal em M (ver [W], p. 279).

Agora, afirmamos que se hN, ai = 0 em algum ponto de M , temos que hN, ai ´e identicamente nula.

Com efeito, calculemos o sinal de L1(hN, ai).

L1(hN, ai) = hL1(N ), ai = − n X j,l=1 (nHδjl− hjl) n X i=1 hjihil ! hN, ai = −n(n − 1)R n X i=1 h2ijhN, ai . Logo, L1hN, ai ≤ 0.

Assim, nossa afirma¸c˜ao segue-se do princ´ıpio do m´ınimo aplicado `a equa¸c˜ao el´ıptica acima, ou seja, como L1hN, ai ≤ 0 e hN, ai ≥ 0, se hN, ai assume seu m´ınimo (que ´e

zero), ent˜ao hN, ai ser´a constante e igual a zero.

Conclu´ımos que, ou hN, ai ´e sempre positiva ou hN, ai ≡ 0.

No segundo caso, diferenciando a equa¸c˜ao hN, ai ≡ 0, obtemos kihei, ai ≡ 0 para

todas as curvaturas principais kie dire¸c˜oes principais ei. Projetando a em M , obtemos

o campo de vetores unit´arios P

iha, eiiei que ´e paralelo em M . Portanto, podemos

retirar uma linha e continuar por indu¸c˜ao a prova do teorema.

Quando f = hN, ai ´e estritamente positiva, aplicamos a Proposi¸c˜ao 2.5 (ver p.20), e garantimos que  − Z M gL1g  Z M g2 −1 ≥ inf M Pn j,l=1(nHδjl− hjl)( Pn i=1hjihil)hN, ai hN, ai ! , ou ainda,  − Z D gL1g  Z D g2 −1 ≥ min D n X j,l=1 (nHδjl− hjl)( n X i=1 hjihil) ! (3.1) para toda fun¸c˜ao suave g com suporte compacto D.

(26)

Com as propriedades que M possui, ´e poss´ıvel afirmar (ver [W], Teorema 2, p. 280) que M ´e essencialmente um gr´afico sobre a e com isso, o conjunto

Dr = {X; hX, ai ≤ r} ´e compacto para todo r > 0.

Podemos aplicar a fun¸c˜ao g(p) = r − hX(p), ai em (3.1) substituindo D por Dr.

Assim, −R Dr(r − hX, ai)L1(r − hX, ai) R Dr(r − hX, ai) 2 ≥ minDr n X j,l=1 (nHδjl− hjl)( n X i=1 hjihil) ! . Por outro lado, por (2.9), temos

−R Dr(r − hX, ai)L1(r − hX, ai) R Dr(r − hX, ai) 2 = −R Dr(r − hX, ai)(−hn(n − 1)RN, ai) R Dr(r − hX, ai) 2 ≤ R Drrn(n − 1)RhN, ai R Dr(r − hX, ai) 2 = rn(n − 1)R R DrhN, ai R Dr(r − hX, ai) 2 . Seja Dr 2 = {X; hX, ai ≤ r

2}. Ent˜ao, em Dr2 vale a seguinte desigualdade,

r − hX, ai ≥ r − r 2 , ou seja, r − hX, ai ≥ r 2 . Da´ı, rn(n − 1)RRD rhN, ai R Dr(r − hX, ai) 2 ≤ rn(n − 1)RRD rhN, ai R Dr 2 (2r)2 ≤ rn(n − 1)R R Dr r2 4 R Dr 2 = 4n(n − 1)Rvol(Dr) rvol(Dr 2) . Portanto, −R Dr(r − hX, ai)L1(r − hX, ai) R Dr(r − hX, ai) 2 ≤ 4n(n − 1)r −1 Rvol(Dr)[volDr2]−1. (3.2)

(27)

O fato de M ser convexa tamb´em nos garante a existˆencia de constantes c1 e c2

tais que vol(Dr) ≤ c1rn+ c2 (ver [SY], p. 23-25). Isto implica que

lim inf r→∞ r −vol(D r)[volDr2]−1 = 0, ∀  > 0. (3.3) Combinando (3.1), (3.2) e (3.3), temos inf M n X j,l=1 (nHδjl− hjl) n X i=1 hjihil ! = 0. (3.4) Sejam k1 e k2 curvaturas principais tais que k1k2 ≥ R. Ent˜ao,

n X k,l=1 (nHδkl− hkl) n X i=1 hkihil ! ≥ k1k22+ k2k12 ≥ (k1k2)(k1+ k2) ≥ k1k2 p 2k1k2 ≥ √2R3/2. (3.5) Como R ´e constante, conclu´ımos de (3.4) e (3.5) que R = 0 e o resultado ´e conseq¨uˆencia imediata do Teorema de Hartmam-Nirenberg (Teorema 1.2, p.12).

 Coment´ario. Em 1978, P. Hartman (ver [H1]) generalizou o resultado de Cheng e Yau para curvatura m´edia Hr constante positiva.

Teorema (Hartman). Seja M = Mn uma variedade Riemanniana completa

conexa com curvatura seccional n˜ao-negativa. Seja X : M → Rn+1 uma imers˜ao isom´etrica de classe C∞ tal que X(M) possui a r-´esima curvatura m´edia satisfazendo Hr = c > 0 para algum r, 1 ≤ r ≤ n. Ent˜ao, M ´e um cilindro generalizado.

(28)

Cap´ıtulo 4

Estimativa de altura

O resultado apresentado neste cap´ıtulo ´e uma estimativa obtida por Rosenberg [R2], para a distˆancia m´axima dos pontos de M ao seu bordo, quando M ´e uma hipersuperf´ıcie mergulhada em Rn+1 com curvatura escalar S

2 constante positiva e

bordo em Rn.

A demonstra¸c˜ao deste teorema ´e um bom exemplo de aplica¸c˜ao das propriedades do operador L1.

Inicialmente, vamos demonstrar o resultado seguinte. Proposi¸c˜ao 4.1. Se H1, H2,..., Hi s˜ao n˜ao-negativas, ent˜ao

H1Hi+1 ≥ Hi+2, (4.1)

para 0 ≤ i ≤ n − 2. Prova. Sabemos que

Hi−1Hi+1 ≤ Hi2, i = 1, 2, ..., n − 1 e

HiHi+2 ≤ Hi+12 , i = 0, 1, ..., n − 2 (4.2)

s˜ao equivalentes (ver [HLP], p.104).

Para i = 0, temos, por (4.2) e a equa¸c˜ao de Gauss,

H12− H2 ≥ 0. (4.3)

Para i = 1, H2 > 0 (isto implica H1 > 0), temos, usando (4.2), que

H1H3 ≤ H22 , isto ´e, H2 ≥

H1H3

H2

(29)

Agora, por (4.3) e (4.4), H1 ≥ H2 H1 ≥ H1H3 H1H2 = H3 H2 , isto ´e, H1H2− H3 ≥ 0. (4.5)

Para i = 2 e H3 > 0 (isto implica H1 > 0, H2 > 0), temos por (4.2),

H2H4 ≤ H32 , isto ´e, H3 ≥

H2H4

H3

. (4.6) Agora, por (4.5) e (4.6), obtemos

H1 ≥ H3 H2 ≥ H2H4 H3H2 = H4 H3 , isto ´e, H1H3− H4 ≥ 0.

Suponhamos que a proposi¸c˜ao vale para i = n − 3, isto ´e,

H1Hn−2− Hn−1 ≥ 0. (4.7)

Ent˜ao, para i = n − 2 e Hn−1 ≥ 0 temos, por (4.2),

Hn−2Hn≤ Hn−12 , ou seja, Hn−1 ≥ Hn−2Hn Hn−1 . (4.8) Por (4.7) e (4.8), temos H1 ≥ Hn−1 Hn−2 ≥ Hn−2Hn Hn−1Hn−2 = Hn Hn−1 . Portanto, H1Hn−1− Hn ≥ 0. 

(30)

Teorema 4.1 ([R2], Teorema 6.1). Seja M ⊂ Rn+1 uma hipersuperf´ıcie compacta

mergulhada com ∂M ⊂ Rn = Rn× 0. Se S2 ´e constante positiva, ent˜ao a distˆancia

axima de M ao hiperplano Rn ´e q2n(n−1) S2 .

Prova. Inicialmente, consideremos uma hipersuperf´ıcie M em Rn+1, compacta, com S2 constante positiva, como sendo o gr´afico de uma fun¸c˜ao Xn+1 definida num

compacto de Rn tal que ∂M ⊂ Rn.

Escolheremos o vetor N normal a M , tal que Nn+1 ≤ 0. Observe que com esta

escolha, o operador L1 ´e el´ıptico positivo definido.

Sejam Hi as i-´esimas fun¸c˜oes curvaturas m´edias de M , definidas por Si = niHi.

´

E conhecido que (ver [HLP]),

Hi−1Hi+1 ≤ Hi2 (1 ≤ i < n), (4.9) H1 ≥ H 1/2 2 ≥ H 1/3 3 ≥ ... ≥ H 1/i i , (4.10) quando H1, H2,..., Hi s˜ao n˜ao-negativas.

Agora, observe que podemos reescrever a desigualdade (4.1) em fun¸c˜ao das Si,

isto ´e,

(n − i − 1)S1Si+1− n(i + 2)Si+2 ≥ 0, (4.11)

i ≤ n − 2.

Assim, como S2 ´e constante positiva em M , temos Hi > 0 para i ≤ 2 e, portanto,

podemos usar a desigualdade (4.11) com i = 1, ou seja,

(n − 2)S1S2− 3nS3 ≥ 0 (4.12)

Definamos a fun¸c˜ao f =S2

c2

12

Xn+1+ Nn+1, onde c2 = n2.

Baseado nos resultados do Cap´ıtulo 2, iremos calcular o valor de L1 aplicado `a

fun¸c˜ao f definida acima.

Podemos escrever f como o produto   S2 c2 12 X + N, (0, ..., 0, 1)  . Assim, L1(f ) = L1 *  S2 c2 12 X + N, (0, 0, ..., 0, 1) +! = L1 *  S2 c2 12 X, (0, 0, ..., 0, 1) + + hN, (0, 0, ..., 0, 1)i ! .

(31)

Como L1(hX, vi) = hL1(X), vi e L1(hN, vi) = hL1(N ), vi , obtemos L1(f ) = L1 *  S2 c2 12 X, (0, 0, ..., 0, 1) + + hN, (0, 0, ..., 0, 1)i ! =  S2 c2 12 hL1(X), (0, 0, ..., 0, 1)i + hL1(N ), (0, 0, ..., 0, 1)i.

Substituindo os valores encontrados em (2.8) e (2.10) e observando que Rk = 0

quando S2 ´e constante, obtemos

L1(f ) =  S2 c2 12 hL1(X), (0, 0, ..., 0, 1)i + hL1(N ), (0, 0, ..., 0, 1)i =  S2 c2 12 h2S2N, (0, 0, ..., 0, 1)i + h(−S1S2+ 3S3)N, (0, 0, ..., 0, 1)i =  S2 c2 12 (2S2Nn+1+ (−S1S2+ 3S3)Nn+1) = " S2 2  S2 c2 12 − S1 ! + 3S3 # Nn+1 = " S2 2  S2 c2 12 − S1 ! + n − 2 n  S1S2−  n − 2 n  S1S2+ 3S3 # Nn+1 = " S2 2  S2 c2 12 − S1+ S1− 2 nS1 ! − (n − 2)S1S2− 3nS3 n # Nn+1.

Portanto, usando (4.12) e o fato que Nn+1 ≤ 0,

L1(f ) ≥ S2 2  S2 c2 12 − 2 nS1 ! Nn+1.

Como S1 e S2 s˜ao n˜ao-negativas, temos, por (4.2), que

 S2 c2 12 ≤ S1 n. Conclu´ımos ent˜ao que L1(f ) ≥ 0.

Por outro lado, por hip´otese, ∂M ⊂ Rn= Rn× 0. Logo, X n+1 ∂M = 0 e, portanto, f ∂M ≤ 0.

(32)

Como o operador L1 ´e el´ıptico, o Princ´ıpio do M´aximo nos garante que f atinge

seu m´aximo no interior de M somente se f for constante, o que n˜ao ´e o caso. Ent˜ao, o m´aximo de f ´e n˜ao positivo, da´ı f ≤ 0 em toda M , ou seja,

 S2 c2 12 Xn+1+ Nn+1 ≤ 0 em M. Portanto,  S2 c2 12 Xn+1 ≤ −Nn+1≤ 1, isto ´e, Xn+1 ≤  c2 S2 12 .

Consideremos agora, M hipersuperf´ıcie compacta, mergulhada, com ∂M ⊂ Rn. A

conclus˜ao do teorema ser´a uma aplica¸c˜ao da id´eia da prova do princ´ıpio de reflex˜ao de Alexandrov a M (ver [A]). Com efeito, consideremos um hiperplano Q paralelo a Rn cuja interse¸c˜ao com M ´e vazia. Fazendo Q se aproximar paralelamente da

hipersuperf´ıcie Rn temos um novo plano Q

1 (transladado de Q) tocando M num

primeiro ponto. Quando fazemos Q1 deslizar (sempre na mesma dire¸c˜ao) para um

posi¸c˜ao Q2, temos que a reflex˜ao em rela¸c˜ao a Q2 da parte de M que se encontra

acima deste hiperplano, localiza-se no interior da regi˜ao limitada por M e pela regi˜ao na hipersuperf´cie Rnque ´e limitada pela fronteira de M (isso ´e conseq¨uˆencia imediata do princ´ıpio da tangˆencia), ou seja, a parte de M acima de Q2 ´e um gr´afico. Podemos

usar este argumento at´e que a reflex˜ao da parte acima do hiperplano transladado toque a hipersuperf´ıcie Rn, onde est´a o bordo de M . Isso ocorre, exatamente, quando o hiperplano transladado divide a altura de M em duas partes iguais. Com isso, garantimos que a parte de M acima de tal hiperplano ´e gr´afico, e pelo resultado acima, com altura m´axima



c2

S2

12

. Ent˜ao, a altura m´axima de M ser´a 2  c2 S2 12 . 

(33)

Coment´arios. Heinz em [H2], 1955, obteve estimativa de altura para gr´afico de curvatura m´edia constante em Rn+1, al´em disso, como o objetivo desse trabalho ´e tra-tar das hipersuperf´ıcies com curvatura escalar constante, particularizamos o Teorema de Rosenberg para r = 1, mas o resultado vale para r = 0, 1, ..., n − 1. Assim,

Teorema (Rosenberg). Seja M ⊂ Rn+1 hipersuperf´ıcie compacta, mergulhada,

com ∂M ⊂ Rn. Se Sr+1 ´e constante positiva em M , ent˜ao a distˆancia m´axima de M

para o hiperplano Rn ´e 2cr+1

Sr+1

r+11

(34)

Bibliografia

[A] Alexandrov, A. D., A characteristic property of spheres, Annali di Matematica, 58 (1962), 303-315.

[BC] Barbosa, J.L., Colares, A.G., Stability of hypersurfaces with constant r-mean curvature, Ann. Global Anal. Geom., 15 (1997), 277-297.

[C] Chavel, I., Eigenvalues in Riemanniana Geometry, Academic Press, New York, 1984.

[CY1] Cheng, S.Y., Yau, S.T., Hypersurfaces with constant scalar curvature, Math. Ann., 225 (1977), 195-204.

[CY2] Cheng, S.Y., Yau, S.T., Differential equations on Riemannian manifolds and their geometric applications, Commun. Pure Appl. Math., XXVIII (1975), 333-354.

[dC] Carmo, M. do, Riemannian Geometry , Birkh¨auser Boston, 1992.

[GT] Gilbarg, D., Trudinger, N.S., Elliptic Partial Differential Equations of Second Order, Springer-Verlag Berlim, Second Edition, 1983.

[H1] Hartman, P., On complete hypersurfaces of non negative sectional curvatures and constant m’th mean curvature, Trans. Amer. Math. Soc., 245 (1978), 363-373.

[H2] Heinz, E., ¨Uber Fl¨achen mit eineindeutiger Projektion auf eine Ebene, de-ren Kr¨ummungen durch Ungleichungen eingeschr¨ankt sind , Math Ann., 129 (1955), 451-454.

[HLP] Hardy, G., Littlewood, J. E. and P´olya G., Inequalities, Second Edition, Cam-bridge Univ. Press., CamCam-bridge, 1989.

(35)

[HN] Hartman, P., Nirenberg, L., On spherical image maps whose Jacobians do note change sign., Amer. J. Math., 81 (1959), 901.

[R1] Reilly, R., Variational properties of functions of the mean curvatures for hy-persurfaces in space forms, J. Diff. Geom., 8 (1973), 465-477.

[R2] Rosenberg, H., Hypersurfaces of constant curvature in space formas, Bull. Sc. Math., 2e erie, 117 (1993), 211-239.

[S] Spivak, M., A Comprehensive Introduction to Differential Geometry, Second edition, vol.4, Publish or Perish, Berkeley, 1979.

[SY] Schoen, R. and Yau, S.-T., Lectures on Differential Geometry, vol.1, Interna-tional Press, 23-25, 1994.

[V] Voss, K., Einige differentialgeometrische Kongruenz¨atze f¨ur geschlossene Fl¨achen und Hyperfl¨achen, Math. Ann., 131 (1956), 189-218.

[W] Wu, H., The spherical images of convex hypersurfaces, J. Differential Geome-try, 9 (1974), 279-290.

Referências

Documentos relacionados

In order to achieve the mission of providing automated solutions for the production of distilled spirits following the Industry 4.0 concept for digitalization, automation,

A solução deve fornecer suporte à plataforma Mac OSX, incluindo: imagens Mac por meio de tecnologia inovadora que elimine redundâncias na captura, armazenamento e implantação de

O Programa de Apoio à Tradução e Publicação de Autores Brasileiros no Exterior, aliado à revista Granta (2012) intitulada The best of young Brazilian novelists, surge como resposta

regida pela Lei federal nº. As propostas deverão obedecer às especificações deste instrumento convocatório e seus anexos e serão encaminhadas por meio eletrônico após

Neste cap´ıtulo iremos usar o Teorema dos Multiplicadores de Lagrange para encontrar solu¸c˜oes para algumas classes de problemas el´ıpticos.. 4.1 Problemas

O Fundo Autónomo investe no mínimo de 95% dos seus ativos no Fundo de Investimento Fidelity Funds, Fidelity Target 2030 Euro Fund (OIC), pelo que, o detalhe da sua política

[r]